VIVA A SEMANA SANTA INTENSAMENTE
A Semana Santa não é mais uma semana do ano, ou simplesmente uma recordação do que Jesus fez para nos salvar. Antes de tudo, ingressar nestes dias, significa entrar misticamente nas realidades celebradas, mergulhar no mistério e ser por ele banhado, transformado e ter as forças renovadas.
“Na Semana Santa a Igreja celebra os mistérios da salvação, levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias da sua vida, a começar pelo seu ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo quaresmal continua até à Quinta-feira Santa. A partir da missa vespertina “da Ceia do Senhor” inicia-se o tríduo pascal” (Congregação para o Culto Divino).
Podemos dizer que a porta para esta semana maior é a celebração da Paixão do Senhor, isto é, Domingo de Ramos, onde com os ramos nas mãos adoramos a divindade do Senhor Jesus, que cumprindo a promessa entrou em Jerusalém. É na celebração dos ramos que o povo caminha, fazendo memória da procissão solene que Cristo fez. Santo André de Creta nos exorta:
“O Senhor vem, mas não rodeado de pompa, como se fosse conquistar a glória. Ele não discutirá, diz a Escritura, nem gritará, e ninguém ouvirá sua voz (Mt 12,19; cf. Is 42,2). Pelo contrário, será manso e humilde, e se apresentará com vestes pobres e aparência modesta. Acompanhemos o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão e imitemos os que foram ao seu encontro”.
Depois de passar por Betânia (cf. Jo 12) e ter um encontro com os seus amigos (cf. Mt 20), especialmente através da unção dos seus pés (cf. Lc 7), Jesus entrou novamente em Jerusalém, amaldiçoou a figueira (cf. Mc 11) e purifica o Templo enquanto planejam sua Morte (cf. Mt 26). Na segunda-feira, Judas se prepara para trair Jesus (cf. Jo 13). Nos dias seguintes até a quinta-feira, o drama vivenciado por Nosso Senhor se intensificou, resultando na quinta-feira santa, onde Jesus dá aos seus discípulos o mandato de fazer o mesmo que Ele fez: “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” ( Jo 13,15).
Com a Missa da tarde da Ceia do Senhor inicia-se o Tríduo Pascal, que se findará na noite santa da Vigília Pascal: “Na última ceia, com rito e aparato solene, celebra a nova páscoa e provê a sua continuação mediante a divina instituição da eucaristia; no dia seguinte, elevado entre o céu e a terra, oferece o sacrifício salutar de sua vida; de seu peito rasgado faz, de certo modo, jorrar os sacramentos que distribuem às almas os tesouros da redenção. Fazendo isso, tem por único fim a glória do Pai e a crescente santificação do homem” (Papa Pio XII). Todas as celebrações têm por finalidade o aumento da santificação pessoal de cada fiel que participa dos ritos, ouve atentamente a palavra anunciada e guarda no coração as verdades proferidas.
No final da celebração da Instituição da Eucaristia, a Igreja canta o grande hino eucarístico Pange Lingua composto por Santo Tomás de Aquino. O terceiro versículo nos remete à Sagrada Ceia do Senhor:
Na noite daquela Última Ceia,
Sentado com Sua banda escolhida,
Ele, a Vítima Pascal comendo,
Primeiro cumpre o mandamento da Lei;
Então, como alimento para todos os seus irmãos,
se dá com suas próprias mãos.
Terminada a celebração da Missa do “lava pés” um grande silêncio toma conta da Igreja, pois, chegou o momento de permanecer com Jesus (cf. Jo 15) até o momento derradeiro. A Sexta-Feira Santa é marcada pelo silêncio, oração e jejum, é um dia especial para nos unirmos à Cruz de Jesus. Às 15h o silêncio da Igreja será interrompido com o Sacerdote cantando e erguendo três vezes a Santa Cruz: “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a Salvação do mundo!” e o povo responderá: “Vinde adoremos!”. Nosso Senhor Jesus Cristo ao morrer, salvou todos os pecadores, ou seja, todos nós. Como escreveu São Pedro: Jesus “carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça” (1 Pd 2, 24). O Papa Bento XVI disse que a verdade da Sexta-Feira Santa é que: “na cruz o Redentor restituiu-nos a dignidade que nos pertence, tornou-nos filhos adoptivos de Deus que nos criou à sua imagem e semelhança. Permaneçamos, portanto, em adoração diante da Cruz”.
O sábado é marcado pela celebração da Vigília Pascal, onde o novo círio pascal, presença do Ressuscitado no meio da Igreja, entrará nas mãos do celebrante que dirá por três vezes: “Eis a luz de Cristo!” e povo dará: “Graças a Deus!”. Nos ensina São João Paulo II que “a palavra «morte» pronuncia-se com um nó na garganta. Embora a humanidade durante tantas gerações se tenha de algum modo habituado à realidade da morte e à sua inevitabilidade, ela é, todavia, cada vez alguma coisa que perturba”, mas, nesta noite nasce daquele aparente temor uma grande Expectativa, “o dia e a noite da expectativa do Dia que o Senhor fez”.
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Mergulhemos profundamente no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus e então celebraremos a Páscoa com os corações ardentes e viveremos a verdadeira alegria cristã.