15 de Dezembro

Santa Cristiana 

A Ibéria (antes Geórgia) estende-se ao sul do Cáucaso. Ali, antigamente, cultuavam-se os astros, o fogo, as árvores. O cristianismo surgiu com as influências romanas.

Em 337, o rei da Ibéria oriental converteu-se. Uma cativa cristã, destemerosamente, pregando Nosso Senhor, principiou a fazer milagres, e, a pouco e pouco, os bárbaros da região entraram a se interessar pelo Cristo que ela confessava.

Um dia, uma mulher, com o filho doente, foi procurá-la, porque ouvira dizer que tinha poderes para restituir a saúde ao corpo apenas sentando o paciente no colo.

A cativa tomou o menino, sentou-o no seu cilício, e disse à mãe que ela adorava a Cristo, e que só Ele tinha poderes sobre a natureza. Curado o menino, mais a fama da cativa aumentou e correu por toda a região.

A nova da cura do menino chegou aos ouvidos do rei, que estava com a esposa às portas da morte. Levada a rainha até a cativa, Santa Nina, ou Cristiana, porque era ela a nossa Santa, fez com que a soberana se deitasse sobre o seu cilício, e rogou a Deus que a curasse. Imediatamente, a rainha, que mal podia mexer-se no leito, levantou-se rapidamente, inteiramente devolvida à saúde.

O rei, numa alegria extrema, desejou recompensar largamente aquela mulher que lhe curara a esposa, por todos dada como perdida, mas Santa Nina desprezava o ouro e ria do dinheiro. Que desejava ela, então? Unicamente, disse, que todos adorassem a Nosso Senhor Jesus Cristo, Aquele que restituíra a saúde à rainha.

O rei ficou pensativo, e, deixando, com a esposa, a companhia da Santa, prometeu pensar com vagar sobre a questão. E o tempo foi passando.

Um dia, saiu para caçar. Sem os que o acompanhavam, enveredou por um caminho estreito, sozinho. Senão quando, tudo ao seu redor ficou escuríssimo, mais do que a mais negra noite.

Apavorado, pensou no Cristo da cativa. Então, no mesmo instante, a luz do sol tornou a brilhar para ele, clareando-lhe a vereda que ia perfazendo.

De volta, o rei foi consultar Santa Cristiana. Nina, alegre por vê-lo com outra disposição, aconselhou-o a erigir uma igreja. O povo apoio-o. A igreja alevantou-se, com magnificência, e foi servida, pouco depois, por padres enviados pelo imperador Constantino.

Foi assim que o rei Mirian e a rainha Nana abraçaram o cristianismo e ergueram na capital. do reino, Mzkheta, a igreja chamada da Coluna Viva.

Conta-se que já duas colunas, por ocasião dos trabalhos do templo, tinham sido colocadas no seu lugar, quando a noite chegou, sem que a terceira pudesse ser movida misteriosamente.

Santa Nina, à noite, procurou as obras. Orando e orando, plantou a coluna que muitíssimos braços, ajudados por engenhos, não haviam conseguido erguer um só centímetro do chão.

Fonte: Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XXI, p. 279 à 282