Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior
05 de Agosto
Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior
Ao frade Bartolomeu de Trento, que viveu na metade do século XIII, devemos a versão sobre a origem da basílica de Santa Maria Maior. Segundo a tradição, no ano 352, vivia, em Roma, o representante do imperador que tinha se transferido para Constantinopla, um certo João, fidalgo riquíssimo que não sabia como gastar toda sua fortuna. Não tinha filhos e queria construir obras pias para a Igreja, mas não sabia quais escolher.
Na noite de 4 de agosto, apareceu-lhe em sonho a Virgem Maria, que lhe ordenou construir uma igreja no lugar onde estivesse com neve pela manhã. O rico senhor acordou e pôs-se a pensar que a neve em Roma era uma coisa estranha, pois estavam no verão. Nesta mesma noite, a Virgem apareceu ao papa Libério e disse-lhe que, logo ao raiar do dia, subisse a colina do monte Esquilino, que encontraria o local cheio de neve, e lá deveria erguer uma igreja. Pela manhã aquele fato inédito foi constatado, e enquanto a notícia se espalhava por Roma, o papa e João, caminhando por estradas diferentes, seguidos por uma multidão, encontraram-se: lá em cima do monte Esquilino comprovaram que havia neve. Com um bastão, o papa traçou a área para erguer a igreja que o patrício construiu apenas com seus recursos. Nascia a basílica de Santa Maria da Neve.
Alguns pesquisadores dizem que João procurou o papa Libério para lhe contar seu sonho e que teve uma surpresa ao saber que também o pontífice havia tido a mesma visão. Depois, juntos com a população, foram ao alto do monte Esquilino, onde demarcaram sobre a neve o terreno onde a igreja seria construída. Desta maneira, notou-se que as tradições se mesclaram por obra da alma popular, que sempre uniu poesia à história.
Aquelas colinas do monte Esquilino, durante a Antiguidade, tinham sido um lugar de despejo de lixo; posteriormente, tornou-se o lugar onde escravos eram sepultados. Na época do Império, ao contrário, as colinas eram ocupadas por imensas vilas de nobres. Entretanto continuava sendo um lugar de estranhas lembranças e que a comunidade evitava frequentar. Com a construção da igreja da Santa Maria da Neve, o local reconquistou a visitação popular.
Tanto é verdade que cerca de um século depois, para celebrar os resultados do Concílio de Éfeso, que proclamou a 'maternidade divina da Virgem Maria', o Papa Xisto III, em 440, mandou construir uma igreja. Mas queria que fosse grande, muito grande, daí o nome 'Maior', e escolheu o mesmo local onde fora construída a igreja indicada pela Virgem em sonho ao papa Libério. No dia 5 de agosto de 431, a nova igreja, que substituiu a anterior, foi consagrada com o nome de basílica de 'Santa Maria Maior'.
Nela foi realizado o primeiro presépio que se tem notícia na Igreja, por isto também ficou conhecida como basílica de 'Santa Maria do Presépio'. Na basílica encontram-se os primeiros e mais ricos mosaicos alusivos a Nossa Senhora e é, de fato, um dos maiores e mais belos santuários marianos de toda a cristandade. A festa litúrgica da 'Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior', que acontece em 5 de agosto, entrou no calendário romano em 1568.
Texto: Paulinas Internet
05 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

18ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Nm 11,4b-15
“Não posso sozinho ter o encargo de todo este povo”.
Leitura do Livro dos Números.
Naqueles dias, 4b os filhos de Israel começaram a lamentar-se, dizendo: “Quem nos dará carne para comer? 5 Vêm-nos à memória os peixes que comíamos de graça no Egito, os pepinos e os melões, as verduras, as cebolas e os alhos. 6 Aqui nada tem gosto ao nosso paladar, não vemos outra coisa a não ser o maná”. 7 O maná era parecido com a semente do coentro e amarelado como certa resina. 8 O povo se dispersava para o recolher e o moía num moinho, ou socava num pilão. Depois o cozinhavam numa panela e faziam broas com gosto de pão amassado com azeite. 9 À noite, quando o orvalho caía no acampamento, caía também o maná. 10 Moisés ouviu, pois, o povo lamentar-se em cada família, cada um à entrada de sua tenda. 11 Então o Senhor tomou-se de uma cólera violenta, e Moisés, achando também tal coisa intolerável, disse ao Senhor: “Por que maltrataste assim o teu povo? Por que gozo tão pouco do teu favor, a ponto de descarregares sobre mim o peso de todo este povo? 12 Acaso fui eu quem concebeu e deu à luz todo este povo, para que me digas: ‘Carrega-o ao colo, como a ama costuma fazer com a criança; e leva-o à terra que juraste dar a seus pais!’? 13 Onde conseguirei carne para dar a toda esta gente? Pois se lamentam contra mim, dizendo: ‘Dá-nos carne para comer!’ 14 Já não posso suportar sozinho o peso de todo este povo: é grande demais para mim. 15 Se queres continuar a tratar-me assim, peço-te que me tires a vida, se achei graça a teus olhos, para que eu não veja mais tamanha desgraça”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 80,12-13. 14-15. 16-17 (R. 2a)
R. Exultai no Senhor nossa força.
12 Mas meu povo não ouviu a minha voz, *
Israel não quis saber de obedecer-me.
13 Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, *
abandonei-os ao seu duro coração. R.
14 Quem me dera que meu povo me escutasse! *
Que Israel andasse sempre em meus caminhos!
15 Seus inimigos, sem demora, humilharia *
e voltaria minha mão contra o opressor. R.
16 Os que odeiam o Senhor, o adulariam, *
seria este seu destino para sempre;
17 eu lhe daria de comer a flor do trigo, *
e com o mel que sai da rocha o fartaria’. R.
Evangelho: Mt 14,13-21
“Todos comeram e ficaram satisfeitos”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 13 Quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: ‘Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!’ 16 Jesus porém lhes disse: ‘Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!’ 17 Os discípulos responderam: ‘Só temos aqui cinco pães e dois peixes.’ 18 Jesus disse: ‘Trazei-os aqui.’ 19 Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21 E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
São João Maria Vianney
04 de Agosto
São João Maria Vianney
João Maria Batista Vianney sem dúvida alguma tornou-se o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: 'Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes'. Nascido em 8 de maio de 1786, no povoado de Dardilly, ao norte de Lyon, França, é o quarto dos sete filhos de Mateus e Maria. Gostava de frequentar a igreja e, desde a infância, externava seu desejo de ser sacerdote.
Vianney só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na sua aldeia, escola que frequentou por dois anos apenas, pois precisava trabalhar no campo. Foi quando se alfabetizou e aprendeu a ler e falar francês, pois em sua casa falava-se um dialeto regional.
Para seguir a vida religiosa, enfrentou a oposição de seu pai. Mas com a ajuda do pároco, aos 20 anos de idade foi para o Seminário de Écully, onde os obstáculos se davam por sua falta de instrução.
Foram poucos os que vislumbraram a sua capacidade de raciocínio. Para os professores e superiores, era considerado um rude camponês, sem inteligência suficiente para acompanhar os colegas nos estudos, especialmente de Filosofia e Teologia. Entretanto era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo.
Em 1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote. Mas com um impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de guiar consciências. Para Deus, porém, ele era um homem extraordinário, e foi por meio desse apostolado que o dom do Espírito Santo manifestou-se sobre ele. Transformou-se num dos mais famosos e competentes confessores que a Igreja já teve.
Durante o seu aprendizado em Écully, o abade Malley havia percebido que ele era um homem especial e dotado de carismas de santidade. Assim, três anos depois, conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado plenamente. Foi então designado vigário geral na cidade de Ars-sur-Formans, paróquia ao norte de Lyon evitada por outros sacerdotes, pois possuía apenas 230 habitantes, todos não praticantes e afamados pela violência. A igreja ficava vazia e as tabernas, lotadas.
Ele chegou em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns pertences e o que mais precisava, seus livros. Conta a tradição que, na estrada, ele se dirigiu a um menino pastor dizendo: 'Tu me mostraste o caminho de Ars; eu te mostrarei o caminho do céu'. Hoje, um monumento na entrada da cidade lembra esse encontro.
Treze anos depois, com seu exemplo e postura caridosa, embora severa, conseguiu mudar aquela triste realidade, invertendo a situação. O povo não ia mais para as tabernas, em vez disso lotava a igreja. Todos agora queriam confessar-se, para obter a reconciliação e os conselhos daquele homem que eles consideravam um santo.
Na paróquia, fazia de tudo, inclusive os serviços da casa e suas refeições. Sempre em oração, comia muito pouco e dormia no máximo três horas por dia, fazendo tudo o que podia para os seus pobres. O dinheiro herdado com a morte do pai gastou com eles.
A fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. Muitos se dirigiam à paróquia de Ars com um só objetivo: ver o cura e, acima de tudo, confessar-se com ele, mesmo que, para isto, esperassem horas ou dias inteiros. Assim, o local tornou-se um centro de peregrinações.
O Cura de Ars, como era chamado, nunca pôde parar para descansar. Morreu serenamente, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos 73 anos de idade. Muito antes de ser canonizado pelo papa Pio XI, em 1925, já era venerado como santo. O seu corpo, incorrupto, encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande santuário de peregrinação. São João Maria Batista Vianney foi proclamado pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes, e o dia de sua festa, 4 de agosto, escolhido para celebrar o Dia do Padre.
Texto: Paulinas Internet
Ser Ricos em Deus
TEMPO COMUM. DÉCIMO OITAVO DOMINGO. ANO C
– Somente o Senhor pode satisfazer o nosso coração.
– A nossa vida é curta e bem limitada no tempo: aproveitar as coisas nobres da terra para ganhar o Céu.
– Aproveitar o tempo na presença de Deus. Desprendimento.
I. SE RESSUSCITASTES com Cristo, buscai as coisas que são do alto, onde Cristo está sentado à direita do Pai; afeiçoai‑vos às coisas do alto, não às da terra1, exorta‑nos São Paulo na segunda Leitura da Missa. Porque os bens desta terra duram pouco e não satisfazem o coração humano, por mais abundantes que sejam.
A vida do homem sobre a terra é breve2, e a maior parte dela se passa entre dores e fadigas; tudo se dissipa como o vento e mal deixa rasto atrás de si3; quando muito, pode‑se acumular uma fortuna que bem cedo se terá de passar para as mãos de outros. A que conduzem tantos esforços e fadigas, se não se leva consigo aquilo que se obtém? Vaidade das vaidades; tudo é vaidade, recorda‑nos outra das leituras da Missa 4.
Perante esse vazio e essa falta de sentido, perante o inconsistente, Deus é a rocha: Vinde, regozijemo‑nos no Senhor, aclamemos a Rocha da nossa salvação; apresentemo‑nos diante dEle com louvores, regozijemo‑nos com cânticos na sua presença... 5 Deus dá sentido à vida, ao trabalho, à dor.
No entanto, o coração do homem inclina‑se facilmente a procurar as coisas daqui de baixo, tende a apegar‑se a elas como se fossem a única coisa que conta e a esquecer‑se do que realmente importa. No Evangelho da Missa6, o Senhor serve‑se de uma questão de partilha de herança que lhe propõem, para nos ensinar qual é a verdadeira realidade das coisas à luz do nosso final terreno: O campo de um homem rico tinha dado abundantes frutos; e ele começou a calcular: Que farei, pois não tenho onde armazenar a colheita? E disse [...]: Demolirei os meus celeiros, fá‑los‑ei maiores [...] e direi à minha alma: Ó alma, tu tens muitos bens acumulados para longos anos; descansa, come, bebe, regala‑te...
O Senhor ensina‑nos que é uma insensatez colocar o coração, feito para a eternidade, na ânsia de riqueza e de bem‑estar material, porque nem a felicidade nem a vida verdadeiramente humana se fundamentam neles: A vida de cada um não depende da abundância dos bens que possui 7. O rico lavrador da parábola revela o seu ideal de vida no diálogo que entabula consigo próprio. Vemo‑lo seguro de si por ter muitos bens e por basear neles a sua estabilidade e felicidade. Viver é para ele, como para tantas pessoas, desfrutar do máximo que puder: trabalhar pouco, comer, beber, ter uma vida cômoda, dispor de reservas para longos anos. Este é o seu ideal.
E como dar segurança a uma vida construída a partir desse sentido puramente material dos dias?: Armazenarei... No entanto, tudo o que não se constrói sobre Deus está falsamente construído. A segurança que os bens materiais podem dar é frágil e além disso insuficiente, porque a nossa vida não é plena a não ser com Deus.
Podemos perguntar‑nos hoje, neste tempo de oração, onde está o nosso coração, em que se ocupa, com que se preocupa, com que se alegra, com que se entristece, sabendo que o nosso destino definitivo é o Céu, e que, se não o alcançarmos, nada de nada terá valido a pena.
II. NO DIÁLOGO que o rico lavrador sustenta consigo próprio, intervém outro personagem – Deus – que não tinha sido levado em conta, e que com as suas palavras revela que esse homem se enganara miseravelmente à hora de programar o seu modo de viver: Néscio, diz‑lhe, esta mesma noite virão pedir‑te contas da tua alma; e as coisas que juntaste, para quem serão? Tudo foi inútil. Assim é todo aquele que entesoura para si e não é rico para Deus.
A nossa passagem pela terra é um tempo para merecer; foi o próprio Senhor quem no‑lo deu. São Paulo recorda‑nos que não temos aqui morada permanente, mas vamos em busca da futura 8. O Senhor virá chamar‑nos, pedir‑nos contas dos bens que nos deixou em depósito para que os administrássemos criteriosamente: a inteligência, a saúde, os bens materiais, a capacidade de amizade, a possibilidade de tornar felizes os que temos à nossa volta... O Senhor virá uma só vez, talvez quando menos o esperamos, como o ladrão na noite9, como um relâmpago no céu10, e é preciso que nos encontre bem preparados. Apegarmo‑nos às coisas daqui da terra, esquecermo‑nos de que o nosso fim é o Céu, faria com que deformássemos a perspectiva da nossa vida e vivêssemos de uma maneira néscia. Néscio é a palavra que Deus dirige a esse homem que tinha vivido somente para os bens materiais.
Temos que caminhar com os pés na terra, com aspirações e ideais humanos, sabendo prever o futuro para nós mesmos e para aqueles que dependem de nós, como um bom pai e uma boa mãe de família, mas sem esquecer que somos peregrinos, e somente “atores em cena. Ninguém se julgue rei nem rico, porque ao cair o pano todos nos veremos pobres”11. Os bens são simples meios para alcançarmos a meta que o Senhor nos marcou. Nunca devem ser o fim dos nossos dias aqui na terra.
Esta mesma noite virão pedir‑te contas da tua alma. O tempo é escasso: esta mesma noite, e talvez nós estejamos pensando em muitíssimos anos, como se a nossa passagem pela terra houvesse de durar para sempre. Os nossos dias estão numerados e contados; estamos nas mãos de Deus. Dentro de algum tempo – que nunca será tão longo como quereríamos –, encontrar‑nos‑emos cara a cara com o Senhor.
A meditação do nosso final terreno ajuda‑nos a aproveitar todas as circunstâncias desta vida para merecer e reparar pelos pecados – redimentes tempus, recuperando o tempo perdido12 –, e a desprender‑nos efetivamente daquilo que temos e utilizamos. Um dia qualquer será o nosso último dia. Hoje morreram milhares de pessoas nas circunstâncias mais diversas; nunca imaginaram que já não teriam outros dias para desagravar e para enriquecer um pouco mais de bens eternos o seu alforje. Algumas morreram com o coração posto em assuntos de pouca ou nenhuma importância em relação à sua existência definitiva para além da morte; outros tinham o olhar e o coração colocados nessas mesmas coisas humanas, mas direcionadas para Deus. Estas encontrarão o tesouro maravilhoso que nem a traça nem a ferrugem13 podem destruir.
III. NO MOMENTO DA MORTE, o estado da alma fica fixado para sempre. Depois não é possível nenhuma mudança; o destino que nos espera na eternidade é conseqüência da atitude que tenhamos tomado na nossa passagem pela terra. Quando uma árvore cai para o sul ou para o norte, lá onde cai, aí fica14. Daí as freqüentes advertências do Senhor para estarmos sempre vigilantes15, pois a morte não é o final da existência, mas o começo de uma nova vida. O cristão não pode desprezar ou depreciar a existência temporal, pois toda ela deve servir como preparação para a sua existência definitiva com Deus no Céu. Só quem se torna rico diante de Deus, quem acumula tesouros que Deus reconhece como tais é que tira proveito certo destes dias terrenos. Fora isso, o resto é viver de enganos: O homem passa como uma sombra, e é em vão que se agita; entesoura, sem saber para quem16.
Se os bens que temos e utilizamos se orientam para a glória de Deus, saberemos utilizá‑los com desprendimento e não nos queixaremos se alguma vez vêm a faltar‑nos. Quando o Senhor quer ou permite que nos falte alguma coisa, isso não nos arrebatará a alegria. Saberemos ser felizes na abundância e na escassez, porque os bens não serão nunca o objetivo supremo da vida; e saberemos repartir com os outros o muito ou o pouco que venhamos a possuir e que os outros não possuem.
A consideração da morte ensina‑nos também a aproveitar bem os dias, pois o tempo que temos pela frente não é muito longo. “Este mundo, meus filhos, escapa‑nos das mãos. Não podemos perder o tempo, que é curto [...]. Compreendo muito bem aquela exclamação de São Paulo aos de Corinto: Tempus breve est!, como é breve a duração da nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras ressoam no mais íntimo do seu coração como uma censura perante a falta de generosidade, e como um convite constante para que seja leal. Verdadeiramente, é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar”17. E iremos desaproveitá‑lo deixando que o coração se apegue a meia dúzia de bugigangas da terra, que nada valem?
A meditação das verdades eternas é uma ajuda eficaz para darmos à nossa vida o seu verdadeiro sentido. Peçamos a Nossa Senhora que nos faça refletir sobre essas verdades, ponderando‑as no coração como Ela o fez, de modo a termos presente o fim da nossa vida no nosso dia‑a‑dia e a não desperdiçarmos nenhuma ocasião de ser desprendidos, generosa e alegremente.
(1) Col 3, 1‑5; 9‑11; Segunda leitura da Missa do décimo oitavo domingo do TC, ciclo C; (2) Sab 2, 1; (3) Sl 89, 10; (4) Ecl 1, 2; (5) Sl 94; Salmo responsorial da Missa do décimo segundo domingo do TC, ciclo C; (6) Lc 12, 15; (7) Lc 12, 15; (8) Hebr 13, 14; (9) Mt 25, 43; (10) Mt 24, 27; (11) São João Crisóstomo, Homilia sobre Lázaro, 2, 3; (12) Ef 5, 16; (13) Mt 6, 20; (14) Ecl 11, 3; (15) cfr. Mt 24, 42‑44; Mc 13, 32‑37; (16) Sl 39, 7; (17) Folha informativa sobre o processo de beatificação do Servo de Deus Josemaría Escrivá de Balaguer, Fundador do Opus Dei, n. 1, pág. 4.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
04 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

18º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Cor: Verde
1ª Leitura: Eclo 1,2; 2,21-23
“Que resta ao homem de todos os seus trabalhos?”
Leitura do Livro do Eclesiastes
2 Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.’ 2,21 Por exemplo: um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso, vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é vaidade e grande desgraça. 22 De fato, que resta ao homem de todos os trabalhos e preocupações que o desgastam debaixo do sol? 23 Toda a sua vida é sofrimento, sua ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é vaidade.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 89,3-4.5-6.12-13.14.17 (R. 1)
R. Vós fostes ó Senhor, um refúgio para nós.
3 Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,*
quando dizeis: ‘Voltai ao pó, filhos de Adão!’
4 Pois mil anos para vós são como ontem,*
qual vigília de uma noite que passou. R.
5 Eles passam como o sono da manhã,*
6 são iguais à erva verde pelos campos:
De manhã ela floresce vicejante,*
mas à tarde é cortada e logo seca. R.
12 Ensinai-nos a contar os nossos dias,*
e dai ao nosso coração sabedoria!
13 Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos! R.
14 Saciai-nos de manhã com vosso amor,*
e exultaremos de alegria todo o dia!
17 Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!*
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho. R.
2ª Leitura – Cl 3,1-5.9-11
“Esforçai-vos por alcançar as coisas
do alto, onde está Cristo”.
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses
Irmãos: 1 Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; 2 aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3 Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4 Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória. 5 Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria. 9 Não mintais uns aos outros. Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir 10 e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu Criador, em ordem ao conhecimento. 11 Aí não se faz distinção entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, inculto, selvagem, escravo e livre, mas Cristo é tudo em todos.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 12,13-21
“E para quem ficará o que tu acumulaste?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 13 Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: ‘Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.’ 14 Jesus respondeu: ‘Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?’ 15 E disse-lhes: ‘Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens.’ 16 E contou-lhes uma parábola: ‘A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: – Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
03 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

17ª Semana do Tempo Comum – Sábado
Cor: verde
1ª Leitura: Lv 25, 1.8-17
“Nesse ano de jubileu cada um poderá retornar à sua propriedade.”
Leitura do Livro do Levítico
1 O Senhor falou a Moisés no monte Sinai, dizendo: 8 ‘Contarás sete semanas de anos, ou seja, sete vezes sete anos, o que dará quarenta e nove anos. 9 Então farás soar a trombeta no décimo dia do sétimo mês. No dia da Expiação fareis soar a trombeta por todo o país. 10 Declarareis santo o quinquagésimo ano e proclamareis a libertação para todos os habitantes do país: será para vós um jubileu. Cada um de vós poderá retornar à sua propriedade e voltar para a sua família. 11 O quinquagésimo ano será para vós um ano de jubileu: não semeareis, nem colhereis o que a terra produzir espontaneamente, nem colhereis as uvas da vinha não podada; 12 pois é um ano de jubileu, sagrado para vós, mas podereis comer o que produziram os campos não cultivados. 13 Nesse ano de jubileu cada um poderá retornar à sua propriedade. 14 Se venderes ao teu conterrâneo, ou dele comprares alguma coisa, que ninguém explore o seu irmão; 15 de acordo com o número de anos decorridos após o jubileu, o teu conterrâneo fixará para ti o preço de compra, e de acordo com os anos de colheita, ele fixará o preço de venda. 16 Quanto maior o número de anos que restarem após o jubileu, tanto maior será o preço da terra; quanto menor o número de anos, tanto menor será o seu preço, pois ele te vende de acordo com o número de colheitas. 17 Não vos leseis uns aos outros entre irmãos, mas temei o vosso Deus. Eu sou o Senhor, vosso Deus.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 66(67), 2-3.5.7-8(R. cf.4)
R. Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,
que todas as nações vos glorifiquem.
2 Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, *
e sua face resplandeça sobre nós!
3 Que na terra se conheça o seu caminho *
e a sua salvação por entre os povos. R.
5 Exulte de alegria a terra inteira, *
pois julgais o universo com justiça;
os povos governais com retidão, *
e guiais, em toda a terra, as nações. R.
7 A terra produziu sua colheita: *
o Senhor e nosso Deus nos abençoa.
8 Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, *
e o respeitem os confins de toda a terra! R.
Evangelho: Mt 14,1-12
“Herodes mandou cortar a cabeça de João.
Vieram os discípulos e foram contar tudo a Jesus”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
1 Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes.2 Ele disse a seus servidores: ‘É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele.’3 De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4 Pois João tinha dito a Herodes: ‘Não te é permitido tê-la como esposa.’ 5 Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. 6 Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7 que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8 Instigada pela mãe, ela disse: ‘Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista.’ 9 O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10 E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere. 11 Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça e esta a levou para a sua mãe. 12 Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Comunhão Reparadora #2 | 1ª Sexta - A Virgem da Revelação | Instituto Hesed
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Estamos no segundo mês da nossa novena das primeiras sextas feiras do mês!
Vamos oferecer a nossa comunhão hoje, em reparação aos sacrilégios e indiferenças contra o Sagrado Coração de Jesus.
Conheça as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:
1ª Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração”;
2ª Promessa: “Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;
3ª Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;
4ª Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;
5ª Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;
6ª Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;
7ª Promessa: “Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias”;
8ª Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;
9ª Promessa: “As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição”;
10ª Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;
11ª Promessa: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração”;
12ª Promessa: “A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.
Nossa Senhora dos Anjos
02 de Agosto
Nossa Senhora Rainha dos Anjos
A pouca distância da cidade de Assis, Itália, em uma espaçosa planície está situada a Igreja de Nossa Senhora dos Anjos. A primeira ermida foi construída no ano de 352, por quatro peregrinos vindos de Jerusalém, que veneravam ali uma relíquia do túmulo da Santíssima Virgem, dedicada a Maria, assunta ao céu pelos anjos, e daí derivou o título: Santa Maria dos Anjos.
Diz a lenda que, nas vésperas de algumas solenidades, desciam de noite numerosos coros de anjos, que cantavam aleluias em muitas vozes e faziam grandes festas. Por essa razão, era conhecida como Santa Maria dos Anjos. Chamava-na também de Porciúncula, porque, conforme a tradição, os beneditinos tinham vivido ali antes de se instalar no Monte Subásio, e lhes haviam dado uma pequena porção de terra para o cumprimento de suas obrigações monásticas.
A Basílica de Santa Maria dos Anjos, de imponentes dimensões, é a sétima em ordem de grandeza entre as igrejas cristãs.
Em março de 1569 foi colocada a pedra fundamental pelo bispo de Assis, Filippo Geri, da majestosa Basílica de Santa Maria dos Anjos que, por vontade do papa Pio V, abrigaria em seu interior a capela da Porciúncula.
A construção de uma grandiosa Basílica a Nossa Senhora dos Anjos responderia ao desejo de englobar a pequena capela e os outros ambientes onde Francisco viveu, num único ambiente e ser capaz de conter maior quantidade de peregrinos em visita a Porciúncula. Restaurada por São Francisco, a primeira capela de Santa Maria dos Anjos, que o santo recebeu dos beneditinos de Subásio, estão ali também o primeiro convento e a capela do Trânsito, lugar onde São Francisco morreu, em 4 de outubro de 1226.
Frei Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco, narra o amor do santo para com aquele local dedicado à Nossa Senhora, chamado “Porciúncula”, que quer dizer “Pedacinho”: “O santo teve uma preferência especial por esse lugar, quis que os frades o venerassem de maneira toda particular e que fosse conservado como espelho de toda a sua Ordem na humildade e na extrema pobreza".
A Porciúncula conserva todo o frescor da primitiva austeridade franciscana. As pedras recordam as mãos frágeis do restaurador Francisco de Assis. Milhões e milhões de pessoas se prostraram aqui para encontrar a paz e o perdão na grande indulgência da Porciúncula. Os peregrinos que chegam à porta da grande Basílica de Santa Maria dos Anjos, se sentem atraídos pela pequena igreja, que está bem no coração do santuário.
Foi naquela capela que Francisco recebeu a célebre indulgência do "Dia do Perdão", celebrado anualmente a 2 de agosto. A festa do Perdão é ainda hoje uma da mais importantes da Ordem Franciscana. Esta indulgência foi estendida à toda Igreja Católica pelo Papa Pio XII.
Diz a história: Uma noite do ano 1216, Francisco estava em profunda contemplação na pequena igrejinha da Porciúncula, quando improvisadamente apareceu uma grande luz e Francisco viu sobre o altar, Cristo revestido de luz e, à sua direita, a Mãe Santíssima cercada por uma multidão de anjos. Francisco adorou em silêncio com o rosto por terra o seu Senhor.
-"Pede o que deseja para a salvação das almas", disse Jesus.
A resposta de Francisco foi imediata.
- "Santíssimo Pai, eu sei que sou um miserável e pecador, te peço para que todos os penitentes que se confessarem e irem visitar esta igreja seja lhes concedido amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todos as culpas".
- "Aquilo que tu me pedes, Francisco, é grande", lhe disse o Senhor. "Porém de coisas maiores tu és digno e as terás. Acolho, portanto, o teu pedido, mas quero que tu peças ao meu vigário na terra, de minha parte, esta indulgência".
E Francisco se apresentou ao papa Onório II, que se encontrava em Perúgia e, com simplicidade, lhe contou a visão que tivera. O papa o escutou com atenção e depois de certa hesitação, lhe perguntou: "Por quantos anos quer esta indulgência?" - "Santo Padre, não peço anos, mas almas”, respondeu Francisco.
E, feliz, saiu apressado, mas o papa o chamou de volta e disse: "Como, você não quer um documento? Santo Padre, para mim basta a vossa palavra! Se esta indulgência é obra de Deus, ele se encarregará de manifestá-la, eu não preciso de nenhum documento. Este documento deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o tabelião e os anjos as testemunhas.
Uns dias mais tarde, junto com os bispos da Úmbria, disse chorando ao povo reunido na Porciúncula: “Irmãos meus, quero mandar-vos todos para o Paraíso”!
02 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

17ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Lv 23, 1.4-11.15-16.27.34b-37
“Estas são as solenidades do Senhor,
nas quais convocareis santas assembleias.”
Leitura do Livro do Levítico
1 O Senhor falou a Moisés, dizendo: 4 ‘São estas as solenidades do Senhor em que convocareis santas assembleias no devido tempo: 5 No dia catorze do primeiro mês, ao entardecer, é a Páscoa do Senhor. 6 No dia quinze do mesmo mês é a festa dos ázimos, em honra do Senhor. Durante sete dias comereis pães ázimos. 7 No primeiro dia tereis uma santa assembleia, não fareis nenhum trabalho servil; 8 oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo durante sete dias. No sétimo dia haverá uma santa assembleia, e não fareis também nenhum trabalho servil’. 9 O Senhor falou a Moisés, dizendo: 10 ‘Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando tiveres entrado na terra que vos darei, e tiverdes feito a colheita, levareis ao sacerdote um feixe de espigas como primeiros frutos da vossa colheita. 11 O sacerdote elevará este feixe de espigas diante do Senhor, para que ele vos seja favorável: e fará isto no dia seguinte ao sábado. 15 A partir do dia seguinte ao sábado, desde o dia em que tiverdes trazido o feixe de espigas para ser apresentado, contareis sete semanas completas. 16 Contareis cinquenta dias até o dia seguinte ao sétimo sábado, e apresentareis ao Senhor uma nova oferta. 27 O décimo dia do sétimo mês é o dia da Expiação. Nele tereis uma santa assembleia, jejuareis e oferecereis ao Senhor um sacrifício pelo fogo. 34b No dia quinze deste sétimo mês, começa a festa das Tendas, que dura sete dias, em honra do Senhor. 35 No primeiro dia haverá uma santa assembleia e não fareis nenhum trabalho servil. 36 Durante sete dias oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo. No oitavo dia tereis uma santa assembleia, e oferecereis ao Senhor um sacrifício pelo fogo. É dia de reunião festiva: não fareis nenhum trabalho servil. 37 Estas são as solenidades do Senhor, nas quais convocareis santas assembleias para oferecer ao Senhor sacrifícios pelo fogo, holocaustos e oblações, vítimas e libações, cada qual no dia prescrito’.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 80(81), 2-4.5-6ab.10-11ab (R. 2a)
R. Exultai no Senhor nossa força.
3 Cantai salmos, tocai tamborim,*
harpa e lira suaves tocai!
4 Na lua nova soai a trombeta,*
na lua cheia, na festa solene! R.
5 Porque isto é costume em Jacó,*
um preceito do Deus de Israel;
6a uma lei que foi dada a José,*
6b quando o povo saiu do Egito. R.
10 Em teu meio não exista um deus estranho*
nem adores a um deus desconhecido!
11a Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor,*
11b que da terra do Egito te arranquei. R.
Evangelho: Mt 13,54-58
“Não é ele o filho do carpinteiro?
Então, de onde lhe vem tudo isso?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 54 Dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: ‘De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55 Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?’ 57 E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: ‘Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!’ 58 E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Sem Respeitos Humanos
TEMPO COMUM. DÉCIMA SÉTIMA SEMANA. SEXTA‑FEIRA
– Valentia para seguir o Senhor em qualquer ambiente e em todas as circunstâncias.
– Vencer os respeitos humanos, parte da virtude da fortaleza.
– Muitas pessoas necessitam do testemunho claro do nosso sentir cristão. Dar exemplo.
I. QUANDO JESUS INICIOU a sua vida pública, muitos vizinhos e parentes tomaram‑no por louco1, e na sua primeira visita a Nazaré, que hoje lemos no Evangelho da Missa2, os seus conterrâneos negaram‑se a ver nEle o que quer que fosse de extraordinário. O comentário que lhes provocou mal dissimula a inveja de que estavam possuídos: Donde lhe vêm essa sabedoria e esses poderes? Não é este o filho do artesão? E escandalizavam‑se dele.
Desde o princípio, Jesus teve de enfrentar uma onda de maledicências e desprezos, nascidos de egoísmos covardes, porque proclamava a Verdade sem respeitos humanos. Essa onda iria aumentando com o decorrer dos anos, até desembocar na torrente de calúnias e na perseguição aberta que lhe causaram a morte. Os seus próprios inimigos reconheceriam em diversas ocasiões: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem te preocupares com ninguém, porque não fazes acepção de pessoas3.
Esta mesma disposição – independência em relação aos juízos e louvores dos homens – é a que o Mestre pede aos seus discípulos. Nós, cristãos, devemos cultivar e defender o devido prestígio profissional, moral e social, adquirido com toda a justiça, porque faz parte da dignidade humana e porque é necessário para levarmos a cabo o trabalho apostólico que devemos realizar no meio das nossas tarefas. Mas não devemos esquecer que em muitas ocasiões a nossa conduta entrará em choque com o comportamento dos que se opõem à moral cristã ou dos que se aburguesaram no seguimento de Cristo.
Nesses casos, devemos repelir o medo de parecer estranhos e, pelo contrário, experimentar o sadio orgulho de viver como discípulos de Cristo. Quem ocultasse a sua condição de cristão num ambiente de costumes pagãos, submeter‑se‑ia, por covardia, ao respeito humano, e seria merecedor daquelas palavras de Jesus: Quem me negar diante dos homens, eu também o negarei diante de meu Pai que está nos céus4. O Senhor ensina‑nos que a confissão da fé – com todas as suas conseqüências, em qualquer ambiente – é condição para sermos seus discípulos.
Assim se comportaram muitos fiéis seguidores de Jesus, como José de Arimatéia e Nicodemos, que – sendo discípulos ocultos do Senhor – não tiveram inconveniente em expor‑se num momento em que humanamente tudo parecia perdido, pois Jesus tinha morrido crucificado. Ao contrário de muitos outros, “são valentes, declarando perante a autoridade, o seu amor a Cristo – «audacter» – com audácia, na hora da covardia”5. E o mesmo fizeram mais tarde os Apóstolos, que se mostraram firmes diante do abuso do Sinédrio e das perseguições dos pagãos, bem convencidos de que a doutrina da Cruz de Cristo é loucura para os que se perdem, mas, para os que se salvam, isto é, para nós, é força de Deus6.
São Paulo, que nunca se envergonhou de pregar o Evangelho, escrevia ao seu discípulo Timóteo: Deus não nos deu um espírito de temor, mas de fortaleza, de amor e de temperança. Não te envergonhes nunca do testemunho do nosso Senhor7. São palavras que devemos considerar dirigidas a cada um de nós, a fim de que mantenhamos intacta a fidelidade ao Mestre quando as circunstâncias ou o ambiente se mostrarem adversos.
II. A VIDA DO CRISTÃO deve desenvolver‑se sem estridências, em clima de normalidade, no lugar em que lhe toca viver, mas com freqüência contrastará violentamente com modos de agir tíbios, aburguesados ou indiferentes, e muito mais com tantos comportamentos anticristãos que não raramente são indignos de um ser humano. Nesses casos, não nos deve surpreender que os que atuam à margem dos ensinamentos de Cristo nos julguem injustamente e que exteriorizem esses juízos de uma forma ou de outra.
Normalmente, não se tratará de sofrer violências físicas por causa do Evangelho, mas de suportar murmurações e calúnias, risos trocistas, discriminações no lugar de trabalho, perda de vantagens econômicas ou de amizades superficiais... Às vezes, a situação pode apresentar‑se na própria família ou com os amigos, e será necessária então uma boa dose de serenidade e de fortaleza sobrenatural para manter uma atitude coerente com a fé.
É nessas incômodas circunstâncias que pode surgir a tentação de escolher o caminho mais fácil, a fim de evitar nos outros um movimento de rejeição ou de incompreensão; é então que pode infiltrar‑se na alma a preocupação de não perder amigos, de não fechar portas pelas quais talvez seja necessário passar algum dia... É a tentação de nos deixarmos levar pelos respeitos humanos, de ocultarmos a nossa identidade, a nossa condição de discípulos de Cristo que querem viver muito perto dEle.
São situações difíceis; porém, o cristão não deve perguntar‑se pelo que é mais oportuno, pelo que será bem recebido ou aceito, mas pelo que é melhor, pelo que o Senhor espera dele naquela circunstância concreta. Muitas vezes, os respeitos humanos são conseqüência do comodismo de não querermos passar um mau bocado, do desejo de agradar sempre ou de não ser exceção dentro de um grupo. E talvez o Senhor espere justamente isso, que sejamos uma exceção, que nos mostremos coerentes com a fé e o amor que trazemos no coração, que manifestemos, nem que seja apenas com o silêncio, com umas poucas palavras, com um gesto, com uma atitude..., as nossas convicções mais profundas. Esta firmeza na fé, que transparece na conduta, é freqüentemente, sem o percebermos, a melhor maneira de darmos a conhecer todo o atrativo da fé cristã, e o começo do retorno de muitos à Casa do Pai.
Para muitos que começam a seguir o Senhor, este é um dos principais obstáculos que se apresentam no seu caminho. “Sabeis – pergunta o Cura d’Ars – qual é a primeira tentação que o demônio apresenta a uma pessoa que começou a servir melhor a Deus? É o respeito humano”8, porque toda a pessoa normal possui um sentido congênito de vergonha que a leva a fugir de situações que a coloquem em evidência diante dos outros. Mas esta será precisamente a nossa maior alegria: expormo‑nos por Jesus Cristo, sempre que a ocasião o requeira. Jamais nos arrependeremos de ter sido coerentes com a nossa fé cristã.
III. MUITAS PESSOAS estão ao nosso lado esperando o testemunho claro de um sentir cristão. Quanto bem podemos fazer com a nossa conduta! Como o mundo necessita de cristãos trabalhadores, amáveis, cordiais e firmes na sua fé! Às vezes, ouvimos falar de um “artigo corajoso” porque ataca o magistério do Papa ou porque defende o aborto ou os anticoncepcionais... No entanto, o que é corajoso, na época em que vivemos, é precisamente defender a autoridade do Romano Pontífice no que se refere à fé e à moral, defender o direito à vida de toda a pessoa concebida, ter – se essa é a vontade de Deus – uma família numerosa e, de qualquer modo, nunca fechar as fontes da vida, por mais que nos critiquem ou trocem de nós os médicos, os amigos, a mãe, a sogra ou as cunhadas.
É necessário e urgente obter de Deus a audácia própria dos filhos de Deus para superar os temores. Não podemos permitir que expulsem o Senhor ou que o coloquem entre parênteses na vida social, que homens sectários pretendam relegá‑lo ao âmbito da consciência individual, explorando a inoperância de gente boa acovardada.
A tentação de passarmos despercebidos em determinadas situações conflitivas devidas ao Evangelho, não nos deve causar estranheza. O próprio São Pedro, depois de ter sido confirmado como Chefe da Igreja, depois de ter recebido o Espírito Santo, caiu por respeitos humanos em pequenas concessões práticas a um ambiente adverso. Essas transigências foram‑lhe apontadas por São Paulo com firmeza e lealdade9, num episódio que, longe de embaçar a santidade e a unidade da Igreja, demonstrou a perfeita união dos Apóstolos, o apreço de São Paulo pela Cabeça visível da Igreja e a grande humildade de São Pedro em retificar.
O Senhor dá‑nos exemplo da conduta que devemos seguir. Desde aquele dia em Nazaré, Jesus sabia perfeitamente que muitos estariam em desacordo com Ele, mas nunca se deixou levar pelo desejo de agradar aos homens. Uma só coisa lhe importava: cumprir a vontade do Pai. Nunca deixou de curar, por exemplo, num sábado, embora soubesse que o vigiavam para ver se curava nesse dia10. Jesus sabia o que queria, e sabia‑o desde o princípio. Em todo o seu ministério, jamais o vemos vacilar, ficar indeciso, e muito menos retroceder, tanto nas suas palavras como no modo de agir.
O Senhor pede aos seus essa mesma vontade firme. “Com isso, infunde nos seus discípulos o seu modo de ser. Está muito longe dEle a precipitação e mais ainda a indecisão, as claudicações e as soluções de compromisso. Todo o seu ser e a sua vida são um «sim» ou um «não». Jesus é sempre o mesmo, sempre disposto, porque, quando fala e quando atua, sempre o faz com plena lucidez de consciência e com toda a sua vontade”11.
Peçamos a Jesus essa firmeza para nos deixarmos guiar em todas as circunstâncias pelo querer de Deus, que permanece para sempre, e não pela vontade dos homens, que é cambiante, caprichosa e pouco duradoura.
(1) Mc 3, 21; (2) Mt 13, 54‑58; (3) Mt 22, 16; (4) Mt 10, 32; (5) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 841; (6) 1 Cor 1, 18; (7) 2 Tim 1, 7‑8; (8) Cura d’Ars, Sermão sobre as tentações; (9) Gal 2, 11‑14; (10) Mc 3, 2; (11) cfr. K. Adam, Jesus Cristo, Quadrante, São Paulo, 1986, págs. 14‑15.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal