DOM BOSCO NOS ENSINA COMO ENFRENTAR A VIDA COM SABEDORIA E FÉ
A cada ano, no dia 31 de janeiro a Igreja faz memória de São João Bosco, “pai mestre da juventude”[1]. Numa das partes de sua missa votiva encontramos a seguinte oração: “Vós lhe destes um olhar profético para os novos tempos a fim de que preparasse as novas gerações para enfrentar a vida com sabedoria honesta e fé rica em obras”[2]. Basta olharmos para a vida e obra de Dom Bosco, e veremos realmente que seu olhar profético foi sem dúvidas uma marca própria. Este homem viveu em Deus e para Ele quis conquistar todas as almas que lhe aparecessem.
O Senhor deu-lhe sabedoria e prudência e um coração tão grande como as praias à beira-mar (cf. 1Rs 5,9). Viver as novidades do tempo nunca foi uma preocupação para Dom Bosco, mas sim uma oportunidade inusitada para tornar Deus conhecido e amado. Seu olhar profético enxergava o bem colocado por Deus em cada coração, e com sabedoria e prudência soube edificar a obra que o Céu lhe pedia. Não é possível contar o número de jovens impactados pelo apostolado de Dom Bosco, tal como não se pode mensurar a areia das praias à beira-mar.
Somente um homem com o olhar fixo em Deus seria capaz de aventurar-se Itália afora para levar um novo modo de educar jovens, fomentando o que neles havia de bom, podando com o auxílio do Espírito Santo os pecados, afeições e tendências desordenadas em seus filhos. A afirmação bíblica de que “o humilde de espírito obtém a glória” (Pr 29,23) se aplica perfeitamente a Dom Bosco. Ao ser recebido pelo Papa Beato Pio IX teve a oportunidade de relacionar sua obra com os sonhos tidos desde a infância, afinal era isso que o Sucessor de Pedro queria: encontrar no grande Dom Bosco o coração de uma criança.
A tradição da Igreja reúne vários tipos de santos educadores, mas, em São João Bosco foi encontrada particular sabedoria no modo como conduzir garotos mais difíceis e órfãos, tirando-os das complexas situações que Turim vivia, conduzindo-os num verdadeiro processo de conversão. Para o santo educador, “a vida é um presente de Deus e o que fazemos dela é o nosso presente a Ele”, e devemos ter consciência de que “o amor às coisas terrenas diminui, muitas vezes até apaga o desejo das coisas do céu”. No Oratório[3] os jovens cantavam, brincavam e rezavam, certos de que nada mais valeria nesta vida a não ser amar a Deus de todo o coração (cf. Mt 22,37). Clique aqui. Adquira sua medalha de Dom Bosco e aumente a sua devoção!
Certamente Dom Bosco pode nos ensinar a enfrentar a vida de modo coerentemente cristão, discernindo cada situação diante de Deus e crendo sem hesitação “que todas as coisas concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). O salto dado na escuridão sem muitas coisas fazerem sentido, coisa que sempre nos acontece, ganha um tom maior quando reconhecemos na vida de um amigo de Deus que cada situação, aparentemente indesejável, no fundo esconde a vontade divina e, nada mais é do que a única oportunidade que temos de nos voltar para Deus sem medo.
Ainda hoje precisamos nos deixar conduzir pelo Espírito Santo, que jamais nos levará para caminhos de morte. Para tanto, precisamos estar próximos às duas colunas da fé, isto é, a Eucaristia e a Virgem Imaculada. Num de seus sonhos, Dom Bosco viu a barca da Igreja navegando por ondas tumultuosas, mas, por estar atada a estas duas colunas, se mantinha firme e as ondas nada podiam fazer. Eis o meio mais eficaz para sobrevivermos aos ataques da carne, do diabo e do mundo: a devoção à Santíssima Virgem Maria e a frequência aos Sacramentos, especialmente a Santa Missa. “Um sustentáculo grande para vós, uma arma poderosa contra as insídias do demônio tende, (…) na devoção a Maria Santíssima” disse o santo.
Aqueles que se refugiam em Maria encontram Cristo e Nele permanecem, os que a rejeitam sempre se deixarão levar pelas águas tempestuosas do mundo, pois, acabarão por criar uma imagem do Filho de Deus desfigurada. É na Igreja, Barca de Cristo, que estaremos a salvo dos ataques. É na Igreja que temos os meios suficientes para amar a Cristo e os remédios necessários para as doenças da nossa alma. O jovem padre João Bosco nunca teve medo de se aventurar nos planos divinos, consumindo-se até o final pelos jovens. Assim também todos e cada um de nós podemos pedir sua intercessão para cumprirmos nossa tarefa e um dia “descansar no céu”.
Dom Bosco, rogai por nós!
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[1] Título dado pelo Papa São João Paulo II em 1988, por ocasião do centenário da morte do santo. Disponível em:https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/es/apost_letters/1988/documents/hf_jp-ii_apl_19880131_ iuvenum-patris.html#_ednref8.
[2] Prefácio da Missa Votiva em honra a São João Bosco.
[3] Assim se chamam as casas salesianas, título dado pelo próprio santo em Turim, na Itália.