07 de Janeiro

São Raimundo de Penyafort

Raimundo nasceu no 1175, no nobre castelo da família Peñafort, na Catalunha, Espanha. Desde a infância demonstrou interesse pelos estudos e por tudo o que dizia respeito à religião. Com apenas vinte anos tornou-se professor na cadeira de artes livres em uma universidade de Barcelona. Suas aulas atraiam muitos estudantes. Depois, partiu para Bolonha, Itália. Lá, seguiu lecionando e passou a estudar as matérias do direito civil e do eclesiástico. Ao concluir o curso, foi diplomado com louvores. Em seguida, foi nomeado professor titular de Direito Canônico da mesma universidade. Mesmo estando num alto grau social, nunca deixou de lado os pobres. Ao contrário, fazia questão de cuidar deles pessoalmente, não se importando com a fama de grande conhecedor, que já se espalhava por toda a Itália e países da Europa.

Em 1220 Raimundo retornou à Espanha, onde foi ordenado padre. Logo em seguida, foi nomeado vigário geral da grande diocese de Barcelona. Depois o Papa Gregório IX convocou-o para colocar sua capacidade a serviço da Igreja em Roma. Lá, foi confessor do Papa durante oito anos. Nessa época constatou que os pobres não eram bem atendidos nos seus direitos canônicos quando recorriam à sede da Igreja e alertou o Papa sobre o assunto. A consequência disso foi que São Raimundo, a mando do Papa, escreveu e editou a obra “Os Decretais de Gregório IX”. A obra tornou-se referência no direito canônico até os dias de hoje.

Como reconhecimento pela dedicação, santidade, capacidade e bons trabalhos de São Raimundo, o Papa Gregório IX nomeou-o arcebispo da cidade de Taragona. Em sua humildade, porém, São Raimundo sentiu-se indigno. Por isso, pediu que fosse exonerado do cargo. Chegou mesmo a ficar doente em razão disso. Assim, com a autorização de seus superiores, retornou para a Espanha. Do amigo e também santo Pedro Nolasco, São Raimundo de Penyaforte aceitou o convite de escrever as Constituições da recém fundada Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos. A Ordem ficou conhecida como Ordem dos Mercedários e tinha como objetivo libertar cristãos escravizados por muçulmanos.

Quando a Ordem dos Dominicanos chegou a Barcelona, São Raimundo de Penyaforte entusiasmou-se pelo modo de vida dessa Ordem religiosa. Por isso, abandonou tudo o que tinha para se tornar dominicano. Sua vocação dominicana era tão evidente que, quando o superior geral faleceu, no ano 1278, os dominicanos o elegeram como o sucessor. Pelo tempo de dois anos São Raimundo de Penyaforte viajou a pé e visitou todos os conventos da Ordem. Depois disso, pediu afastamento da direção e dedicou-se à vida solitária de penitência e orações. Porém, nunca deixou de atender aos pobres. Nessa época, Deus realizou grande prodígios por meio de São Raimundo de Penyaforte. Por isso, sua fama de santidade se espalhou.

Por inspiração de Deus, ao completar setenta anos, São Raimundo voltou à educação. Dirigiu a fundação de dois seminários. Neles, o ensino era dado nas línguas Hebraica e árabe. Seu objetivo era atrair judeus e árabes para o Cristianismo. Em alguns anos dez mil árabes se converteram e receberam o batismo. Depois, São Raimundo passou a ser confessor do rei Jaime de Aragão e repreendeu-o pela vida desregrada. Também alertou o rei sobre um grande perigo que o reino corria com uma facção chamada “os albigenses”. Estes pertenciam à seita dos cátaros. Esta seita pregava uma doutrina que desviava da fé católica. Assim, ele conseguiu que os albigenses fossem expulsos da região. Além disso, São Raimundo, nesse tempo, foi um escritor importante. Sua obra, intitulada “Suma de Casos”, continua a ser usada até os dias de hoje pelos confessores.

São Raimundo de Peñafort tornou-se grande amigo de Santo Tomás de Aquino. Tanto, que pediu a ele que escrevesse uma importante obra chamada Suma contra os Gênios. Além disso, ajudou Santo Tomás nos estudos. São Raimundo faleceu aos 100 anos! Era o dia 6 de janeiro de 1275. Pouco tempo depois foi canonizado. A celebração de sua festa foi estabelecida para o dia seguinte ao de sua morte, em 7 de janeiro, porque no dia 6 comemora-se a Epifania do Senhor.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br