Memória

– Magnanimidade no apostolado.

– Saber compreender para poder ajudar.

– Alegria e espírito positivo no apostolado com os nossos amigos.

Natural de Chipre, Barnabé é contado entre os primeiros fiéis de Jerusalém. Foi quem apresentou São Paulo aos Apóstolos, e depois acompanhou-o na sua primeira viagem apostólica. Participou do Concílio de Jerusalém e foi uma figura de grande importância na Igreja de Antioquia, o primeiro núcleo cristão numeroso fora de Jerusalém. Era parente de Marcos, sobre o qual exerceu uma influência decisiva. Tendo retornado à sua pátria, evangelizou-a e morreu mártir por volta do ano 63. O seu nome figura na Oração Eucarística I.

I. BARNABÉ SIGNIFICA filho da consolação, e foi o sobrenome dado pelos Apóstolos a José, levita e cipriota de nascimento1, pelo seu espírito conciliador e pela sua simpatia, segundo comenta São João Crisóstomo2.

Depois do martírio de Estêvão e da perseguição que se seguiu, alguns cristãos chegaram até Antioquia, e lá propagaram a fé cristã. Quando os Apóstolos tiveram notícia em Jerusalém das maravilhas que o Espírito Santo realizava nessa região, resolveram enviar para lá Barnabé3. Profundamente empenhado na expansão do Reino, Barnabé quis contar desde o primeiro momento com instrumentos idôneos para empreender aquele imenso trabalho que lhe era confiado, e dirigiu-se a Tarso a fim de convidar Paulo a acompanhá-lo. Tendo-o encontrado, levou-o a Antioquia. Passaram juntos um ano inteiro nesta Igreja e instruíram uma grande multidão, narram os Atos dos Apóstolos4. Barnabé soube, pois, descobrir no recém-convertido aquelas qualidades que o levariam a transformar-se, pela graça, no Apóstolo das gentes. Pouco tempo antes, apresentara Paulo aos Apóstolos de Jerusalém, num momento em que muitos cristãos continuavam a ter receio do seu antigo perseguidor5.

Em companhia de São Paulo, Barnabé realizou a primeira viagem missionária, que tinha por objetivo a ilha de Chipre6. Ia com eles o seu primo Marcos, que, no entanto, desistiu a meio do caminho e regressou a Jerusalém. Quando São Paulo projetou a segunda grande viagem missionária, Barnabé quis novamente que Marcos os acompanhasse, mas Paulo achou que não devia ser admitido um homem que se tinha separado deles na Panfília, e não os tinha acompanhado naquela tarefa7. Produziu-se uma forte dissensão entre ambos, de sorte que se separaram um do outro…8

Barnabé não abandonou o seu primo Marcos, talvez então muito jovem, depois daquela defecção em que as forças lhe falharam. Soube reanimá-lo e fortalecê-lo, e fazer dele um grande evangelizador e um eficacíssimo colaborador de São Pedro e do próprio Paulo, com quem Barnabé continuou unido9. Mais tarde, Paulo demonstrará a maior estima por Marcos10, “como se visse refletida nele a simpatia e as gratas recordações de Barnabé, o amigo da juventude”11.

São Barnabé convida-nos hoje a ter um coração grande na tarefa apostólica, um coração que nos leve a não desanimar facilmente perante os defeitos e retrocessos dos amigos ou parentes que queremos levar ao Senhor, a não deixá-los de lado quando fraquejam ou talvez não correspondam às nossas atenções e à nossa oração. Essa possível falta de correspondência, às vezes aparente, deve levar-nos a exceder-nos no trato com eles, a ter um sorriso mais aberto, a multiplicar o recurso aos meios sobrenaturais.

Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.