MÃE E MODELO DE CONTEMPLAÇÃO

A intimidade espiritual entre Maria Santíssima e Nosso Senhor era especial, para a Igreja o exemplo de contemplação da Mãe de Deus não pode ser superado. Foi no ventre dessa tão boa Mãe que o Rosto do Filho de Deus foi gerado. 

“Foi no seu ventre que Se plasmou, recebendo d’Ela também uma semelhança humana que evoca uma intimidade espiritual certamente ainda maior. À contemplação do rosto de Cristo, ninguém se dedicou com a mesma assiduidade de Maria” (São João Paulo II). 

Verdadeiramente o Divino Rosto de Jesus que contemplamos no Sudário foi plasmado nas entranhas puríssimas de Nossa Senhora e isso deve ser levado em conta.

Eis que Aquela que gerou foi quem primeiro adorou o Senhor do mundo. Nós quando comungamos em estado de graça a Sagrada Eucaristia temos uma experiência mística de sermos transformados naquilo que recebemos. Maria, mulher e Mãe de Deus, não teve Deus em seu ventre por alguns minutos como nós o temos por meio do Sacramento. Pelo contrário, ela carregou durante 9 meses em seu ventre Aquele que seria responsável pela Salvação de todos. Deveríamos estremecer de alegria diante de uma imagem de Nossa Senhora, recordando as maravilhas que o Poderoso fez Nela e por Ela.

Maria vive com os olhos fixos em Cristo e guarda cada palavra sua: ‘Conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração’ (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As recordações de Jesus, estampadas na sua alma, acompanharam-na em cada circunstância, levando-a a percorrer novamente com o pensamento os vários momentos da sua vida junto com o Filho. Foram estas recordações que constituíram, de certo modo, o “rosário” que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena” (São João Paulo II).

Sem nenhuma dúvida, podemos dizer que toda a vida de Nossa Senhora foi um Rosário, um caminho de contemplação dos Mistérios da Vida de Cristo. Hoje, cada comunidade cristã que lê o Evangelho, medita as verdades nele presentes e, particularmente reza o Rosário, é como se olhasse com as vistas da Maria a história da salvação. Clique aqui e entenda a importância do Santo Rosário. 

“Maria propõe continuamente aos crentes os ‘mistérios’ do seu Filho, desejando que sejam contemplados, para que possam irradiar toda a sua força salvífica. Quando recita o Rosário, a comunidade cristã sintoniza-se com a lembrança e com o olhar de Maria” (São João Paulo II).

Rezar o Rosário é muito mais do que repetir palavras, ele é uma oração marcadamente contemplativa. Um rosário sem contemplação seria como um corpo sem alma, podendo cair na tentação de ser simplesmente uma coisa mecânica. 

“Por sua natureza, a recitação do Rosário requer um ritmo tranquilo e uma certa demora a pensar, que favoreçam, naquele que ora, a meditação dos mistérios da vida do Senhor, vistos através do Coração d’Aquela que mais de perto esteve em contato com o mesmo Senhor, e que abram o acesso às suas insondáveis riquezas”(São Paulo VI).

Como sabemos, antes de qualquer outra coisa, contemplar é um verdadeiro recordar, ou seja, quem contempla faz memória, atualiza um fato e sobre ele fixa o pensamento e o coração. Um exemplo disso é quando lembramos de um ente querido que faleceu: começamos sem perceber, a instigar nossa memória a recordar os momentos que passamos juntos com essa pessoa. Na oração não é diferente. Fazemos isso de modo especial na Liturgia, uma vez que em cada Missa as leituras e orações próprias nos ajudam a adentrar no mistério celebrado. Unidos aos santos e anjos, aclamamos a santidade de Deus, nosso Senhor. 

Portanto, rezar “em atitude de fé e de amor, significa abrir-se à graça que Cristo nos obteve com os seus mistérios de vida, morte e ressurreição” (São João Paulo II).

O Rosário nos auxilia na recordação dos Mistérios da Vida e Obra de Cristo e, por isso, é motivo de tantas graças e bênçãos. Como não rezar em nossas casas o Santo Rosário? Por que não reservar um momento do nosso dia para nos unir ao Coração da Mãe que tudo viveu unida ao Seu Filho e Nosso Senhor? Saiba como viver bem o mês de Maria, clique aqui para ler!

“No itinerário espiritual do Rosário, fundado na incessante contemplação – em companhia de Maria – do rosto de Cristo, este ideal exigente de configuração com Ele alcança-se através do trato, podemos dizer, “amistoso”. Este introduz-nos de modo natural na vida de Cristo e como que faz-nos “respirar” os seus sentimentos”(São João Paulo II).

Quem reza o Rosário se torna parecido com Maria e amigo de Jesus, como nos ensina o Beato Bártolo Longo: “Tal como dois amigos, que se encontram constantemente, costumam configurar-se até mesmo nos hábitos, assim também nós, conversando familiarmente com Jesus e a Virgem, ao meditar os mistérios do Rosário, vivendo unidos uma mesma vida pela Comunhão, podemos vir a ser, por quanto possível à nossa pequenez, semelhantes a Eles, e aprender destes supremos modelos a vida humilde, pobre, escondida, paciente e perfeita”.

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