10 de Fevereiro 2020

A SANTA MISSA

5ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira 
Memória: Santa Escolástica, virgem
Cor: Branca

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1ª Leitura: 1Rs 8,1-7.9-13

Conduziram a arca da aliança ao Santo dos Santos
e uma nuvem encheu o templo do Senhor. 

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias: 1 Salomão convocou, junto de si em Jerusalém, todos os anciãos de Israel, todos os chefes das tribos e príncipes das famílias dos filhos de Israel, a fim de transferir da cidade de Sião, que é Jerusalém, a arca da aliança do Senhor. 2 Todo o Israel reuniu-se em torno de Salomão, no mês de Etanim, ou seja, no sétimo mês, durante a festa. 3 Vieram todos os anciãos de Israel, e os sacerdotes tomaram a arca 4 e carregaram-na junto com a tenda da reunião, como também todos os objetos sagrados que nela estavam; quem os carregava eram os sacerdotes e os levitas. 5 O rei Salomão e toda a comunidade de Israel, reunida em torno dele, imolavam diante da arca ovelhas e bois em tal quantidade, que não se podia contar nem calcular. 6 E os sacerdotes conduziram a arca da aliança do Senhor ao seu lugar, no santuário do templo, ao Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins, 7 pois os querubins estendiam suas asas sobre o lugar da arca, cobrindo a arca e seus varais por cima. 9 Dentro da arca só havia as duas tábuas de pedra, que Moisés ali tinha deposto no monte Horeb, quando o Senhor concluiu a aliança com os filhos de Israel, logo que saíram da terra do Egito. 10 Ora, quando os sacerdotes deixaram o santuário, uma nuvem encheu o templo do Senhor,11 de modo que os sacerdotes não puderam continuar as funções porque a glória do Senhor tinha enchido o templo do Senhor. 12 Então Salomão disse: ‘O Senhor disse que habitaria numa nuvem, 13 e eu edifiquei uma casa para tua morada, um templo onde vivas para sempre’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 131, 6-7. 8-10 (R. 8a)

R. Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso!

6 Nós soubemos que a arca estava em Éfrata *
e nos campos de Jaar a encontramos:
7 Entremos no lugar em que ele habita, *
ante o escabelo de seus pés o adoremos!      R.

8 Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, *
subi vós, com vossa arca poderosa!
9 Que se vistam de alegria os vossos santos, *
e os vossos sacerdotes, de justiça!
10 Por causa de Davi, o vosso servo, *
não afasteis do vosso Ungido a vossa face!       R. 

Evangelho: Mc 6,53-56 

E todos quantos o tocavam ficavam curados. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 53 Tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. 54 Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 55 Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. 56 E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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09 de Fevereiro 2020

A SANTA MISSA

5º Domingo do Tempo Comum – Ano A
Cor: Verde

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1ª Leitura: Is 58, 7-10

“A tua luz brilhará como a aurora” 

Leitura do Livro do profeta Isaías

Assim diz o Senhor: 7 Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. 8 Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. 9 Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: ‘Eis-me aqui’. Se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; 10 se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 111 (112), 4-5.6-7.8a e 9(R. 4a ou Aleluia)

R. Uma luz brilha nas trevas para o justo,
permanece para sempre o bem que fez.

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.

4 Ele é correto, generoso e compassivo,*
como luz brilha nas trevas para os justos.
5 Feliz o homem caridoso e prestativo,*
que resolve seus negócios com justiça.      R.

6 Porque jamais vacilará o homem reto,*
sua lembrança permanece eternamente!
7 Ele não teme receber notícias más:*
confiando em Deus, seu coração está seguro.      R.

8a Seu coração está tranquilo e nada teme*
9 Ele reparte com os pobres os seus bens,
permanece para sempre o bem que fez*
e crescerão a sua glória e seu poder.      R. 

2ª Leitura: 1Cor 2, 1-5 

“Anunciei entre vós o mistério de Cristo crucificado” 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Coríntios

Irmãos, quando fui à vossa cidade anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao prestígio da sabedoria humana. 2 Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. 3 Aliás, eu estive junto de vós, com fraqueza e receio, e muito tremor. 4 Também a minha palavra e a minha pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, 5 para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus e não na sabedoria dos homens. Palavra do Senhor.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Mt 5, 13-16 

 “Vós sois a luz do mundo”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 13 Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. 15 Ninguém acende uma lâmpada, e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim, num candeeiro, onde brilha para todos que estão na casa. 16 Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Ser Luz com o Exemplo

TEMPO COMUM. QUINTO DOMINGO. ANO A

– Os cristãos devem ser sal e luz no meio do mundo.
– Exemplaridade na vida familiar, profissional, etc.
– Exemplares na caridade e na temperança. O sal insípido não serve para nada.

I. NO EVANGELHO DA MISSA deste Domingo 1, o Senhor fala-nos da nossa responsabilidade perante o mundo: Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo. E diz isso a cada um de nós, àqueles que queremos ser seus discípulos.

O sal dá sabor aos alimentos, torna-os agradáveis, preserva da corrupção e era outrora um símbolo da sabedoria divina. No Antigo Testamento, prescrevia-se que tudo o que se oferecesse a Deus devia estar condimentado com sal 2, para significar o desejo de que a oferenda fosse agradável. A luz é a primeira obra da criação3, e é símbolo do Senhor, do Céu e da Vida. As trevas, pelo contrário, significam a morte, o inferno, a desordem e o mal.

Os discípulos de Cristo são o sal da terra: dão um sentido mais alto a todos os valores humanos, evitam a corrupção, trazem com as suas palavras a sabedoria aos homens. São também luz do mundo, que orienta e indica o caminho no meio da escuridão. Quando os cristãos vivem segundo a sua fé e têm um comportamento irrepreensível e simples, brilham como astros no mundo 4, no meio do trabalho e dos seus afazeres, na sua vida normal.

Um olhar à nossa volta é suficiente para vermos que, hoje em dia, é como se os homens houvessem perdido o sal e a luz de Cristo. “A vida civil encontra-se marcada pelas conseqüências das ideologias secularizadas, que vão da negação de Deus ou da limitação da liberdade religiosa à preponderante importância atribuída ao êxito econômico em detrimento dos valores humanos do trabalho e da produção; do materialismo e do hedonismo – que atacam os valores da família numerosa e unida, os da vida recém-concebida e os da tutela moral da juventude – a um «niilismo» que desarma a vontade perante problemas cruciais (como os dos novos pobres, dos emigrantes, das minorias étnicas e religiosas, do reto uso dos meios de informação), enquanto arma as mãos do terrorismo” 5. Há muitos males que derivam do “abandono por parte de batizados e fiéis das razões profundas da sua fé e do vigor doutrinal e moral dessa visão cristã da vida que garante o equilíbrio às pessoas e às comunidades” 6. Chegou-se a essa situação – em que é preciso evangelizar novamente o mundo 7 – pelo cúmulo de omissões de tantos cristãos que não foram sal e luz como o Senhor lhes pedia.

Cristo deixou-nos a sua doutrina e a sua vida para que os homens encontrassem o sentido da sua existência e achassem a felicidade e a salvação. Não se pode ocultar uma cidade situada sobre um monte, nem se acende uma lâmpada para pô-la debaixo do alqueire, mas no candelabro, para que alumie todos os que estão na casa, continua a dizer-nos o Senhor no Evangelho da Missa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, a fim de que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos céus. E para isso é necessário, em primeiro lugar, o exemplo de uma vida reta, a pureza da conduta, o exercício das virtudes humanas e cristãs na vida simples de todos os dias. A luz, o bom exemplo, deve abrir caminho.

II. PERANTE A ONDA DE MATERIALISMO e de sensualidade que afoga os homens, o Senhor “quer que das nossas almas saia outra onda – branca e poderosa, como a destra do Senhor –, que afogue com a sua pureza a podridão de todo o materialismo e neutralize a corrupção que inundou o orbe: é para isso que vêm – e para mais – os filhos de Deus” 8: para levar Cristo a tantos que convivem conosco, para que Deus não seja um estranho na sociedade.

Transformaremos verdadeiramente o mundo – a principiar por esse pequeno mundo em que se desenvolve a nossa atividade – na medida em que o ensinamento começar com o testemunho da nossa própria vida. Se formos exemplares, competentes e honrados no trabalho profissional; se dedicarmos à família o tempo de que os filhos ou os pais necessitam; se os que nos rodeiam virem que estamos alegres, mesmo no meio das contrariedades e da dor; se formos cordiais..., então “crerão nas nossas obras mais do que em qualquer outro discurso” 9 e sentir-se-ão atraídos pelo ideal de vida que as nossas ações lhes revelam.

O exemplo prepara a terra em que a palavra frutificará. Sem cairmos em atitudes grotescas, impróprias de um cristão corrente, podemos mostrar ao mundo o que significa seguir verdadeiramente o Senhor na tarefa cotidiana, tal como fizeram os primeiros cristãos. São Paulo instava com os fiéis de Éfeso: Eu vos exorto a andar de uma maneira digna da vocação a que fostes chamados10.

Devemos ser conhecidos como homens e mulheres leais, simples, verazes, alegres, trabalhadores, otimistas; devemos comportar-nos como pessoas que cumprem retamente os seus deveres e que sabem atuar a todo o momento como filhos de Deus, que não se deixam arrastar por qualquer vento. A vida do cristão constituirá então um sinal claro da presença do espírito de Cristo na sociedade.

Por isso devemos perguntar-nos com freqüência na nossa oração pessoal se os nossos colegas de trabalho, os nossos familiares e amigos se vêem levados a glorificar a Deus quando presenciam as nossas ações, porque vêem nelas a luz de Cristo. Seria um bom sinal de que em nós há luz e não escuridão, amor a Deus e não tibieza.

“Ele tem necessidade de vós..., diz-nos o Papa João Paulo II. De alguma forma vós lhe emprestais os vossos rostos, o vosso coração, toda a vossa pessoa, na medida em que vos entregais ao bem dos outros e vos tornais servidores fiéis do Evangelho. Então é o próprio Jesus a ficar bem; mas se fordes fracos e vis, obscurecereis a sua autêntica identidade e não o honrareis” 11. Não percamos nunca de vista esta realidade: os outros devem ver Cristo no nosso comportamento diário simples e sereno.

III. NA PRIMEIRA LEITURA 12, o profeta Isaías enumera algumas obras de misericórdia que darão ao cristão a possibilidade de manifestar a caridade do seu coração: compartilhar o pão e o teto, vestir o nu, desterrar os gestos ameaçadores e as maledicências. Então – canta o Salmo responsorial – a vossa luz irromperá como a aurora [...], a vossa luz brilhará nas trevas, a vossa escuridão tornar-se-á meio-dia13. A caridade exercida à nossa volta, nas circunstâncias mais diversas, será um testemunho que atrairá muitos à fé de Cristo, pois Ele mesmo disse: Nisto se conhecerá que sois meus discípulos 14.

As próprias normas habituais da convivência, que muitas pessoas encaram como algo meramente exterior e que só praticam porque lhes tornam mais fácil o trato social, para um cristão devem ser também fruto da caridade – da sua união com Deus, que impregna esses gestos de conteúdo sobrenatural. E a partir dessa raiz devem necessariamente exteriorizar-se. “Agora percebo – escreve Santa Teresa de Lisieux – que a verdadeira caridade consiste em suportar todos os defeitos do próximo, em não estranhar as suas debilidades, em edificar-se com as suas menores virtudes. Mas aprendi especialmente que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração, pois não se acende uma luz para pô-la debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, a fim de que alumie todos os que estão na casa. Parece-me que esta tocha representa a caridade que deve iluminar e alegrar não só aqueles a quem mais quero, mas todos os que estão na casa”15, toda a família, cada um dos que compartilham o nosso trabalho... Caridade que se manifestará em muitos casos através das formas usuais da educação e da cortesia.

Outro aspecto importante em que os cristãos devem ser sal e luz é a temperança, a sobriedade. A nossa época “caracteriza-se pela busca do bem-estar material a qualquer custo, e pelo correspondente esquecimento – melhor seria dizer medo, autêntico pavor – de tudo o que possa causar sofrimento. Com esta perspectiva, palavras como Deus, pecado, cruz, mortificação, vida eterna..., são incompreensíveis para um grande número de pessoas, que desconhecem o seu significado e o seu conteúdo” 16.

Por isso é particularmente urgente dar testemunho generoso de temperança e de sobriedade, que manifestam o espírito senhoril dos filhos de Deus e levam a utilizar os bens “segundo as necessidades e deveres, com a moderação de quem os usa, e não de quem os valoriza excessivamente e se vê arrastado por eles” 17.

Pedimos hoje à Virgem Maria que saibamos ser sal que impeça a corrupção das pessoas e da sociedade, e luz que não só ilumine mas aqueça com a vida e com a palavra; que estejamos sempre acesos no amor, não apagados; que a nossa conduta reflita com toda a luminosidade possível o rosto amável de Jesus Cristo. Com a confiança que Ela nos inspira, peçamos a Deus por seu intermédio, na intimidade do nosso coração: “Senhor nosso Deus, Vós que fizestes dos santos uma lâmpada que ao mesmo tempo ilumina e dá calor no meio dos homens, concedei-nos que possamos caminhar com esse ardor de espírito, como filhos da luz 18.

(1) Mt 5, 13-16; (2) cfr. Lev 2, 13; (3) Gên 1, 1-5; (4) cfr. Fil 2, 15; (5) João Paulo II, Discurso, 9-XI-1982; (6) ib.; (7) idem, Discurso, 11-X-1985; (8) Josemaría Escrivá, Forja, n. 23; (9) São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus, 15, 9; (10) Ef 4, 1; (11) João Paulo II, Homilia, 29-V-1983; (12) Is 58, 7-10; (13) cfr. Sl 3, 4-5; (14) cfr. Jo 13, 35; (15) Santa Teresa de Lisieux, História de uma alma, IX, 24; (16) A. del Portillo, Carta, 25-XII-1985, n. 4; (17) Santo Agostinho, Sobre os costumes da Igreja Católica, I, 21; (18) cfr. Oração coleta da Missa de São Bernardo, Abade.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Santa Apolônia

09 de Fevereiro

Santa Apolônia

Santa Apolônia viveu no tempo do império romano por volta do ano 249. Era o tempo do imperador Felipe, que foi derrotado por Décio. Este tornou-se um dos  mais cruéis perseguidores dos cristãos. Apolônia era filha de um rico magistrado de Alexandria, cidade importante do Egito, então sob o domínio do império Romano. Apolônia teve sua história contada pelo então Bispo de Alexandria, São Dionísio, em cartas ao Bispo Fabio de Antioquia.

Na sétima investida do Imperador Décio contra os cristãos, ela foi capturada. Como Décio sempre fazia, Apolônia foi obrigada a renunciar a sua fé cristã pelas forças do império. Além disso, foi obrigada a prestar culto aos deuses romanos e a obedecer o Imperador. Santa Apolônia, porém, firme na fé e tomada por uma coragem impressionante, negou-se a obedecer. Por isso, ela passou a sofrer terríveis torturas em praça pública, diante de todo o povo, que se impressionava com tudo o que via.

Em meio às grandes torturas que sofreu sem negar sua fé, Santa Apolônia teve seus dentes arrancados por pedras afiadas. Mesmo sofrendo a dor lancinante de ter seus dentes quebrados, ela não renunciou à sua fé em Jesus Cristo. Ao ver sua firmeza na fé, os carrascos quebraram sua face com pancadas. Em seguida, foi condenada a morrer queimada. Depois de sua morte, seus dentes foram recolhidos e levados para vários mosteiros. Existe um dente e um pedaço de sua mandíbula no Mosteiro de Santa Apolônia em Florença, Itália.

Depois de todos os sofrimentos pelos quais tinha passado, Santa Apolônia ainda reunia forças para mostrar a todos sua fé inabalável. Assim, mesmo amarrada, ela própria se jogou na fogueira onde morreria, dizendo que preferia a morte a renunciar sua fé em Cristo Jesus. Deus, porém, protegeu Santa Apolônia e ela escapou ilesa da fogueira. Muitos dos presentes se converteram ao presenciar este fato. Então os algozes lhe deram vários golpes de espada e lhe deceparam a cabeça. Santa Apolônia faleceu no ano de 249.

Mais tarde Santo Agostinho explicou que esse ato de Santa Apolônia foi inspirado pelo Espírito Santo, como um ato de coragem ao enfrentar todas as forças da época em nome de Jesus Cristo.

Santa Apolônia foi canonizada no ano 300. Seu culto é mais conhecido e divulgado na Europa, principalmente na Alemanha, França e Itália. Sua festa litúrgica é realizada no dia 9 de fevereiro. Ela é padroeira da Odontologia e dos cirurgiões-dentistas, dos que sofrem de dores na boca e problemas nos dentes.

Por ter tido os seus dentes arrancados ela é representada por uma imagem de uma senhora com vestes simples, adornada de um véu. Tem a seus pés uma palma e um fórceps na mão segurando um dente.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br


08 de Fevereiro 2020

A SANTA MISSA

4ª Semana do Tempo Comum – Sábado 
Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Rs 3,4-13

 Dá, ao teu servo, um coração compreensivo,
capaz de governar o teu povo.
 

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias: 4 O rei Salomão foi a Gabaon para oferecer um sacrifício, porque esse era o lugar alto mais importante. Salomão ofereceu mil holocaustos naquele altar. 5 Em Gabaon o Senhor apareceu a Salomão, em sonho, durante a noite, e lhe disse: ‘Pede o que desejas e eu to darei’. 6 Salomão respondeu: ‘Tu mostraste grande benevolência para com teu servo Davi, meu pai, porque ele andou na tua presença com sinceridade, justiça e retidão de coração para contigo. Tu lhe conservaste esta grande benevolência, e lhe deste um filho que hoje ocupa o seu trono. 7 Portanto, Senhor meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar. 8 Além disso, teu servo está no meio do teu povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. 9 Dá, pois, ao teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal. Do contrário, quem poderá governar este teu povo tão numeroso?’ 10 Esta oração de Salomão agradou ao Senhor. 11 E Deus disse a Salomão: ‘Já que pediste estes dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça,12 vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti, nem haverá depois de ti. 13 Mas dou-te também o que não pediste, tanta riqueza e tanta glória como jamais haverá entre os reis, durante toda a tua vida.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 118, 9. 10. 11. 12. 13. 14 (R. 12b)

R. Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!

9 Como um jovem poderá ter vida pura? *
Observando, ó Senhor, vossa palavra.  R.

10 De todo o coração eu vos procuro, *
não deixeis que eu abandone a vossa lei!       R.

11 Conservei no coração vossas palavras, *
a fim de eu não peque contra vós.      R.

12 Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; *
os vossos mandamentos ensinai-me!     R.

13 Com meus lábios, ó Senhor, eu enumero *
os decretos que ditou a vossa boca.      R.

14 Seguindo vossa lei me rejubilo *
muito mais do que em todas as riquezas.      R.

Evangelho: Mc 6,30-34 

 Eram como ovelhas sem pastor. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 30 Os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31 Ele lhes disse: ‘Vinde sozinhos para um lugar deserto, e descansai um pouco’. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32 Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33 Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. 34 Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Santa Josefina Bakhita

08 de Fevereiro

Santa Josefina Bakhita

A irmã morena, assim era carinhosamente chamada Santa Josefina Bakhita, religiosa que sofreu as dores da escravidão, mas conheceu o amor de Deus, a quem decidiu se consagrar. Neste dia 8 de fevereiro, a igreja recorda a sua memória litúrgica.

Santa Josefina Bakhita nasceu em uma aldeia perto da montanha Agilerei, no Sudão, em 1869. Tendo sido vendida e comprada por várias vezes, experimentou diversas humilhações e sofrimentos físicos da escravidão. A experiência dolorosa fez com que esquecesse o próprio nome.

Bakhita, que significa afortunada, foi o nome que recebeu de comerciantes de escravos. “Bakhita é um nome formoso; vai te trazer boa sorte”, disse um deles.

Até que foi comprada por um cônsul italiano, que a levou para a Itália e a entregou a uma família amiga de Veneza, o casal Michieli, pois a esposa tinha se afeiçoado a Bakhita. Este casal teve uma filha e a santa passou a ser a babá e amiga da menina.

Por conta dos negócios, esta família teve que retornar para a África. Mas, seguindo conselhos, decidiram deixar a filha e a babá aos cuidados das religiosas de Santa Madalena de Canossa. Foi então que Bakhita teve seu encontro com o Senhor, conheceu o Evangelho e foi batizada aos 21 anos, recebendo o nome Josefina.

Quando os Michieli retornaram da África e foram buscar a filha e Bakhita, esta, com firme decisão, disse que queria ficar com as Irmãs Canossianas para servir a Deus.

Em 1896, atendendo ao chamado para a vida religiosa, Josefina Bakhita se consagrou para sempre ao seu Deus, que ela chamava com carinho “o meu Patrão”.

“Se eu encontrasse de novo aqueles negreiros que me sequestraram e também aqueles que me torturaram, me ajoelharia para beijar as suas mãos, porque, se não tivesse acontecido isto, eu não seria agora cristã e religiosa”, disse certa vez a santa.

Dedicou-se por mais de cinquenta anos às várias ocupações no convento. Foi cozinheira, responsável pelo guarda-roupa, bordadeira, sacristã, porteira.

Admirada pelas irmãs e pelos moradores do local por sua humildade, simplicidade e alegria, costumava dizer: “Sede bons, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se, soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!”.

Já na velhice e tomada por longa e dolorosa doença, reviveu a agonia dos terríveis anos de escravidão. Várias vezes suplicava à enfermeira que a assistia: “Solta-me as correntes ... pesam muito!”.

Em 8 de fevereiro de 1947, a “Santa Irmã Morena” partiu para a casa do Pai, tendo proferido suas últimas palavras: “Nossa Senhora! Nossa Senhora!”.

Em 1992, Bakhita foi beatificada por São João Paulo II e canonizada pelo mesmo Pontífice em 1º de outubro de 2000, após o reconhecimento da cura milagrosa de Eva Tobias da Costa, brasileira, moradora de Santos (SP), que havia rezado pela intercessão de Bakhita em 1980.

Por sua espiritualidade e força ante as adversidades, São João Paulo II a chamou “Nossa Irmã Universal” e sua história de vida foi, na realidade, a história de todo um continente.

Fonte: https://www.acidigital.com


Santificar o Descanso

TEMPO COMUM. QUARTA SEMANA. SÁBADO

- Cansaço de Jesus. Contemplar a sua Santa Humanidade.
- O   nosso   cansaço   não   é   em  vão;   aprender  a santificá-lo.
- Dever de descansar; para servir melhor a Deus e aos outros.

I. OS APÓSTOLOS VOLTARAM a reunir-se com Jesus e contaram-lhe tudo quanto haviam feito e ensinado. Ele disse-lhes: Vinde, vós sozinhos, e retiremo-nos a um lugar deserto para que descanseis um pouco.1 São palavras do Evangelho da Missa que nos mostram a solicitude de Jesus pelos seus. Os Apóstolos, depois de uma missão apostólica intensa, sentem-se cansados, e o Senhor apercebe-se disso imediatamente e cuida deles: Retiraram-se numa barca para um lugar tranqüilo e afastado.

Noutras ocasiões, é Jesus quem está verdadeiramente cansado do caminho 2 e se senta junto de um poço porque não pode dar mais um passo sequer. Experimentou algo tão próprio da natureza humana como a fadiga. Experimentou-a no seu trabalho, ao longo dos trinta anos de vida oculta, tal como nós todos os dias. Muitas vezes, terminava a jornada extenuado. Os Evangelistas contam-nos que certa vez adormeceu na popa da barca durante uma tempestade no lago: tinha passado todo o dia pregando 3 e o seu cansaço foi tão grande que não acordou apesar das ondas. Não fingiu estar dormindo para provar a fé dos seus discípulos; estava realmente esgotado. Que grande consolo é para nós contemplarmos o Senhor exausto! Como Jesus está perto de nós nesses momentos!

No cumprimento dos nossos deveres, ao empenharmo-nos generosamente na nossa tarefa profissional, ao gastarmos muitas energias nas iniciativas apostólicas e de serviço aos outros, é natural que nos apareça o cansaço como um companheiro inseparável. Longe de nos queixarmos perante essa realidade comum a todos os mortais, devemos aprender a descansar junto de Deus, de modo a podermos dizer no nosso interior: "Ó Jesus! - Descanso em Ti" 4.

O Senhor entende bem as nossas fadigas e convida-nos a recuperar as forças junto dEle: Vinde a mim, todos os que estais fatigados e carregados, e eu vos aliviarei 5.

Cristo alivia-nos da nossa carga quando unimos o nosso cansaço ao seu, quando o oferecemos pela redenção das almas, quando praticamos uma caridade amável com aqueles que nos rodeiam, especialmente nesses momentos em que nos pode custar um pouco mais.

Nunca devemos esquecer que o descanso é uma situação que também temos de santificar. Esses momentos de distração não devem ser parcelas isoladas da nossa vida nem pretexto para nos permitirmos alguma compensação egoísta. O Amor não tira férias.

II. JESUS SERVE-SE TAMBÉM dos momentos em que repõe as forças para ajudar as almas. Enquanto descansa junto do poço de Jacó, aparece uma mulher que vem encher o seu cântaro de água.

Também nós sabemos que nem os nossos momentos de cansaço devem passar em vão. "Só depois da morte é que saberemos quantos pecadores ajudamos a salvar-se com o oferecimento do nosso cansaço. Só então compreenderemos que a nossa inatividade forçosa e os nossos sofrimentos podem ser mais úteis ao próximo do que os nossos serviços efetivos" 7. Não deixemos nunca de oferecer ao Senhor esses períodos de prostração ou de inutilidade devidos ao esgotamento ou à doença; nem deixemos de ajudar os outros nessas circunstâncias.

O cansaço ensina-nos a viver muitas virtudes. Antes de mais nada, ensina-nos a ser humildes, porque nos faz perceber que não podemos tudo e que necessitamos dos outros; deixarmo-nos ajudar quando nos sentimos esgotados favorece sobremaneira a humildade.

Ensina-nos a desprender-nos de muitas coisas que gostaríamos de fazer e a que não chegamos pela limitação das nossas forças.

Ajuda-nos ainda a crescer na virtude da fortaleza e na correspondente virtude humana da rijeza, pois não há dúvida de que nem sempre nos encontraremos na plenitude das nossas forças físicas para trabalhar, estudar, levar a cabo uma tarefa difícil que, no entanto, temos de executar. Uma parte não pequena da virtude da fortaleza consiste em nos acostumarmos a trabalhar cansados ou, pelo menos, sem nos encontrarmos fisicamente tão bem dispostos como gostaríamos de estar para desempenhar essas tarefas. Se as empreendermos pelo Senhor, Ele as abençoará particularmente.

O cansaço, enfim, ensina-nos a ser prudentes. O cristão considera a vida como um bem imenso, que não lhe pertence e que deve proteger; devemos viver os anos que Deus queira, tendo deixado realizada a tarefa que nos foi encomendada. E, conseqüentemente, devemos viver, por Deus e pelos demais, as normas da prudência no cuidado da nossa própria saúde e na daqueles que dependem de nós de uma forma ou de outra. Entre essas normas, contam-se "os descansos oportunos para distrair o ânimo e para consolidar a saúde do espírito e do corpo." 8

Dedicar o tempo conveniente ao descanso em família e ao sono, dar um passeio periodicamente ou fazer uma pequena excursão, são meios de que devemos lançar mão habitualmente, sem encará-los como um capricho ou um luxo, mas como uma obrigação. Comportar-se de outra forma revelaria talvez descuido e preguiça, e essa atitude seria mais daninha ainda se nos levasse a esmorecer na vida interior, a cair no ativismo, a perder a serenidade com freqüência, etc. Uma pessoa que assegure um mínimo de ordem na sua vida encontra sempre o modo de viver habitualmente um prudente descanso no meio de uma atividade exigente e abnegada.

III. APRENDAMOS A DESCANSAR. E, se podemos evitar o esgotamento, não deixemos de fazê-lo. O Senhor quer que cuidemos da saúde, que saibamos recuperar as forças; é parte do quinto mandamento.

O descanso é necessário sobretudo para servir melhor a Deus e aos outros. "Pensai que Deus ama apaixonadamente as suas criaturas, e, aliás..., como é que trabalhará o burro se não lhe dão de comer nem dispõe de algum tempo para restaurar as forças, ou se lhe quebram o vigor com excessivas pauladas? O teu corpo é como um burrico - um burrico foi o trono de Deus em Jerusalém - que te leva ao lombo pelas veredas divinas da terra: é preciso dominá-lo para que o seu trote seja tão alegre e brioso quanto é possível esperar de um jumento." 9

Quando se está esgotado, tem-se menos facilidade para fazer as coisas bem feitas, tal como Deus quer que as façamos, e também podem ser mais freqüentes as faltas de caridade, ao menos por omissão. São Jerônimo observa com humor: "A experiência ensinou-me que, quando o burro caminha cansado, apóia-se em todas as esquinas".

Já se disse que "o descanso não é não fazer nada; é distrair-se em atividades que exigem menos esforço." 10 Não se confunde com a preguiça.

É importante, pois, que o descanso não seja um "andar no vazio", que não seja um mero vazio. Às vezes — dizia João Paulo II, comentando os momentos de descanso de Jesus em casa de Lázaro, Marta e Maria -, convirá ir ao encontro da natureza, das montanhas, do mar e do verde. E, evidentemente, sempre será necessário preencher o descanso com um conteúdo novo, que lhe advirá do encontro com Deus: abrir o olhar interior da alma à sua Palavra de verdade 11.

Percebemos bem que não são poucas as pessoas que dedicam os seus períodos de descanso a passatempos e atividades que não facilitam, antes dificultam esse encontro com Cristo. Longe de nos deixarmos arrastar por um ambiente mais ou menos vazio e oco, a escolha do local de férias, o programa de uma viagem ou de um fim de semana devem estar orientados por esta perspectiva: a de que deve servirmos para o descanso a mesma norma que deve presidir ao trabalho, isto é, o amor a Deus e ao próximo.

O amor não admite espaços em branco. Sempre é tempo de amar. Sempre é tempo de nos preocuparmos pelos outros, de atendê-los, de ajudá-los, de nos interessarmos pelos seus gostos. Jesus descansou por obediência à lei de Moisés, por exigências familiares, de amizade, ou simplesmente porque estava cansado..., tal como qualquer pessoa. Não o fez nunca por ter-se cansado de servir aos outros. Jamais se isolou ou se mostrou inacessível, como quem diz: "Agora é a minha vez". Nunca devemos deixar-nos dominar por motivos egoístas, mesmo à hora de parar para recuperar as energias. Nesses momentos, também estamos junto de Deus; o descanso não é um tempo pagão, alheio à vida interior.

O Senhor deixa-nos no Evangelho da Missa de hoje uma prova muito particular de amor: a de se ter preocupado pelo descanso e pela saúde dos que tinha ao seu lado. E, junto do poço de Sicar, extenuado, deu-nos um exemplo formidável: não perdeu a oportunidade de converter a mulher samaritana. E isso apesar de que os judeus e os samaritanos não se falavam. Quando há amor, não há desculpas para não praticarmos o bem, para não nos interessarmos pela sorte espiritual dos outros.

(1) Mc 6, 30-31; (2) cfr. Jo 4, 6; (3) cfr. Jo 4, 38; (4) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 732; (5) Mt 11, 28; (6) cfr. Jo 4, 8 e segs.; (7) G. Chevrot, Jesus e a samaritana, Aster, Lisboa, 1956, pág. 25; (8) Cone. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 61; (9) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 137; (10) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 357; (11) cfr. João Paulo II, Angelus, 20-VII-1980.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


07 de Fevereiro 2020

A SANTA MISSA

4ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Eclo 47, 2-13 (gr. 2-11)

Davi, de todo o coração, louvava o Senhor,
mostrando que amava a Deus, seu Criador.

Leitura do Livro do Eclesiástico

2 Como a gordura, que se separa do sacrifício pacífico, assim também sobressai Davi, entre os israelitas. 3 Brincou com leões como se fossem cabritos e com ursos, como se fossem cordeiros. 4 Não foi ele que, ainda jovem, matou o gigante e retirou do seu povo a desonra? 5 Ao levantar a mão com a pedra na funda, ele abateu o orgulho de Golias. 6 Pois invocou o Senhor, o Altíssimo, e este deu força ao seu braço direito e ele acabou com um poderoso guerreiro e reergueu o poder do seu povo. 7 Assim foi que o glorificaram por dez mil e o louvaram pelas bênçãos do Senhor, oferecendo-lhe uma coroa de glória. 8 Pois esmagou os inimigos por toda a parte, e os aniquilou os Filisteus, seus adversários, abatendo até hoje o seu poder. 9 Em todas as suas obras dava graças ao Santo Altíssimo, com palavras de louvor: 10 de todo o coração louvava o Senhor, mostrando que amava a Deus, seu Criador. 11 Diante do altar colocou cantores, que deviam acompanhar suavemente as melodias. 12 Deu grande esplendor às festas e ordenou com perfeição as solenidades até o fim do ano: fez com que louvassem o santo Nome do Senhor, enchendo o santuário de harmonia desde a aurora. 13 O Senhor lhe perdoou os seus pecados, e exaltou para sempre o seu poder; concedeu-lhe a aliança real e um trono glorioso em Israel.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 17, 31. 47.50. 5l (R. Cf. 47b)

R. Louvado seja Deus, meu Salvador!

31 São perfeitos os caminhos do Senhor, *
sua palavra é provada pelo fogo;
nosso Deus é um escudo poderoso *
para aqueles que a ele se confiam.        R

47 Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! *
E louvado seja Deus, meu Salvador!
50 Por isso, entre as nações, vos louvarei, *
cantarei salmos, ó Senhor, ao vosso nome.        R.

51 Concedeis ao vosso rei grandes vitórias +
e mostrais misericórdia ao vosso Ungido, *
a Davi e à sua casa para sempre.       R. 

Evangelho: Mc 6,14-29 

 É João Batista a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 14 O rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tinha tornado muito conhecido. Alguns diziam: ‘João Batista ressuscitou dos mortos. Por isso os poderes agem nesse homem.’ 15 Outros diziam: ‘É Elias.’ Outros ainda diziam: ‘É um profeta como um dos profetas.’ 16 Ouvindo isto, Herodes disse: ‘Ele é João Batista. Eu mandei cortar a cabeça dele, mas ele ressuscitou!’ 17 Herodes tinha mandado prender João, e colocá-lo acorrentado na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, mulher do seu irmão Filipe, com quem se tinha casado. 18 João dizia a Herodes: ‘Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão.’ 19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia. 20 Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. 21 Finalmente, chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes, e ele fez um grande banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galileia. 22 A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: ‘Pede-me o que quiseres e eu to darei.’ 23 E lhe jurou dizendo: ‘Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino.’ 24 Ela saiu e perguntou à mãe: ‘O que vou pedir?’ A mãe respondeu: ‘A cabeça de João Batista.’ 25 E, voltando depressa para junto do rei, pediu: ‘Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista.’ 26 O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados. 27 Imediatamente, o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, degolou-o na prisão, 28 trouxe a cabeça num prato e a deu à moça. Ela a entregou à sua mãe. 29 Ao saberem disso, os discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Fortaleza na Vida Diária

TEMPO COMUM. QUARTA SEMANA. SEXTA-FEIRA

– O exemplo dos mártires. O nosso testemunho de cristãos correntes. A virtude da fortaleza.
– Fortaleza para seguirmos o Senhor, para sermos fiéis nos pormenores, para vivermos o desprendimento efetivo dos bens, para sermos pacientes.
– Heroísmo na vida simples e normal do cristão. Exemplaridade.

I. O EVANGELHO DA MISSA de hoje relata-nos o martírio de João Batista1, que foi fiel à missão recebida de Deus, ao ponto de dar a vida por ela. Se tivesse permanecido calado ou à margem dos acontecimentos nos momentos difíceis, não teria morrido degolado no calabouço de Herodes. Mas João não era como uma cana agitada por qualquer vento. Foi coerente até o fim com a sua vocação e com os princípios que davam sentido à sua existência. O sangue que derramou – e depois dele os mártires de todos os tempos – unir-se-ia ao Sangue redentor de Cristo para nos dar um exemplo d e amor e de firmeza na fé, de valentia e de fecundidade.

O martírio é a maior expressão da virtude da fortaleza e o testemunho supremo de uma verdade que se confessa até dar a vida por ela. O exemplo do mártir “traz-nos à memória que se deve à fé um testemunho [...] pessoal, preciso e – se chegar o caso – custoso, intrépido; recorda-nos, enfim, que o mártir de Cristo não é um herói estranho, mas é para nós, é nosso”2; ensina-nos que todo o cristão deve estar disposto a renunciar à sua própria vida, se for necessário, em testemunho da sua fé.

Os mártires não são apenas um exemplo incomparável que nos vem do passado; a nossa época atual também é tempo de mártires, de perseguição, mesmo sangrenta. “As perseguições pela fé são hoje muitas vezes semelhantes às que o martirológio da Igreja registrou durante os séculos pretéritos. Elas assumem diversas formas de discriminação dos fiéis e de toda a comunidade da Igreja [...].

“Há hoje centenas e centenas de milhares de testemunhas da fé, muito freqüentemente desconhecidas ou esquecidas pela opinião pública, cuja atenção está absorvida por outros fatos; com freqüência só Deus as conhece. Elas suportam privações diárias nas mais diversas regiões de cada um dos continentes.

“Trata-se de fiéis obrigados a reunir-se clandestinamente porque a sua comunidade religiosa é considerada ilegal. Trata-se de bispos, de sacerdotes, de religiosos a quem se proíbe o exercício do santo ministério nas suas igrejas ou em reuniões públicas [...].

“Trata-se de jovens generosos, a quem se impede de entrar num seminário ou num local de formação religiosa para realizarem aí a sua própria vocação [...]. Trata-se de pais a quem se nega a possibilidade de assegurarem aos seus filhos uma educação inspirada na sua fé.

“Trata-se de homens e mulheres, trabalhadores manuais, intelectuais e de todas as profissões que, pelo simples fato de professarem a sua fé, enfrentam o risco de se verem privados de um futuro brilhante para as suas carreiras ou estudos”3.

Quanto à maioria dos cristãos, o Senhor não lhes pede que derramem o seu sangue em testemunho da fé que professam. Mas exige de todos uma firmeza análoga que os leve a proclamar a verdade com a vida e com a palavra em ambientes que podem ser difíceis e hostis aos ensinamentos de Cristo, e a viver plenamente as virtudes cristãs no meio do mundo, nas circunstâncias em que a vida os colocou. Este é o caminho que deverão percorrer e em que deverão ser igualmente heroicos.

O cristão de hoje necessita particularmente da virtude da fortaleza, que, além de ser humanamente atraente, é imprescindível em face da mentalidade materialista de muitos, do comodismo e do horror por tudo o que supõe mortificação, renúncia ou sacrifício... Qualquer ato de virtude inclui um ato de coragem, de fortaleza; sem ela, não se pode ser fiel a Deus.

São Tomás ensina4 que esta virtude tem duas vertentes; por um lado, leva-nos a acometer o bem sem nos determos perante as dificuldades e perigos que possa ocasionar; por outro, a resistir aos males e dificuldades de modo a não cairmos na tristeza. No primeiro caso, encontram o seu campo próprio de atuação as virtudes da coragem e da audácia; no segundo, a paciência e a perseverança. São virtudes que temos ocasião de praticar todos os dias, em ponto pequeno talvez, mas constantemente. Somos heroicos em aproveitar essas oportunidades?

II. PÔR A META da nossa vida em seguir o Senhor de perto e progredir sempre nesse seguimento já requer fortaleza, porque a imitação de Jesus Cristo nunca foi uma tarefa cômoda; é um ideal alegre, extremamente alegre, mas sacrificado. E depois da primeira decisão, vem a de cada momento, a de cada dia. O cristão deve ser forte para empreender o caminho da santidade e para reempreendê-lo a cada uma das suas etapas, para perseverar sem amolecer, apesar de todos os obstáculos externos e internos que possam apresentar-se.

Necessitamos de fortaleza para ser fiéis nas pequenas coisas de cada dia, que são, em última análise, as que nos aproximam ou nos afastam de Deus. Essa atitude de firmeza manifesta-se no trabalho, na vida familiar, perante a dor e a doença, diante dos possíveis desânimos que tirariam a paz se não houvesse um esforço decidido por superá-los, apoiados sempre na consideração de que Deus é nosso Pai e permanece junto de cada um dos seus filhos.

Precisamos da virtude da fortaleza para evitar que nos extraviemos, para deixar de lado as bugigangas da terra, não permitindo que o coração se apegue a elas. Muitos cristãos parecem ter esquecido que Cristo é verdadeiramente o tesouro escondido, a pérola preciosa5, por cuja posse vale a pena não encher o coração de bens minúsculos e relativos, pois “quem conhece as riquezas de Cristo Nosso Senhor, despreza por elas todas as coisas; para esse homem, as posses, as riquezas e as honras são como lixo. Porque não há nada que se possa comparar àquele supremo tesouro, nem que se possa trazer à sua presença”6. Para estarmos realmente desprendidos dos bens que devemos utilizar e não os convertermos em fins, devemos ser fortes.

A virtude da fortaleza leva-nos também a ser pacientes perante os acontecimentos e notícias desagradáveis e perante os obstáculos que se apresentam todos os dias. Não é próprio de um cristão que vive na presença de seu Pai-Deus, andar com um aspecto azedo, mal-humorado ou triste por causa de uma espera que se prolonga, de uns planos que tem de mudar à última hora, ou de um pequeno (ou grande) fracasso.

A paciência leva-nos a ser compreensivos com os outros, quando parece que não melhoram ou não põem todo o interesse em corrigir-se, e a tratá-los sempre com caridade, com apreço humano e sentido sobrenatural. Quem tem ao seu cuidado a formação de outras pessoas (pais, mestres, superiores...) necessita particularmente desta virtude, porque “governar, muitas vezes, consiste em saber «ir puxando» pelas pessoas, com paciência e carinho”7.

Para fazermos o nosso exame nesta matéria, há de servir-nos de muito este conselho: “Nas relações com os que te cercam, tens de conduzir-te cada dia com muita compreensão, com muito carinho, juntamente – é claro – com toda a energia necessária: de outro modo, a compreensão e o carinho se convertem em cumplicidade e egoísmo”8. A caridade nunca é fraqueza, e a fortaleza, por sua vez, não deve supor uma atitude irritada, áspera e mal-humorada.

III. EM COMPARAÇÃO COM TODOS os fiéis que compõem a Igreja, são poucos aqueles a quem o Senhor pede um testemunho de fé mediante o derramamento de sangue, mas a ninguém deixa Ele de pedir a entrega da vida, pouco a pouco, com um heroísmo escondido, no cumprimento do dever, na luta por uma maior coerência com a fé cristã, exteriorizada mediante um exemplo que arraste e estimule.

Não basta viver interiormente a doutrina de Cristo: seria falsa uma fé que não tivesse manifestações externas. Os cristãos não podem dar a impressão – pela sua passividade ou por não quererem comprometer-se – de que não encaram a sua fé como o valor mais importante da sua vida ou de que não consideram os ensinamentos da Igreja como um elemento vital da sua conduta. “O Senhor necessita de almas fortes e audazes, que não pactuem com a mediocridade e penetrem com passo firme em todos os ambientes”9.

E existem épocas em que pode haver graves razões de caridade para confortarmos com o testemunho da nossa fé os que andam vacilantes: mediante uma confissão decidida e sem complexos como a de João Batista, que arraste e mova.

A honra de Deus está acima das conveniências pessoais. Não podemos permanecer passivos quando se quer colocar Deus entre parêntesis na vida pública, ou quando homens sectários pretendem confiná-lo no fundo das consciências. Não podemos estar calados quando há tantas pessoas ao nosso lado que nos olham à espera de um testemunho coerente com a fé que professamos.

Este testemunho consistirá umas vezes na exemplaridade ao longo das muitas horas de trabalho profissional, na caridade e na compreensão com todos, na alegria que revela aos demais homens uma paz nascida do relacionamento com Deus... Outras, estará na defesa serena e firme do Sumo Pontífice ou da hierarquia da Igreja, na refutação de uma doutrina errônea ou confusa... Sempre com serenidade e sem destemperos – que não fazem bem e não são próprios de um cristão –, mas com firmeza.

A fortaleza de João e a sua vida coerente são para nós um exemplo a ser imitado. Se o seguirmos nos acontecimentos diários, correntes e simples, muitos dos nossos amigos perceberão a têmpera da nossa vida e se deixarão arrastar pelo nosso testemunho sereno, assim como outrora muitos se convertiam ao contemplarem o martírio – o testemunho de fé – dos primeiros cristãos.

(1) Mc 6, 14-29; (2) Paulo VI, Alocução, 3-XI-1965; (3) João Paulo II, Meditação-oração, Lourdes, 14-VIII-1983; (4) São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 123, a. 6; (5) cfr. Mt 13, 44-46; (6) Catecismo Romano, IV, 11, 15; (7) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 405; (8) ib., n. 803; (9) ib., n. 416.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Beato Pio IX

O7 de Fevereiro

Beato Pio IX

Giovanni Maria Mastai-Ferretti, o nono filho dos condes Girolamo Mastai e Caterina Solazzi, nasceu em 13 de maio de 1792 em Senigallia, Marca de Ancona, Itália.

O jovem Mastai teve um encontro com São Vicente Pallotti em 1815, que lhe profetizou o pontificado. A epilepsia interrompeu seus estudos durante alguns anos, até que, também em 1815, depois de uma peregrinação a Loreto, a doença desapareceu. Antes disso, já que o pai sonhava em vê-lo na Guarda Nobre do papa, Giovanni tinha apresentado o pedido de aceitação, que foi negado precisamente por causa da doença. Ele não se importou. Afinal, o que realmente queria era ser sacerdote, e, livre da epilepsia, pôde seguir a carreira eclesiástica e ser ordenado em 1819.

Oficiou a primeira missa na igreja de Santa Ana dos Carpinteiros, perto de um centro para jovens sem lar, onde realizaria um fecundo trabalho apostólico até 1823. O papa Pio VII o enviou depois para uma delicada missão: ser auditor do delegado apostólico no Chile e no Peru, onde permaneceu por dois anos.

Sua ação apostólica se polarizava na caridade para com os pobres e nas sucessivas tarefas pastorais que foi recebendo. Foi cônego de Santa Maria em Via Lata, dirigiu o grande hospital San Michele.

Aos trinta e seis anos de idade, o sacerdote Giovanni Maria Mastai foi nomeado Bispo e destinado à arquidiocese da cidade de Espoleto, Itália. Poucos anos depois, foi feito cardeal presbítero titular da igreja dos Santos Pedro e Marcelino, entre outras responsabilidades. Grande diplomata e estrategista, fez com que milhares de desertores do exército australiano depusessem as armas e, ao se entregarem, obtivessem indulto.

Foi eleito pontífice em 16 de junho de 1846. Era o sucessor de Gregório XVI. Foi chamado de “Papa da cruz”, e não à toa: seu longo pontificado de 32 anos transcorreu por uma época histórica muito difícil. Lutas entre facções políticas desencadearam ataques e saques às igrejas italianas. A República Romana, proclamada por Giuseppe Mazzini, Carlo Armellini e Aurelio Saffi, foi a pique com a intervenção das tropas francesas. E o papa, que teve que se refugiar em Gaeta, pôde voltar enfim para a cidade de Roma. Tinha sido acolhido com esperança, graças ao seu caráter aberto, mas se negou a claudicar perante as exigências do poder laico. Em paralelo, também se opôs frontalmente à maçonaria.

Em 1845, proclamou o dogma da Imaculada Conceição, fato histórico eclesial de grande relevância. Em 1864, promulgou a encíclica Quanta Cura. O anexo Sillabus, que faz parte dela, é uma listagem de ensinamentos proibidos, com que a Igreja condenava os erros do momento, assim como conceitos liberais e iluministas. Entre as causas dos males que afligiam a Igreja e a sociedade da época, o clarividente pontífice apontou o ateísmo e o cientificismo do século XVII, postulados pela maçonaria e exaltados pela Revolução Francesa. Atacado pelos maçons, permaneceu incólume na defensa da verdade proclamada por Cristo e continuou impulsionando a unidade da Igreja.

Entre as realizações do seu pontificado, podemos destacar o restabelecimento da hierarquia católica na Inglaterra, Holanda e Escócia; a condenação das doutrinas galicanas; a definição solene, a 08 de dezembro de 1854, do Dogma da Imaculada Conceição; o envio de missionários ao Polo Norte, Índia, Birmânia, China e Japão; a criação de um Dicastério para as questões relativas aos orientais; a promulgação do "Syllabus errorum", no qual condenou os erros do Modernismo; a celebração, com particular solenidade, do 18º centenário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo; designou São José como padroeiro de toda a Igreja, deu grande importância à espiritualidade popular, reconheceu as aparições de Maria em Salette e em Lourdes; e, finalmente, a celebração do Concílio Ecumênico Vaticano I, ápice do seu pontificado, iniciado em 1869 e concluído em 1870 e, dentro dele, promulgou o Dogma da Infalibilidade Papal.

Com a queda de Roma, tomada por facções piemontesas, em 20 de setembro de 1870, e o fim do poder temporal, Pio IX encerrou-se no Vaticano, por se considerar prisioneiro. Mas nada podia acabar com a Igreja, e foi isto o que ele gritou aos quatro ventos: “Nada é mais forte do que a Igreja. A Igreja é mais forte que o próprio céu, pois tem a palavra de Jesus: o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”.

Seu amor sem reservas pela Igreja, a prática da caridade, a fidelidade ao sacerdócio e a proteção dos missionários foram as paixões deste grande pontífice. De quebra, tinha um senso de humor extraordinário. Quando a anestesia de uma operação não foi suficientemente efetiva, por exemplo, ele não se queixou. Mas, no final, enquanto agradecia ao médico, não deixou de lhe dizer: “Você é um astrônomo formidável. Fez-me ver mais estrelas do que o diretor do observatório com o telescópio”. Simples e aberto, recebeu grande carinho das pessoas. Morreu em 7 de fevereiro de 1878.

O beato José Baldo sintetizou sua vida asseverando: “A história dirá que todo o mundo manteve os olhos cravados em Pio IX. Dirá que ele teve a força do leão e a doçura, a ternura e a suavidade de uma mãe”.

Sua causa de beatificação foi longa e complexa, desde que São Pio X a iniciou em 11 de fevereiro de 1907. Em 07 de dezembro de 1954, Pio XII voltou a se ocupar do processo. O Beato Paulo VI deu-lhe importante impulso e, em 1986, a causa se encerrou com o milagre da cura inexplicável de uma religiosa. Finalmente, São João Paulo II o beatificou em 03 de setembro de 2000.

Fonte: http://www.santosebeatoscatolicos.com