27 de Julho
São Celestino I
São Celestino sucedeu ao Papa São Bonifácio e governou a Igreja do ano 422 ao ano 432. Seu pontificado foi marcado por grandes realizações. Era um homem firme, mas ao mesmo tempo liberal, atento aos problemas temporais do povo, mas sem jamais se descuidar da parte espiritual e tinha uma percepção muito clara e ampla das dificuldades que atingiam a comunidade eclesial.
Entre as obras realizadas por ele, está a reconstrução da cidade de Roma, arrasada pelas tropas do bárbaro Alarico. São Celestino defendeu o direito do Papa de receber apelos de qualquer cristão, fosse ele padre ou leigo. As respostas a esses apelos e solicitações ficaram sendo conhecidas pelo nome de Decretais, e a partir delas, São Celestino fixava normas de comportamento. Foram essas normas que deram origem ao hoje conhecido “Direito Canônico”.
São Celestino I esclareceu muitas dúvidas existentes no seu tempo, corrigiu abusos, combateu heresias e realizou intervenções na África, na Inglaterra, na França e no Oriente. Combateu vigorosamente a heresia nestoriana que negava a maternidade divina de Maria, defendendo no Concílio de Éfeso a verdade de que Nossa Senhora, sendo mãe de Jesus é também mãe de Deus, já que Jesus era Deus e homem.
São Celestino revelou-se um verdadeiro pastor, solícito com todos, mesmo com aqueles que não compartilhavam de suas idéias e até o combatiam. Prova disso é a carta que após o Concílio escreveu aos padres conciliares, ao imperador, ao patriarca de Constantinopla, ao clero e ao povo, manifestando sua satisfação pela vitória da verdade, mas convidando todos a uma atitude de magnanimidade para com os derrotados.
O Papa Celestino I morreu no dia 27 de julho do ano 432, após ter governado a Igreja por dez anos, período não muito longo, mas de grandes realizações.
Para a sociedade de hoje em que a maioria dos que detêm o poder, o exercem de forma ditatorial, São Celestino I nos oferece uma mensagem carregada de sabedoria: quem governa tem o direito de expor e defender suas idéias e projetos, mas tem também o dever de abrir os ouvidos para ouvir, o coração para sentir, e as mãos para acolher os pedidos, os desejos e as necessidades do povo. O governante sábio não é quem sabe de cor todas as leis ou que as segue ao pé da letra, mas aquele que é capaz de conciliar a justiça com a misericórdia, e a firmeza de atitudes com a magnanimidade de coração.