21 de Maio
Santa Catarina de Gênova
Catarina, chamada pelos seus conterrâneos de Catarininha, nasceu em Gênova, Itália, em 1447. Era filha de Francisca di Negro e de Tiago Fieschi, vice-rei de Nápoles. Da família Fieschi, uma das mais importantes daquele tempo, saíram dois Papas: Inocêncio IV e Adriano V.
Apesar de ter solicitado dos pais permissão para seguir os passos de sua irmã Libânia e tornar-se cônega lateranense, eles a deram como esposa a Juliano Adorno. Seu marido tinha cinco filhos naturais, levava uma vida desregrada e imoral e esse tipo de vida teve uma influência negativa sobre Catarina que passou a desfrutar de todos os prazeres que o mundo oferecia.
Essas experiências vividas nos primeiros anos de matrimônio estão no livro autobiográfico intitulado “Diálogo da chamada Catarininha, entre a alma e o corpo”. Não demorou muito, porém, e Catarina começou a perceber que o tipo de vida que levava não a fazia absolutamente feliz. É a partir dessa certeza que tem início seu processo de conversão. Catarina tomou consciência de suas faltas e pecados, entendeu que somente Deus podia libertá-la de suas angústias e da situação na qual vivia e começou a trilhar o caminho de volta para Deus.
Foram essas lutas e experiências interiores que a inspiraram a escrever sua famosa obra: “O Tratado do Purgatório”. No prólogo desse livro ela textualmente se declara “colocada no purgatório do amor divino que a incendiava, a queimava e a purificava de tudo o que tinha a purificar”.
Catarina de Gênova concretizou seu desejo de renovação espiritual, trilhando o caminho da penitência e da caridade. Influenciada por ela, Heitor Vernazza transformou a Companhia da Misericórdia em Companhia do Divino Amor e mais tarde, Oratório do Divino Amor. Essa feliz iniciativa se espalhou por Roma e Nápoles e posteriormente teve o apoio e a participação efetiva de São Caetano de Thiene e do futuro Papa Paulo IV.
Hoje Santa Catarina de Gênova que gozou dos prazeres do mundo, até sentir que eles não lhe traziam paz e felicidade, que passou por muitas angústias e crises existenciais, até entender que só o fogo abrasador do amor de Deus podia purificá-la e salvá-la, nos traz uma lição: os sofrimentos e as dificuldades que não têm origem no egoísmo humano, são muitas vezes o fogo que Deus permite que nos atinja, não para nos queimar, mas para nos purificar. O amor de Deus é como o arado, que revolve e aplaina a terra, não com a intenção de maltratá-la, mas de prepará-la para que produza bons frutos e colheitas abundantes.
Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro