São Bernardino Realino

02 de Junho

São Bernardino Realino

Bernardino nasceu na ilha de Capri, Nápoles, em 1 de dezembro ao ano 1530. Era filho de uma família rica e nobre, a família Realino. Na infância, recebeu formação cristã tradicional. Quando jovem, destacou-se pela Inteligência. Seus pais o enviaram para estudar na famosa Academia de Modena e, mais tarde, para a não menos famosa Universidade de Bolonha. Lá, ele se formou em direito civil e eclesiástico, além de filosofia e medicina.

Aos vinte e cinco anos, o brilhante Bernardino ingressou na carreira da administração, por indicação de um cardeal amigo de sua família e governador da cidade de Milão. A partir desse momento, sua carreira decolou e ele passou a ocupar cargos importantes da administração e da política em vários lugares. Em dez anos, ele foi prefeito da cidade italiana de Felizzano de Monferrato, depois, advogado fiscal na famosa Alexandria, prefeito da cidade de Cassine, prefeito de outra cidade chamada Castel Leone e, por fim, foi nomeado auditor e lugar-tenente da grande cidade de Nápoles. Nesse tempo, ele nunca deixou de ajudar os pobres.

A carreira política de Bernardino ia de vento em popa quando, em 1564, ele caiu gravemente doente. No leito, procurou novamente a oração. Certo dia, teve a visão da Virgem Maria com o Menino Jesus no colo e ficou curado. O fato causou uma profunda mudança no coração de Bernardino. Ele percebeu que Deus estava lhe dando uma segunda chance e que tinha uma missão muito mais importante para cumprir neste mundo. Por isso, procurou um sacerdote jesuíta, que o acolheu e se tornou seu diretor espiritual.

Aos trinta e cinco anos Bernardino ingressou na vida religiosa e foi ordenado sacerdote jesuíta. Como padre, intensificou o trabalho que já realizava junto aos pobres e tornou-se um grande evangelizador. Manifestou-se nele o dom da cura e dom extraordinário do conselho. Por isso, passou a ser procurado por todos, desde os príncipes, as autoridades religiosas e o povo em geral. Todos buscavam seu conselho iluminado. O pala Paulo V e alguns reis escreveram a ele pedindo orientação.

No ano 1574, o Padre Bernardino foi enviado à cidade de Lecce para fundar ali um colégio da Ordem dos Jesuítas. Lá, ele exerceu seu ministério sacerdotal por quarenta e dois anos. A sua atuação nesta comunidade foi tão marcante, que, quando adoeceu e estava prestes a falecer, o Conselho Municipal se reuniu à sua volta para pedir que ele aceitasse ser o padroeiro da cidade e intercedesse a Deus por ela. De viva voz, São Bernardino aceitou. Trata-se do único fato desse tipo registrado na tradição católica.

São Bernardino faleceu quanto tinha oitenta e seis anos. Era o dia 2 de julho do ano 1616. Desde então, passou a ser o padroeiro de Lecce mesmo antes de ter sido canonizado. Sua beatificação aconteceu 1m 1895 e a canonização em 1947. Mais tarde, ele se tornou também o padroeiro da cidade de Capri.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br


A oportunidade perdida

TEMPO COMUM. DÉCIMA TERCEIRA SEMANA. QUARTA‑FEIRA

– O Senhor apresenta‑se, por vezes, de maneira diferente de como o esperávamos.
– Desprendimento, para vermos Jesus e para cumprirmos a sua vontade quando não coincide com a nossa.
– Olhar com fé para as circunstâncias desfavoráveis e descobrir nelas a presença do Senhor.

I. JESUS CHEGOU à outra margem do lago, à região dos gadarenos, terra de gentios1; talvez procurasse um lugar afastado para descansar com os seus discípulos. Ali curou dois endemoninhados que saíram ao seu encontro. Perto do lugar pastava uma vara de porcos; os demônios pediram‑lhe que, se os expulsava desses homens atormentados, os enviasse àqueles porcos. E o Senhor permitiu‑o. Eles saíram e foram‑se para os porcos, e toda a vara se lançou ao mar barranco abaixo, perecendo nas águas. Os porqueiros fugiram e, indo à cidade, contaram tudo, especialmente o que se passara com os endemoninhados. E eis que toda a cidade saiu ao encontro de Jesus, e, vendo‑o, rogaram‑lhe que se retirasse dos seus limites.

Rogaram‑lhe que se retirasse daquele lugar. Foi uma grande oportunidade perdida por esses homens; haviam tido o próprio Deus entre eles, e não souberam vê‑lo. Possivelmente, o Senhor nunca mais passou por aqueles lugares. Tinham‑no tido tão perto!, e pediram‑lhe que se afastasse! Que pouco hospitaleiro é às vezes o mundo para com o seu Senhor! Com freqüência, para muitos, o que conta são os bens materiais, e não é difícil ver como se tenta construir uma sociedade em que o Senhor não esteja presente; não lhe deixam lugar, “como se Deus não merecesse nenhum interesse no âmbito dos desígnios operativos e associativos do homem”2.

Exclui‑se Aquele que dá sentido a tudo. O Senhor ilumina a alegria e o sofrimento, a vida e a morte, o trabalho... E sem Ele, nada vale a pena. “Exclusão de Deus, ruptura com Deus, desobediência a Deus: é isto o que tem sido, ao longo de toda a história humana, e continua a ser, sob formas diversas, o pecado, que pode chegar até à negação de Deus e da sua existência: é o fenômeno chamado ateísmo”3. No fundo de muitas atitudes que rejeitam ou excluem a verdade sobrenatural, encontra‑se um radical materialismo prático que impede de ver a ação de Deus naquilo que nos rodeia.

Nós dizemos a Jesus que queremos colocá‑lo no cume de todas as tarefas humanas, mediante um trabalho profissional consciencioso; que queremos a sua presença na nossa vida, na família, uma presença que dê sentido ao que somos e ao que possuímos: à nossa inteligência, ao nosso coração, à amizade, aos amores limpos e nobres de cada um. Dizemos‑lhe que queremos permanecer vigilantes, como a sentinela, para dar‑lhe entrada na nossa alma, mesmo que se apresente de uma maneira inesperada.

II. AQUELES GENTIOS, apesar do milagre relatado pelos porqueiros e de verem livres e sãos os dois endemoninhados, não quiseram receber Jesus. Quantos bens não teriam recebido em suas casas, e sobretudo nas suas almas! Mas estavam cegos para os bens espirituais. O mesmo acontece a muitos nos nossos dias: têm os seus projetos para serem felizes, e freqüentemente olham para Deus simplesmente como alguém que os ajudará a realizá‑los. “O verdadeiro estado de coisas é completamente ao contrário. Deus tem os seus planos para a nossa felicidade, e está à espera de que o ajudemos a Ele a realizá‑los. E que fique claro quenós não podemos melhorar os planos de Deus”4.

Alguns cristãos, por estarem excessivamente apegados às suas idéias e caprichos, dizem a Jesus que se retire das suas vidas, justamente quando estava mais perto e quando mais precisavam dEle: numa doença, numa contrariedade..., quando perdem uns bens materiais que provavelmente era necessário que perdessem para receberem o Bem supremo, que vem, muitas vezes, por caminhos diferentes dos que eles desejavam. Talvez o esperassem no triunfo, e apresenta‑se no fracasso ou na ruína; não no fracasso produzido pela indolência, pela precipitação ou pela imprudência, mas no fracasso que chega quando, no nosso entender, nos tínhamos servido de todos os meios humanos e sobrenaturais possíveis para acertar.

Com que freqüência a lógica de Deus não coincide com a lógica dos homens! É o momento de abraçar a vontade divina: “Tu o queres, Senhor?... Eu também o quero!”5 Quantas vezes, diante de contratempos que nem nos passavam pela cabeça, não teremos feito nossa essa oração, de mil modos repetida!

Já se disse que “o plano de Deus é de uma só peça”, isto é, que não existem peças soltas e sem sentido. Tudo o que nos parece contraditório e inexplicável enquadra‑se no plano divino, ainda que só venhamos a sabê‑lo mais tarde ou na outra vida. Do que não há dúvida é de que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus6. Mas, para o descobrirmos pessoalmente, para descobrirmos a vontade de Deus em todos os acontecimentos da vida, incluídos os menos gratos, para seguirmos Cristo de perto em todas as circunstâncias, “temos que estar seriamente desprendidos de nós mesmos: dos dons da inteligência, da saúde, da honra, das ambições nobres, dos triunfos, dos êxitos.

“Refiro‑me também – porque até aí deve chegar a tua decisão – a esses anseios límpidos com que procuramos exclusivamente dar toda a glória a Deus, e louvá‑lo, ajustando a nossa vontade a esta norma clara e precisa: «Senhor, só quero isto ou aquilo se for do teu agrado, porque, senão, para que me interessa?» Assestamos assim um golpe mortal no egoísmo e na vaidade, que serpenteiam por todas as consciências; e ao mesmo tempo alcançamos a verdadeira paz na nossa alma, com um desprendimento que acaba na posse de Deus, cada vez mais íntima e mais intensa”7.

É necessário purificar o coração dos amores desordenados – do amor próprio desordenado, do excessivo apego aos bens que se possuem ou que se desejaria possuir, das idéias e opiniões próprias, dos projetos que se fez acerca da própria felicidade... – para confiar mais no nosso Pai‑Deus. Então poderemos ver claramente e interpretar acertadamente todos os acontecimentos, descobrindo sempre por detrás deles a presença amável de Jesus.

III. SE NÃO HOUVESSE OCORRIDO aquela hecatombe de porcos, os porqueiros provavelmente não teriam descido à cidade e os seus habitantes não teriam sabido que Jesus estava ali, tão perto. Se a mulher que encontrou o Mestre em Cafarnaum não tivesse estado doente durante tantos anos e não tivesse gasto todos os seus haveres com os médicos, não se teria aproximado de Jesus para tocar‑lhe a fímbria do manto e nunca teria ouvido aquelas palavras consoladoras, as mais importantes da sua vida, que bem valeram todos os sofrimentos e os gastos inúteis... O que nos parece um mal, talvez não o seja tanto; somente o pecado é um mal absoluto, e dele – com amor, com humildade e contrição – pode‑se tirar o saborosíssimo fruto de um novo encontro com Cristo8, em que a alma rejuvenesce.

Por trás dos males (doença, cansaço, dor, ruína...), encontramos sempre Jesus que nos sorri e nos estende a mão para nos ajudar a superar essas situações e a crescer interiormente. Os males desta vida são um contínuo apelo ao nosso coração, que nos diz: O Mestre está aqui e chama‑te!9 Mas se estamos mais apegados aos nossos projetos, à saúde, à vida... do que à vontade de Deus – a princípio, por vezes misteriosa e incompreensível –, só veremos na desgraça a perda de um bem relativo e parcial que talvez tenhamos convertido em absoluto e definitivo. Que enorme erro se nesses momentos não soubermos compreender que Jesus nos visita!

Com uma lógica diferente da nossa, o Senhor vai dispondo os acontecimentos para que, com dor algumas vezes e com gosto outras, nos desprendamos de tudo para que Ele invada toda a nossa existência. Temos que pensar muitas vezes na atuação íntima de Deus em nós, pois Ele dispõe até a menor circunstância para que sejamos felizes, para facilitar‑nos o desprendimento de nós mesmos, dos nossos projetos..., para que sejamos santos. Aos olhos de Deus, “uma só alma tem mais valor do que todo o universo, e as maravilhas que Deus realiza no íntimo das nossas vidas são, de longe, mais extraordinárias que todos os esplendores do cosmos material”10.

Se aqueles gentios tivessem compreendido quem estava diante deles, se tivessem captado o milagre realizado com os dois homens libertados do demônio, que importância teriam dado à perda econômica de uns porcos? Teriam rendido graças a Deus por ela, teriam convidado Jesus para suas casas e organizado uma festa porque o Mestre estava com eles e porque tinham recuperado dois homens.

Se olharmos com fé para as pequenas ou grandes desgraças da vida, acabaremos sempre por dar graças por elas: pela doença inesperada quando tínhamos tanto que fazer, pela humilhação que sofremos vinda de quem menos esperávamos, pela perda do emprego quando parecia que tínhamos conquistado a confiança dos diretores... Obrigado, Senhor – diremos na intimidade do nosso coração –, porque te apresentaste, ainda que tenha sido por onde menos te esperava! Peçamos à Virgem, que experimentou tantos contratempos, aflições e dores, que nos ensine a não perder essas oportunidades de encontrar Jesus no meio das circunstâncias humanamente mais desfavoráveis.

(1) Mt 8, 28‑34; (2) São João Paulo II, Exort. Apost. Reconciliatio et Paenitentia, 2‑XII‑1984, 14; (3) ib.; (4) E. Boylan, Amor Sublime, Apostolado da Imprensa, Porto, 1953, pág. 27; (5) cfr. São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 762; (6) Rom 8, 28; (7) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, 2ª ed., Quadrante, São Paulo, 1978, n. 114; (8) cfr. São Bernardo, Sobre a falácia e brevidade da vida, 6; (9) Jo 11, 28; (10) M. M. Philipon, Los dones del Espíritu Santo, Palabra, Madrid, 1983, pág. 249.

Fonte: Livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.


Preciosíssimo Sangue de Jesus

01 de Julho

Preciosíssimo Sangue de Jesus

O mês de julho foi estabelecido pela Igreja como o mês dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Jesus. A piedade cristã sempre manifestou, através dos séculos, especial devoção ao Sangue de Cristo derramado para a remissão dos pecados de todo o gênero humano, por ocasião da Paixão e Morte de Jesus e atravessando a história até hoje com Sua presença real no Sacramento da Eucaristia.

Desde tempos muito remotos, a devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus e Seu Sagrado Coração sempre esteve presente e  floresceu cada vez mais em meio ao clero e  aos fiéis, através de solenidades, preces públicas e  Ladainha própria, com o fim de pedir a Deus perdão dos pecados, afastar os fiéis dos justos castigos, implorar as bênçãos do céu sobre os frutos da terra, e prover nossas necessidades espirituais e temporais.

No século passado, foi São Gaspar de Búfalo admirável propagador desta insigne devoção, tendo o merecimento da aprovação da Santa Sé e por isto até hoje é conhecido como o “Apóstolo do Preciosíssimo Sangue”. Foi por ordem do Papa Bento XIV que foram compostos a missa e o ofício em honra ao Sangue de Jesus para finalmente ser estendida à Igreja Universal por decreto do Papa Pio IX.

O Papa João XXIII, cuja família desde a sua infância foi fiel devota ao Preciosíssimo Sangue, também perpetrou esta santa devoção, tendo logo no início de seu pontificado escrito a Carta Apostólica Inde a Primis, a fim de promover o seu culto, conforme fez menção o Papa João Paulo II em sua Carta Apostólica Angelus Domini, onde frisa o convite de João XXIII sobre o valor infinito daquele sangue, do qual “uma só gota pode salvar o mundo inteiro de qualquer culpa.”

A fonte desta devoção está no lado aberto de Jesus na cruz, no trono glorioso, loucura para os homens e vitória para Deus: “Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água”. (Cf. João 19,33-34).

“Quereis conhecer o poder do Sangue de Cristo? Repara de onde começou a correr e de que fonte brotou”. (São João Crisóstomo)

Fonte: https://sacrificiovivoesanto.wordpress.com


Santos Protomártires de Roma

30 de Junho

Santos Protomártires de Roma

“A esses homens que levaram uma vida santa, veio juntar-se uma grande multidão de eleitos que, por causa dos ciúmes, sofreram todo o tipo de maus tratos e suplícios e deram um magnífico exemplo entre nós”, assinalava em uma carta aos Coríntios o Papa São Clemente I.

Com o anúncio da Boa Nova dos Apóstolos, o número de fiéis foi crescendo cada vez mais. No entanto, o Senado romano rejeitou esta nova religião, que era contrária às tradições de Roma, e a declarou ilegal até o ano 35 d.C.

Mais tarde, para escapar da acusação de ter incendiado Roma, Nero culpou os cristãos, acusando-os de ser uma religião maléfica, que praticava o canibalismo, ao não entender o sentido da Eucaristia, e difamando-os como incestuosos, pelo costume que tinham de chamar-se irmãos e dar o beijo da paz.

Foi assim que desencadeou uma série de perseguições na qual milhares de cristãos deram suas vidas para proclamar e crer no verdadeiro amor de Deus que Jesus Cristo ensinou.

O Martirológio Jeronimiano é o primeiro a comemorar o martírio de mais de 900 pessoas nos tempos de Nero, com data de 29 de junho, o mesmo dia de São Pedro e São Paulo.

Atribui-se a São Pio V a primeira menção no Martirológio Romano desses protomártires com data de 24 de junho. Atualmente, a Igreja os celebra em 30 de junho.

Fonte: https://www.acidigital.com


O Silêncio de Deus

TEMPO COMUM. DÉCIMA TERCEIRA SEMANA. TERÇA‑FEIRA

– O Senhor sempre ouve os que recorrem a Ele.
– Confiança em Deus.
– As ocasiões em que Deus parece manter‑se em silêncio.

I. AO LONGO de todo o Evangelho, vemos Jesus comportar‑se com naturalidade e simplicidade. Não tem gestos clamorosos nem os procura naqueles que o seguem. Realiza os milagres sem fazer barulho, na medida em que lhe é possível. Às pessoas que cura, recomenda‑lhes que não andem apregoando as graças que recebem. Ensina que o reino de Deus não vem ostensivamente, e mostra a força misteriosa das suas palavras mediante as parábolas do grão de mostarda e do fermento. Vemo‑lo também escutar silenciosamente os pedidos de ajuda, e depois atendê‑los com simplicidade.

O silêncio de Jesus durante o processo diante de Herodes e de Pilatos transpira uma sublime grandeza. Vemo‑lo de pé, sem abrir a boca, diante de uma multidão vociferante, enfurecida, que se serve de falsos testemunhos para tergiversar as suas palavras. O seu silêncio impressiona‑nos especialmente pelo contraste com o redemoinho que as paixões humanas agitam. Silêncio de Jesus, que não é indiferença nem desprezo por umas criaturas que o ofendem: está cheio de piedade e perdão. Jesus Cristo sempre espera a nossa conversão. O Senhor sabe esperar! Tem mais paciência do que nós.

O silêncio na Cruz não é uma pausa que se faz para armazenar ira e depois condenar. Quem está na Cruz é Deus, que perdoa sempre. Ele abre de par em par o caminho de uma nova e definitiva era de misericórdia. Deus escuta sempre os que o seguem, ainda que vez por outra pareça que se cala, que não nos quer ouvir. Observa sempre as fraquezas dos homens..., mas para perdoar, para levantar e ajudar. Se numa ou noutra situação permanece calado, é para que a nossa fé, a nossa esperança e o nosso amor amadureçam.

Na cena que o Evangelho da Missa nos propõe1, contemplamos Jesus que, cansado depois de um dia de intensa pregação, sobe com os seus discípulos a uma barca para passar à outra margem do lago. Quando já navegavam havia um bom tempo, desencadeou‑se uma tempestade tão grande que as ondas cobriam a barca. Entretanto, o Senhor, extenuado pela fadiga, adormeceu. Estava tão cansado que nem sequer os fortes balanços da embarcação o acordaram. É a única passagem do Evangelho que nos mostra Jesus dormindo. Jesus parece estar ausente.

Os Apóstolos, na maioria homens afeitos ao mar, perceberam imediatamente que os seus esforços não eram suficientes para manter o barco no rumo certo e compreenderam que as suas vidas corriam perigo. Aproximaram‑se então de Jesus e despertaram‑no dizendo: Senhor, salva‑nos, que perecemos!

Jesus tranqüilizou‑os: Por que temeis, homens de pouca fé? Foi como se lhes dissesse: não sabeis que Eu estou convosco, e que isso vos deve dar uma firmeza sem limites no meio das dificuldades? E levantando‑se, imperou aos ventos e ao mar, e sobreveio uma grande bonança. Os discípulos encheram‑se de assombro, de paz e de alegria. Verificaram uma vez mais que estar com Cristo é caminhar seguro, ainda que Ele guarde silêncio. E disseram: Quem é este a quem até os ventos e o mar obedecem? Era o seu Senhor e o seu Deus.

Quando, tempos depois, o Espírito Santo foi enviado às suas almas no dia de Pentecostes, compreenderam que teriam que viver em águas freqüentemente agitadas e que Jesus estaria sempre na sua barca, a Igreja, aparentemente dormindo e silencioso, mas sempre acolhedor e poderoso; nunca ausente. Compreenderam‑no quando, nos começos da sua pregação apostólica, se viram assediados pelas perseguições e sentiram a chicotada da incompreensão da sociedade pagã em que desenvolviam a sua atividade. Não obstante, o Mestre confortava‑os, mantinha‑os à superfície e impelia‑os a novos empreendimentos. E agora faz o mesmo conosco.

II. O SONO DE JESUS, enquanto os seus discípulos se sentiam perdidos no meio da tempestade, enquanto lutavam com todas as suas forças, foi comparado freqüentemente a esse silêncio de Deus em que parece, por vezes, que Ele está ausente e despreocupado das dificuldades dos homens e da Igreja.

Em situações semelhantes, quando a tempestade desaba sobre nós, quando os nossos esforços parecem inúteis, devemos seguir o exemplo dos Apóstolos e recorrer a Jesus com toda a confiança: Senhor, salva‑nos, que perecemos! E Ele nos dirá: Por que temeis, homens de pouca fé? Por que temeis, se Eu estou convosco? Ele é a verdadeira segurança. Basta estar com Ele na barca, ao alcance do seu olhar, para vencer os medos e as dificuldades, os momentos de escuridão e de angústia, as provas, as incompreensões e as tentações. A insegurança aparece quando a fé se debilita; e com a debilidade vem a desconfiança: podemos então esquecer‑nos de que, quando a dificuldade é maior, mais poderosa se manifesta a ajuda do Senhor.

Jesus quer ver‑nos com paz e serenidade em todos os momentos e circunstâncias. Não temais, sou eu, diz aos discípulos atemorizados. E em outra ocasião: A vós, meus amigos, digo‑vos: Não temais...2 Já no momento em que entrou no mundo mostrou como seria a sua presença entre os homens. A mensagem da Encarnação começa precisamente com estas palavras: Não temas, Maria3. E o Anjo do Senhor dirá também a São José: José, filho de Davi, não temas4; e repetirá aos pastores: Não tenhais medo5. Não podemos andar atemorizados por coisa nenhuma. O próprio santo temor de Deus é uma forma de amor: é temor de perder o Senhor.

A plena confiança em Deus, acompanhada dos meios humanos que seja necessário utilizar em cada situação, dá ao cristão uma singular fortaleza e uma especial serenidade em face dos acontecimentos e das tribulações. A consideração freqüente, ao longo de cada jornada, da nossa filiação divina faz com que nos dirijamos a Deus, não como se fosse um ser longínquo, indiferente e frio que permanece em silêncio, mas como um pai atento aos seus filhos. Vemo‑lo como o Amigo que nunca falha e que está sempre disposto a ajudar‑nos... e a perdoar‑nos se for preciso. Junto dEle, compreendemos que todas as tribulações e dificuldades se transformam num bem, se sabemos aceitá‑las com fé, se não nos separamos dEle. “Bem‑aventuradas desventuras da terra! – Pobreza, lágrimas, ódios, injustiça, desonra... Tudo poderás nAquele que te confortará”6. E Santa Teresa, com a experiência segura dos santos, deixou‑nos escrito: “Se tendes confiança nEle e ânimos animosos – porque Sua Majestade é muito amigo disto –, não tenhais medo de que vos venha a faltar coisa alguma”7. O Senhor vela pelos seus, ainda que pareça dormir.

III. ALGUNS CRISTÃOS que parecem seguir o Senhor quando tudo corre de acordo com os seus desejos, afastam‑se da sua presença quando mais precisam dEle: na doença de um filho, do marido, da esposa, do irmão...; quando passam por um aperto financeiro, quando são atingidos pela calúnia e pela difamação e os amigos lhes dão as costas...; ou quando, na própria vida interior – certamente como uma graça muito particular de Deus, que purifica as intenções e o coração –, lhes desaparece o gosto com que em outros momentos rezavam, comungavam e se empenhavam na ação apostólica. Pensam que Deus não os ouve ou se mantém em silêncio, como se Ele fosse neutro ou indiferente em face das nossas coisas. É precisamente esse o momento de dizer a Jesus com mais força: Senhor, ajuda‑nos, que perecemos!

O Senhor nunca deixa de ouvir‑nos. O que espera talvez é que rezemos com mais intensidade e retidão. Em qualquer tribulação, nas dificuldades e tentações, devemos recorrer imediatamente a Ele. “Procurai o rosto dAquele que habita sempre – com uma presença real e corporal – na sua Igreja. Fazei, pelo menos, o que fizeram os discípulos. Tinham somente uma fé débil, não tinham uma grande confiança nem paz, mas pelo menos não se separaram de Cristo [...]. Não vos defendais dEle, antes, quando estiverdes em apuros, recorrei a Ele, dia após dia, pedindo‑lhe fervorosamente e com perseverança aqueles favores que só Ele pode conceder. E assim como, nesta ocasião que os Evangelhos nos narram, Ele censurou os Apóstolos por terem pouca fé, mas fez o que lhe tinham pedido, do mesmo modo, embora observe em vós tanta falta de firmeza – que não devia existir –, dignar‑se‑á imperar aos ventos e ao mar e dirá: «Paz, tranqüilizai‑vos». E far‑se‑á uma grande bonança”8.

Com esta nova paz que o Senhor deixa nos nossos corações, travaremos com confiança essas batalhas de paz queridas ou permitidas por Ele – as externas e as da alma –, aceitaremos com alegria a contradição que purifica e ficaremos mais unidos a Ele.

Também não podemos esquecer nessas circunstâncias que o Senhor colocou um Anjo ao nosso lado para que nos guarde, nos ajude e faça chegar mais facilmente as nossas orações a Deus. “Quando tiveres alguma necessidade, alguma contradição – pequena ou grande –, invoca o teu Anjo da Guarda, para que a resolva com Jesus ou te preste o serviço de que estejas precisando”9.

(1) Mt 8, 23‑27; (2) Lc 12, 4; (3) Lc 1, 30; (4) Mt 1, 20; (5) Lc 2, 10; (6) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 717; (7) Santa Teresa, Fundações, 27, 12; (8) Card. J. H. Newman, Sermão para o IVº Domingo depois da Epifania; (9) Josemaría Escrivá, Forja, n. 931.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


O Valor de um Justo

TEMPO COMUM. DÉCIMA TERCEIRA SEMANA. SEGUNDA‑FEIRA

– Por dez justos, Deus teria perdoado milhares de habitantes de duas cidades.
– A nossa participação nos méritos infinitos de Cristo.
– Como astros no mundo.

I. A SAGRADA ESCRITURA mostra‑nos Abraão, nosso pai na fé, como um homem justo em quem Deus se alegrou de maneira muito especial e a quem tornou depositário das promessas de redenção do gênero humano. A Epístola aos Hebreus fala com emoção deste santo Patriarca e de todos os homens justos do Antigo Testamento que morreram sem terem alcançado as promessas, mas vislumbrando‑as e saudando‑as de longe 1, com um gesto cheio de alegria. “É uma comparação – comenta São João Crisóstomo – tirada da vida dos navegantes que, quando avistam de longe as cidades para onde se dirigem, sem ainda terem entrado no porto, lançam vivas emocionados” 2.

Embora não tivessem chegado a possuir nesta vida a redenção prometida, nem participado da união que nós podemos ter com o Filho Unigênito de Deus, o Senhor tratou‑os como amigos íntimos e confiou plenamente neles; pela fé e fidelidade de que deram provas, esqueceu‑se muitas vezes do erro de outros. Muitos alcançaram a salvação por terem sido amigos destes “amigos de Deus”.

Quando Deus pensou na destruição de Sodoma e Gomorra por causa dos muitos pecados que vinham cometendo, comunicou‑o a Abraão3, e este sentiu‑se solidário daquelas gentes. Então Abraão aproximou‑se e disse a Deus: Destruirás o inocente juntamente com o culpado? Se houver cinqüenta justos na cidade, Tu os destruirás? Não pouparás aquele lugar em atenção aos cinqüenta inocentes que lá estão?, disse cheio de confiança. E Deus respondeu‑lhe: Se encontrar em Sodoma cinqüenta justos, perdoarei toda a cidade em atenção a eles. Mas esses cinqüenta justos não foram encontrados. E Abraão teve que ir fazendo descer a cifra dos homens justos: E se faltarem cinco, quer dizer, se houver quarenta e cinco? E o Senhor disse‑lhe: Não a destruirei se encontrar ali quarenta e cinco homens justos. Mas também não havia esse número. E Abraão continuou a interceder junto de Deus: E se só houver quarenta?..., trinta?..., vinte?... Finalmente, viu‑se que não havia nem dez homens justos naquela cidade. O Senhor respondera ao último pedido de Abraão: Se houver dez justos, também não a destruirei. Por amor de dez justos, Deus teria perdoado toda a cidade! Como é grande o valor das almas santas aos olhos do Senhor! Quanto não está disposto a fazer em atenção a elas!

Na Sagrada Escritura, fala‑se com freqüência da solidariedade no mal, no sentido de que o pecado de uns pode prejudicar toda a comunidade4. Mas Abraão inverte os termos: pede a Deus que, já que estima tanto a justiça dos santos, estes sejam a causa de bênçãos para todos, ainda que muitos sejam pecadores. E Deus aceita essa proposta do Patriarca.

Podemos meditar hoje na alegria e no júbilo de Deus quando procuramos ser‑lhe fiéis: no valor que as nossas obras podem ter quando as fazemos por Deus, mesmo as mais ocultas, as que parece que ninguém vê e que talvez não tenham “aparentemente” nenhuma transcendência; Deus dá muito valor às obras daqueles que lutam pela santidade. Deus alegra‑se nos seus santos; e por causa deles a sua misericórdia e o seu perdão derramam‑se sobre outros homens que por si mesmos não os merecem. É um mistério maravilhoso, mas real: Deus alegra‑se nas pessoas que caminham para a santidade.

II. COM JESUS CRISTO cumpriu‑se o que fora anunciado: pela morte de um só, todos puderam salvar‑se5. O mistério da solidariedade humana atinge em Cristo uma plenitude inimaginável. Nada foi nem nunca será, mesmo de longe, tão agradável a Deus como o oferecimento – o holocausto – que Jesus fez da sua vida pela salvação de todos, e que culminou no Calvário: “Para que se desse na terra, numa alma humana, um ato de amor a Deus de valor infinito, era necessário que essa alma humana fosse a de uma Pessoa divina. Assim foi a alma do Verbo feito carne: o seu ato de amor alcançava, na Pessoa divina do Verbo, um valor infinito para satisfazer e para merecer” 6.

São Tomás de Aquino ensina que Jesus Cristo ofereceu a Deus mais do que seria necessário em justiça para compensá‑lo da ofensa causada por todo o gênero humano. E isso cumpriu‑se: pela grandeza do amor com que Cristo sofreu; pela dignidade da Vida que entregou em satisfação por todos, pois era a vida do Deus‑Homem; pela grandeza dos sofrimentos que padeceu... 7 “Maior foi a caridade de Cristo paciente que a malícia dos que o crucificaram, e por isso Cristo pôde satisfazer mais com a sua Paixão do que puderam ofender os que o crucificaram infligindo‑lhe a morte, a tal ponto que a Paixão de Cristo foi suficiente e ultrapassou superabundantemente os pecados dos que o crucificaram” 8, e os de todos os homens de todos os tempos, tanto os pessoais como o pecado original de todas as almas; foi “como se um médico preparasse um remédio que pudesse curar todas as doenças, mesmo as futuras” 9.

Jesus Cristo deu plena satisfação ao amor eterno do Pai10. Assim o ensinou sempre a Igreja11. O amor de Cristo morrendo por nós na Cruz agradava a Deus mais do que podem desagradar‑lhe todos os pecados de todos os homens juntos. E na medida em que vamos identificando a nossa vontade com a do Senhor, apropriamo‑nos dos méritos de Cristo: oferecemos uma reparação a Deus fazendo nossos o amor e os méritos do seu Filho! Nisto se baseia o valor incomparável que um só homem santo tem aos olhos de Deus. Ainda que sejam muitos os pecados que se cometem todos os dias, há também muitas almas que – apesar das suas misérias – desejam agradar a Deus com todas as suas forças!

Não interessa se a nossa vida tem ou não uma grande ressonância externa; o que interessa é a nossa decisão de ser fiéis, de converter os dias da nossa vida numa oferenda a Deus. Quem sabe olhar para o seu Pai‑Deus, quem o trata com a confiança e a amizade de Abraão, não cai no pessimismo, mesmo que o seu empenho constante por servir o Senhor não dê resultados externos de que se possa gloriar. Que grande engano quando o demônio procura que a alma se encha de pessimismo em face dos resultados aparentemente irrisórios dos seus esforços! E, pelo contrário, como o Senhor fica contente, às vezes muito contente, com a nossa luta diária, com o nosso recomeçar contínuo!

“«Nam, et si ambulavero in medio umbrae mortis, non timebo mala» – mesmo que ande por entre as sombras da morte, não terei temor algum. Nem as minhas misérias nem as tentações do inimigo hão de preocupar‑me, «quoniam tu mecum es» – porque o Senhor está comigo”12. Sempre estiveste presente na minha vida, Senhor.

III. EM ATENÇÃO aos dez justos, não a destruirei. Teriam bastado dez justos! As pessoas santas compensam de longe todos os crimes, abusos, invejas, deslealdades, traições, injustiças, egoísmos... de todos os habitantes de uma grande cidade. Pela nossa união com o sacrifício redentor de Jesus Cristo, Deus olhará com especial compaixão para os nossos familiares, amigos, conhecidos..., que talvez se tenham extraviado por ignorância, por erro, por fraqueza ou por não terem recebido as graças que nós recebemos. Quantas vezes não teremos “pechinchado” com Jesus, de modo amistoso e afável, como Abraão “pechinchou” com Javé! Olha, Senhor – continuaremos a dizer –, essa pessoa é melhor do que parece, tem bons desejos..., ajuda‑a! E Jesus, que conhece bem a realidade, movê‑la‑á com a sua graça em atenção à nossa amizade com Ele.

Deus acolhe com particular solicitude as preces daqueles que o amam no mundo: as orações das crianças, que rezam com um coração sem malícia, e as do que se fazem como elas; as súplicas dos doentes, que Ele colocou mais perto do seu Coração; as dos que, como nós, repetem tantas vezes que não têm outra vontade além da Sua, que querem servi‑lo no meio das suas tarefas normais de todos os dias. Aqueles que procuram estar unidos com Cristo são o verdadeiro sustentáculo do mundo.

E essa união não se manifesta geralmente por meio de ações aparatosas. “São incomparavelmente mais numerosos os acontecimentos cujo realce social permanece por ora oculto: é a multidão imensa dos que passaram a vida gastando‑se no anonimato da casa, da fábrica, do escritório; que se consumiram na solidão orante do claustro; que se imolaram no martírio cotidiano da doença. Quando tudo ficar a descoberto na parúsia, então virá à luz o papel decisivo que essas almas desempenharam, apesar das aparências contrárias, no desenvolvimento da história do mundo. E isto será também motivo de alegria para os bem‑aventurados, que daí tirarão tema de louvor perene ao Deus três vezes Santo”13.

São Paulo diz aos primeiros cristãos que eles brilham como “astros no mundo”14, iluminando todos os homens com a luz de Cristo. Do Céu, Deus olha para a terra e delicia‑se com essas pessoas que vivem uma vida corrente, normal, mas que são conscientes da dignidade da sua vocação cristã. O Senhor enche‑se de alegria ao ver como cumprimos as nossas tarefas, quase sempre pequenas e sem relevo, se procuramos ser fiéis.

(1) Hebr 11, 13; (2) São João Crisóstomo, Homilia sobre a Epístola aos Hebreus, 2, 3; (3) Gen 18, 16‑33; Primeira leitura da Missa da segunda‑feira da décima terceira semana do TC, ano I; (4) cfr. Jos 7, 16‑26; (5) Is 53, 1 e segs.; (6) R. Garrigou‑Lagrange, El Salvador, Rialp, Madrid, 1972, pág. 297; (7) cfr. São Tomás, Suma Teológica, III, q. 48, a. 2; (8) ib.; (9) ib., q. 49, a. 1; (10) cfr. João Paulo II, Enc. Redemptor hominis, 4‑III‑1979, 10; (11) cfr. Conc. de Trento, Sec VI, cap. 7; cfr. Pio XII, Enc. Humani generis, Denz‑Sch 2318/3891; (12) Josemaría Escrivá, Forja, n. 194; (13) João Paulo II, Homilia, 11‑II‑1981; (14) Fil 2, 15.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Santo Irineu de Lyon

28 de Junho

Santo Irineu de Lyon

Padre da Igreja, grego de nascimento, filho de pais cristãos, nasceu na ilha de Esmirna, no ano 130. Foi discípulo de Policarpo, outro Padre e santo da Igreja. Dele Irineu pôde recolher ainda viva a tradição apostólica, pois Policarpo fora consagrado bispo pelo próprio João Evangelista, o que torna importantíssimos os seus testemunhos doutrinais.

Muito culto e letrado em várias línguas, Irineu foi ordenado por são Policarpo, que o enviou para a Gália, atual França, onde havia uma grande população de fiéis cristãos procedentes do Oriente. Lá, trabalhou ao lado de Fotino, o primeiro bispo de Lyon, que, em 175, o enviou a Roma para, junto do papa Eleutério, resolver a delicada questão doutrinal dos hereges montanistas. Esses fanáticos, vindos do Oriente, pregavam o desprezo pelas coisas do mundo, anunciando o breve retorno de Cristo para o juízo final.

Contudo tanto o papa quanto Irineu foram tomados pela surpresa da bárbara perseguição decretada pelo imperador Marco Aurélio. Rapidamente, em 177, ela atingiu a cidade de Lyon, ocasionando o grande massacre dos cristãos, todos mortos pelo testemunho da fé.

Um ano depois, Irineu retornou a Lyon, onde foi eleito e aclamado sucessor do bispo mártir, Fotino. Nesse cargo ele permaneceu vinte e cinco anos. Ocupou-se da evangelização e combateu, principalmente, a heresia dos gnósticos, além das outras que proliferavam nesses primeiros tempos. Obteve êxito, junto ao papa Vitor I, na questão da comemoração da festa da Páscoa, quando lhe pediu que atuasse com moderação para manter a união entre a Igreja do Ocidente e a do Oriente.

A sua obra escrita mais importante foi o tratado 'Contra as heresias', onde trata da falsa gnose, e depois, de todas as outras heresias da época. O texto grego foi perdido, mas existem as traduções latina, armênia e siríaca.

Importante não só do lado teológico, onde expôs já pronta a teoria sobre a autoridade doutrinal da Igreja, mas ainda do lado histórico, pois documentou e nos apresentou um quadro vivo das batalhas e lutas de então. Mais tarde, um outro tratado, chamado 'Demonstração da pregação apostólica', foi encontrado inteiro, numa tradução armênia. Além de vários fragmentos de outras obras, cartas, discursos e pequenos tratados.

Irineu morreu como mártir no dia 28 de junho de 202, em Lyon, e sua festa litúrgica ocorre nesta data. As relíquias de santo Irineu estão sepultadas, junto com os mártires da Igreja de Lyon, na catedral desta cidade.

Texto: Paulinas Internet


São Pedro e São Paulo

28 de Junho

São Pedro e São Paulo

São Pedro nasceu em Betsaida, seu nome de nascimento era Simão, filho de Jonas e irmão de André. Os irmãos se tornaram discípulos de Jesus e mais tarde apóstolos. Eram pescadores, após o chamado de Jesus, Simão continuou sua profissão, mas agora como missão, porém não mais com redes de pesca e sim, pregando a Palavra de Deus.

Jesus deu a São Pedro a missão de ser líder da Igreja, disse a ele: “tu és pedra, e sobre essa pedra edificarei a minha igreja”. Após seguir Jesus por três anos, recebeu o poder do Espírito Santo em Pentecostes, dali Pedro se tornou um grande líder e reunia multidões em suas pregações.

Por pregar o Evangelho destemidamente, São Pedro foi preso várias vezes. Depois de evangelizar e animar a Igreja em vários lugares, Pedro foi para Roma. Lá, liderou a Igreja que sempre crescia, apesar das perseguições.
Assim, os romanos descobriram seu paradeiro, prenderam-no e condenaram-no à morte de cruz por ser o líder da Igreja de Jesus Cristo. No derradeiro momento, São Pedro pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por não se julgar digno de morrer como seu Mestre.
Seu pedido foi atendido e ele foi morto na região onde hoje é o Vaticano. Seus restos mortais estão no altar da Igreja de São Pedro em Roma. A festa de São Pedro é celebrada em 29 de junho.

São Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.
Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério.

Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação. Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o “Apóstolo dos gentios”.

A solenidade de São Pedro e de São Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na Basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na Basílica de São Paulo fora dos muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis. São Pedro e São Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro.

Fonte: http://www.arquisp.org.br


São Pedro e São Paulo Apóstolos

Esta solenidade data dos primeiros tempos do cristianismo. “Os apóstolos Pedro e Paulo são considerados por todos os fiéis cristãos, com todo o direito, como as primeiras colunas, não somente da Santa Sé romana, mas também da Igreja universal do Deus vivo, disseminada por toda a terra” (Paulo VI). Fundadores da Igreja de Roma, Mãe e Mestra das demais comunidades cristãs, foram eles que impulsionaram o seu crescimento com o supremo testemunho do “seu martírio, padecido em Roma com fortaleza: Pedro, a quem Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu como fundamento da sua Igreja e bispo desta esclarecida cidade, e Paulo, o Doutor das gentes, mestre e amigo da primeira comunidade aqui fundada” (Paulo VI). No Brasil, transfere-se esta festa para o primeiro domingo depois de 29 de junho.

I. SIMÃO PEDRO, como a maior parte dos seguidores de Jesus, era natural de Betsaida, cidade da Galiléia, às margens do lago de Genesaré. Era pescador, como o resto da família. Conheceu Jesus por intermédio de seu irmão André, que pouco tempo antes, talvez naquele mesmo dia, tinha passado uma tarde inteira em companhia de Cristo, juntamente com João. André não guardou para si o tesouro que tinha encontrado, “mas, cheio de alegria, correu a contar ao seu irmão o bem que tinha recebido” 1.

Pedro chegou à presença do Mestre. Intuitus eum Iesus... “Jesus, fitando-o...” O Mestre cravou o olhar no recém-chegado e penetrou até o mais íntimo do seu coração. Como teríamos gostado de contemplar esse olhar de Cristo, capaz de mudar a vida de uma pessoa! Jesus olhou para Pedro de um modo imperioso e tocante. Nesse pescador galileu, ou melhor, para além dele, Jesus via toda a sua Igreja através dos tempos. O Senhor mostrou conhecê-lo desde sempre: Tu és Simão, filho de João! E também conhece o seu futuro: Tu te chamarás Cefas, que quer dizer Pedro. Nestas poucas palavras condensavam-se a vocação e o destino de Pedro, a sua tarefa neste mundo.

Desde o começo, “a situação de Pedro na Igreja é a da rocha sobre a qual se levanta o edifício” 2. Toda a Igreja – e a nossa própria fidelidade à graça – tem como pedra angular, como alicerce firme, o amor, a obediência e a união com o Sumo Pontífice; “em Pedro, robustece-se a nossa fortaleza” 3, ensina São Leão Magno. Olhando para Pedro e para toda a Igreja na sua peregrinação terrena, vemos que lhes podem ser aplicadas as palavras pronunciadas por Jesus: Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, mas ela não desabou porque estava fundada sobre rocha 4. Rocha que, com as suas debilidades e defeitos, um dia foi escolhida pelo Senhor: um pobre pescador da Galiléia e os seus sucessores ao longo dos séculos.

O encontro de Pedro com Jesus deve ter impressionado profundamente os que o presenciaram, familiarizados como estavam com as cenas do Antigo Testamento. O próprio Deus tinha mudado o nome do primeiro Patriarca: Chamar-te-ás Abraão, que quer dizer Pai de uma multidão 5. Também mudara o nome de Jacó pelo de Israel, que quer dizer Forte diante de Deus 6. Agora, a mudança de nome de Simão não deixava de revestir-se de certa solenidade, no meio da simplicidade do encontro. “Eu tenho outros desígnios a teu respeito”, foi o que Jesus lhe deu a entender.

Mudar o nome equivalia a tomar posse de uma pessoa, ao mesmo tempo que era designar-lhe uma missão divina no mundo. Cefas não era nome próprio, mas o Senhor impõe-no a Pedro para indicar-lhe a função que desempenharia como seu Vigário e que lhe seria revelada de modo pleno mais tarde 7. Nós podemos examinar hoje, na nossa oração, como é o nosso amor por aquele que faz as vezes de Cristo na terra: se rezamos diariamente por ele, se difundimos os seus ensinamentos, se o defendemos prontamente quando é questionado ao recordar a doutrina da Igreja, que é a mesma de sempre e que jamais mudará, ainda que mude o que os homens e as sociedades acham ou deixam de achar. Que alegria damos a Deus quando Ele vê que amamos, com obras, o seu Vigário aqui na terra!

Apesar das suas fraquezas, Pedro foi fiel a Cristo, até dar a vida por Ele. Isto é o que lhe pedimos ao terminarmos esta meditação: fidelidade, apesar das contrariedades e de tudo o que nos seja adverso. Pedimos-lhe fortaleza na fé, como o próprio Pedro pedia aos primeiros cristãos da sua geração: que saibamos resistir fortes in fide 8. “Que podemos pedir a Pedro para nosso proveito, que podemos oferecer em sua honra senão esta fé, na qual têm as suas origens a nossa saúde espiritual e a nossa promessa, por ele exigida, de sermos fortes na fé?” 9

Esta fortaleza é a que pedimos também à nossa Mãe Santa Maria, para sabermos conservar a nossa fé sem ambigüidades, com serena firmeza, seja qual for o ambiente em que tenhamos de viver.

II. QUE DEVO FAZER, Senhor? 10, perguntou São Paulo no momento da sua conversão. Jesus respondeu-lhe: Levanta-te e entra em Damasco, e ali te será dito tudo o que deves fazer.

O perseguidor, transformado pela graça, receberá a instrução cristã e o batismo por meio de um homem Ananias –, de acordo com os caminhos normais da Providência. E depois, tendo Cristo por eixo da sua vida, dedicar-se-á com todas as suas forças a espalhar a Boa Nova, sem se importar com os perigos, as tribulações, os sofrimentos e os aparentes fracassos. Sabe-se instrumento escolhido para levar o Evangelho a muitas gentes: Quando aprouve Àquele que me segregou desde o ventre de minha mãe, e me chamou pela sua graça, revelar em mim o seu Filho, para anunciá-lo aos gentios... 11, lemos na segunda Leitura da Missa.

Santo Agostinho afirma que o zelo apaixonado de Paulo, anterior à sua conversão, era como uma selva impenetrável, mas, apesar de constituir um grande obstáculo, era ao mesmo tempo indício da fecundidade do solo. O Senhor semeou aí a semente do Evangelho, e os frutos foram inumeráveis 12. O que aconteceu com Paulo pode acontecer com cada homem, mesmo que as suas faltas tenham sido muito graves. É a ação misteriosa da graça, que não muda a natureza, mas exerce sobre ela um poder curativo e purificador, e depois a eleva e aperfeiçoa.

São Paulo estava convencido de que Deus contava com ele desde o momento em que fora concebido, desde o ventre materno, conforme insiste em diversas ocasiões. A Sagrada Escritura mostra-nos como Deus escolhe os seus enviados mesmo antes de nascerem 13, pondo assim de manifesto que a iniciativa é dEle e antecede qualquer mérito pessoal. O Apóstolo diz expressamente aos primeiros cristãos de Éfeso: Escolheu-nos antes da constituição do mundo 14. E concretiza ainda mais na Epístola a Timóteo: Chamou-nos com vocação santa, não em virtude das nossas obras, mas em virtude do seu desígnio 15.

A vocação é um dom que Deus preparou desde toda a eternidade. Por isso, quando o Senhor se manifestou em Damasco, Paulo não pediu conselho “nem à carne nem ao sangue”, não consultou nenhum homem, porque tinha a certeza de que fora chamado pelo próprio Deus. Não atendeu aos conselhos da prudência carnal, antes foi plenamente generoso com o Senhor. A sua entrega foi imediata, total, sem condições. E o mesmo aconteceu com os demais Apóstolos, quando ouviram o convite de Jesus: deixaram as redes imediatamente 16 e, relictis omnibus, abandonando todas as coisas 17, seguiram o Mestre. Saulo, antigo perseguidor dos cristãos, segue agora o Senhor com toda a prontidão.

Todos nós recebemos, de diversas maneiras, uma chamada concreta para servir o Senhor. E ao longo da vida chegam-nos novos convites para segui-lo, e temos de ser generosos com Ele em cada novo encontro. Temos de saber perguntar a Jesus na intimidade da oração, como São Paulo: Que devo fazer, Senhor?, que queres que eu deixe por Ti?, em que desejas que eu melhore? Neste momento da minha vida, que posso fazer por Ti?

Temos de pedir hoje a São Paulo que saibamos converter em oportuna qualquer situação que se nos apresente. Quando se chega a um trato verdadeiramente amistoso com uma pessoa, é absolutamente natural que mais cedo ou mais tarde lhe falemos de Deus, em clima de confidência. Não se deve temer nesse caso a inoportunidade. E, para nossa confusão, muitas vezes a reação será exatamente a contrária daquela que temíamos: “Como é que você não me falou antes disso?” E nesse ambiente de simplicidade, surgem sempre confidências íntimas de antigas frustrações, de carências atuais, de inquietações sobre o futuro... que desembocam na necessidade de uma vida de fé.

(1) São João Crisóstomo, em Catena Aurea, vol. VII, pág. 113; (2) Paulo VI, Alocução, 24-XI-1965; (3) São Leão Magno, Homilia na festa de São Pedro Apóstolo, 83, 3; (4) Mt 7, 25; (5) cfr. Gen 17, 5; (6) cfr. Gen 32, 28; (7) cfr. Mt 16, 16-18; (8) cfr. Lc 5, 11; (9) Mt 16, 15-16; (10) São João Crisóstomo, em Catena Aurea, vol. VII, pág. 113; (11) Paulo VI, Alocução, 24-XI-1965; (12) São Leão Magno, Homilia na festa de São Pedro Apóstolo, 83, 3; (13) Mt 7, 25; (14) cfr. Gen 17, 5; (15) cfr. Gen 32, 28; (16) cfr. Mt 16, 16-18;  (17) cfr. Lc 5, 11.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

27 de Junho

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro nasceu de um ícone (pintura de Nossa Senhora) milagroso, que foi roubado de uma Igreja na ilha de Creta, Grécia, no século XV. Trata-se de uma pintura sobre a madeira, em estilo bizantino.

Na pintura, Maria é representada segurando o menino Jesus em seu colo. O menino Jesus observa dois anjos que lhe mostram os elementos de sua paixão; Os anjos seguram uma cruz, uma lança e uma vara com uma esponja. O menino se assusta, abraça a Mãe e uma sandália lhe cai dos pés. Arcanjo Gabriel e Arcanjo Miguel flutuam acima dos ombros de Maria. O ícone seria uma “cópia do quadro de Maria Pintado por São Lucas”.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é um título que os cristãos deram a Maria em homenagem e agradecimento à sua atenção constante e perpétua para com a humanidade. Perpétuo socorro quer dizer socorro eterno, socorro sempre. Sempre que precisar. Socorro de Mãe. A mãe nunca esquece o filho, nunca abandona os filhos. Assim é o Perpétuo Socorro de Maria.

Um homem que ganhava a vida como comerciante roubou a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no século XV. Sua intenção era vendê-la em Roma. Durante a travessia do mar Mediterrâneo, uma violenta tempestade quase fez o navio naufragar. Após chegar em Roma, ele adoeceu. Arrependido, contou a um amigo sua história e pediu para que ele devolvesse o ícone  a uma Igreja para ser venerado pelos fiéis.

A esposa desse amigo não quis devolvê-la, mas, após ficar viúva, Nossa Senhora apareceu a sua filha de seis anos e lhe disse para colocar o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em uma Igreja, ou na Igreja de São João Latrão ou na de Santa Maria Maior. No dia 27 de março de 1499 o ícone foi entronizado na Igreja de São Mateus, ficando lá por mais de 300 anos.

Quando Roma foi invadida pelos os franceses, no século XVIII, aconteceu algo muito triste: a Igreja de São Mateus foi destruída. Com isso, os Agostinianos que guardavam a Obra, levaram-na para um lugar oculto. Ali ela permaneceu esquecida, por 30 anos. Mas um monge agostiniano que tinha muita devoção a Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, antes de morrer, contou a história da imagem e da devoção a um coroinha, que tempos depois se tornou padre Redentorista. Passado um tempo os Redentoristas compraram uma área para fazer a sua Casa Mãe da congregação e o jovem padre ajudou a reencontrar o ícone.

No começo de 1866, o Papa Pio IX entregou a guarda da imagem aos Redentoristas. Na ocasião, o papa fez a eles esta recomendação: “Fazei com que todo o mundo conheça esta devoção.” Fizeram então muitas cópias do ícone e a difundiram por todas as partes do mundo.

Depois desta missão recebida do papa, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro passou a ser oficialmente a Padroeira dos Redentoristas. Sua festa é comemorada em 27 de junho. Após a restauração da imagem, ela foi devolvida à Igreja de Santo Afonso. Lá passou a ser venerada pelo povo. O quadro, atualmente, em se tratando de ícone bizantino, é o mais venerado em todo o mundo.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br