06 de Agosto 2018

A SANTA MISSA

Festa: Transfiguração do Senhor – Ano B
Cor: branca

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1ª Leitura: Dn 7, 9-10.13-14

 “Serviam-no milhares de milhares”.

Leitura da Profecia de Daniel

 Eu continuava olhando até que foram colocados uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Sua veste era branca como neve e os cabelos da cabeça, como lã pura; seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa. 10 Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono; foi instalado o tribunal e os livros foram abertos. 13 Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. 14 Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 96(97),1-2.5-6.9 (R. 1a.9a)

R. Deus é Rei, é o Altíssimo, muito acima do universo.

Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, *
e as ilhas numerosas rejubilem!
Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, *
que se apoia na justiça e no direito.     R.

As montanhas se derretem como cera *
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça, *
todos os povos podem ver a sua glória.      R.

Porque vós sois o Altíssimo, Senhor, +
muito acima do universo que criastes, *
e de muito superais todos os deuses.       R.

2ª Leitura: 2Pd 1, 16-19

 “Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu”.

Leitura da Segunda Carta de São Pedro

Caríssimos: 16 Não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da sua majestade. 17 Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: “Este é o meu Filho bem-amado, no qual ponho o meu bem-querer”. 18 Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo. 19 E assim se nos tornou ainda mais firme a palavra da profecia, que fazeis bem em ter diante dos olhos, como lâmpada que brilha em lugar escuro, até clarear o dia e levantar-se a estrela da manhã em vossos corações.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Mc 9, 2-10

 “Este é o meu Filho muito amado.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelhode Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias”. Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados. Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: “Este é o meu Filho muito amado: escutai-O”. De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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TEMPO COMUM. DÉCIMO OITAVO DOMINGO. CICLO B

– O maná, símbolo e figura da Sagrada Eucaristia, verdadeiro alimento da alma.

I. DIZ O SENHOR: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim não terá jamais fome; e o que crê em mim não terá jamais sede1.

Depois do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, a multidão, entusiasmada, procurou novamente Jesus. Quando viram que não o conseguiam encontrar, nem a Ele nem aos seus discípulos, subiram às barcas e foram a Cafarnaum. E seria ali, na sinagoga – indica‑nos São João no Evangelho da Missa2 –, que teria lugar a revelação da Sagrada Eucaristia.

Com o milagre da multiplicação dos pães no dia anterior, Jesus tinha despertado no povo umas esperanças profundamente vivas. Milhares de pessoas saíram de suas casas para vê‑lo e ouvi‑lo, e o entusiasmo que se apossara delas levou‑as a querer proclamá‑lo rei. Mas o Senhor afastou‑se da multidão.

Quando o encontraram novamente, Jesus disse‑lhes: Em verdade, em verdade vos digo: Vós me buscais, não por terdes visto os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. “Buscais‑me – comenta Santo Agostinho – por motivos da carne, não do espírito. Quantos há que procuram Jesus, guiados unicamente pelos seus interesses materiais! [...]. Só se pode procurar Jesus por Jesus”3.

Com uma valentia admirável, com um amor sem limites, Jesus expõe o dom inefável da Sagrada Eucaristia, em que se dá como alimento. Pouco importa que, ao terminar a revelação, muitos dos que o seguiram com fervor acabem por abandoná‑lo. O Senhor não recua: Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna e que o Filho do homem vos dará... Mas eles disseram‑lhe: Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus? Jesus respondeu‑lhes: A obra de Deus é esta: que acrediteis naquele que Ele enviou.

E, apesar de que muitos dos presentes tinham visto com os seus próprios olhos o prodígio do dia anterior, disseram‑lhe: Que milagre fazes tu, pois, para que o vejamos e acreditemos em ti? Os nossos pais comeram o maná no deserto, segundo está escrito: Deu‑lhes a comer o pão do céu.

A primeira Leitura da Missa4 relata como, efetivamente, Deus manifestara a sua Providência em relação àqueles israelitas no deserto, fazendo cair diariamente do céu o maná que os alimentava. Esse pão era símbolo da Sagrada Eucaristia, que o Senhor anunciava agora pela primeira vez naquela pequena cidade junto do lago de Genesaré.

Jesus Cristo é o verdadeiro alimento que nos transforma e nos dá forças para realizarmos a nossa vocação cristã. “Só mediante a Eucaristia é possível viver as virtudes heróicas do cristianismo: a caridade até o perdão dos inimigos, até o amor pelos que nos fazem sofrer, até a doação da própria vida pelo próximo; a castidade em qualquer idade e situação da vida; a paciência, especialmente na dor e quando estranhamos o silêncio de Deus nos dramas da história ou da nossa existência. Por isso – exorta vivamente o Papa João Paulo II –, sede sempre almas eucarísticas para poderdes ser cristãos autênticos”5.

Com palavras do poeta italiano, pedimos ao Senhor: “Dai-nos hoje o maná de cada dia, / sem o qual por este áspero caminho / retrocede quem mais em caminhar se afana”6. Verdadeiramente, a vida sem Cristo converte‑se num áspero deserto, em que se está cada vez mais longe da meta.

– O pão da vida.

II. QUANDO OS JUDEUS dizem a Jesus que Moisés lhes deu o pão do céu, Jesus responde‑lhes que não foi Moisés, mas seu Pai Celestial. E é Ele quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é o que desceu do céu e dá a vida ao mundo.

“O Senhor apresenta‑se de tal forma, que parece superior a Moisés; jamais Moisés teve a audácia de dizer que dava um alimento que não perece, que permanece até a vida eterna. Jesus promete muito mais do que Moisés. Este prometia um reino, uma terra com rios de leite e mel, uma paz temporal, numerosos filhos, saúde corporal e todos os demais bens temporais [...]; prometia saciá‑los aqui na terra, mas de manjares que perecem. Cristo, no entanto, promete um manjar que, efetivamente, não perece, mas permanece eternamente”7.

Os que estavam presentes naquela manhã na sinagoga de Cafarnaum sabiam que o maná – o alimento que os judeus recolhiam diariamente no deserto – era um símbolo dos bens messiânicos, e por isso pedem ao Senhor que realize um portento semelhante. Mas não podiam sequer imaginar que o maná era figura do grande dom messiânico da Sagrada Eucaristia8.

Jesus diz‑lhes que aquele maná não era o pão do céu, porque os que o haviam comido tinham acabado por morrer, e que seu Pai era quem lhes podia dar esse outro pão totalmente excepcional e maravilhoso. Eles disseram‑lhe: Senhor, dá‑nos sempre desse pão. E Jesus respondeu‑lhes: Eu sou o pão da vida; quem vem a mim não terá jamais fome, e quem crê em mim não terá jamais sede.

O Senhor terá o maior cuidado em deixar bem claro que esse pão é uma realidade. Repete a seguir por oito vezes a palavra comer, para que nunca haja a menor dúvida. Ele é realmente o nosso alimento: O pão que eu darei é a minha carne. E, portanto, por meio da Sagrada Eucaristia, fazemo‑nos “concorpóreos e consanguíneos seus”9. A Eucaristia é a suprema realização daquelas palavras da Escritura: As minhas delícias são estar com os filhos dos homens10.

“O maior louco que já houve e haverá é Ele. É possível maior loucura do que entregar‑se como Ele se entrega, e àqueles a quem se entrega?

“Porque, na verdade, já teria sido loucura ficar como um Menino indefeso; mas, nesse caso, até mesmo muitos malvados se enterneceriam, sem atrever‑se a maltratá‑lo. Achou que era pouco: quis aniquilar‑se mais e dar‑se mais. E fez‑se comida, fez‑se Pão.

“– Divino Louco! Como é que te tratam os homens?... E eu mesmo?”11 Examinemo‑nos, pensando na próxima Comunhão que faremos. Não pode ser como as anteriores: deve estar mais cheia de amor.

– O próprio Cristo se nos dá em cada Comunhão. A sua presença na alma.

III. QUANDO COMUNGAMOS, o próprio Cristo, todo inteiro – com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua Divindade –, se dá a cada um de nós numa união inefavelmente íntima que nos configura com Ele de um modo real: a nossa vida transforma‑se na sua, assimila‑se à sua. Cristo, na Comunhão, não somente se acha conosco, mas em nós.

Ele não está em nós como um amigo está no seu amigo: mediante uma presença espiritual ativada por uma recordação mais ou menos constante. Depois da Comunhão, está verdadeira, real e substancialmente presente na nossa alma. “Eu sou o pão dos fortes – disse o Senhor a Santo Agostinho, e podemos aplicar agora essas palavras à Eucaristia –; crê e então me comerás. Mas não me transformarás na tua própria substância, como acontece ao manjar que alimenta o teu corpo, mas, ao contrário, tu te transformarás em Mim”12.

Cristo dá‑nos a sua vida, diviniza‑nos! Derrama sobre a nossa alma necessitada os infinitos méritos da sua Paixão, envia‑nos novas forças e auxílios, e introduz‑nos no seu coração amantíssimo, para nos transformar segundo os seus sentimentos. A alma é elevada ao plano sobrenatural; as virtudes de Jesus vivificam a alma, e esta fica incorporada a Ele, como membro do seu Corpo Místico. Então podemos dizer de modo pleno: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim13.

Cumprem‑se também em cada Comunhão aquelas palavras do Senhor na Última Ceia: Se alguém me ama – e recebê‑lo com piedade e devoção é o maior sinal de amor –, guardará os meus mandamentos, e meu Pai o amará, e viremos a ele e nele faremos a nossa morada14. A alma converte‑se em templo e sacrário da Santíssima Trindade. E a vida íntima das três divinas Pessoas impregna e transforma o homem, sustentando, fortalecendo e desenvolvendo nele o germe divino recebido no Batismo.

Da Eucaristia brotam todas as graças e todos os frutos de vida eterna – para cada alma e para a humanidade – porque neste sacramento “está contido todo o bem espiritual da Igreja”15.

Quando nos aproximamos da mesa da Comunhão, podemos dizer: “Senhor, espero em Ti; adoro‑te, amo‑te, aumenta‑me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas”16.

E recorremos a Santa Maria, pois Ela, que durante trinta e três anos pôde gozar da presença visível do seu Filho e o tratou com o maior respeito e amor possíveis, nos dará os seus mesmos sentimentos de adoração e de amor.

(1) Jo 6, 35; Antífona da Comunhão da Missa do décimo oitavo domingo do TC, ciclo B; (2) Jo 6, 24‑35; (3) Santo Agostinho, Comentário ao Evangelho de São João, 25, 10; (4) Ex 16, 2‑4; 12‑15; (5) João Paulo II, Homilia, 19‑VIII‑1979; (6) Dante Alighieri, A Divina Comédia. Purgatório, XI, 13‑15; (7) Santo Agostinho, Comentário ao Evangelho de São João, 25, 12; (8) cfr. Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos; (9) São Cirilo de Jerusalém, Catequese, 22, 1; (10) Prov 8, 31; (11) Josemaría Escrivá, Forja, n. 824; (12) Santo Agostinho, Confissões, 7, 10, 16; 7, 18, 24; (13) Gal 2, 20; (14) Jo 14, 23; (15) Conc. Vat. II, Decr. Presbyterorum ordinis, 5; (16) Josemaría Escrivá, op. cit., n. 832.

Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal.

05 de Agosto 2018

A SANTA MISSA

18º Domingo do tempo comum – Ano B
Cor: verde

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1ª Leitura: Ex 16,2-4.12-15

 “Eu farei chover para vós o pão do céu.”

Leitura do Livro do Êxodo

Naqueles dias, a comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão, no deserto, dizendo: 3“Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente?” O Senhor disse a Moisés: “Eis que farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia, a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. 12 Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: ‘Ao anoitecer, comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus’”. 13 Com efeito, à tarde, veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã, formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento. 14 Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda, em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra. 15 Vendo aquilo, os filhos de Israel disseram entre si: “Que é isto?” Porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes: “Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 77 (78), 3.4bc.23-24.25.54(R. 24b )

R. O Senhor deu a comer o pão do céu.

Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos,*
e transmitiram para nós os nossos pais,
4b não haveremos de ocultar a nossos filhos,
mas à nova geração nós contaremos:*
4c As grandezas do Senhor e seu poder.      R.

23 Ordenou, então, às nuvens lá dos céus,*
e as comportas das alturas fez abrir;
24 fez chover-lhes o maná e alimentou-os,*
e lhes deu para comer o pão do céu.       R.

25 O homem se nutriu do pão dos anjos,*
e mandou-lhes alimento em abundância;
54 Conduziu-os para a Terra Prometida,*
para o Monte que seu braço conquistou;      R.

2ª Leitura: Ef 4,17.20-24

 “Revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deu.”

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 17 Eis, pois, o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada. 20 Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, 21 se ao menos foi bem ele que ouvistes falar, e se é ele que vos foi ensinado, em conformidade com a verdade que está em Jesus. 22 Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, 23 e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. 24 Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Jo 6,24-35

 “Quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem acredita em Mim nunca mais terá sede.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,24 quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25 Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27 Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28 Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29  Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. 30 Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34 Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35 Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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04 de Agosto 208

A SANTA MISSA

17ª Semana do Tempo Comum – Sábado
Memória: São João Maria Vianney, Presbítero
Cor: branca

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1ª Leitura: Jr 26,11-16.24

 “Na verdade o Senhor enviou-me a vós
para falar tudo isso a vossos ouvidos”.

Leitura do Livro do Profeta Jeremias

Naqueles dias: 11Os sacerdotes e profetas dirigiram-se aos chefes e a todo o povo, dizendo: “Este homem foi julgado réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com vossos ouvidos”. 12Disse Jeremias aos dignitários e a todo o povo: “O Senhor incumbiu-me de profetizar para esta casa e para esta cidade através de todas as palavras que ouvistes. 13Agora, portanto, tratai de emendar a vossa vida e as obras, ouvi a voz do Senhor, vosso Deus, que ele voltará atrás da decisão que tomou contra vós. 14Eu estou aqui, em vossas mãos, fazei de mim o que vos parecer conveniente e justo, 15mas ficai sabendo que, se me derdes a morte, tereis derramado sangue inocente contra vós mesmos e contra esta cidade e seus habitantes, pois em verdade o Senhor enviou-me a vós para falar tudo isso a vossos ouvidos.” 16Os chefes e o povo em geral disseram aos sacerdotes e profetas: “Este homem não merece ser condenado à morte; ele falou-nos em nome do Senhor, nosso Deus.” 24Jeremias passou a ter proteção de Aicam, filho de Safã, para não cair nas mãos do povo e evitar ser morto.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 68,15-16. 30-31. 33-34 (R. Cf. 14)

R. No tempo favorável, escutai-me, ó Senhor!

15Retirai-me deste lodo, pois me afundo! +
Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, *
e salvai-me destas águas tão profundas!
16Que as águas turbulentas não me arrastem, +
não me devorem violentos turbilhões, *
nem a cova feche a boca sobre mim!      R.

30Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! *
Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus!
31Cantando eu louvarei o vosso nome *
e agradecido exultarei de alegria!       R.

33Humildes, vede isto e alegrai-vos: +
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
34Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos.      R.

Evangelho: Mt 14,1-12

 “Herodes mandou cortar a cabeça de João.
Vieram os discípulos e foram contar tudo a Jesus”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. Ele disse a seus servidores: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele.” De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. Pois João tinha dito a Herodes: “Não te é permitido tê-la como esposa.” 5Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. Instigada pela mãe, ela disse: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista.” O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela.10 E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere. 11 Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça e esta a levou para a sua mãe. 12 Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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São João Maria Vianney

04 de Agosto

São João Maria Vianney

Presbítero

Memória

– Sacerdotes santos. Dignidade incomparável. Amor ao sacerdócio.

– Necessidade de sacerdotes. Oração e mortificação pelos sacerdotes.

– O sacerdote, em nome do Senhor, acompanha a vida do homem. Apreço por aqueles que tanto nos deram. Confiar muito na oração dos sacerdotes.

São João Batista Maria Vianney nasceu perto de Lyon no dia 8 de maio de 1786. Teve que vencer muitas dificuldades até chegar à ordenação sacerdotal. Foi-lhe confiada a paróquia de Ars, onde esteve aproximadamente 42 anos. Sobressaiu pelo seu afã de almas, espírito de oração e de mortificação, e sobretudo pela sua infatigável dedicação à administração do sacramento da Penitência. Morreu em 1859. Foi canonizado e declarado Padroeiro do clero universal por Pio XI em 1929.

I. QUANDO JOÃO MARIA VIANNEY foi enviado à pequena paróquia de Ars (230 habitantes), o Vigário geral da diocese disse-lhe: “Não há muito amor a Deus nessa paróquia; procure introduzi-lo”1. E foi isso o que ele fez: inflamar no amor ao Senhor que lhe embargava o coração todos aqueles camponeses e muitas outras almas. Não possuía grande ciência, nem muita saúde, nem dinheiro..., mas a sua santidade pessoal, a sua união com Deus fez o milagre. Poucos anos depois, levas de gente de todas as regiões da França acorriam a Ars e por vezes tinham de esperar vários dias para ver o pároco e confessar-se. O que atraía as multidões não era a curiosidade de uns milagres que ele procurava ocultar. Era antes o pressentimento de encontrarem um sacerdote santo, “surpreendente pela sua penitência, tão familiar com Deus na oração, notável pela sua paz e humildade no meio dos êxitos populares, e sobretudo tão intuitivo em ir ao encontro das disposições interiores das almas e livrá-las dos seus fardos, especialmente no confessionário”2. O Senhor escolheu “como modelo dos pastores aquele que teria podido parecer pobre, fraco, indefeso e desprezível aos olhos humanos (cfr. 1 Cor 1, 27-29). Deus premiou-o com os seus melhores dons como guia e médico das almas”3.

Certa vez, perguntaram a um advogado de Lyon que regressava de Ars o que tinha visto ali. Ele respondeu: “Vi Deus num homem”4. É o que devemos pedir ao Senhor que se possa dizer de cada sacerdote, pela sua santidade de vida, pela sua união com Deus, pela sua preocupação pelas almas. No sacramento da Ordem, o sacerdote é constituído ministro de Deus e dispensador dos seus tesouros, como o chama São Paulo5. Esses tesouros são: a Palavra divina na pregação; o Corpo e o Sangue de Cristo, que administra na Santa Missa e na Comunhão; e a graça de Deus nos sacramentos.

Confia-se ao sacerdote a salvação das almas, a tarefa divina por excelência, “a mais divina das obras divinas”, conforme ensina um antigo Padre da Igreja. É constituído embaixador, medianeiro entre Deus e os homens, entre Deus que está nos céus e o homem que ainda se encontra de passagem pela terra; com uma mão, toma os tesouros da misericórdia divina; com a outra, distribui-os generosamente. Pela sua missão de medianeiro, participa da autoridade com que Cristo constrói, santifica e governa o seu Corpo6, e confecciona o sacramento da Eucaristia, que é a ação mais santa que os homens podem realizar sobre a terra.

Que querem, que esperam os homens do sacerdote? “Atrevemo-nos a afirmar que precisam, desejam e esperam – ainda que muitas vezes não pensem conscientemente nessa necessidade e nessa esperança – um sacerdote-sacerdote, um homem que se desviva por eles, para lhes abrir os horizontes da alma, que exerça sem cessar o seu ministério, que tenha um coração grande, capaz de compreender e de amar a todos, ainda que às vezes não seja correspondido; um homem que dê com simplicidade e alegria, oportunamente e mesmo inoportunamente (cfr. 2 Tim 4, 2), aquilo que apenas ele pode dar: a riqueza da graça, da intimidade divina, que Deus quer distribuir aos homens por meio dele”7.

Hoje é um dia muito oportuno para que, por meio do santo Cura d’Ars, peçamos muito pela santidade dos sacerdotes, especialmente daqueles que de alguma maneira foram colocados por Deus para ajudar-nos no caminho que conduz a Ele.

II. O CURA D’ARS costumava dizer com certa freqüência: “Que coisa tão grande é ser sacerdote! Se o compreendesse totalmente, morreria”8. Deus chama alguns homens a essa grande dignidade para que sirvam os seus irmãos. No entanto, “a missão salvífica da Igreja no mundo é levada a cabo não só pelos ministros em virtude do sacramento da Ordem, mas também por todos os fiéis leigos”9. Todos devem ser, cada um segundo a sua própria vocação e no meio dos seus afazeres, como astros do mundo10, que brilham na noite, pois “em virtude da sua condição de batizados e da sua vocação específica, participam do ofício sacerdotal, profético e real de Jesus Cristo, cada um na sua própria medida”11.

A participação dos leigos na vida da Igreja não consiste de maneira nenhuma em ajudar o clero, ainda que alguma vez o façam. O elemento especificamente laical não se encontra na sacristia, mas na família, na empresa, na moda, no esporte..., que procuram levar a Deus sem tirá-los da sua estrutura própria. A missão dos fiéis leigos deve impeli-los a impregnar a família, o trabalho e a ordem social daqueles princípios cristãos que o elevam e tornam mais humano: a dignidade e a primazia da pessoa humana, a solidariedade social, a santidade do casamento, a liberdade responsável, o amor à verdade, a justiça em todos os níveis, o espírito de serviço, a prática da compreensão mútua e da caridade...

Mas, para que possam exercer no meio do mundo “esse papel profético, sacerdotal, real, os batizados necessitam do sacerdócio ministerial pelo qual lhes é comunicado de forma privilegiada e tangível o dom da vida divina recebido de Cristo, Cabeça de todo o Corpo. Quanto mais cristão é o povo e quanto mais consciência toma da sua dignidade e do seu papel ativo dentro da Igreja, tanto mais sente a necessidade de sacerdotes que sejam verdadeiramente sacerdotes”12.

Pedimos hoje ao Senhor sacerdotes santos, amáveis, doutos, que tratem as almas como jóias preciosas de Jesus Cristo, que saibam renunciar aos seus planos pessoais por amor aos outros, que amem profundamente a Santa Missa, principal fim da sua ordenação e centro de todo o seu dia, e que concentrem os seus melhores esforços pastorais, “como fez o Cura d’Ars, no anúncio explícito da fé, do perdão, da Eucaristia”13.

III. DEUS COLOCOU O SACERDOTE junto da vida do homem para ser dispensador da misericórdia divina.

“Mal o homem nasce, o sacerdote regenera-o por meio do Batismo, infunde-lhe uma vida mais nobre e preciosa, a vida sobrenatural, e fá-lo filho de Deus e da Igreja de Jesus Cristo.

“Para fortalecê-lo e torná-lo mais apto para pelejar valorosamente na vida espiritual, um sacerdote revestido de especial dignidade fá-lo soldado de Cristo por meio da Confirmação.

“Mal é capaz de discernir e apreciar o Pão dos Anjos, o sacerdote alimenta-o e fortifica-o com esse manjar vivo e vivificante descido do céu.

“Se teve a desgraça de cair, o sacerdote levanta-o em nome de Deus e reconcilia-o por meio do sacramento da Penitência.

“Se Deus o chama a formar uma família e a colaborar com Ele na transmissão da vida humana no mundo, com o fim de aumentar primeiro o número de fiéis sobre a terra e depois o dos eleitos no céu, aí está o sacerdote para abençoar-lhe as núpcias e o seu amor casto.

“E quando o cristão, chegando aos umbrais da eternidade, necessita de fortaleza e auxílio para se apresentar diante do Juiz divino, o sacerdote inclina-se sobre os membros doloridos do enfermo, e de novo perdoa-lhe e fortalece-o com o sagrado crisma da Unção.

“Assim, depois de ter acompanhado os cristãos durante a sua peregrinação pela terra até às portas do céu, o sacerdote acompanha-lhes o corpo até à sepultura com os ritos e orações em que se reflete a esperança imortal, e segue a alma até mais além das portas da eternidade, para ajudá-la com sufrágios no caso de ainda necessitar de purificação e de refrigério.

“Portanto, desde o berço até à sepultura, mais ainda, até o Céu, o sacerdote é para os fiéis guia, consolo, ministro da salvação, distribuidor de graças e de bênçãos”14.

É de justiça que os fiéis rezem todos os dias – e de modo particular hoje que celebramos a festa do santo Cura d’Ars – por todos os sacerdotes, especialmente pelos que receberam de Deus a tarefa de atendê-los espiritualmente: por aqueles de quem recebem o ouro da boa doutrina, o pão dos Anjos e o perdão dos pecados. Com palavras do Bem-aventurado Josemaría Escrivá, eles ensinam-nos a tratar com Cristo, a encontrar-nos com Ele no tribunal amoroso da Penitência e na renovação incruenta do Sacrifício do Calvário, na Santa Missa15.

Temos de confiar nas suas orações, pedindo-lhes que rezem pelas nossas necessidades, e unir-nos às suas intenções, que dizem respeito habitualmente às exigências mais prementes da Igreja e das almas. Também devemos venerá-los e tratá-los com todo o afeto, “já que ninguém é tão verdadeiramente nosso próximo como aquele que curou as nossas feridas. Amemos o sacerdote, vendo nele o próprio Jesus Cristo, e amemo-lo como ao nosso próximo”16. Assim o pedimos ao santo Cura d’Ars.

(1) F. Trochu, El Cura de Ars, 6ª ed., Palabra, Madrid, 1991, pág. 141; (2) João Paulo II, Carta aos sacerdotes na Quinta-feira Santa, 16-III-1978, 5; (3) ib.; (4) cit. por João Paulo I, Alocução, 7-IX-1978; (5) cfr. 1 Cor 4, 1; (6) cfr. Conc. Vat. II, Decr. Presbiterorum ordinis, 12; (7) A. del Portillo, Escritos sobre o sacerdócio, 2ª ed., Palabra, Madrid, 1990, págs. 109-110; (8) B. Nodet, Jean-Marie Vianney, Curé d’Ars, sa pensée, son coeur, Le Puy, pág. 99; (9) João Paulo II, Exort. Apost. Christifideles laici, 30-XII-1988, 23; (10) cfr. Fil 2, 15; (11) João Paulo II, op. cit.; (12) idem, Retiro em Ars, 6-X-1986, 4; (13) ib.; (14) Pio XI, Enc. Ad catholici sacerdotii, 20-XII-1935; (15) cfr. Josemaría Escrivá, Amar a Igreja, Palabra, Madrid, 1986, pág. 75; (16) Santo Ambrósio, Tratado sobre o Evangelho de São Lucas, 7, 84.

Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal.


03 de Agosto 2018

A SANTA MISSA

17ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira
Cor: verde

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1ª Leitura: Jr 26,1-9

 “Todo o povo juntou-se contra Jeremias
na casa do Senhor”.

Leitura do Livro do Profeta Jeremias

No início do reinado de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, foi comunicada da parte do Senhor, esta palavra, que dizia: “Assim fala o Senhor: Põe-te de pé no átrio da casa do Senhor e fala a todos os que vêm das cidades de Judá, para adorar o Senhor no templo, todas as palavras que eu te mandei dizer. Não retires uma só palavra, talvez eles as ouçam e voltem do mau caminho, e eu me arrependa da decisão de castigá-los por suas más obras. A eles então dirás: Isto diz o Senhor: Se não vos dispuserdes a viver segundo a lei que vos dei, 5a escutar as palavras dos meus servos, os profetas, que eu vos tenho enviado com solicitude e para vossa orientação, e que vós não tendes escutado, farei desta casa uma segunda Silo e farei desta uma cidade amaldiçoada por todos os povos da terra”. 7Os sacerdotes e profetas, e todo o povo presente ouviram Jeremias dizer estas palavras na casa do Senhor. Quando Jeremias acabou de dizer tudo e que o Senhor lhe ordenara falasse a todo o povo, prenderam-no os sacerdotes, os profetas e o povo, dizendo: “Este homem tem que morrer! 9Por que dizes, em nome do Senhor, a profecia: – ‘Esta casa será como Silo, e esta cidade será devastada e vazia de habitantes?’ ” Todo o povo juntou-se contra Jeremias na casa do Senhor.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 68,5. 8-10. 14 (R. 14c)

R. Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor.

Mais numerosos que os cabelos da cabeça, *
são aqueles que me odeiam sem motivo;
meus inimigos são mais fortes do que eu; *
contra mim eles se voltam com mentiras!
Por acaso poderei restituir *
alguma coisa que de outros não roubei?      R.

Por vossa causa é que sofri tantos insultos, *
e o meu rosto se cobriu de confusão;
eu me tornei como um estranho a meus irmãos, *
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.
10 Pois meu zelo e meu amor por vossa casa *
me devoram como fogo abrasador;
e os insultos de infiéis que vos ultrajam *
recaíram todos eles sobre mim!       R.

14 Por isso elevo para vós minha oração, *
neste tempo favorável, Senhor Deus!
Respondei-me pelo vosso imenso amor, *
pela vossa salvação que nunca falha!       R.

Evangelho: Mt 13,54-58

 “Não é ele o filho do carpinteiro?
Então, de onde lhe vem tudo isso?”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo: 54 Dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55 Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58 E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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Santa Lídia

03 de Agosto

Santa Lídia 

Santa Lídia nasceu em Tiatira, cidade da Ásia Menor, famosa pela existência de muitas tinturarias e de uma planta de nome rúbia da qual se extraía a púrpura. De Tiatira ela foi para Filipos, perto do mar Egeu, onde se instalou como comerciante e onde gozava de boa situação financeira, produzindo tinta e tingindo lãs e roupas para vender. Como Filipos era uma colônia romana, e as leis romanas proibiam a construção de sinagogas no perímetro urbano, os judeus de Filipos construíram um prédio nos arredores da cidade, perto das margens do rio, onde se reuniam aos sábados.

Corria o ano 55 quando Paulo, que pretendia exercer sua missão na Macedônia, foi para Filipos. Lá chegando, ficou aguardando o sábado para encontrar-se na sinagoga com seus conterrâneos judeus. No sábado, dirigiu-se com seus companheiros para a margem do rio e lá encontraram algumas mulheres, e entre elas, Lídia. O Senhor abriu o coração de Lídia que aderiu à pregação de Paulo e pediu para ser batizada, sendo a primeira mulher a converter-se em terras da Europa.

Tudo indica que além de ser uma pessoa de posses, Lídia exercia uma liderança muito forte na família, já que sua opção por Jesus e seu testemunho de vida foram suficientes para que seus familiares também se convertessem.

Dócil à graça de Deus, Lídia colocou sua fé acima de seus interesses econômicos, acolhendo os missionários em sua casa, com muita alegria. Essa atitude de Lídia mostra uma opção incondicional à fé cristã, uma viva solidariedade aos missionários, além de muita coragem, vez que naquele tempo hospedar alguém significava garantir a proteção a essa pessoa.

A casa de Lídia foi a primeira igreja em solo macedônio, hoje europeu. Graças a ela, logo outras pessoas passaram a fazer parte desse núcleo cristão. Certamente muito estimulado pelo mérito de Lídia, São Paulo escreveu aos filipenses uma carta repassada de muita ternura. Não há informações sobre culto prestado a Lídia, mas os sinais de sua santidade são mais do que visíveis. No ano 1586 seu nome foi introduzido na lista oficial dos santos da Igreja.

No mundo de hoje, em que as grades substituem os jardins e os cães que vigiam as mansões são considerados os melhores amigos do homem, é gratificante encontrar pessoas como Lídia, que não hesitam em abrir as portas de sua casa e de seu coração e colocar à disposição do reino de Deus tudo o que é e o que tem. Felizes os que hoje, como Lídia, reconhecem que “os bens são de um, mas são para todos”.


TEMPO COMUM. DÉCIMA SÉTIMA SEMANA. QUINTA‑FEIRA

– Deus vive no meio de nós.

I. DEUS TINHA REVELADO ao longo do Antigo Testamento a sua intenção de habitar perenemente entre os homens. A chamada Tenda da reunião ou do encontro foi como que o primeiro templo de Deus no deserto, e sobre ela pousava uma nuvem que era o símbolo da glória de Deus e da sua presença: Então a nuvem cobriu a tenda do encontro e a glória do Senhor encheu o santuário1. Essa nuvem era o sinal da presença divina2.

Mais tarde, o Templo de Jerusalém viria a ser o lugar em que os israelitas encontrariam a Deus3, o lugar pelo qual tinham suspirado no deserto: Como são desejáveis as tuas moradas, Senhor dos exércitos! A minha alma consome‑se e anela pelos átrios do Senhor4. Estar longe do Santuário era estar privado de toda a felicidade verdadeira. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e verei o rosto de Deus?5

Chegada a plenitude dos tempos, o Verbo fez‑se carne. No momento da Encarnação, o poder do Altíssimo cobriu Nossa Senhora com a sua sombra6 e a Virgem veio a ser o novo Tabernáculo de Deus: o Verbo de Deus habitou entre nós7.

A palavra grega correspondente a “habitar” que São João emprega “significa etimologicamente «erguer a tenda de campanha» e, daí, habitar num lugar. O leitor atento da Escritura devia, pois, recordar‑se espontaneamente do tabernáculo dos tempos da saída do Egito, em que Javé manifestava visivelmente a sua presença no meio do povo de Israel [...].

“Aos sinais da presença de Deus na Tenda do santuário peregrinante no deserto e depois no Templo de Jerusalém, segue‑se, pois, a prodigiosa presença de Deus entre nós: Jesus, perfeito Deus e perfeito homem, em quem se cumpre a antiga promessa muito além do que os homens podiam esperar; como se cumprem também as promessas feitas por Isaías acerca do Emmanuelou «Deus conosco» (Is 7, 14)”8. Desde então podemos dizer com o mais absoluto respeito pela verdade que Deus vive entre nós. Não é para admirar‑nos e agradecer constantemente? Como podemos acostumar‑nos a essa realidade inaudita de um Deus que convive com os homens?

– Presença de Cristo no Sacrário.

II. DESDE O MOMENTO da Encarnação, podemos dizer em sentido próprio que Deus estáconosco, com uma presença pessoal, real, e de uma maneira que é exclusiva de Jesus Cristo: Jesus Cristo, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus, está conosco numa proximidade maior do que qualquer outra que se possa imaginar. Jesus é Deus conosco. Antes, os israelitas diziam que Deus estava com eles; agora podemos dizê‑lo de modo exato, como quando afirmamos que uma coisa que apreciamos com os sentidos está mais perto ou mais longe do lugar em que nos encontramos.

Na Palestina, Cristo deslocava‑se, ia de uma cidade para outra, a fim de pregar em outros lugares... Quando acabou estas parábolas, partiu dali9, lemos no Evangelho da Missa. Era Deus que deixava determinado lugar para ir ao encontro de outras pessoas. O sacerdote, quando consagra na Santa Missa, traz‑nos Cristo, Deus e Homem, ao altar onde antes não estava na sua Santíssima Humanidade. É uma presença especial, que só se dá na Eucaristia e que permanece no Sacrário, no Tabernáculo da Nova Aliança, enquanto durarem as espécies.

Esta presença refere‑se de modo direto ao Corpo de Cristo e indiretamente às três Pessoas da Santíssima Trindade: ao Verbo, pela união com a Humanidade de Cristo, e ao Pai e ao Espírito Santo, pela mútua imanência das Pessoas divinas10. É, pois, literalmente adequado dizer diante do Sacrário: “Deus está aqui”, perto de mim; creio firmemente, Senhor, que estás aí, que me vês, que me ouves...

O Magistério da Igreja, esclarecendo diversos erros, recordou e tornou preciso o alcance da presença eucarística: é uma presença real, quer dizer, nem simbólica nem meramente significada ou insinuada por uma imagem; verdadeira, não fictícia nem meramente mental ou suposta pela fé ou pela boa vontade de quem contempla as sagradas espécies; e substancial, porque, pelo poder conferido por Deus às palavras do sacerdote no momento da Consagração, toda a substância do pão se converte no Corpo do Senhor, e toda a substância do vinho no seu Sangue. Assim, o Corpo e o Sangue adoráveis de Cristo Jesus estão substancialmente presentes, e “na própria realidade, independentemente do nosso espírito, o pão e o vinho deixaram de existir depois da Consagração”11; “realizada a transubstanciação, as espécies do pão e do vinho [...] contêm uma nova «realidade», que com razão chamamos ontológica, porque sob as referidas espécies já não existe o que antes havia, mas algo completamente diverso [...], e isto não unicamente pelo juízo de fé da Igreja, mas pela realidade objetiva”12.

Jesus está presente nos nossos Sacrários independentemente de que muitos ou poucos se beneficiem da sua presença inefável. Ele está ali com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua Divindade. Deus feito homem! Não é possível maior proximidade. Podemos dizer de alguma maneira que a presença eucarística de Cristo é o prolongamento sacramental da Encarnação.

Do Sacrário, Jesus convida‑nos a fazer confluir para Ele os nossos afetos e súplicas. Na visita ao Santíssimo e nos atos de culto da Sagrada Eucaristia, agradecemos este dom de que não somos totalmente conscientes. Vamos até o Sacrário para buscar forças, para dizer a Jesus como notávamos a sua falta, quanto precisamos dEle, pois “a Eucaristia é conservada nos templos e oratórios como centro espiritual da comunidade religiosa ou paroquial; mais ainda, da Igreja universal e de toda a humanidade, já que sob o véu das sagradas espécies contém Cristo, cabeça visível da Igreja, Redentor do mundo, centro de todos os corações, por quem são todas as coisas e nós com Ele (1 Cor 8, 6)”13.

– O culto e a devoção a Jesus Sacramentado. O hino Adoro te devote.

III. A PRÁTICA DA IGREJA de adorar o Senhor presente no Tabernáculo sempre foi constante. Se os israelitas tinham tanta reverência por aquela Tenda do encontro no deserto, e mais tarde pelo Templo de Jerusalém, que eram figuras antecipadoras ou imagens da realidade, como não devemos honrar Jesus Cristo, que ficou para sempre conosco no Sacrário?

Nos primeiros séculos da Igreja, a principal razão pela qual se guardavam as sagradas espécies era a de prestar assistência àqueles que se viam impedidos de assistir à Santa Missa, especialmente aos doentes e moribundos, e aos encarcerados por causa da fé. O Sacramento do Senhor era‑lhes levado com unção e fervor, para que também eles pudessem comungar. Mais tarde, a fé viva na presença de Cristo não só levou os fiéis a visitarem com freqüência o lugar em que o Senhor ficava reservado, como deu origem ao culto do Santíssimo Sacramento. A autoridade da Igreja ratificou‑o e enriqueceu‑o constantemente: “Os cristãos – declarava o Concílio de Trento – tributam a este Santíssimo Sacramento, ao adorá‑lo, o culto de latria que se deve ao Deus verdadeiro, conforme o costume sempre aceito da Igreja católica”14.

No século XIII, São Tomás compôs um hino que, de uma maneira fiel e piedosa, contém a fé da Igreja na Sagrada Eucaristia. Nós podemos fazê‑lo nosso em muitas ocasiões para alimentarmos a nossa piedade e honrarmos Jesus Sacramentado: Adoro te devote, latens Deitas... “Eu te adoro com devoção, Deus escondido, verdadeiramente oculto sob estas aparências. A ti se submete meu coração por completo, e se rende totalmente ao contemplar‑te”; acato com humildade e agradecimento – deslumbrado ante o poder de Deus, pasmado ante a sua misericórdia – tudo o que a fé nos ensina. O próprio Deus se entrega, inerme, nas nossas mãos: que grande lição para a minha soberba! E, com a confiança que cresce ao tê‑lo aí, tão próximo, pedimos ao Senhor a sua graça para submetermos o nosso eu à sua Vontade...

Junto do Sacrário, aprendemos a amar; nele encontramos as forças necessárias para sermos fiéis. Ele espera‑nos sempre e alegra‑se quando o procuramos, nem que seja numa breve visita de poucos minutos. Espera os homens tantas vezes maltratados pelas asperezas da vida, e conforta‑os com o calor da sua compreensão e do seu amor. Junto do Sacrário, cobram outra força aquelas palavras do Senhor: Vinde a mim, todos os que estais fatigados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei15.

(1) Ex 40, 34; Primeira leitura da Missa da quinta‑feira da décima sétima semana do TC, ano I; (2) cfr. Num 12, 5; 1 Rs 8, 10‑11; (3) cfr. Is 1, 12; Ex 23, 15‑17; (4) Sl 83, 2‑3; Salmo responsorialda Missa da quinta‑feira da décima sétima semana do TC, ano I; (5) Sl 42, 3; (6) cfr. Lc 1, 35; (7) Jo 1, 14; (8) Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos, EUNSA, Pamplona, 1983, pág. 1146; (9) Mt 13, 53; (10) cfr. Conc. de Trento, Decr. De Sanctissima Eucharistia, cap. XI; (11) Paulo VI, Credo do povo de Deus, 25; (12) idem, Enc. Mysterium fidei, 3‑IX‑1965; (13) ib., 69; (14) Conc. de Trento, Secção XIII, cap. V, Dz 1643; (15) Mt 11, 28.

02 de Agosto 2018

A SANTA MISSA

17ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira 
Cor: verde

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1ª Leitura: Jr 18,1-6

 “Como é o barro na mão do oleiro, assim sois vós em minha mão”. 

Leitura do Livro do Profeta Jeremias

1 Palavra dirigida a Jeremias, da parte do Senhor: 2 “Levanta-te e vai à casa do oleiro, e ali te farei ouvir minhas palavras”. 3 Fui à casa do oleiro, e eis que ele estava trabalhando ao torno; 4 quando o vaso que moldava com barro se avariava em suas mãos, ei-lo de novo a fazer com esse material um outro vaso, conforme melhor lhe parecesse aos olhos. 5 Fez-se em mim a palavra do Senhor: 6 “Acaso não posso fazer convosco como este oleiro, casa de Israel? diz o Senhor.  Como é o barro na mão do oleiro, assim sois vós em minha mão, casa de Israel”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 145,1-2. 3-4. 5-6 (R.5a)

R. Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

1 Bendize, minh’alma, ao Senhor!+
2 Bendirei ao Senhor toda a vida, *
cantarei ao meu Deus sem cessar!     R.

3 Não ponhais vossa fé nos que mandam, *
não há homem que possa salvar.
4 Ao faltar-lhe o respiro ele volta +
para a terra de onde saiu; *
nesse dia seus planos perecem.     R.

5 É feliz todo homem que busca +
seu auxílio no Deus de Jacó, *
e que põe no Senhor a esperança.
6 O Senhor fez o céu e a terra, *
fez o mar e o que neles existe.      R. 

Evangelho: Mt 13,47-53 

 

“Recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam”. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 47 O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar  e que apanha peixes de todo tipo. 48 Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. 49 Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50 e lançarão os maus na fornalha de fogo. E ai, haverá choro e ranger de dentes. 51 Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim.” 52 Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” 53 Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Nossa Senhora Rainha dos Anjos

02 de Agosto

Nossa Senhora Rainha dos Anjos

A Virgem Maria foi coroada no Céu pela Santíssima Trindade, como Rainha, porque é de fato Rainha, Mãe do Rei dos Reis, é a Imperatriz do Céu e da Terra!

Este grande título pode ser perfeitamente associado com a Maternidade de Maria, isto é, com a vinda sobre ela, em Nazaré, do Espírito Santo, após a anunciação do anjo Gabriel e com o consequente nascimento de nosso Senhor em Belém. Ela, como Mãe de Nosso Senhor, torna-se mais próxima a Ele do que qualquer anjo; mas próxima mesmo que o serafim que O rodeia e clama continuamente “Santo, Santo, Santo”.

São Miguel e São Gabriel são os dois arcanjos que possuem uma função especial no Evangelho, e ambos estão associados a Maria na história da Encarnação: São Gabriel, quando o Espírito Santo desceu sobre Maria, e São Miguel, quando a Divina Criança nasceu.

São Gabriel saudou-se como “cheia de graça” e “abençoada entre as mulheres” e anunciou que o Espírito Santo desceria sobre ele e assim ela geraria um filho que seria o Filho do Altíssimo. O que sabemos sobre o ministério de São Miguel no nascimento do Filho Divino, aprendemos do Livro do Apocalipse, escrito pelo Apóstolo São João. Sabemos que Nosso Senhor veio para estabelecer o Reino dos Céus entre os homens, e que logo ao nascer já foi atacado pelos poderes do mundo que queriam destruí-lo. Herodes procurou tirar Sua vida, mas foi derrotado por São José, que levou Maria e o menino Jesus para o Egito. Entretanto, São João no Apocalipse nos diz que São Miguel e seus anjos foram os reais guardiões da Mãe do Filho, naquela e em outras ocasiões.