28 de Outubro 2019

A SANTA MISSA

Festa: São Simão e São Judas, Apóstolos
Cor: Vermelha

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1ª Leitura: Ef 2,19-22

 Vós fostes integrados no edifício
que tem como fundamento os apóstolos. 

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 19 Já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20 Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21 É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. 22 E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 18(19A),2-3.4-5 (R. 5a)

R. Seu som ressoa e se espalha em toda terra. 

Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.       R.

4 Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
5 seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz.        R. 

Evangelho: Lc 6,12-19 

 Passou a noite toda em oração.
Escolheu doze dentre os discípulos,
aos quais deu o nome de apóstolos. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

12 Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14 Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor. 17 Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Vieram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19 A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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A Oração Verdadeira

TEMPO COMUM. TRIGÉSIMO DOMINGO. ANO C

– Necessidade da oração.
– Oração humilde e confiante. Parábola do fariseu e do publicano.
– Fidelidade à oração. Dificuldades.

I. A ORAÇÃO é novamente, neste domingo, o tema do Evangelho da Missa 1. Jesus começa a parábola do publicano e do fariseu insistindo em que é preciso orar sempre 2. Nos seus ensinamentos, as referências mais freqüentes – além da fé e da caridade – dizem respeito à oração. O Mestre quer dizer-nos de muitas maneiras que a oração é absolutamente necessária para segui-lo e para empreender qualquer tarefa cujo valor permaneça para além desta vida passageira.

Nos começos do seu Pontificado, o Papa São João Paulo II declarava: “A oração é para mim a primeira tarefa e como que o primeiro anúncio; é a primeira condição do meu serviço à Igreja e ao mundo”. E acrescentava: “Todos os fiéis devem considerar sempre a oração como a obra essencial e insubstituível da sua vocação, o opus divinum que antecede – como o cume de todo o seu viver e agir – qualquer tarefa. Sabemos bem que a fidelidade à oração ou o seu abandono são a prova da vitalidade ou da decadência da vida religiosa, do apostolado, da fidelidade cristã” 3.

Sem oração, não poderíamos seguir o Senhor no meio do mundo. É-nos tão indispensável como o alimento ou a respiração para a vida do corpo.

Poucos dias antes, o Pontífice recordava que um perigo para os sacerdotes, mesmo zelosos, “é submergirem-se de tal maneira no trabalho do Senhor, que se esqueçam do Senhor do trabalho” 4. É um perigo para todo o cristão, pois nada vale a pena – nem sequer o apostolado mais extraordinário que se possa imaginar – se se faz à custa do trato com o Senhor, pois no fim tudo seria estéril; teríamos levado a cabo uma obra puramente humana. O remédio para esse perigo não consiste em abandonar o trabalho ou a tarefa apostólica, mas em “criar o tempo para estar com o Senhor na oração” 5, que “hoje como ontem é imprescindível” 6.

Examinemos hoje se a nossa oração, o nosso trato diário com Jesus, vivifica o nosso trabalho, a vida familiar, a amizade, o apostolado... Sabemos muito bem que tudo é diferente quando primeiro falamos com o Mestre. É na oração que o Senhor “dá luzes para entender as verdades” 7. E sem essa luz, caminhamos às escuras. Com ela, penetramos nos mistérios de Deus e da vida.

II. A FINALIDADE DA PARÁBOLA que hoje lemos no Evangelho da Missa é distinguir a piedade autêntica da falsa. A oração verdadeira atravessa as nuvens do céu, conforme lemos na primeira Leitura 8: sobe até Deus e desce cheia de frutos.

Antes de narrar a parábola, São Lucas preocupa-se em mencionar que Jesus falava a uns que confiavam em si mesmos, como se fossem justos, e desprezavam os outros. O Senhor fala de dois personagens bem conhecidos de todos os ouvintes: Subiram dois homens ao templo para orar: um fariseu e outro publicano. Não demoramos a perceber que, embora ambos tenham ido ao Templo com a mesma finalidade, um deles não fez oração. Não fala com Deus num diálogo amoroso, mas consigo próprio. Na sua oração, não há amor, como também não há humildade. Está de pé, dá graças pelo que faz, mostra-se satisfeito. Compara-se com os outros e considera-se mais justo, melhor cumpridor da Lei. Parece não necessitar de Deus.

O publicano “ficou longe, e por isso Deus aproximou-se dele mais facilmente. Não se atrevendo a levantar os olhos ao céu, tinha já consigo Aquele que fez os céus... Que o Senhor esteja longe ou não, depende de ti. Ama e se aproximará” 9. E estará atentíssimo, como nunca ninguém o esteve, a tudo aquilo que queiramos dizer-lhe com a simplicidade de quem se reconhece pecador. O publicano conquistou a Deus pela sua humildade, pois Ele resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes 10.

Efetivamente, a humildade é o fundamento do nosso trato com Deus. O Senhor deseja que oremos como filhos pobres e sempre necessitados da sua misericórdia, e que fujamos da auto-suficiência, da complacência nas nossas virtudes ou nos aparentes ou possíveis frutos apostólicos, como também das atitudes negativas, pessimistas, que refletem falta de confiança na graça de Deus, e que freqüentemente são manifestações de uma soberba oculta. A oração humilde é sempre um tempo de alegria, de confiança e de paz.

“Deus gosta – ensina Santo Afonso M. de Ligório – de que trateis familiarmente com Ele. Tratai com Ele dos vossos assuntos, dos vossos projetos, dos vossos trabalhos, dos vossos temores e de tudo o que vos interesse. Fazei-o com confiança e com o coração aberto, porque Deus não costuma falar à alma que não lhe fala” 11. Mas falemos-lhe com a simplicidade da humildade.

III. PREPAREMOS com especial esmero os tempos que dedicamos à oração, “estando a sós com quem sabemos que nos ama” 12, pois dela tiraremos forças para santificar os nossos afazeres diários, para converter em graça as contrariedades e para vencer todas as dificuldades. A nossa fortaleza está na proporção do nosso trato com o Senhor.

Ao começá-la, “é necessário preparar o coração para esse santo exercício, que é como quem afina a viola para tangê-la” 13. Nesta preparação, ajuda-nos muito termos oferecido o nosso trabalho ao Senhor ao longo do dia, com breves momentos de recolhimento interior..., e, no instante em que a começamos, fazermos um ato de presença de Deus que melhore esse recolhimento e nos introduza no diálogo com Deus. Será normalmente uma breve oração vocal que já de per si nos dará matéria para conversar com o Senhor. Pode, por exemplo, ser muito útil recitarmos devagar palavras como estas: Meu Senhor e meu Deus, creio firmemente que estás aqui, que me vês, que me ouves. Adoro-te com profunda reverência, peço-te perdão dos meus pecados e graça para fazer com fruto este tempo de oração. E este sentirmo-nos junto do Senhor já é oração. A partir daí, Ele entende-nos e nós o entendemos. Pedimos-lhe, e Ele pede-nos: mais generosidade, mais amor, mais luta...

Não devemos preocupar-nos se algumas vezes – ou sempre! – não experimentamos nenhum sentimento especial na oração. “Para quem se empenha seriamente em fazer oração, virão tempos em que lhe parecerá vaguear por um deserto e, apesar de todos os esforços, não sentir nada de Deus. Deve saber que essas provas não são poupadas a ninguém que tome a oração a sério [...]. Nesses períodos, deve esforçar-se firmemente por manter a oração, que, ainda que possa dar-lhe a impressão de um certo artificialismo, é na realidade algo completamente distinto: é precisamente nessa altura que a oração constitui uma expressão da sua fidelidade a Deus, na presença do qual quer permanecer mesmo que não seja recompensado por nenhuma consolação subjetiva” 14. Muitos dos dias em que, com toda a nossa luta por estar com o Senhor, nos pareceu termos passado o tempo sem obter fruto algum, talvez tenham representado aos olhos de Deus uma oração esplêndida. O Senhor sempre nos recompensa com a sua paz e as suas forças para empreendermos as batalhas que tenhamos pela frente.

Não deixemos nunca a oração. “Outra coisa não me parece perder o caminho – escreve Santa Teresa, com a sua habitual clareza – senão abandonar a oração” 15.

Em não poucas ocasiões, pode ser a tentação mais grave que venha a sofrer uma alma que decidiu seguir o Senhor de perto: abandonar esse diálogo diário com Ele porque pensa que não tira fruto algum, porque considera mais importantes outras coisas, até tarefas apostólicas, quando nada é mais importante do que esse encontro diário em que Jesus nos espera. “A todo o custo – escreve um autor espiritual – deve-se tomar e cumprir inflexivelmente a determinação de perseverar em dedicar todos os dias um tempo conveniente à oração privada. Pouco importa se não se pode fazer outra coisa senão permanecer de joelhos durante esse tempo e combater as distrações com absoluta falta de êxito: não se está perdendo o tempo” 16. Pelo contrário, não existe tempo melhor empregado do que aquele que “perdemos” junto do Senhor.

Peçamos hoje a Nossa Senhora que nos ensine a tratar o seu Filho como Ela o tratou em Nazaré e durante os anos de vida pública. E façamos o propósito de não cometer a tolice de abandonar a oração e de não consentir em distrações nesse tempo em que o Senhor nos olha e nos escuta com tanta solicitude.

(1) Lc 18, 9-14; (2) cfr. Lc 18, 1; (3) João Paulo II, Alocução, 7.10.79; (4) João Paulo II, Alocução em Maynooth (Irlanda), 1.10.79; (5) ibid.; (6) João Paulo II, Alocução em Guadalupe, México, 27.01.79; (7) Santa Teresa, Fundações, 10, 13; (8) Eclo 35, 19; (9) Santo Agostinho, Sermão 9, 21; (10) Ti 4, 6; (11) Santo Afonso Maria de Ligório, Como conversar continua e familiarmente com Deus, em Obras ascéticas, vol. I, págs. 316-317; (12) Santa Teresa, Vida, 8, 2; (13) São Pedro de Alcântara, Tratado sobre a oração e a meditação, I, 3; (14) Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, Sobre alguns aspectos da meditação cristã, 15.10.89, n. 30; (15) Santa Teresa, Vida, 19, 5; (16) Eugene Boylan, Amor sublime, vol. II, pág. 141.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


São  Frumêncio

27 de Outubro

São  Frumêncio

 

Frumêncio viveu uma história fantástica. Os dados que nos chegaram sobre ele contam a partir de sua adolescência. No tempo do imperador Constantino, no Século IV, Frumêncio era um dos discípulos de um filósofo chamado Merópio. Como discípulo, acompanhou seu mestre numa longa viagem à Índia. Quando retornavam, o navio parou no porto de Adulis, que fica no mar Vermelho. Neste porto, a vida de Frumêncio tomou um rumo inesperado e foi completamente transformada.

No porto de Adulis, a embarcação em que Frumêncio viajava foi cruelmente atacada por piratas da etiópia. Estes, roubaram o navio e assassinaram todos os passageiros e tripulantes. Todos, menos Frumêncio e Edésio, dois amigos adolescentes, discípulos de Merópio. No momento do ataque, eles estavam entretidos lendo e conversando sobre um livro, debaixo de uma árvore. Porém, apesar de sobreviverem, foram levados como escravos para a Etiópia e entregues ao rei. Este fato mudou completamente a vida de Frumêncio e Edésio.

Chegando à Etiópia, os dois adolescentes foram levados ao rei. Este, conversou com eles e detectou grande sabedoria e firmeza de caráter. Ambos confessaram ser cristãos e isto foi interpretado como virtude pelo rei. Por isso, ordenou que eles ficassem no palácio. Edésio recebeu a função de copeiro e Frumêncio passou a ser um secretário direto do rei. Aos poucos, Frumêncio foi conquistando a confiança de todos na corte, principalmente da rainha. Porém, ainda assim, eram escravos.

Quando a rainha ficou viúva, seu filho menor deveria assumir o poder. Como não tinha idade, a rainha assumiu em seu lugar, como regente. Em seguida, assinou a libertação de Frumêncio e Edésio, com uma condição: que eles só partissem, quando completassem a missão de educar o príncipe herdeiro. Ambos assumiram a missão com amor, enxergando nisso a possibilidade de contribuírem para um mundo melhor.

O objetivo era atender aos mercadores cristãos que passavam pela Etiópia. A construção dessa igreja ajudou sobremaneira na difusão da fé cristã entre o povo da Etiópia, porque aquele porto era um ponto chave no país. A maioria dos mercadores passava por ali. Muito embora esta difusão da fé tenha acontecido de forma lenta e difícil. Mas foi a partir dessa igreja, semeada por São Frumêncio, que a semente da fé cristã começou a germinar no continente africano. Enquanto isso, Frumêncio e Edésio continuavam a formação do futuro rei da Etiópia.

Quando Frumêncio e Edésio completaram o tempo de educação e formação do príncipe da Etiópia, a rainha cumpriu sua promessa e os libertou. Edésio decidiu voltar para sua terra natal, que também era a de Frumêncio, a cidade de Tiro, perto de Sidônia, na antiga Fenícia, hoje Líbano. Em Tiro, Edésio se encontrou com São Rufino. Este, na época, era historiador e registrou toda a odisseia que os dois irmãos de fé, Frumêncio e Edésio, enfrentaram. Frumêncio, por sua vez, foi para a cidade de Alexandria, no Egito. Ali, mais uma vez, sua vida tomaria um novo rumo.

Frumêncio foi se encontrar com o Bispo de Alexandria, Santo Atanásio, para lhe fazer um pedido muito especial: designar um bispo e vários missionários para a evangelização da Etiópia. Santo Atanásio, porém, cheio de sabedoria, indicou São Frumêncio como primeiro bispo da Etiópia. Frumêncio, sentindo aí o chamado de Deus, respondeu afirmativamente. Santo Atanásio, então, ordenou-o e consagrou-o bispo.

Quando voltou com alguns missionários, São Frumêncio encontrou o jovem que tinha sido seu pupilo empossado como rei da Etiópia. O jovem nutria grande estima por aquele que tinha sido tão bom e sábio mestre. Sabendo que Frumêncio se tornara bispo, o jovem rei abraçou a fé, converteu-se e pediu o batismo. Em seguida, convidou o povo de seu país a acompanhá-lo na alegria do seguimento de Jesus Cristo. Assim, a fé cristã começou a se enraizar na Etiópia.

São Frumêncio começou sua missão auxiliado pelos missionários e pelo testemunho do rei, seu ex-pupilo. Por causa de sua santidade e bondade, São Frumêncio passou a ser chamado pelo povo etíope de "Abba Salama", que quer dizer "Pai da Paz". Ele dedicou toda a sua vida à evangelização da Etiópia, até sua morte em 380. São Frumêncio passou a ser chamado de "Apóstolo da Etiópia".

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br


27 de Outubro 2019

A SANTA MISSA

30º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Cor: Verde

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1ª Leitura: Eclo 35,15b-17.20-22a (gr. 12-14.16-18)

 A prece do humilde atravessa as nuvens. 

Leitura do Livro do Eclesiástico

15b O Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas. 16 Ele não é parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; 17 jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas. 20 Quem serve a Deus como ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens. 21 A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha, 22a faça justiça aos justos e execute o julgamento.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 33,2-3.17-18.19.23 (R. 7a.23a)

R. O pobre clama a Deus e ele escuta:
o Senhor liberta a vida dos seus servos.

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,*
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;*
que ouçam os humildes e se alegrem!        R.

17 mas ele volta a sua face contra os maus,*
para da terra apagar sua lembrança.
18 Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta*
e de todas as angústias os liberta.         R.

19 Do coração atribulado ele está perto*
e conforta os de espírito abatido.
23 Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos,*
e castigado não será quem nele espera.          R. 

2ª Leitura: 2Tm 4,6-8.16-18

 Agora está reservada para mim a coroa da justiça.

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo

Caríssimo: 6 Quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7 Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8 Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa. 16 Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram. Oxalá que não lhes seja levado em conta. 17 Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. 18 O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Lc 18,9-14 

 O cobrador de impostos voltou
para casa justificado, o outro não.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 9 Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10 ‘Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. 11 O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12 Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13 O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ 14 Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Santo Evaristo 

26 de Outubro

Santo Evaristo 

Santo Evaristo foi o Papa de número cinco a liderar a Igreja  Católica no começo do Cristianismo. Evaristo foi o Sumo Pontífice entre os anos 101 e 107 d. C. Como seus antecessores, ele também foi martirizado em Roma, por pregar o Cristianismo e não renegar sua fé em Jesus Cristo.

Santo Evaristo era filho de um judeu chamado Judas. Seu pai tinha nascido em Belém, mas mudou-se para Antioquia quando adolescente. Judas educou o filho Evaristo dentro do judaísmo. Evaristo manifestou  desde cedo ser aberto à virtude. Tinha inclinação para as letras e as ciências. Seu pai percebeu esta aptidão  incentivou seu filho. Por isso, Evaristo tornou-se homem de grandes talentos.

Não se sabe como nem a época exata em que Santo Evaristo se tornou cristão, mas presume-se que tenha sido em Antioquia e que, depois disso, ele tenha ida para Roma. Sabe-se, porém que, em Roma, ele ficou logo conhecido por sua santidade e passou a ser membro das lideranças da igreja. Santo Evaristo tinha o dom de acender a fé no coração dos cristãos, dando belos exemplos de caridade cristã e virtudes.

Por todas essas qualidades, Santo Evaristo foi eleito o quinto Papa da Igreja, logo depois que São Clemente foi martirizado. Sabe-se que, a princípio, ele não queria assumir, alegando ser indigno. Mas o clero e os fiéis insistiram unânimes e ele acabou aceitando a missão. Era o ano 101 da era cristã.

Assim que assumiu a  liderança da Igreja, Santo Evaristo passou a enfrentar dificuldades externas que atacavam a Igreja, e outras vindas de dentro. De fora da Igreja, vinham as perseguições do imperador romano.

De dentro da Igreja, vinham as heresias ameaçando desvirtuar a fé. Muitos desses hereges eram verdadeiros líderes de igrejas de outras localidades e reivindicavam que seus erros doutrinários fossem aceitos como verdades de fé.

Mas Santo Evaristo tinha consigo o verdadeiro depósito da fé recebido dos Apóstolos e não deixou que a Igreja caísse no erro. Por causa de suas intervenções, a Igreja se manteve no rumo certo, sem se desviar, conservando a fé pura.

Além de lutar fortemente contra as heresias da época,  Santo Evaristo também fez por onde aperfeiçoar a  disciplina da Igreja, criando regras bastante prudentes e emitindo decretos.  Santo Evaristo foi o primeiro a dividir a cidade de Roma em paróquias.

Essas paróquias, claro, não eram como são hoje. Eram comunidades pequenas, mas que tinham sua vida própria. Ele organizou isso. Foi ele também quem determinou que o casamento se tornasse público e fosse acompanhado por um sacerdote.

Cheio de zelo, Santo Evaristo fazia questão de ir visitar paróquias,  procurando sempre fazer com que suas ovelhas mantivessem a fé pura, sem influências de heresias. Preocupou-se com a formação das crianças e dos escravos, que eram comuna na época. Insistia que os escravos tinham que receber o mesmo tratamento que os libertos.

Trajano era o imperador romano que reinava no tempo de Santo Evaristo. Dizem que ele pessoalmente não tinha nada contra os cristãos, mas sim contra seus assessores pagãos, que o influenciavam maliciosamente. Assim, estes, ao tomarem conhecimento do zelo, do número crescente de fiéis cristãos e dos frutos do apostolado de Santo Evaristo, arderam em ódio e passaram a criar uma péssima imagem do Papa Evaristo diante do imperador.

Lutaram bastante até conseguirem que Trajano ordenasse que ele fosse preso. Em seguida, forjaram um julgamento e conseguiram a condenação oficial do santo à pena de morte. Os relatos atestam que Santo Evaristo sentiu grande alegria ao receber sua sentença de morte por causa de Jesus Cristo. As autoridades romanas ficaram estupefatas ao verem que o Papa não temia a morte e se regozijava ao saber que daria sua vida por causa de Cristo.

Seu testemunho serviu, na verdade, para a conversão de inúmeros cidadãos romanos ao cristianismo. Eles viam no testemunho dos mártires a mais eloquente profissão de fé, pois eles confirmavam com a própria vida a verdade eterna em que acreditavam. Assim, condenado, santo Evaristo foi morto no dia 26 de outubro de 107. Sua sepultura foi colocada no Vaticano, ao lado da sepultura de São Pedro.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br


26 de Outubro 2019

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Sábado 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Rm 8,1-11

“O Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós”

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos, 1 não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. 2 Pois a lei do Espírito que dá a vida em Jesus Cristo te libertou da lei do pecado e da morte. 3 Com efeito, aquilo que era impossível para a Lei, já que ela estava enfraquecida pela carne, Deus o realizou; tendo enviado seu próprio Filho numa condição semelhante àquela da humanidade pecadora, e por causa justamente do pecado, condenou o pecado em nossa condição humana, 4 para que toda a justiça exigida pela Lei seja cumprida em nós que não procedemos segundo a carne, mas segundo o Espírito. 5 Os que vivem segundo a carne aspiram pelas coisas da carne; os que vivem segundo o Espírito, aspiram pelas coisas do Espírito. 6 Na verdade, as aspirações da carne levam à morte e as aspirações do Espírito levam à vida e à paz. 7 Tudo isso, porque as tendências da carne são inimizade contra Deus: Não se submetem – nem poderiam submeter-se – à Lei de Deus. 8 Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. 9 Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós. Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. 10 Se, porém, Cristo está em vós, embora vosso corpo esteja ferido de morte por causa do pecado, vosso espírito está cheio de vida, graças à justiça. 11 E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais por meio do seu Espírito que mora em vós.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 23(24), 1-2.3-4ab.5-6(R. cf. 6)

R. É assim a geração dos que buscam vossa face,
ó Senhor, Deus de Israel.

Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,*
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares,*
e sobre as águas a mantém inabalável.         R.

3 ‘Quem subirá até o monte do Senhor, *
quem ficará em sua santa habitação?’
4a ‘Quem tem mãos puras e inocente coração,*
4b quem não dirige sua mente para o crime.         R.

5 Sobre este desce a bênção do Senhor *
e a recompensa de seu Deus e Salvador’.
6 ‘É assim a geração dos que o procuram, *
e do Deus de Israel buscam a face’.         R. 

Evangelho: Lc 13,1-9 

 “Se vós não vos converterdes,
ireis morrer todos do mesmo modo”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

1 Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. 2 Jesus lhes respondeu: ‘Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3 Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.4 E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5 Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.’ 6 E Jesus contou esta parábola: ‘Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. 7 Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’ 8 Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. 9 Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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A figueira Estéril

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA NONA SEMANA. SÁBADO

– Dar fruto. A paciência de Deus.
– O que Deus espera de nós.
– Com as mãos cheias. Paciência no apostolado.

I. NAS VINHAS DA PALESTINA, costumavam-se plantar árvores junto com as cepas. E é num lugar desse tipo que Jesus situa a parábola do Evangelho da Missa de hoje1Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi buscar fruto nela e não o encontrou. Isso já tinha acontecido anteriormente: plantada num lugar apropriado do terreno, rodeada de cuidados, a figueira, ano após ano, não dava figos. Então o dono mandou ao vinhateiro que a cortasse: Para que há de ocupar terreno em vão?

A figueira simboliza Israel2, que não soube corresponder aos cuidados o Senhor, dono da vinha, lhe dispensava; representa também todo aquele que permanece improdutivo3 diante de Deus.

O Senhor colocou-nos no melhor lugar, onde podíamos dar mais frutos de acordo com as nossas condições e as graças recebidas, e, desde o momento da nossa concepção, fomos objeto dos maiores cuidados por parte do mais competente de todos os vinhateiros: deu-nos um Anjo da Guarda para que nos protegesse até o fim da vida, conferiu-nos – talvez poucos dias depois de termos nascido – a graça do Batismo, deu-se Ele próprio a cada um de nós em alimento na Sagrada Comunhão, ofereceu-nos uma formação cristã... São incontáveis as graças e favores que recebemos do Espírito Santo.

No entanto, é possível que o Senhor tenha motivos para queixar-se do pouco fruto, e talvez de um ou outro fruto amargo, que haja na nossa vida. É possível que a nossa situação pessoal tenha podido recordar vez por outra a triste parábola relatada pelo profeta Isaías: Cantarei ao meu amado o cântico dos seus amores pela sua vinha: O meu amado possuía uma vinha plantada numa colina fertilíssima. E cercou-a de uma sebe, e tirou dela as pedras, e plantou-a de cepas escolhidas. Edificou-lhe uma torre no meio e construiu nela um lagar; e esperava que desse boas uvas, mas só produziu agraços4, frutos amargos. Por que tão maus resultados, quando tinham sido tomados todos os cuidados para que desse bons frutos?

Apesar de tudo, Deus volta a tomar sucessivamente novos cuidados: é a paciência de Deuscom a alma.

Ele não desanima com as nossas faltas de correspondência, antes sabe esperar, pois conhece não só as nossas fraquezas, mas a capacidade que temos de fazer o bem. Nunca considera ninguém como perdido; confia em todos nós, ainda que nem sempre tenhamos correspondido às suas esperanças.

Não nos disse Ele que não quebrará a cana rachada nem apagará a mecha que ainda fumega?6 As páginas do Evangelho são um contínuo testemunho dessa consoladora verdade: o Senhor trata-nos como à samaritana e a Zaqueu, procura-nos como o pastor em busca da ovelha perdida, acolhe-nos como o pai do filho pródigo...

II. SENHOR, DEIXA-A AINDA este ano, enquanto eu lhe cavo em volta e lhe lanço esterco, para ver se assim dá fruto... É Jesus quem intercede diante de Deus Pai por nós, que “somos como uma figueira plantada na vinha do Senhor”7. “Intercede o agricultor; intercede quando já o machado está levantado para cortar as raízes estéreis; intercede como Moisés diante de Deus... Mostrou-se mediador quem queria mostrar-se misericordioso”8, comenta Santo Agostinho. Senhor, deixa-a ainda este ano... Quantas vezes não se tem repetido esta mesma cena! Senhor, deixa-o ainda um ano...! “Saber que me amas tanto, meu Deus, e... não enlouqueci?!”9

Cada pessoa tem uma vocação particular, e toda a vida que não corresponde a esse desígnio divino perde-se. O Senhor espera correspondência a tantos desvelos, a tantas graças concedidas, embora nunca possa haver igualdade entre o que damos e o que recebemos, “pois o homem nunca pode amar a Deus tanto como Ele deve ser amado”10. Com a graça, podemos oferecer-lhe cada dia muitos frutos de amor: de caridade, de empenho apostólico, de trabalho bem feito...

Todas as noites, no nosso exame de consciência, temos de saber encontrar esses frutos pequenos em si mesmos, mas que o amor e o desejo de corresponder a tanta solicitude divina tornaram grandes.

E quando partirmos deste mundo, “teremos que ter deixado impressa a nossa passagem, tornando a terra um pouco mais bela e o mundo um pouco melhor”11: uma família com mais paz, um trabalho que tenha significado um progresso para a sociedade, uns amigos fortalecidos na fé pela nossa amizade...

Vejamos na nossa oração: se tivéssemos que apresentar-nos agora diante do Senhor, estaríamos alegres, com as mãos cheias de frutos para oferecer ao nosso Pai-Deus? Pensemos no dia de ontem..., na última semana..., e vejamos se estamos repletos de boas obras feitas por amor a Deus, ou se, pelo contrário, uma certa dureza de coração ou o egoísmo de pensarmos excessivamente em nós impediu e impede que ofereçamos ao Senhor tudo aquilo que Ele espera de cada um de nós.

Sabemos muito bem que, quando não damos toda a glória a Deus, a existência converte-se num viver estéril. Tudo o que não se faz de olhos postos em Deus, perecerá. Aproveitemos hoje para fazer propósitos firmes: “Deus concede-nos talvez um ano mais para o servirmos. Não penses em cinco nem em dois. Pensa só neste: em um, no que começamos...”12, e que daqui a uns meses terminará.

III. NISTO É GLORIFICADO meu Pai, em que deis muito fruto e sejais meus discípulos13. Isto é o que Deus quer de todos: não aparência de frutos, mas realidades que permanecerão para além deste mundo: pessoas que conseguimos aproximar do sacramento da Penitência, horas de trabalho terminadas com profundidade profissional e pureza de intenção, pequenos sacrifícios durante as refeições – que manifestavam estarmos conscientes da presença de Deus e termos o corpo dominado por amor ao Senhor –, vitórias sobre os estados de ânimo, ordem nos livros, na casa, nos instrumentos de trabalho, empenho para que o cansaço de um dia intenso não influísse no ambiente, pequenos serviços aos que precisavam de ajuda... Não nos contentemos com as aparências; examinemos se as nossas obras – pelo amor que nelas colocamos e pela retidão de intenção – resistem ao olhar penetrante de Jesus.

As minhas obras são fruto que corresponde às graças que recebo?: é a pergunta que poderíamos fazer na intimidade da nossa oração.

O tempo escoa-se, e temos de aproveitá-lo. Se São Lucas segue realmente uma ordem cronológica nos acontecimentos que narra, a parábola da figueira “foi dita imediatamente depois do problema proposto acerca do sangue dos galileus misturado por Pilatos com os sacrifícios, e acerca dos dezoito homens sobre os quais caiu a torre de Siloé (Lc 13, 4). Devia supor-se que esses homens eram especialmente pecadores, para merecerem tal sorte? O Senhor responde que não, e acrescenta: Mas se não fizerdes penitência, todos perecereis do mesmo modo.

“O que importa não é a morte do corpo, mas a disposição da alma que a recebe; e o pecador que, tendo-lhe sido dado tempo para arrepender-se, não faz uso dessa oportunidade, não se sai melhor do que se tivesse sido lançado repentinamente na eternidade, como aqueles homens”14.

Mas não podemos desanimar, porque, se “neste momento chega a parábola da figueira, que nos previne acerca de um limite para a longa paciência de Deus todo-poderoso, parece, no entanto, pelo que ouvimos do agricultor, que é possível intervir para suplicar que se prolongue o prazo da tolerância divina. Não resta dúvida de que isso é importante. Podem as nossas orações ser úteis para que o pecador alcance um prazo que lhe permita arrepender-se? Claro que podem”15.

E nós mesmos podemos interceder junto do Senhor para que se prolongue essa paciência divina com aquelas pessoas que talvez, com uma constância de anos, pretendemos que se aproximem de Jesus. “Portanto, não nos apressemos a cortar, mas deixemos crescer misericordiosamente, não aconteça que arranquemos a figueira que ainda pode dar fruto”16. Tenhamos paciência e procuremos servir-nos de todos os meios ao nosso alcance, humanos e sobrenaturais, no trabalho com essas pessoas que parecem tardar em empreender o caminho que leva a Jesus.

A nossa Mãe Santa Maria alcançar-nos-á, neste sábado de outubro em que tantas vezes recorremos a Ela, a graça abundante de que as nossas almas necessitam para dar mais fruto, e a que os nossos familiares e amigos também precisam para acelerarem o passo em direção ao seu Filho, que os espera.

(1) Lc 13, 6-9; (2) cfr. Os 9, 10; (3) cfr. Jer 8, 13; (4) Is 5, 1-3; (5) cfr. 2 Pe 3, 9; (6) Mt 12, 20; (7) Teofilacto, em Catena Aurea, vol. VI; (8) Santo Agostinho, Sermão 254, 3; (9) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 425; (10) São Tomás de Aquino, Suma teológica, I-II, q. 6, a. 4; (11) Georges Chevrot, El evangelio al aire libre, Herder, Barcelona, 1961, pág. 169; (12) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 47; (13) Jo 15, 8; (14) Ronald A. Knox, Sermones pastorales, págs. 188-189; (15) ibid.; (16) São Gregório Nazianzeno, Oração 26, em Catena Aurea, vol. VI, pág. 135.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Os sinais e os tempos

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA NONA SEMANA. SEXTA-FEIRA

– Reconhecer Jesus Cristo que passa perto da nossa vida.
– A fé e a pureza de alma.
– Encontrar Jesus e dá-lo a conhecer.

I. OS HOMENS sempre se interessaram pelo tempo e pelo clima. Particularmente os lavradores e os homens do mar, por força das suas tarefas, sempre têm averiguado o estado do céu, a direção do vento, a forma das nuvens, na tentativa de fazerem um prognóstico. Nosso Senhor, no Evangelho da Missa1, faz notar aos que o escutam, pescadores e pessoas do campo na sua maioria: Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: Vai chover; e assim sucede. E quando sentis soprar o vento do sul, dizeis: Fará calor; e assim sucede. Jesus censura-os, pois sabem prever a chuva e o bom tempo pelos sinais que aparecem no horizonte e, no entanto, não sabem discernir os sinais – muito mais abundantes e mais claros – que Deus envia para que averigúem e saibam que o Messias já chegou: Como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?

Faltavam-lhes boa vontade e retidão de intenção, e fechavam os olhos à luz do Evangelho. Os sinais da chegada do Reino de Deus eram suficientemente claros na Palavra de Deus, que lhes chegava tão diretamente nos abundantes milagres realizados pelo Senhor e na própria Pessoa de Cristo que tinham diante dos olhos2. Apesar de tantos sinais – muitos deles já anunciados pelos Profetas –, não souberam discernir a situação presente. Deus estava no meio deles e muitos não se aperceberam disso.

O Senhor continua a passar pelas nossas vidas com sinais mais do que suficientes, mas existe o perigo de que não o reconheçamos. Faz-se presente na doença ou na tribulação, que nos purificam se sabemos aceitá-las e amá-las; está – de modo oculto mas real – naqueles que trabalham na mesma tarefa que nós e que precisam de ajuda, ou naqueles que participam do calor do nosso próprio lar, naqueles que encontramos diariamente por motivos tão diversos... Está por trás dessa boa notícia que espera que saibamos agradecer para nos conceder outras novas. São muitas as ocasiões em que sai ao nosso encontro... Que pena se não soubermos reconhecê-lo por estarmos excessivamente preocupados, distraídos, ou por faltar-nos piedade, presença de Deus!

A nossa vida não seria muito diferente se fôssemos mais conscientes dessa presença divina? Não é verdade que desapareceria muita rotina, tristeza, penas, mau-humor...?

“Se vivêssemos mais confiantes na Providência divina, certos – com fé enérgica! – desta proteção diária que nunca nos falta, quantas preocupações ou inquietações não pouparíamos! Desapareceriam tantos desassossegos que, na frase de Jesus, são próprios dos pagãos, dos homens mundanos (Lc 12, 30), das pessoas desprovidas de sentido sobrenatural”3, dos que vivem como se o Mestre não tivesse ficado conosco.

II. A FÉ TORNA-SE tanto mais penetrante quanto melhores forem as disposições da vontade. Se alguém quiser fazer a vontade de meu Pai, saberá se a minha doutrina vem de Deus ou se falo de mim mesmo4, dirá o Senhor aos judeus. Quando não se está disposto a cortar com uma má situação, quando não se procura com retidão de intenção somente a glória de Deus, a consciência pode obscurecer-se e ficar sem luz para entender mesmo o que parece evidente. “O homem, levado pelos seus preconceitos, ou instigado pelas suas paixões e má vontade, não só pode negar a evidência dos sinais externos, mas até resistir e rejeitar também as superiores inspirações que Deus infunde na alma”5.

Se falta boa vontade, se a vontade não se orienta para Deus, a inteligência encontra muitas dificuldades no caminho da fé, da obediência ou da entrega ao Senhor6. Quantas vezes não teremos percebido no nosso apostolado que as dificuldades e dúvidas contra a fé desapareciam quando os nossos amigos se decidiam finalmente a fazer uma boa Confissão! “Deus deixa-se ver pelos que são capazes de vê-lo por terem os olhos da mente abertos. Porque todos têm olhos, mas alguns os têm mergulhados nas trevas e não podem ver a luz do sol. E essa escuridão não deve ser atribuída à falta de luz solar – que não deixa de brilhar, por mais que os cegos não a vejam –, mas à cegueira”7.

Para percebermos a claridade penetrante da fé, “necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens. [...] Assim, com esse acatamento, saberemos compreender e amar; e o mistério será para nós um esplêndido ensinamento, mais convincente que qualquer raciocínio humano”8.

São tão importantes as disposições morais (a limpeza de coração, a humildade, a retidão de intenção...), que às vezes se pode dizer que a perplexidade ante o que é ou não vontade de Deus, o desconhecimento da nossa vocação, as dúvidas de fé e mesmo a perda desta virtude teologal têm por origem a rejeição das exigências da moral ou da vontade divina9. Santo Agostinho conta a sua experiência quando ainda estava longe do Senhor: “Estava totalmente vazio de tudo o que fosse espiritual, e sentia-me sem apetite algum pelos alimentos incorruptíveis; não por estar saciado, evidentemente, mas porque, quanto mais vazio, menos desejava o amor verdadeiro”10.

Purifiquemos o nosso olhar, mesmo desses ciscos – às vezes muito pequenos – que prejudicam a visão; retifiquemos muitas vezes a intenção – para Deus toda a glória! – a fim de podermos ver Jesus que nos visita com tanta freqüência.

III. O EVANGELHO DA MISSA de hoje termina com estas palavras de Jesus: Quando, pois, fores com o teu adversário ao príncipe, faze o possível por livrar-te dele no caminho, para que não suceda que te leve ao juiz, e o juiz te entregue ao meirinho, e o meirinho te ponha na cadeia...

Todos nós vamos pelo caminho da vida em direção ao Juízo. Aproveitemos o tempo presente para esquecer os agravos, os rancores, por pequenos que sejam, enquanto nos resta uma parte do trajeto por percorrer. Descubramos os sinais que nos indicam a presença de Deus na nossa vida. Depois, quando chegar o momento do Juízo, será muito tarde para irmos em busca do remédio.

Este é o tempo oportuno para que queiramos retificar, merecer, amar, reparar. O Senhor convida-nos no dia de hoje a descobrir o sentido profundo do tempo, pois é possível que ainda tenhamos pequenas dívidas pendentes: dívidas de gratidão, de perdão, até de justiça...

Ao mesmo tempo, temos de ajudar os outros, que nos acompanham no caminho da vida, a interpretar esses sinais que revelam a passagem do Senhor pelas suas famílias, pelos seus lugares de trabalho... É possível que alguns, talvez os mais afastados, não sigam o Mestre por sofrerem de miopia, como muitos daqueles que rodeavam o Senhor na Palestina.

“O que muitos combatem não é o verdadeiro Deus, mas a falsa idéia que fizeram de Deus: um Deus que protege os ricos, que só sabe pedir e encostar à parede, que sente inveja do nosso progresso, que espia continuamente do alto os nossos pecados para ter o prazer de castigá-los [...].   Deus não é assim: é justo e bom ao mesmo tempo; é Pai também dos filhos pródigos, que deseja ver não mesquinhos e miseráveis, mas grandes, livres, criadores do seu próprio destino. O nosso Deus é tão pouco rival do homem que quis fazer-se seu amigo, levando-o a participar da sua própria natureza divina e da sua própria felicidade eterna. Também não é verdade que nos peça demasiado; pelo contrário, contenta-se com pouco, porque sabe perfeitamente que não temos grandes coisas [...]. Este Deus dar-se-á a conhecer e amar cada vez mais, e sem excetuar ninguém – mesmo os que hoje o rejeitam, não por serem maus [...], mas por olharem-no de um ponto de vista errado. Continuam a não crer nEle? Ele responde-lhes: Sou eu que creio em vós”11.

Deus, como bom Pai, não perde a esperança nos seus filhos. Não a percamos nós: mostremos aos outros os sinais e referências que Ele deixa à sua passagem. Se o lavrador conhece bem a evolução do tempo, nós, cristãos, temos de saber descobrir Jesus, Senhor da História, presente no mundo, no meio dos grandes acontecimentos da humanidade e nos pequenos acontecimentos dos dias sem relevo. Então saberemos dá-lo a conhecer aos outros.

(1) Lc 12, 54-59; (2) cfr. Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 5; (3) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 116; (4) Jo 7, 17; (5) Pio XII, Carta Encíclica Humani generis, 12.08.50; (6) cfr. Joseph Pieper, La fe, hoy, Palabra, Madrid, 1968, págs. 107-117; (7) São Teófilo de Antioquia, Livro I, 2, 7; (8) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 13; (9) cfr. Joseph Pieper, La fe, hoy; (10) Santo Agostinho, Confissões, 3, 1, 1; (11) Albino Luciani, Ilustríssimos senhores, págs. 18-19.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Santo Antônio de Sant'Ana Galvão 

25 de Outubro 

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão 

Frei Galvão, o padroeiro dos engenheiros, arquitetos e construtores, nasceu no dia 10 de maio de 1739 na vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, atual Guaratinguetá, no vale do Paraíba. A vila estava na região chamada Capitania de São Paulo, hoje, Estado de São Paulo. Galvão era o quarto de dez filhos de uma família muito religiosa, rica e nobre.  Seu pai, Antônio Galvão de França, português, era o capitão-mor (prefeito) da vila, comerciante, pertencia à Ordem Terceira Franciscana e era famoso por sua generosidade. A mãe de Antônio Galvão era Isabel Leite de Barros, mulher generosa, filha de fazendeiros e descendente da família do bandeirante Fernão Dias.

Galvão viveu até os 13 anos na casa de sua família em Guaratinguetá, SP. Quando atingiu está idade foi enviado pelos pais ao seminário jesuíta Colégio de Belém, em Cachoeira, na Bahia, para estudar ciências humanas. No mesmo seminário já estava o irmão de Frei Galvão, José, de 19 anos. Galvão estudou no seminário de 1752 a 1756. Onde, progrediu nos estudos, especialmente na construção civil e na prática cristã.

Em 1755, recebeu a notícia da morte prematura de sua mãe. Este fato fez com ele assumisse Santa Ana (Santana), de quem era devoto, como mãe espiritual. Tanto que seu futuro nome de religioso será “Frei Antônio de Santana Galvão”. Ele queria ser jesuíta, mas as perseguições contra os jesuítas instaurada pelo Marquês de Pombal,  obrigaram-no a seguir o conselho do pai e se tornar franciscano, no convento de Macacu, em Itaboraí, Rio de Janeiro.

Em 11 de julho de 1762, frei Galvão foi ordenado sacerdote e transferido para o Convento de São Francisco na cidade de São Paulo. Lá, ele continuou os estudos de filosofia e teologia. Em 1768, foi nomeado confessor, pregador e porteiro do convento. Era um cargo importante na época. Frei Galvão se destacou nesse cargo de tal forma que a Câmara Municipal lhe deu o título de o "novo esplendor do Convento".

Entre 1769 e 1770, Frei Galvão recebeu a missão de ser confessor no Recolhimento de Santa Teresa, um tipo de convento que abrigava devotas de Santa Teresa de Ávila, em São Paulo. Lá, ele conheceu a Irmã Helena Maria do Espírito Santo, uma freira penitente que dizia receber um pedido de Jesus: a fundação de um novo Recolhimento. Galvão estudou essas mensagens, consultou outros teólogos que as reconheceram como verdadeiras e sobrenaturais.

Num tempo em que construções de conventos de ordens religiosas e até de igrejas estavam proibidas em todo o império pelo marquês de Pombal, Frei Galvão assumiu as consequências e fundou o novo Recolhimento, chamado Recolhimento Nossa Senhora da Luz. A fundação foi em 2 de fevereiro de 1774. A identidade espiritual da nova fundação era baseada na Ordem da Imaculada Conceição.  Frei Galvão escreveu os estatutos, as regras e deu todo o amparo necessário para que o pequeno recolhimento se tornasse, de fato, uma congregação religiosa.

Irmã Helena e mais duas jovens vocacionadas foram morar no recolhimento. O Recolhimento, porém, nada mais era do que um casebre afastado da cidade, no meio do mato. Este local é, hoje, o mesmo onde hoje está o Mosteiro da Luz, construído por Frei Galvão. Ali, por causa da construção, iniciou-se o Bairro da Luz na cidade de São Paulo.

Aos poucos, outras jovens vocacionadas foram entrando no Recolhimento, confirmando a profecia de Irmã Helena. Quando o Recolhimento tinha pouco mais de um ano, um fato surpreendente mudaria todo o rumo da história: Irmã Helena faleceu repentinamente em 23 de fevereiro de 1775. Por isso, Frei Galvão se viu obrigado a se tornar o novo diretor do instituto, e novo líder espiritual das irmãs. Nisso, um grande número de moças vocacionadas começaram a vir para o Recolhimento.

Aos poucos, não havia mais lugar para acomodá-las com dignidade no casebre. Por isso, Frei Galvão, usando das habilidades que aprendera com os Jesuítas, projetou e começou a construir o Mosteiro da Luz. No começo, ele e as irmãs trabalhavam na obra. Depois, os pais das irmãs do recolhimento começaram a enviar escravos e dinheiro para ajudarem na construção. O povo, vendo a grandeza da obra, começou a ajudar com mantimentos, alimentos para todos e materiais de construção.

Mais tarde, o Capitão-Mor de São Paulo sentenciou um soldado à morte pelo fato de este ter ofendido levemente a seu filho. Frei Galvão não aceitando a punição, defendeu o soldado e por consequência foi preso. Mas o povo, as irmãs e o Bispo de São Paulo, Dom Manuel da Ressurreição, recorreram ao superior provincial, escrevendo-lhe que "nenhum dos habitantes desta cidade será capaz de suportar a ausência deste religioso por um único momento". Depois, em 1781, Frei Galvão foi nomeado mestre de noviços em Macacu e em 1798 assume o cargo de guardião do Convento de São Francisco.

Certa ocasião Frei Galvão foi a Guaratinguetá para pedir recursos para a construção do Mosteiro da Luz. Terminada sua missão, tinha que regressar por causa de compromissos no convento. Nisso, alguns homens vieram pedir que ele fosse até uma fazenda distante rezar por um amigo deles que estava padecendo com uma pedra no rim há dias. O homem estava quase para morrer de dor. Impossibilitado de ir até lá, Frei Galvão teve uma inspiração: escreveu num pedacinho de papel uma frase do ofício de Nossa Senhora: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós”. Frei Galvão embrulhou o papelzinho em forma de pílula e deu aos amigos do doente dizendo que ele tomasse aquilo em clima de oração, rezando o terço de Nossa Senhora. Mais tarde, espalhou-se a notícia da cura daquele doente. Tempos depois, o Frei foi procurado por um homem aflito. Sua esposa estava em trabalho de parto há quase um dia e corria risco de morte. O religioso fez três pílulas e deu ao homem com as mesmas recomendações. O homem levou as pílulas para a esposa, que as tomou e conseguiu dar à luz um filho com saúde. Daí em diante, a fama das pílulas de Frei Galvão se espalhou. O povo começou a procurá-las de tal maneira, que ele teve que pedir às irmãs do Recolhimento que produzissem as pílulas. Depois, ele as abençoava e as irmãs distribuíam para o povo. Desde esse tempo, há inúmeros relatos de graças alcançadas através das Pílulas de Frei Galvão.

Frei Galvão era um homem de muita e intensa oração. Por isso, alguns fenômenos místicos em sua vida foram presenciados por testemunhas. Fenômenos como o dom da cura, dom de ciência, bi-locação, levitação foram famosos durante sua vida, sempre em vista do bem de doentes, moribundos e necessitados.

Embora ele sempre escondesse seus atos de caridade, quase todos eram anunciados pelas pessoas que eram beneficiadas por ele. Com muitas esmolas que ele recebia de pessoas ricas, ele pagava dívidas de pessoas presas nas mãos de agiotas e se mantinha oculto. Só depois de muito tempo os beneficiados ficavam sabendo que Frei Galvão é quem tinha ajudado.

Frei Galvão veio a falecer no Mosteiro da Luz em 23 de dezembro de 1822, poucos meses depois da independência do Brasil. Faleceu na graça de Deus, com fama de santidade. Uma multidão de luto veio se despedir do santo que encantou a cidade de São Paulo. Ele foi sepultado na igreja do Mosteiro da Luz. Até hoje o seu túmulo é destino de peregrinação de fiéis que vêm pedir e agradecer graças recebidas pela sua intercessão.

Em 25 de outubro de 1998, Galvão se tornou o primeiro religioso nascido no Brasil a ser beatificado pelo Vaticano. Em 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI celebrou a missa de canonização de Frei Galvão em São Paulo, acompanhado por uma multidão de mais de um milhão de fiéis.

Para ser canonizado, a Igreja exige a comprovação de dois milagres (fatos inexplicáveis pela ciência) acontecidos pela intercessão do santo. Assim, as curas de Sandra Grossi de Almeida e Daniella Cristina da Silva, acontecidas pela intercessão de Frei Galvão, são verdadeiros milagres inexplicáveis cientificamente.  Sandra Grossi possuía uma malformação uterina que impossibilita qualquer mulher de manter um feto por mais de quatro meses. Pois, em 1999, após tomar as pílulas e pedir a Frei Galvão, ela prosseguiu com a gravidez e deu à luz ao menino Enzo. Daniella Cristina da Silva, então com quatro anos de idade, sofria de uma hepatite considerada incurável pelos médicos. Após tomar as pílulas e rezar fervorosamente, ficou curada inexplicavelmente.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br


25 de Outubro 2019

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira 
Memória: Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, Presbítero
Cor: Branca

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1ª Leitura: Rm 7,18-25a

“Quem me libertará deste corpo de morte?” 

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.

Irmãos, 18 estou ciente de que o bem não habita em mim, isto é, na minha carne. Pois eu tenho capacidade de querer o bem, mas não de realizá-lo. 19 Com efeito, não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero. 20 Ora, se faço aquilo que não quero, então já não sou eu que estou agindo, mas o pecado que habita em mim. 21 Portanto, descubro em mim esta lei: Quando quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. 22 Como homem interior ponho toda a minha satisfação na lei de Deus; 23 mas sinto em meus membros outra lei, que luta contra a lei da minha razão e me aprisiona na lei do pecado, essa lei que está em meus membros. 24 Infeliz que eu sou! Quem me libertará deste corpo de morte? 25a Graças sejam dadas a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 118(119), 66 e 68.76 e 77.93 e 94(R. cf. 68b)

R. Ensinai-me a fazer vossa vontade!

66 Dai-me bom senso, retidão, sabedoria, *
pois tenho fé nos vossos santos mandamentos!        R.

68 Porque sois bom e realizais somente o bem, *
ensinai-me a fazer vossa vontade!          R.

76 Vosso amor seja um consolo para mim, *
conforme a vosso servo prometestes.        R.

77 Venha a mim o vosso amor e viverei, *
porque tenho em vossa lei o meu prazer!         R.

93 Eu jamais esquecerei vossos preceitos, *
por meio deles conservais a minha vida.         R.

94 Vinde salvar-me, ó Senhor, eu vos pertenço! *
Porque sempre procurei vossa vontade.        R. 

Evangelho: Lc 12,54-59 

 “Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu.
Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 54 Jesus dizia às multidões: ‘Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. 55 Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. 56 Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? 57 Por que não julgais por vós mesmos o que é justo? 58 Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59 Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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