28 de Fevereiro
Santa Gianna Beretta Molla
Milagres da Beatificação e Canonização:
Foi graças a dois milagres feitos no Brasil, atribuídos à pediatra italiana Gianna Beretta Molla, símbolo da luta contra o aborto, que ela foi proclamada santa pelo papa São João Paulo II.
Segundo a biografia oficial da nova santa, uma das poucas mulheres não-religiosas a alcançar a glória dos altares, conhecida como “a mártir do amor maternal” por ter preferido sacrificar a própria vida para dar à luz sua filha, o Brasil representava para ela um país ao qual queria ajudar, para onde pensou em se mudar na juventude como missionária leiga.
Mãe de família, médica pediatra, católica praticante, símbolo do “não” ao aborto, Gianna Beretta Molla (1922-1962), que em 1962 deu à luz sua quarta filha, Gianna Emanuela, não quis abortar apesar do fibroma uterino que acabou causando sua morte após dar à luz.
A nova santa escolheu levar sua gravidez até o fim, apesar de saber que tinha um tumor no útero e se negou a abortar, apesar das recomendações de vários médicos.
Beatificada em 1994 pelo Papa em plena luta entre a Santa Sé e a ONU sobre as políticas para o controle da natalidade e o aborto, em 1977 Beretta Molla intercedeu, segundo a Igreja, na cura milagrosa de uma gestante no quarto mês de gravidez, em Grajaú (Maranhão, centro).
Após o milagre ter sido aprovado pelo Pontífice em 1992, ela foi beatificada em 24 de abril de 1994, ano internacional da família, para que fosse venerada nos altares como modelo de “mãe de família”.
Foi o primeiro passo para se tornar santa, mas para isto seria preciso demonstrar um segundo milagre.
A pediatra italiana, que morreu aos 40 anos, costuma ser usada como exemplo pelas autoridades católicas quando surge a discussão sobre o aborto, ao qual a Igreja se opõe firmemente, apesar de a prática ser legal em vários países da Europa, inclusive na Itália, e ilegal em quase toda a América Latina.
E é justamente por servir de exemplo que foi invocada por um jovem casal de Franca (São Paulo), que durante o jubileu do ano 2000 lhe pediu em suas orações que favorecesse o nascimento de sua filha, apesar da perda de todo o líquido amniótico.
O nascimento de Gianna Maria Arcolino Comparini, quarta filha do casal, depois de nos primeiros meses de gravidez se romper a membrana que contém o líquido para a sobrevivência do feto, foi declarado como milagre autêntico pelas autoridades eclesiásticas.
Mesmo que os médicos recomendem a interrupção da gravidez nestes casos, pois tanto o bebê quanto a mãe podem se infectar e o feto normalmente não resiste, a mãe brasileira não quis fazer o aborto e levou a gravidez até o fim, dando à luz uma menina saudável.
A canonização da médica, nascida em Magenta (norte da Itália), defendida pela organização conservadora Ação Católica, na qual militou desde jovem, foi elogiada por vários cardeais e prelados.
À cerimônia solene, presidida pelo Papa, estiveram presentes vários ativistas da organização, assim como representantes da Igreja brasileira.
O caso de nossa querida santa foi qualificado pelo papa Paulo VI como o de “uma mãe que para dar a vida ao seu filho, sacrifica a sua própria com meditada imolação”.