19 de Novembro 2019
A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira
Memória: Santos Roque González, Afonso Rodríguez
e João del Castillo, Mártires
Cor: Vermelha
1ª Leitura: 2Mc 6,18-31
“Deixarei aos jovens o nobre exemplo de como se deve morrer
com entusiasmo e generosidade pelas veneráveis e santas leis”
Leitura do Segundo Livro dos Macabeus
18 Eleazar era um dos principais doutores da Lei, homem de idade avançada e de venerável aparência. Quiseram obrigá-lo a comer carne de porco, abrindo à força sua boca. 19 Mas ele, preferindo morrer gloriosamente a viver desonrado, caminhou espontaneamente para a tortura da roda, 20 depois de ter cuspido o que lhe haviam posto na boca. Assim deveriam proceder os que têm a coragem de recusar aquilo que nem para salvar a vida é lícito comer. 21 Os encarregados desse ímpio banquete ritual, que conheciam Eleazar desde muito tempo, chamaram-no à parte e insistiram para que mandasse trazer carnes cujo uso lhes era permitido e que ele mesmo tivesse preparado, apenas fingisse comer carnes provenientes do sacrifício, conforme o rei ordenara. 22 Agindo assim evitaria a morte, aproveitando esta oportunidade que lhe davam em consideração à velha amizade. 23 Mas ele tomou uma nobre resolução digna da sua idade, digna do prestígio de sua velhice, dos seus cabelos embranquecidos com honra, e da vida sem mancha que levara desde a infância. Uma resolução digna, sobretudo, da santa legislação instituída pelo próprio Deus. E respondeu coerentemente, dizendo que o mandassem logo para a mansão dos mortos. 24 E acrescentou: “Usar desse fingimento seria indigno da nossa idade. Muitos jovens ficariam convencidos de que Eleazar, aos noventa anos, adotou as normas de vida dos estrangeiros; 25 seriam enganados por mim, por causa do fingimento que eu usaria para salvar um breve resto de vida. De minha parte eu atrairia sobre minha velhice a vergonha e a desonra. 26 E ainda que escapasse por um momento ao castigo dos homens, eu não poderia, nem vivo nem morto, fugir das mãos do Todo-poderoso. 27 Se, pelo contrário, eu agora renunciar corajosamente a esta vida, vou mostrar-me digno de minha velhice, 28 e deixarei aos jovens o nobre exemplo de como se deve morrer, com entusiasmo e generosidade, pelas veneráveis e santas leis”. Ditas estas palavras, caminhou logo para o suplício. 29 Os que o conduziam, transformaram em brutalidade a benevolência manifestada pouco antes. E consideraram loucas as palavras que ele acabara de dizer. 30 Eleazar, porém, estando para morrer sob os golpes, disse ainda entre os gemidos: “O Senhor, em sua santa sabedoria, vê muito bem que eu, podendo escapar da morte, suporto em meu corpo as dores cruéis provocadas pelos açoites, mas em minha alma suporto-as com alegria, por causa do temor que lhe tenho”. 31 Assim Eleazar partiu desta vida. Com sua morte deixou um exemplo de coragem e um modelo inesquecível de virtude, não só para os jovens, mas também para toda a nação.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 3, 2-3.4-5.6-7(R. 6b)
R. É o Senhor quem me sustenta e me protege!
2 Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; *
quanta gente se levanta contra mim!
3 Muitos dizem, comentando a meu respeito: *
‘Ele não acha a salvação junto de Deus!’ R.
4 Mas sois vós o meu escudo protetor, *
a minha glória que levanta minha cabeça!
5 Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, *
do Monte santo ele me ouviu e respondeu. R.
6 Eu me deito e adormeço bem tranquilo; *
acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento.
7 Não terei medo de milhares que me cerquem *
e furiosos se levantem contra mim. R.
Evangelho: Lc 19,1-10
O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 1 Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. 2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3 Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. 4 Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali. 5 Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: ‘Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa.’ 6 Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. 7 Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: ‘Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!’ 8 Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: ‘Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais.’ 9 Jesus lhe disse: ‘Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10 Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
São Roque Gonzáles e companheiros Mártires
19 de Novembro
São Roque Gonzáles e Companheiros Mártires
A Igreja celebra neste dia 19 de novembro São Roque González e companheiros mártires. O sacerdote jesuíta foi martirizado e teve o corpo queimado por anunciar o Evangelho na América do Sul. Natural do Paraguai, evangelizou também em terras brasileiras, no território que atualmente pertence ao Rio Grande do Sul.
São Roque nasceu em Assunção, Paraguai, em 1576. Aos 22 anos foi ordenado sacerdote e, posteriormente, nomeado Pároco da Catedral de Assunção. Em 1609, ingressou na Companhia do Jesus e anos depois foi designado superior da primeira Missão do Paraguai.
Em 1615, fundou uma missão em Itapúa, a atual cidade da Argentina de Posadas, e logo se transladou para a outra margem do rio, que hoje se conhece como Encarnação, no Paraguai. Por isso, é reconhecido como fundador e patrono das duas cidades.
São Roque costumava chamar a Virgem de “conquistadora”, pois muitas vezes bastava que levantasse o quadro da imagem da Mãe de Deus para que os índios se convertessem.
Em 15 de novembro de 1628, celebrou a Santa Missa em Caaró, que hoje faz parte do Brasil, e foi assassinado por um cacique. Os atacantes queimaram seu corpo, mas ficou intacto o seu coração, que lhes falou a fim de que se dessem conta do que tinham feito e os convidou ao arrependimento.
O coração de São Roque se manteve incorrupto e foi levado a Roma junto ao machado de pedra com a qual foi martirizado. Atualmente, o coração e o machado se encontram na Capela dos Mártires, no Colégio de Cristo Rei em Assunção, Paraguai.
Em 1988, São João Paulo II, durante sua visita ao Paraguai, canonizou São Roque González, os espanhóis Santo Alfonso Rodríguez e São João de Castilho. Todos eles, mártires jesuítas em terras americanas.
“Nem os obstáculos de uma natureza agreste, nem as incompreensões dos homens, nem os ataques de quem via em sua ação evangelizadora um perigo para seus próprios interesses, foram capazes de atemorizar estes campeões da fé. Sua entrega sem reservas os levou até o martírio”, destacou o Papa peregrino naquela celebração.
Em Caaró, município de Caibaté, encontra-se o principal santuário de veneração dos Santos Mártires (como ficaram conhecidos), visitado permanentemente por caravanas de romeiros.
Fonte: https://www.acidigital.com
A Fidelidade de Eliazer
TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA. TERÇA-FEIRA
- O exemplo de Eleazar.
- Obstáculos à fidelidade.
- Lealdade à palavra dada e aos compromissos adquiridos.
I. NO REINADO DE ANTÍOCO, desencadeou-se uma fortíssima perseguição contra Israel. O Templo foi profanado e introduziu-se nele o culto aos deuses gregos. Proibiu-se a celebração do sábado, e todos os meses os judeus eram obrigados a celebrar o aniversário do rei participando dos sacrifícios que se realizavam e comendo as carnes que se imolavam.
Eleazar, um venerável ancião de noventa anos, manteve-se fiel à fé dos seus pais e preferiu morrer a participar desses sacrifícios. Antigos amigos quiseram trazer-lhe alimentos permitidos para simular que tinha comido carnes sacrificadas, conforme a ordem do rei. Fazendo isso - diziam-lhe —, livrar-se-ia da morte. Mas Eleazar manteve-se fiel à vida exemplar que tinha levado desde criança: Não é digno da minha idade - dizia-lhes - usar de uma tal ficção. Dela poderá resultar que muitos jovens, julgando que Eleazar, aos noventa anos, passou para a vida dos pagãos, venham também eles a cair em erro por causa desse meu fingimento e para conservar um pequeno resto de uma vida corruptível; com isso atrairia a vergonha e a execração sobre a minha velhice. E ainda que me livrasse presentemente dos suplícios dos homens, não poderia fugir à mão do Todo-Poderoso nem na vida nem depois da morte.
Eleazar foi arrastado ao suplício e, estando a ponto de morrer, exclamou: Senhor, tu que tens a ciência santa, sabes bem que, podendo eu livrar-me da morte, sofro no meu corpo dores acerbas; mas sinto na alma alegria em padecê-las pelo temor que te tenho. O autor sagrado registra a exemplaridade da sua morte não só para os jovens, mas para toda a nação. Este relato 1 recorda-nos a fidelidade sem fissuras aos compromissos contraídos em relação à fé, para que sejamos leais ao Senhor também quando talvez fosse mais fácil entrarmos em concessões pela pressão de um ambiente pagão hostil ou por alguma circunstância difícil em que nos encontremos.
São João Crisóstomo chama a Eleazar "protomártir do Antigo Testamento" 2. A sua atitude gozosa no martírio é como um prelúdio daquela alegria que Jesus preconizou aos que seriam perseguidos por causa do seu nome 3. É o júbilo que o Senhor nos faz experimentar quando, por sermos fiéis à fé e à nossa vocação, temos de enfrentar contrariedades.
II. OS PRIMEIROS CRISTÃOS eram designados freqüentemente como fiéis 4. O termo nasceu em momentos de dificuldades externas, de perseguições, de calúnias e de pressão de um ambiente pagão que procurava impor a sua maneira de pensar e de viver, muito oposta à doutrina do Mestre. Ser fiel era manter-se firme ante esses obstáculos externos. Sê fiel até à morte — lê-se no Apocalipse —, e eu te darei a coroa da vida 5. Já antes o Apóstolo advertia: Não temas nada do que terás que sofrer. Eis que o demônio fará encarcerar alguns de vós, a fim de serdes provados; e tereis tribulação durante dez dias.
Isso é a vida: dez dias, um pouco de tempo. Como não havemos de permanecer fiéis se sofremos alguma contradição, muitas vezes pequena? Acabaremos por envergonhar-nos da nossa fé, que tem conseqüências práticas no modo de atuar, só porque talvez alguns nos mostrem a sua discordância?
"É fácil - recordava São João Paulo II - ser coerente por um dia ou por alguns dias. Difícil e importante é ser coerente toda a vida. E fácil ser coerente no momento da exaltação, difícil sê-lo à hora da tribulação. E só pode chamar-se fidelidade a uma coerência que dura toda a vida" 6.
Às vezes, os obstáculos não são externos, mas interiores. A soberba é o principal deles, e, com ela, a tibieza, que nos faz perder o impulso e a alegria no seguimento de Cristo. Noutros casos, a escuridão da alma surge como conseqüência da falta de vontade e da ausência de luta, ou porque Deus a permite para nos purificar. Seja qual for a causa dessas trevas, a fidelidade consistirá muitas vezes na humildade de sermos dóceis aos conselhos recebidos na direção espiritual, em mantermos um diálogo vivo com o Senhor, em permanecermos num relacionamento diário com Ele, ainda que não sintamos nenhuma alegria sensível ao fazê-lo.
"Ficaram muito gravados na minha cabeça de criança — conta São Josemaría Escrivá - aqueles sinais que, nas montanhas da minha terra, se colocavam à borda dos caminhos; chamaram-me a atenção uns paus altos, geralmente pintados de vermelho. Explicaram-me então que, quando a neve cai e cobre caminhos, sementeiras e pastos, bosques, penhascos e barrancos, essas estacas sobressaem como ponto de referência seguro, para que toda a gente saiba sempre por onde segue o caminho.
"Na vida interior, passa-se algo parecido. Há primaveras e verões, mas também chegam os invernos, dias sem sol e noites órfãs de lua. Não podemos permitir que a relação com Jesus Cristo dependa do nosso estado de humor, das alterações do nosso caráter. Essas atitudes delatam egoísmo, comodismo, e evidentemente não se compadecem com o amor.
"Por isso, nos momentos de nevasca e vendaval, umas práticas piedosas sólidas - nada sentimentais -, bem arraigadas e adaptadas às circunstâncias próprias de cada um, serão como essas estacas pintadas de vermelho, que continuam a marcar-nos o rumo, até que o Senhor decida que o sol brilhe de novo, os gelos se derretam e o coração torne a vibrar, aceso com um fogo que na realidade nunca esteve apagado: foi apenas o rescaldo oculto pela cinza de uns tempos de prova, ou de menos empenho, ou de pouco sacrifício" 7.
III. A LEALDADE DE ELEAZAR à fé dos seus pais serviu, além disso, para que muitas outras pessoas permanecessem firmes nas suas crenças e costumes. A fidelidade de um homem nunca fica isolada. São muitos os que, talvez sem o saberem expressamente, se apoiam nela. Uma das grandes alegrias que o Senhor nos fará experimentar um dia será podermos contemplar todos aqueles que permaneceram firmes na sua fé e na sua vocação por se terem apoiado na nossa sólida coerência.
A virtude humana correspondente à fidelidade é a lealdade, essencial à convivência entre os homens. Sem um clima de lealdade, as relações e os vínculos humanos degenerariam quando muito numa mera coexistência, com o seu cortejo inexorável de insegurança e desconfiança. A vida propriamente social não seria possível se não se desse "aquela observância dos pactos sem a qual não é possível uma tranqüila convivência entre os povos" 8, feita de confiança mútua, de honestidade, de sinceridade recíproca.
Não é infeqüente que na sociedade, na empresa, nos negócios..., nem sequer se ouça falar de lealdade. A mentira e a manipulação da verdade são mais uma arma que alguns utilizam com a maior desfaçatez nos meios de opinião pública, na política, nos negócios... Muitas vezes, sente-se a falta de honradez no cumprimento da palavra dada e nos compromissos livemente adquiridos. Infelizmente, vai-se mais longe: comenta-se a infidelidade conjugai como se os compromissos adquiridos diante de Deus e diante dos homens não tivessem valor algum. São coisas da vida privada, dizem; portanto, respeitemo-las. Outros, desejando aumentar as suas posses ou satisfazer os seus desejos desordenados de subir na escala social, deixam de cumprir os seus deveres familiares, sociais ou profissionais, traindo os mais nobres e santos compromissos.
Urge que nós, os cristãos - luz do mundo e sal da terra -, procuremos ser exemplo de fidelidade e de lealdade aos compromissos adquiridos. Santo Agostinho recordava aos cristãos do seu tempo: "O marido deve ser fiel à mulher, a mulher ao marido, e ambos a Deus. E os que prometestes continência, deveis cumprir o prometido, já que não vo-lo seria exigido se não o tivésseis prometido [...]. Guardai-vos de fazer trapaças nos vossos negócios. Guardai-vos da mentira e do perjúrio" 9. São palavras que conservam plena atualidade.
Perseverando, com a ajuda do Senhor, nas coisas pequenas de cada dia, conseguiremos ouvir no fim da nossa vida, com imensa felicidade, aquelas palavras do Senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel em poucas coisas, dar-te-ei a intendência de muitas; entra no gozo do teu Senhor 10.
(1) Mac 6, 18-31; Primeira leitura da Missa da terça-feira da trigésima terceira semana do Tempo Comum, ano I; (2) São João Crisóstomo, Homília 3 sobre os santos Macabeus; (3) cfr. Mt 5, 12; (4) At 10, 45; 2 Cor 6, 15; Ef 1, 1; (5) Apoc 2, 10; (6) João Paulo II, Homília, 27.01.79; (7) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 151; (8) Pio XII, Alocução, 24.12.40, 26; (9) Santo Agostinho, Sermão 260; (10) Mt 25, 21-23.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
O Senhor nunca nega a sua Graça
TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA. SEGUNDA-FEIRA
- Aumentar o fervor da oração nos momentos de escuridão.
- A direção espiritual, caminho normal pelo qual Deus atua na alma.
- Fé e sentido sobrenatural neste meio de crescimento interior.
I. E SUCEDEU - lemos no Evangelho da Missa 1 - que, aproximando-se ele de Jerico, estava sentado à borda da estrada um cego pedindo esmola.
Alguns Padres da Igreja dizem que este cego às portas de Jerico é imagem "de quem desconhece a claridade da luz eterna" 2. De vez em quando, a alma pode sofrer momentos de cegueira e escuridão, o caminho claro que um dia vislumbrou pode perder os seus contornos e aquilo que antes era luz e alegria pode transformar-se em trevas e numa certa tristeza que pesa sobre o coração.
Muitas vezes, essa situação é causada pelos pecados pessoais, cujas conseqüências não foram totalmente drenadas, ou pela falta de correspondência à graça: "Talvez o pó que levantamos ao andar - as nossas misérias - forme uma nuvem opaca que não deixa passar a luz" 3. Em outras ocasiões, o Senhor permite essa situação difícil para purificar a alma, para amadurecê-la na humildade e na confiança nEle.
Seja qual for a sua origem, se alguma vez nos encontramos nesse estado, que faremos? O cego de Jerico - Bartimeu, filho de Timeu - ensina-nos: dirigir-nos ao Senhor, pedir-lhe que se compadeça de nós. Jesus Cristo ouve-nos, ainda que pareça seguir o seu caminho e deixar-nos para trás. Não está longe.
Mas é possível que nos aconteça o mesmo que a Bartimeu: Os que iam à frente repreendiam-no para que se calasse. Queriam barrar-lhe o acesso a Cristo. Não teremos sentido o mesmo em muitas ocasiões? "Quando queremos voltar para Deus, essas mesmas fraquezas nas quais incorremos acodem-nos ao coração, turvam-nos o entendimento, deixam-nos o ânimo confuso e quereriam apagar a voz das nossas orações" 5. É o peso da fraqueza ou do pecado que se faz sentir.
Vejamos, contudo, o exemplo do cego: Mas ele gritava cada vez mais alto: Filho de Davi, tem piedade de mim! "Vede-o: aquele a quem a turba repreendia para que se calasse, levanta cada vez mais a voz; assim também nós [...]. Quanto maior for o alvoroço interior, quanto maiores forem as dificuldades que encontremos, com tanto mais força deve sair a oração do nosso coração" 6.
Jesus deteve-se quando dava a impressão de que ia prosseguir, e mandou chamar o cego. Bartimeu aproximou-se e Jesus disse-lhe: Que queres que te faça? Que eu veja, Senhor. E Jesus disse-lhe: Vê, a tua fé te salvou. E imediatamente ele recuperou a vista e seguia-o, glorificando a Deus.
Às vezes, pode ser-nos difícil conhecer as causas que nos levaram a essa situação penosa em que tudo parece custar-nos mais, mas não há dúvida de que conhecemos o remédio sempre eficaz: a oração. "Quando se está às escuras, com a alma cega e inquieta, temos de recorrer, como Bartimeu, à Luz. Repete, grita, insiste com mais força: «Domine, ut videam!» - Senhor, que eu veja!... E far-se-á dia para os teus olhos, e poderás alegrar-te com o clarão de luz que Ele te concederá" 7.
II. JESUS, senhor de todas as coisas, podia curar os doentes - podia realizar qualquer milagre - da maneira que julgasse mais oportuna. Curou alguns com uma só frase, com um simples gesto, à distância... Outros, por etapas, como o cego mencionado por São João 8... Hoje, é muito freqüente que dê luz às almas através de outros homens.
Quando os Magos ficaram sem saber o que fazer quando desapareceu a estrela que os tinha guiado de um lugar tão longe, fizeram o que o senso comum lhes ditava: perguntaram a quem deveria saber onde tinha nascido o rei dos judeus. Perguntaram a Herodes. "Mas nós, cristãos, não temos necessidade de perguntar a Herodes ou aos sábios da terra. Cristo deu à sua Igreja a segurança da doutrina, a corrente de graça dos Sacramentos; e cuidou de que houvesse pessoas que nos pudessem orientar, que nos conduzissem, que nos trouxessem constantemente à memória o nosso caminho [...]. Por isso, se porventura o Senhor permite que fiquemos às escuras, mesmo em coisas de pormenor; se sentimos que a nossa fé não é firme, recorramos ao bom pastor [...], àquele que - dando a vida pelos outros - quer ser, na palavra e na conduta, uma alma enamorada: talvez um pecador também, mas que confia sempre no perdão e na misericórdia de Cristo" 9.
Ordinariamente, ninguém pode guiar-se a si mesmo sem uma ajuda extraordinária de Deus. A falta de objetividade com que nos vemos a nós mesmos, as paixões... tornam difícil, para não dizer impossível, encontrar esses caminhos, às vezes pequenos, mas seguros, que nos levam pelo rumo certo. Por isso, desde há muito tempo, a Igreja, sempre Mãe, aconselhou aos seus filhos esse grande meio de progresso interior que é a direção espiritual.
Não esperemos graças extraordinárias, nos dias normais e naqueles em que mais precisamos de luz, se não quisermos utilizar os meios que o Senhor pôs ao nosso alcance. Quantas vezes Jesus espera a sinceridade e a docilidade da alma para realizar um milagre! Ele nunca nos nega a sua graça se o procuramos na oração e servindo-nos dos meios através dos quais derrama as suas graças.
Santa Teresa escrevia com a humildade dos santos: "Deveria ser muito contínua a nossa oração por esses que nos dão luz. O que seríamos sem eles, entre tempestades tão grandes como as que agora atravessa a Igreja?" 10 E São João da Cruz dizia o mesmo: "Quem quer estar só, sem ar-rimo e sem guia, será como uma árvore que está solitária e sem dono no campo, que por mais fruta que tenha, os caminhantes apanham-na e não chega a amadurecer.
"A árvore cultivada e rodeada dos bons cuidados do dono dá fruta no tempo esperado.
"A alma sem mestre, ainda que tenha virtude, é como um carvão aceso que está só; mais se irá esfriando do que acendendo" 11.
Não deixemos de recorrer ao Senhor servindo-nos desse meio, tanto mais aconselhável quanto maiores forem os obstáculos interiores ou externos que tentem impedir-nos de ir ao encontro de Jesus que passa ao nosso lado. Não deixemos de recorrer a esses meios normais, através dos quais o Senhor realiza milagres tão grandes.
III. A NOSSA INTENÇÃO ao procurarmos orientação na direção espiritual é a de aprender a viver conforme o querer divino. Com o próprio São Paulo, apesar do modo extraordinário com que teve início a sua vocação, Deus quis depois seguir o caminho normal, quer dizer, quis formá-lo e transmitir-lhe a sua vontade através de outras pessoas. Ananias impôs-lhe as mãos e imediatamente caíram-lhe dos olhos umas como escamas, e recuperou a vista 12.
Naquele que nos ajuda devemos ver o próprio Cristo, que nos ensina, ilumina, cura e dá alimento à nossa alma para que continue o seu caminho. Sem esse sentido sobrenatural, sem essa fé, a direção espiritual ficaria desvirtuada; converter-se-ia em algo completamente .diferente: numa troca de opiniões, talvez. E torna-se uma grande ajuda e confere muita fortaleza quando o que realmente desejamos é averiguar a vontade de Deus a nosso respeito e identificar-nos com ela. Por outro lado, não devemos esquecer que não é um meio para encontrarmos solução para os nossos problemas temporais: ajuda-nos a santificá-los, nunca a organizámos nem a resolvê-los. Não é essa a sua finalidade.
A consciência de que, através dessa pessoa que conta com uma graça especial de Deus para nos aconselhar, nos aproximamos do próprio Cristo, determinará a confiança, a delicadeza, a simplicidade e a sinceridade com que devemos servir-nos deste meio. Bartimeu aproximou-se de Jesus como quem caminha para a Luz, para a Vida, para a Verdade, para o Caminho. Assim também devemos nós fazer, porque essa pessoa é um instrumento através do qual Deus nos comunica graças semelhantes às que teríamos obtido se nos .tivéssemos encontrado com Ele pelos caminhos da Palestina. Na continuidade da direção espiritual, a alma vai-se forjando; e, pouco a pouco, com derrotas e com vitórias, vai construindo o edifício sobrenatural da santidade.
"Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente? - Um tijolo, e outro. Milhares. Mas, um a um. - E sacos de cimento, um a um. E blocos de pedra, que são bem pouco ante a mole do conjunto. - E pedaços de ferro. - E operários trabalhando, dia após dia, as mesmas horas...
"Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente?... - À força de pequenas coisas!" 13
Um quadro pinta-se pincelada a pincelada, um livro escreve-se página a página, com amor paciente, e uma corda grossa, capaz de levantar grandes pesos, está tecida por um sem-número de fibras finas. Um pequeno conselho escutado na direção espiritual, e outro, e outro, que depois pomos em prática com humilde docilidade, serão esses pequenos tijolos que erguerão o edifício da nossa santidade.
Se vivermos bem a direção espiritual, sentir-nos-emos como Bartimeu, que passou a seguir Jesus glorificando a Deus, cheio de alegria.
(1) Lc 18, 35-43; (2) cfr. São Gregório Magno, Homílias sobre os Evangelhos, I, 2, 2; (3) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 34; (4) Mc 10, 46-52; (5) São Gregório Magno, Homílias sobre os Evangelhos, I, 2, 3; (6) cfr. ibid., I, 2, 4; (7) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 862; (8) cfr. Jo 9, 1 e segs.; (9) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 34; (10) Santa Teresa, Vida, 13, 10; (11) São João da Cruz, Dichos de luz y de amor, Apostolado de Ia Prensa, Madrid, 1966, págs. 958-964; (12) cfr. At 9, 17-18; (13) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 823.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
18 de Novembro 2019
A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: 1Mc 1,10-15.41-43.54-57.62-64
“Uma cólera terrível se abateu sobre Israel”
Leitura do Primeiro Livro dos Macabeus
Naqueles dias, 10 brotou uma raiz iníqua, Antíoco Epífanes, filho do rei Antíoco. Estivera em Roma, como refém, e subiu ao trono no ano cento e trinta e sete da era dos gregos. 11 Naqueles dias, apareceram em Israel pessoas ímpias, que seduziram a muitos, dizendo: “Vamos fazer uma aliança com as nações vizinhas, pois, desde que nos isolamos delas, muitas desgraças nos aconteceram”. 12 Estas palavras agradaram, 13 e alguns do povo entusiasmaram-se e foram procurar o rei, que os autorizou a seguir os costumes pagãos. 14 Edificaram em Jerusalém um ginásio, de acordo com as normas dos gentios. 15 Aboliram o uso da circuncisão e renunciaram à aliança sagrada. Associaram-se com os pagãos e venderam-se para fazer o mal. 41 Então o rei Antíoco publicou um decreto para todo o reino, ordenando que todos formassem um só povo, obrigando cada um a abandonar seus costumes particulares. 42 Todos os pagãos acataram a ordem do rei 43 e inclusive muitos israelitas adotaram sua religião, sacrificando aos ídolos e profanando o sábado. 54 No dia quinze do mês de Casleu, no ano cento e quarenta e cinco, Antíoco fez erigir sobre o altar dos sacrifícios a Abominação da desolação. E pelas cidades circunvizinhas de Judá construíram altares. 55 Queimavam incenso junto às portas das casas e nas ruas. 56 Os livros da Lei, que lhes caíam nas mãos, eram atirados ao fogo, depois de rasgados. 57 Em virtude do decreto real, era condenado à morte todo aquele em cuja casa fosse encontrado um livro da Aliança, assim como qualquer pessoa que continuasse a observar a Lei. 62 Mas muitos israelitas resistiram e decidiram firmemente não comer alimentos impuros. 63 Preferiram a morte a contaminar-se com aqueles alimentos. E, não querendo violar a aliança sagrada, esses foram trucidados. 64 Uma cólera terrível se abateu sobre Israel.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 118(119), 53 e 61.134.150.155.158(R. cf. 88)
R. Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!
53 Apodera-se de mim a indignação, *
vendo que os ímpios abandonam vossa lei. R.
61 Mesmo que os ímpios me amarrem com seus laços, *
nem assim hei de esquecer a vossa lei. R.
134 Libertai-me da opressão e da calúnia, *
para que eu possa observar vossos preceitos! R.
150 Meus opressores se aproximam com maldade; *
como estão longe, ó Senhor, de vossa lei! R.
155 Como estão longe de salvar-se os pecadores, *
pois não procuram, ó Senhor, vossa vontade! R.
158 Quando vejo os renegados, sinto nojo, *
porque foram infiéis à vossa lei. R.
Evangelho: Lc 18,35-43
O que queres que eu faça por ti?’
Senhor, eu quero enxergar de novo.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
35 Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. 36 Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. 37 Disseram-lhe que Jesus Nazareno estava passando por ali. 38 Então o cego gritou: ‘Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!’ 39 As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: ‘Filho de Davi, tem piedade de mim!’ 40 Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: 41 ‘O que queres que eu faça por ti?’ O cego respondeu: ‘Senhor, eu quero enxergar de novo.’ 42 Jesus disse: ‘Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou.’ 43 No mesmo instante, o cego começou a ver de novo e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu louvores a Deus.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
O Senhor nunca nega a sua graça
TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA. SEGUNDA-FEIRA
– Aumentar o fervor da oração nos momentos de escuridão.
– A direção espiritual, caminho normal pelo qual Deus atua na alma.
– Fé e sentido sobrenatural neste meio de crescimento interior.
I. E SUCEDEU – lemos no Evangelho da Missa 1 – que, aproximando-se ele de Jericó, estava sentado à borda da estrada um cego pedindo esmola.
Alguns Padres da Igreja dizem que este cego às portas de Jericó é imagem “de quem desconhece a claridade da luz eterna”. De vez em quando, a alma pode sofrer momentos de cegueira e escuridão, o caminho claro que um dia vislumbrou pode perder os seus contornos e aquilo que antes era luz e alegria pode transformar-se em trevas e numa certa tristeza que pesa sobre o coração.
Muitas vezes, essa situação é causada pelos pecados pessoais, cujas conseqüências não foram totalmente drenadas, ou pela falta de correspondência à graça: “Talvez o pó que levantamos ao andar – as nossas misérias – forme uma nuvem opaca que não deixa passar a luz”3. Em outras ocasiões, o Senhor permite essa situação difícil para purificar a alma, para amadurecê-la na humildade e na confiança nEle.
Seja qual for a sua origem, se alguma vez nos encontramos nesse estado, que faremos? O cego de Jericó – Bartimeu, filho de Timeu 4 – ensina-nos: dirigir-nos ao Senhor, pedir-lhe que se compadeça de nós. Jesus Cristo ouve-nos, ainda que pareça seguir o seu caminho e deixar-nos para trás. Não está longe.
Mas é possível que nos aconteça o mesmo que a Bartimeu: Os que iam à frente repreendiam-no para que se calasse. Queriam barrar-lhe o acesso a Cristo. Não teremos sentido o mesmo em muitas ocasiões? “Quando queremos voltar para Deus, essas mesmas fraquezas nas quais incorremos acodem-nos ao coração, turvam-nos o entendimento, deixam-nos o ânimo confuso e quereriam apagar a voz das nossas orações” 5. É o peso da fraqueza ou do pecado que se faz sentir.
Vejamos, contudo, o exemplo do cego: Mas ele gritava cada vez mais alto: Filho de Davi, tem piedade de mim! “Vede-o: aquele a quem a turba repreendia para que se calasse, levanta cada vez mais a voz; assim também nós [...]. Quanto maior for o alvoroço interior, quanto maiores forem as dificuldades que encontremos, com tanto mais força deve sair a oração do nosso coração” 6.
Jesus deteve-se quando dava a impressão de que ia prosseguir, e mandou chamar o cego. Bartimeu aproximou-se e Jesus disse-lhe: Que queres que te faça? Que eu veja, Senhor. E Jesus disse-lhe: Vê, a tua fé te salvou. E imediatamente ele recuperou a vista e seguia-o, glorificando a Deus.
Às vezes, pode ser-nos difícil conhecer as causas que nos levaram a essa situação penosa em que tudo parece custar-nos mais, mas não há dúvida de que conhecemos o remédio sempre eficaz: a oração. “Quando se está às escuras, com a alma cega e inquieta, temos de recorrer, como Bartimeu, à Luz. Repete, grita, insiste com mais força: «Domine, ut videam!» – Senhor, que eu veja!... E far-se-á dia para os teus olhos, e poderás alegrar-te com o clarão de luz que Ele te concederá” 7.
II. JESUS, SENHOR de todas as coisas, podia curar os doentes – podia realizar qualquer milagre – da maneira que julgasse mais oportuna. Curou alguns com uma só frase, com um simples gesto, à distância... Outros, por etapas, como o cego mencionado por São João 8... Hoje, é muito freqüente que dê luz às almas através de outros homens.
Quando os Magos ficaram sem saber o que fazer quando desapareceu a estrela que os tinha guiado de um lugar tão longe, fizeram o que o senso comum lhes ditava: perguntaram a quem deveria saber onde tinha nascido o rei dos judeus. Perguntaram a Herodes. “Mas nós, cristãos, não temos necessidade de perguntar a Herodes ou aos sábios da terra. Cristo deu à sua Igreja a segurança da doutrina, a corrente de graça dos Sacramentos; e cuidou de que houvesse pessoas que nos pudessem orientar, que nos conduzissem, que nos trouxessem constantemente à memória o nosso caminho [...]. Por isso, se porventura o Senhor permite que fiquemos às escuras, mesmo em coisas de pormenor; se sentimos que a nossa fé não é firme, recorramos ao bom pastor [...], àquele que – dando a vida pelos outros – quer ser, na palavra e na conduta, uma alma enamorada: talvez um pecador também, mas que confia sempre no perdão e na misericórdia de Cristo” 9.
Ordinariamente, ninguém pode guiar-se a si mesmo sem uma ajuda extraordinária de Deus. A falta de objetividade com que nos vemos a nós mesmos, as paixões... tornam difícil, para não dizer impossível, encontrar esses caminhos, às vezes pequenos, mas seguros, que nos levam pelo rumo certo. Por isso, desde há muito tempo, a Igreja, sempre Mãe, aconselhou aos seus filhos esse grande meio de progresso interior que é a direção espiritual.
Não esperemos graças extraordinárias, nos dias normais e naqueles em que mais precisamos de luz, se não quisermos utilizar os meios que o Senhor pôs ao nosso alcance. Quantas vezes Jesus espera a sinceridade e a docilidade da alma para realizar um milagre! Ele nunca nos nega a sua graça se o procuramos na oração e servindo-nos dos meios através dos quais derrama as suas graças.
Santa Teresa escrevia com a humildade dos santos: “Deveria ser muito contínua a nossa oração por esses que nos dão luz. O que seríamos sem eles, entre tempestades tão grandes como as que agora atravessa a Igreja?”10 E São João da Cruz dizia o mesmo: “Quem quer estar só, sem arrimo e sem guia, será como uma árvore que está solitária e sem dono no campo, que por mais fruta que tenha, os caminhantes apanham-na e não chega a amadurecer. A árvore cultivada e rodeada dos bons cuidados do dono dá fruta no tempo esperado. A alma sem mestre, ainda que tenha virtude, é como um carvão aceso que está só; mais se irá esfriando do que acendendo” 11.
Não deixemos de recorrer ao Senhor servindo-nos desse meio, tanto mais aconselhável quanto maiores forem os obstáculos interiores ou externos que tentem impedir-nos de ir ao encontro de Jesus que passa ao nosso lado. Não deixemos de recorrer a esses meios normais, através dos quais o Senhor realiza milagres tão grandes.
III. A NOSSA INTENÇÃO ao procurarmos orientação na direção espiritual é a de aprender a viver conforme o querer divino. Com o próprio São Paulo, apesar do modo extraordinário com que teve início a sua vocação, Deus quis depois seguir o caminho normal, quer dizer, quis formá-lo e transmitir-lhe a sua vontade através de outras pessoas. Ananias impôs-lhe as mãos e imediatamente caíram-lhe dos olhos umas como escamas, e recuperou a vista 12.
Naquele que nos ajuda devemos ver o próprio Cristo, que nos ensina, ilumina, cura e dá alimento à nossa alma para que continue o seu caminho. Sem esse sentido sobrenatural, sem essa fé, a direção espiritual ficaria desvirtuada; converter-se-ia em algo completamente diferente: numa troca de opiniões, talvez. E torna-se uma grande ajuda e confere muita fortaleza quando o que realmente desejamos é averiguar a vontade de Deus a nosso respeito e identificar-nos com ela. Por outro lado, não devemos esquecer que não é um meio para encontrarmos solução para os nossos problemas temporais: ajuda-nos a santificá-los, nunca a organizá-los nem a resolvê-los. Não é essa a sua finalidade.
A consciência de que, através dessa pessoa que conta com uma graça especial de Deus para nos aconselhar, nos aproximamos do próprio Cristo, determinará a confiança, a delicadeza, a simplicidade e a sinceridade com que devemos servir-nos deste meio. Bartimeu aproximou-se de Jesus como quem caminha para a Luz, para a Vida, para a Verdade, para o Caminho. Assim também devemos nós fazer, porque essa pessoa é um instrumento através do qual Deus nos comunica graças semelhantes às que teríamos obtido se nos tivéssemos encontrado com Ele pelos caminhos da Palestina.
Na continuidade da direção espiritual, a alma vai-se forjando; e, pouco a pouco, com derrotas e com vitórias, vai construindo o edifício sobrenatural da santidade.
“Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente? – Um tijolo, e outro. Milhares. Mas, um a um. – E sacos de cimento, um a um. E blocos de pedra, que são bem pouco ante a mole do conjunto. – E pedaços de ferro. – E operários trabalhando, dia após dia, as mesmas horas... Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente?... – À força de pequenas coisas!”13
Um quadro pinta-se pincelada a pincelada, um livro escreve-se página a página, com amor paciente, e uma corda grossa, capaz de levantar grandes pesos, está tecida por um sem-número de fibras finas. Um pequeno conselho escutado na direção espiritual, e outro, e outro, que depois pomos em prática com humilde docilidade, serão esses pequenos tijolos que erguerão o edifício da nossa santidade.
Se vivermos bem a direção espiritual, sentir-nos-emos como Bartimeu, que passou a seguir Jesus glorificando a Deus, cheio de alegria.
(1) Lc 18, 35-43; (2) cfr. São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, I, 2, 2; (3) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 34; (4) Mc 10, 46-52; (5) São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, I, 2, 3; (6) cfr. ibid., I, 2, 4; (7) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 862; (8) cfr. Jo 9, 1 e segs.; (9) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 34; (10) Santa Teresa, Vida, 13, 10; (11) São João da Cruz, Dichos de luz y de amor, Apostolado de la Prensa, Madrid, 1966, págs. 958-964; (12) cfr. At 9, 17-18; (13) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 823.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo
18 de Novembro
Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo
Neste dia 18 de novembro, a Igreja celebra a dedicação das Basílicas dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, templos em Roma que contêm os restos mortais destes dois grandes nomes do cristianismo e símbolos da fraternidade e da unidade da Igreja.
A Basílica de São Pedro, no Vaticano, foi construída sobre o túmulo do Apóstolo, que morreu crucificado de cabeça para baixo. No ano 323, o imperador Constantino mandou construir no local a Basílica dedicada àquele que foi o primeiro Papa da Igreja.
A atual Basílica de São Pedro demorou 170 anos para ser edificada. Começou com o Papa Nicolau V, em 1454, e foi concluída pelo Papa Urbano VIII, que a consagrou em 18 de novembro de 1626. A data coincide com a consagração da antiga Basílica.
A Basílica de São Pedro mede 212 metros de comprimento, 140 de largura e 133 metros de altura em sua cúpula. Não há templo no mundo que se iguale em extensão.
A Basílica de São Paulo Extramuros é, depois de São Pedro, o maior templo de Roma. Também surgiu por vontade de Constantino. Em 1823, foi quase totalmente destruída por um terrível incêndio. Leão XIII iniciou sua reconstrução e foi consagrada em 10 de dezembro de 1854 pelo Papa Pio IX.
Um fato interessante é que, sob as janelas da nave central nas naves laterais, em mosaico, encontram-se os retratos de todos os Papas desde São Pedro até o atual, o Papa Francisco.
Em 2009, por ocasião desta celebração, o Papa Bento XVI disse que “esta festa nos proporciona a ocasião de ressaltar o significado e o valor da Igreja. Queridos jovens, amem a Igreja e cooperem com entusiasmo em sua edificação”.
Fonte: https://www.acidigital.com
Santa Isabel da Hungria
17 de Novembro
Santa Isabel da Hungria
Neste dia 17 de novembro, a Igreja celebra Santa Isabel da Hungria, uma jovem mãe que aproveitou sua condição de nobreza para ajudar Cristo nos mais pobres. Ao morrer, apareceu a um homem e disse que ia para a glória e que morria para a terra.
Filha do rei da Hungria, nasceu em 1207 e foi dada em casamento a Luiz Landgrave da Turíngia. Por isso, desde pequena, foi enviada por seus pais ao castelo de Wartburg para ser educada na corte de Turíngia com aquele que seria seu marido. Teve que suportar incompreensões por sua bondade.
Seu prometido, cada vez que passava pela cidade, comprava algo para a santa e entregava-lhe muito respeitosamente. Mais tarde, o jovem herdou a ‘dignidade’ de Landgrave e se casou com Santa Isabel. Deus lhes concedeu três filhos.
Luiz não colocava impedimento às obras de caridade da santa, mas, à noite, quando ela se levantava para rezar, seu esposo lhe pegava pela mão com medo de que tantos sacrifícios lhe causassem danos e suplicava que voltasse a descansar.
Por um tempo, a fome se fez sentir naquelas terras e Santa Isabel gastou seu dinheiro e os grãos que estavam reservados para sua casa, ajudando os pobres. Isto lhe rendeu grandes críticas. Como o castelo ficava sobre uma colina, construiu um hospital ao pé do monte para dar de comer aos inválidos com suas próprias mãos e pagava a educação das crianças pobres, especialmente dos órfãos.
Luiz morreu em uma das cruzadas, vítima da peste, e Santa Isabel sofreu muito. Depois, seu cunhado se apoderou do governo e ela teve que se mudar. Posteriormente, quando seus filhos tinham todo o necessário, tomou o hábito da ordem terceira de São Francisco.
Seu sacerdote confessor a submetia a grandes sacrifícios como despedir seus criados que mais amava. Ajudava os enfermos, vivia austeramente e trabalhava sem descanso. Partiu para a Casa do Pai ao anoitecer de 17 de novembro de 1231.
Diz-se que no dia de sua morte, um irmão leigo tinha quebrado um braço em um acidente e sofria na cama com dores. Então, Santa Isabel lhe apareceu com vestidos radiantes e o irmão lhe perguntou por que estava vestida tão formosamente. Ela respondeu: “É que vou para a glória. Acabo de morrer para a terra. Estique seu braço porque foi curado”.
Dois dias depois do enterro, um monge cisterciense foi ao túmulo de Santa Isabel e ajoelhou-se para pedir à santa que intercedesse para se curar de uma terrível dor no coração. De uma hora para outra, ficou completamente curado de sua doença.
Fonte: https://www.acidigital.com
Trabalhar enquanto o senhor está fora
TEMPO COMUM. TRIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO. ANO C
- A espera da vida eterna não nos exime de uma vida de trabalho intenso.
- O trabalho, um dos maiores bens do homem.
- A ocupação profissional, realizada de olhos postos em Deus, não nos afasta do nosso fim último: deve aproximar-nos d'Ele.
I. NESTES ÚLTIMOS DOMINGOS, a liturgia convida-nos a meditar nos últimos fins do homem, no seu destino além da morte. Na primeira Leitura de hoje 1, o profeta Malaquias fala com acentos fortes dos últimos tempos: Porque eis que virá um dia semelhante a uma fornalha... E Jesus recorda-nos no Evangelho da Missa 2 que devemos estar vigilantes ante a sua chegada no fim do mundo: Vede, não sejais enganados...
Alguns cristãos da primitiva Igreja julgaram que essa chegada gloriosa do Senhor era iminente. Pensaram que o fim dos tempos estava próximo e por isso, entre outras razões, descuraram o trabalho e andavam muito ocupados em não fazer nada e meter-se em tudo. Deduziram que, dada a sua precariedade, não valia a pena dedicarem-se plenamente aos assuntos terrenos. Por isso São Paulo repreende-os, como lemos na segunda Leitura da Missa 3, e recorda-lhes a vida de trabalho que levou entre eles, apesar da sua intensa dedicação ao Evangelho; volta a repetir-lhes a norma de conduta que já tinha aconselhado: Porque, quando ainda estávamos convosco, vos declaramos que, se alguém não quer trabalhar, também não coma. E aos que estavam entregues à ociosidade, recomenda-lhes que comam o seu pão, trabalhando pacificamente.
A vida é realmente muito curta e o encontro com Jesus está próximo. Isto ajuda-nos a desprender-nos dos bens que temos de utilizar e a aproveitar o tempo; mas não nos exime de maneira nenhuma de dedicar-nos plenamente à nossa profissão no seio da sociedade. Mais ainda: é com os nossos afazeres terrenos, ajudados pela graça, que temos de ganhar o Céu.
O Magistério da Igreja recorda o valor do trabalho e exorta "os cristãos, cidadãos da cidade temporal e da cidade eterna, a procurarem desempenhar fielmente as suas tarefas temporais, guiados pelo espírito do Evangelho". Para imitar Cristo, que trabalhou como artesão a maior parte da sua vida, longe de descurar as tarefas temporais, os cristãos "estão mais obrigados a cumpri-los, por causa da própria fé, de acordo com a vocação a que cada um foi chamado" 4.
Assim deve ser a nossa atuação no meio do mundo: olhar freqüentemente para o Céu, para a Pátria definitiva, mas ter ao mesmo tempo os pés bem assentados sobre a terra, trabalhar com intensidade para dar glória a Deus, atender o melhor possível às necessidades da família e servir a sociedade a que pertencemos. Sem um trabalho sério, feito com consciência, é muito difícil, para não dizer impossível, santificar-se no meio do mundo.
II. A POSSIBILIDADE de trabalhar é um dos grandes bens recebidos de Deus, "é uma maravilhosa realidade que se nos impõe como uma lei inexorável a que todos, de uma maneira ou de outra, estão submetidos, ainda que alguns pretendam fugir-lhe. Aprendei-o bem: esta obrigação não surgiu como uma seqüela do pecado original nem se reduz a um achado dos tempos modernos. Trata-se de um meio necessário que Deus nos confia aqui na terra, dilatando os nossos dias e fazendo-nos participar do seu poder criador, para que ganhemos o nosso sustento e simultaneamente colhamos frutos para a vida eterna (Jo 4, 36)" 5.
O trabalho é o meio ordinário de subsistência e o campo privilegiado para o desenvolvimento das virtudes humanas: a rijeza, a constância, o otimismo por cima das dificuldades... A fé cristã impele-nos além disso a "comportar-nos como filhos de Deus com os filhos de Deus" 6, a viver um "espírito de caridade, de convivência, de compreensão" 7, a tirar da vida "o apego à nossa comodidade, a tentação do egoísmo, a tendência para a exaltação pessoal" 8, a "mostrar a caridade de Cristo e os seus resultados concretos de amizade, de compreensão, de afeto humano, de paz" 9. Pelo contrário, a preguiça, a ociosidade, o trabalho mal acabado trazem graves conseqüências. A ociosidade ensina muitas maldades 10, pois impede a perfeição humana e sobrenatural do homem, debilita-lhe o caráter e abre as portas à concupiscência e a muitas tentações.
Durante séculos, muitos pensavam que, para serem bons cristãos, bastava-lhes uma vida de piedade sem conexão alguma com as suas ocupações profissionais no escritório, na Universidade, no campo... Muitos tinham, além disso, a convicção de que os afazeres temporais, os assuntos profanos em que o homem está imerso de uma forma ou de outra, eram um obstáculo para o encontro com Deus e para uma vida plenamente cristã". A vida oculta de Jesus veio ensinar-nos o valor do trabalho, da unidade de vida, pois com o seu trabalho diário o Senhor estava também redimindo o mundo.
É no meio do trabalho que procuramos todos os dias encontrar o Senhor (pedindo-lhe ajuda, oferecendo-lhe a perfeição com que procuramos executar as tarefas que temos entre mãos, sentindo-nos participantes da Criação em tudo o que fazemos...) e exercer a caridade (cultivando as virtudes da convivência com os que estão ao nosso lado, prestando-lhes esses pequenos serviços que tanto se agradecem, rezando por eles e pelas suas famílias, ajudando-os a resolver os seus problemas...) Procuramos o olhar do Senhor no nosso trabalho ordinário? Procuramos que seja um olhar de alegria, pelo esmero com que trabalhamos, pelas virtudes que praticamos?
III. O TRABALHO não só não nos deve afastar do nosso último fim, dessa espera vigilante com a que a liturgia destes dias quer que nos mantenhamos alerta, como deve ser o caminho concreto para crescermos na vida cristã.
Para isso, o fiel cristão não deve esquecer que, além de ser cidadão da terra, também o é do Céu, e por isso deve comportar-se entre os outros de uma maneira digna da vocação a que foi chamado12, sempre alegre, irrepreensível e simples, compreensivo com todos 13, bom trabalhador e bom amigo, aberto a todas as realidades autenticamente humanas. Quanto ao mais, irmãos — exortava São Paulo aos cristãos de Filipos -, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é santo, tudo o que é amável, tudo o que é de bom nome, qualquer virtude, qualquer coisa digna de louvor seja isso o objeto dos vossos pensamentos 14.
Além disso, o cristão converte o seu trabalho em oração se procura a glória de Deus e o bem dos homens naquilo que realiza, se pede ajuda ao Senhor ao começar a sua tarefa e nas dificuldades que surgem, se lhe dá graças depois de concluir um assunto, ao terminar a jornada..., ut cuncta nos-tra oratio et operado a te semper incipiat, et per te coepta jiniatur..., para que as nossas orações e trabalhos sempre comecem e acabem em Deus. O trabalho é o caminho diário para o Senhor. "Por isso, o homem não se deve limitar a fazer coisas, a construir objetos. O trabalho nasce do, amor, manifesta o amor, orienta-se para o amor. Reconhecemos Deus não apenas no espetáculo da natureza, mas também na experiência do nosso próprio trabalho, do nosso esforço. O trabalho é assim oração, ação de graças, porque nos sabemos colocados na terra por Deus, amados por Ele, herdeiros das suas promessas" 15.
A profissão, meio de santidade para o cristão, é também fonte de graças para toda a Igreja, pois somos o corpo de Cristo e membros unidos a outros membros ,6. Quando alguém luta com espírito cristão por melhorar no seu trabalho, beneficia todos os membros do Corpo Místico na sua caminhada para o Senhor. "O suor e a fadiga, que o trabalho acarreta necessariamente na atual condição da humanidade, oferecem ao cristão e a cada homem, que foi chamado a seguir a Cristo, a possibilidade de participar no amor à obra que Cristo veio realizar (cfr. Jo 17, 4). Esta obra de salvação realizou-se através do sofrimento e da morte na Cruz. Suportando a fadiga do trabalho em união com Cristo crucificado por nós, o homem colabora de certa maneira com o Filho de Deus na redenção da humanidade. Mostra-se verdadeiro discípulo de Jesus levando por sua vez a cruz de cada dia (cfr. Lc 9, 23) na atividade que foi chamado a realizar" 17.
No exercício da nossa profissão, encontraremos naturalmente, sem assumir ares de mestres, inúmeras ocasiões de dar a conhecer a doutrina de Cristo: numa conversa amigável, no comentário a uma notícia que está na boca de todos, ao escutarmos a confidencia de um problema pessoal ou familiar... O Anjo da Guarda, a quem tantas vezes recorremos, porá na nossa boca a palavra justa que anime, que ajude e facilite, talvez com o tempo, a aproximação mais direta de Cristo das pessoas que trabalham conosco.
Assim nós, os cristãos, esperamos a visita do Senhor: enriquecendo a alma nos nossos afazeres, ajudando os outros a pôr o olhar num fim mais transcendente. De maneira nenhuma empregando o tempo em não fazer nada, deixando de aproveitar os meios que o próprio Deus nos deu para ganharmos o Céu.
São José, nosso Pai e Senhor, há de ensinar-nos a san-tificar as nossas ocupações, pois ele, ensinando a Jesus a sua profissão, "aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção" 18. Muito perto de José, encontraremos sempre Maria.
(1) Mal 4, 1-2; (2) Lc 21, 5-19; (3) 2 Tess 3, 7-12; (4) Concilio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 43; (5) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 57; (6) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 36; (7) São Josemaría Escrivá, Questões atuais do cristianismo, n. 35; (8) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 158; (9) ibid., n. 166; (10) Eclo 33, 29; (11) cfr. José Luis Illanes, A santificação do trabalho, Quadrante, São Paulo, 1982, págs. 31-43; (12) cfr. Fil 1, 27; 3, 6; (13) cfr. Fil 2, 3-4; 4, 4; 2, 15; 4, 5; (14) Fil 4, 8; (15) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 48; (16) 1 Cor 12, 27; (17) João Paulo II, Carta Encíclica Laborem exercens, 14.09.81, 27; (18) João Paulo II, Exortação Apostólica Redemptoris custos, 15.08.89, 22.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
17 de Novembro 2019
A SANTA MISSA

33º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Cor: Verde
1ª Leitura: Ml 3,19-20a
Nascerá para vós o sol da justiça.
Leitura da Profecia de Malaquias
19 Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los, diz o Senhor dos exércitos, tal que não lhes deixará raiz nem ramo. 20a Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 97,5-6.7-8.9a.9bc (R. cf. 9)
R. O Senhor virá julgar a terra inteira;
com justiça julgará.
5 Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa*
e da cítara suave!
6 Aclamai, com os clarins e as trombetas,*
ao Senhor, o nosso Rei! R.
7 Aplauda o mar com todo ser que nele vive,*
o mundo inteiro e toda gente!
8 As montanhas e os rios batam palmas*
e exultem de alegria. R.
9a Exultem na presença do Senhor, pois ele vem,*
vem julgar a terra inteira.
9b Julgará o universo com justiça*
9c e as nações com equidade. R.
2ª Leitura: 2Ts 3,7-12
Quem não quer trabalhar, também não deve comer.
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses
Irmãos: Bem sabeis como deveis seguir o nosso exemplo, pois não temos vivido entre vós na ociosidade. 8 De ninguém recebemos de graça o pão que comemos. Pelo contrário, trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a ninguém. 9 Não que não tivéssemos o direito de fazê-lo, mas queríamos apresentar-nos como exemplo a ser imitado. 10 Com efeito, quando estávamos entre vós, demos esta regra: ‘Quem não quer trabalhar, também não deve comer’. 11 Ora, ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada. 12 Em nome do Senhor Jesus Cristo, ordenamos e exortamos a estas pessoas que, trabalhando, comam na tranquilidade o seu próprio pão.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 21,5-19
É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 5 Algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6 ‘Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.’ 7 Mas eles perguntaram: ‘Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer? 8 Jesus respondeu: ‘Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo.’ Não sigais essa gente! 9 Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim.’ 10 E Jesus continuou: ‘Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11 Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu. 12 Antes, porém, que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13 Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14 Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15 porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16 Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17 Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18 Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19 É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!