03 de Outubro

Santos André de Soveral, Ambrósio, Mateus e seus companheiros 

Mártires de Cunhaú e Uruaçu ou Protomártires do Brasil, é o título dado aos 30 cristãos martirizados, no interior do Rio Grande do Norte. Foram vítimas de dois morticínios, ambos no ano de 1645, no contexto das invasões holandesas no Brasil. O primeiro na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, município de Canguaretama; outro em Uruaçu, comunidade do município de São Gonçalo do Amarante.

No dia 16 de julho de 1645, os holandeses que ocupavam o nordeste do Brasil, chegaram a Cunhaú, no Rio Grande do Norte, onde residiam vários colonos ao redor do Engenho, ocupados no plantio da cana-de-açúcar. Era um domingo. Na hora da missa, 69 pessoas se reuniram na capela de Nossa Senhora das Candeias. A capela foi cercada e invadida por soldados e índios que trucidaram a todos que aí estavam, inclusive o Pároco Pe. André de Soveral que celebrava a missa. Não opuseram resistência aos agressores e entregaram piedosamente suas almas ao Criador.

Aterrorizados com o acontecimento de Cunhaú, muitos moradores de Natal pediram asilo no Forte dos Reis Magos ou se refugiaram em abrigos improvisados. No dia 3 de outubro, foram levados para as margens do Rio Uruaçu, onde os aguardavam índios e soldados holandeses armados. Eram cerca de 80 pessoas. Os holandeses, de religião calvinista, trouxeram um pastor protestante para demovê-los de sua fé católica. Todos resistiram a esta tentativa e foram barbaramente sacrificados. Entre eles estava Mateus Moreira que, ao lhe ser arrancado o coração pelas costas, morreu exclamando: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”.

Emissários do governo holandês enviados para investigar os massacres constataram a prática de violência, atrocidade e crueldade. Cronistas da época relatam que em Uruaçu a crueldade foi maior. Os índios e a tropa holandesa fecharam as portas da igreja e mataram os católicos ferozmente. Arrancaram línguas, deceparam braços e pernas, cortaram crianças ao meio e degolaram corpos. A história dos massacres foi pesquisada na Torre do Tombo, em Portugal, e no Museu de Ajax, na Holanda. Segundo documentos levantados, os holandeses ofereceram aos católicos a opção de salvar a vida, se eles se convertessem ao calvinismo.

Fonte: http://www.portalsalette.com.br