14 de Outubro 2018
A SANTA MISSA

28º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Cor: Verde
1ª Leitura: Sb 7,7-11
“Em comparação com a Sabedoria julguei sem valor a riqueza.”
Leitura do Livro da Sabedoria
7 “Orei, e foi-me dada a prudência; supliquei, e veio a mim o espírito da sabedoria. 8 Preferi a Sabedoria aos cetros e tronos e, em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza; 9 a ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e, diante dela, a prata será como a lama. 10 Amei-a mais que a saúde e a beleza, e quis possuí-la mais que a luz, pois o esplendor que dela irradia não se apaga. 11 Todos os bens me vieram com ela, pois uma riqueza incalculável está em suas mãos”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 89 (90), 12-13.14-15.16-17(R. 14)
R. Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor,
e exultaremos de alegria!
12Ensinai-nos a contar os nossos dias,*
e dai ao nosso coração sabedoria!
13Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos! R.
14 Saciai-nos de manhã com vosso amor,*
e exultaremos de alegria todo o dia!
15 Alegrai-nos pelos dias que sofremos,
pelos anos que passamos na desgraça! R.
16 Manifestai a vossa obra a vossos servos,*
e a seus filhos revelai a vossa glória!
17 Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!*
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho. R.
2ª Leitura: Hb 4,12-13
“A Palavra de Deus julga os pensamentos e as intenções do coração.”
Leitura da Carta aos Hebreus
12 A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e intenções do coração. 13 E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Mc 10,17-30
“Vende tudo o que tens e segue-me!”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, 17 quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” 18 Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19 Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe”. 20 Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21 Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” 22 Mas, quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23 Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” 24 Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25 É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” 26 Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27 Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”. 28 Pedro então começou a dizer-lhe: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. 29 Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30 receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
TEMPO COMUM. VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO. ANO B
– A maior sabedoria consiste em encontrar Jesus Cristo.
– O encontro com o jovem rico.
– Jesus convida-nos a segui-lo.
I. OS TEXTOS DA MISSA deste domingo falam da sabedoria divina, que devemos estimar mais do que qualquer outro bem. Na primeira Leitura1, lemos o pedido que o autor do livro sagrado coloca nos lábios de Salomão: Invoquei o Senhor, e foi-me concedido o espírito de sabedoria. Preferi-a aos reinos e aos tronos, e em sua comparação tive as riquezas por nada. Não a equiparei às pedras preciosas, porque todo o ouro ao seu lado é um pouco de areia, e à sua vista a prata será considerada como lodo. Nada pode alcançar o valor do conhecimento de Deus, que nos faz participar da sua intimidade e dá sentido à vida: Preferi-a à saúde e à formosura, e resolvi tê-la por luz, porque o seu resplendor não tem ocaso. E, além disso, todos os bens me vieram juntamente com ela. Encontrei nas suas mãos inumeráveis riquezas.
O Verbo de Deus encarnado, Jesus Cristo, é a Sabedoria infinita, escondida no seio do Pai desde a eternidade e agora acessível aos homens que estejam dispostos a abrir o seu coração com humildade e simplicidade. Comparado com Ele, o ouro é um pouco de areia, e a prata será considerada co-mo lodo, nada. Ter Cristo é possuir tudo, pois com Ele nos chegam todos os bens. Por isso cometemos a maior insensatez quando preferimos alguma coisa (honra, riqueza, saúde...) ao próprio Cristo que nos visita. Nada vale a pena sem o Mestre.
“Senhor, obrigado por teres vindo. Terias podido salvar-nos sem teres vindo. Bastava simplesmente que quisesses salvar-nos; não se vê que a Encarnação fosse necessária. Mas quiseste vir para termos o exemplo completo de toda a perfeição [...]. Obrigado, Mestre, por teres vindo, por estares no meio de nós, homem entre os homens, o Homem entre os homens, como um entre tantos [...], e, apesar disso, o Homem que tudo atrai a si, porque, desde que veio, não existe outra perfeição. Obrigado por teres vindo e porque eu posso ver-te e alimentar a minha vida em ti”2.
Ser sábio, Senhor, é encontrar-te e seguir-te. Só acerta na vida quem te segue.
II. NO EVANGELHO DA MISSA3, São Marcos relata o episódio de uma pessoa que preferiu alguns bens ao próprio Cristo, que o convidara a segui-lo. Quando Jesus saía com os seus discípulos a caminho de Jerusalém, apareceu um jovem4 que se ajoelhou diante dEle e lhe perguntou: Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna? O Senhor indica-lhe os Mandamentos como caminho seguro e necessário para alcançar a salvação. O jovem, com grande simplicidade, respondeu-lhe que os cumpria desde a infância. Então Jesus, que conhecia a pureza daquele coração e o fundo de generosidade e de entrega que existe em cada homem e em cada mulher, pondo nele os olhos, mostrou-lhe afeto, amou-o com predileção, e convidou-o a segui-lo, pondo de parte tudo o que possuía.
São Marcos, que nos transmite a catequese de São Pedro, deve ter ouvido o relato dos lábios do próprio Apóstolo, em todos os seus pormenores. Como Pedro devia lembrar-se desse olhar de Jesus que, no começo da sua vocação, também pousara sobre ele e mudara o rumo da sua vida! E Jesus, fixando nele o olhar, disse-lhe: Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro5. E a partir daquele instante a vida de Pedro foi outra.
Como gostaríamos de contemplar esse olhar de Jesus! Umas vezes, imperioso; outras, de pena e de tristeza, por exemplo ao ver a incredulidade dos fariseus6; outras, de compaixão, como à entrada de Naim, ao passar pelos que levavam a enterrar o filho morto da viúva7. É esse olhar que comunica uma força persuasiva às palavras com que convida Mateus a deixar tudo e segui-lo8, ou com que se faz convidar a casa de Zaqueu, levando-o à conversão9. É esse mesmo olhar que se enternece diante da fé e da grandeza de alma de uma viúva pobre que deu tudo o que tinha10, o mesmo que põe a descoberto a alma diante de Deus e suscita a contrição, como no caso da mulher adúltera11 e do próprio Pedro depois da sua tríplice negação12.
Jesus olhou com afeto para o jovem que se aproximara dEle e convidou-o: “Segue-me. Caminha sobre os meus passos. Vem para o meu lado! Permanece no meu amor!”13 É o convite que talvez nós tenhamos recebido um dia..., esse em que resolvemos segui-lo sem mais altos e baixos.
“O homem precisa deste olhar amoroso: tem necessidade de saber-se amado, de saber-se eternamente amado e escolhido desde toda a eternidade (cfr. Ef 1, 4). Ao mesmo tempo, este amor eterno de eleição divina acompanha o homem durante toda a vida como o olhar de amor de Cristo. E isto sobretudo no momento da provação, da humilhação, da perseguição, do fracasso [...]. Então, a consciência de que o Pai nos amou desde sempre no seu Filho, de que Cristo nos ama a cada um e sempre, torna-se um ponto de apoio firme para toda a existência humana. Quando tudo se conjuga para nos fazer duvidar de nós mesmos e do sentido da nossa vida, então esse olhar de Cristo, ou seja, a consciência do amor que nEle se mostrou mais forte do que todo o mal e toda a destruição, essa consciência permite-nos sobreviver”14.
Cada um recebe uma chamada particular do Mestre, e da resposta a esse convite dependem toda a paz e toda a felicidade verdadeiras. A autêntica sabedoria consiste em dizer sim a cada um dos convites que Cristo, Sabedoria infinita, faz ao longo da nossa vida, porque Ele continua a percorrer as nossas ruas e praças. Cristo vive e chama. “Um dia – não quero generalizar; abre o teu coração ao Senhor e conta-lhe a tua história –, talvez um amigo, um simples cristão igual a ti, te fez descobrir um panorama profundo e novo, e, ao mesmo tempo, antigo como o Evangelho. Sugeriu-te a possibilidade de te empenhares seriamente em seguir Cristo, em ser apóstolo de apóstolos. Talvez tenhas perdido então a tranqüilidade e não a tenhas recuperado, convertida em paz, enquanto livremente, porque te apeteceu – que é a razão mais sobrenatural –, não respondeste sim a Deus. E veio a alegria, forte, constante, que só desaparece quando te afastas dEle”15.
É a alegria da entrega, tão oposta à tristeza que afogou a alma do jovem rico que não quis corresponder à chamada do Mestre.
III. VAI, VENDE QUANTO TENS e dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus; e vem depois e segue-me, disse Jesus a esse jovem que tinha muitos bens. E as palavras que deviam comunicar-lhe uma grande alegria, deixaram-lhe na alma uma grande tristeza: Mas ele, afligido por estas palavras, retirou-se triste. “A tristeza deste jovem deve fazer-nos refletir. Podemos ter a tentação de pensar que possuir muitas coisas, muitos bens neste mundo, pode fazer-nos felizes. E no entanto, vemos no caso deste jovem do Evangelho que as muitas riquezas se converteram em obstáculo para aceitar o chamamento de Jesus. Não estava disposto a dizer sim a Jesus e não a si próprio, a dizer sim ao amor e não à fuga! O amor verdadeiro é exigente”16.
Se notamos no nosso coração um travo de desgosto e tristeza, é possível que se deva a que o Senhor nos está pedindo alguma coisa e nós nos recusamos a dá-la; não acabamos de deixar o coração livre de quaisquer laços para segui-lo plenamente.
É talvez o momento de nos lembrarmos das palavras de Jesus no fim desta passagem do Evangelho: Em verdade vos digo que todo aquele que deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, receberá já agora no tempo presente cem vezes mais em casas, irmãos, irmãs, mães, pais, filhos e campos, juntamente com perseguições, e no século futuro a vida eterna.
... E vem depois e segue-me. Com que ansiedade não estariam todos à espera da resposta do jovem! Com essa palavra – segue-me –, Jesus chamava os seus discípulos mais íntimos. Era um convite que implicava acompanhá-lo no seu ministério, escutar a sua doutrina e imitar o seu modo de vida... Agora, depois da Ascensão aos Céus, esse seguimento não é, logicamente, acompanhá-lo pelos caminhos e aldeias da Palestina, mas permanecer onde Ele nos encontrou, no meio do mundo, e fazer nossa a sua vida e doutrina, comunicar-nos com Ele mediante a oração, tê-lo presente no trabalho, no descanso, nas alegrias e nas penas..., dá-lo a conhecer com o testemunho alegre de uma vida simples e com a palavra.
Seguir o Senhor significa hoje empreender o caminho de uma vida de empenho e de luta por imitar o Mestre. “Neste esforço de identificação com Cristo, costumo distinguir como que quatro degraus: procurá-lo, encontrá-lo, tratá-lo, amá-lo. Talvez vos sintais como que na primeira etapa. Procurai o Senhor com fome, procurai-o em vós mesmos com todas as forças. Atuando com este empenho, atrevo-me a garantir que já o tereis encontrado, e que tereis começado a tratá-lo e a amá-lo”17.
O Senhor não deixa de chamar-nos para que tomemos a sério o caminho da santidade no meio dos nossos afazeres diários. Jesus, hoje, continua a viver e a chamar-nos. É o mesmo que percorria os caminhos da Palestina. Não deixemos passar a oportunidade de assumir um compromisso definitivo, de pôr a mão no arado com a firme disposição de nunca mais olhar para trás18.
(1) Sab 7, 7-11; (2) Jacques Leclerq, Treinta meditaciones sobre la vida cristiana, Desclée de Brouwer, Bilbao, 1958, págs. 50-51; (3) Mc 10, 17-30; (4) cfr. Mt 19, 16; (5) Jo 1, 42; (6) cfr. Mc 2, 5; (7) cfr. Lc 7, 13; (8) cfr. Mt 9, 9; (9) cfr. Lc 19, 5; (10) cfr. Mc 12, 41-44; (11) cfr. Jo 8, 10; (12) cfr. Lc 22, 61; Mc 14, 72; (13) João Paulo II, Homilia, 1.10.79; (14) João Paulo II, Carta aos jovens, 31.03.85, 7; (15) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 1; (16) João Paulo II, Homilia, 1.10.79; (17) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 300; (18) Lc 9, 62.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
TEMPO COMUM. VIGÉSIMA SÉTIMA SEMANA. SÁBADO
– A Virgem sempre nos conduz ao seu Filho.
– O Santo Rosário, a oração preferida da Virgem.
– Frutos da devoção a Santa Maria.
I. COMO EM TANTAS outras ocasiões, Jesus estava falando à multidão. E eis que uma mulher do povo levantou a voz e gritou: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que te amamentaram1.
Jesus deve ter-se lembrado naquele momento da sua Mãe, e esse louvor da mulher desconhecida tocou-lhe com certeza o Coração. O Senhor olhou-a sem dúvida com complacência e agradecimento. “Profundamente emocionada no seu coração pelos ensinamentos de Jesus, e perante a sua figura amável, aquela mulher não pôde conter a sua admiração. Reconhecemos nas suas palavras uma amostra genuína da religiosidade popular sempre viva entre os cristãos ao longo da história”2. Naquele dia começou a cumprir-se o Magnificat: ... Todas as gerações me chamarão bem-aventurada. Uma mulher, com o à-vontade do povo, tinha começado o que não terminaria até o fim dos tempos.
Jesus, fazendo-se eco do louvor, torna ainda mais profundo o elogio à sua Mãe: Bem-aventurados antes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática. Maria é bem-aventurada, certamente, por ter trazido o Filho de Deus no seu seio puríssimo e por tê-lo alimentado e cuidado dele, mas é-o ainda mais por ter acolhido com extrema fidelidade a palavra de Deus. “No decurso da pregação de Jesus, Ela recebeu as palavras pelas quais o seu Filho, exaltando o Reino por cima das raças e dos vínculos da carne e do sangue, proclamou bem-aventurados os que ouvem e guardam a palavra de Deus, tal como Ela mesma fielmente o fazia (cfr. Lc 2, 19)”3.
Esta passagem do Evangelho4, que se lê na Missa de hoje, ensina-nos uma excelente forma de louvar e de honrar o Filho de Deus: venerar e enaltecer a sua Mãe.
Os elogios a Maria soam muito gratamente aos ouvidos de Jesus. É por isso que nos dirigimos muitas vezes a Ela com tantas jaculatórias e devoções, com a recitação do Santo Rosário.
“Do mesmo modo que aquela mulher do Evangelho – diz o Papa João Paulo II – lançou um grito de bem-aventurança e de admiração para Jesus e sua Mãe, assim também vós, no vosso afeto e na vossa devoção, costumais unir sempre Maria a Jesus. Compreendeis que a Virgem nos conduz ao seu divino Filho, e que Ele sempre escuta as súplicas dirigidas à sua Mãe”5.
A Virgem é o caminho mais curto para chegarmos a Cristo, e por Ele, à Santíssima Trindade. Honrando Maria, sendo verdadeiramente filhos seus, imitamos Cristo e fazemo-nos semelhantes a Ele. “Pois Maria, tendo entrado intimamente na história da salvação, une em si e de certo modo reflete as supremas normas da fé. Quando é proclamada e cultuada, leva os fiéis ao seu Filho, ao sacrifício do Filho e ao amor do Pai”6. Com Ela andamos bem seguros.
II. TAMBÉM NÓS queremos unir-nos a esse longo desfile de pessoas tão diversas que através dos séculos souberam honrar Maria. A nossa voz une-se a esse clamor que jamais cessará. Nós também aprendemos a ir a Jesus por Maria, e neste mês, seguindo o costume da Igreja, queremos fazê-lo pondo mais empenho em rezar atentamente o terço, “que é fonte de vida cristã. Procurai rezá-lo diariamente, sozinhos ou em família, repetindo com uma grande fé essas orações fundamentais do cristão que são o Pai-Nosso, a Ave-Maria e o Glória – exortava o Romano Pontífice –. Meditai nessas cenas da vida de Jesus e de Maria, que nos recordam os mistérios de gozo, dor e glória. Aprendereis assim,nos mistérios gozosos, a pensar em Jesus que se fez pobre e pequeno: uma criança!, por nós, para nos servir; e vos sentireis impelidos a servir o próximo nas suas necessidades. Nos mistérios dolorosos, compreendereis que aceitar com docilidade e amor os sofrimentos desta vida – como Cristo na sua Paixão –, leva à felicidade e à alegria, que se manifesta nos mistérios gloriosos de Cristo e de Maria à espera da vida eterna”7.
O Santo Rosário é a oração preferida de Nossa Senhora8, uma oração que sempre chega ao seu Coração de Mãe e nos concede inumeráveis graças e bens.
Já se comparou esta devoção a uma escada, que subimos degrau a degrau, indo “ao encontro da Senhora, que quer dizer ao encontro de Cristo. Porque esta é uma das características do Rosário, a mais importante e a mais bela de todas: uma devoção que por meio da Virgem nos leva a Cristo. Cristo é o termo desta longa e repetida invocação a Maria. Fala-se a Maria para chegar a Cristo”9.
Que paz nos deve dar repetir devagar a Ave-Maria, detendo-nos talvez em alguma das suas partes! Ave, Maria..., e a saudação, ainda que a tenhamos repetido milhões de vezes, soa sempre a algo novo. Santa Maria..., Mãe de Deus!... rogai por nós... agora! E Ela nos olha, e sentimos a sua proteção maternal. “A piedade – tal como o amor – não se cansa de repetir com freqüência as mesmas palavras, porque o fogo da caridade que as inflama faz com que sempre tenham algo novo”10.
III. A DEVOÇÃO À VIRGEM não é de maneira nenhuma “um sentimento estéril e transitório, nem uma certa vã credulidade”11, própria de pessoas de pouca idade ou formação. Pelo contrário – continua a afirmar o Concílio Vaticano II –, “procede da verdadeira fé, pela qual somos levados a reconhecer a excelência da Mãe de Deus e impelidos a um amor filial para com a nossa Mãe e à imitação das suas virtudes”12.
O amor à Virgem anima-nos a imitá-la e, portanto, a cumprir fielmente os nossos deveres, a levar alegria a todos os lugares aonde vamos. Move-nos a repelir todo o pecado, até o mais leve, e incita-nos a lutar com empenho contra os nossos defeitos. Contemplar a docilidade de Maria à ação do Espírito Santo na sua alma é sentirmo-nos estimulados a cumprir a vontade de Deus a todo o momento, também quando nos custa. O amor que nasce no nosso coração ao invocá-la é o melhor remédio contra a tibieza e contra as tentações de orgulho e da sensualidade.
Quando fazemos uma romaria ou visitamos um santuário dedicado à nossa Mãe do Céu, fazemos uma boa provisão de esperança. Ela mesma – Spes nostra – é a nossa esperança! Sempre que rezamos com atenção o terço e nos detemos uns instantes a meditar cada um dos mistérios que nele se propõem, obtemos mais forças para lutar, mais alegria e desejos mais firmes de ser melhores. “Não se trata tanto de repetir fórmulas como de falar como pessoas vivas com uma pessoa viva, que, se não a vedes com os olhos do corpo, podeis no entanto vê-la com os olhos da fé. Com efeito, a Virgem e o seu Filho vivem no Céu uma vida muito mais “viva” do que a nossa – mortal – que vivemos aqui na terra.
“O Rosário é um colóquio confidencial com Maria, uma conversa cheia de confiança e de abandono. É confiar-lhe as nossas penas, manifestar-lhe as nossas esperanças, abrir-lhe o nosso coração. É declararmo-nos à sua disposição para tudo o que Ela, em nome do seu Filho, nos peça. É prometer-lhe fidelidade em todas as circunstâncias, mesmo as mais dolorosas e difíceis, certos da sua proteção, certos de que, se o pedimos, Ela sempre obterá do seu Filho todas as graças necessárias à nossa salvação”13.
Façamos o propósito neste sábado mariano de oferecer-lhe com mais amor essa coroa de rosas que a palavra “rosário” significa na sua etimologia. Não rosas murchas pela falta de amor ou pelo descuido.
“Santo Rosário. Os gozos, as dores e as glórias da vida de Nossa Senhora tecem uma coroa de louvores que os Anjos e os Santos do Céu repetem ininterruptamente..., como também os que amam a nossa Mãe aqui na terra. – Pratica diariamente esta devoção santa e difunde-a”14.
Através desta devoção, a nossa Mãe do Céu devolver-nos-á a esperança se alguma vez, ao considerarmos tantas fraquezas, sentirmos na alma a sombra do desalento. “«Virgem Imaculada, bem sei que sou um pobre miserável, que não faço mais do que aumentar todos os dias o número dos meus pecados...» Disseste-me o outro dia que falavas assim com a Nossa Mãe. E aconselhei-te, com plena segurança, que rezasses o terço: bendita monotonia de ave-marias, que purifica a monotonia dos teus pecados!”15
(1) Lc 11, 27-28; (2) João Paulo II, Alocução, 5.04.87; (3) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 58; (4) Lc 11, 27-28; (5) João Paulo II, Alocução; (6) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 65; (7) João Paulo II, Alocução; (8) Paulo VI, Carta Encíclica Mense Maio, 29.04.65; (9) Paulo VI, Alocução, 10.05.64; (10) Pio XI, Carta Encíclica Ingravescentibus malis, 29.09.37; (11) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 67; (12) ibid.; (13) João Paulo II, Alocução, 25.04.87; (14) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Forja, n. 621; (15) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Sulco, n. 475.
Fonte: Livro "Falar com Deus" de Francisco Fernández Carvajal
13 de Outubro 2018
A SANTA MISSA

27ª Semana do Tempo Comum – Sábado
Cor: Verde
1ª Leitura: Gl 3,22-29
“Vós todos sois filhos de Deus pela fé”.
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas
Irmãos: 22 A Escritura pôs todos e tudo sob o jugo do pecado, a fim de que, pela fé em Jesus Cristo, se cumprisse a promessa em favor dos que crêem. 23 Antes que se inaugurasse o regime da fé, nós éramos guardados, como prisioneiros, sob o jugo da Lei. Éramos guardados para o regime da fé, que estava para ser revelado. 24 Assim, a Lei foi como um pedagogo que nos conduziu até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. 25 Mas, uma vez inaugurado o regime da fé, já não estamos na dependência desse pedagogo. 26 Com efeito, vós todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. 27 Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. 28 O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo. 29 Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 104,2-3. 4-5. 6-7 (R. 8a)
R. O Senhor se lembra sempre da Aliança!
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
2Cantai, entoai salmos para ele, *
publicai todas as suas maravilhas!
3Gloriai-vos em seu nome que é santo, *
exulte o coração que busca a Deus! R.
4 Procurai o Senhor Deus e seu poder, *
buscai constantemente a sua face!
5 Lembrai as maravilhas que ele fez, *
seus prodígios e as palavras de seus lábios! R.
6 Descendentes de Abraão, seu servidor, *
e filhos de Jacó, seu escolhido,
7 ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, *
vigoram suas leis em toda a terra. R.
Evangelho: Lc 11,27-28
“Feliz o ventre que te trouxe.
Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 27 Enquanto Jesus falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram.” 28 Jesus respondeu: “Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática.”
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
12 de Outubro 2018
A SANTA MISSA

Solenidade: Nossa Senhora Aparecida
Cor: Branca
1ª Leitura: Est 5,1b-2; 7,2b-3
“Concede-me a vida do meu povo – eis o meu desejo!”
Leitura do Livro de Ester
1b Ester revestiu-se com vestes de rainha e foi colocar-se no vestíbulo interno do palácio real, frente à residência do rei. O rei estava sentado no trono real, na sala do trono, frente à entrada. 2 Ao ver a rainha Ester parada no vestíbulo, olhou para ela com agrado e estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão, e Ester aproximou-se para tocar a ponta do cetro. 7,2b Então, o rei lhe disse: “O que me pedes, Ester; o que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te seria concedida”. 3 Ester respondeu-lhe: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida – eis o meu pedido! – e a vida do meu povo – eis o meu desejo!
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 44(45),11-12a.12b-13.14-15a.15b-16 (R. 11.12a)
R. Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
que o Rei se encante com vossa beleza!
11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: +
“Esquecei vosso povo e a casa paterna! *
12a Que o Rei se encante com vossa beleza! R.
12b Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! +
13 O povo de Tiro vos traz seus presentes, *
os grandes do povo vos pedem favores. R.
14 Majestosa, a princesa real vem chegando, +
vestida de ricos brocados de ouro, *
15a Em vestes vistosas ao Rei se dirige, R.
15b e as virgens amigas lhe formam cortejo, +
16 entre cantos de festa e com grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real”. R.
2ª Leitura: 1Ts 1, 5c-10
“Vós vos convertestes, abandonando os falsos deuses,
para servir a Deus esperando o seu Filho”.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Tessalonicenses
Irmãos: 5c Sabeis de que maneira procedemos entre vós, para o vosso bem. 6 E vós vos tornastes imitadores nossos, e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações. 7 Assim vos tornastes modelo para todos os fiéis da Macedônia e da Acaia. 8 Com efeito, a partir de vós, a Palavra do Senhor não se divulgou apenas na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte. Assim, nós já nem precisamos de falar, 9 pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, 10 esperando dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos: Jesus, que nos livra do castigo que está por vir.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Jo 2,1-11
“Fazei o que ele vos disser”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo: 1 Houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2 Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. 4 “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.” 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8 Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9 O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
11 de Outubro 2018
A SANTA MISSA

27ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Gl 3, 1-5
“Recebestes o Espírito pela prática da Lei
ou pela fé através da pregação?”
Leitura da Carta de São Paulo apóstolo aos Gálatas
1 Ó gálatas insensatos, quem é que vos fascinou? Diante de vossos olhos, não foi acaso representado, como que ao vivo, Jesus Cristo crucificado? 2 Só isto quero saber de vós: Recebestes o Espírito pela prática da Lei ou pela fé através da pregação? 3 Sois assim tão insensatos? A ponto de, depois de terdes começado pelo espírito, quererdes terminar pela carne? 4 Foi acaso em vão que sofrestes tanto? Se é que foi mesmo em vão! 5 Aquele que vos dá generosamente o Espírito e realiza milagres entre vós, faz isso porque praticais a Lei ou porque crestes, através da pregação?
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Lc 1, 69-70.71-72.73-75(R. cf. 68)
R. Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou!
69 Fez surgir um poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu servidor,
70 como falara pela boca de seus santos, *
os profetas desde os tempos mais antigos. R.
71 para salvar-nos do poder dos inimigos *
e da mão de todos quantos nos odeiam.
72 Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa Aliança. R.
73 e o juramento a Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos 74que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos sem temor +
75 em santidade e em justiça diante dele, *
enquanto perdurarem nossos dias. R.
Evangelho: Lc 11, 5-13
“Pedi e recebereis.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5 E Jesus acrescentou: “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6 porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7 e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomoda! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8 eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. 9 Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10 Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá. 11 Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12 Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
10 de Outubro 2018
A SANTA MISSA

27ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Gl 2,1-2.7-14
“Reconheceram a graça que me foi dada”.
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas
Irmãos: 1 Quatorze anos mais tarde, subi, de novo, a Jerusalém, com Barnabé, levando também Tito comigo. 2 Fui lá, por causa de uma revelação. Expus-lhes o evangelho que tenho pregado entre os pagãos, o que fiz em particular aos líderes da Igreja, para não acontecer estivesse eu correndo em vão ou tivesse corrido em vão. 7 Pelo contrário, viram que a evangelização dos pagãos foi confiada a mim, como a Pedro foi confiada a evangelização dos judeus. 8 De fato, aquele que preparou Pedro para o apostolado entre os judeus preparou-me também a mim para o apostolado entre os pagãos. 9 Reconhecendo a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, considerados as colunas da Igreja, deram-nos a mão, a mim e a Barnabé, como sinal de nossa comunhão recíproca. Assim ficou confirmado que nós iríamos aos pagãos e eles iriam aos judeus. 10 O que nos recomendaram foi somente que nos lembrassemos dos pobres. E isso procurei fazer sempre, com toda a solicitude. 11 Mas, quando Cefas chegou a Antioquia, opus-me a ele abertamente, pois ele merecia censura. 12 Com efeito, antes que chegassem alguns da comunidade de Tiago, ele tomava refeição com os gentios. Mas, depois que eles chegaram, Cefas começou a esquivar-se e a afastar-se, por medo dos circuncidados. 13 E os demais judeus acompanharam-no nessa dissimulação, a ponto de até Barnabé se deixar arrastar pela hipocrisia deles. 14 Quando vi que não estavam procedendo direito, de acordo com a verdade do Evangelho, disse a Cefas, diante de todos: ‘Se tu, que és judeu, vives como pagão e não como judeu, como podes obrigar os pagãos a viverem como judeus?
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 116, 1. 2 (R. Mc 16,15)
R. Ide, por todo o mundo, e a todos pregai o Evangelho.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1 Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,*
povos todos, festejai-o! R.
2 Pois comprovado é seu amor para conosco,*
para sempre ele é fiel! R.
Evangelho: Lc 11,1-4
“Senhor, ensina-nos a rezar”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
1 Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos.’ 2 Jesus respondeu: ‘Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3 Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, 4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
São Francisco Borja
10 de Outubro
São Francisco Borja 
O pequeno Ducado de Gandia, pertencente ao Reino de Valência, era governado no início do século XVI por Dom João de Borja. Sua mãe, viúva pela segunda vez aos 18 anos, logo que o filho pôde administrar o Ducado, retirou-se aos 33 anos de idade para o mosteiro de las Descalzas, como vulgarmente são denominadas na Espanha as monjas clarissas. Lá já se encontrava sua filha Isabel, que edificava por sua virtude.
Dom João era casado com Dona Joana de Aragão, neta, por um ramo bastardo, do Rei Fernando de Aragão, esposo de Isabel, a Católica. Expulsando os mouros de Granada, no mesmo ano em que promoviam o descobrimento da América, esses soberanos puseram fim a oito séculos de dominação moura na Espanha.
Francisco, primogênito dos Duques de Gandia, nascido a 28 de outubro de 1510, deveu à mãe sua precoce piedade. Dona Joana tinha especial predileção por ele, devido a seu bom temperamento e natural inclinação à virtude. Não descuidando em que recebesse formação própria a seu ilustre sangue, escolheu para ele dois preceptores de conhecida erudição e comprovada virtude.
Modelo de virtude em luxuosa Corte
Aos 10 anos Dom Francisco perdeu a mãe. Devido a este falecimento, o menino deixou o convívio do pai e dos sete irmãozinhos, pois sua educação foi confiada ao tio materno, Arcebispo de Saragoça. Com ele passou alguns anos.
Como o costume exigia então, os filhos dos Grandes de Espanha passavam a juventude como pajens na Corte. Assim, ao cumprir 16 anos, Francisco foi enviado à Carlos V, jovem rei da Espanha e Imperador do Sacro Império. Este logo afeiçoou-se ao adolescente pela nobreza de sangue, seriedade, diligência e piedade.
A Imperatriz Isabel, filha do Rei de Portugal e esposa de Carlos V, tinha tal dileção por Dom Francisco que, atingindo ele os 20 anos, deu-lhe por esposa Dona Leonor de Castro, sua melhor dama de companhia, então com 17, em cujas veias corria o mais ilustre sangue luso. Como presente de bodas, o Imperador Carlos V concedeu a Dom Francisco, além do título de Marquês de Lombay, a nomeação como Montero-Mor de sua Casa. E a Imperatriz acrescentou-lhe o de seu Cavalariço-Mor, e à Marquesa, esposa de Francisco, o de sua Camareira-Mor.
A Imperatriz quis ser a madrinha do primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Carlos, em honra do Imperador. E também dispôs que seu filho Felipe — o futuro Felipe II — fosse o padrinho.
Em meio a todas essas distinções, sendo dos poucos a ter entrada livre na câmara real e vivendo em faustosa Corte, o jovem Marquês de Lombay mostrava-se sempre simples e recatado, impressionando a todos por sua rara virtude. Esta era fruto do hábito salutar que adquirira de domar sempre suas paixões e más inclinações. Para isso, utilizava os métodos mais eficazes, como a oração, confissão e comunhão freqüentes, além de penitências voluntárias. Dona Leonor procurava seguir a mesma trilha.
Deus os abençoou, concedendo-lhes cinco filhos e três filhas, uma das quais seguiria a senda da bisavó, entrando também para las Descalzas de Gandia. Após o nascimento do oitavo filho, os Marqueses, de comum acordo, decidiram viver em estado de continência, embora não tivessem atingido ainda os 30 anos de idade…
O ano de 1529 marcou profundamente a vida do Marquês. A Imperatriz Isabel faleceu, após breve doença, no auge do poder e de sua extraordinária beleza. Como prova de estima pelo casal, o Imperador dispôs que somente a Marquesa amortalhasse sua esposa e que fosse o Marquês quem acompanhasse os restos mortais dela até o Panteón Real, em Granada.
Quando, após 15 dias de trasladado, sob um sol abrasador, o Marquês teve que reconhecer ante os notários aquele corpo já em adiantado estado de corrupção, constatou novamente, de maneira pungente, a fragilidade das glórias deste mundo. E renovou seu propósito de, se sobrevivesse à esposa, dedicar-se somente à vida que não tem fim, numa Ordem Religiosa.
São João de Ávila, a quem então abriu sua alma, aprovou-lhe a decisão.
09 de Outubro 2018
A SANTA MISSA

27ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Gl 1,13-24
“Dignou-se revelar-me o seu Filho,
para que eu o pregasse entre os pagãos”.
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas
Irmãos: 13 Certamente ouvistes falar como foi outrora a minha conduta no judaísmo, com que excessos perseguia e devastava a Igreja de Deus 14 e como progredia no judaísmo mais do que muitos judeus de minha idade, mostrando-me extremamente zeloso das tradições paternas. 15 Quando, porém, aquele que me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça 16 se dignou revelar-me o seu Filho, para que eu o pregasse entre os pagãos, não consultei carne nem sangue 17 nem subi, logo, a Jerusalém para estar com os que eram apóstolos antes de mim. Pelo contrário, parti para a Arábia e, depois, voltei ainda a Damasco. 18 Três anos mais tarde, fui a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele quinze dias. 19 E não estive com nenhum outro apóstolo, a não ser Tiago, o irmão do Senhor. 20 Escrevendo estas coisas, afirmo diante de Deus que não estou mentindo. 21Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilícia. 22 Ainda não era pessoalmente conhecido das igrejas da Judeia que estão em Cristo. 23 Apenas tinham ouvido dizer que “aquele que, antes, nos perseguia, está agora pregando a fé que, antes, procurava destruir”. 24 E glorificavam a Deus por minha causa.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 138,1-3. 13-14ab. 14c-15 (R. 24b)
R. Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
1 Senhor, vós me sondais e conheceis, *
2 sabeis quando me sento ou me levanto;
de longe penetrais meus pensamentos, +
3 percebeis quando me deito e quando eu ando, *
os meus caminhos vos são todos conhecidos. R.
13 Fostes vós que me formastes as entranhas, *
e no seio de minha mãe vós me tecestes.
14a Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, +
porque de modo admirável me formastes! *
14b Que prodígio e maravilha as vossas obras! R.
14c Até o mais íntimo, Senhor me conheceis; *
15 nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis;
quando eu era modelado ocultamente, *
era formado nas entranhas subterrâneas. R.
Evangelho: Lc 10,38-42
“Marta recebeu-o em sua casa. Maria escolheu a melhor parte”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 38 Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39 Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. 40 Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!” 41 O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42 Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada.”
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santa Pelágia
08 de Outubro
Santa Pelágia 
Esta é uma veneração muito antiga, citada mesmo por são João Crisóstomo em um de seus célebres sermões. Sem dúvida, uma página cristã muito interessante, cujos tênues registros estão mesclados pelas tradições orientais dos primeiros séculos.
Originária da Antioquia, Turquia, Pelágia viveu no século III. Era uma bailarina belíssima, escandalosa, muito divertida, festiva e pagã. Costumava encantar e seduzir os homens com sua dança, alegria, roupas, jóias e outros ornamentos luxuosos que usava, exclusivamente, com essa finalidade. Com isso, tornou-se uma das figuras mais conhecidas da vida mundana e social daquela cidade. Além, é claro, de ter conseguido uma sólida riqueza e grande influência.
Sua fama ultrapassava os limites do movimentado pólo econômico e social, pois muitos nobres ricos vinham apenas para poder estar com ela, que cada vez mais aumentava suas posses e poder.
Entretanto, certa vez a sua ostentação chamou a atenção do bispo Nono. Foi durante uma procissão, a que exuberante bailarina assistia, como se fosse um simples espetáculo, numa atitude debochada e espalhafatosa. Ricamente vestida e cercada por alguns pretendentes, ela assistia a tudo certa de que as atenções eram, na verdade, apenas voltadas para ela. O sábio bispo, então, questionou a multidão: se uma mulher era capaz de enfeitar-se daquela forma para chamar a atenção de um simples homem mortal, como deveríamos nós adornar a nossa alma destinada a Deus eterno? Aquela observação tocou o coração da bailarina pagã.
Ela foi para casa refletindo sobre as palavras do sermão, lá chorou de arrependimento a noite toda. No dia seguinte, procurou o bispo, que a enviou a uma senhora cristã, para ser preparada para o batismo. Foi assim que, depois, trocou as roupas e adereços de seda e ouro por uma túnica branca para ser batizada. À noite, com autorização dele, Pelágia trocou sua túnica por uma de penitente e abandonou Antioquia. Foi a pé para Jerusalém, viver como eremita, numa gruta, no Monte das Oliveiras, onde Jesus viveu sua agonia da Paixão.
Mas quando chegou estava vestida como homem, para evitar que sua beleza perturbasse os outros anacoretas da pequena comunidade. E viveu sendo chamada de Pelágio, de tal modo que todos a esqueceram. Quando morreu, os ermitãos que desconheciam sua origem descobriram que Pelágio era uma mulher. Foi então que reconheceram tratar-se da bailariana da Antioquia, agora uma simples penitente arrependida, que se anulara do mundo, no seguimento do Cristo.
O seu culto e sua história foram muito difundidos no mundo cristão oriental. Chegou ao Ocidente através das tradições trazidas pelos peregrinos, que na Terra Santa também visitavam a gruta de santa Pelágia Penitente.
A Igreja autorizou esta tradicional devoção popular, mantendo no dia 8 de outubro a sua festa litúrgica. Santa Pelágia Penitente é considerada a padroeira dos cômicos e das atrizes.