A vida em Nazaré. Trabalho
TEMPO DO NATAL DEPOIS DA EPIFANIA. 8 DE JANEIRO
– O Senhor, que trabalhou na oficina de São José, é nosso modelo no trabalho.
– Como foi o trabalho de Jesus. Como deve ser o nosso.
– Devemos ganhar o céu com o trabalho. Mortificações, detalhes de caridade, competência profissional nas nossas tarefas.
I. QUANDO MEDITAMOS a vida de Jesus, vemos que o Senhor passou a maior parte dos seus dias na obscuridade de um pequeno povoado, praticamente desconhecido dentro da sua própria pátria. Compreendemos que alguns dos seus vizinhos lhe dissessem: Sai daqui para que vejam as obras que fazes; ninguém faz estas coisas em segredo se pretende manifestar-se1. Mas o valor das obras do Senhor foi sempre infinito, e Ele dava a seu Pai a mesma glória quer quando serrava toros de madeira, quer quando ressuscitava um morto ou quando as multidões o seguiam louvando a Deus.
Durante esses trinta anos da vida de Jesus em Nazaré, o mundo presenciou muitos acontecimentos. A paz de Augusto chegava ao fim e as legiões romanas preparavam-se para conter os invasores bárbaros... Na Judéia, Arquelau era desterrado por causa das suas inúmeras arbitrariedades... Em Roma, o Senado divinizava Otávio Augusto...
Mas o Filho de Deus encontrava-se então numa pequena aldeia, a 140 quilômetros de Jerusalém. Vivia numa casa modesta, talvez feita de adobe, como as outras, com a sua Mãe, Maria, pois José já devia ter falecido. O que fazia ali o Deus-Homem? Trabalhava, como os demais homens da aldeia. Não se distinguia deles por nada de chamativo, pois também era um deles. Era perfeito Deus e homem perfeito. E nós não podemos esquecer que a existência terrena do Filho de Deus se compôs não só dos três anos de vida apostólica, mas destes trinta anos de vida oculta.
Quando, depois de iniciada a vida pública, volta um dia a Nazaré, os seus conterrâneos admiram-se da sua sabedoria e dos fatos prodigiosos que se contavam a seu respeito. Conheciam-no pelo seu ofício: Que sabedoria é esta que lhe foi dada?... Não é este o artesão, filho de Maria...?2 E São Mateus nos dirá também, em outro lugar, o que pensavam de Cristo na sua terra: Não é este o filho do carpinteiro? A sua mãe não se chama Maria?3 Tinham-no visto trabalhar durante muitos anos, dia após dia. Por isso traziam agora à baila o seu ofício. Na sua pregação, pode-se notar, além disso, que Jesus conhece bem o mundo do trabalho; conhece-o como alguém que esteve bem metido nele, e é por isso que apresenta muitos exemplos de gente que trabalha.
Com estes anos de vida oculta em Nazaré, o Senhor quis mostrar-nos o valor da vida diária como meio de santificação.
“Porque a vida comum e normal, aquela que vivemos entre os demais concidadãos, nossos iguais, não é nenhuma coisa sem altura e sem relevo. É precisamente nessas circunstâncias que o Senhor quer que a imensa maioria dos seus filhos se santifique”4.
Os nossos dias podem ser santificados se se assemelharem aos de Jesus nesses seus anos de vida oculta e simples em Nazaré: se trabalharmos conscienciosamente e nos mantivermos na presença de Deus ao longo das nossas ocupações, se vivermos a caridade com os que estão ao nosso lado, se soubermos aceitar os contratempos sem nos queixarmos, se as relações profissionais e sociais forem para nós ocasião de ajudar os outros e aproximá-los de Deus.
II. SE CONTEMPLARMOS a vida de Jesus ao longo destes anos sem relevo externo, vê-lo-emos trabalhar bem, sem dar “jeitos”, preenchendo as horas com um trabalho intenso. Não nos custa imaginar o Senhor recolhendo os instrumentos de trabalho no fim do dia, deixando as coisas ordenadas, recebendo afavelmente o vizinho que lhe vai encomendar alguma peça, mesmo aquele que é menos simpático e aquele outro de conversa pouco grata. Jesus devia ter o prestígio de quem trabalha bem, pois fez tudo bem feito5, incluídas as coisas materiais. E todos os que se relacionaram com Ele sentiram-se sem dúvida impelidos a ser melhores e receberam os benefícios da sua oração silenciosa.
O ofício do Senhor não foi brilhante, como também não foi cômodo nem de grandes perspectivas humanas. Mas Jesus amou o seu trabalho diário e ensinou-nos a amar o nosso, sem o que é impossível santificá-lo, “pois quando não se ama o trabalho, é impossível encontrar nele qualquer tipo de satisfação, por mais que se mude de tarefa”6.
Jesus conheceu também o cansaço e a fadiga da faina diária, e experimentou a monotonia dos dias sem relevo e aparentemente sem história. E aí está outro grande benefício para nós, pois “o suor e a fadiga – que o trabalho necessariamente comporta na condição atual da humanidade – oferecem ao cristão e a cada homem, que foi chamado a seguir a Cristo, a possibilidade de participar no amor à obra que Cristo veio realizar. Esta obra de salvação realizou-se precisamente através do sofrimento e da morte na Cruz. Suportando a fadiga do trabalho em união com Cristo crucificado por nós, o homem colabora de certo modo com o Filho de Deus na redenção da humanidade. Mostra-se verdadeiro discípulo de Jesus, levando por sua vez a cruz de cada dia na atividade que foi chamado a realizar”7.
Jesus, durante os seus trinta anos de vida oculta, é o modelo que devemos imitar na nossa vida de homens comuns que trabalham diariamente. Contemplando a figura do Senhor, compreendemos com maior profundidade a obrigação que temos de trabalhar bem: não podemos pretender santificar um trabalho mal feito. Devemos aprender a encontrar a Deus nas nossas ocupações humanas, a ajudar os nossos concidadãos e a contribuir para elevar o nível de toda a sociedade e da criação8. Um mau profissional, um estudante que não estuda, um mau sapateiro..., se não mudam e melhoram, não podem alcançar a santidade no meio do mundo.
III. COM O TRABALHO HABITUAL, temos que ganhar o céu. Para isso devemos procurar imitar Jesus, “que deu ao trabalho uma dignidade enorme, trabalhando com as suas próprias mãos”9.
Devemos, pois, ter presente que “todo o trabalho humano honesto, intelectual ou manual, deve ser realizado pelo cristão com a maior perfeição possível: com perfeição humana (competência profissional) e com perfeição cristã (por amor à vontade de Deus e a serviço dos homens). Porque, feito assim, esse trabalho humano, por mais humilde e insignificante que pareça, contribui para a ordenação cristã das realidades temporais – para a manifestação da sua dimensão divina – e é assumido e integrado na obra prodigiosa da Criação e da Redenção do mundo: eleva-se assim o trabalho à ordem da graça, santifica-se, converte-se em obra de Deus...”10
No trabalho santificado – tal como o de Jesus – encontramos um campo abundante de pequenos sacrifícios que se traduzem na atenção que pomos naquilo que estamos fazendo, no cuidado e na ordem dos instrumentos que utilizamos, na pontualidade, na maneira como tratamos os outros, no cansaço que ultrapassamos, nas contrariedades que procuramos enfrentar da melhor maneira possível, sem queixas estéreis.
Os deveres profissionais abrir-nos-ão muitas possibilidades de retificar a intenção para que realmente sejam uma obra oferecida a Deus e não uma ocasião de nos procurarmos a nós mesmos. Desta maneira, nem os fracassos nos encherão de pessimismo, nem os êxitos nos afastarão de Deus. A retidão de intenção – que nos leva a executar o trabalho de olhos postos em Deus – dar-nos-á essa estabilidade de ânimo própria das pessoas que estão habitualmente na presença do Senhor.
Podemos perguntar-nos hoje, na nossa oração pessoal, se no nosso trabalho procuramos imitar os anos de vida oculta de Jesus. Sou competente e tenho prestígio profissional entre as pessoas da minha profissão? Cumpro acabadamente os meus deveres profissionais? Pratico as virtudes humanas e as sobrenaturais na minha tarefa diária? O meu trabalho serve para que os meus amigos se aproximem mais de Deus? Falo-lhes da doutrina da Igreja a propósito das verdades sobre as quais há mais ignorância ou confusão no momento atual?
Olhamos para o trabalho de Jesus ao mesmo tempo que examinamos o nosso. E pedimos-lhe: “Senhor, concede-nos a tua graça. Abre-nos a porta da oficina de Nazaré, para que aprendamos a contemplar-te, com a tua Mãe Santa Maria e com o Santo Patriarca José [...], dedicados os três a uma vida de trabalho santo. Comover-se-ão os nossos pobres corações, iremos à tua procura e te encontraremos no trabalho cotidiano, que Tu desejas que convertamos em obra de Deus, em obra de Amor”11.
(1) Jo 7, 3-4; (2) cfr. Mc 6, 2-3; (3) Mt 13, 55; (4) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 110; (5) Mc 7, 37; (6) Federico Suárez, José, esposo de Maria, pág. 268; (7) João Paulo II, Encíclica Laborem exercens, 14-IX-1981, 27; (8) cfr. Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 41; (9) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 67; (10) São Josemaría Escrivá, Questões atuais do cristianismo, n. 10; (11) São Escrivá, Amigos de Deus, n. 72.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
São Pedro Tomás
08 de Janeiro
São Pedro Tomás
Nasceu em 1305 em Salimaso, diocese de Sarlat na França. Seus pais eram muito pobres. Ainda muito criança, abraçou a vida do Carmelo. Embora dotado de poucas qualidades físicas, alcancóu um alto grau de sabedoria e santidade. Foi procurador Geral da Ordem do Carmo. Seus serviços foram muito úteis para a Igreja, tanto a latina como a oriental.
Enquanto era Procurador-Geral da Ordem, por volta de 1351, alguns autores mensionam que ele recebeu da Virgem Maria a promessa perpetuidade da Ordem. Aqueles anos foram ruins para toda a Europa devido a “Peste Negra” que assolou a Europa.
São Pedro Tomás foi co-fundador da Faculdade de Teologia na Universidade de Bolonha. Os papas e reis o encomendaram a empreitadas nada fáceis, que desempenhous com muita dedicação e apreço. Ele foi nomeado bispo de Patti e Corón. Também foi nomeado Patriarca de Constantinopla, onde trabalhou com muito zelo pelos direitos da Igreja. Também distinguiu-se como um pregador e confessor admirável, que comovia os corações mais endurecidos. Foi um grande pacificador de príncipes e reis e também dos “ecumenicos”, cujos quais, muitos voltaram a Igreja.
Embora sendo Bispo e Patriarca, sempre que podia vivia nos conventos da Ordem e era estrita a sua observância. Muitas vezes levanta-se a meia noite para rezar as orações matinais e ficava em oração até a manhã seguinte. Ao final de sua vida, ele pode dizer: “Para graça de Deus, desde a minha profissão na Ordem, por nenhuma razão eu deixei de rezar o ofício completo”.
Sendo legado pontíficio na Terra Santa, os sarracenos decretaram seu martírio: “Minha alegria, disse ele, seria derramar meu sangue no mesmo local do meu Redentor dos homens.” “Reduzido a pele e ossos”, em 6/1/1365, cheio de méritos, expirou no convento carmelita de Famagusta. Seu culto foi confirmado pelo Papa Paulo V em 1609.
São Pedro tanto amou a Virgem Maria, que mais parecia que levava o seu nome escrito no coração. Com razão se pode dizer que esse amor era singular e sua extraordinária devoção a Maria foi o centro de toda sua vida e o norte de todas as suas ações, a alavanca com a qual muitos obstáculos foram removidos do seu caminho. Apesar de sua própria vida ativa, ele poderia escrever, segundo a tradição, um tratado, em nome da Imaculada Conceição e vários volumes de sermões. O segredo desta atividade é encontrada em seu fervor e intensa vida de oração e penitência.
Ele mesmo confessara que seu conhecimento dos livros santos não se devia ao seu estudo mas as luzes que Deus lhe comunicava nas celebrações da Santa Missa e do Ofício Divino. Como autêntico carmelita, nunca deixou de vestir seu hábito e escapulário, ou mesmo ao dormir nem sendo bispo.
Vivia muito intensamente o ponto da regra carmelita que propõe “Meditar dia e noite na lei do Senhor”, ocupando sem interrupção a mente e o coração em Deus de modo que todas as ações brotem da contemplação.
Fonte: http://fradescarmelitas.org.br
08 de Janeiro 2020
A SANTA MISSA

Quarta feira depois da Epifania – Tempo do Natal
Cor: Branca
1ª Leitura: 1Jo 4,11-18
Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco.
Leitura da Primeira Carta de São João
11 Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. 13 A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito. 14 E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15 Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16 E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele. 17 Nisto se realiza plenamente o seu amor para conosco: em nós termos plena confiança no dia do julgamento, porque, tal como Jesus, nós somos neste mundo. 18 No amor não há temor. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e aquele que teme não chegou à perfeição do amor.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 71 (72), 1-2. 10-11. 12-13 (R. Cf. 11)
R. As nações de toda a terra, hão de adorar-vos, ó Senhor!
1 Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus,*
vossa justiça ao descendente da realeza!
2 Com justiça ele governe o vosso povo,*
com equidade ele julgue os vossos pobres. R.
10 Os reis de Társis e das ilhas hão de vir*
e oferecer-lhes seus presentes e seus dons;
e também os reis de Seba e de Sabá*
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
11 Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,*
e todas as nações hão de servi-lo. R.
12 Libertará o indigente que suplica,*
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
13 Terá pena do indigente e do infeliz,*
e a vida dos humildes salvará. R.
Evangelho: Mc 6,45-52
Viram Jesus andando sobre as águas.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos
Depois de saciar os cinco mil homens, 45 Jesus obrigou os discípulos a entrarem na barca e irem na frente para Betsaida, na outra margem, enquanto ele despedia a multidão. 46 Logo depois de se despedir deles, subiu ao monte para rezar. 47 Ao anoitecer, a barca estava no meio do mar e Jesus sozinho em terra. 48 Ele viu os discípulos cansados de remar, porque o vento era contrário. Então, pelas três da madrugada, Jesus foi até eles andando sobre as águas, e queria passar na frente deles. 49 Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e começaram a gritar. 50 Com efeito, todos o tinham visto e ficaram assustados. Mas Jesus logo falou: ‘Coragem, sou eu! Não tenhais medo!’ 51 Então subiu com eles na barca. E o vento cessou. Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados, 52 porque não tinham compreendido nada a respeito dos pães. O coração deles estava endurecido.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
07 de Janeiro 2020
A SANTA MISSA

Terça feira depois da Epifania – Tempo do Natal
Cor: Branca
1ª Leitura: 1Jo 4,7-10
Deus é amor
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos: 7 Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8 Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. 9 Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 71 (72), 1-2. 3-4ab. 7-8 (R. Cf. 11)
R. Os reis de toda a terra, hão de adorar-vos, ó Senhor!
1 Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, *
vossa justiça ao descendente da realeza!
2 Com justiça ele governe o vosso povo, *
com equidade ele julgue os vossos pobres. R.
3 Das montanhas venha a paz a todo o povo, *
e desça das colinas a justiça!
4a Este Rei defenderá os que são pobres, *
4b os filhos dos humildes salvará, * R.
7 Nos seus dias a justiça florirá *
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
8 De mar a mar estenderá o seu domínio, *
e desde o rio até os confins de toda a terra! R.
Evangelho: Mc 6,34-44
Multiplicando os pães, Jesus se manifesta como profeta.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo: 34 Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35 Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: ‘Este lugar é deserto e já é tarde. 36 Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer.’ 37 Mas, Jesus respondeu: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer.’ Os discípulos perguntaram: ‘Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?’ 38 Jesus perguntou: ‘Quantos pães tendes? Ide ver.’ Eles foram e responderam: ‘Cinco pães e dois peixes.’ 39 Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40 E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinqüenta pessoas. 41 Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42 Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43 e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44 O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
A Fuga para o Egito. Virtudes de São José
TEMPO DO NATAL DEPOIS DA EPIFANIA. 7 DE JANEIRO
- Uma viagem dura e difícil. Obediência e fortaleza de José. Confiança em Deus.
- No Egito. Outras virtudes que devemos imitar no Santo Patriarca.
- Fortaleza na vida diária.
I. QUANDO OS MAGOS - se foram embora, a Virgem e José comentaram certamente com alegria os acontecimentos daquele dia. Depois, no meio da noite, Maria acordou, chamada por José, e soube da ordem do Anjo: - Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e fica ali até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para lhe tirar a vida1. Era o sinal da Cruz no fim de um dia repleto de felicidade.
Maria e José saíram de Belém apressadamente, abandonando muitas coisas necessárias que, numa viagem longa e difícil, não podiam levar consigo, e dominados, além disso, pela inquietação de estarem sob ameaça de morte.
A viagem não podia ser cômoda: vários dias de caminhada por sendas inóspitas, com o temor de serem alcançados na fuga, mais o cansaço e a sede através de regiões desérticas. A fronteira do Egito estava aproximadamente a uma semana de distância, a calcular pelo passo a que podiam avançar, sobretudo se, como é mais provável, enveredaram por atalhos menos frequentados. Foi uma viagem extenuante, que Deus Pai não quis poupar aos seres que mais amava: talvez para que também nós entendêssemos que não há dificuldade de que não possamos tirar muito bem; e para que soubéssemos que estar perto de Deus não significa sermos poupados à dor e às dificuldades. Deus só nos prometeu serenidade e fortaleza para enfrentá-las.
Seguiram apressadamente o caminho que o Anjo lhes havia indicado, cumprindo em todas aquelas circunstâncias a vontade de Deus. “José não se escandaliza nem diz [ao anjo]: isto parece um enigma. Ainda há pouco me davas a conhecer que Ele salvaria o seu povo, e agora não só não é capaz de salvar-se a si mesmo, como somos nós que temos de fugir, de empreender uma viagem e suportar um longo deslocamento: isso é contrário à tua promessa. José não raciocina desse modo, porque é um varão fiel”2.
Simplesmente obedeceu, com a fortaleza necessária para tomar as rédeas da situação e mobilizar todos os meios ao seu alcance para ultrapassá-la, confiando plenamente em que Deus não o deixaria só. Assim devemos nós fazer em situações difíceis, talvez extremas, sempre que nos custe ver a mão providente de Deus Pai na nossa vida ou na daqueles que mais prezamos; ou quando nos pedem uma coisa que pensamos não ser capazes de dar. No dia seguinte à sua eleição como Papa, dizia João Paulo I: “Ontem de manhã fui à Sixtina votar tranquilamente. Nunca teria imaginado o que ia acontecer. Mal começou o perigo para mim, os dois colegas que estavam ao meu lado sussurraram-me palavras de alento. Disse-me um deles: Ânimo! Se o Senhor nos dá um peso, também nos dá a ajuda necessária para carregá-lo!”3
III. DEPOIS DE UMA LONGA - e penosa travessia, Maria e José chegaram ao seu novo país. Naquele tempo, viviam no Egito muitos israelitas, que formavam pequenas comunidades dedicadas principalmente ao comércio. É de supor que José se tivesse incorporado com a sua Família a uma dessas comunidades, disposto a refazer mais uma vez a sua vida com o pouco que tinham podido levar de Belém. Mas levava consigo o mais importante: Jesus, Maria, e o firme propósito de sustentá-los à custa de todos os sacrifícios do mundo.
São José é para nós exemplo de muitas virtudes: de obediência inteligente e rápida, de fé, de esperança, de laboriosidade... Mas sobretudo de fortaleza, tanto no meio das grandes dificuldades como nessas situações normais pelas quais passa um bom pai de família. Recomeçou a vida como pôde, passando dificuldades, aceitando qualquer trabalho, procurando um lar para Maria e Jesus, e sustentando-os, como sempre, com o trabalho de suas mãos, com uma laboriosidade incansável.
Ante as contrariedades que nos possam bater à porta, se Deus as permite, devemos contemplar a figura cheia de fortaleza de São José e recomendar-nos a Ele como fizeram muitos santos. A propósito da eficácia da sua intercessão, escreve Santa Teresa: “Não me recordo até agora de haver-lhe encomendado coisa alguma que tenha deixado de fazer. É coisa espantosa ver as grandes mercês que Deus me concedeu através deste bem-aventurado santo, os perigos de que me livrou, tanto do corpo como da alma. Há santos a quem parece que o Senhor deu graça para nos socorrer nesta ou naquela necessidade; quanto a este glorioso santo, tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar-nos a entender que, assim como lhe esteve sujeito na terra - porque, tendo o nome de pai, sendo servo, podi'a mandar-lhe -, assim, no céu, faz tudo o que ele lhe pede. Foi o que perceberam algumas outras pessoas - a quem eu dizia que se recomendassem a ele -, também por experiência, e, assim, muitas que lhe são devotas experimentaram esta verdade”4.
III. DEPOIS DE UM CERTO TEMPO, uma vez passado o perigo, já nada retinha José naquela terra estranha, mas ali se deixou estar sem outro motivo a não ser o cumprimento fiel da ordem do Anjo: - Fica ali até que eu te diga5. E permaneceu no Egito sem se mostrar desgostado nem protestar, sem se intranquilizar, realizando o seu trabalho como se nunca fosse sair dali.
Como é importante saber permanecer onde se deve ocupar-se nas obrigações de cada momento, sem ceder à tentação de mudar continuamente de lugar! Também para isso é necessária verdadeira fortaleza, de modo a “saborearmos a virtude humana e divina da paciência”6.
“É forte quem persevera no cumprimento do que entende dever fazer, segundo a sua consciência; quem não mede o valor de uma tarefa exclusivamente pelos benefícios que recebe, mas pelo serviço que presta aos outros”7.
Devemos pedir a São José que nos ensine a ser fortes não só em situações extraordinárias e difíceis, como são a perseguição, o martírio ou uma doença gravíssima e dolorosa, mas também nos assuntos ordinários de cada dia: pela constância com que trabalhamos, pelo sorriso com que quebramos a vontade de ficar sérios, pela palavra amável e cordial que temos para todos. Necessitamos de fortaleza para não ceder perante o cansaço, o comodismo ou o desejo de tranquilidade, para vencer o medo de cumprir deveres que custam. “O homem teme por natureza o perigo, os aborrecimentos e o sofrimento. Por isso é necessário procurar homens valentes não só nos campos de batalha, mas também nos corredores dos hospitais ou junto ao leito da dor”8; em suma, na tarefa de cada dia.
Outro aspecto importante da fortaleza é a firmeza interior necessária para vencer obstáculos mais sutis como a vaidade, a timidez e os respeitos humanos. E são também prova de fortaleza o esquecimento próprio, o não dar excessivas voltas aos problemas pessoais para não exagerá-los, o passar oculto e servir os outros sem que se note.
Na ação apostólica, esta virtude tem muitas manifestações, como por exemplo falar de Deus sem medo do “que dirão” ou de como se ficará perante os outros; comportar-se sempre de um modo cristão, ainda que se entre em choque com um ambiente paganizado; arriscar-se a ter iniciativas que ampliem a base do apostolado e esforçar-se por levá-las à prática.
As mães de família deverão praticar com frequência a fortaleza comportando-se habitualmente de modo discreto, amável e paciente. Serão então verdadeiramente a rocha firme em que se apóiatoda a casa. “A Bíblia não louva a mulher fraca, mas a mulher forte, quando diz no livro dos Provérbios: - A lei da doçura está na sua língua - (31, 6). Porque a doçura é o ponto mais alto da fortaleza. A mulher maternal tem por privilégio esta função discreta e basilar: saber atender, saber calar-se, ser capaz de fechar os olhos às injustiças ou fraquezas, desculpando-as e cobrindo-as com o manto da compreensão - obra de misericórdia não menos benfazeja do que cobrir a nudez do corpo”9.
Aprendemos hoje de São José a levar para a frente, com energia e firmeza, tudo o que o Senhor nos confia de modo habitual: família, trabalho, atividade apostólica, etc., tendo em conta que os obstáculos são a lei da vida, mas que sempre os podemos vencer com a ajuda da graça.
(1) Mt 2, 13; (2) São João Crisóstomo, - Homilias sobre São Mateus, 8, 3; (3) João Paulo I, - Angelus, 27-VIII-1978; (4) Santa Teresa, - Vida, 6; (5) cfr. Mt 2, 13; (6) São Josemaría Escrivá, - Amigos de Deus, n. 78; (7) - ibid., n. 77; (8) João Paulo II, - Sobre a fortaleza, 15-XI-1978; (9) Gertrud von le Fort, - A mulher eterna, pág. 128.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
São Raimundo de Penyafort
07 de Janeiro
São Raimundo de Penyafort
Raimundo nasceu no 1175, no nobre castelo da família Peñafort, na Catalunha, Espanha. Desde a infância demonstrou interesse pelos estudos e por tudo o que dizia respeito à religião. Com apenas vinte anos tornou-se professor na cadeira de artes livres em uma universidade de Barcelona. Suas aulas atraiam muitos estudantes. Depois, partiu para Bolonha, Itália. Lá, seguiu lecionando e passou a estudar as matérias do direito civil e do eclesiástico. Ao concluir o curso, foi diplomado com louvores. Em seguida, foi nomeado professor titular de Direito Canônico da mesma universidade. Mesmo estando num alto grau social, nunca deixou de lado os pobres. Ao contrário, fazia questão de cuidar deles pessoalmente, não se importando com a fama de grande conhecedor, que já se espalhava por toda a Itália e países da Europa.
Em 1220 Raimundo retornou à Espanha, onde foi ordenado padre. Logo em seguida, foi nomeado vigário geral da grande diocese de Barcelona. Depois o Papa Gregório IX convocou-o para colocar sua capacidade a serviço da Igreja em Roma. Lá, foi confessor do Papa durante oito anos. Nessa época constatou que os pobres não eram bem atendidos nos seus direitos canônicos quando recorriam à sede da Igreja e alertou o Papa sobre o assunto. A consequência disso foi que São Raimundo, a mando do Papa, escreveu e editou a obra "Os Decretais de Gregório IX". A obra tornou-se referência no direito canônico até os dias de hoje.
Como reconhecimento pela dedicação, santidade, capacidade e bons trabalhos de São Raimundo, o Papa Gregório IX nomeou-o arcebispo da cidade de Taragona. Em sua humildade, porém, São Raimundo sentiu-se indigno. Por isso, pediu que fosse exonerado do cargo. Chegou mesmo a ficar doente em razão disso. Assim, com a autorização de seus superiores, retornou para a Espanha. Do amigo e também santo Pedro Nolasco, São Raimundo de Penyaforte aceitou o convite de escrever as Constituições da recém fundada Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos. A Ordem ficou conhecida como Ordem dos Mercedários e tinha como objetivo libertar cristãos escravizados por muçulmanos.
Quando a Ordem dos Dominicanos chegou a Barcelona, São Raimundo de Penyaforte entusiasmou-se pelo modo de vida dessa Ordem religiosa. Por isso, abandonou tudo o que tinha para se tornar dominicano. Sua vocação dominicana era tão evidente que, quando o superior geral faleceu, no ano 1278, os dominicanos o elegeram como o sucessor. Pelo tempo de dois anos São Raimundo de Penyaforte viajou a pé e visitou todos os conventos da Ordem. Depois disso, pediu afastamento da direção e dedicou-se à vida solitária de penitência e orações. Porém, nunca deixou de atender aos pobres. Nessa época, Deus realizou grande prodígios por meio de São Raimundo de Penyaforte. Por isso, sua fama de santidade se espalhou.
Por inspiração de Deus, ao completar setenta anos, São Raimundo voltou à educação. Dirigiu a fundação de dois seminários. Neles, o ensino era dado nas línguas Hebraica e árabe. Seu objetivo era atrair judeus e árabes para o Cristianismo. Em alguns anos dez mil árabes se converteram e receberam o batismo. Depois, São Raimundo passou a ser confessor do rei Jaime de Aragão e repreendeu-o pela vida desregrada. Também alertou o rei sobre um grande perigo que o reino corria com uma facção chamada “os albigenses”. Estes pertenciam à seita dos cátaros. Esta seita pregava uma doutrina que desviava da fé católica. Assim, ele conseguiu que os albigenses fossem expulsos da região. Além disso, São Raimundo, nesse tempo, foi um escritor importante. Sua obra, intitulada "Suma de Casos", continua a ser usada até os dias de hoje pelos confessores.
São Raimundo de Peñafort tornou-se grande amigo de Santo Tomás de Aquino. Tanto, que pediu a ele que escrevesse uma importante obra chamada Suma contra os Gênios. Além disso, ajudou Santo Tomás nos estudos. São Raimundo faleceu aos 100 anos! Era o dia 6 de janeiro de 1275. Pouco tempo depois foi canonizado. A celebração de sua festa foi estabelecida para o dia seguinte ao de sua morte, em 7 de janeiro, porque no dia 6 comemora-se a Epifania do Senhor.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
06 de Janeiro 2020
A SANTA MISSA

Segunda-feira depois da Epifania- Tempo do Natal
Cor: Branca
1ª Leitura: 1Jo 3,22 – 4,6
Examinai os espíritos para ver se são de Deus
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos: 22 Qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23 Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24 Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu. 4,1 Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo. 2 Este é o critério para saber se uma inspiração vem de Deus: todo espírito que leva a professar que Jesus Cristo veio na carne é de Deus; 3 e todo espírito que não professa a fé em Jesus não é de Deus; é o espírito do Anticristo. Ouvistes dizer que o Anticristo virá; pois bem, ele já está no mundo. 4 Filhinhos, vós sois de Deus e vós vencestes o Anticristo. Pois convosco está quem é maior do que aquele que está no mundo. 5 Os vossos adversários são do mundo; por isso, agem conforme o mundo, e o mundo lhes presta ouvidos. 6 Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus, escuta-nos; quem não é de Deus não nos escuta. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 2, 7-8. 10-11 (R. 8a)
R. Eu te darei por tua herança os povos todos.
7 O decreto do Senhor promulgarei, +
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
‘Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei! R.
8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei +
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio. R.
10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito! R.
Evangelho: Mt 4,12-17.23-25
O Reino dos Céus está próximo.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 12 Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. 13 Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, 14 no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 15 ‘Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! 16 O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz.’ 17 Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: ‘Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo.’ 23 Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo. 24 E sua fama espalhou-se por toda a Síria. Levavam-lhe todos os doentes, que sofriam diversas enfermidades e tormentos: endemoninhados, epiléticos e paralíticos. E Jesus os curava. 25 Numerosas multidões o seguiam, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia, e da região além do Jordão.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santa Rafaela Maria
06 de Janeiro
Santa Rafaela Maria
“Dentro de Deus temos que estar e Dele receber tudo”, é uma frase de Santa Rafaela Maria do Sagrado Coração (ou Santa Rafaela Porras y Ayllón), uma religiosa e fundadora da congregação das Escravas do Sagrado Coração.
“A vida e a obra da Santa, se observarmos por dentro, são uma excelente apologia da vida religiosa, baseada na prática dos conselhos evangélicos, calcada no esquema ascético-místico tradicional, do qual a Espanha foi mestra com figuras tão imponentes como Santa Teresa, São João da Cruz, Santo Inácio de Loyola, São Domingos, São João D’Ávila e outros”, disse o Papa Paulo VI na Missa de canonização de Rafaela Porras y Ayllón.
A santa nasceu em 1º de março de 1850 no povoado espanhol de Pedro Abad, perto de Córdoba, no seio de uma família rica daquela época.
Aos 15 anos, fez seu voto perpétuo de castidade, dedicou-se à oração e a cuidar dos enfermos e necessitados, apesar da oposição de seus irmãos.
Nove anos depois, viajou para o convento das monjas clarissas em Córdoba para ter um período de reflexão. Em pouco tempo, fundou junto com sua irmã o Instituto de Adoradoras do Santíssimo Sacramento e Filhas de Maria Imaculada.
Depois, mudou-se com outras 16 religiosas para Madri, onde recebeu a aprovação diocesana em 1877. Dez anos mais tarde, o Papa Leão XIII aprovou a Congregação com o nome de Escravas do Sagrado Coração de Jesus.
Por unanimidade, foi eleita superiora geral e, em 4 de novembro de 1888, realizou sua profissão perpétua.
“A Madre Rafaela Maria dirige o novo Instituto durante 16 anos com grande dedicação e tato. Demonstra também claramente sua extraordinária profundidade espiritual e sua virtude heroica quando, por motivos infundados, tem que renunciar a direção de sua obra. Nesta humilhação aceita, morrerá em Roma, praticamente esquecida, no dia 6 de janeiro de 1925”, acrescentou Paulo VI na Missa de canonização desta santa.
Durante 30 anos, foi um membro anônimo em seu instituto, davam-lhe os trabalhos mis pesados, humilhavam-na e a isolaram até o dia de sua morte. Entretanto, seguiu vivendo com humildade e fazendo o que a ordenavam, embora tenha fundado sua Congregação.
O Papa Pio XII a beatificou no dia 18 de maio de 1952 e foi canonizada pelo Papa Paulo VI no dia 23 de janeiro de 1977.
Está sepultada na Casa Generalícia da Congregação em Roma.
Fonte: http://www.acidigital.com
Epifania do Senhor
05 de janeiro
Epifania do Senhor 
A Festa que a Igreja celebra, tem o nome de Epifania, isto é, aparição do Senhor, por apresentar-nos três grandes mistérios, em que Jesus Cristo se manifestou ao mundo como Filho de Deus e Salvador do gênero humano. O primeiro destes mistérios é a adoração que os três Magos prestaram ao Menino, em Belém. O segundo é o Batismo de Jesus Cristo no Jordão, ocasião em que o Pai celeste fez a apresentação de seu Filho, dizendo: “Este é meu Filho mui amado, em quem pus minha complacência”. O terceiro, finalmente, é a transformação da água em vinho, milagre que Cristo fez, por ocasião das bodas de Caná, para manifestar aos discípulos sua missão messiânica.
Logo após seu nascimento no estábulo de Belém, Jesus Cristo quis manifestar-se aos judeus e aos pagãos. Aos pastores, que estavam nos campos vigiando os seus rebanhos, mandou celeste mensagem, por intermédio dos Anjos, que lhes anunciaram o grande acontecimento, dizendo: “Não temais; anuncio-vos uma boa nova, que há de ser para todo o povo motivo de grande alegria! Hoje na cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é o Cristo, nosso Senhor”. (Lc. 2, 10). Aos pagãos do Oriente mandou a estrela maravilhosa, a anunciar-lhes o aparecimento daquela estrela profetizada por Balaam, nas palavras: “Uma estrela sai de Jacó, um cetro levanta-se de Israel, que esmagará os príncipes de Moab”. Os pagãos bem conheciam esta profecia, e ansiosos esperavam pelo aparecimento da estrela preconizada. Afinal a viram surgir. Sobressaindo entre as outras, pelo brilho e a posição extraordinários, chamou a atenção de três homens, conhecidos por Gaspar, Melquior e Baltazar ou, como a Bíblia os intitula, os três Magos do Oriente. Iluminados por luz divina, conheceram no aparecimento da estrela o sinal indubitável do cumprimento da palavra profética de Balaam, e sem demora trataram dos preparos da viagem, que os levassem à presença do rei dos Judeus recém-nascido. A estrela servia-lhes de guia. Seguindo-a sem desfalecimento, chegaram a Jerusalém.
Pela primeira vez, ao chegarem à capital de Judá, o astro maravilhoso se lhes escondeu das vistas, e grande foi a tristeza e não menor o desapontamento do Magos. Na convicção, porém, de tratar-se de um fato por todos conhecidos e, julgando que não houvesse na cidade quem não soubesse dar-lhes as necessárias informações sobre o Rei dos Judeus recém-nascido, confiadamente entraram em Jerusalém e perguntaram: “Onde está o Rei dos Judeus, que acaba de nascer? Vimos sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo”. (Mt. 2, 2). Se grande foi o desaponto por não mais ver a estrela, sua fiel companheira, maior foi a decepção que experimentaram, ao notarem o espanto que essa pergunta causou às pessoas a quem dirigiram.
A chegada de três príncipes estrangeiros à capital dos Judeus provocou grande alvoroço na cidade e na corte real. O rei Herodes perturbou-se sobremodo, não sabendo o que pensar da inesperada nova. No íntimo começou a recear pelo trono. Reuniu os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, para que lhe dissessem algo do lugar onde devia nascer o Cristo.
Os judeus conhecedores que eram das profecias, não duvidaram de que teria chegado o momento do Messias aparecer. Sabiam também o lugar onde, segundo o profeta Michéas, o Desejado das nações havia de nascer. A resposta dos sacerdotes não deixou nada a desejar, quanto à clareza, e era concisa nestes termos: Os sagrados livros dizem: Em Belém, terra de Judá, há de nascer o Cristo; pois está escrito pelo profeta: “Tu, Belém na terra de Judá, não és por certo a menor, entre as cidades principais da Judéia; pois é de ti que há de sair o chefe, que deve governar Israel, meu povo”. Tendo Herodes ouvido a resposta dos entendidos, mandou vir secretamente os magos, e indagou o tempo exato em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois, mandando-os a Belém, disse-lhes: “Ide, informai-vos do Menino com cuidado, e logo que encontrardes, vinde dizer-me a fim de que eu também o vá adorar”. Não era, porém, esta a sua intenção. Falso que era, fingiu grande devoção e interesse de conhecer o Messias, e figurar entre os primeiros adoradores, quando sua intenção verdadeira era apoderar-se da criança e matá-la. Os Magos, cheios de alegria, por ter obtido informações tão claras partiram. A estrela que tinham visto no Oriente, caminhava diante deles e quando chegou em cima do lugar onde estava o Menino, parou. Por inspiração divina sabiam, que se achavam na presença d’Aquele que, nascido na pobreza, era o Rei do Universo.
Entraram na casa, e aí acharam o Menino, com Maria, sua Mãe. Tomados de profundo respeito, prostraram-se por terra e adoraram ao menino, como Deus e Salvador do mundo. Em seguida abriram os tesouros e ofereceram ao divino Infante ouro, incenso e mirra.
Cumprindo-se a profecia do rei Davi, que diz: “Reis de Tharsis e das ilhas virão oferecer-lhe presentes; os reis da Arábia e de Sabá trarão oferendas”. (S. 71, 10). Sobre o tempo que os Magos permaneceram em Belém, os Santos Livros nada dizem. Nada sabemos o que entre eles e José e Maria se passou. É, porém, provável, que se tenham demorado na cidade de Davi e que José e Maria lhes tenham referido tudo que se passara nos últimos dias, antes de sua chegada do Oriente.
Tratando da volta, quiseram, como a Herodes tinham prometido, passar por Jerusalém. Um Anjo, porém, apareceu-lhes dando-lhes a ordem expressa, que tal não fizessem. Obedientes a este celeste aviso, voltaram por caminho diferente para sua terra.
É fora de dúvida que os Magos tenham comunicado aos súditos o aparecimento do Salvador e com eles se tenham convertido à religião, de que se confessaram fiéis discípulos até o fim da vida. Um autor antiqüíssimo, na explicação que faz do Evangelho de São Mateus, diz que o Apóstolo Tomé os batizou na Pérsia e com eles milhares de súditos. Uma tradição existe, segundo a qual as relíquias dos Magos foram transportadas para Constantinopla, e de lá passaram para Milão, de onde, no século 12, o Imperador Frederico Barboroxa as transladou para Colônia, em cuja majestosa Catedral são até hoje veneradas.
Fonte: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.
05 de Janeiro 2020
A SANTA MISSA

Epifania do Senhor – Tempo do Natal – Ano A
Cor: Branca
1ª Leitura: Is 60, 1-6
Apareceu sobre ti a glória do Senhor.
Leitura do Livro do Profeta Isaías
1 Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. 2 Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. 3 Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora. 4 Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. 5 Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6 será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 71, 1-2.7-8.10-11.12-13 (R. Cf.11)
R. As nações de toda a terra, hão de adorar-vos ó Senhor!
1 Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus,*
vossa justiça ao descendente da realeza!
2Com justiça ele governe o vosso povo,*
com eqüidade ele julgue os vossos pobres. R.
7 Nos seus dias a justiça florirá*
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
8 De mar a mar estenderá o seu domínio,*
e desde o rio até os confins de toda a terra! R.
10 Os reis de Társis e das ilhas hão de vir*
e oferecer-lhes seus presentes e seus dons;
e também os reis de Seba e de Sabá*
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
11 Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,*
e todas as nações hão de servi-lo. R.
12 Libertará o indigente que suplica,*
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
13 Terá pena do indigente e do infeliz,*
e a vida dos humildes salvará. R.
2ª Leitura: Ef 3,2-3a.5-6
Agora foi-nos revelado
que os pagãos são coerdeiros das promessas.
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios
Irmãos: 2 Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3a e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. 5 Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6 os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Mt 2,1-12
“Viemos do Oriente adorar o Rei”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
1 Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2 perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.’ 3 Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém. 4 Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5 Eles responderam: ‘Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6 E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo.’ 7 Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8 Depois os enviou a Belém, dizendo: ‘Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo.’ 9 Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10 Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11 Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12 Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!