A VITÓRIA DE CRISTO É TAMBÉM A NOSSA VITÓRIA
Tendo ressuscitado, Nosso Senhor Jesus Cristo abriu-nos a porta do Paraíso novamente e, por isso a Igreja canta: “Da morte o Cristo volta, a vida é seu troféu. O inferno traz cativo e a todos abre o céu”(Hino litúrgico). Se na sua Morte, Jesus foi a vítima imaculada por nossos crimes e pecados, ao ressuscitar, Ele se revela como Cordeiro Pascal. A Ressurreição de Cristo certamente é a alegria de toda a humanidade! Ele, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, com sua Luz ilumina toda a Igreja, faz renascer toda esperança, faz reacender toda chama de amor verdadeiro!
Como dizia Dom Rafael Cifuentes: “A vida de Jesus foi como uma imensa fogueira de amor que se alastrava de coração em coração”. Neste sentido, com a sua Ressurreição, Nosso Senhor deixa sempre viva esta chama de amor, passada de geração em geração pelos seus seguidores. Se hoje nos reunimos para celebrar os Mistérios de Cristo é porque nossos irmãos, desde os que conviveram pessoalmente com nosso Mestre, mantiveram seus corações acesos pela chama divina. Depois que o Sepulcro foi aberto não há mais como voltar atrás, Ele Vive e está no meio de nós!
Só um coração inflamado de amor, como o de São Paulo, poderia escrever: “Se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com Ele”(Rm 6,8). Estas palavras não podem passar por nós como o vento, é preciso guardá-las! O Apóstolo das Gentes está afirmando que: Se você morreu com Cristo na Sexta-Feira Santa, você ressuscitou com Ele no Domingo da Ressurreição! Se você seguiu Cristo coberto pelo sofrimento e padecido por tantas ofensas, coragem! Pois, Ele, o mesmíssimo Homem, agora ressuscitou e suas Chagas são gloriosas!
Nós, “sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado” (Rm 6,6). O velho homem crucificado com Cristo, isto é, uma vida carnal voltada apenas para as coisas terrenas, encontrou sua libertação na Pessoa Santíssima de Jesus. Deus, ao descer do Céu, se fez um de nós, deixou-nos um caminho aberto. Agora, enquanto tivermos vida, teremos a possibilidade de ressuscitar dos nossos pecados: “Portanto, vós também considerai-vos mortos ao pecado, porém vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Rm 6,11).
Viver para Deus seria impossível para nós, homens e mulheres, sem que estivéssemos no Cristo. Esta é uma verdade que precisa ser novamente aprendida e ensinada ao nosso tempo: Só temos vida, porque a recebemos do Cristo Ressuscitado! Depois da Encarnação de Jesus, só há vida verdadeira dentro do Seu Corpo, ou seja, a Santa Igreja Católica. A Igreja não é uma instituição humana de fiéis, mas, antes de tudo, é o acesso ao Reino Eterno, é a extensão do Homem que Morreu e Ressuscitou! Portanto, dentro da Igreja, “Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor” (Rm 14,8).
“O motivo pelo qual o Verbo de Deus, e, portanto, impassível, se submeteu à morte é que, de outra maneira, o homem não podia salvar-se” (Santo Anastácio de Antioquia).
A nossa ressurreição será definitiva no final dos tempos, quando Jesus vier como Verdadeiro Juiz dos vivos e dos mortos. Até lá precisamos da Igreja, por isso, como nos ensina o Catecismo, estamos no tempo da Igreja (cf. CaIC 456-460). Quer dizer que sempre que for necessário seremos ressuscitados por meio do Sacramento da Confissão, fortalecidos pela Santíssima Eucaristia e amparados pelos outros Sacramentos. É deste modo que viveremos, não existe outro! O Protestantismo e outras tantas falsificações do Evangelho, tentam obscurecer a glória da Igreja de Cristo, mas, não conseguiram e jamais conseguirão!
“Cristo foi verdadeiramente crucificado, verdadeiramente sepultado e ressuscitou verdadeiramente. Tudo isso foi para nós um dom da graça, a fim de que, participando da sua paixão através do mistério sacramental, obtenhamos na realidade a salvação” (Das Catequeses de Jerusalém).
Diferente das outras religiões que ensinam que para encontrar-se com Deus é necessário ir até ele, o Cristianismo nos aponta para o Verdadeiro Deus que veio até nós. Ele veio! E o mesmo que veio, agora, ressuscitou! Por isso, sua Ressurreição é a nossa ressurreição. Nós, que um dia descemos às águas do Santo Batismo, temos nessa Páscoa a alegria de mais uma vez ressuscitar para uma vida nova. A Igreja estende a alegria pascal por 8 dias, para que tenhamos tempo de descobrir a grandeza do Mistério da Ressurreição.
Alegrem-se cristãos, pois, verdadeiramente, ressuscitastes!
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