04 de Julho
Santa Isabel de Portugal
Santa Isabel nasceu na Espanha, filha de Dom Pedro III de Aragão e da rainha Constança. Quando ela nasceu seu pai, que era um príncipe jovem e ansioso por diversões, entregou-a aos cuidados do avô, Tiago I, que havia se convertido e levava uma vida devota e cristã.
Aos 12 anos Isabel foi pedida em casamento por três príncipes, tendo seu pai escolhido Dom Diniz, herdeiro do trono de Portugal. Com ele Isabel teve dois filhos: Constância e Afonso, o herdeiro da coroa portuguesa.
Ela gostava da vida interior e do trabalho silencioso. Jejuava regularmente, era pródiga na distribuição de esmolas e estava sempre pronta a dar o perdão aos que erravam. As numerosas aventuras amorosas do marido muito a humilhavam, mas ela, sempre inclinada ao perdão, tratava com igual afeto os filhos de Dom Diniz, nascidos fora do casamento.
Santa Isabel era um verdadeiro anjo de paz. Sua ação pacificadora se fazia sentir tanto nas guerras entre os reinos cristãos, como nas brigas intermináveis de Dom Diniz com o irmão e o próprio filho. Era pacificadora, mas sem jamais abrir mão daquilo que ela considerava direito e justo, chegando a ser desterrada para longe do rei por causa de seus posicionamentos.
Fazia muita penitência e aos que lhe recomendavam moderação ela retrucava: “Onde, se não na Corte, são mais necessárias as mortificações? Aqui os perigos são maiores”. Pela palavra, pela penitência, pela oração, e sobretudo pelo exemplo de vida, ela conseguiu de Deus aquilo que mais desejava, que era a conversão do marido.
Quando Dom Diniz morreu, Santa Isabel depositou a coroa real no santuário de São Tiago de Compostela, doou seus bens pessoais aos mais necessitados e entrou para a Ordem Terceira de São Francisco, passando a viver de modo radical, a vida que sempre desejou, na pobreza e fazendo penitência.
Hoje, como no passado, não é fácil permanecer fiel à proposta do Evangelho num mundo de riquezas, intrigas, hedonismo, infidelidades em todos os níveis e disputas pelo poder. Mas Santa Isabel de Portugal nos lembra que é aí, no local onde vivemos, seja por força de uma opção pessoal, seja por circunstâncias alheias à nossa vontade, que somos chamados a suportar com paciência e dignidade os contratempos da vida, a semear a paz e a concórdia, a lutar em favor de tudo aquilo que promove a pessoa humana e contribui para que Jesus Ressuscitado seja cada vez mais conhecido e amado.