12 de Abril
São José Moscati
“Ama a verdade, mostra-te como és, sem fingimentos… Se a verdade te custa a perseguição, aceita-a; se te custa o tormento, suporta-o.” (São José Moscati)
No verão de 1880 a casa do renomado jurista de Benevento, Francesco Moscati estava bastante movimentada, afinal a Sra. Rosa de Luca dei Marchesi di Roseto estava para dar a luz ao seu sétimo filho, dos nove que teve. No entardecer do dia 25 de Julho nasceu um belo menino, forte e corado, que na pia batismal recebeu o nome de Giuseppe Moscati (José Moscati); era uma forma de homenagear o esposo da Virgem Maria e pai adotivo do Menino Jesus.
A família Moscati, no ano de 1884, mudou-se para Nápoles. Giuseppe fez a sua Primeira Comunhão com 8 anos de idade e sua Crisma com 10 anos. Foi neste período que conheceu o Sr. Bártolo Longo (hoje proclamado beato Bartolo Longo), e por toda a sua vida nutriu por ele uma sólida e santa amizade.
No ano de 1892, seu irmão Alberto, enquanto prestava o serviço militar, caiu de cavalo e teve traumatismo craniano. Durante o tempo que Alberto ficou em casa, Giuseppe não se cansava de observar os cuidados médicos que todos dispensavam a ele. Foi ali que sentiu o desejo de estudar medicina tão logo terminasse o ensino médio em 1897. Neste mesmo ano, seu pai faleceu, deixando a família em profunda dor.
A família Moscati sempre foi conhecida pelas virtudes morais e pelos princípios cristãos. Giuseppe, ao receber o seu doutorado da faculdade de medicina da Universidade de Nápoles no ano de 1903, sempre manifestou o desejo de servir e fazer da medicina um apostolado. Dr. Moscati, logo após a sua formatura, passou a integrar a equipe do hospital Riuniti degli Incurabili, e em pouco tempo foi nomeado como administrador.
No ano de 1906, com a erupção do monte Vesúvio, ficando um dos hospitais que o Dr. Moscati atendia muito próximo da cratera do vulcão, durante a madrugada ele retirou todos os idosos e enfermos e no amanhecer o teto do hospital desabou.
No ano de 1911, a cidade de Nápoles foi infestada pelo cólera. Mais uma vez o Governo napolitano encarregou o Dr. Moscati de realizar pesquisas e procurar a melhor maneira de erradicar a doença. Todas as suas ideias e sugestões foram aceitas e assim o cólera foi erradicado.
Como grande estudioso e pesquisador, Giuseppe Moscati era admirado e reconhecido por toda a classe médica. No tempo em que ele foi supervisor do Instituto de anatomia patológica, colocou na sala de estudos um crucifixo com a inscrição tirada do livro de Oséias, 13, 14, que diz, “Ero mors tua, o mors” (Ó morte, eu serei a tua morte).
No ano de 1914, nosso médico sente mais uma vez a dor da perda. Sua mãe morreu em decorrência do diabetes. Sempre pensando na dor e no sofrimento alheios, foi ele o primeiro médico napolitano a experimentar a insulina no tratamento do diabetes. Com a explosão da Primeira guerra, Moscati tentou se alistar para servir seu país e os soldados feridos. As autoridades militares achavam por bem que ele serviria melhor no hospital. Seu hospital foi tomado por mais de 3000 soldados, e quase todos foram atendidos por ele. Moscati era “médico de homens e de almas”.
Exerceu a medicina verdadeiramente como um sacerdócio. Era assíduo na Missa e Comunhão diária; indicava os Sacramentos aos pacientes que manifestavam sua fé. Moscati jamais aceitou pagamento de consultas e outros atendimentos dos pobres. Incontáveis vezes enviava os pacientes para casa com a receita dos remédios e o dinheiro em um envelope para que pudessem comprá-los. Seus diagnósticos eram precisos; muitas vezes somente por ouvir os sintomas do paciente. Era conhecido por todos, inclusive por seus colegas de profissão, por realizar curas humanamente impossíveis.
Foi ainda na adolescência que José Moscati fez voto de castidade, e assim se manteve fiel até aos seus últimos momentos. Era na comunhão diária que encontrava forças para seguir e completar sua missão. A amizade com o beato Bártolo Longo, (o apóstolo do Rosário), o levou várias vezes ao Santuário de Nossa Senhora do Rosário em Pompeia, e lá também pode exercer grandemente a sua medicina, aliada à sua inabalável fé.
Consumido pelas aulas, conferências e o exercício de seu ofício, Dr. Giuseppe achava-se cansado, apesar dos seus 47 anos de idade. Era o dia 12 de abril de 1917; após assistir à santa Missa e receber a Comunhão, permaneceu no hospital até as 12h. Em casa, atendeu mais alguns pacientes que o aguardavam. Depois de ter atendido todos os pacientes, por volta das 15h, sentindo-se cansado, sentou-se numa poltrona de seu consultório e morreu santamente, como um soldado que lutou até o último instante! A arma que estava em suas mãos era o terço da Virgem Maria.
Foi beatificado em 16 de novembro de 1975 pelo Papa Paulo VI e canonizado em 25 de outubro por João Paulo II.
Fonte: https://marcioreiser.blogspot.com