07 de Julho 2018
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Sábado
Cor: verde
1ª Leitura: Am 9,11-15
“Mudarei a sorte de Israel, meu povo, cativo
e os plantarei sobre o seu solo.”
Leitura da Profecia de Amós
Assim diz o Senhor: 11 Naquele dia, reerguerei a tenda de Davi, em ruínas, e consertarei seus estragos, levantando-a dos escombros, e reconstruindo tudo, como nos dias de outrora; 12 deste modo possuirão todos o resto de Edom e das outras nações, que são chamadas com o meu nome, diz o Senhor, que tudo isso realiza. 13 Eis que dias virão, diz o Senhor, em que se seguirão de perto quem ara e quem ceifa, o que pisa as uvas e o que lança a semente; os montes destilarão vinho e as colinas parecerão liquefazer-se. 14 Mudarei a sorte de Israel, meu povo, cativo; eles reconstruirão as cidades devastadas, e as habitarão, plantarão vinhas e tomarão o vinho, cultivarão pomares e comerão seus frutos. 15 Eu os plantarei sobre o seu solo e eles nunca mais serão arrancados de sua terra, que eu lhes dei’, diz o Senhor teu Deus.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Salmo 84 (85), 9.11-12.13-14(R. cf. 9a
R. O Senhor anunciará a paz para o seu povo.
9 Quero ouvir o que o Senhor irá falar:*
é a paz que ele vai anunciar;
a paz para o seu povo e seus amigos,*
para os que voltam ao Senhor seu coração.R.
11 A verdade e o amor se encontrarão,*
a justiça e a paz se abraçarão;
12 da terra brotará a fidelidade,*
e a justiça olhará dos altos céus. R.
13 O Senhor nos dará tudo o que é bom,*
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
14 a justiça andará na sua frente*
e a salvação há de seguir os passos seus. R.
Evangelho: Mt 9, 14-17
“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto
enquanto o noivo está com eles?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 14 Os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: ‘Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?’ 15 Disse-lhes Jesus: ‘Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão. 16 Ninguém coloca remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. 17 Também não se coloca vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se coloca em odres novos, e assim os dois se conservam.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
06 de Julho 2018
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira
Cor: verde
1ª Leitura: Am 8,4-6.9-12
“Enviarei fome sobre a terra;
não fome de pão, mas de ouvir a palavra do Senhor.”
Leitura da Profecia de Amós
4 Ouvi isto, vós que maltratais os humildes e causais a prostração dos pobres da terra; 5 vós que andais dizendo: ‘Quando passará a lua nova, para vendermos bem a mercadoria? E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos, e adulterar balanças, 6 dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?’ 9 Acontecerá que naquele dia, diz o Senhor Deus, farei que o sol se ponha ao meio-dia e em pleno dia escureça a terra; 10 mudarei em luto vossas festas e em pranto todos os vossos cânticos; farei vestir saco a todas as cinturas e tornarei calvas todas as cabeças, o país porá luto, como por um filho único, e o final desse dia terminará em amargura. 11 Eis que virão dias, diz o Senhor, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a palavra do Senhor’. 12 Os homens vaguearão de um mar a outro mar, circulando do norte para o oriente, em busca da palavra do Senhor, mas não a encontrarão.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 118, 2. 10. 20. 30. 40. 131 (R. Mt 4,4)
R. O homem não vive somente de pão,
mas de toda palavra da boca de Deus.
2Feliz o homem que observa seus preceitos, *
e de todo o coração procura a Deus! R.
10 De todo o coração eu vos procuro, *
não deixeis que eu abandone a vossa lei! R.
20 Minha alma se consome o tempo todo *
em desejar as vossas justas decisões. R.
30 Escolhi seguir a trilha da verdade, *
diante de mim eu coloquei vossos preceitos. R.
40 Como anseio pelos vossos mandamentos! *
Dai-me a vida, ó Senhor, porque sois justo! R.
131 Abro a boca e aspiro largamente, *
pois estou ávido de vossos mandamentos. R.
Evangelho: Mt 9,9-13
“Não vim para chamar os justos mas os pecadores.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 9 Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: ‘Segue-me!’ Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10 Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11 Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: ‘Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?’ 12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu: ‘Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13 Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores’.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
05 de Julho 2018
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira
Cor: verde
1ª Leitura: Am 7,10-17
“Vai profetizar para Israel, meu povo.”
Leitura da Profecia de Amós
Naqueles dias:10 Amasias, sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: ‘Amós conspira contra ti, dentro da própria casa de Israel; o país não consegue evitar que se espalhem todas as suas palavras.11 Ele anda dizendo: ‘Jeroboão morrerá pela espada, e Israel será deportado de sua pátria, como escravo’.12 Disse depois Amasias a Amós: ‘Vidente, sai e procura refúgio em Judá, onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia;13 mas em Betel não deverás insistir em profetizar, porque aí fica o santuário do rei e a corte do reino.’14 Respondeu Amós a Amasias, dizendo: ‘Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros.15 O Senhor chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: ‘Vai profetizar para Israel, meu povo’’.16 E agora ouve a palavra do Senhor. Tu dizes: ‘Não profetizes contra Israel e não insinues palavras contra a casa de Isaac. 17 Pois bem, isto diz o Senhor: ‘Tua mulher se prostituirá na cidade, teus filhos e filhas morrerão pela espada, tuas terras serão tomadas e loteadas; tu mesmo morrerás em terra poluída, e Israel será levado em cativeiro para longe de seu país’.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 18,8. 9. 10. 11 (R. 10b)
R. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente
8A lei do Senhor Deus é perfeita,*
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,*
sabedoria dos humildes. R.
9 Os preceitos do Senhor são precisos,*
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,*
para os olhos é uma luz. R.
10 É puro o temor do Senhor,*
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos*
e justos igualmente. R.
11 Mais desejáveis do que o ouro são eles,*
do que o ouro refinado.
Suas palavras são mais doces que o mel,*
que o mel que sai dos favos. R.
Evangelho: Mt 9,1-8
“A multidão glorificou a Deus,
por ter dado tal poder aos homens.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 1 Entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2 Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: ‘Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!’ 3 Então alguns mestres da Lei pensaram: ‘Esse homem está blasfemando!’4 Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: ‘Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5 O que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? 6 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, – disse, então, ao paralítico – ‘Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa.’ 7 O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8 Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
04 de Julho 2018
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira
Cor: verde
1ª Leitura: Am 5,14-15.21-24
“Livra-me da balbúrdia dos teus cantos;
que a justiça seja abundante como água.”
Leitura da Profecia de Amós
14 Buscai o bem, não o mal, para terdes mais vida, só assim o Senhor Deus dos exércitos vos assistirá, como tendes afirmado. 15 Odiai o mal, amai o bem, restabelecei a justiça no julgamento, talvez o Senhor Deus dos exércitos se compadeça do resto da tribo de José. 21 ‘Aborreço, rejeito vossas festas, não me agradam vossas assembleias de culto. 22 Se me oferecerdes holocaustos, não aceitarei vossas oblações e não farei caso de vossos gordos animais de sacrifício. 23 Livra-me da balbúrdia dos teus cantos, não quero ouvir a toada de tuas liras. 24 Que a justiça seja abundante como água e a vida honesta, como torrente perene.’
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 49, 7. 8-9. 10-11. 12-13. 16bc-17 (R. 23b)
R. A todos que procedem retamente,
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
7 ‘Escuta, ó meu povo, eu vou falar; +
ouve, Israel, eu testemunho contra ti: *
Eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus! R.
8 Eu não venho censurar teus sacrifícios, *
pois sempre estão perante mim teus holocaustos;
9 não preciso dos novilhos de tua casa *
nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos. R.
10 Porque as feras da floresta me pertencem *
e os animais que estão nos montes aos milhares.
11 Conheço os pássaros que voam pelos céus *
e os seres vivos que se movem pelos campos. R.
12 Não te diria, se com fome eu estivesse, *
porque é meu o universo e todo ser.
13 Porventura comerei carne de touros? *
Beberei, acaso, o sangue de carneiros? R.
16b Como ousas repetir os meus preceitos *
16c e trazer minha Aliança em tua boca?
17 Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos*
e deste as costas às palavras dos meus lábios! R.
Evangelho: Mt 8,28-34
“Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 28 Quando Jesus chegou à outra margem do lago, na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 Eles então gritaram: ‘O que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?’ 30 Ora, a certa distância deles, estava pastando uma grande manada de porcos. 31 Os demônios suplicavam-lhe: ‘Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos.’ 32 Jesus disse: ‘Ide.’ Os demônios saíram, e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33 Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até à cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34 Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santa Isabel de Portugal
04 de Julho
Santa Isabel de Portugal 
Santa Isabel nasceu na Espanha, filha de Dom Pedro III de Aragão e da rainha Constança. Quando ela nasceu seu pai, que era um príncipe jovem e ansioso por diversões, entregou-a aos cuidados do avô, Tiago I, que havia se convertido e levava uma vida devota e cristã.
Aos 12 anos Isabel foi pedida em casamento por três príncipes, tendo seu pai escolhido Dom Diniz, herdeiro do trono de Portugal. Com ele Isabel teve dois filhos: Constância e Afonso, o herdeiro da coroa portuguesa.
Ela gostava da vida interior e do trabalho silencioso. Jejuava regularmente, era pródiga na distribuição de esmolas e estava sempre pronta a dar o perdão aos que erravam. As numerosas aventuras amorosas do marido muito a humilhavam, mas ela, sempre inclinada ao perdão, tratava com igual afeto os filhos de Dom Diniz, nascidos fora do casamento.
Santa Isabel era um verdadeiro anjo de paz. Sua ação pacificadora se fazia sentir tanto nas guerras entre os reinos cristãos, como nas brigas intermináveis de Dom Diniz com o irmão e o próprio filho. Era pacificadora, mas sem jamais abrir mão daquilo que ela considerava direito e justo, chegando a ser desterrada para longe do rei por causa de seus posicionamentos.
Fazia muita penitência e aos que lhe recomendavam moderação ela retrucava: “Onde, se não na Corte, são mais necessárias as mortificações? Aqui os perigos são maiores”. Pela palavra, pela penitência, pela oração, e sobretudo pelo exemplo de vida, ela conseguiu de Deus aquilo que mais desejava, que era a conversão do marido.
Quando Dom Diniz morreu, Santa Isabel depositou a coroa real no santuário de São Tiago de Compostela, doou seus bens pessoais aos mais necessitados e entrou para a Ordem Terceira de São Francisco, passando a viver de modo radical, a vida que sempre desejou, na pobreza e fazendo penitência.
Hoje, como no passado, não é fácil permanecer fiel à proposta do Evangelho num mundo de riquezas, intrigas, hedonismo, infidelidades em todos os níveis e disputas pelo poder. Mas Santa Isabel de Portugal nos lembra que é aí, no local onde vivemos, seja por força de uma opção pessoal, seja por circunstâncias alheias à nossa vontade, que somos chamados a suportar com paciência e dignidade os contratempos da vida, a semear a paz e a concórdia, a lutar em favor de tudo aquilo que promove a pessoa humana e contribui para que Jesus Ressuscitado seja cada vez mais conhecido e amado.
03 de Julho 2018
A SANTA MISSA

Festa: São Tomé, apóstolo
Cor: vermelha
1ª Leitura: Ef 2, 19-22
“Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos.”
Leitura da Carta de São Paulo apóstolo aos Efésios
Irmãos: 19Já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. 22E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 116 (117), 1.2 (R. Mc 16, 15)
R. Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
1Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, *
povos todos, festejai-o! R.
2Pois comprovado é seu amor para conosco, *
para sempre ele é fiel! R.
Evangelho: Jo 20, 24-29
“Meu Senhor e meu Deus!”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!”. Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” 26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. 27Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. 28Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” 29Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
02 de Julho 2018
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum -Segunda-feira
Cor: verde
1ª Leitura: Am 2,6-10.13-16
“Pisam, na poeira do chão, a cabeça dos pobres.”
Leitura da Profecia de Amós
6 Isto diz o Senhor: ‘Pelos três crimes de Israel, pelos seus quatro crimes, não retirarei a palavra: porque eles vendem o justo por dinheiro e o indigente, pelo preço de um par de chinelos; 7 pisam, na poeira do chão, a cabeça dos pobres, e impedem o progresso dos humildes; filho e pai vão à mesma mulher, profanando meu santo nome; 8 deitando-se junto a qualquer altar, usando roupas que foram entregues em penhor, bebem vinho à custa de pessoas multadas, na casa de Deus. 9 Entretanto, eu tinha aniquilado, diante deles, os amorreus, homens espadaúdos como cedros e robustos como carvalhos, destruindo lhes os frutos na ramada e arrancando-lhes as raízes. 10 Fui eu que vos fiz sair da terra do Egito e vos guiei pelo deserto, durante quarenta anos, para ocupardes a terra dos amorreus. 13 Pois bem, eu vos calcarei aos pés, como calca o chão a carroça carregada de feixes; 14o mais ágil não conseguirá fugir, o mais forte não achará força, o valente não salvará a vida; 15o arqueiro não resistirá de pé, o corredor veloz não terá pernas para escapar, nem se salvará o cavaleiro; 16o mais corajoso dentre os corajosos fugirá nu, naquele dia’, diz o Senhor.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 49, 16bc-17. 18-19. 20-21. 22-23 (R. 22a)
R. Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!
16b‘Como ousas repetir os meus preceitos *
16ce trazer minha Aliança em tua boca?
17 Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos *
e deste as costas às palavras dos meus lábios! R.
18 Quando vias um ladrão, tu o seguias *
e te juntavas ao convívio dos adúlteros.
19 Tua boca se abriu para a maldade *
e tua língua maquinava a falsidade. R.
20 Assentado, difamavas teu irmão, *
e ao filho de tua mãe injuriavas.
21 Diante disso que fizeste, eu calarei? *
Acaso pensas que eu sou igual a ti?
É disso que te acuso e repreendo *
e manifesto essas coisas aos teus olhos. R.
22 Entendei isto, todos vós que esqueceis Deus, +
para que eu não arrebate a vossa vida, *
sem que haja mais ninguém para salvar-vos!
23 Quem me oferece um sacrifício de louvor, *
este sim é que me honra de verdade.
A todo homem que procede retamente, *
eu mostrarei a salvação que vem de Deus’. R.
Evangelho: Mt 8,18-22
“Segue-me!”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo; 18 Vendo uma multidão ao seu redor, Jesus mandou passar para a outra margem do lago. 19 Então um mestre da Lei aproximou-se e disse: ‘Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás.’ 20 Jesus lhe respondeu: ‘As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.’ 21 Um outro dos discípulos disse a Jesus: ‘Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai.’ 22 Mas Jesus lhe respondeu: ‘Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
29 DE JUNHO. SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS
Solenidade
– O Senhor escolhe os seus discípulos.
I. QUE DEVO FAZER, Senhor?1, perguntou São Paulo no momento da sua conversão. Jesus respondeu-lhe: Levanta-te e entra em Damasco, e ali te será dito tudo o que deves fazer.
O perseguidor, transformado pela graça, receberá a instrução cristã e o batismo por meio de um homem – Ananias –, de acordo com os caminhos normais da Providência. E depois, tendo Cristo por eixo da sua vida, dedicar-se-á com todas as suas forças a espalhar a Boa Nova, sem se importar com os perigos, as tribulações, os sofrimentos e os aparentes fracassos. Sabe-se instrumento escolhido para levar o Evangelho a muitas gentes: Quando aprouve Àquele que me segregou desde o ventre de minha mãe, e me chamou pela sua graça, revelar em mim o seu Filho, para anunciá-lo aos gentios...2, lemos na segunda Leitura da Missa.
Santo Agostinho afirma que o zelo apaixonado de Paulo, anterior à sua conversão, era como uma selva impenetrável, mas, apesar de constituir um grande obstáculo, era ao mesmo tempo indício da fecundidade do solo. O Senhor semeou aí a semente do Evangelho, e os frutos foram inumeráveis3. O que aconteceu com Paulo pode acontecer com cada homem, mesmo que as suas faltas tenham sido muito graves. É a ação misteriosa da graça, que não muda a natureza, mas exerce sobre ela um poder curativo e purificador, e depois a eleva e aperfeiçoa.
São Paulo estava convencido de que Deus contava com ele desde o momento em que fora concebido, desde o ventre materno, conforme insiste em diversas ocasiões. A Sagrada Escritura mostra-nos como Deus escolhe os seus enviados mesmo antes de nascerem4, pondo assim de manifesto que a iniciativa é dEle e antecede qualquer mérito pessoal. O Apóstolo diz expressamente aos primeiros cristãos de Éfeso: Escolheu-nos antes da constituição do mundo5. E concretiza ainda mais na Epístola a Timóteo: Chamou-nos com vocação santa, não em virtude das nossas obras, mas em virtude do seu desígnio6.
A vocação é um dom que Deus preparou desde toda a eternidade. Por isso, quando o Senhor se manifestou em Damasco, Paulo não pediu conselho “nem à carne nem ao sangue”, não consultou nenhum homem, porque tinha a certeza de que fora chamado pelo próprio Deus. Não atendeu aos conselhos da prudência carnal, antes foi plenamente generoso com o Senhor. A sua entrega foi imediata, total, sem condições. E o mesmo aconteceu com os demais Apóstolos, quando ouviram o convite de Jesus: deixaram as redes imediatamente7 e, relictis omnibus, abandonando todas as coisas8, seguiram o Mestre. Saulo, antigo perseguidor dos cristãos, segue agora o Senhor com toda a prontidão.
Todos nós recebemos, de diversas maneiras, uma chamada concreta para servir o Senhor. E ao longo da vida chegam-nos novos convites para segui-lo, e temos de ser generosos com Ele em cada novo encontro. Temos de saber perguntar a Jesus na intimidade da oração, como São Paulo: Que devo fazer, Senhor?, que queres que eu deixe por Ti?, em que desejas que eu melhore? Neste momento da minha vida, que posso fazer por Ti?
– Chamada de Deus e vocação apostólica.
II. SÃO PAULO FOI CHAMADO por meio de sinais extraordinários, mas o efeito que esses sinais produziram nele foi o mesmo que ocasiona a chamada específica que Deus faz a muitos para que o sigam no meio das suas tarefas diárias. O Senhor chama todos os cristãos à santidade; e é uma vocação exigente, muitas vezes heróica, pois Ele não quer seguidores tíbios, discípulos de segunda classe. E há os que são chamados a uma particular entrega para estenderem o seu reinado entre todos os homens, sem que por isso tenham que abandonar os seus afazeres no mundo. Em qualquer caso, cada um, respondendo à vocação específica a que foi chamado, se quiser ser discípulo do Mestre, deve imprimir um sentido apostólico à sua vida: um sentido que o levará a não deixar passar nenhuma oportunidade de aproximar os outros de Cristo, que é aproximá-los da fonte da alegria, da paz e da plenitude.
Para um cristão que quer fazer da sua vida uma imitação de Cristo, o apostolado torna-se, portanto, parte da sua vida, ou melhor, a sua própria vida, como o foi para São Paulo. O trabalho converte-se em ocasião de apostolado; e o mesmo acontece com a dor ou com o tempo de descanso... Esse cristão que participa da intimidade do Senhor experimenta a necessidade de comunicar o seu achado, “a necessidade de expandir-se, de fazer, de dar, de falar, de transmitir aos outros o seu tesouro, o seu fogo [...]. O apostolado converte-se na expansão contínua de uma alma, na exuberância de uma personalidade possuída por Cristo e animada pelo seu Espírito. Sente-se a urgência de correr, de trabalhar, de promover de todas as maneiras possíveis a difusão do reino de Deus, a salvação dos outros, de todos”9.Ai de mim se não evangelizar!10, exclama o Apóstolo.
Identificado com Cristo – a suprema descoberta da sua vida –, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em redenção de muitos11, o Apóstolo faz-se servo de todos para conquistar todos os que puder. Com os judeus – diz aos de Corinto –, fiz-me judeu para ganhar os judeus... Com os fracos, fiz-me fraco para ganhar os fracos; fiz-me tudo para todos para salvar a todos12.
Pedimos hoje ao Apóstolo das gentes um coração grande como o seu, para sabermos passar por cima das pequenas humilhações ou dos aparentes fracassos que acompanham necessariamente a ação apostólica. E dizemos a Jesus que estamos dispostos a conviver com todos, a oferecer a todos a possibilidade de conhecê-lo e amá-lo, sem nos importarmos com os sacrifícios nem pretendermos êxitos imediatos.
– O apostolado, uma tarefa sacrificada e alegre.
III. SÃO PAULO EXORTAVA Timóteo a falar de Deus opportune et importune13, isto é, tivesse ou não ocasião de fazê-lo; também, portanto, quando as circunstâncias fossem adversas. Pois virá um tempo em que não suportarão a sã doutrina, antes se rodearão de mestres à medida das suas próprias paixões, levados pelo prurido de ouvir14. Era como se o Apóstolo estivesse presente nos nossos dias. Mas tu – adverte a Timóteo, e nele a cada cristão – sê circunspecto em tudo, sê valente no sofrimento, esforça-te na propagação do Evangelho, cumpre perfeitamente o teu ministério15.
Os sacerdotes levarão a cabo essa missão no exercício do seu munus: com a pregação da palavra de Deus, com o seu exemplo, com a sua caridade, com os conselhos no sacramento da Penitência. Os leigos – a imensa maioria do Povo de Deus –, por meio da amizade, com o conselho amável, com a conversa a sós com aquele amigo que parece afastar-se do Senhor ou com aquele outro que nunca quis saber dEle... E tudo isso à saída do trabalho, da Faculdade, no lugar em que se passam as férias..., os pais com os filhos..., aproveitando o melhor momento ou criando a ocasião.
João Paulo II animava os jovens – e todo o cristão que tem Cristo consigo é sempre jovem – a um apostolado vivo, direto e alegre. “Sede profundamente amigos de Jesus e levai à família, à escola, ao bairro, o exemplo da vossa vida cristã, limpa e alegre. Sede sempre jovens cristãos, verdadeiras testemunhas da doutrina de Cristo. Mais ainda: sede portadores de Cristo nesta sociedade perturbada, necessitada dEle hoje mais do que nunca. Anunciai a todos com a vossa vida que somente Cristo é a verdadeira salvação da humanidade”16.
Temos de pedir hoje a São Paulo que saibamos converter em oportuna qualquer situação que se nos apresente. Quando se chega a um trato verdadeiramente amistoso com uma pessoa, é absolutamente natural que mais cedo ou mais tarde lhe falemos de Deus, em clima de confidência. Não se deve temer nesse caso a inoportunidade. E, para nossa confusão, muitas vezes a reação será exatamente a contrária daquela que temíamos: “Como é que você não me falou antes disso?” E nesse ambiente de simplicidade, surgem sempre confidências íntimas de antigas frustrações, de carências atuais, de inquietações sobre o futuro... que desembocam na necessidade de uma vida de fé.
É surpreendente, ditosamente surpreendente, o infatigável trabalho apostólico de São Paulo. E quem verdadeiramente ama a Cristo sentirá a necessidade de o dar a conhecer, pois – como diz São Tomás de Aquino – aquilo que os homens muito admiram divulgam-no logo, porque da abundância do coração fala a boca17.
Peçamos a Nossa Senhora – Regina Apostolorum – a graça de compreendermos cada vez melhor que o apostolado é uma tarefa sacrificada mas alegre, porque é alimento e ao mesmo tempo fruto da intimidade com Cristo, de um amor irreprimível que não pode deixar de comunicar-se aos outros como uma feliz notícia.
(1) At 22, 10; (2) Gal 1, 15-16; (3) cfr. Santo Agostinho, Contra Fausto, 22, 70; (4) cfr. Jer 1, 5; Is 49, 1-5 etc.; (5) Ef 1, 4; (6) 2 Tim 1, 9; (7) Mt 4, 20-22; Mc 1, 18; (8) Lc 5, 11; (9) Paulo VI, Homilia, 14-X-1968; (10) cfr. 1 Cor 9, 16; (11) Mt 20, 28; (12) cfr. 1 Cor 9, 19-22; (13) 2 Tim 4, 2; (14) 2 Tim 4, 3-4; (15) 2 Tim 4, 5; (16) João Paulo II, Homilia, 3-XII-1978; (17) cfr. São Tomás, em Catena Aurea, vol. IV, pág. 37.
SÃO PEDRO E SÃO PAULO APÓSTOLOS
Solenidade
– A vocação de Pedro.
Esta solenidade data dos primeiros tempos do cristianismo. “Os apóstolos Pedro e Paulo são considerados por todos os fiéis cristãos, com todo o direito, como as primeiras colunas, não somente da Santa Sé romana, mas também da Igreja universal do Deus vivo, disseminada por toda a terra” (Paulo VI). Fundadores da Igreja de Roma, Mãe e Mestra das demais comunidades cristãs, foram eles que impulsionaram o seu crescimento com o supremo testemunho do “seu martírio, padecido em Roma com fortaleza: Pedro, a quem Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu como fundamento da sua Igreja e bispo desta esclarecida cidade, e Paulo, o Doutor das gentes, mestre e amigo da primeira comunidade aqui fundada” (Paulo VI). No Brasil, transfere-se esta festa para o primeiro domingo depois de 29 de junho.
I. SIMÃO PEDRO, como a maior parte dos seguidores de Jesus, era natural de Betsaida, cidade da Galiléia, às margens do lago de Genesaré. Era pescador, como o resto da família. Conheceu Jesus por intermédio de seu irmão André, que pouco tempo antes, talvez naquele mesmo dia, tinha passado uma tarde inteira em companhia de Cristo, juntamente com João. André não guardou para si o tesouro que tinha encontrado, “mas, cheio de alegria, correu a contar ao seu irmão o bem que tinha recebido”1.
Pedro chegou à presença do Mestre. Intuitus eum Iesus... “Jesus, fitando-o...” O Mestre cravou o olhar no recém-chegado e penetrou até o mais íntimo do seu coração. Como teríamos gostado de contemplar esse olhar de Cristo, capaz de mudar a vida de uma pessoa! Jesus olhou para Pedro de um modo imperioso e tocante. Nesse pescador galileu, ou melhor, para além dele, Jesus via toda a sua Igreja através dos tempos. O Senhor mostrou conhecê-lo desde sempre: Tu és Simão, filho de João! E também conhece o seu futuro: Tu te chamarás Cefas, que quer dizer Pedro. Nestas poucas palavras condensavam-se a vocação e o destino de Pedro, a sua tarefa neste mundo.
Desde o começo, “a situação de Pedro na Igreja é a da rocha sobre a qual se levanta o edifício”2. Toda a Igreja – e a nossa própria fidelidade à graça – tem como pedra angular, como alicerce firme, o amor, a obediência e a união com o Sumo Pontífice; “em Pedro, robustece-se a nossa fortaleza”3, ensina São Leão Magno. Olhando para Pedro e para toda a Igreja na sua peregrinação terrena, vemos que lhes podem ser aplicadas as palavras pronunciadas por Jesus: Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, mas ela não desabou porque estava fundada sobre rocha4. Rocha que, com as suas debilidades e defeitos, um dia foi escolhida pelo Senhor: um pobre pescador da Galiléia e os seus sucessores ao longo dos séculos.
O encontro de Pedro com Jesus deve ter impressionado profundamente os que o presenciaram, familiarizados como estavam com as cenas do Antigo Testamento. O próprio Deus tinha mudado o nome do primeiro Patriarca: Chamar-te-ás Abraão, que quer dizer Pai de uma multidão5. Também mudara o nome de Jacó pelo de Israel, que quer dizer Forte diante de Deus6. Agora, a mudança de nome de Simão não deixava de revestir-se de certa solenidade, no meio da simplicidade do encontro. “Eu tenho outros desígnios a teu respeito”, foi o que Jesus lhe deu a entender.
Mudar o nome equivalia a tomar posse de uma pessoa, ao mesmo tempo que era designar-lhe uma missão divina no mundo. Cefas não era nome próprio, mas o Senhor impõe-no a Pedro para indicar-lhe a função que desempenharia como seu Vigário e que lhe seria revelada de modo pleno mais tarde7. Nós podemos examinar hoje, na nossa oração, como é o nosso amor por aquele que faz as vezes de Cristo na terra: se rezamos diariamente por ele, se difundimos os seus ensinamentos, se o defendemos prontamente quando é questionado ao recordar a doutrina da Igreja, que é a mesma de sempre e que jamais mudará, ainda que mude o que os homens e as sociedades acham ou deixam de achar. Que alegria damos a Deus quando Ele vê que amamos, com obras, o seu Vigário aqui na terra!
– O primeiro discípulo de Jesus.
II. ESTE PRIMEIRO ENCONTRO de Pedro com o Mestre não foi a chamada definitiva. Mas desde aquele instante o Apóstolo sentiu-se cativado pelo olhar de Jesus e por toda a sua Pessoa. Não abandona o seu ofício de pescador, mas acompanha Jesus e escuta os seus ensinamentos. É bem provável que tenha presenciado o primeiro milagre do Senhor em Caná, onde conheceu Maria, a Mãe de Jesus.
Um dia, às margens do lago, depois de uma pesca excepcional e milagrosa, Jesus convidou-o a segui-lo definitivamente8. Pedro obedeceu imediatamente – o seu coração fora sendo preparado pouco a pouco pela graça – e, deixando tudo, seguiu o Senhor, como discípulo disposto a compartilhar em tudo a sorte do Mestre.
Tempos depois, encontravam-se em Cesaréia de Filipe e, enquanto caminhavam, Jesus perguntou aos seus: E vós, quem dizeis que eu sou? Respondeu Simão Pedro e disse: Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo9. Mal pronunciou estas palavras, Cristo prometeu-lhe solenemente o primado sobre toda a Igreja10. Como Pedro se lembraria então do que Jesus lhe dissera uns anos antes, quando seu irmão André o levara até Ele: Tu te chamarás Cefas...!
Pedro não mudou de maneira de ser tão rapidamente como mudou de nome. Não manifestou do dia para a noite a firmeza que o seu novo nome indicava. A par de uma fé firme como rocha, vemos nele um caráter às vezes vacilante. Certa vez, chegou até a ser motivo de escândalo para o Senhor, ele que seria o fundamento da Igreja de Cristo11.
Deus conta com o tempo para formar cada um dos seus instrumentos, como conta também com a boa vontade de cada um deles. Nós, se tivermos a boa vontade de Pedro, se formos dóceis à graça, iremos convertendo-nos em instrumentos idôneos para servir o Mestre e para levar a cabo a missão que nos confiou. Até os acontecimentos que parecem mais adversos, os nossos próprios erros e vacilações, se recomeçarmos uma vez e outra, se abrirmos o coração ao sacerdote na direção espiritual, haverão de ajudar-nos a estar mais perto de Jesus, que não se cansa de suavizar e polir os nossos modos rudes e toscos. E é provável que, em momentos difíceis, cheguemos a ouvir como Pedro: Homem de pouca fé, por que duvidaste?12 E veremos Jesus ao nosso lado, estendendo-nos a mão.
– A sua fidelidade até o martírio.
III. JESUS TEVE especiais manifestações de afeto para com Pedro; no entanto, nos momentos dramáticos da Paixão, quando Jesus mais precisava dele, quando estava só e abandonado, Pedro negou-o.
Depois da Ressurreição, porém, numa ocasião em que Pedro e os outros Apóstolos tinham voltado ao antigo ofício de pescadores e se achavam em plena faina, Jesus foi procurá-lo especialmente a ele, e manifestou-se através de uma segunda pesca milagrosa, que lhe evocaria aquela outra após a qual o Mestre o convidara definitivamente a segui-lo e lhe prometera que seria pescador de homens. Agora, Jesus espera os discípulos nas margens do lago e, servindo-se de coisas materiais – uns peixes, umas brasas... –, sublinha diante deles o realismo da sua presença e reata ao mesmo tempo o tom familiar que imprimia ao seu convívio com os discípulos. Quando acabaram de comer, Jesus disse a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?...13
Depois anunciou-lhe: Em verdade te digo: Quando eras jovem, tu te cingias e ias aonde querias; quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará aonde não queres ir14. Quando São João escreveu o seu Evangelho, esta profecia já se tinha cumprido; é por isso que o Evangelista acrescenta: Jesus disse isto para indicar com que morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois o Senhor recordou a Pedro aquelas palavras memoráveis que um dia, anos atrás, nas margens daquele mesmo lago, tinham mudado para sempre a vida de Simão: Segue-me.
Uma piedosa tradição conta que, durante a cruenta perseguição de Nero, Pedro saía de Roma, a da própria comunidade cristã, em busca de um lugar mais seguro. Junto às portas da cidade, cruzou-se com Jesus que carregava a Cruz. E quando Pedro lhe perguntou: “Aonde vais, Senhor?” (Quo vadis, Domine?), ouviu a resposta do Mestre: “Vou a Roma para deixar-me crucificar novamente”. Pedro entendeu a lição e voltou para a cidade, onde o esperava a sua cruz.
Esta lenda parece um último eco daquele protesto de Pedro contra a cruz, quando o Senhor anunciou pela primeira vez a sua paixão15. Pedro morreu pouco tempo depois. Um historiador antigo refere que o Apóstolo pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por sentir-se indigno de morrer como o seu Mestre, de cabeça para o alto. O martírio do Príncipe dos Apóstolos é recordado por São Clemente, seu sucessor no governo da Igreja romana16. Pelo menos desde o século III, a Igreja comemora neste dia, 29 de junho, o martírio de São Pedro e São Paulo17, o dies natalis, o dia em que aqueles que foram as duas colunas da Igreja viram novamente a Face do seu Senhor e Mestre.
Apesar das suas fraquezas, Pedro foi fiel a Cristo, até dar a vida por Ele. Isto é o que lhe pedimos ao terminarmos esta meditação: fidelidade, apesar das contrariedades e de tudo o que nos seja adverso. Pedimos-lhe fortaleza na fé, como o próprio Pedro pedia aos primeiros cristãos da sua geração: que saibamos resistir fortes in fide18. “Que podemos pedir a Pedro para nosso proveito, que podemos oferecer em sua honra senão esta fé, na qual têm as suas origens a nossa saúde espiritual e a nossa promessa, por ele exigida, de sermos fortes na fé?”19
Fidelidade, apesar das contrariedades e de tudo o que nos seja adverso.
Esta fortaleza é a que pedimos também à nossa Mãe Santa Maria, para sabermos conservar a nossa fé sem ambigüidades, com serena firmeza, seja qual for o ambiente em que tenhamos de viver.
(1) São João Crisóstomo, em Catena Aurea, vol. VII, pág. 113; (2) Paulo VI, Alocução, 24-XI-1965; (3) São Leão Magno, Homilia na festa de São Pedro Apóstolo, 83, 3; (4) Mt 7, 25; (5) cfr. Gen 17, 5; (6) cfr. Gen 32, 28; (7) cfr. Mt 16, 16-18; (8) cfr. Lc 5, 11; (9) Mt 16, 15-16; (10) Mt 16, 18-19; (11) cfr. Mt 16, 23; (12) Mt 14, 31; (13) Jo 21, 15 e segs.; (14) Jo 21, 18-19; (15) cfr. Otto Hophan, Los Apóstoles, Palabra, Madrid, 1982, pág. 88; (16) cfr. Paulo VI, Exort. Apost. Petrum et Paulum, 22-II-1967; (17) João Paulo II, Angelus, 29-VI-1987; (18) 1 Pe 5, 9; (19) Paulo VI, Exort. Apost. Petrum et Paulum, 22-II-1967.
Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.
01 de Julho 2018
A SANTA MISSA

São Pedro e São Paulo, apóstolos – Solenidade
Cor: vermelha
1ª Leitura: At 12,1-11
“Agora sei que o Senhor enviou o seu anjo
para me libertar do poder de Herodes.”
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 1 o rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. 2 Mandou matar à espada Tiago, irmão de João. 3 E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender a Pedro. Eram os dias dos Pães ázimos. 4 Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa. 5 Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele. 6 Herodes estava para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes; e os guardas vigiavam a porta da prisão. 7 Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos. 8 O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!” 9 Pedro acompanhou-o, e não sabia que era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que aquilo era uma visão. 10 Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. 11 Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 5)
R. De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
2Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, *
seu louvor estará sempre em minha boca.
3Minha alma se gloria no Senhor; *
que ouçam os humildes e se alegrem! R.
4 Comigo engrandecei ao Senhor Deus, *
exaltemos todos juntos o seu nome!
5 Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, *
e de todos os temores me livrou. R.
6 Contemplai a sua face e alegrai-vos, *
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
7 Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, *
e o Senhor o libertou de toda angústia. R.
8 O anjo do Senhor vem acampar *
ao redor dos que o temem, e os salva.
9 Provai e vede quão suave é o Senhor! *
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! R
2ª Leitura: 2Tm 4,6-8.17-18
“Agora está reservada para mim a coroa da justiça.”
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo
Caríssimo: 6 Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7 Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8 Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa. 17 Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. 18 O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Mt 16,13-19
“Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 13 Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14 Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15 Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17 Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz es tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18 Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!