12 de Novembro
São Josafá
Kuncewicz nasceu num lar cristão ortodoxo da Ucrânia, no ano 1580. Desde jovem manifestou vocação religiosa. Por isso, dedicou-se ao estudo da filosofia e da teologia. Ao completar vinte anos, ingressou na Ordem de São Basílio e tornou-se monge. Ao emitir seus votos, adotou o nome de Josafá. Apesar da pouca idade, destacou-se pelo comprometimento, espírito de oração, sabedoria e caridade para com todos.
Em pouco tempo, por causa de seu espírito sábio e santo, sendo ainda muito jovem, foi nomeado superior do mosteiro. Logo depois, foi nomeado arquimandrita, título que equivaleria a “monsenhor”, da cidade histórica de Polotsk, na Rússia. Depois disso, tendo somente trinta e sete anos, foi nomeado arcebispado de Polotsk, tendo aceitado a contragosto.
Os escritores são unânimes em narrar que a brilhante carreira de São Josafa Kuncewicz era totalmente justificável por causa dos dotes intelectuais e espirituais do santo. Além disso, sua vida era um exemplo de virtudes, de prática da caridade e de obediência total à disciplina da vida monástica. Sua caridade cristâ era um exemplo para todos. Certa vez, percebeu a grande necessidade de uma senhora viúva. Sem meios para ajudá-la no momento, penhorou seu próprio pálio de bispo, um adereço litúrgico caro, para conseguir o dinheiro necessário para socorrê-la.
No ano 1595, São Josafa Kuncewicz e um grande grupo de religiosos orientais, membros da igreja separada e cismática da Rússia, converteram-se à Igreja Católica Apostólica Romana. Eles reconheceram que a Igreja Católica era a verdadeira Igreja fundada por Jesus Cristo. Eles decidiram conservar a liturgia oriental criada por São João Crisóstomo e passaram a ser conhecidos como Uniatas.
São Josafa Kuncewicz defendia com muita coragem a autoridade do papa como o verdadeiro representante de Cristo e o sucessor de Pedro na terra. Ele também lutou pelo fim do cisma, isto é, da divisão, procurando com a união com a sede de Roma. Pregava, ensinava e fazia de tudo para seguir os ensinamentos e a doutrina de Jesus Cristo estando em uma só Igreja, sob a verdadeira autoridade de um único pastor.
A pregação de São Josafa Kuncewicz a favor do Papa e da unidade da Igreja desagradou sobremaneira aos cismáticos. Estes passaram a considerá-lo um renegado e mau exemplo de patriota. Por causa disso, São Josafa afirmou várias vezes: “Vereis que ainda me vão matar”. Deixou seu rebanho avisado de que isso aconteceria. Porém, não tinha medo e nem por um momento deixou de lutar.
Numa de suas visitas pastorais a uma paróquia sob seu governo, sua casa foi atacada. Muitos que o acompanhavam foram massacrados. São Josafa Kuncewicz, então, apresentou-se corajosamente diante dos inimigos e perguntou: “Porque vocês matam meus familiares se querem matar a mim?” Então, sem piedade, a multidão de cismáticos espancou e torturou São Josafa Kuncewicz. Depois, decidiram matá-lo e jogar seu corpo num rio. Era o dia 12 de novembro de 1623. Aconteceu em Vitebsk, na Bielorússia. O corpo de São Josafa Kuncewicz foi recuperado mais tarde e passou a ser venerado pelos católicos. Mais tarde, os assassinos do santo foram presos, passaram por um julgamento e foram condenados. Depois de certo tempo, arrependidos, converteram-se. A canonização de São Josafa Kuncewicz foi celebrada pelo Papa Pio IX, em 1876.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br