02 de Setembro
Santa Dorotéia
Santa Dorotéia nasceu em Cesaréia, Capadócia, atual Turquia. Jovem, bonita, rica, bem educada, atraía a atenção de todos pela sua doçura, paciência e humildade. Dorotéia foi uma das primeiras vítimas do governador Fabrício, quando este recebeu ordens para exterminar de vez o cristianismo. Embora pouco aparecesse em público, desenvolvia uma intensa atividade entre os cristãos, animando-os a perseverarem na fé.
Foi denunciada, levada ao tribunal, submetida a interrogatórios e intimada a oferecer sacrifícios aos deuses. Ela porém, movida por uma santa ousadia, confessou pública e corajosamente sua fé. Irritado, o governador condenou-a a morrer decapitada. Antes, porém, mandou esbofeteá-la, torturá-la e expô-la às maiores humilhações.
Conta uma lenda que ao sair do tribunal, um advogado de nome Teófilo lhe disse com ironia: “Dorotéia, esposa de Cristo, envia-me frutos ou rosas do jardim de teu esposo“. Chegando ao local do martírio, Dorotéia avistou um menino a quem entregou o lenço com que havia enxugado o suor do rosto, pedindo-lhe que o entregasse ao advogado. Ao receber o lenço, na hora exata em que ela morria, Teófilo não se conteve e começou a louvar e dar graças a Deus. Foi denunciado como cristão e imediatamente levado à presença do governador Fabrício para ser interrogado. Ele confessou que não mais acreditava nos deuses de Roma, mas no Deus vivo e verdadeiro de Dorotéia e foi imediatamente decapitado.
O episódio da conversão de Teófilo inspirou os artistas a apresentarem Santa Dorotéia, sentada aos pés da Virgem Maria que tem ao colo o Menino Jesus. Dorotéia tem uma coroa de rosas na cabeça, um ramalhete de margaridas numa das mãos e, na outra, uma cesta de flores e frutos. Em outras representações, a cesta está nas mãos de um anjo encarregado de levá-la a Teófilo, e o pequeno mensageiro está ao seu lado direito. Santa Dorotéia é conhecida como a santa das flores.
O mundo de hoje, onde os fortes e poderosos continuam dominando os mais débeis e fracos, necessita de pessoas firmes como Santa Dorotéia, capazes de não se curvar ante a prepotência dos ‘Fabrícios’ que, a todo custo, querem impor seus valores e sua vontade. Mas, certamente só quando nós cristãos assumirmos com amor e destemor os valores do Evangelho, é que esse nosso mundo, saturado de violência, mas carente de beleza e de pão, vai poder ver flores nas mãos dos que antes portavam armas, e cestas com saborosos frutos sobre as mesas onde antes imperava a fome.