OS MISTÉRIOS DE CRISTO NO ROSÁRIO
Os mais antigos se lembram do tear, ferramenta manual que era utilizada para fazer gorro, cachecol e outras peças com linhas. Os mais bonitos modelos de cachecol eram feitos com paciência e atenção, resultando numa verdadeira obra de arte. Podemos dizer que a repetição das Ave Marias no Rosário compõe um verdadeiro tear. De fato, cada Ave Maria rezada é uma linha que se movimenta, as linhas podem ser de cores diferentes, como os mistérios contemplados são diferentes (gozoso, luminoso, doloroso e glorioso) mas, aquele Jesus rezado é sempre o mesmo.
Se pararmos para pensar, notamos que o Rosário é uma verdadeira obra, podemos dizer até que é um resumo do Evangelho. Por meio desse objeto simples de madeira com “200 bolinhas” podemos contemplar o rosto de Cristo. E isso não acontece por nós mesmos, mas, apenas por meio da fé, dom e virtude colocada pelo próprio Deus em nossas almas. Segundo São João Paulo II:
“à contemplação do rosto de Cristo só podemos introduzir-nos escutando, no Espírito, a voz do Pai, porque ‘ninguém conhece o Filho senão o Pai’(Mt 11, 27)”. Portanto, antes de vermos Jesus, somos vistos por Ele.
O primeiro ciclo de mistérios do Rosário recebe o nome de Gozosos, ou, “mistérios da alegria”:
“Chamamos esses Mistérios de gozosos, em razão da alegria que eles deram a todo o Universo. A Santíssima Virgem e os anjos ficaram cheios de alegria no momento feliz em que o Filho se encarnou. Santa Isabel e São João Batista ficaram cheios de alegria com a visita de Jesus e de Maria. O céu e a terra se alegraram com o nascimento do Salvador. Simeão se viu consolado e exultou de alegria quando carregou o Menino Jesus em seus braços. Os doutores da Lei ficaram cheios de admiração ao ouvir as respostas de Jesus. E quem será capaz de expressar a alegria de Maria e de José ao reencontrar Jesus depois de três dias perdido?” (São Luís Maria Grignion de Montfort).
O segundo ciclo de mistérios contemplados é chamado de Luminosos, como também de “mistérios da luz”.
“Na verdade, todo o mistério de Cristo é luz. Ele é a ‘luz do mundo’ (Jo 8, 12). Mas esta dimensão emerge particularmente nos anos da vida pública, quando Ele anuncia o evangelho do Reino. Querendo indicar à comunidade cristã cinco momentos significativos – mistérios luminosos – desta fase da vida de Cristo, considero que se podem justamente individuar: 1o no seu Batismo no Jordão, 2o na sua autorrevelação nas bodas de Caná, 3o no seu anúncio do Reino de Deus com o convite à conversão, 4o na sua Transfiguração e, enfim, 5o na instituição da Eucaristia, expressão sacramental do mistério pascal” (São João Paulo II).
No terceiro ciclo estão os mistérios Dolorosos, ou melhor, os “mistérios da dor”:
“Chamamos de Mistérios dolorosos, pelo fato de nos apresentarem Jesus golpeado de tristeza, coberto de feridas, carregado de opróbrios, dores e tormentos. O primeiro desses mistérios é a oração de Jesus e sua Agonia no jardim das Oliveiras; o segundo, sua Flagelação; o terceiro, sua Coroação de espinhos; o quarto, quando Ele carregou a cruz; o quinto, sua crucificação e sua morte no Calvário” (São Luís Maria Grignion de Montfort).
E, de acordo com São João Paulo II: “os mistérios da dor levam o crente a reviver a morte de Jesus pondo-se aos pés da cruz junto de Maria, para com Ela penetrar no abismo do amor de Deus pelo homem e sentir toda a sua força regeneradora”.
A última parte do Rosário compõe os mistérios Gloriosos, ou, “mistérios da glória”.
“O Rosário sempre expressou esta certeza da fé, convidando o crente a ultrapassar as trevas da Paixão, para fixar o olhar na glória de Cristo com a Ressurreição e a Ascensão” (São João Paulo II). Portanto, “a terceira parte do Rosário contém cinco outros mistérios (…): O primeiro deles é a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo; o segundo, sua Ascensão ao céu; o terceiro, a Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos; o quarto, a Assunção da gloriosa Virgem Santíssima; o quinto, sua coroação como Rainha do céu” (São Luís Maria Grignion de Montfort).
O Rosário, portanto, acaba por nos revelar um grande segredo, isto é, se queremos conhecer mais e mais Nosso Senhor Jesus Cristo, precisamos silenciar como Maria Santíssima fez e nos unir a Ela uma vez mais.
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O caminho de Maria é o de Cristo: “É o caminho do exemplo da Virgem de Nazaré, mulher de fé, de silêncio e de escuta. É, ao mesmo tempo, o caminho de uma devoção mariana animada pela certeza da relação indivisível que liga Cristo à sua Mãe Santíssima: os mistérios de Cristo são também, de certo modo, os mistérios da Mãe, mesmo quando não está directamente envolvida, pelo facto de Ela viver d’Ele e para Ele”
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