03 de Setembro
São Gregório Magno
São Gregório Magno nasceu em 540, numa nobre e rica família romana e foi educado na fé cristã. Iniciou-se na política e, aos 31 anos de idade, já era prefeito de Roma. As grandezas do mundo parecem tê-lo fascinado durante algum tempo, mas logo a graça triunfou, e ele abraçou a carreira religiosa. Entrou para a Ordem de São Bento de quem era grande admirador, vendeu os bens que herdara com a morte do pai e empregou o produto da venda da enorme fortuna no socorro aos necessitados e na construção de sete mosteiros na Itália.
Entre esses mosteiros estava o de Santo André, no monte Célio, do qual mais tarde ele foi nomeado abade. Em 578 foi nomeado núncio Papal na Corte de Constantinopla onde passou de seis a sete anos. Mas seu sonho era ir como missionário para a Inglaterra. Chegou até a ir, mas logo foi chamado de volta pelo Papa, a pedido do povo de Roma que acreditava que só ele poderia salvar a cidade mergulhada em problemas.
Quando em 590 o Papa Pelágio II morreu, ele foi, por unanimidade, aclamado seu sucessor. Relutou, tentou fugir, mas acabou por aceitar a missão. Como Papa foi um verdadeiro pai para todos, especialmente para os mais pobres. Nos 14 anos de seu pontificado, organizou a defesa de Roma ameaçada pelos bárbaros, administrou com muito equilíbrio os bens públicos, cuidou dos aquedutos, lutou a favor dos interesses dos pequenos colonos e contra os poderosos que os oprimiam, combateu os erros de doutrina e organizou as missões.
Deixou também sua marca no canto sacro e gregoriano, no direito canônico, na vida monástica e no apostolado leigo, acompanhando zelosamente a caminhada da Igreja no mundo. Escritor fecundo, redigiu 848 cartas e ainda hoje seu livro intitulado Regra Pastoral é utilizado. Governou tão bem a Igreja que recebeu o título de Magno, isto é, Grande. É considerado um dos maiores Papas que a Igreja já teve e para alguns historiadores toda a Idade Média viveu sob a influência de seu pensamento.
Hoje, nesse nosso mundo tão carente de bons governantes, São Gregório Magno que possuía ampla visão dos grandes e pequenos problemas da Igreja e do mundo, nos oferece, com o testemunho de sua vida, o perfil do bom governante: sábio, equilibrado, manso, firme, justo, desapegado dos bens materiais, bom administrador, sensível aos problemas do povo, preocupado com o bem comum, e sobretudo com uma medida justa e profunda da dignidade do ser humano.