22 de Setembro
Santo Inácio de Santhiá
Santo Inácio nasceu em Santhià, diocese de Vercelli, no Piemonte (Itália), aos 05 de junho de 1686. Os seus pais chamavam-se Pedro Paulo Belvisotti e Maria Elizabetta Balocco. Era o quarto de seis filhos, da rica família dos Belvisotti, cristã, bem posicionada e muito conceituada socialmente. No Batismo recebeu o nome de Lourenço Maurício. Após a profissão religiosa adotou o nome de Inácio.
Aos sete anos de idade ficou órfão de pai. Sua mãe cuidou para que os filhos recebessem uma excelente instrução por meio de um sacerdote piedoso. Assim, além de uma formação literária invejável, ele cresceu na oração e amadureceu a sua vocação sacerdotal.
Começou a distinguir-se pela integridade dos costumes, pelo aproveitamento nos estudos e pelo gosto em ser acólito na Colegiada. Entrou no Seminário diocesano e aos 24 anos de idade foi ordenado sacerdote. Dedicou-se à pregação colaborando com os Jesuítas. Depois, foi nomeado cônego da Colegiada de Santhià. Foi-lhe oferecido, a seguir, o ofício de pároco. Porém, e, contra o parecer dos seus parentes, que previam para ele brilhante carreira eclesiástica, renunciou ao cargo.
Pouco depois, com o desejo de conseguir maior perfeição, vencendo enormes dificuldades, entrou na Ordem dos Capuchinhos, quando tinha 30 anos de idade. Ali, fez sua profissão religiosa em 1717. Como São Francisco, padre Inácio queria que o ideal supremo de vida fosse Cristo, optando pela pobreza absoluta de Belém, a abnegação total do Calvário, a caridade do Tabernáculo. Durante 25 anos, foi confessor assíduo e muito solicitado por pessoas de todas as classes. Nesse ministério, demonstrou a caridade paterna, sabedoria e ciência, adquiridas nos livros e por meio das orações contemplativas. Durante o dia, passava horas ininterruptas, na direção espiritual e abria aos pecadores os caminhos misteriosos da bondade de Deus.
Sua fama de bom conselheiro espiritual difundiu-se rapidamente, trazendo para a paróquia uma grande quantidade de religiosos, sacerdotes e fiéis desejosos de uma verdadeira orientação no caminho da santidade. A todos recebia com a maior caridade, porque os pecadores eram os filhos mais doentes e necessitados de acolhida e compreensão. Passou a ser chamado de “padre dos pecadores e dos desesperados”. A sua fama difundiu-se muito depressa também na pequena cidade, a tal ponto que os jovens que frequentavam as escolas superiores da cidade escolhiam como meta do passeio o convento, dizendo: “Vamos ver aquele santo!”.
Foi Mestre de noviços no convento do Monte, em Turim. Sendo modelo das virtudes, soube orientar os jovens noviços pelos caminhos da perfeição franciscana. Sua única intenção era formar os jovens para a vida religiosa, para a mortificação e a penitência. Para isso, instruía, corrigia e encorajava com atenção e palavras amorosas, fazendo o caminho difícil tornar-se ameno. A sua cela estava aberta em qualquer momento do dia e da noite para os noviços que precisassem de conselhos, de um encontro para superar uma prova ou esclarecer uma dúvida.
Em 1724, estourou a guerra e logo se notabilizou na assistência aos soldados feridos no hospital militar. Durante aqueles tempos turbulentos, soube ser o conforto e a ajuda para quem a ele se dirigia. Passou o resto da sua vida a ensinar o catecismo aos pequeninos e aos adultos, com competência, diligência e proveito verdadeiramente singulares.
Orientou exercícios espirituais, especialmente para os religiosos, aos quais, com a palavra e com o exemplo, soube conduzir à espiritualidade cristã e franciscana.
Ingressou na vida religiosa à procura da humildade e da obediência e, durante 54 anos, converteu-se em grande modelo dessas virtudes. A sua alegria era estar no último lugar, sempre pronto para qualquer desejo dos seus Superiores. Tendo 84 anos, cansado pelo intenso trabalho apostólico que havia desenvolvido no meio da maior simplicidade e humildade, desejava voltar para Deus. Morreu com fama de santidade no dia 21 de setembro de 1770, em admirável tranquilidade.
A notícia espalhou-se rapidamente, e uma multidão de fiéis de todas as classes sociais acorreu para saudar pela última vez o “santinho do Monte”, como era chamado. Os milagres atribuídos à sua intercessão logo surgiram e o seu culto ganhou vigor entre os devotos. Seis anos após sua morte, por vontade do clero, dos irmãos de hábito, do povo e da casa de Sabóia, foi dado início na cúria arquiepiscopal de Turim, ao processo sobre a fama de santidade, de vida, virtudes, e milagres do servo de Deus.
No ano de 1827, Leão XII declarou a heroicidade das suas virtudes, dando-lhe o título de Venerável. A 17 de abril de 1966, o Papa Paulo VI beatificou-o em São Pedro, no Vaticano. Foi canonizado a 19 de maio de 2002 pelo Papa São João Paulo II. Suas relíquias encontram-se na igreja dos Capuchinhos no Monte, em Turim.
Como produção literária, deixou-nos as Meditações para exercícios espirituais, cuja primeira impressão foi feita em 1912.
Fonte: http://www.santosebeatoscatolicos.com