Santo Antônio Maria Claret 

24 de Outubro

Santo Antônio Maria Claret 

O quinto dos onze filhos de Antônio Claret e Josefa Clara nasceu em 23 de dezembro de 1807, no povoado de Sallent, diocese de Vic, Barcelona, Espanha. Foi batizado no dia de Natal e recebeu o nome de Antônio Claret y Clara. Na família, aprendeu o caminho do seguimento de Cristo, a devoção a Maria e o profundo amor à eucaristia.

Cedo aprendeu a profissão do pai e depois a de tipógrafo. Na adolescência, ouviu o chamado para servir a Deus. Assim, acrescentou o nome de “Maria” ao seu, para dar testemunho de que a ela dedicaria sua vida de religioso. E foi uma vida extraordinária dedicada ao próximo. Antônio Maria Claret trabalhou com o pai numa fábrica de tecidos e, aos vinte e um anos, depois de ter recusado empregos bem vantajosos, ingressou no Seminário de Vic, pois queria ser monge cartuxo. Mas lá percebeu sua vocação de padre missionário.

Em 1835, recebeu a ordenação sacerdotal e foi nomeado pároco de sua cidade natal. Quatro anos depois, foi para Roma e dirigiu-se à Propaganda Fides, onde se apresentou para ser missionário apostólico. Foram anos de trabalho árduo e totalmente dedicado ao ministério pastoral na Espanha, que muitos frutos trouxeram para a Igreja. Em 1948, foi enviado para a difícil região das Ilhas Canárias.

No entanto ansiava por uma obra mais ampla e assim, em 1849, na companhia de outros cinco jovens sacerdotes, fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, ou Padres Claretianos. Entretanto, nessa ocasião, a Igreja vivia um momento de grande dificuldade na distante diocese de Cuba, que estava vaga havia quatorze anos. No mesmo ano, o fundador foi nomeado arcebispo de lá. E mais uma vez pôde constatar que Maria jamais o abandonava.

Era uma vítima constante de todo tipo de pressão das lojas maçônicas, que faziam oposição violenta contra o clero, além dos muitos atentados que sofreu contra a sua vida. Incendiaram uma casa que se hospedava, colocaram veneno em sua comida e bebida, assaltaram-no à mão armada e o feriram várias vezes.

Mas monsenhor Claret sempre escapou ileso e continuou seu trabalho, sem nunca recuar. Restaurou o antigo seminário cubano, deu apoio aos negros e índios, escravos. Em 1855, junto com madre Antônia Paris, fundou outra congregação religiosa, a das Irmãs de Ensino Maria Imaculada, ou Irmãs Claretianas. Fez visitas pastorais a todas as dioceses, levando nova força e ânimo, para o chamado ao trabalho cada vez mais difícil e cada vez mais necessário. Quando voltou a Madri em 1857, deixou a Igreja de Cuba mais unida, mais forte e resistente.

Voltou à Espanha porque a rainha Isabel II o chamou para ser seu confessor. Mesmo contrariado, aceitou. Nesse período, sua obra escrita cresceu muito, enriquecida com seus inúmeros sermões. Em 1868, solidário com a soberana, seguiu-a no exílio na França, onde permaneceu ao lado da família real. Contudo não parou seu trabalho de apostolado e de escritor por excelência. Encontrou, ainda, tempo e forças para fundar uma academia para os artistas, que colocou sob a proteção de são Miguel.

Morreu com sessenta e três anos, no dia 24 de outubro de 1870, no Mosteiro de Fontfroide, França, deixando-nos uma importante e numerosa obra escrita. Beatificado pelo papa Pio XI, que o chamou de “precursor da Ação Católica do mundo moderno”, foi canonizado em 1950 por Pio XII. Santo Antônio Maria Claret é festejando no dia de sua morte.

Fonte: https://franciscanos.org.br


Vim trazer fogo a terra

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA NONA SEMANA. QUINTA-FEIRA

– O zelo divino de Jesus por todas as almas.
– O apostolado no meio do mundo deve propagar-se como um incêndio de paz.
– A Santa Missa e o apostolado.

I. COMO AMIGO verdadeiro, o Senhor manifesta aos seus discípulos os seus sentimentos mais íntimos. Assim, fala-lhes do zelo apostólico que o consome, do seu amor por todas as almas:Vim trazer fogo à terra, e que quero senão que arda? E mostra-lhes a impaciência divina com que deseja que a sua entrega ao Pai pelos homens se consuma no Calvário: Tenho que ser batizado com um batismo de sangue; e como é grande a minha ansiedade até que ele se realize!1 Na Cruz, o amor de Deus por todos nós chegou à plenitude, pois ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida pelos seus amigos2. Desta predileção participamos os que o seguimos.

Santo Agostinho, comentando esta passagem do Evangelho da Missa, ensina: “Os homens que acreditaram nEle começaram a arder, receberam a chama da caridade. Esta é a razão pela qual o Espírito Santo apareceu sob essa forma quando foi enviado aos Apóstolos: E apareceram-lhes como que umas línguas de fogo, que pousaram repartidas sobre cada um deles (At 2, 3). Inflamados por este fogo, começaram a ir pelo mundo e a inflamar por sua vez e a prender fogo entre os inimigos à sua volta. Que inimigos? Os que abandonaram a Deus que os criara e adoravam as imagens que eles mesmos tinham feito [...]. A fé que há neles encontra-se como que afogada pela palha. Convém que ardam nesse fogo santo para que, uma vez consumida a palha, resplandeça essa realidade maravilhosa redimida por Cristo”3. Agora, somos nós que temos de ir pelo mundo com esse fogo de amor e de paz que inflame os outros no amor de Deus e purifique os seus corações. Iremos às Universidades, às fábricas, às tarefas públicas, ao nosso próprio lar...

“Se numa cidade se ateasse fogo em vários lugares, mesmo que fosse um fogo modesto e pequeno, mas que resistisse a todos os embates, em pouco tempo a cidade seria presa das chamas. Se numa cidade se acendesse nos pontos mais díspares o fogo que Jesus trouxe à terra, e esse fogo resistisse ao gelo do mundo pela boa vontade dos seus habitantes, em pouco tempo teríamos a cidade incendiada de amor de Deus. O fogo que Jesus trouxe à terra é Ele próprio, é a Caridade: esse amor que não só une a alma a Deus, mas as almas entre si [...]  E em cada cidade estas almas podem surgir nas famílias: pai e mãe, filho e pai, mãe e sogra; podem encontrar-se também nas paróquias, nas associações, nas sociedades humanas, nas escolas, nos escritórios, em qualquer parte [...] Cada pequena célula acesa por Deus em qualquer ponto da terra propagar-se-á necessariamente. Depois, a Providência distribuirá essas chamas, essas almas-chamas, onde julgar oportuno, a fim de que em muitos lugares o mundo seja restaurado ao calor do amor de Deus e volte a ter esperança”4.

II. O APOSTOLADO no meio do mundo propaga-se como um incêndio. Cada cristão que viva a sua fé converte-se num ponto de ignição no meio dos seus, no lugar de trabalho, entre os amigos e conhecidos... Mas isso só lhe será possível se cumprir o conselho de São Paulo aos cristãos de Filipos: Tende entre vós os mesmos sentimentos que teve Cristo Jesus5. Esta recomendação do Apóstolo “exige que todos os cristãos reproduzam nas suas vidas, tanto quanto é possível ao homem, aquele sentimento que o Divino Redentor tinha quando se oferecia em Sacrifício, isto é, que imitem a sua humildade e elevem à suma Majestade de Deus a devida adoração, honra, louvor e ação de graças”6.

É uma oblação que se realiza principalmente na Santa Missa, renovação incruenta do Sacrifício da Cruz, em que o cristão oferece ao Senhor as suas obras, as suas orações e iniciativas apostólicas, a vida familiar, o trabalho de cada jornada, o descanso e mesmo as provações da vida, que, se forem acolhidas pacientemente, convertem-se em meio de santificação7. Ao terminar o Sacrifício eucarístico, o cristão sai ao encontro da vida decidido a seguir os passos de Cristo na sua existência terrena: esquecido de si próprio e disposto a dar-se aos outros para levá-los a Deus.

A vida do cristão deve ser uma imitação da vida de Cristo, uma participação no modo de ser do Filho de Deus. Isto nos leva a pensar, olhar, sentir, atuar e reagir como Ele diante das pessoas. Jesus via as multidões e compadecia-se delas, porque eram como ovelhas sem pastor8, com uma vida sem rumo nem sentido. Jesus compadecia-se delas; o seu amor era tão grande que não se deu por satisfeito enquanto não entregou a sua vida na Cruz. Este amor deve apossar-se dos nossos corações: então compadecer-nos-emos de todos aqueles que andam afastados do Senhor e procuraremos colocar-nos ao seu lado para que, com a ajuda da graça, conheçam o Mestre.

Na Santa Missa, estabelece-se uma corrente de amor divino a partir do Filho que se oferece ao Pai no Espírito Santo. O cristão, incorporado a Cristo, participa desse amor e chega a impregnar dele até as realidades terrenas mais corriqueiras, que ficam assim santificadas e purificadas, e se tornam mais aptas para serem oferecidas ao Pai pelo Filho, num novo Sacrifício eucarístico.

A ação apostólica está especialmente enraizada na Santa Missa, da qual recebe a sua eficácia, pois não é mais do que a realização da Redenção no tempo através dos cristãos: Jesus Cristo “veio à terra para redimir o mundo inteiro, porque quer que os homens se salvem (1 Tim 2, 4). Não há alma que não interesse a Cristo. Cada uma delas custou-lhe o preço do seu sangue (cfr. 1 Pe 1, 18-19)”9. Quando se quer imitar verdadeiramente o Senhor, deixa de haver almas diante das quais se possa encolher os ombros.

III. QUANDO O CRISTÃO participa conscientemente da Santa Missa, pensa em primeiro lugar nos seus irmãos na fé, com quem se sentirá cada vez mais unido por partilhar com eles do pão da vida e do cálice da salvação eterna. É um momento oportuno para pedir por todos, especialmente pelos mais necessitados. Encher-nos-emos assim de sentimentos de caridade e de fraternidade, “porque, se a Eucaristia faz que sejamos uma só coisa, é lógico que cada um trate os outros como irmãos. A Eucaristia forma a família dos filhos de Deus, irmãos de Jesus e irmãos entre si”10.

Mas depois desse encontro único com o Senhor e com os nossos irmãos na fé, acontecerá conosco o mesmo que aconteceu àqueles homens e mulheres que eram curados das suas doenças nalguma cidade ou caminho da Palestina: ficavam tão alegres que não cessavam de apregoar por toda a parte o que tinham visto e ouvido, o que o Mestre tinha levado a cabo nas suas almas ou nos seus corpos.

Quando o cristão sai da Missa tendo recebido a Comunhão, sabe que já não pode ser feliz sozinho, que deve comunicar aos outros essa maravilha que é Cristo. Cada encontro com o Senhor conduz à alegria e à necessidade de comunicar aos outros esse tesouro. Foi assim que o cristianismo se propagou nos primeiros séculos: como um incêndio de paz e de amor que ninguém pôde deter.

Se conseguirmos que a nossa vida gire em torno da Santa Missa, veremos crescer em nós um desejo impetuoso de que Cristo seja conhecido, pois “se vivemos bem a Santa Missa, como não havemos de continuar depois o resto da jornada com o pensamento no Senhor, com o desejo irreprimível de não nos afastarmos da sua presença, para trabalhar como Ele trabalhava e amar como Ele amava?”11

Além disso, saberemos apreciar o dom que representa a permanência do Senhor no Sacrário, “o lugar tranqüilo e aprazível onde está Cristo, onde lhe podemos contar as nossas preocupações, os nossos sofrimentos, os nossos anseios e as nossas alegrias, com a mesma simplicidade e naturalidade com que lhe falavam aqueles seus amigos Marta, Maria e Lázaro”12. Nessa confidência íntima, ouviremos o Senhor repetir-nos com a mesma impaciência santa com que se dirigia aos Apóstolos: Vim trazer fogo à terra; e que quero senão que arda? E animar-nos a meter ombros à tarefa, pois é urgente: Não dizeis vós: Ainda há quatro meses até vir a ceifa? Pois bem, eu vos digo: Erguei os olhos e vede; os campos estão brancos para a ceifa13.

E nós diremos ao Senhor, em resposta, que pode contar conosco, que queremos imolar-nos como Ele no Sacrifício eucarístico, numa ação apostólica silenciosa e eficaz como é a sua presença nos nossos Sacrários.

(1) Lc 12, 49; (2) Jo 15, 13; (3) Santo Agostinho, Comentário ao Salmo 96, 6; (4) Chiara Lubich, Meditações; (5) Fil 2, 5; (6) Pio XII, Carta Encíclica Mediator Dei, 20.11.47, 22; (7) cfr. Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 34; (8) Mt 9, 36; (9) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 256; (10) Chiara Lubich, A Eucaristia; (11) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 154; (12) ibid.; (13) Jo 4, 35.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


24 de Outubro 2019

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Rm 6,19-23 

“Agora libertados do pecado, sois como escravos de Deus”

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos, 19 uso uma linguagem humana, por causa da vossa limitação. Outrora, oferecestes vossos membros como escravos para servirem à impureza e à sempre crescente desordem moral. Pois bem, agora, colocai vossos membros a serviço da justiça, em vista da vossa santificação. 20 Quando éreis escravos do pecado, estáveis livres em relação à justiça. 21 Que frutos colhíeis, então, de ações das quais hoje vos envergonhais? Pois o fim daquelas ações era a morte. 22 Agora, porém, libertados do pecado, e como escravos de Deus, frutificais para a santidade até a vida eterna, que é a meta final. 23 Com efeito, a paga do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna em Jesus Cristo, nosso Senhor.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl1, 1-2.3.4 e 6(R. Sl 39, 5a)

R. É feliz quem a Deus se confia!

Feliz é todo aquele que não anda *
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados, *
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus *
e a medita, dia e noite, sem cessar.       R.

3 Eis que ele é semelhante a uma árvore *
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo, +
e jamais as suas folhas vão murchar. *
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar,        R.

4 mas bem outra é a sorte dos perversos. +
Ao contrário, são iguais à palha seca *
espalhada e dispersada pelo vento.
6 Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, *
mas a estrada dos malvados leva à morte.       R. 

Evangelho: Lc 12,49-53  

Não vim trazer a paz mas a divisão.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 49 Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! 50 Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra! 51 Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão. 52 Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; 53 ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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23 de Outubro 2019

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Rm 6,12-18

“Oferecei-vos a Deus como pessoas que passaram da morte à vida”

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos, 12 que o pecado não reine mais em vosso corpo mortal, levando-vos a obedecer às suas paixões. 13 Não ofereçais mais vossos membros ao pecado como armas de iniquidade. Pelo contrário, oferecei-vos a Deus como pessoas vivas, isto é, como pessoas que passaram da morte à vida, e ponde vossos membros ao serviço de Deus como armas de justiça. 14 De fato, o pecado não vos dominará, visto que não estais sob o regime da Lei, mas sob o regime da graça. 15 Então, iremos pecar, porque não estamos sob o regime da Lei, mas sob o regime da graça? De modo algum! 16 Acaso não sabeis que, oferecendo-vos a alguém como escravos, sois realmente escravos daquele a quem obedeceis, seja escravos do pecado para a morte, seja escravos da obediência para a justiça? 17 Graças a Deus que vós, depois de terdes sido escravos do pecado, passastes a obedecer, de coração, aos ensinamentos, aos quais fostes entregues. 18 Libertados do pecado, vos tornastes escravos da justiça.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 123(124), 1-3.4-6.7-8(R. 8a)

R. Nosso auxílio está no nome do Senhor.

Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, *
que o diga Israel neste momento;
se o Senhor não estivesse ao nosso lado, *
quando os homens investiram contra nós,
3 com certeza nos teriam devorado *
no furor de sua ira contra nós.      R.

4 Então as águas nos teriam submergido, *
a correnteza nos teria arrastado,
5 e então, por sobre nós teriam passado *
essas águas sempre mais impetuosas.
6 Bendito seja o Senhor, que não deixou *
cairmos como presa de seus dentes!          R.

7 Nossa alma como um pássaro escapou *
do laço que lhe armara o caçador;
o laço arrebentou-se de repente, *
e assim nós conseguimos libertar-nos.
8 O nosso auxílio está no nome do Senhor, *
do Senhor que fez o céu e fez a terra!           R. 

Evangelho: Lc 12, 39-48 

 A quem muito foi dado, muito será pedido. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 39 Ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40 Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes’. 41 Então Pedro disse: ‘Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?’ 42 E o Senhor respondeu: ‘Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44 Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46 o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. 47 Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. 48 Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São João de Capistrano

23 de Outubro

São João de Capistrano

João nasceu em 24 de junho do ano 1386, na cidade de Capistrano, perto de Áquila, no reino de Nápoles, Itália. Seu pai era um conde alemão e sua mãe, uma jovem italiana. Estudou direito civil e canônico na cidade de Perugia e formou-se com horas e méritos excepcionais. Lá, tornou-se homem de enorme influência.

Em Perúgia, João de Capistrano se casou com uma jovem filha de um nobre membro da comunidade. Por causa de seu brilhantismo no direito, foi aclamado juiz da cidade. Mais tarde,  tornou-se governador da cidade, no tempo em a revolta contra o domínio do rei de Nápoles estava começando. João de Capistrano tornou-se um governador muito respeitado por todos. Por isso, julgava ter amigos verdadeiros até mesmo entre adversários.

Por acreditar nessas “amizades”, João de Capistrano assumiu a missão de tentar um diálogo de aproximação com o rei. Porém, ele estava muito enganado. Os adversários não acreditaram em suas propostas de paz e, além disso, o prenderam. Para piorar, estando João de Capistrano na prisão, recebeu a triste notícia: sua esposa estava morta. João tinha, nessa época, trinta e nove anos.

O fracasso na diplomacia e a morte de sua esposa levaram João de Capistrano a uma mudança de vida e ele tomou uma decisão. Ainda preso, renunciou a todos os seus cargos políticos, vendeu seus bens, pagou o resgate da sua libertação e pediu para entrar num convento de frades franciscanos.

Porém, também no convento, João de Capistrano deparou-se com a desconfiança dos frades. Eles custaram a crer no seu propósito. Antes de permitir que ele passasse a usar o hábito franciscano, submeteu-o a inúmeras humilhações e dificuldades, para por à prova sua determinação. João de Capistrano, porém, superou tudo, dando provas não só de determinação como de verdadeira conversão e busca de Deus. Assim, apenas um ano depois de seu ingresso no convento, ele já era um dos religiosos mais respeitados da comunidade. Mais tarde, ele viria a colaborar para a reforma da Ordem Franciscana.

23 Tornou-se um evangelizador forte e vigoroso da França, Itália, Alemanha, Hungria, Áustria, Rússia e Polônia. Pregador inspirado e arrebatador, multidões viajavam para ouvi-lo. Após ouvi-lo falar, inúmeros jovens decidiam se tornar franciscanos. Por causa de sua santidade e sabedoria, tornou-se conselheiro de quatro papas.

Estando já com setenta anos, São João de Capistrano liderou a defesa da Itália na conhecida batalha de Belgrado, contra a invasão dos turcos muçulmanos. O grandioso exército estava prestes a tomar toda a Europa e já tinha dominado acima de duzentas cidades. O papa Calisto III, inspirado por Deus, designou-o pregador e capelão de uma cruzada que tinha como objetivo nada menos que defender o continente europeu. O exército inimigo era dez vezes maior. Humanamente, a guerra estava praticamente perdida. Os soldados quase desfalecendo.

Então, apareceu São João de Capistrano no meio deles. Ele começou a animar a todos. Percorria todas as fileiras levantando o ânimo de todos, baseando-se no poder da oração e na fé em Cristo. São João fez isso continuamente, durante onze dias e onze noites, sem parar. Espantados com a força espiritual e a atitude do santo, os guerreiros muçulmanos começaram a entrar em confusão. Depois, apavoraram-se. Em seguida, o exército ficou desorganizado. Então, os soldados cristãos começaram a dominar a batalha e chegaram à vitória final.

São João de Capistrano preferiu deixar este grande feito no anonimato, mas o exército cristão fez questão de reconhecer e atribuir esta grande vitória a ele. Depois de cumprir esta missão, ele decidiu retirar-se no Convento de Villach, Áustria. Ali, na paz do Senhor, três meses depois, ele veio a falecer. Era o dia 23 de outubro do ano 1456. A partir de então, passou a ser venerado espontaneamente como santo e seu culto se espalhou pelo mundo e chegou forte até os dias de hoje. Sua canonização foi celebrada no ano 1724, pelo papa Bento XIII. Por sua sabedoria e exercício da justiça, especialmente como juiz, São João de Capistrano passou a ser invocado como padroeiro dos juízes.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br


Muito lhe será pedido

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA NONA SEMANA. QUARTA-FEIRA

– Responsabilidade pelas graças recebidas.
– Responsabilidade no trabalho. Prestígio profissional.
– Responsabilidade no apostolado.

I. DEPOIS DE JESUS ter falado sobre a necessidade de se estar vigilante, Pedro perguntou-lhe se se referia a eles, aos mais íntimos, ou a todos1. E o Senhor voltou a insistir em que o momento em que Deus nos chamará para prestarmos contas da herança que recebemos é imprevisível: pode acontecer na segunda vigília ou na terceira..., a qualquer hora.

Por outro lado, respondendo a Pedro, esclarece que o seu ensinamento se dirige a todos, e que Deus pedirá contas a cada um conforme as suas circunstâncias pessoais e as graças que recebeu. Todos temos que cumprir uma missão aqui na terra, e dela teremos que responder no fim da nossa vida. Seremos julgados conforme os frutos, abundantes ou escassos, que tenhamos produzido. O Apóstolo São Paulo recordará aos cristãos dos primeiros tempos: É necessário que todos nós compareçamos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que é devido pelas boas ou más obras que tenha feito enquanto esteve revestido do seu corpo2.

O Senhor termina as suas palavras com esta consideração: A todo aquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido, e àquele a quem muito foi confiado, muito lhe será pedido. Quanto nos foi confiado? Quantas graças, destinadas a outros, quis o Senhor que passassem pelas nossas mãos? Quantos dependem da minha correspondência pessoal às graças que recebo? Esta passagem do Evangelho que lemos na Missa é um forte apelo à responsabilidade, pois todos recebemos muito. “Cada homem, cada mulher – escreve um literato – é como um soldado que Deus destaca para velar por uma parte da fortaleza do Universo. Uns estão nas muralhas e outros no interior do castelo, mas todos devem ser fiéis ao seu posto de sentinela e não abandoná-lo nunca; caso contrário, o castelo ficará exposto aos assaltos do inferno”.

O homem e a mulher responsáveis não se deixam anular por um falso sentimento de incapacidade pessoal. Sabem que Deus é Deus e que eles, pelo contrário, são um monte de fraquezas; mas isso não os retrai da sua missão na terra que, com a ajuda da graça, se converte numa bênção de Deus: na fecundidade da família, que se prolonga muito além daquilo que os pais podem divisar com o seu olhar; na paternidade ou maternidade espiritual, que se cumpre de uma maneira toda particular naqueles que receberam de Deus uma chamada para uma entrega total, e que tem uma imensa transcendência para toda a Igreja e para a humanidade..., no cumprimento dos afazeres diários – para todos –, através dos quais se realiza plenamente a vocação cristã.

“És, entre os teus, alma de apóstolo, a pedra caída no lago. – Provoca, com o teu exemplo e com a tua palavra, um primeiro círculo...; e este, outro... e outro, e outro... Cada vez mais largo. Compreendes agora a grandeza da tua missão?”3

II. A RESPONSABILIDADE – capacidade de dar uma resposta a Deus – é sinal da dignidade humana: só uma pessoa livre pode ser responsável, escolhendo em cada momento, entre as várias possibilidades, aquela que é mais consentânea com o querer divino e, portanto, com a sua própria perfeição4.

A responsabilidade de uma pessoa que vive no meio do mundo gira em boa parte em torno do seu trabalho profissional, através do qual dá glória a Deus, serve a sociedade, consegue os meios necessários para o sustento da família e realiza o seu apostolado pessoal.

Durante o seu curto pontificado, João Paulo I contou numa ocasião um episódio ocorrido com um professor de muito prestígio da Universidade de Bolonha. Certa vez, o professor foi chamado pelo ministro da Educação que, depois de conversar com ele, o convidou a permanecer mais um dia em Roma. O professor respondeu: “Não posso, amanhã tenho que dar uma aula na Universidade e os alunos me esperam”. O ministro disse-lhe: “Eu o dispenso”. E o professor: “O senhor pode dispensar-me, mas eu não me dispenso”5. Era sem dúvida um homem responsável. Era daqueles, comentava o Pontífice, que podiam dizer: “Para ensinar latim a João, não basta conhecer o latim; é necessário também conhecer e amar João”. E também: “A lição vale o que valer a preparação”. Certamente, era um homem que amava muito o seu trabalho. Quantas vezes teremos de dizer: “Eu não me dispenso”..., ainda que as circunstâncias nos dispensem!

O sentido de responsabilidade levará o cristão a lavrar um prestígio profissional sólido se ainda está estudando ou formando-se no seu ofício, a conservá-lo se se encontra em pleno exercício da profissão, e a cumprir e exceder-se nessas tarefas. Isto é válido também para a mãe de família, para o catedrático, para o escriturário, etc.

“Quando a tua vontade fraquejar diante do trabalho habitual, lembra-te uma vez mais daquela consideração: «O estudo, o trabalho, é parte essencial do meu caminho. O descrédito profissional – conseqüência da preguiça – anularia ou tornaria impossíveis as minhas tarefas de cristão. Necessito – assim Deus o quer – do ascendente do prestígio profissional, para atrair e ajudar os outros».

“Não duvides: se abandonas o teu trabalho, afastas-te – e afastas outros – dos planos divinos!”6

III. A TODO AQUELE a quem muito foi dado... Pensemos nas inúmeras graças que recebemos ao longo da nossa vida – longa ou curta –, naquelas que conhecemos palpavelmente e nessa infinidade de dons que nos são desconhecidos. Pensemos nos bens que teríamos de repartir a mãos cheias: alegria, cordialidade, ajudas pequenas, mas constantes... Meditemos hoje se a nossa vida é uma verdadeira resposta ao que Deus espera de nós.

Na parábola que lemos na passagem do Evangelho de hoje, o Senhor fala de um servo irresponsável que tinha como justificativa para a sua má administração uma idéia errada: O meu senhor tarda em vir. O Senhor já chegou e está todos os dias entre nós. É para Ele que dirigimos diariamente o nosso olhar, a fim de nos comportarmos como filhos diante do Pai, como um amigo diante do Amigo. E quando um dia, no fim da vida, tivermos que prestar contas de como administramos os bens que nos foram confiados, o nosso coração se encherá de alegria ao ver essa fila interminável de pessoas que, com a graça e o nosso empenho, se aproximaram do Senhor. Compreenderemos que as nossas ações foram como “a pedra caída no lago”, pois tiveram uma imensa ressonância à nossa volta. Tudo isso graças à fidelidade diária aos nossos deveres – talvez não muito brilhantes externamente –, à oração e ao apostolado simples, mas firme e constante, com os amigos, com os parentes, com aqueles que passaram perto da nossa vida.

O próprio Jesus anunciou aos seus discípulos: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará outras ainda maiores, porque eu vou para o Pai7. Santo Agostinho comenta assim estas palavras do Senhor: “Aquele que crê em mim não será maior do que Eu; mas Eu farei então coisas maiores que as que faço agora; farei mais através daquele que crê em mim do que faço agora por mim mesmo”8.

Quantas maravilhas não leva o Senhor a cabo através da nossa pequenez, quando nós o deixamos agir!

As obras ainda maiores a que o Senhor alude “consistem essencialmente em dar aos homens a vida divina, a força do Espírito Santo e, portanto, a sua adoção como filhos de Deus [...]. Com efeito, Jesus diz: porque eu vou para o Pai. A partida de Jesus não interrompe a sua atividade salvadora: assegura o seu crescimento e expansão; não significa que o Senhor se separa dos seus eleitos, mas que está presente neles, de um modo real, ainda que invisível. A unidade com Ele – ressuscitado – é o que os torna capazes de realizar obras ainda maiores, de reunir os homens com o Pai e entre si [...]. De nós depende que Jesus volte a passar pela terra para cumprir a sua obra: Ele atua através de nós, se o deixamos agir.

“Para vir pela primeira vez à terra, Deus pediu o consentimento de Maria, criatura como nós. Maria acreditou: deu o seu consentimento total aos planos do Pai. E qual foi o fruto da sua fé? Pelo seu “sim”, o Verbo se fez carne nEla (Jo 1, 14) e tornou-se possível a salvação da humanidade”9. Pedimos também a Nossa Senhora que nos ajude a cumprir tudo aquilo que o seu Filho nos encomendou: um apostolado eficaz no ambiente em que nos encontramos.

(1) Lc 12, 39-48; (2) 2 Cor 5, 10; (3) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 831; (4) São Tomás de Aquino, Comentário à Epístola aos Romanos, II, 3; (5) cfr. João Paulo I, Ângelus, 17.09.78; (6) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Sulco, n. 781; (7) Jo 14, 12; (8) Santo Agostinho, Comentário ao Evangelho de São João, 72, 1; (9) Chiara Lubich, Palabra que se hace vida, págs. 82-83.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


22 de Outubro 2019

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Rm 5,12.15b.17-19.20b-21

“Se a morte reinou pelo pecado de um só homem,
com muito mais razão reinarão na vida” 

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos, 12 o pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram. 15b A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem mais superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos. 17 Por um só homem, pela falta de um só homem, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom gratuito e superabundante da justiça. 18 Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida. 19 Com efeito, como pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida numa situação de pecado, assim também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça. 20b Porém, onde se multiplicou o pecado, aí superabundou a graça. 21 Enfim, como o pecado tem reinado pela morte, que a graça reine pela justiça, para a vida eterna, por Jesus Cristo, Senhor nosso.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 39(40), 7-8a.8b-9.10 e 17(R. 8a e 9a)

R. Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

Sacrifício e oblação não quisestes,*
mas abristes, Senhor, meus ouvidos;
não pedistes ofertas nem vítimas,+
holocaustos por nossos pecados,*
8a E então eu vos disse: ‘Eis que venho!’       R.

8b Sobre mim está escrito no livro:
9 ‘Com prazer faço a vossa vontade,*
guardo em meu coração vossa lei!’         R.

10 Boas-novas de vossa justiça
anunciei numa grande assembleia;*
vós sabeis: não fechei os meus lábios!       R.

17 Mas se alegre e em vós rejubile*
todo ser que vos busca, Senhor!
Digam sempre: ‘É grande o Senhor!’*
os que buscam em vós seu auxílio.         R. 

Evangelho: Lc 12,35-38 

 Felizes os empregados que o senhor
encontrar acordados quando chegar. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 35 Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. 36 Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrir em, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. 37 Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada,
felizes serão, se assim os encontrar!

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São João Paulo II

22 de Outubro

São  João Paulo II

Karol Wojtyla nasceu em 18 de maio de 1920, na cidade de Wadowice, na Polônia, onde viveu até 1938, quando se mudou para Cracóvia. Teve uma juventude muito dura pelo ambiente de ódio e destruição da Segunda Guerra Mundial com a invasão nazista. No outono de 1940, trabalhou como operário nas minas de pedra e depois numa fábrica química.

Mantendo-se firme na fé, em outubro de 1942, entrou no seminário clandestino de Cracóvia e foi ordenado sacerdote em 1º de novembro de 1946.

Em 1958, foi ordenado Bispo, adotando como lema episcopal a expressão mariana Totus tuus (todo teu) de São Luís Maria Grignion de Montfort. Inicialmente, foi Bispo auxiliar e, a partir de 1964, Arcebispo de Cracóvia.

Participou em todas as sessões do Concílio Vaticano II, tendo deixado importantes contribuições nas constituições dogmáticas ‘Gaudium et Spes’ e ‘Lumen Gentium’. Em 26 de junho de 1967, foi criado Cardeal pelo Beato Papa Paulo VI.

Quando, de maneira repentina, João Paulo I faleceu, em 1978, Karol Wojtyla foi eleito Supremo Pontífice, na tarde de 16 de outubro, depois de oito escrutínios. Primeiro Pontífice eslavo da história e primeiro não italiano depois de quase meio milênio.

De personalidade carismática, afirmou-se imediatamente pela grande capacidade comunicativa e pelo estilo pastoral fora dos esquemas. Com grande vigor, realizou muitas viagens: foram 104 internacionais e 146 na Itália; 129 países visitados nos cinco continentes. Estes dados lhe renderam o apelido de Papa peregrino.

O Brasil recebeu a graça de sua visita em três ocasiões. A primeira, em 1980, foi também a primeira vez que um Pontífice pisava em solo brasileiro. Na ocasião, presidiu beatificação do jesuíta espanhol José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo, que foi canonizado em 2014 pelo Papa Francisco. A segunda foi em 1991, quando visitou a Bem-Aventurada Irmã Dulce, em Salvador. A terceira e última aconteceu em 1997, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, no Rio de Janeiro.

Este encontro com as famílias, aliás, foi idealizado por São João Paulo II. Tal iniciativa, junto a outras ações em favor da vida e da família (entre elas a exortação apostólica ‘Familiaris Consortio’ e a carta encíclica ‘Evangelium Vitae’), fizeram com que ficasse conhecido como o Papa da Família.

Também foi uma iniciativa sua as Jornadas Mundiais da Juventude, nas quais se reuniu com milhões de jovens de todo o mundo.

Entre os números de seu pontificado, podem ser mencionadas as frequentes cerimônias de beatificação e canonização, durante as quais foram proclamados 1.338 beatos e 482 santos.

São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005 às 21h37, na noite prévia ao Domingo da Divina Misericórdia, data que ele mesmo instituiu.

Após 26 dias do seu falecimento, Bento XVI concedeu a dispensa dos cinco anos de expectativa prescritos permitindo o início da causa de canonização. Em 1º de maio de 2011, Bento XVI o proclamou beato e, em 27 de abril de 2014, Papa Francisco o canonizou.

 

Fonte: https://www.acidigital.com


A vigilância no amor

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA NONA SEMANA. TERÇA-FEIRA

– Com as lâmpadas acesas.
– A luta nas coisas que parecem sem importância manter-nos-á vigilantes.
– Estar atentos contra a tibieza.

I. ESTEJAM CINGIDOS os vossos rins, tende nas vossas mãos lâmpadas acesas, e fazei como os homens que esperam o seu senhor quando volta das bodas, para que, quando vier e bater à porta, loga lha abram, lemos no Evangelho da Missa1.

“Cingir os rins” é uma metáfora baseada nos costumes dos hebreus, e em geral de todos os habitantes do Oriente Médio, que cingiam as suas amplas vestes antes de começarem uma viagem para poderem caminhar sem dificuldade. No relato do Êxodo, narra-se como Deus queria que os israelitas celebrassem o sacrifício da Páscoa: Cingireis os vossos rins e tereis as sandálias nos pés e o bordão na mão2, porque ia começar a peregrinação até à Terra Prometida. Do mesmo modo, ter as lâmpadas acesas indica uma atitude atenta, própria de quem espera a chegada de alguém.

O Senhor recomenda-nos uma vez mais que a nossa atitude seja como a daquele que está a ponto de começar uma viagem ou de quem espera uma pessoa importante. A situação do cristão não pode ser de sonolência e de descuido. E isto por duas razões: porque o inimigo está sempre à espreita, como um leão que ruge, buscando a quem devorar3, e porque quem ama não dorme4.

“Vigiar é próprio do amor. Quando se ama uma pessoa, o coração está sempre vigilante, esperando-a, e cada minuto que passa sem ela é em função dela e transcorre em vigilância [...]. Jesus pede amor. Por isso solicita vigilância”5.

Na Itália, muito perto de Castelgandolfo, há uma imagem de Nossa Senhora, colocada numa bifurcação de estradas, que tem a seguinte inscrição: Cor meum vigilat. O Coração da Virgem está sempre vigilante por Amor. Assim deve estar o nosso: vigilante por amor e para descobrir o Amor que passa perto de nós. Santo Ambrósio ensina que, se a alma está adormecida, Jesus passa por nós sem bater à nossa porta, mas, se o coração está desperto, bate e pede que lhe abramos6. Muitas vezes ao longo do dia, Jesus passa ao nosso lado. Que pena se a tibieza nos impedisse de vê-lo!

Eu te amo, Senhor, minha fortaleza, meu baluarte, meu libertador! (Sl 17, 2-3). Tu és o mais desejável e o mais amável de todos os seres que se possa imaginar. Meu Deus, minha ajuda! Eu te amarei na medida do que me concederes e do que eu puder, muito menos do que o devido, mas não menos do que posso... Poderei mais se aumentares a minha capacidade, mas nunca chegarei ao que mereces”7. Não permitas que, por falta de vigilância, outras coisas ocupem o lugar que só Tu deves ocupar. Ensina-me a manter a alma livre para Ti e o coração preparado para quando chegares.

II. FICAREI DE SENTINELA e montarei guarda para perscrutar o que o Senhor me vai dizer e o que hei de responder à sua chamada8. São Bernardo, comentando estas palavras do Profeta, exorta-nos:

“Estejamos também nós vigilantes, irmãos, porque é a hora do combate”9. É necessário lutar todos os dias, freqüentemente em pequenos detalhes, porque todos os dias encontraremos obstáculos que nos podem separar de Deus.

Muitas vezes, o empenho por manter-nos nesse estado de vigília, bem oposto à tibieza, concretizar-se-á em sermos suficientemente fortes para cumprirmos com toda a delicadeza os nossos atos de piedade, esses encontros com o Senhor que nos enchem de força e de paz. Devemos estar atentos para não os abandonarmos por qualquer imprevisto e não nos deixarmos levar pelo estado de ânimo desse dia ou desse momento.

Outras vezes, a nossa luta estará mais centrada no modo de viver a caridade, corrigindo formas destemperadas do caráter (do mau caráter), esforçando-nos por ser cordiais, por ter bom humor...; ou teremos que empenhar-nos em realizar melhor o nosso trabalho, em ser mais pontuais, em empregar os meios adequados para que a nossa formação humana, profissional e espiritual não estanque...

Este estado de vigília, como o da sentinela que guarda a cidade, não nos garantirá sempre a vitória: juntamente com as vitórias, teremos derrotas (metas que não pudemos alcançar, propósitos que não pudemos levar à prática totalmente...). Ordinariamente, muitos desses fracassos não terão importância; outros, sim. Mas o desagravo e a contrição aproximar-nos-ão ainda mais do Senhor, e dar-nos-ão forças para recomeçar...“O grave – escreve São João Crisóstomo a uma pessoa que se tinha separado da verdadeira fé – não é que quem luta caia, mas que permaneça caído; o grave não é que alguém seja ferido na batalha, mas que se desespere depois de ter recebido o golpe e não cuide da ferida”10.

Não esqueçamos que, nesta luta em pequenas coisas, a alma se fortalece e se prepara cada vez melhor para ouvir as contínuas inspirações e moções do Espírito Santo. E, em sentido contrário, é também no descuido dos pormenores que parecem sem importância, que o inimigo se torna perigoso e difícil de vencer. “Devemos convencer-nos de que o maior inimigo da rocha não é a picareta ou o machado, nem o golpe de qualquer outro instrumento, por mais contundente que seja: é essa água miúda, que se infiltra, gota a gota, por entre as fendas do penhasco, até arruinar a sua estrutura. O maior perigo para o cristão é desprezar a luta nessas escaramuças que calam pouco a pouco na alma, até a tornarem frouxa, quebradiça e indiferente, insensível aos apelos de Deus”11.

III. É TÃO GRATA a Deus a atitude da alma que, dia após dia e hora após hora, aguarda vigilante a chegada do seu Senhor, que Jesus exclama na parábola que nos propõe: Bem-aventurados aqueles servos a quem o seu amo achar vigilantes quando vier. Esquecendo quem é o servo e quem é o senhor, o amo fará o criado sentar-se à mesa e ele mesmo o servirá. É o amor infinito que não teme inverter os postos que cabem a cada um: Na verdade vos digo que se cingirá e os fará sentar-se à mesa, e, passando por entre eles, os servirá. As promessas de intimidade superam qualquer coisa que possamos imaginar. Vale a pena permanecermos vigilantes, com a alma cheia de esperança, atentos aos passos do Senhor que chega.

O coração de quem ama está alerta, como a sentinela na trincheira; quem é tíbio, dorme. O estado de tibieza é semelhante a uma ladeira que cada vez nos separa mais de Deus. Quase insensivelmente, nasce uma certa preocupação por não cometer exageros, por ficar num ponto de equilíbrio suficiente para não cair em pecado mortal, ainda que freqüentemente se aceite o venial.

E justifica-se essa atitude de pouca luta e de falta de exigência pessoal com argumentos de naturalidade, de eficácia, de saúde..., que ajudam o tíbio a ser indulgente com os seus pequenos afetos desordenados, com o apego a pessoas ou coisas, com a tendência para o comodismo e com os caprichos..., que chegam a apresentar-se como uma necessidade. As forças da alma vão-se debilitando cada vez mais, até se chegar, se não se põe remédio, a pecados mais graves.

A alma adormecida na tibieza vive sem verdadeiros objetivos na luta interior, sem objetivos que atraiam e animem. “Vai-se vivendo”.

Abandona-se o empenho por melhorar ou trava-se uma luta fictícia e ineficaz. Fica no coração um vazio de Deus que se tenta preencher com coisas que, não sendo Deus, não satisfazem. Toda a vida de relação com o Senhor passa a estar impregnada de um desalento bem característico. Perde-se a prontidão e a alegria na entrega a Deus, e a fé fica apagada, precisamente porque o amor esfriou. O estado de tibieza sempre é precedido por um conjunto de pequenas infidelidades cujo peso influi nas relações da alma com Deus.

Estejam cingidos os vossos rins e tende nas vossas mãos lâmpadas acesas... É um apelo para que nos mantenhamos atentos aos passos do Senhor, fixando a luta diária em pontos bem concretos. Ninguém esteve mais atento à chegada de Cristo na terra do que a sua Mãe Santa Maria. Ela nos ensinará a manter-nos vigilantes se alguma vez sentimos que a sonolência espiritual começa a apossar-se de nós.

“Senhor, como és bom para quem Te busca! E como serás então para quem Te encontra?”12 Nós já o encontramos. Não o percamos.

(1) Lc 12, 35-38; (2) Êx 12, 11; (3) cfr. 1 Pe 5, 8; (4) cfr. Cânt 2, 5; (5) Chiara Lubich, Meditações; (6) cfr. Santo Ambrósio, Comentário ao Salmo 18; (7) São Bernardo, Tratado sobre o amor de Deus, VI, 16; (8) Hab 2, 1; (9) São Bernardo, Sermão 5, 4; (10) São João Crisóstomo, Exortação II a Teodósio caído, 1; (11) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 77; (12) São Bernardo, Tratado sobre o amor de Deus, VII, 22.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


21 de Outubro 2019

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Rm 4,20-25

“A Escritura visa também a nós, pois a fé nos será creditada” 

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos, 20 diante da promessa divina, Abraão não duvidou por falta de fé, mas revigorou-se na fé e deu glória a Deus, 21 convencido de que Deus tem poder para cumprir o que prometeu. 22 Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça. 23 Afirmando que a fé lhe foi creditada como justiça, a Escritura visa não só à pessoa de Abraão, 24 mas também a nós, pois a fé será creditada também a nós que cremos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, nosso Senhor. 25 Ele, Jesus, foi entregue por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para nossa justificação.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Lc 1, 69-70.71-72.73-75(R. cf. 68)

R. Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou!

69 Fez surgir um poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu servidor,
70 como falara pela boca de seus santos, *
os profetas desde os tempos mais antigos.        R.

71 para salvar-nos do poder dos inimigos *
e da mão de todos quantos nos odeiam.
72 Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa Aliança.          R.

73 e o juramento a Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos  74 que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos sem temor +
75 em santidade e em justiça diante dele, *
enquanto perdurarem nossos dias.        R. 

Evangelho: Lc 12, 13-21 

 “E para quem ficará o que tu acumulaste?” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 13 Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: ‘Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.’ 14 Jesus respondeu: ‘Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?’ 15 E disse-lhes: ‘Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens.’ 16 E contou-lhes uma parábola: ‘A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: – Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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