São Gaspar Del Búfalo
21 de Outubro
São Gaspar Del Búfalo
Gaspar de Búfalo nasceu em Roma no dia 6 de janeiro de 1786. Seus pais — Antonio, chefe de cozinha da família Altiere, e Anunciata Quartieroni — eram excelentes católicos. Como nasceu com a saúde muito delicada, sua mãe obteve que fosse crismado com um ano e meio de idade. O menino esteve várias vezes a ponto de morrer. Anunciata recorreu então a São Francisco Xavier, pedindo-lhe a cura do filho. Tendo sido milagrosamente curado, Gaspar teve até o fim da vida profunda devoção ao Apóstolo da Índia e do Japão, que se tornou o patrono da congregação religiosa que ele fundaria mais tarde.
Gaspar demonstrou desde cedo inclinação à virtude e horror ao pecado. “Admirava-se nele o candor de sua alma, a vivacidade de seu espírito, sua amável timidez, seu caráter franco e aberto, sua modéstia, sua amabilidade e sua perfeita obediência a seus pais”. Tinha horror ao pecado, mesmo ao venial, pois julgava acertadamente que, sendo uma ofensa a Deus, mesmo em matéria de menor gravidade não deixava por isso de ser ofensa.
A mãe incutiu-lhe ardente devoção à Santíssima Virgem e a São Luís Gonzaga. O menino costumava reunir a seus amiguinhos em torno de uma imagem da Mãe de Deus, para louvá-la com orações e cânticos. A Ela recorria frequentemente para suplicar que lhe desse controle sobre suas más inclinações, principalmente sua tendência à cólera. Gaspar teve também, desde pequeno, um amor heroico aos pobres e miseráveis.
Aos 12 anos Gaspar foi matriculado no Colégio Romano, recebendo a primeira tonsura. Alguns anos depois, também precocemente, receberam as quatro ordens menores.
Foi então encarregado da instrução catequética na igreja de São Marcos. A dedicação e eficiência com que se desempenhou do cargo foi tal, que lhe mereceu o epíteto de o “Pequeno Apóstolo de Roma”. Por isso, ao completar 19 anos, foi nomeado presidente da recém-instituída Escola Catequética de Santa Maria Del Pianto.
Gaspar costumava reunir certo número de jovens para dedicar-se com eles à vida de piedade. Exortava-os sempre a progredir na vida espiritual e no amor à Igreja.
Em 1807 foi-lhe concedido um canonicato em São Marcos. E no ano seguinte – com dispensa, pois tinha apenas 22 anos de idade – recebeu a ordenação sacerdotal.
Foi companheiro de Vicente Strambi nas missões, o qual o definia como “terremoto espiritual”. O povo o chamava de “anjo da paz”, devido suas pregações serem pacíficas e caridosas.
O Papa João XXIII definiu-lhe como: “Glória toda resplandecente do clero romano, verdadeiro e maior apóstolo da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus no mundo”. Em 1810 uma piedosa religiosa dizia que surgiria um zeloso sacerdote que sacudiria o povo da sua indiferença, mediante a propagação de devoção ao Precioso Sangue.
No auge de sua ambição, Napoleão Bonaparte fez-se coroar imperador dos franceses em 1804. Muito favorecido pelas armas, tornou-se senhor da Europa, julgando-se acima de tudo e de todos, tanto na ordem temporal quanto na espiritual. Já havia obrigado o Papa Pio VII a estar presente em sua coroação. Mas não o considerava senão um joguete em suas mãos.
Tendo já anexado ao Império os Estados Pontifícios, Napoleão exigiu do clero desses Estados um juramento de fidelidade. Assim, em 1810, São Gaspar de Búfalo foi intimado a comparecer diante do general Miollis, representante de Napoleão em Roma, para jurar fidelidade ao imperador. O santo respondeu com as palavras que se tornaram célebres: “Non posso, non debbo, non voglio”. O general o ameaçou então com o exílio. Como pai verdadeiramente cristão, Antonio de Búfalo, que estava junto ao filho, respondeu que preferia ver seu filho cortado em pedaços que faltar a seu dever.
Depois de uma segunda recusa, São Gaspar foi encarcerado e levado de prisão em prisão, até a queda de Napoleão em 1814.
Ao retornar a Roma, Gaspar pensou em ingressar na Companhia de Jesus, então restabelecida. Entretanto, Pio VII – que também retornava do exílio –, angustiado pelo calamitoso estado espiritual existente, sobretudo de Roma e dos Estados Pontifícios depois dos anos das guerras e desordens napoleônicas, desejava que neles se realizassem missões. Escolheu então São Gaspar de Búfalo e outros zelosos sacerdotes para essa obra, cedendo-lhes para se reunirem o convento de São Felix, em Giano.
São Gaspar fundou então, no dia 15 de agosto de 1815, uma congregação de sacerdotes seculares para pregar as missões e difundir a devoção ao Preciosíssimo Sangue. Seus membros não fariam os três votos religiosos, mas uma promessa de “não deixar a comunidade sem permissão do superior legal”.
Sua fama como pregador difundiu-se por toda a Itália, porque ele tinha um talento prodigioso para expor a palavra divina. O povo o chamava de “o Santo”, “Apóstolo de Roma” e de “Martelo dos carbonários” (a franco-maçonaria italiana). Poucos podiam resistir à força e unção de suas palavras. Só na cidade de Sanseverino, por exemplo, 50 sacerdotes não foram suficientes para ouvirem confissões depois de sua missão. São Gaspar pregava para todos, não escolhendo lugar nem pessoas.
O Papa Leão XII recorreu a Gaspar de Búfalo devido à proliferação do banditismo, o qual, conseguiu amansar os mais temíveis bandidos. Com estas armas da paz e da caridade conseguiu conter os bandidos que proliferavam nas periferias de Roma
Entretanto, esse ato heroico de caridade excitou a ira de alguns oficiais, que lucravam com o banditismo por meio de propinas e conluios. Estes “sem Deus” ousaram denunciá-lo ao Papa Leão XII, que se impressionou com as denúncias. Tanto mais quanto o Pontífice já tinha objeções ao nome da congregação – “Preciosíssimo Sangue” – que julgava uma novidade. São Gaspar de Búfalo foi então intimado a explicar-se em sua presença, enquanto o Padre Betti justificava o nome da congregação com argumentos das Sagradas Escrituras e dos Padres da Igreja. Após ouvi-los, Leão XII exclamou: “De Búfalo é um anjo”. E a Congregação encontrou livre trânsito na Igreja.
É interessante notar que a devoção ao Preciosíssimo Sangue não era inteiramente nova. Havia várias arquiconfrarias a ele dedicadas na Espanha no século XVI; e em 1608 o duque de Mântua, Vicente de Gonzaga, já fundara em seus domínios uma ordem militar do Preciosíssimo Sangue, cujo objetivo era proteger uma sagrada relíquia do Preciosíssimo Sangue.
Em 1834, junto com a venerável Maria de Mattia, São Gaspar fundou o ramo feminino de sua congregação, as Irmãs da Adoração do Preciosíssimo Sangue.
Finalmente, em 1836, sua saúde sempre frágil começou a declinar a olhos vistos. Mesmo assim ele continuou seu apostolado. Indo a Roma atender às necessidades dos empestados durante a terrível peste que se abateu sobre a Cidade Eterna, foi atacado pela moléstia, falecendo no dia 28 de dezembro de 1837.
Faleceu em Roma a 28 de dezembro de 1837, em um quarto em cima do Teatro Marcelo, São Vicente Palloti, seu contemporâneo, teve a visão de sua alma que subia ao encontro de Cristo, como uma estrela luminosa. A fama de sua santidade não demorou a atingir o mundo todo.
São Gaspar de Búfalo foi beatificado pelo glorioso São Pio X em 1904, e canonizado por Pio XII em 1954. Sua festa é celebrada em 02 de janeiro.
Fonte: http://www.santosebeatoscatolicos.com
A esperança da vida
TEMPO COMUM. VIGÉSIMA NONA SEMANA. SEGUNDA-FEIRA
– Os bens temporais e a esperança sobrenatural.
– O desprendimento do cristão.
– A nossa esperança está no Senhor.
I. ALGUÉM APROXIMOU-SE do Senhor 1 e pediu-lhe que resolvesse um problema de heranças. Pelas palavras de Jesus, parece que essa pessoa estava mais preocupada com aquele problema material do que atenta à pregação do Mestre. A questão proposta ao Messias – que lhes falava do Reino – dá a impressão de ter sido pelo menos inoportuna. Jesus respondeu-lhe: Ó homem, quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós? A seguir, aproveitou a ocasião para advertir a todos: Estai alerta e guardai-vos de toda a avareza, porque a vida de cada um não consiste na abundância dos bens, a sua vida não depende daquilo que possui.
E para que a sua doutrina ficasse bem clara, expôs-lhes uma parábola. As terras de um homem rico produziram uma grande colheita, a tal ponto que o celeiro se tornou insuficiente. Então o proprietário achou que os seus dias maus tinham acabado e que a sua existência estava garantida. Decidiu deitar abaixo o celeiro e edificar outro maior, que pudesse armazenar a colheita. O seu horizonte terminava ali; reduzia-se a comer, beber, descansar, já que a vida se tinha mostrado generosa com ele. Esqueceu-se – como tantos homens! – de uns dados fundamentais: a insegurança desta vida na terra e a sua brevidade. Pôs a sua esperança nessas coisas passageiras e não considerou que todos estamos de passagem, a caminho do único destino que vale a pena: o Céu.
Deus apresentou-se de improviso na vida desse rico lavrador que parecia ter tudo assegurado, e disse-lhe: Néscio, esta noite virão demandar a tua alma; e as coisas que juntaste, para quem serão? Assim é o que entesoura para si e não é rico para Deus.
A insensatez desse homem consistiu em ter posto o seu fim último e a garantia da sua segurança em algo tão frágil e passageiro como os bens desta terra, por abundantes que sejam. A legítima aspiração de possuir o necessário para a vida própria e para a família não deve ser confundida com a ânsia de ter mais a todo o custo.
O nosso coração tem de estar no Céu, e a vida é um caminho que temos de percorrer. Se o Senhor é a nossa esperança, saberemos ser felizes com muitos ou com poucos bens.
“Assim, pois, o ter mais, tanto para as nações como para as pessoas, não é o fim último. Todo o crescimento tem dois sentidos bem diferentes. Se é necessário para permitir que o homem seja mais homem, por outro lado encerra-o numa prisão se se converte em bem supremo, que impede de olhar mais além. Então os corações se endurecem e os espíritos se fecham; os homens já não se unem pela amizade, mas pelo interesse, que em breve os faz opor-se uns aos outros e desunir-se. A busca exclusiva da posse dos bens converte-se num obstáculo para o crescimento do ser, e opõe-se à sua verdadeira grandeza. Tanto para as nações como para as pessoas, a avareza é a forma mais evidente de um subdesenvolvimento moral” 2.
O amor desordenado pelos bens materiais cega a esperança em Deus, que então se vê como algo longínquo e sem interesse. Não cometamos essa loucura: não há tesouro maior do que ter Cristo.
II. A SAGRADA ESCRITURA admoesta-nos com freqüência sobre a necessidade de termos o coração em Deus: Tende preparado o ânimo, vivei sobriamente e ponde a vossa esperança na graça que vos trouxe a revelação de Jesus Cristo 3, exortava São Pedro aos primeiros cristãos. E São Paulo aconselha a Timóteo: Aos ricos deste mundo, manda-lhes [...] que não sejam altivos nem confiem na incerteza das riquezas, mas no Deus vivo, o qual dá abundantemente todas as coisas para nosso uso 4. O mesmo Apóstolo afirma que a avareza está na raiz de todos os males, e que foi por sua causa que muitos se extraviaram da fé e se enredaram em inúmeras aflições 5.
A Igreja continua a recordar o mesmo nos nossos dias: “Que todos, portanto, atendam a isso e orientem retamente os seus afetos, não seja que o uso das coisas do mundo e um apego às riquezas contrário ao espírito de pobreza evangélica os impeçam de buscar a caridade perfeita, segundo admoesta o Apóstolo: Os que usam deste mundo não se fixem nele, pois a aparência deste mundo passa (cfr. 1 Cor 7, 31)” 6.
A desordem no uso dos bens materiais pode provir da intenção, quando se desejam as riquezas por si mesmas, como se fossem bens absolutos; dos meios que se empregam para adquiri-las, buscando-as com ansiedade, com possíveis danos a terceiros, à saúde, à educação dos filhos, à atenção requerida pela família...; ou, enfim, da maneira de usá-las, quando se empregam unicamente em proveito próprio, com tacanhice.
O desprendimento e o reto uso daquilo que se possui, daquilo que é necessário para o sustento da família e para o exercício da profissão, daquilo que é lícito possuir para o descanso e para prever o futuro – sem angústias, com a confiança sempre posta em Deus –, são um meio de preparar a alma para os bens divinos.
“Se quereis agir a toda a hora como senhores de vós mesmos, aconselho-vos a pôr um empenho muito grande em estar desprendidos de tudo, sem medo, sem temores nem receios. Depois, ao atenderdes e ao cumprirdes as vossas obrigações pessoais, familiares..., empregai os meios terrenos honestos com retidão, pensando no serviço a Deus, à Igreja, aos vossos, à vossa tarefa profissional, ao vosso país, à humanidade inteira. Vede que o importante não é a materialidade de possuir isto ou carecer daquilo, mas conduzir-se de acordo com a verdade que a nossa fé cristã nos ensina: os bens criados são apenas meios. Portanto, repeli a miragem de considerá-los como algo definitivo” 7.
Se estamos perto de Cristo, bastará pouca coisa para andarmos pelos caminhos da alegria dos filhos de Deus. Se não estamos perto dEle, nada poderá preencher o nosso coração e estaremos sempre insatisfeitos.
III. “CERTA VEZ – conta um amigo sacerdote –, há já muitos anos, passava eu uma curta temporada de exercícios militares no povoado mais alto de Navarra. Fazíamos esses exercícios aproveitando a pausa dos nossos estudos. Recordo-me de que, estando naquele povoado, chamado Abaurrea, chegou ao acampamento um jovem tenente, no seu uniforme flamante. Apresentou-se ao chefe para que lhe dissesse qual a unidade a que estava destinado. Veio depois ter conosco e comunicou-nos que o comandante lhe dissera que devia ir a Jaurrieta e que lhe insinuara como a coisa mais natural do mundo que seria bom que tomasse um cavalo e fosse nele [...]. O novato mostrava-se muito inquieto e passou todo o jantar falando do cavalo e pedindo conselhos práticos. Então um dos presentes disse-lhe: «O importante é montar com serenidade, com tranqüilidade, e que o cavalo não perceba que é a primeira vez que você monta. Isso é fundamental» [...]. No dia seguinte pela manhã, muito cedo, estava à sua espera um soldado com o seu cavalo e com outra montaria para carregar as malas. O tenente montou, mas, pelos vistos, o cavalo notou imediatamente que era a primeira vez que o fazia, porque, sem mais aquelas, lançou-se num pequeno galope; depois parou e começou a pastar num dos lados da estrada..., por mais que o tenente puxasse das rédeas. Quando achou oportuno, continuou a caminhar pela estrada e, de vez em quando, parava; depois começava a trotar, enquanto o cavaleiro olhava para os lados, com cara de susto. Nessa situação, cruzou-se com ele uma equipe de engenheiros que estava instalando um cabo de alta tensão. Um deles perguntou-lhe: – Para onde é que você vai? E o tenente respondeu com grande verdade e com uma filosofia verdadeiramente realista: – Eu? Eu ia para Jaurrieta; o que não sei é para onde vai este cavalo... [...].
Se nos perguntassem de repente: «Para onde é que você vai?», talvez nós também tivéssemos que dizer: «Eu? Eu ia para o amor, para a verdade, para a alegria; mas não sei para onde a vida me está levando»” 8.
Como seria bom podermos dizer a quem nos perguntasse para onde vamos: “Eu vou para Deus, com o meu trabalho, com as dificuldades da vida, com a doença talvez!...” Este é o objetivo, o lugar para onde devem levar-nos os bens da terra, a profissão..., tudo! Que pena se convertêssemos em bens absolutos aquilo que deve ser apenas meio!
Jesus Cristo ensina-nos continuamente que o objeto da esperança cristã não são os bens terrenos, esses que a ferrugem e a traça consomem e os ladrões desenterram e roubam 9, mas os tesouros da herança incorruptível. O próprio Cristo é a nossa única esperança10. Não há outra coisa que possa satisfazer o nosso coração. E junto dEle encontraremos todos os bens prometidos, que não têm fim. Os próprios meios materiais podem ser objeto da virtude da esperança, na medida em que sirvam para alcançar o fim humano e o fim sobrenatural do homem, desde que não passem de meios. Não os convertamos em fins.
A Virgem Maria, Esperança nossa, ajudar-nos-á a pôr o coração nos bens que perduram, em Cristo!, se recorrermos a Ela com confiança. Sancta Maria, Spes nostra, ora pro nobis.
(1) Lc 12, 13-21; (2) Paulo VI, Carta Encíclica Populorum progressio, 26.03.67, 19; (3) 1 Pe 1, 13; (4) 1 Tim 6, 17; (5) 1 Tim 6, 10; (6) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 42; (7) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 118; (8) A. G. Dorronsoro, Tiempo para creer, págs. 111-112; (9) Mt 6, 19; (10) 1 Tim 1, 1.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
O Poder da oração
TEMPO COMUM. VIGÉSIMO NONO DOMINGO. ANO C
– Oração confiada e perseverante.
– Constância na petição. Parábola do juiz iníquo.
– A oração, conseqüência direta da fé.
I. EU TE INVOCO, ó Deus, porque me ouvirás; inclina para mim os teus ouvidos e escuta a minha palavra. Guarda-me como à menina dos teus olhos, esconde-me sob a sombra das tuas asas 1, lemos na Antífona de entrada da Missa.
Os textos da liturgia centram-se hoje no poder que tem diante de Deus a oração perseverante e cheia de fé. São Lucas, no Evangelho da Missa 2, antes de narrar-nos a parábola da viúva e do juíz iníquo, indica-nos a finalidade que Jesus teve em vista ao ensiná-la: E propôs-lhes também uma parábola para mostrar que importa orar sempre e não desfalecer.
Na vida sobrenatural, há ações que se realizam uma só vez: receber o Batismo, o sacramento da Ordem... Outras têm de ser realizadas muitas vezes: perdoar, compreender, sorrir... Mas há ações e atitudes que devem ser contínuas e que por isso requerem que se vença o cansaço, a rotina, o desânimo. Entre estas encontra-se a oração, manifestação de fé e de confiança em nosso Pai-Deus, mesmo quando parece que permanece em silêncio.
Santo Agostinho, ao comentar esta passagem do Evangelho, ressalta a relação que existe entre a fé e a oração confiante: “Se a fé fraqueja, a oração perece”, ensina o Santo; pois “a fé é a fonte da oração” e “o rio não pode fluir se o manancial fica seco” 3. A nossa oração – estamos tão necessitados! – tem de ser contínua e confiada, como a de Jesus, nosso Modelo : Pai, eu sei que sempre me ouves 4. Ele nos escuta sempre.
A primeira Leitura da Missa propõe-nos a figura de Moisés em oração no cume de um monte 5, enquanto Josué enfrenta os amalecitas em Rafidim. Quando, em atitude de súplica, Moisés tinha as mãos levantadas, Israel vencia, mas, se as abaixava um pouco, Amalec levava vantagem. E para que Moisés continuasse a orar, Arão e Hur sustentavam-lhe os braços, um de cada lado. Assim lhe mantiveram os braços erguidos até ao pôr-do-sol. E Josué pôs em fuga Amalec e a sua gente, e passou-os a fio de espada.
Não devemos cansar-nos de orar. E se alguma vez o desalento e a fadiga começam a atingir-nos, temos que pedir aos que estão ao nosso lado que nos ajudem a continuar a rezar, sabendo que já nesse momento o Senhor nos está concedendo muitas outras graças, talvez mais necessárias do que os dons que lhe pedimos. “O Senhor – ensina Santo Afonso Maria de Ligório – quer conceder-nos todas as graças, mas quer que nós as peçamos. Um dia chegou a dizer aos seus discípulos: Até agora, não pedistes nada em meu nome; pedi e recebereis, para que o vosso gozo seja completo (Jo 16, 24). É como se dissesse: Não vos queixeis de Mim se não sois plenamente felizes, mas queixai-vos de vós mesmos por não terdes procurado o que precisáveis; de agora em diante, pedi e sereis atendidos” 6. São Bernardo comenta que muitos se queixam de que o Senhor não os ajuda; mas é o próprio Jesus – afirma o Santo – quem teria de lamentar-se de que não lhe pedem 7. Oremos como Moisés: perseverantes no cansaço, com a ajuda dos outros quando for necessário. Quantas coisas estão em jogo! A batalha é dura.
Examinemos hoje se a nossa oração é perseverante, confiada, insistente. “Persevera na oração, como aconselha o Mestre. Esse ponto de partida será a origem da tua paz, da tua alegria, da tua serenidade e, portanto, da tua eficácia sobrenatural e humana” 8. Não há nada que uma oração perseverante não alcance.
II. LEVANTO OS MEUS OLHOS para os montes: donde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra 9, rezamos no Salmo responsorial.
A parábola que lemos no Evangelho da Missa põe em contraste dois personagens.
Por um lado, está um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens: faltavam-lhe as duas características básicas para se viver a justiça. No Antigo Testamento, o profeta Isaías fala dos que não fazem justiça aos órfãos e a quem não chega o pleito da viúva 10, dos que absolvem o ímpio por suborno e tiram ao justo o seu direito 11. Jeremias refere-se aos que não julgaram a causa do órfão nem fizeram justiça aos pobres 12.
Ao juiz, o Senhor contrapõe uma viúva, símbolo da pessoa indefesa e desamparada. E à sua insistência perseverante em pedir justiça, a resistência do juiz em atendê-la. O final inesperado acontece depois de um contínuo ir e vir da viúva e das reiteradas negativas do juiz. Este acaba por ceder, e a parte mais fraca obtém o que desejava. Mas a razão desta vitória não está em que o coração do administrador da justiça mudou: a única arma que conseguiu a vitória foi a oração incessante, a insistência da mulher. E o Senhor conclui com uma reviravolta: E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que lhe clamam dia e noite, e tardará em os socorrer? Jesus faz ver que o centro da parábola não é o juiz iníquo, mas Deus, cheio de misericórdia, paciente e imensamente zeloso pelos seus.
Até o fim dos tempos, a Igreja – dia e noite – dirigirá um clamor suplicante a Deus Pai, através de Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo, porque são muitos os perigos e necessidades dos seus filhos. É o primeiro ofício da Igreja, o primeiro dever dos seus ministros, os sacerdotes. É a coisa mais importante que temos de fazer, nós os fiéis, porque estamos indefesos e nada temos, mas podemos tudo com a oração.
O Senhor explica nesta parábola que são três as razões pelas quais as nossas orações são sempre ouvidas: primeiro, a bondade e a misericórdia de Deus, que distam tanto das disposições do juiz ímpio; depois, o amor de Deus por cada um dos seus filhos; e, por fim, o interesse que nós mostramos perseverando na oração.
Ao terminar a parábola, Jesus acrescenta: Mas quando vier o Filho do homem, julgais vós que encontrará fé sobre a terra? Porventura encontrará uma fé semelhante à da viúva? Trata-se de uma fé concreta: a fé dos filhos de Deus na bondade e no poder do seu Pai do Céu. O homem pode fechar-se a Deus, não sentir necessidade dEle, procurar por outros caminhos a solução para as suas deficiências, e então jamais encontrará os bens de que necessita: Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos 13, anunciou a Virgem no Magnificat.
Além de lançarmos mão dos meios humanos que cada situação requer, temos de recorrer ao Senhor como filhos necessitados. Somente a misericórdia divina pode socorrer-nos em tantas ocasiões. Conta o Santo Cura d’Ars que o fundador de um célebre asilo de órfãos o consultou sobre a oportunidade de atrair a atenção e o favor das pessoas através da imprensa. O Santo respondeu-lhe: “Ao invés de fazer barulho nos jornais, faça-o à porta do Tabernáculo”.
Ao longo dos séculos, o povo cristão sentiu-se movido a apresentar os seus pedidos a Deus através da Mãe de Cristo e Mãe nossa. São Bernardo ensina que “a nossa Advogada subiu ao Céu para que, como Mãe do Juiz e Mãe da Misericórdia, tratasse dos assuntos da nossa salvação” 14. Não deixemos de recorrer a Ela nas pequenas necessidades diárias.
III. UMA CONSEQÜÊNCIA DIRETA da fé é a oração, mas, ao mesmo tempo, a oração dá “maior firmeza à própria fé” 15. Ambas estão perfeitamente unidas. Por isso, quando pedimos, acabamos por ser melhores; se não fosse assim, “não nos tornaríamos mais piedosos, mas mais avaros e ambiciosos” 16. Quando pedimos uma casa própria, a ajuda numas provas ou num concurso..., devemos examinar se isso que pedimos nos ajudará a cumprir melhor a vontade de Deus. Podemos pedir bens materiais: a nossa saúde ou a de outra pessoa, solução para uma dificuldade financeira..., mas, se vivemos de fé, se temos unidade de vida, compreenderemos bem que, quando pedimos e insistimos nessas coisas, o que queremos em primeiro lugar não são essas coisas em si mesmas, mas o próprio Deus. O Senhor é sempre o fim último das nossas preces, mesmo quando pedimos bens deste mundo, que nunca quereríamos se nos afastassem dEle.
Agrada especialmente a Deus que lhe peçamos pelas necessidades da alma, tanto próprias como dos nossos amigos e conhecidos. Devemos pedir muito por aqueles com quem convivemos diariamente, para que estejam perto do Senhor. Quanto devemos rezar pelos nossos familiares e amigos...! “Encontrei a mão do meu amigo, e de repente, ao ver os seus olhos tristes e angustiados, temi que Tu não estivesses no seu coração. E senti-me incomodado como diante de um sacrário onde não sei se estás.
“Ó Deus, se Tu não estivesses nele, o meu amigo e eu estaríamos distantes, pois a sua mão na minha não seria mais do que carne entre carne, e o seu coração para o meu um coração do homem para o homem.
“Eu quero que a tua Vida esteja nele como em mim, porque eu quero que o meu amigo seja meu irmão graças a Ti” 17.
Neste mês de outubro, não deixemos de servir-nos do Santo Rosário como oração sempre eficaz para conseguir, através de Nossa Senhora, tudo aquilo de que precisamos, nós e as pessoas que de alguma maneira dependem de nós.
(1) Sl 16, 6-8; Antífona de entrada da Missa do décimo nono domingo do Tempo Comum, ciclo C; (2) Lc 18, 1-8; (3) cfr. Santo Agostinho, Sermão 115, 1; (4) Jo 11, 42; (5) Êx 17, 8-13; (6) Santo Afonso Maria de Ligório, Sermão 46 para o X Domingo depois de Pentecostes; (7) cfr. São Bernardo, Sermão XVII para temas diversos; (8) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 536; (9) Sl 120, 1-2; Salmo responsorial da Missa do décimo nono domingo do Tempo Comum, ciclo C; (10) Is 1, 23; (11) Is 5, 23; (12) Jer 5, 28; (13) Lc 1, 53; (14) São Bernardo, Sermão I na Assunção da S. Virgem Maria, 1; (15) Santo Agostinho, A cidade de Deus, 1, 8, 1; (16) ibid.; (17) Michel Quoist, Orações para rezar pela rua.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
20 de Outubro 2019
A SANTA MISSA

29º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Cor: Verde
1ª Leitura: Ex 17,8-13
E, enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia.
Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias: 8 Os amalecitas vieram atacar Israel em Rafidim. 9 Moisés disse a Josué: ‘Escolhe alguns homens e vai combater contra os amalecitas. Amanhã estarei, de pé, no alto da colina, com a vara de Deus na mão’. 10 Josué fez o que Moisés lhe tinha mandado e combateu os amalecitas. Moisés, Aarão e Ur subiram ao topo da colina. 11 E, enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia Amalec. 12 Ora, as mãos de Moisés tornaram-se pesadas. Pegando então uma pedra, colocaram-na debaixo dele para que se sentasse, e Aarão e Ur, um de cada lado sustentavam as mãos de Moisés. Assim, suas mãos não se fatigaram até ao pôr do sol, 13 e Josué derrotou Amalec e sua gente a fio de espada.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 120,1-2.3-4.5-6.7-8 (R. Cf. 2)
R. Do Senhor é que me vem o meu socorro,
do Senhor que fez o céu e fez a terra.
1 Eu levanto os meus olhos para os montes:*
de onde pode vir o meu socorro?
2‘ Do Senhor é que me vem o meu socorro,*
do Senhor que fez o céu e fez a terra!’ R.
3 Ele não deixa tropeçarem os meus pés,*
e não dorme quem te guarda e te vigia.
4 Oh! não! ele não dorme nem cochila,*
aquele que é o guarda de Israel! R.
5 O Senhor é o teu guarda, o teu vigia,*
é uma sombra protetora à tua direita.
6 Não vai ferir-te o sol durante o dia,*
nem a lua através de toda a noite. R.
7 O Senhor te guardará de todo o mal,*
ele mesmo vai cuidar da tua vida!
8 Deus te guarda na partida e na chegada.*
Ele te guarda desde agora e para sempre! R.
2ª Leitura: 2Tm 3,14 – 4,2
O homem de Deus seja perfeito
e qualificado para toda a boa obra.
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo
Caríssimo: 14 Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade; tu sabes de quem o aprendeste. 15 Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. 16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra. 4,1 Diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de vir a julgar os vivos e os mortos, e em virtude da sua manifestação gloriosa e do seu Reino, eu te peço com insistência: 2 proclama a palavra, insiste oportuna ou importunamente, argumenta, repreende, aconselha, com toda paciência e doutrina.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 18,1-8
Deus fará justiça aos seus escolhidos que gritam por ele.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 1 Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: 2 ‘Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. 3 Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: `Faze-me justiça contra o meu adversário!’ 4 Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. 5 Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!” 6 E o Senhor acrescentou: ‘Escutai o que diz este juiz injusto. 7 E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8 Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santa Maria Bertilla Boscardin
20 de Outubro
Santa Maria Bertilla Boscardin
Seu nome de batismo era Anna Francesca Boscardin. Nasceu na periferia de Brendola, Itália, no dia 6 de outubro de 1888. Filha de pobres camponeses, passou sua infância e adolescência trabalhando nas lavouras, ajudando seus pais. Além disso, trabalhava também como empregada doméstica para ajudar a família. Filha de família católica, desde pequena desenvolveu um grande amor por Nossa Senhora. Sempre que podia, dedicava-se à oração.
Ainda adolescente, sentiu-se chamada para a vida religiosa. Por isso, ao completar 16 anos, ingressou na Congregação das Mestras de Santa Dorothea, Filhas do Sagrado Coração, na capital de sua região, cidade chamada Vicenza. Trabalhou por um bom período como cozinheira do convento, ao mesmo tempo em que estudava enfermagem. Assim, viveu uma vida simples, dedicada à oração e ao trabalho. Quando fez seus votos religiosos, assumiu o nome de Irmã Maria Bertilla.
Terminada sua formação, foi enviada para trabalhar como enfermeira no hospital de Treviso, Itália. Ali, descobriu sua vocação e realizou-se como pessoa dedicando-se a cuidar dos doentes. Cuidou, especialmente, de crianças e de vítimas da primeira guerra mundial, que afetou profundamente a Itália. Cuidando de seus amados doentes, nunca deixava de levar a mensagem de Jesus Cristo.
No hospital, logo ficou conhecida como um exemplo de amor cristão, conquistando a simpatia de todos. Sempre tinha uma palavra de conforto e esperança para aqueles que sofriam em seu leito de dor. Sua caridade no trato com os doentes levou muitos à conversão.
No ano de 1910, quando tinha apenas 22 anos, foi diagnosticada com um câncer. Submetida a uma cirurgia, passou um bom tempo de se recuperando. A partir desse momento, viveu em sua própria pele os sofrimentos de uma enfermidade e compreendeu mais ainda os enfermos. Por isso, tão logo melhorou, voltou a cuidar de “seus” doentes, dedicando-se a eles com todo amor possível. Assim, trabalhou em Treviso e no hospital de Viggiú. Sua caridade conseguia cada vez mais conversões. Amparava os desenganados e ajudava-os a morrer, proporcionando-lhes a assistência espiritual de um padre. Assim, muitos faleceram em paz, reconciliados com Deus, sob seus cuidados. O hospital era seu grande campo de missão.
Dedicando-se aos doentes, ela descobriu-se novamente doente. Metástases originárias do câncer anterior apareceram em seu corpo depois de algum tempo. Por causa disso, teve que suportar inúmeros sofrimentos, tornando-se cada vez mais fraca. Seu maior sofrimento, porém, foi quando não pôde mais cuidar dos doentes. Foi submetida a uma segunda cirurgia, mas não obteve sucesso. Assim, no dia 20 de outubro de 1922, Santa Maria Bertilla Boscardin entregou sua alma a Deus, tendo apenas 34 anos de idade.
Embora tendo falecido jovem, Santa Maria Bertilla Boscardin deixou um grande legado de caridade cristã e de dedicação aos enfermos. Aqueles que se converteram à fé graças à sua caridade, nunca se esqueceram dela. Por causa de sua fama de santidade, muitos foram – e ainda vão – rezar em seu túmulo e grandes graças aconteceram por sua intercessão. Por causa disso, ela foi beatificada pelo Papa Pio XII no dia 8 de junho de 1952 e canonizada pelo Papa João XXIII no dia 11 de maio de 1861. Sua festa passou a ser celebrada no dia 20 de outubro, dia de sua morte.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
São Paulo da Cruz
19 de Outubro
São Paulo da Cruz
Paulo Francisco Nasceu em 03 de janeiro de 1694 na cidade de Ovada, que fica na região norte da Itália. Foi o segundo dentre 16 filhos. Filho de família nobre, de boa posição social, embora sem possuir fortuna. Seu pai era comerciante e vivia de viagens. Quando jovem, Paulo passou a ajudar o pai nas viagens. Sua família era católica, piedosa e praticante. Por isso, desde criança, Paulo dedicava-se à leitura de livros sobre a vida dos santos e sentia-se especialmente atraído pela vida dos eremitas. Dedicava-se também à oração e à penitência. Sempre que podia, ia à igreja para rezar o terço. Conseguiu unir vários amigos para meditarem sobre a Paixão de Cristo. Todas essas experiências ajudaram a amadurecer sua vocação para a vida religiosa.
Ao completar dezenove anos, o jovem Paulo foi tocado por uma pregação de seu pároco e decidiu entregar sua vida totalmente a Deus. Sua família aceitou com alegria. A princípio, ele foi viver como eremita em lugares distantes dos centros urbanos. Mantendo sempre um diálogo com seu bispo, este o autorizou a fazer pregações aos fins de semana. Assim, ele procurava ir aos povoados pregar para o povo e falar sobre a Paixão de Nosso Senhor.
Muitas conversões aconteceram quando as pessoas ouviam as pregações do “irmão” Paulo Francisco falando tão ardorosamente sobre a Paixão de Cristo. Muitos corações se voltaram para Deus. Ele passou a ser conhecido como um missionário, um porta voz de Deus. Dessa maneira, foi amadurecendo em seu coração o sonho de iniciar uma comunidade religiosa dedicada a valorizar a Paixão de Cristo, razão de nossa salvação.
Vendo os frutos de seu trabalho missionário, o bispo ordenou-o sacerdote. O ministério sacerdotal abriu para ele novos horizontes de apostolado. Por isso, muitos jovens aderiram ao seu trabalho missionário e passaram a ser seus discípulos. Assim, obedecendo ao impulso que o Espírito de Deus lhe dava, o Padre Paulo partilhou com o bispo seu sonho de fundar uma Congregação religiosa dedicada a valorizar no coração dos fiéis o amor à Paixão de Cristo. O bispo lhe deu total apoio e foi à Santa Sé pedir autorização do Papa. O Papa autorizou e o Padre Paulo da Cruz, como passou a ser chamado, fundou a Congregação dos Passionistas, recebendo um grupo de primeiros noviços.
Vendo os frutos reluzentes que a Congregação nascente fazia brotar no coração dos fiéis, padre Paulo sentiu no coração a necessidade de fundar também o ramo feminino de Passionistas, dedicadas a uma vida contemplativa e de oração pela missão dos padres. Assim nasceu a Congregação das Irmãs Passionistas.
São Paulo da Cruz nunca abandonou a vida de oração, sacrifícios e penitências. Usava sempre o hábito preto de sacerdote adornado com uma cruz branca que lembrava sua missão de pregar sobre a Paixão de Cristo. Além disso, dedicou-se ele a escrever várias obras que ajudaram a muitos na fé. Muitos foram os doentes curados milagrosamente após a oração de São Paulo da Cruz. Ele sempre atribuía essas curas á Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo e à Virgem das Dores.
Tendo chegado aos 78 anos, depois de uma vida inteira dedicada à evangelização, já desenganado, pediu a bênção do Papa Pio VI. Este, chamou-o até Roma. Com sacrifício, São Paulo foi, melhorou e viveu por mais três anos. Faleceu em 1775, aos 81 anos vendo os frutos de sua missão começarem a se espalhar pelo mundo. Em seus escritos e exemplos, insistiu que as comunidades Passionistas nunca deixassem de ser lugares que promoviam a experiência de Deus e ensinassem os caminhos da oração profunda.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
O pecado contra o Espírito Santo
TEMPO COMUM. VIGÉSIMA OITAVA SEMANA. SÁBADO
– Abertos à misericórdia divina.
– A perda do “sentido do pecado”.
– Junto de Cristo, entendemos o que é verdadeiramente o pecado. Delicadeza de consciência.
I. SÃO LUCAS TRANSMITE-NOS no Evangelho da Missa de hoje uma dura sentença do Senhor: Todo aquele que falar contra o Filho do homem será perdoado; mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado 1. São Marcos acrescenta que esta blasfêmia jamais terá perdão; quem a cometer será réu de castigo eterno 2.
São Mateus situa a sentença num contexto que explica melhor as palavras do Senhor 3. Relata o Evangelista que a multidão, assombrada com tantas maravilhas, perguntava-se: Porventura não será este o Filho de Davi? 4 Mas os fariseus, mesmo diante de tantos prodígios que não podiam negar, não querem dar o braço a torcer e encontram como saída atribuir ao demônio a ação divina de Jesus. É tal a dureza de seus corações que, para não ceder, estão dispostos a tergiversar radicalmente o que é evidente para todos. Por isso murmuravam: Este não expulsa os demônios senão por virtude de Belzebu, príncipe dos demônios.
A blasfêmia imperdoável contra o Espírito Santo consiste precisamente nesse fechar-se à graça, em tergiversar os fatos sobrenaturais: isso é excluir a própria fonte do perdão5. Todo o pecado, por maior que seja, pode ser perdoado porque a misericórdia de Deus é infinita; mas, para que se possa receber esse perdão divino, é necessário reconhecer as culpas próprias e acreditar na misericórdia do Senhor. O endurecimento de coração daqueles fariseus impedia que a poderosa ação divina chegasse até eles.
Jesus qualifica essa atitude como pecado contra o Espírito Santo. E é imperdoável, não tanto pela sua gravidade e malícia, como pela disposição interna da vontade, que anula toda a possibilidade de arrependimento. Quem assim peca situa-se voluntariamente fora do alcance do perdão divino.
O Papa João Paulo II chama-nos a atenção para a extrema gravidade dessa atitude perante a graça, pois “a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem que reivindica um pretenso direito de perseverar no mal – em qualquer pecado – e por isso mesmo rejeita a Redenção. O homem fica fechado no pecado, impossibilitando ele mesmo a sua conversão e também, conseqüentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou sem importância para a sua vida” 6.
Pedimos hoje ao Senhor uma sinceridade radical e uma verdadeira humildade para reconhecermos as nossas faltas e pecados, mesmo os veniais; que não nos acostumemos a eles, que sejamos rápidos em procurar o sacramento do perdão e que o nosso coração seja sensível à ação do Espírito Santo.
E pedimos a Nossa Senhora o santo temor de Deus para nunca perdermos o sentido do pecado e a consciência dos nossos erros e fraquezas. “Quando temos a vista turvada, quando os olhos perdem a claridade, precisamos ir à luz. E Jesus Cristo disse-nos que Ele é a luz do mundo e que veio curar os enfermos” 7.
II. JESUS CRISTO DEU-NOS a conhecer plenamente o Espírito Santo como uma Pessoa diferente do Pai e do Filho, como o Amor pessoal dentro da Santíssima Trindade, que é a fonte e o modelo de todo o amor criado 8.
O Espírito esteve presente em todas as ações de Jesus, mas foi na Última Ceia que o Senhor nos falou dEle mais claramente: é uma Pessoa diferente do Pai e do Filho, e muito próximo da Redenção do mundo. Jesus refere-se a Ele como Paráclito ou Conselheiro, isto é, advogado e confortador. A palavra paráclito era usada no mundo profano grego para designar uma pessoa chamada a assistir outra ou a falar por ela, especialmente nos processos legais. O Espírito Santo tem por isso uma missão muito particular na formulação dos juízos da consciência e nesse outro juízo tão especial da Confissão, em que o réu sai absolvido para sempre das suas culpas e cheio de uma nova riqueza.
A misericórdia divina, que se exerce por esta ação misteriosa e salvífica do Espírito Santo, “encontra no homem que esteja em tal situação (de falta de abertura à ação da graça) uma resistência interior, uma espécie de impermeabilidade da consciência, um estado de alma que se diria consolidado em virtude de uma livre escolha: é aquilo que a Sagrada Escritura repetidamente designa como dureza de coração (cfr. Sl 81, 13; Jer 7, 24; Mc 3, 5). Na nossa época, a esta atitude da mente e do coração corresponde talvez a perda do sentido do pecado” 9.
O contrário da dureza de coração é a delicadeza de consciência, que a alma possui quando detesta todo o pecado, mesmo o venial, e procura ser dócil às inspirações e graças do Espírito Santo, que são incontáveis ao longo do dia. “Quando se tem em bom estado o olfato da alma – dizia Santo Agostinho –, percebe-se imediatamente o mau cheiro dos pecados” 10. Somos nós sensíveis às ofensas que se fazem a Deus? Somos prontos em reagir contra as nossas faltas e pecados?
III. MUITOS HOMENS vão perdendo o sentido do pecado e, conseqüentemente, o sentido de Deus. Não é raro que no cinema, na televisão, em artigos de jornal, se ventilem idéias e acontecimentos contrários à lei de Deus como se fossem assuntos normais, que às vezes são deplorados pelas suas conseqüências nocivas à sociedade e ao indivíduo, mas sem referência alguma ao Criador. Noutros casos, esses episódios são expostos como acontecimentos que atraem a curiosidade pública, mas sem lhes dar maior importância: infidelidades matrimoniais, eventos escandalosos, difamações, atentados contra a honra, divórcios sucessivos, fraudes, prevaricações, subornos... Não faltam pessoas, mesmo entre as que se dizem cristãs, que se divertem com essas situações e nelas se entretêm, dando a impressão de não se atreverem a chamá-las pelo seu nome.
Em todos esses casos, costuma-se esquecer o mais importante: a sua relação com Deus, que é quem dá o verdadeiro sentido às coisas humanas. Julga-se com critérios muito distantes do sentir de Deus, como se Ele não existisse ou não contasse para nada nos assuntos desta vida. É um ambiente pagão generalizado, parecido com o que rodeou os primeiros cristãos e que temos que mudar, como eles o fizeram.
Na nossa própria vida, só sentiremos o peso dos nossos pecados quando considerarmos essas faltas acima de tudo como ofensas a Deus, que nos separam dEle e nos tornam ineptos e surdos para ouvir o Paráclito, o Espírito Santo, na alma.
Quando não relacionamos as nossas fraquezas com o Senhor, acontece aquilo que Santo Agostinho fazia notar: existem alguns que – afirma o Santo –, ao cometerem certo tipo de pecado, julgam que não pecam porque dizem que não fazem mal a ninguém11.
Que grande graça é, pelo contrário, sentirmos o peso das nossas faltas, fazermos repetidos atos de contrição e desejarmos ardentemente a Confissão freqüente, em que a alma se purifica e se prepara para estar perto de Deus! “Se não andais abatidos e tristes pelos pecados, ainda não os conheceis – ensina São João de Ávila –. O pecado pesa: Sicut onus grave gravatae sunt super me (Sl 37, 5). Oprimem-me como uma carga pesada... O que é o pecado? Uma dívida insolúvel, uma carga tão insuportável que nem quatro arrobas pesam tanto” 12. E mais adiante acrescenta o mesmo Santo: “Não há carga tão pesada. Por que não a sentimos? Porque não sentimos a bondade de Deus” 13.
São Pedro descobriu na pesca milagrosa a divindade de Cristo e a sua pequenez. Por isso lançou-se aos pés de Jesus, dizendo-lhe: Retira-te de mim, Senhor, pois sou um homem pecador14. Pedia ao Senhor que se afastasse porque lhe parecia que, com as trevas da sua fraqueza, não podia suportar a luz radiante do Mestre. E enquanto as suas palavras declaravam a sua indignidade, os seus olhos e toda a sua atitude suplicavam ardentemente a Jesus que lhe permitisse ficar para sempre com Ele.
A imundície dos pecados precisa de um ponto de referência; esse ponto é a santidade de Deus. O cristão só percebe a falta de amor quando considera o amor de Cristo.
De outro modo, justificará facilmente todas as suas fraquezas. Pedro, que amava Jesus profundamente, soube arrepender-se das suas negações precisamente com um ato de amor. Domine – dirá naquela manhã depois da segunda pesca milagrosa –, tu omnia nosti, tu scis quia amo te15. Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo. É assim que devemos ir até o Senhor, com um ato de amor, quando não tenhamos correspondido ao seu. A contrição dá à alma uma grande fortaleza, devolve-lhe a esperança e comunica-lhe uma particular delicadeza para ouvir e entender a Deus.
Peçamos com freqüência à nossa Mãe Santa Maria, que foi tão dócil à ação do Espírito Santo, que nos ensine a ter uma consciência muito delicada, que não nos acostumemos ao peso do pecado e que saibamos reagir com prontidão ao menor pecado venial deliberado.
(1) Lc 12, 10; (2) cfr. Mc 3, 29; (3) cfr. Mt 12, 32; (4) Mt 12, 13; (5) cfr. São Tomás de Aquino, Suma teológica, II-II, q. 14, a. 3; (6) João Paulo II, Carta Encíclica Dominum et vivificantem, 18.05.86, 46; (7) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Forja, n. 158; (8) cfr. Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 24; (9) João Paulo II, Carta Encíclica Dominum et vivificantem, 47; (10) Santo Agostinho, Comentários aos Salmos, 37, 9; (11) cfr. Santo Agostinho, Sermão 278, 7; (12) São João de Ávila, Sermão 25, para o Domingo XXI depois de Pentecostes, em Obras completas, vol. II, pág. 354; (13) ibid., pág. 355; (14) cfr. Lc 5, 8-9; (15) Jo 21, 17.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
19 de Outubro 2019
A SANTA MISSA

28ª Semana do Tempo Comum – Sábado
Cor: Verde
1ª Leitura: Rm 4,13.16-18
“Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança”
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 13 não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé, que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência. 16 É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei, quanto para a que se apoia somente na fé de Abraão, que é o pai de todos nós. 17 Pois está escrito: “Eu fiz de ti pai de muitos povos”. Ele é pai diante de Deus, porque creu em Deus que vivifica os mortos e faz existir o que antes não existia. 18 Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua posteridade”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 104(105), 6-7.8-9.42-43(R. 8a)
R. O Senhor se lembra sempre da Aliança.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
6 Descendentes de Abraão, seu servidor, *
e filhos de Jacó, seu escolhido,
7 ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, *
vigoram suas leis em toda a terra. R.
8 Ele sempre se recorda da Aliança, *
promulgada a incontáveis gerações;
9 da Aliança que ele fez com Abraão, *
e do seu santo juramento a Isaac. R.
42 Ele lembrou-se de seu santo juramento, *
que fizera a Abraão, seu servidor.
43 Fez sair com grande júbilo o seu povo, *
e seus eleitos, entre gritos de alegria. R.
Evangelho: Lc 12,8-12
Nessa hora o Espírito Santo vos ensinará
o que deveis dizer.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 8 Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus. 9 Mas aquele que me renegar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. 10 Todo aquele que disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. 11 Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. 12 Pois nessa hora o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
São Lucas, Evangelista
18 de Outubro
São Lucas, Evangelista
São Lucas é o padroeiro dos médicos e dos pintores, porque ele exercia essas duas atividades. Ele é o grande autor de dois livros do Novo Testamento: o Terceiro Evangelho (ou Evangelho Segundo São Lucas) e o livro chamado Atos dos Apóstolos, o primeiro livro que vem na sequência dos quatro Evangelhos.
São Lucas era um homem sírio, originário da grande cidade de Antioquia. Sua profissão era a medicina. Lucas não conheceu pessoalmente a Jesus. Ele conheceu o Senhor através dos apóstolos. Ele foi discípulo de apóstolos de Jerusalém e, depois, discípulo de São Paulo. Na sua carta aos Colossenses 4, 14, Paulo chama Lucas de "o Médico Amado". Lucas acompanhou São Paulo até o martírio deste, no ano 68, em Roma. São Lucas permaneceu firme no Senhor até o fim de sua vida. Ele viveu solteiro, sem filhos e faleceu aos 84 anos de idade.
Existem várias referências a São Lucas no novo Testamento. A primeira delas está na carta que São Paulo escreveu a Filemon, versículo 24. Ele aparece também na carta de Paulo aos Colossenses 4, 14. Vemo-lo mencionado também em 2 Timóteo 4, 11.
Uma antiga tradição cristã afirma que São Lucas foi o primeiro artista a pintar a Virgem Maria e os apóstolos Pedro e Paulo. Por isso, São Lucas é considerado também o padroeiro dos pintores. É por isso também que várias associações de artistas receberam o nome de São Lucas.
São Lucas não presenciou os fatos que narrou em seu Evangelho (Lc 1, 2). Mas, como ele mesmo diz no começo de seu Livro, ele “estudou acuradamente os fatos, antes de escrever”. É Lucas quem narra mais detalhadamente os fatos da infância de Jesus. Seus relatos sobre a infância de Jesus narram a vida do menino Jesus desde a sua concepção no seio da Virgem Maria até o tempo em que o menino completou 12 anos. Esta parte de seu Evangelho é chamada de “Evangelho da Infância”. Há uma tradição que diz que ele colheu os fatos diretamente de conversas com Nossa Senhora. Por isso, ele é também chamado de “Biógrafo da Virgem Maria”. Toda a narrativa de São Lucas em seu Evangelho é bastante detalhada comprovando que ele “estudou acuradamente” antes de escrevê-los.
O livro dos Atos dos Apóstolos é considerado uma sequência do Evangelho de Lucas. Trata-se de um livro importantíssimo, pois narra os acontecimentos maravilhosos do começo do cristianismo. Narra a vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos; as grandes viagens missionárias de São Paulo, as quais Lucas acompanhou. Narra também o primeiro concílio da Igreja, o “Concílio de Jerusalém” e uma série detalhada de fatos acontecidos no começo da Igreja. Trata-se de uma narrativa emocionante e coerente que vale a pena ser lida.
Uma tradição antiga da Igreja cristã atesta que, após a morte de São Paulo, Lucas partiu como missionário a pregar o Evangelho no sul da Europa, nas regiões da Gália (atual França), Itália, Macedônia e Dalmácia. Criou comunidades e formou discípulos como aprendera com seu grande mestre, São Paulo.
Um antigo documento que São Jerônimo traduziu informava que São Lucas foi martirizado em Patras, Grécia, por causa de sua pregação do Evangelho. Deu a vida por causa de Jesus Cristo. Foi Mártir. Derramou seu sangue por causa do Evangelho que ele imortalizou em seus escritos.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
18 de Outubro 2019
A SANTA MISSA

Festa: São Lucas, Evangelista
Cor: Vermelha
1ª Leitura: 2Tm 4,10-17b
Só Lucas está comigo.
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo
Caríssimo: 10 Demas me abandonou por amor deste mundo, e foi para Tessalônica. Crescente foi para a Galácia, Tito para a Dalmácia. 11 Só Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, porque me é útil para o ministério. 12 Mandei Tíquico a Éfeso. 13 Quando vieres, traze contigo a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. 14 Alexandre, o ferreiro, tem-me causado muito dano; o Senhor lhe pagará segundo as suas obras! 15 Evita-o também tu, pois ele fez forte oposição às nossas palavras. 16 Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram. Oxalá que não lhes seja levado em conta. 17 Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente,
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 144(145),10-11,12-13ab,17-18 (R. 12a)
R. Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!
10 Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, *
e os vossos santos com louvores vos bendigam!
11 Narrem a glória e o esplendor do vosso reino *
e saibam proclamar vosso poder! R.
12 Para espalhar vossos prodígios entre os homens *
e o fulgor de vosso reino esplendoroso.
13a O vosso reino é um reino para sempre, *
13bvosso poder, de geração em geração. R.
17 É justo o Senhor em seus caminhos, *
é santo em toda obra que ele faz.
18 Ele está perto da pessoa que o invoca, *
de todo aquele que o invoca lealmente. R.
Evangelho: Lc 10,1-9
A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 1 O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3 Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5 Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: `A paz esteja nesta casa!’ 6 Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7 Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8 Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9 curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós'”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!