Batismo do Senhor

12 de Janeiro

Batismo do Senhor

“Quando o Salvador é lavado, todas as águas ficam puras para o nosso batismo; a fonte é purificada para que a graça batismal seja concedida aos povos que virão depois”, disse São Máximo de Turim no século V ao se referir ao Batismo do Senhor, que é celebrado hoje pela Igreja no Brasil.

Com o Batismo do Senhor é concluído o tempo do Natal e a Igreja nos convida a olhar a humildade de Jesus que se converte em uma epifania (manifestação) da Santíssima Trindade.

“João batiza e Jesus se aproxima; talvez para santificar igualmente aquele que o batiza e, sem dúvida, para sepultar nas águas o velho Adão. Antes de nós, e por nossa causa, ele que é Espírito e carne santificou as águas do Jordão, para assim nos iniciar nos sacramentos mediante o Espírito e a água”, manifestou São Gregório Nazianzeno em um de seus sermões.

“O Espírito, acorrendo àquele que lhe é igual, dá testemunho da sua divindade. Vem do céu uma voz, pois também vinha do céu aquele de quem se dava testemunho”, acrescentou o santo.

Evangelho: Mateus 3,13-17

Naquele tempo, Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João e ser batizado por ele. Mas João protestou, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”

Jesus, porém, respondeu-lhe: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” E João concordou. Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele.

E do céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado”.

Fonte: https://www.acidigital.com


São Tomás de Cori

10 de Janeiro

São Tomás de Cori

São Tomás de Cori foi um sacerdote italiano da ordem franciscana conhecido por seu estilo claro e simples de pregar. Passou a maior parte de sua vid religiosa dedicado à oração, centrada na celebração e contemplação da Eucaristia.

Nasceu em Cori, Itália, em 4 de junho de 1655. Aos 14 anos, ficou órfão e sob os cuidados de suas duas irmãs.

Quando conseguiu um modo de vida decoroso para as duas, ingressou na ordem franciscana aos 22 anos. Tomou o hábito como clérigo em 7 de fevereiro de 1677, sob o nome Tomás, e fez sua profissão no ano seguinte, em 8 de fevereiro.

Após a profissão e finalizados os estudos de Teologia, foi ordenado sacerdote em 1683. Foi nomeado imediatamente vice-mestre de noviços no convento da Santíssima Trindade, de Orvieto.

Seu nome está ligado principalmente aos retiros na Ordem Franciscana. As Constituições atuais desses retiros, escritos por ele, lhe custaram vinte anos de estudo, oração e sacrifícios.

Sua fama de santidade fez com que muitos religiosos e cristãos leigos fossem lhe pedir conselhos. Sua pregação era de uma clareza e simplicidade que comovia os corações daqueles que iam escutá-lo e se viam impulsionados a se reconciliar com Deus e a viver a fé intensamente.

Fez muitos milagres durante sua vida, teve o dom da profecia, frequentes êxtases, aparições do Senhor, da Virgem e de São Francisco de Assis. Lia claramente o coração dos que recorriam a ele.

Morreu depois de uma longa jornada no confessionário, em 11 de janeiro de 1729. Foi canonizado por São João Paulo II em 21 de novembro de 1999. Em sua Missa de canonização, São João Paulo II se referiu a ele da seguinte forma: “foi imagem viva do Bom Pastor. Como guia amoroso, soube conduzir para as pastagens da fé os irmãos confiados aos seus cuidados, animado sempre pelo ideal franciscano”.

Fonte: https://www.acidigital.com


A obediência de Jesus. A nossa obediência

TEMPO DO NATAL DEPOIS DA EPIFANIA. 11 DE JANEIRO

– Jesus, modelo de obediência.
– Frutos da obediência.
– Obediência e liberdade. Obediência por amor.

I. DEPOIS DO ENCONTRO no Templo, Jesus regressou à Galiléia com Maria e José. E desceu com eles, e veio para Nazaré, e era-lhes submisso1. O Espírito Santo quis que esse dado constasse do Evangelho, e a informação só pôde provir de Maria, que presenciou repetidas vezes a obediência silenciosa de seu Filho. É uma das poucas notícias que nos chegaram dos anos de vida oculta do Senhor: Jesus obedecia. “Cristo, a quem todo o universo está submetido – comenta Santo Agostinho –, submeteu-se aos seus”2. Por obediência ao Pai, submeteu-se àqueles que na sua vida terrena encontrou investidos de autoridade; em primeiro lugar, aos seus pais.

Nossa Senhora deve ter refletido muitas vezes a respeito da obediência de Jesus, que foi extremamente delicada e ao mesmo tempo simples e cheia de naturalidade. São Lucas diz-nos, imediatamente depois da cena do Templo, que sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração3.

Toda a vida de Jesus foi um ato de obediência à vontade do Pai: Eu faço sempre o que é do seu agrado4, afirmará mais tarde. E em outra ocasião dirá claramente aos seus discípulos: Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra5.

É do alimento que se tiram as energias para viver. E Jesus diz-nos que a obediência à vontade de Deus – manifestada de formas tão diversas – deverá ser o alimento e o sentido das nossas vidas. Sem obediência, não há crescimento na vida interior nem verdadeiro desenvolvimento da pessoa humana; a obediência, “longe de reduzir a dignidade humana, leva-a à maturidade pela mais ampla liberdade dos filhos de Deus”6.

Não há nenhuma situação em nossa vida que seja indiferente para Deus. Em cada momento Ele espera de nós uma resposta: a que coincide com a sua glória e com a nossa felicidade pessoal.

Quando obedecemos, somos felizes porque fazemos o que o Senhor quer para nós, que é o que nos convém, ainda que vez por outra nos custe.

A vontade de Deus a nosso respeito manifesta-se através dos mandamentos, da sua Igreja, dos acontecimentos que se produzem, e também das pessoas a quem devemos obediência.

II. A OBEDIÊNCIA é uma virtude que nos torna muito gratos a Deus. A Sagrada Escritura narra a desobediência de Saul a uma indicação que recebera do Senhor. E apesar da sua vitória sobre os amalecitas e dos sacrifícios que ofereceu pessoalmente logo a seguir, o Senhor arrependeu-se de tê-lo feito rei e disse-lhe pela boca do profeta Samuel: Melhor é a obediência do que as vítimas7. A este propósito, comenta São Gregório: “Com razão se antepõe a obediência aos sacrifícios porque, mediante a obediência, imola-se a própria vontade”8. Pela obediência, manifestamos a entrega de nós mesmos ao Senhor.

O Evangelho mostra-nos como é a obediência de nossa Mãe Santa Maria, que a si própria se chama a escrava do Senhor9 e manifesta não ter outra vontade que não a do seu Deus. E São José obedece também, sempre com presteza instantânea, às coisas que lhe são ordenadas da parte do Senhor10.

Os Apóstolos, apesar das suas limitações, sabem obedecer. E, porque confiam no Senhor, lançam a rede à direita da barca11, onde Jesus lhes dissera, e obtêm uma pesca abundante, apesar da inoportunidade da hora e de terem experimentado que naquele dia não parecia haver um só peixe em todo o lago. A obediência e a fé na palavra do Senhor operam milagres.

São muitas as graças e frutos que resultam da obediência. Os dez leprosos são curados por terem obedecido às palavras do Senhor: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram limpos12. E o mesmo aconteceu com aquele cego a quem o Senhor pôs lodo nos olhos e disse:Vai e lava-te na piscina de Siloé, que significa Enviado. Foi, pois, lavou-se e voltou com vista13. “Que exemplo de firmeza na fé nos dá este cego! Uma fé viva, operativa. É assim que te comportas com as indicações que Deus te faz, quando muitas vezes estás cego, quando a luz se oculta por entre as preocupações da tua alma? Que poder continha a água, para que os olhos ficassem curados ao serem umedecidos? Teria sido mais adequado um colírio misterioso, um medicamento precioso preparado no laboratório de um sábio alquimista. Mas aquele homem crê; põe em prática o que Deus lhe ordena, e volta com os olhos cheios de claridade”14.

Quantas vezes também não iremos nós encontrar a luz nessa pessoa colocada por Deus para que nos guie e nos cure, se formos dóceis em obedecer! Deus Pai outorga o Espírito Santo aos que obedecem15, lê-se nos Atos dos Apóstolos. O Evangelho mostra-nos muitos exemplos de pessoas que souberam obedecer: os servos de Caná da Galiléia16, os pastores de Belém17, os Magos18... Todos receberam abundantes graças de Deus.

“A obediência torna meritórios os nossos atos e sofrimentos, de tal modo que, por mais inúteis que possam parecer, chegam a ser muito fecundos. Uma das maravilhas realizadas por Nosso Senhor é ter feito com que fosse proveitosa a coisa mais inútil de todas: a dor. Ele a glorificou mediante a obediência e o amor. A obediência é grande e heroica quando, para cumpri-la, se está disposto a ir até à morte e à ignomínia”19.

III. “JESUS CRISTO, cumprindo a vontade do Pai, inaugurou na terra o Reino dos céus, revelou-nos o seu mistério e realizou a redenção mediante a sua obediência”20. E São Paulo diz-nos que Ele se humilhou, fazendo-se obediente até à morte, e morte de cruz21. No horto de Getsêmani, a obediência de Jesus alcança o seu ponto culminante, quando renuncia completamente à sua vontade para aceitar o peso de todos os pecados do mundo e assim redimir-nos: Pai, não se faça o que eu quero, mas o que tu queres22.

Não nos admiremos se, ao abraçarmos a obediência, encontramos a cruz. A obediência exige, por amor a Deus, que renunciemos ao nosso eu, à nossa mais íntima vontade.

“Certa vez disse-me o Senhor – conta Santa Teresa – que não se tratava de obedecer, mas de estar determinada a padecer; que pusesse os olhos naquilo que Ele havia padecido e tudo se tornaria fácil”23.

Cristo obedece por amor. Este é o sentido da obediência cristã: tanto da que se deve a Deus e aos seus mandamentos, da que se deve à Igreja – aos seus preceitos e à doutrina do Magistério –, como da que se deve aos pais e às indicações e conselhos que dizem respeito às coisas mais íntimas da nossa alma. Em todos esses casos, de forma mais ou menos direta, estamos obedecendo a Deus. E o Senhor não quer servidores de má vontade, mas filhos que desejam cumprir a sua vontade.

A obediência, que sempre exige submissão e entrega de si, não é falta de liberdade nem de maturidade. Há vínculos que escravizam e vínculos que libertam. A corda que une o alpinista aos seus companheiros de escalada não é uma corrente que perturba, mas um laço que dá segurança e evita a queda no abismo. E os ligamentos que unem as partes do corpo não são obstáculos que impedem os movimentos, mas garantia de que estes se possam realizar com desenvoltura, harmonia e firmeza.

A obediência é instrumento da verdadeira educação do caráter e fonte de grande paz de alma, que são frutos do sacrifício e da renúncia à vontade própria por um bem mais alto. Quando se serve a Deus através da obediência, adquire-se a verdadeira liberdade: Deo servire, regnare est. Servir a Deus é reinar... Ó Deus, nós vos pedimos que aqueles que nos gloriamos em obedecer aos preceitos de Cristo, Rei do Universo, vivamos eternamente com Ele no Reino dos céus24.

Se nos esforçarmos por viver muito unidos à Virgem Maria, aprenderemos facilmente a obedecer com prontidão, alegria e eficácia. “Procuremos aprender também o seu exemplo de obediência a Deus, nessa delicada combinação de escravidão e fidalguia. Em Maria não há nada que lembre a atitude das virgens néscias, que obedecem, mas estouvadamente. Nossa Senhora ouve com atenção o que Deus quer, pondera o que não entende, pergunta o que não sabe. Depois, entrega-se por completo ao cumprimento da vontade divina: Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38)”25.

(1) Lc 2, 51; (2) Santo Agostinho, Sermão 51, 19; (3) Lc 2, 51; (4) Jo 8, 29; (5) Jo 4, 34; (6) Concílio Vaticano II, Decreto Perfectae caritatis, 14; (7) 1 Sam 15, 22; (8) São Gregório Magno, Moralia, 14; (9) Lc 1, 38; (10) cfr. Mt 2, 13-15; (11) Jo 21, 6; (12) Lc 17, 14; (13) Jo 9, 6-7; (14) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 193; (15) At 5, 32; (16) cfr. Jo 2, 3 e segs.; (17) cfr. Lc 2, 18; (18) cfr. Mt 2, 1-12; (19) R. Garrigou Lagrange, Las tres edades de la vida interior, 8ª ed., Palabra, Madrid, 1995, vol. II, pág. 683; (20) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 3; (21) Fil 2, 8; (22) Mc 14, 36; (23) Santa Teresa, Vida, 26; (24) Oração depois da Comunhão da Missa da Sexta-feira depois da Epifania; (25) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 173.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


11 de Janeiro 2020

A SANTA MISSA

Sábado depois da Epifania – Tempo do Natal 
Cor: Branca

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1ª Leitura: 1Jo 5,14-21

Sabemos que ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos. 

Leitura da Primeira Carta de São João

Caríssimos: 14 Esta é a confiança que temos em Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. 15 E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos, sabemos que possuímos o que havíamos pedido. 16 Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não conduz à morte, que ele reze, e Deus lhe dará a vida; isto, se, de fato, o pecado cometido não conduz à morte. Existe um pecado que conduz à morte, mas não é a respeito deste que eu digo que se deve rezar. 17 Toda iniquidade é pecado, mas existe pecado que não conduz à morte. 18 Sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca; aquele que é gerado por Deus o guarda, e o Maligno não o pode atingir. 19 Nós sabemos que somos de Deus ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. 20 Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos com o Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida eterna. 21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 149, 1-2. 3-4. 5.6a.9b (R. 4a)

R. O Senhor ama seu povo, de verdade.

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

1Cantai ao Senhor Deus um canto novo, *
e o seu louvor na assembleia dos fiéis!
2Alegre-se Israel em Quem o fez, *
e Sião se rejubile no seu Rei!      R.

3 Com danças glorifiquem o seu nome, *
toquem harpa e tambor em sua honra!
4 Porque, de fato, o Senhor ama seu povo *
e coroa com vitória os seus humildes.       R.

5 Exultem os fiéis por sua glória, *
e cantando se levantem de seus leitos,
6a com louvores do Senhor em sua boca *
9b Eis a glória para todos os seus santos.       R. 

Evangelho: Jo 3,22-30 

 O amigo do esposo enche-se de alegria ao ouvir a voz do esposo. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo: 22 Jesus foi com seus discípulos para a região da Judeia. Permaneceu aí com eles e batizava. 23 Também João estava batizando, em Enon, perto de Salim, onde havia muita água. Aí chegavam as pessoas e eram batizadas. 24 João ainda não tinha sido posto no cárcere. 25 Alguns discípulos de João estavam discutindo com um judeu a respeito da purificação. 26 Foram a João e disseram: ‘Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão e do qual tu deste testemunho, agora está batizando e todos vão a ele.’ 27 João respondeu: ‘Ninguém pode receber alguma coisa, se não lhe for dada do céu. 28 Vós mesmo sois testemunhas daquilo que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado na frente dele`. 29 É o noivo que recebe a noiva, mas o amigo, que está presente e o escuta, enche-se de alegria ao ouvir a voz do noivo. Esta é a minha alegria, e ela é completa. 30 É necessário que ele cresça e eu diminua.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Santa Léonie Françoise de Sales Aviat

10 de Janeiro

Santa Léonie Françoise de Sales Aviat

Léonie Aviat nasceu no dia 16 de setembro de 1844 na cidade francesa de Sézanne. Seus pais eram católicos praticantes e honestos comerciantes. Ao completar dez anos eles a enviaram para o colégio das Madres da Visitação da cidade de Troyes. Léonie ficou durante seis anos, onde recebeu a Primeira Eucaristia e a Crisma e sob a sábia orientação do capelão Luiz Brisson e da superiora, recebeu uma educação humanística, uma profunda formação religiosa e moral e foi iniciada na doutrina salesiana de abandono à Divina Providência.

Em 1866 Léonie rejeitou um vantajoso matrimonio expressando o desejo sincero de dedicar sua vida à Jesus Cristo. Com autorização dos pais, ela foi visitar padre Brisson a fim de se aconselhar. A cidade de Troyes nesta época tinha se tornado um pólo de indústrias têxteis que atraiam a mão de obra do campo para o centro urbano. Atento a esta situação e sensível às necessidades das adolescentes camponesas, que deixavam suas famílias em busca do trabalho promissor, padre Brisson desde 1858 havia fundado a Obra São Francisco de Sales; uma casa-família que acolhia e assegurava a assistência e educação cristã, àquelas jovens operárias. Porém, como era difícil encontrar, para esta casa-família, uma diretora estável, padre Brisson havia decidido fundar uma congregação religiosa.

Durante a visita de Léonie, o experiente padre expôs esta situação e encontrou nos anseios da jovem um sinal de Deus. Colocou Léonie na direção da casa-família. Em 1868 ele fundou a congregação para continuar de forma organizada a sua Obra para as operárias e Léonie vestiu o véu religioso adotando o nome de Madre Léonie Francisca de Sales Aviat. Em 1872 foi eleita a superiora da nova Congregação colocada sob a proteção e guia do santo bispo de Genebra de quem adotam completamente as regras espirituais e pedagógicas. Isto explica o nome adotado "Madres Oblatas de São Francisco de Sales".

Desde então, Madre Aviat se dedicou ao apostolado entre as jovens operárias, estabilizando a congregação e as casas-famílias de Troyes. As Oblatas abrem escolas básicas nas paróquias. Em Paris, abriram o primeiro pensionato para moças de famílias ricas que Madre Aviat dirigiu por oito anos, assim elas estenderam seu apostolado às diversas classes sociais. Depois retornou para a Casa Mãe da Congregação onde residiu por mais quinze anos, assumindo o posto de superiora até sua morte.

As Oblatas foram enviadas para a África, Europa e América do Sul, abrindo pensionatos, escolas e obras assistenciais. No ano de 1903 as leis anticlericais francesas decretam a dissolução das Congregações e o fechamento de suas casas, apoderando-se de todos os seus bens. As Oblatas se refugiam em Perúgia, mas Madre Aviat não esmoreceu e continuou a atividade da Congregação, que recebeu a aprovação canônica em 1911 do papa Pio X.

Morreu em Perúgia, Itália no dia 10 de janeiro de 1914, onde foi sepultada. Mais tarde, seu corpo foi transladado para a cripta da Casa Mãe da Congregação em Troyes, França.
Foi beatificada em 1992, pelo papa João Paulo II e canonizada pelo mesmo pontífice em 2001, em Roma. Para sua homenagem litúrgica a Igreja lhe reservou o dia 10 de janeiro.

Fonte: http://arquisp.org.br


10 de Janeiro 2019

A SANTA MISSA

Sexta feira depois da Epifania – Tempo do Natal 
Cor: Branca

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1ª Leitura: 1Jo 5,5-13 

O Espírito, a água e o sangue.

Leitura da Primeira Carta de São João

Caríssimos: 5 Quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6 Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue). E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade. 7 Assim, são três que dão testemunho: 8 o Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes. 9 Se aceitamos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior. Este é o testemunho de Deus, pois ele deu testemunho a respeito de seu Filho. 10 Aquele que crê no Filho de Deus tem este testemunho dentro de si. Aquele que não crê em Deus faz dele um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho. 11 E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. 12 Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho, não tem a vida. 13 Eu vos escrevo estas coisas a vós que acreditastes no nome do Filho de Deus, para que saibais que possuís a vida eterna.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 147, 12-13. 14-15. 19-20 (R. 12a)

R. Glorifica o Senhor, Jerusalém!

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.

12 Glorifica o Senhor, Jerusalém!*
O Sião, canta louvores ao teu Deus!
13 Pois reforçou com segurança as tuas portas,*
e os teus filhos em teu seio abençoou.       R.

14a paz em teus limites garantiu*
e te dá como alimento a flor do trigo.
15 Ele envia suas ordens para a terra,*
e a palavra que ele diz corre veloz.       R.

19 Anuncia a Jacó sua palavra,*
seus preceitos suas leis a Israel.
20 Nenhum povo recebeu tanto carinho,*
a nenhum outro revelou os seus preceitos.      R.

Evangelho: Lc 5,12-16 

E, imediatamente, a lepra o deixou. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

12 Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: ‘Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar.’ 13 Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: ‘Eu quero, fica purificado.’ E, imediatamente, a lepra o deixou. 14 E Jesus recomendou-lhe: Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura. 15 Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouví-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16 Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Jesus, Nosso Mestre

TEMPO DO NATAL DEPOIS DA EPIFANIA. 10 DE JANEIRO

– O Senhor é o Mestre de todos os homens. É o nosso único Mestre.
– Aprender dEle. Meditar o Evangelho.
– Jesus ensina-nos no íntimo do nosso coração através dos acontecimentos e pessoas que nos rodeiam e, sobretudo, através do Magistério da Igreja.

I. AO FIM DE TRÊS DIAS acharam-no no Templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os1. Os rabinos costumavam comentar no Templo a Sagrada Escritura. Para os forasteiros de Jerusalém, esta era a única oportunidade de ver e ouvir os mestres mais importantes de Israel. 

Os ouvintes tomavam assento sobre esteiras à volta do mestre e podiam intervir e também ser perguntados sobre o texto que se explicava. As perguntas e respostas de Jesus, ainda que estivessem de acordo com a sua idade, chamaram muito a atenção de todos: Todos quantos o ouviam maravilhavam-se da sua inteligência e das suas respostas.

Quando começar a sua vida pública, o evangelista nos dirá que as multidões maravilhavam-se da sua doutrina, pois ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas2. Ouvindo-o, as multidões esqueciam-se da fome e do frio da intempérie. Nunca se opôs a que o povo o chamasse profeta e mestre3, e, aos seus discípulos, dizia-lhes: Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem, porque o sou4.

Com freqüência Jesus utilizava a expressão: Mas eu vos digo... Queria indicar-nos que a sua doutrina tinha uma força especial: era o Filho de Deus quem falava. E ouviu-se do céu uma voz que dizia: Este é o meu Filho muito amado, ouvi-o5. Desde então, já não há outro a quem escutar.

Os Profetas apresentavam-se como porta-vozes de Deus: Assim fala o Senhor, declaravam depois dos seus discursos. Jesus fala em nome próprio e dá um ensinamento divino. Moisés vos disse..., mas eu vos digo. Indica o sentido e o alcance precisos dos mandamentos de Deus recebidos por Moisés no Sinai, corrigindo falsas interpretações. Os seus preceitos seguem a mesma revelação do Antigo Testamento, e, no entanto, são absolutamente novos. Ninguém como Ele mostrou a soberania de Deus e, ao mesmo tempo, a sua qualidade de Pai amorosamente preocupado com as coisas do mundo e, sobretudo, com os seus filhos, os homens. Ninguém como Ele indicou a verdade fundamental do homem: a sua liberdade interior e a sua dignidade intocável.

A vida de Jesus foi uma pregação incessante. Falou nas sinagogas6, à margem do lago7, no Templo8, nos caminhos9, nas casas, em toda a parte. A sua doutrina foi-nos transmitida, fidelíssima e substancialmente completa, através dos EvangelhosMuitas outras coisas fez Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever10, diz-nos São João ao terminar o seu Evangelho. Mas, quanto a tudo o que é essencial, conhecemo-lo tal como aconteceu, tal como o ensinou o Mestre, o nosso único Mestre. Junto dEle, sentimo-nos seguros. Sempre diz a cada um o que precisa ouvir. Lendo o Evangelho uns minutos todos os dias, com um coração leal, meditando-o devagar, sentimo-nos impelidos a repetir com São Pedro: Senhor, só tu tens palavras de vida eterna11. Só Tu, Senhor. Examinemos como e com que atenção lemos o Evangelho.

II. UM SÓ é o vosso mestre, Cristo12. Se depois houve mestres e doutores na sua Igreja13, foi porque Ele os constituiu14, subordinando-os a si; seriam repetidores e testemunhas do que viram e ouviram15. Através da Igreja, do Evangelho tal como a Igreja no-lo entregou, chega-nos como que por um canal a Boa Nova de Cristo.

Só se verá privado de ouvir a palavra divina quem se fechar a ela voluntariamente. Todos podem compreendê-la. A mais sublime de todas as doutrinas é acessível aos espíritos mais simples. Os humildes, os que se fazem pequenos como as crianças, captam-na sem esforço, ao passo que os “sábios”, os que se deixam arrastar pela sua soberba, ficam sem a luz do Espírito Santo e jazem nas trevas, sem nada entender ou deformando a verdade salvadora: Porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos16.

Jesus é o Mestre de todos, o nosso Mestre. E pode sê-lo porque Ele próprio sabe o que há dentro de cada homem17. Não se engana sobre as nossas misérias e fraquezas: conhece bem toda a maldade que pode esconder-se em cada coração. Mas conhece também, melhor do que nós próprios, as possibilidades de generosidade, de sacrifício, de grandeza que existem também em todo o coração, e pode despertá-las com a sua Palavra viva.

Tomar Jesus como Mestre é tomá-lo como guia, andar sobre as suas pegadas, buscar com ânsia a sua vontade sobre nós, sem nos desalentarmos nunca pelas nossas derrotas, das quais Ele nos levanta e que converte em vitórias uma após outra.

Tomá-lo como Mestre é querer parecer-se cada vez mais com Ele: que os outros, ao verem o nosso trabalho, o nosso comportamento no seio da família, com os estranhos e sobretudo com os mais necessitados, possam reconhecer Jesus.

Assim como, no relacionamento habitual com uma pessoa que se estima e se admira muito, se acaba por adotar não só a sua maneira de pensar, mas as suas expressões e gestos, da mesma forma, fazendo de Jesus o nosso Mestre inseparável, relacionando-nos diariamente com Ele através da oração e da meditação do Evangelho, acabaremos por parecer-nos com Ele, quase sem o percebermos: “Oxalá fossem tais o teu porte e a tua conversação que todos pudessem dizer, ao ver-te ou ouvir-te falar: «Este lê a vida de Jesus Cristo»”18.

III. DIZ-NOS SÃO PAULO que a palavra de Deus é viva e eficaz (cfr. Hebr 4, 12). A doutrina de Jesus Cristo é sempre atual, nova, para cada homem; é um ensinamento pessoal porque se destina a cada um de nós. Não nos é difícil reconhecer-nos num determinado personagem de uma parábola ou compreender no mais íntimo da alma que umas palavras de Jesus pronunciadas há vinte séculos foram ditas para nós, como se fôssemos os seus únicos destinatários. Deus falou muitas vezes e de muitos modos em outros tempos aos nossos pais através dos profetas; nestes últimos dias, falou-nos pelo seu Filho (cfr. Hebr 1, 1). Estes últimos dias são também os nossos. Jesus Cristo continua a ensinar. As suas palavras, por serem divinas e eternas, são sempre atuais.

Ler o Evangelho com fé é crer que tudo o que nele se diz está de algum modo acontecendo agora. São atuais a partida e o regresso do filho pródigo; são atuais a ovelha que anda perdida e o pastor que sai à sua busca; é atual a necessidade do fermento para transformar a massa e da luz que deve dissipar a grande escuridão que com enorme freqüência desce sobre o mundo e sobre o homem. “Nos Livros sagrados, o Pai que está nos céus sai amorosamente ao encontro dos seus filhos para conversar com eles. E é tão grande o poder e a força da sua palavra, que constitui sustento e vigor para a Igreja, firmeza de fé para os seus filhos, alimento da alma, fonte límpida e perene de vida espiritual”19.

Certo dia, estava o Senhor em casa de um fariseu chamado Simão. Tomando Jesus a palavra, disse-lhe: Simão, tenho uma coisa a dizer-te20. Cristo sempre tem alguma coisa a dizer-nos; a cada um em particular, pessoalmente. Para ouvi-lo, devemos ter um coração que saiba escutar, um coração atento às coisas de Deus. Ele é o Mestre de sempre. Era o Mestre ontem e sê-lo-á amanhã: Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre21. E dirige-se a cada homem em particular, a cada homem que queira escutá-lo. Todo aquele que, com sinceridade de coração, procurar um rumo para a sua vida, encontrá-lo-á; o Senhor não nega a sua graça a quem de verdade o procura.

Quando Salomão, que amava o Senhor, ainda era jovem, o Senhor apareceu-lhe durante a noite em sonhos e disse-lhe: Pede-me o que queiras que te dê. E Salomão não pediu riqueza, nem poder, nem uma vida longa..., mas sabedoria para governar o Povo de Deus. O pedido foi muito grato ao Senhor, que lhe concedeu um coração sábio e inteligente, um coração capaz de entender22.

Também nós devemos pedir antes de mais nada um coração capaz de escutar e de entender essas moções interiores do Espírito Santo na nossa alma, essa linguagem de Deus que nos fala através do Magistério da Igreja, essa doutrina que nos chega com suma clareza através do Papa e dos bispos unidos ao Papa, e que requer uma resposta prática. Convém que examinemos agora, na nossa meditação, qual o empenho com que procuramos conhecer bem a doutrina do Magistério. E não só conhecê-la, mas também vivê-la pessoalmente e difundi-la entre os católicos e entre todos os homens de boa vontade. O Mestre, Jesus, fala-nos através dessa doutrina.

Pedimos à Virgem Maria um ouvido atento à voz de Deus, que nos fala hoje tal como o fez há vinte séculos.

(1) Lc 2, 46-47; (2) Mc 1, 22; (3) Mt 21, 11; (4) Jo 13, 13; (5) Mc 9, 7; (6) Mt 4, 23 e segs.; (7) Mc 3, 9; (8) Mt 21, 22-23; (9) Jo 4, 5 e segs.; (10) Jo 21, 25; (11) Jo 6, 68; (12) Mt 23, 10; (13) cfr. At 13, 1; 1 Cor 12, 28-29; (14) Ef 4, 11; (15) cfr. At 10, 39; (16) Mt 11, 25; (17) Jo 2, 24; (18) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 2; (19) Concílio Vaticano II, ConstituiçãoDei verbum, 21; (20) Lc 7, 40; (21) Hebr 13, 8; (22) cfr. 1 Re 3, 4 e segs.

Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


09 de Janeiro 2020

A SANTA MISSA

Quinta feira depois da Epifania – Tempo do Natal 
Cor: Branca

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1ª Leitura: 1Jo 4,19 – 5,4

Aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão. 

Leitura da Primeira Carta de São João

Caríssimos: 19 Quanto a nós, amemos Deus porque ele nos amou primeiro. 20 Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. 21 E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão. 5,1 Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus, e quem ama aquele que gerou alguém, amará também aquele que dele nasceu. 2 Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3 Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, 4 pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 71 (72), 1-2. 14.15bc. 17 (R. Cf 11)

R. Os reis de toda a terra, hão de adorar-vos, ó Senhor!

1 Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, *
vossa justiça ao descendente da realeza!
2 Com justiça ele governe o vosso povo, *
com equidade ele julgue os vossos pobres.       R.

14 Há de livrá-los da violência e opressão, *
pois vale muito o sangue deles a seus olhos!
15b Hão de rezar também por ele sem cessar, *
15c bendizê-lo e honrá-lo cada dia.       R.

17 Seja bendito o seu nome para sempre! *
E que dure como o sol sua memória!
Todos os povos serão nele abençoados, *
todas as gentes cantarão o seu louvor!       R.

Evangelho: Lc 4,14-22a 

Hoje se cumpriu esta palavra da Escritura. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 14 Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15 Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16 E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18 ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19 e para proclamar um ano da graça do Senhor.’ 20 Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21 Então começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir.’ 22a Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Santo André Corsini

09 de Janeiro

Santo André Corsini

Nascido em Florença, no final do século XIV. Seus pais, Nicolau e Corsini Gema degli Stracciabende pertenciam a famílias da aristocracia da cidade. Ainda muito jovem, André ingressou na Ordem do Carmo e se propôs em observar a mais estrita observância da Regra Carmelita. Distinguiu-se pelo seu amor fraterno, austeridade e rigor na penitência. Como provincial, soube manter o espírito religioso da disciplina, o culto da pobreza e da oração e observância da Regra, cuidando especialmente da formação dos jovens, segundo o espírito e tradição da Ordem, infundindo a todos o zelo apostólico. Durante a peste que assolou a região, se entregou com heroísmo ao cuidado dos enfermos.

No ano 1349 foi nomeado bispo de Fiesole, diocese perto de Florença, onde logo se revelou suas qualidades de bondade e sabedoria com que o Senhor tinha o abençoado. Escolheu para ele, em seu palácio, uma cela reservada, onde ele dormia em uma cama de ramos e onde passava longas horas da noite em oração.

Seus biógrafos apresentam-no como bispo muito leal a Santa Sé. Ele se entregou totalmente à sua diocese. Defendeu com firmeza e fidelidade o patrimônio da Igreja, advogando que os bens da Igreja são dos pobres. Zeloso e reformador da fé e dos costumes. Consciente do principal ofício do ministério sacerdotal, que é adorar a Deus e evangelizar as pessoas conduzindo-os para Deus.

O papa lhe confiava, com frequência, importantes missões para resolver conflitos e tentar apaziguar queixas ou visitar mosteiros relaxados. Morreu em 6 de janeiro de1374. Em seu túmulo, que é mantido na Basílica del Carmen, em Florença, foi gravado este epitáfio: “Admirável pelo exemplo da sua vida e sua eloquência”

Seu culto começou após a sua morte, mas a solenidade da sua canonização foi em 29/4/1629. Na Basílica de São João Laterano, Roma, existe desde 1734 uma linda capela dedicada a ele. Sua festa é celebrada em 9 de janeiro.

Este santo é um dos mais dedicados filhos do Carmelo, proposto pelo Papa Urbano VIII, ao canoniza-lo, como um modelo para bispos e superiores. Amante da sua Ordem, cujo hábito nunca deixou de vesti-lo, mesmo como bispo, para indicar que ele queria viver e morrer como um autêntico religioso carmelita.

Rezava todos os dias, além do ofício divino, os sete salmos penitenciais e as orações dos santos, disciplinando-se em sua continuação. Sua abstinência foi perpétua e sua comida, apesar de pouca, era frequentemente partilhada com os pobres.

Professava particular e filial devoção à Virgem. Reconhecia que ela o tinha salvado da corrupção do mundo sedutor e que devia tudo à sua proteção maternal. Verdadeiro “Mensageiro e Anjo de Deus”, como disse seu primeiro biógrafo, foi um defensor da paz em Florença e Bolonha, e um trabalhador incansável pela salvação das almas.

Sempre soube combinar a sua caridade e benevolência com o zelo incansável pela santificação do clero. Foi a força dos justos com a ternura de um pai. Assim, foi capaz de ver introduzidas na sua diocese uma florescente reforma. Tudo, graças a um enorme trabalho pastoral, uma vida regular de oração e de uma forma mais austera do que o comumente se vivida no claustro.

Ele sempre foi uma estrela guia e pregador incansável a revelar os erros e vaidades do mundo. Seu discurso atingia os corações e muitos vinham de longe para ouvi-lo.

Fonte: http://carmelitas.org.br


Encontrar Jesus

TEMPO DO NATAL DEPOIS DA EPIFANIA. 9 DE JANEIRO

– Jesus perdido e achado no Templo. A dor e a alegria de Maria e de José. Perdemo-lo por nossa culpa.
– A realidade do pecado e o afastamento de Cristo. Tibieza.
– Empregar os meios para não perder Jesus. Onde podemos achá-lo.

I. JESUS CRESCEU num clima de piedade e de cumprimento da Lei, da qual uma parte importante eram as peregrinações ao Templo. Três vezes por ano celebrareis uma festa solene em minha honra... Três vezes por ano todo o varão comparecerá diante do Senhor, seu Deus1. As três festas eram a da Páscoa, a do Pentecostes e a dos Tabernáculos, e, embora o preceito não obrigasse os que viviam longe, eram muitos os judeus de toda a Palestina que iam a Jerusalém em alguma dessas datas. A Sagrada Família costumava fazê-lo na Páscoa: Todos os anos seus pais iam a Jerusalém pela festa da Páscoa2. Segundo se vê pelo relato de São Lucas, Maria acompanhava José, apesar de só serem obrigados a fazê-lo os varões maiores de doze anos.

Nazaré dista de Jerusalém um pouco mais de cem quilômetros pelo caminho mais reto. Ao chegar a Páscoa, várias famílias costumavam reunir-se para fazerem o percurso juntas, em quatro ou cinco dias.

Quando o Menino completou doze anos, subiu com os pais a Jerusalém, conforme costumavam fazer naquela festa3, e, findos os ritos pascais, iniciaram o regresso a Nazaré. Nestas viagens, as famílias dividiam-se em dois grupos, um de homens e outro de mulheres. As crianças podiam ir com qualquer dos dois. Isto explica que só se viesse a notar a ausência de Jesus ao cair do primeiro dia, ocasião em que todos se reagrupavam para acampar.

O que foi que Maria e José sentiram e pensaram naquele momento? Parece desnecessário descrevê-lo. Julgaram ter perdido Jesus, ou que Jesus os tinha perdido a eles e vagueava sozinho, Deus sabe por onde. A aglomeração à saída da cidade e pelos caminhos que a ela levavam era muito grande nesses dias. Aquela noite deve ter sido terrível para Maria e José. Pela manhã, muito cedo, começaram a fazer o caminho em sentido contrário. Passaram três dias, cansados, angustiados, perguntando a todos se tinham visto um menino de uns doze anos... Tudo em vão.

Maria e José perderam-no sem culpa deles. Nós o perdemos pelo pecado, pela tibieza, pela falta de espírito de sacrifício; e então a nossa vida sem Jesus fica às escuras. Se alguma vez nos encontrarmos nessa situação, teremos de reagir e procurar o Senhor imediatamente, perguntando a quem pode e deve sabê-lo: “Onde está o Senhor?”

“A Mãe de Deus, que buscou afanosamente o seu Filho, perdido sem culpa dEla, que experimentou a maior alegria ao encontrá-lo, nos ajudará a desandar o andado, a retificar o que for preciso quando pelas nossas leviandades ou pecados não conseguirmos distinguir Cristo. Alcançaremos assim a alegria de abraçá-lo de novo, para lhe dizer que nunca mais o perderemos.

“Maria é Mãe da ciência, porque com Ela se aprende a lição que mais interessa: que nada vale a pena se não estivermos junto do Senhor; que de nada servem todas as maravilhas da terra, todas as ambições satisfeitas, se não nos arder no peito a chama de amor vivo, a luz da santa esperança que é uma antecipação do amor interminável na nossa Pátria definitiva”4.

II. MARIA E JOSÉ não perderam Jesus, foi Ele que se deixou ficar no Templo. Conosco é diferente; Jesus nunca nos abandona.

Somos nós, os homens, que podemos mandá-lo embora pelo pecado ou pelo menos afastá-lo de nós pela tibieza. Em todo o encontro entre o homem e Cristo, a iniciativa é sempre de Jesus; pelo contrário, em toda a situação de desunião, somos nós que temos sempre a iniciativa. O Senhor não nos abandona nunca.

Quando o homem peca gravemente, perde-se para si mesmo e para Cristo. Vagueia então sem sentido e sem rumo, pois o pecado desorienta essencialmente. O pecado é a maior tragédia que pode acontecer a um cristão. Em poucos instantes, afasta-o radicalmente de Deus pela perda da graça santificante, fá-lo perder os méritos adquiridos ao longo de toda a vida, sujeita-o de algum modo à escravidão do demônio e diminui nele a inclinação para a virtude. O afastamento de Deus “sempre traz consigo uma grande destruição em quem o pratica”5.

O pior de tudo, infelizmente, é que muitos acham que isso não tem quase nenhuma importância. É a tibieza, o desamor, que leva a ter em tão pouco ou nenhum apreço a companhia de Jesus; Ele, sim, aprecia estar conosco: morreu numa cruz para nos resgatar do demônio e do pecado, e para estar sempre com cada um de nós neste mundo e no outro.

Maria e José amavam profundamente Jesus. Por isso o procuraram incansavelmente, por isso sofreram de um modo que nós não podemos compreender, por isso se alegraram tanto quando tornaram a encontrá-lo. “Hoje em dia, não parece haver muita gente que sofra pela sua ausência; há cristãos para quem a presença ou ausência de Cristo em suas almas não significa praticamente nada. Passam da graça para o pecado, e não experimentam nem sofrimento nem dor, nem aflição nem angústia. Passam do pecado para a graça, e não dão a impressão de serem homens que voltaram do inferno, que passaram da morte para a vida: não se vê neles o alívio, a alegria, a paz e o sossego de quem recuperou Jesus”6.

Nós devemos pedir hoje a Maria e José que nos ajudem a saber apreciar a companhia de Jesus, a estar dispostos a qualquer coisa menos a perdê-lo. Como estaria às escuras o mundo, o nosso mundo, sem Jesus! Que graça enorme é aperceber-se disso! “Jesus! Que eu nunca mais Te perca...”Usaremos de todos os meios, sobrenaturais e humanos, para não cair em pecado mortal, ou mesmo no pecado venial deliberado: se não nos esforçarmos por detestar o pecado venial, sem a falsa desculpa de que não é “grave”, não chegaremos a um trato de intimidade com o Senhor.

III. O TEMPLO DE JERUSALÉM tinha uma série de dependências destinadas ao culto e ao ensino das Escrituras. Foi numa dessas dependências que Maria e José entraram; provavelmente, tratava-se do átrio do Templo, onde se escutavam as explicações dos doutores e se podia intervir com perguntas e respostas; era ali que Jesus se encontrava. As suas perguntas chamaram a atenção dos doutores pela sabedoria e ciência que revelavam. Está como mais um entre tantos ouvintes, sentado no chão, e também intervém como os outros, mas as perguntas que faz descobrem a sua maravilhosa sabedoria. Era um modo de ensinar ajustado à sua idade.

Maria e José maravilham-se contemplando toda a cena. Maria dirige-se a Jesus cheia de alegria por tê-lo encontrado. E nas suas palavras Santo Agostinho vê uma demonstração de humildade e de deferência para com São José. “Pois, ainda que tivesse merecido dar à luz o Filho do Altíssimo, era Ela humilíssima, e, ao nomear-se, não se antepõe ao seu esposo, dizendo: eu e teu pai, mas: teu pai e eu. Não levou em conta a dignidade do seu seio, mas a hierarquia conjugal. A humildade de Cristo, com efeito, não haveria de ser para a sua Mãe uma escola de soberba”8.

Jesus não se perdeu involuntariamente. Plenamente consciente de quem era e da missão que tinha, quis começar de algum modo a cumpri-la. Tal como o fará depois, procura agora cumprir a vontade do Pai celestial sem que a vontade de seus pais terrenos represente um obstáculo. Para eles, deve ter sido uma prova dolorosa, mas também um facho de luz, que lhes iria começando a descobrir o mistério da vida do Senhor. Foi um episódio que nunca haveriam de esquecer.

E quanto a nós, fica muito claro que Jesus tem plena consciência da sua missão e de que é o Filho de Deus. Para penetrarmos um pouco mais na resposta que deu, seria preciso ter ouvido a entonação da sua voz enquanto se dirigia a seus pais. De qualquer forma, as suas palavras permitem-nos compreender que os planos de Deus estão sempre acima dos planos terrenos, e que, no caso de se desenhar um conflito entre ambos, é preciso obedecer a Deus antes que aos homens9.

Se alguma vez perdermos Jesus, lembremo-nos daquele conselho do próprio Senhor: Buscai e achareis10. Encontrá-lo-emos sempre no Sacrário, bem como nas pessoas que o próprio Deus escolheu para nos indicarem o caminho; e se o ofendermos gravemente, Ele estará sempre à nossa espera no sacramento da Penitência.

Talvez nos possa fazer muito bem – especialmente quando estivermos hoje diante do Sacrário ou virmos uma igreja – dizer como jaculatória e repetir no íntimo do nosso coração: “Jesus! Que eu nunca mais Te perca...”11Maria e José serão as nossas ajudas para que não percamos de vista Jesus ao longo do dia e ao longo de toda a nossa vida.

(1) Êx 23, 14-17; cfr. Deut 16, 18; (2) Lc 2, 41; (3) Lc 2, 42; (4) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 278; (5) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 13; (6) Federico Suárez, José, esposo de Maria, pág. 195; (7) São Josemaría Escrivá, Santo Rosário, quinto mistério gozoso; (8) Santo Agostinho, Sermão 51, 18; (9) At 5, 9; (10) Lc 11, 9; (11) São Josemaría Escrivá, Santo Rosário, quinto mistério gozoso.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal