22 de Março 2020

A SANTA MISSA

4º Domingo da Quaresma – Ano A
Cor: Rosácea

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1ª Leitura: 1Sm 16, 1b.6-7.10-13a

 Davi é ungido rei de Israel. 

Leitura do Primeiro Livro de Samuel

Naqueles dias, o Senhor disse a Samuel: 1b Enche o chifre de óleo e vem para que eu te envie à casa de Jessé de Belém, pois escolhi um rei para mim entre os seus filhos. 6 Assim que chegou, Samuel viu a Eliab e disse consigo ‘Certamente é este o ungido do Senhor!’ 7 Mas o Senhor disse-lhe: Não olhes para a sua aparência nem para a sua grande estatura, porque eu o rejeitei. Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração’ 10 Jessé fez vir seus sete filhos à presença de Samuel, mas Samuel disse: ‘O Senhor não escolheu a nenhum deles’. 11 E acrescentou: ‘Estão aqui todos os teus filhos?’ Jessé respondeu: Resta ainda o mais novo que está apascentando as ovelhas’. E Samuel ordenou a Jessé: ‘Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos à mesa enquanto ele não chegar’. 12 Jessé mandou buscá-lo. Era Davi, ruivo, de belos olhos e de formosa aparência. E o Senhor disse: ‘Levanta-te, unge-o: é este!’ 13a Samuel tomou o chifre com óleo e ungiu a Davi na presença de seus irmãos. E a partir daquele dia o espírito do Senhor se apoderou de Davi.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 22(23), 1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)

R. O Senhor é o pastor que me conduz;*
não me falta coisa alguma.

1 O Senhor é o pastor que me conduz;*
não me falta coisa alguma.
2 Pelos prados e campinas verdejantes*
ele me leva a descansa.
Para as águas repousantes me encaminha,*
3ae restaura as minhas forças.     R.

3b Ele me guia no caminho mais seguro,*
pela honra do seu nome.
4 Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,*
nenhum mal eu temerei.
Estais comigo com bastão e com cajado,*
eles me dão a segurança!      R.

5 Preparais à minha frente uma mesa,*
bem à vista do inimigo;
com óleo vós ungis minha cabeça,*
e o meu cálice transborda.      R.

6 Felicidade e todo bem hão de seguir-me,*
por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei*
pelos tempos infinitos.      R. 

2ª Leitura: Ef 5, 8-14

“Levanta-te dentre os mortos
e sobre ti Cristo resplandecerá.” 

Leitura da Carta de São Paulo apóstolo aos Efésios

Irmãos: 8 Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz. 9 E o fruto da luz chama-se: bondade, justiça, verdade. 10 Discerni o que agrada ao Senhor. 11 Não vos associeis às obras das trevas, que não levam a nada; antes, desmascarai-as. 12 O que essa gente faz em segredo, tem vergonha até de dizê-lo. 13 Mas tudo que é condenável torna-se manifesto pela luz; e tudo o que é manifesto é luz. 14 É por isso que se diz: ‘Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá.’ Palavra do Senhor Graças a Deus. 

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Evangelho: Jo 9, 1-41

 “O cego foi, lavou-se e voltou enxergando.” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo: 1 Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. 2 Os discípulos perguntaram a Jesus: ‘Mestre, quem pecou para que nascesse cego: ele ou os seus pais?’ 3 Jesus respondeu: ‘Nem ele nem seus pais pecaram, mas isso serve para que as obras de Deus se manifestem nele. 4 É necessário que nós realizemos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia. Vem a noite, em que ninguém pode trabalhar. 5 Enquanto estou no mudo, eu sou a luz do mundo.’ 6 Dito isto, Jesus cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. 7 E disse-lhe: ‘Vai lavar-te na piscina de Siloé’ (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando. 8 Os vizinhos e os que costumavam ver o cego – pois ele era mendigo – diziam: ‘Não é aquele que ficava pedindo esmola?’ 9 Uns diziam: ‘Sim, é ele!’ Outros afirmavam: ‘Não é ele, mas alguém parecido com ele.’ Ele, porém, dizia: ‘Sou eu mesmo!’ 10 Então lhe perguntaram: ‘Como é que se abriram os teus olhos?’ 11 Ele respondeu: ‘Aquele homem chamado Jesus fez lama, colocou-a nos meus olhos e disse-me: ‘Vai a Siloé e lava-te’. Então fui, lavei-me e comecei a ver.’ 12 Perguntaram-lhe: ‘Onde está ele?’ Respondeu: ‘Não sei.’ 13 Levaram então aos fariseus o homem que tinha sido cego. 14 Ora, era sábado, o dia em que Jesus tinha feito lama e aberto os olhos do cego. 15 Novamente, então, lhe perguntaram os fariseus como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: ‘Colocou lama sobre meus olhos, fui lavar-me e agora vejo!’ 16 Disseram, então, alguns dos fariseus: ‘Esse homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado.’ Mas outros diziam: ‘Como pode um pecador fazer tais sinais?’ 17 E havia divergência entre eles. Perguntaram outra vez ao cego: ‘E tu, que dizes daquele que te abriu os olhos?’ Respondeu: ‘É um profeta.’ 18 Então, os judeus não acreditaram que ele tinha sido cego e que tinha recuperado a vista. Chamaram os pais dele 19 e perguntaram-lhes: ‘Este é o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como é que ele agora está enxergando?’ 20 Os seus pais disseram: ‘Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego. 21 Como agora está enxergando, isso não sabemos. E quem lhe abriu os olhos também não sabemos. Interrogai-o, ele é maior de idade, ele pode falar por si mesmo.’ 22 Os seus pais disseram isso, porque tinham medo das autoridades judaicas. De fato, os judeus já tinham combinado expulsar da comunidade quem declarasse que Jesus era o Messias. 23 Foi por isso que seus pais disseram: ‘É maior de idade. Interrogai-o a ele.’ 24 Então, os judeus chamaram de novo o homem que tinha sido cego. Disseram-lhe: ‘Dá glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um pecador.’ 25 Então ele respondeu: ‘Se ele é pecador, não sei. Só sei que eu era cego e agora vejo.’ 26 Perguntaram-lhe então: ‘Que é que ele te fez? Como te abriu os olhos?’ 27 Respondeu ele: ‘Eu já vos disse, e não escutastes. Por que quereis ouvir de novo? Por acaso quereis tornar-vos discípulos dele?’ 28 Então insultaram-no, dizendo: ‘Tu, sim, és discípulo dele! Nós somos discípulos de Moisés.29 Nós sabemos que Deus falou a Moisés, mas esse, não sabemos de onde é.’ 30 Respondeu-lhes o homem: ‘Espantoso! Vós não sabeis de onde ele é? No entanto, ele abriu-me os olhos! 31 Sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aquele que é piedoso e que faz a sua vontade. 32 Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. 33 Se este homem não viesse de Deus, não poderia fazer nada’. 34 Os fariseus disseram-lhe: ‘Tu nasceste todo em pecado e estás nos ensinando?’ E expulsaram-no da comunidade. 35 Jesus soube que o tinham expulsado. Encontrando-o, perguntou-lhe: ‘Acreditas no Filho do Homem?’ 36 Respondeu ele: ‘Quem é, Senhor, para que eu creia nele?’ 37 Jesus disse: ‘Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo.’ Exclamou ele: 38 ‘Eu creio, Senhor’! E prostrou-se diante de Jesus. 39 Então, Jesus disse: ‘Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não vêem, vejam, e os que vêem se tornem cegos.’ 40 Alguns fariseus, que estavam com ele, ouviram isto e lhe disseram: ‘Porventura, também nós somos cegos?’ 41 Respondeu-lhes Jesus: ‘Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas como dizeis: ‘Nós vemos’, o vosso pecado permanece.’

– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor. 

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Santa Léia

22 de Março

Santa Léia

No ano de 384 em Roma morriam quase contemporaneamente o patrício Vécio Agorio Pretestato, cônsul designado para prefeito da Urbe, e a matrona Leia, que ficara viúva muito jovem e não quis contrair segundas núpcias com rico representante da nobreza romana, para aderir às primeiras comunidades cristãs organizadas por são Jerônimo. Este fora caluniado de exercer fascínio não só espiritual sobre as virtuosas matronas Marcela, Paula, Proba e Leia; não gostou das insinuações e se retirou para as proximidades de Belém levando rigorosa vida solitária. Quando soube da morte da matrona e do cônsul escreveu uma longa carta.

Essa carta é o único documento sobre a vida da santa, mas que documento! Escreve o santo doutor: “Pelo coral dos anjos ela foi escoltada até o seio de Abraão e, como Lázaro outrora pobre, vê agora o rico cônsul outrora vestido de púrpura, e que, agora, não está adornado da palma mas envolvido na escuridão. Este pede a Leia que lhe deixe cair uma gota do seu dedo minguinho”. São Jerônimo gostava dos paralelismos, por isso as comparações lhe são espontâneas. Vécio Agorio passa dos esplendores da terra às trevas do esquecimento. Leia, cuja vida era considerada uma loucura, eis que segue Cristo na glória porque seguiu-o na total renúncia. Leia consagrara-se totalmente ao Senhor, tornando-se a madre superiora de muitas virgens. Trocou as delicadas vestes por um rude saco, passou noites inteiras em oração, foi mestra de perfeição mais com o exemplo do que com a palavra. Sua humildade era tão profunda e sincera que se considerava escrava das outras. Sua veste desprezível, seu alimento grosseiro, não enfeitava o corpo e, enquanto fazia boas obras e cumpria os deveres, procurava fazê-lo de modo que não chamasse a atenção de ninguém para sua recompensa não ser nesta vida. Esse fenômeno de loucura, que a fez escolher o âmbito estreito de uma cela preferindo-o a uma luxuosa e espaçosa mansão de primeira dama romana, mereceu-lhe um pedestal de glória eterna.

Fonte: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.


A Alegria da Cruz

TEMPO DA QUARESMA. QUARTO DOMINGO

– A alegria é compatível com a mortificação e a dor. Opõe-se à tristeza, não à penitência.
– A alegria tem uma origem espiritual, surge de um coração que ama e se sente amado por Deus.
– Deus ama aquele que dá com alegria.

I. REGOZIJA-TE, JERUSALÉM; e alegrai-vos com ela, vós que a amais; regozijai-vos com a sua alegria..., rezamos na antífona de entrada da Missa: Laetare, Ierusalem...1

A alegria é uma característica essencial do cristão, e a Igreja não deixa de no-la recordar neste tempo litúrgico, para que não esqueçamos que ela deve estar presente em todos os momentos da nossa vida.

Existe uma alegria que sobressai na esperança do Advento, outra viva e radiante no tempo de Natal; mais tarde, a alegria de estar com Cristo ressuscitado; e hoje, já avançada a Quaresma, meditamos na alegria da Cruz. É sempre o mesmo júbilo de estar com Cristo: “Somente dEle é que cada um de nós pode dizer com plena verdade, juntamente com São Paulo: Amou-me e entregou-se por mim (Gal 2, 20). Daí deve partir a vossa alegria mais profunda, daí deve advir também a vossa força e o vosso ponto de apoio. Se, por desgraça, deveis encontrar amarguras, padecer sofrimentos, experimentar incompreensões e até cair em pecado, que o vosso pensamento se dirija rapidamente para Aquele que vos ama sempre e que, com o seu amor ilimitado, faz vencer todas as provas, preenche todos os nossos vazios, perdoa todos os nossos pecados e nos impele com entusiasmo para um caminho novamente seguro e alegre” 2.

Este domingo é tradicionalmente conhecido por Domingo “Laetare”, em vista da primeira palavra do Intróito da Missa. Interrompe-se a severidade da liturgia quaresmal, que é substituída pela alegria. Hoje permite-se que os paramentos do sacerdote – se se dispõe deles – sejam de cor rosa ao invés de roxos 3, e que se enfeite o altar com flores, coisa que não se faz nos outros dias da Quaresma 4.

A Igreja quer recordar-nos assim que a alegria é perfeitamente compatível com a mortificação e a dor. O que se opõe à alegria é a tristeza, não a penitência. Vivendo com profundidade este tempo litúrgico que conduz à Paixão – e portanto à dor –, compreendemos que aproximar-se da Cruz significa também aproximar-se do momento da Redenção, e por isso a Igreja e cada um dos seus filhos se enchem de alegria: Laetare: Rogozija-te, Jerusalém, e alegrai-vos com ela, vós que a amais.

A mortificação que procuramos viver nestes dias não deve ensombrar a nossa alegria interior, mas, pelo contrário, deve fazê-la crescer, porque está prestes a realizar-se essa sobreabundância de amor pelos homens que é a Paixão, e é iminente o júbilo da Páscoa. Por isso queremos estar muito unidos ao Senhor, para que também na nossa vida se repita o mesmo processo da sua: chegarmos, pela sua Paixão e Cruz, à glória e à alegria da sua Ressurreição.

II. ALEGRAI-VOS SEMPRE no Senhor; digo-vos mais uma vez: alegrai-vos 5. Devemos alegrar-nos com uma alegria que há de ser sinônimo de júbilo interior, de felicidade, e que logicamente se manifestará também exteriormente.

“Como se sabe – diz Paulo VI –, existem diversos graus de «felicidade». A sua expressão mais elevada é a alegria ou «felicidade» no sentido estrito da palavra, quando o homem, no nível das suas faculdades superiores, encontra a sua satisfação na posse de um bem conhecido e amado [...]. Com muito mais razão chega ele a conhecer a alegria e a felicidade espiritual quando o seu espírito entra na posse de Deus, conhecido e amado como bem supremo e imutável” 6. E o Papa continua: “A sociedade técnica conseguiu multiplicar as ocasiões de prazer, mas é-lhe muito difícil engendrar a alegria, pois a alegria provém de outra fonte: é espiritual. Muitas vezes, não faltam, com efeito, o dinheiro, o conforto, a higiene e a segurança material; apesar disso, o tédio, o mau humor e a tristeza continuam infelizmente a ser a sorte de muitos” 7.

O cristão entende perfeitamente estas idéias expressas pelo Sumo Pontífice. E sabe que a alegria surge de um coração que se sente amado por Deus e que, por sua vez, ama com loucura o Senhor; de um coração que, além disso, se esforça por traduzir esse amor em obras, porque sabe – com o ditado castelhano – que “obras é que são amores, não as boas razões”.

Os sofrimentos e as tribulações acompanham todos os homens na terra, mas o sofrimento, por si só, não transforma nem purifica; pode até causar revolta e ódio. Alguns cristãos separam-se do Mestre quando chegam até a Cruz, porque esperavam uma felicidade puramente humana, que estivesse isenta de dor e acompanhada de bens naturais.

Para o amarmos com obras, o Senhor pede-nos que percamos o medo à dor, às tribulações, e o procuremos onde Ele nos espera: na Cruz. A nossa alma ficará então mais purificada e o nosso amor mais forte. Então compreenderemos que a alegria está muito perto da Cruz. Mais ainda: que nunca seremos felizes se não amarmos o sacrifício.

Essas tribulações que, à luz exclusiva da razão, nos parecem injustas e sem sentido, são necessárias para a nossa santidade pessoal e para a salvação de muitas almas. No mistério da corredenção, a nossa dor, unida aos sofrimentos de Cristo, adquire um valor incomparável para toda a Igreja e para toda a humanidade. O Senhor faz-nos ver que tudo – mesmo aquilo que não tem muita explicação humana – concorre para o bem daqueles que o amam 8.

A dor, quando lhe damos o seu verdadeiro sentido, quando serve para amar mais, produz uma paz íntima e uma profunda alegria. Por isso, em muitas ocasiões, o Senhor abençoa-nos com a Cruz.

Assim temos que percorrer “o caminho da entrega: a Cruz às costas, com um sorriso nos lábios, com uma luz na alma” 9.

III. O CRISTÃO DÁ-SE A DEUS e aos outros, mortifica-se e é exigente consigo próprio, suporta as contrariedades... e tudo isso, realiza-o com alegria, porque sabe que essas coisas perdem muito do seu valor se as faz arreganhando os dentes: Deus ama aquele que dá com alegria 10. Não deve surpreender-nos o fato de a mortificação e a penitência nos custarem; o importante é que saibamos abraçá-las com decisão, com a alegria de agradar a Deus, que nos vê.

“«Contente?» – A pergunta deixou-me pensativo. – Ainda não se inventaram as palavras para exprimir tudo o que se sente – no coração e na vontade – quando se sabe que se é filho de Deus” 11. É lógico que quem se sente filho de Deus experimente esse júbilo interior.

Neste sentido, a experiência que os santos nos transmitem é unânime. Basta recordar a confidência do Apóstolo São Paulo aos fiéis de Corinto: ... Estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas tribulações 12. E convém lembrar-se de que a vida de São Paulo não foi fácil nem cômoda: Cinco vezes recebi dos judeus quarenta açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas; uma vez apedrejado; três vezes naufraguei; passei uma noite e um dia à beira do abismo no mar alto. Nas minhas viagens sem conta, expus-me a perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos por parte dos da minha raça, perigos dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos. Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias, com fome e com sede, freqüentes jejuns, com frio e nudez 13. Pois bem, depois de toda esta enumeração, São Paulo é veraz quando nos diz: Estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas tribulações.

Aproximam-se a Semana Santa e a Páscoa, e portanto o perdão, a misericórdia, a compaixão divina, a superabundância da graça. Mais uns dias, e consumar-se-á o mistério da nossa salvação. Se alguma vez tivemos medo da penitência, da expiação, enchamo-nos de coragem, lembrando-nos de que o tempo é breve e grande o prêmio, sem proporção com a pequenez do nosso esforço. Sigamos Jesus com alegria, até Jerusalém, até o Calvário, até a Cruz. Além disso, “não é verdade que, mal deixas de ter medo à Cruz, a isso que a gente chama de cruz, quando pões a tua vontade em aceitar a Vontade divina, és feliz, e passam todas as preocupações, os sofrimentos físicos ou morais?” 14

(1) Is 66, 10-11; (2) João Paulo II, Alocução, 1-III-80; (3) Missal Romano, Ordo generalis, n. 308; (4) Caeremoniale Episcoporum, 1984, n. 48; (5) Fil 4, 4; (6) Paulo VI, Exort. Apost. Gaudete in Domino, 9-V-1975, 1; (7) ib.; (8) cfr. Rom 8, 28; (9) São Josemaría Escrivá, Via Sacra, IIª est., n. 3; (10) 2 Cor 9, 7; (11) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 61; (12) 2 Cor 7, 4; (13) 2 Cor 11, 24-27; (14) São Josemaría Escrivá, Via Sacra, IIª est.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


O Fariseu e o Publicano

TEMPO DA QUARESMA. TERCEIRA SEMANA. SÁBADO

– Necessidade da humildade. A soberba tudo perverte.
– A hipocrisia dos fariseus. Manifestações da soberba.
– Aprender do publicano da parábola. Pedir a humildade.

I. TENDE PIEDADE DE MIM, Senhor... Os sacrifícios não vos satisfazem e, se eu oferecesse um holocausto, não o aceitarias. Meu sacrifício, ó Deus, é um espírito arrependido: um coração contrito e humilhado, não o haveis de desprezar 1. O Senhor comove-se diante de um coração humilde, e nele derrama as suas graças.

São Lucas apresenta-nos no Evangelho da Missa de hoje 2 dois homens que subiram ao Templo para orar: um era fariseu, o outro publicano. Os fariseus consideravam-se puros e perfeitos cumpridores da Lei; os publicanos, que se encarregavam de arrecadar os impostos, eram tidos por homens que amavam mais os seus negócios do que o cumprimento da Lei. Antes de narrar a parábola, o evangelista preocupa-se de sublinhar que Jesus se dirige a certos homens que se vangloriavam como se fossem justos e desprezavam os outros.

Já pelo início da parábola se percebe que o fariseu entrou no Templo sem humildade nem amor. Ele é o centro dos seus próprios pensamentos e o objeto da sua estima: Graças te dou, ó Deus, pois não sou como os demais homens, ladrões, injustos e adúlteros, nem como esse publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago a décima parte de todos os meus proventos. Ao invés de louvar a Deus, começa, talvez de modo sutil, a louvar-se a si próprio. Tudo o que fazia eram coisas boas: jejuar, pagar o dízimo...; mas a bondade dessas obras ficou destruída pela soberba: atribui o mérito a si próprio e despreza os outros. Reza, dá graças pelo que faz, mas há nele muita auto-complacência; está “satisfeito”. Compara-se com os outros e considera-se superior, mais justo, melhor cumpridor da Lei.

A soberba é o maior obstáculo que o homem opõe à graça de Deus. E é o pecado capital mais perigoso: insinua-se e tende a infiltrar-se até nas boas obras, fazendo-as perder essa condição e o mérito sobrenatural; a sua raíz está nas profundezas do homem (no amor próprio desordenado), e não há nada mais difícil de desarraigar e até de se chegar a reconhecer com clareza.

“«A mim mesmo, com a admiração que me devo». – Foi o que escreveu na primeira página de um livro. E o mesmo poderiam estampar muitos outros coitados, na última página da sua vida. – Que pena se tu e eu vivêssemos ou terminássemos assim! – Vamos fazer um exame sério” 3.

Peçamos ao Senhor que tenha sempre compaixão de nós e não nos deixe cair nesse estado. Imploremos todos os dias a virtude da humildade e façamos hoje o propósito de estar atentos às diversas e variadas expressões em que a soberba se pode manifestar, e de retificar a intenção nas nossas obras tantas vezes quantas for necessário.

II. ALGUNS FARISEUS converteram-se e foram amigos e fiéis discípulos do Senhor, mas muitos outros não souberam reconhecer o Messias, que passava pelas suas ruas e praças. A soberba fez com que perdessem o rumo da sua existência e que a sua vida religiosa – de que tanto se gabavam – se tornasse vazia e oca. As suas práticas piedosas consumiam-se em formalismos e meras aparências realizadas de olhos postos na platéia. Quando jejuavam, desfiguravam o rosto para que os outros o soubessem 4; quando oravam, gostavam de fazê-lo de pé e ostensivamente nas sinagogas ou no meio das praças5; quando davam esmola, anunciavam-no com trombetas 6.

O Senhor recomendará aos seus discípulos: Não façais como os fariseus. E explica-lhes por que não devem seguir esse exemplo: Fazem todas as suas obras para serem vistos pelos homens 7. Com palavras duras, para que reajam, chama-os hipócritas e compara-os a sepulcros caiados: limpos por fora, repletos de podridão por dentro 8.

“Foi a vanglória que os afastou de Deus; ela os fez procurar outro cenário para a sua luta e os arruinou. Porque, quando se procura agradar aos espectadores, conforme são os espectadores, assim são os combates que se realizam” 9.

Para sermos humildes, não podemos esquecer nunca que quem presencia a nossa vida e as nossas obras é o Senhor, a quem temos de procurar agradar em cada momento.

Os fariseus, pela sua soberba, tornaram-se duros, inflexíveis e exigentes com os seus semelhantes, e fracos e compreensivos consigo próprios. Atam pesados fardos nos outros e eles nem sequer com um dedo os querem levantar 10. O Senhor diz-nos: O maior dentre vós faça-se vosso servo 11.

Talvez uma das censuras mais duras que o Senhor dirige aos fariseus seja esta: Nem vós entrastes nem deixastes que o fizessem os que vinham dispostos a entrar 12. Fecharam o caminho àqueles que deveriam guiar. Guias cegos! 13, chamá-los-á o Senhor em outra ocasião. A soberba faz perder a luz sobrenatural tanto em relação à própria pessoa como aos outros.

A soberba tem manifestações em todos os aspectos da vida. “Nas relações com os outros, o amor próprio faz-nos suscetíveis, inflexíveis, soberbos, impacientes, exagerados na afirmação do próprio eu e dos direitos pessoais, indiferentes, frios, injustos nos juízos e nas palavras. Compraz-se em falar escusadamente das suas ações, das luzes e das experiências interiores, das dificuldades e sofrimentos. Nas práticas de piedade, deleita-se em olhar os outros, em observá-los e julgá-los; gosta de se comparar, para se julgar melhor do que os outros, para lhes descobrir somente os defeitos e negar-lhes as boas qualidades, chegando até a desejar-lhes o mal [...]. O amor próprio faz com que nos sintamos ofendidos quando somos humilhados, insultados ou postergados, ou quando não nos consideram, estimam e obsequiam como esperávamos” 14.

Temos que fugir do exemplo e da oração do fariseu e aprender do publicano: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador. É uma jaculatória que podemos repetir muitas vezes, pois fomenta na alma o amor à humildade, também quando rezamos.

III. O SENHOR ESTÁ PERTO dos contritos de coração e salva os que têm o espírito abatido 15. O publicano dirige a Deus uma oração humilde e não confia nos seus méritos, mas na misericórdia divina: Mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador. O Senhor, que resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes 16, perdoa e justifica esse homem. Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro.

O publicano “manteve-se à distância, e por isso Deus se aproximou dele mais facilmente... Que Ele esteja longe ou não, depende de ti. Ama, e Ele se aproximará; ama, e Ele morará em ti” 17. Podemos aprender deste publicano como deve ser a nossa oração: humilde, atenta, confiada; procurando que não seja um monólogo em que damos voltas em torno de nós mesmos, das virtudes que julgamos possuir.

No fundo de toda a parábola, está latente uma idéia que o Senhor quer inculcar-nos: a necessidade da humildade como base de toda a nossa relação com Deus e com os outros. É a primeira pedra desse edifício em construção que é a nossa vida interior. “Não queiras ser como aquele catavento dourado do grande edifício; por muito que brilhe e por mais alto que esteja, não conta para a solidez da obra. – Oxalá sejas como um velho silhar oculto nos alicerces, debaixo da terra, onde ninguém te veja; por ti não desabará a casa” 18.

Quando alguém se sente postergado, ferido em detalhes mínimos, deve pensar que ainda não é humilde de verdade: é o momento de aceitar a sua pequenez e de ser menos soberbo: “Não és humilde quando te humilhas, mas quando te humilham e o aceitas por Cristo”19.

A ajuda da Santíssima Virgem é a nossa melhor garantia para progredirmos nesta virtude. “Maria é, ao mesmo tempo, uma Mãe de misericórdia e de ternura, a quem ninguém recorreu em vão; abandona-te cheio de confiança no seu seio materno, pede-lhe que te alcance esta virtude (da humildade) que ela tanto apreciou: não tenhas medo de não ser atendido, pois Maria a pedirá para ti a esse Deus que exalta os humildes e reduz ao nada os soberbos; e como Maria é onipotente junto do seu Filho, será ouvida com toda a certeza” 20.

Depois de considerarmos os ensinamentos do Senhor e de contemplarmos o exemplo humilde de Santa Maria, podemos acabar a nossa oração com esta súplica: “Senhor, tira a soberba da minha vida; destrói o meu amor próprio, este desejo de me afirmar e me impor aos outros; faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo” 21.

(1) Salmo responsorial da Missa do sábado da terceira semana da Quaresma; (2) Lc 18, 9-14; (3) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 719; (4) cfr. Mt 6, 16; (5) cfr. Mt 6, 5; (6) cfr. Mt 6, 2; (7) Mt 23, 5; (8) cfr. Mt 23, 27; (9) São João Crisóstomo, Homilia sobre São Mateus, 72, 1; (10) Lc 11, 46; (11) Mt 23, 11; (12) Lc 11, 53; (13) Mt 15, 14; (14) B. Baur, A vida espiritual, pág. 77; (15) Sl 33; (16) Ti 4, 6; (17) Santo Agostinho, Sermão 9, 21; (18) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 590; (19) ib., n. 594; (20) Leão XIII, Prática da humildade, 56; (21) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 31.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


São Nicolau de Flue

21 de Março

São Nicolau de Flue

É o santo mais popular da Suíça, conhecido lá como Bruder Klaus, ou seja, “Irmão Klaus”. Ele nasceu em 21 de março de 1417, na Suíça. Filho de família pobre, queria ser monge quando jovem. Porém, não pôde realizar tal sonho, pois teve que ajudar os pais no trabalho da roça. O sonho ficou escondido num canto de seu coração. Depois, casou-se. Por isso, mais uma vez teve que adiar seu sonho.

O casamento de Klaus foi feliz. Sua esposa era também cristã e muito virtuosa. Chamava-se Dorotéia. Com ela, Klaus teve dez filhos. Vários deles vieram a se tornar padres. Um de seus netos aliás, chamado Conrado Scheuber, faleceu com fama de santidade.

Neste tempo, como pai de família, Klaus não podia dedicar-se à oração como gostaria. Além do mais, por causa de seu admirável senso de justiça, retidão e integridade, ele foi solicitado a assumir muitos cargos públicos. Assim, foi juiz, deputado e conselheiro.

Quando chegou aos cinquenta anos, Klaus obteve a concordância de sua família para abandonar tudo e viver a vida monástica. Assumiu, então, o nome de Nicolau. E seguida, construiu uma cabana num lugar deserto que ficava perto de sua casa e foi viver lá. Lá, seu travesseiro era uma pedra e sua cama uma tábua. Ali, Nicolau viveu feliz durante  dezenove anos.

Um fato extraordinário marcou esse período da vida de São Nicolau de Flue. Há provas obtidas por várias testemunhas, em tempos diferentes, de que, durante esses vários anos, ele alimentou-se somente da EUCARISTIA. Não consumia nenhum outro alimento e sobrevivia com saúde e boa disposição física, mental e espiritual. Por outro lado, ele não conseguia permanecer na solidão. Era sempre amável e acolhedor para com todos, não fugia daqueles que o procurassem. E a Suíça, sua pátria, precisou dele inúmeras vezes.

São Nicolau de Flue revelou-se um grande pacificador. Era inimigo das brigas, das guerras e das batalhas. Por isso, foi chamado várias vezes para ser mediador em situações explosivas como, por exemplo, diante da ameaça de guerra iminente da Suíça contra os austríacos. Depois, também foi chamado para impedir a eclosão de uma guerra civil em seu país. Porém, quando não foi possível conquistar a paz através do diálogo, ele não se esquivou de tomar lugar nos campos de batalha. E fez isso como soldado e também como oficial.

O trabalho de São Nicolau de Flue na reconciliação entre partes magoadas, principalmente nos assuntos de guerra, repercutiu sobremaneira entre o povo suíço. Por isso, Nicolau começou a ser venerado pelo povo, que o chamava de "Pai da Pátria". São Nicolau era uma liderança incontestável, conquistada pela retidão, pela justiça, pela ética e pela santidade. E o povo reconhecia essa autoridade que brotava de seu coração.

Porém, sempre que podia, retornava a cabana que ele tanto amava. Só saía de lá quando precisavam novamente de sua ajuda. São Nicolau de Flue foi um grande conselheiro espiritual e moral de inúmeras pessoas, desde os mais simples até os mais poderosos. Era extremamente respeitado pelos católicos e pelos protestantes. Há um consenso quase geral de que, se a Suíça é hoje um país pacífico, que muito raramente se envolve em conflitos internacionais, isso se deve à sábia e santa influência do "Irmão Klaus", como ele era, e ainda é chamado carinhosamente pelos suíços.

São Nicolau de Flue ou “Irmão Klaus”, faleceu no dia 21 de março de 1487. Era dia de seu aniversário e ele completava setenta anos. Seu corpo foi sepultado na bela Igreja de Sachslen.

Sua beatificação aconteceu em 1669. A canonização foi celebrada pelo Papa Pio XII, no ano 1947. A festa litúrgica de São Nicolau de Flue foi instituída para o dia 21 de março. Ele é também celebrado como herói da pátria no dia 25 de setembro. São Nicolau de Flue, ou Irmão Klaus, passou a ser o Santo mais popular de toda a Suíça.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br


21 de Março 2020

A SANTA MISSA

3ª Semana da Quaresma – Sábado 
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Os 6,1-6

Quero amor e não sacrifícios. 

Leitura da Profecia de Oséias

1 ‘Vinde, voltemos para o Senhor, ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-nos. 2 Em dois dias, nos dará vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e viveremos em sua presença. 3 É preciso saber segui-lo para reconhecer o Senhor. Certa como a aurora é a sua vinda, ele virá até nós como as primeiras chuvas, como as chuvas tardias que regam o solo’. 4 Como vou tratar-te, Efraim? Como vou tratar-te, Judá? O vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz. 5 Eu os desbastei por meio dos profetas, arrasei-os com as palavras de minha boca, mas, como luz, expandem-se meus juízos; 6 quero amor, e não sacrifícios, conhecimento de Deus, mais do que holocaustos’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 50, 3-4. 18-19. 20-21ab (R. Cf.Os 6,6)

R. Eu quis misericórdia e não o sacrifício!

3 Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! *
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
4 Lavai-me todo inteiro do pecado, *
e apagai completamente a minha culpa!      R.

18 Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, *
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
19 Meu sacrifício é minha alma penitente, *
não desprezeis um coração arrependido!      R.

20 Sede benigno com Sião, por vossa graça, *
reconstruí Jerusalém e os seus muros!
21a E aceitareis o verdadeiro sacrifício, *
21b os holocaustos e oblações em vosso altar!       R. 

Evangelho: Lc 18,9-14 

O cobrador de impostos voltou
para casa justificado, o outro não. 
 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas

Naquele tempo: 9 Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10 ‘Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. 11 O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12 Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13 O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ 14 Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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O Amor de Deus

TEMPO DA QUARESMA. TERCEIRA SEMANA. SEXTA-FEIRA

– O infinito amor de Deus por cada homem.
– O Senhor ama-nos sempre. Quando o ofendemos, tem misericórdia de nós.
– A nossa correspondência. O primeiro mandamento. O amor de Deus nos acontecimentos de cada dia.

I. TODA A SAGRADA ESCRITURA nos fala continuamente do amor de Deus por nós. Os textos revelados asseguram-nos que, ainda que uma mãe venha a esquecer-se do filho das suas entranhas, Deus jamais se esquece de nós, pois os nossos nomes estão escritos na palma da sua mão, para nos ter sempre sob os seus olhos 1.

A primeira leitura da Missa, do livro do profeta Oséias, é um desses textos que mostram o triunfo emocionante do amor de Deus sobre as infidelidades e as conversões hipócritas do seu povo. Israel reconhece finalmente que não será salvo pelas alianças humanas, nem por deuses fabricados pelas suas mãos 2, nem por holocaustos vazios, mas pelo amor, manifestado na fidelidade à Aliança.

A própria conversão é fruto do amor de Deus, pois tudo nasce dAquele que nos ama sem medida. Eu os curarei dos seus extravios – lemos –, amá-los-ei de todo o coração, porque a minha cólera se apartou deles. Serei para Israel como o orvalho, e ele florescerá como o lírio, e lançará raízes como o álamo. Os seus ramos estender-se-ão até longe, a sua opulência igualará a da oliveira, e o seu perfume será como o odor do Líbano. Voltarão a sentar-se à sua sombra: cultivarão o trigo, crescerão como a vinha e a sua fama será como a do vinho do Líbano 3.

Nunca poderemos imaginar quanto Deus nos ama. Para nos salvar, quando estávamos perdidos, Ele nos enviou o seu Unigênito a fim de que, dando a sua vida por nós, nos redimisse do estado em que havíamos caído: Tanto amou Deus o mundo que lhe deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna 4. Este mesmo amor move-o a dar-se inteiramente a cada um de nós, vindo habitar de um modo permanente na nossa alma em graça: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos a ele e nele faremos a nossa morada 5; e move-o também a comunicar-se conosco na intimidade do nosso coração, durante estes minutos de oração e em qualquer momento do dia.

“Eu até te servirei, porque vim para servir e não para ser servido. Eu sou amigo, membro e cabeça, irmão e irmã, e mãe; sou tudo e só quero chegar à intimidade contigo. Eu, pobre por ti, mendigo por ti, crucificado por ti, sepultado por ti; no céu intercedo por ti diante de Deus Pai; e na terra sou seu legado diante de ti. Tu és tudo para mim, irmão e co-herdeiro, amigo e membro. Que mais queres?” 6 Que mais podemos desejar? Quando contemplamos o Senhor em cada uma das cenas da Via-Sacra, é fácil que nos suba do coração aos lábios este grito: “Saber que me amas tanto, meu Deus, e... não enlouqueci!” 7

II. NÃO HÁ ENTRE OS DEUSES nenhum que se vos compare, Senhor, porque Vós sois grande e operais maravilhas, Vós sois o único Deus 8. Uma das maiores maravilhas é o amor que Deus nos tem. Ama-nos com um amor pessoal e individual, a cada um em particular. Nunca deixou de amar-nos, de ajudar-nos, de proteger-nos, de comunicar-se conosco, nem sequer nos momentos de maior ingratidão da nossa parte ou quando cometíamos os pecados mais graves. Talvez tenha sido nessas tristes circunstâncias que recebemos mais atenções de Deus, como Ele nos mostra nas parábolas em que quis revelar-nos de modo tão expressivo a sua misericórdia: a ovelha perdida é a única que é levada aos ombros do bom pastor; a festa do pai de família é para o filho que dilapidou a herança, mas que soube voltar arrependido; a dracma perdida é cuidadosamente procurada pela dona de casa até ser encontrada... 9

Ao longo da nossa vida, a atenção de Deus e o seu amor por cada um de nós têm sido constantes. Ele teve presentes todas as circunstâncias e acontecimentos pelos quais tínhamos que passar. Está ao nosso lado em todas as situações e em cada momento: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo 10, até o último instante da nossa vida.

Tantas vezes se fez encontrar por nós! Na alegria, na dor, através de acontecimentos que a princípio nos pareciam uma grande desgraça, num amigo, num colega de trabalho, no sacerdote que nos atendia... “Consideremos juntos esta maravilha do amor de Deus: o Senhor vem ao nosso encontro, espera por nós, coloca-se à beira do caminho, para que tenhamos que vê-lo necessariamente. E chama-nos pessoalmente, falando-nos das nossas coisas, que são também suas, movendo a nossa consciência à compunção, abrindo-a à generosidade, imprimindo em nossas almas o desejo de ser fiéis, de nos podermos chamar seus discípulos” 11.

Como prova de amor, deixou-nos os sacramentos, “canais da misericórdia divina”. Dentre eles, porque os recebemos com maior freqüência, agradecemos-lhe agora de modo particular a Confissão, em que nos perdoa os pecados, e a Sagrada Eucaristia, onde quis permanecer como prova singularíssima de amor pelos homens.

Por amor, deu-nos a sua Mãe por Mãe nossa. E como manifestação desse amor, deu-nos também um Anjo para que nos proteja, nos aconselhe e nos preste imensos favores até que chegue o fim da nossa passagem pela terra, onde Ele nos espera para nos dar o Céu prometido, uma felicidade sem limites e sem fim. Ali temos já um lugar preparado à nossa espera.

Dizemos-lhe, com uma das orações da Missa de hoje: Senhor, que a ação do vosso Espírito em nós penetre intimamente o nosso ser, para que cheguemos um dia à plena posse daquilo que agora recebemos na Eucaristia 12. E lhe damos graças por tanto amor, por tantas atenções que não merecemos. E procuramos inflamar-nos em desejos: amor com amor se paga. Assim expressa alguém poeticamente esta idéia: “Mil vidas, se as tivesse, daria para Te possuir, e mil... e mil... mais eu daria..., para Te amar, se pudesse..., com esse amor puro e forte com que Tu, sendo quem és, nos amas continuamente” 13.

III. DIZ-NOS O EVANGELHO da Missa: Aproximou-se dele um dos escribas e perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu espírito e com todas as tuas forças 14. Ele espera de cada homem uma resposta sem condições ao seu amor por nós.

O nosso amor a Deus revela-se nos mil pequenos acontecimentos de cada dia: amamos a Deus através do trabalho bem feito, da vida familiar, das relações sociais, do descanso... Tudo pode converter-se em obras de amor.

“Enquanto realizamos com a maior perfeição possível, dentro dos nossos erros e limitações, as tarefas próprias da nossa condição e do nosso ofício, a alma anseia por escapar. Vai-se rumo a Deus, como o ferro atraído pela força do imã. Começa-se a amar Jesus de forma mais eficaz, com um doce sobressalto” 15.

Quando se corresponde ao amor de Deus, transpõem-se todos os obstáculos; e, pelo contrário, sem amor, até as menores dificuldades parecem insuperáveis. Tudo se torna mais fácil de enfrentar se há união com o Senhor. “Todas estas coisas, não obstante, parecem difíceis aos que não amam; aos que amam, pelo contrário, isso mesmo lhes parece leve. Não há padecimento, por mais cruel e insolente que seja, que o amor não torne fácil ou quase inexistente” 16. A alegria mantida no meio das dificuldades é o sinal mais claro de que o amor de Deus informa todas as nossas ações, porque – comenta Santo Agostinho – “naquilo que se ama, ou não se sente a dificuldade ou ama-se a própria dificuldade [...]. Os trabalhos dos que amam nunca são penosos” 17.

O amor a Deus deve ser supremo e absoluto. Dentro deste amor cabem todos os amores nobres e limpos da terra, cada um deles na sua ordem, conforme a peculiar vocação recebida por cada qual. “Não seria justo dizer: «Ou Deus ou o homem». Devem amar-se «Deus e o homem»; este último, nunca mais do que a Deus ou contra Deus ou mesmo na mesma medida que a Deus. Por outras palavras: o amor a Deus prevalece, mas não é exclusivo. A Bíblia declara Jacó santo e amado por Deus; mostra-o despendendo sete anos em conquistar Raquel como esposa, e parecem-lhe poucos, tão grande era o seu amor por ela. A este propósito, São Francisco de Sales faz este comentário: «Jacó ama Raquel com todas as suas forças, e com todas as suas forças ama a Deus: mas nem por isso ama Raquel como a Deus, nem a Deus como a Raquel. Ama a Deus como seu Deus sobre todas as coisas e mais que a si próprio; ama Raquel como sua mulher sobre todas as outras mulheres e como a si mesmo. Ama a Deus com um amor absoluto e soberamente sumo, e a Raquel com o seu amor marital; um amor não é contrário ao outro, porque o de Raquel não viola os supremos benefícios do amor a Deus!»” 18

O amor a Deus manifesta-se necessariamente no amor aos outros. O sinal externo da nossa união com Deus é o modo como vivemos a caridade com os que estão ao nosso lado. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos...19, disse-nos o Senhor. Peçamos hoje à Virgem que nos ensine a corresponder ao amor do seu Filho, e que saibamos amar com obras os nossos irmãos, seus filhos também.

(1) Is 49, 15-17; (2) cfr. Os 14, 4; (3) Os 14, 2-10; Primeira leitura da Missa da sexta-feira da terceira semana da Quaresma; (4) Jo 3, 16; (5) Jo 14, 23; (6) São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus, 76; (7) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 425; (8) Sl 85, 8-10; Antífona de entrada da Missa da sexta-feira da terceira semana da Quaresma; (9) cfr. Lc 15, 1 e segs.; (10) Mt 28, 20; (11) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 59; (12) Oração depois da comunhão da Missa da sexta-feira da terceira semana da Quaresma; (13) Francisca Javiera del Valle, Decenário ao Espírito Santo; (14) Mc 12, 28-30; (15) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 296; (16) Santo Agostinho, Sermão 70; (17) idem, De bono viduitatis, 21, 26; (18) João Paulo I, Audiência geral, 27-IX-78; (19) Jo 13, 35.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


20 de Março 2020

A SANTA MISSA

3ª Semana da Quaresma – Sexta-feira 
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Os 14,2-10

 Não chamaremos mais ‘deuses nossos’
a produtos de nossas mãos. 
 

Leitura da Profecia de Oséias

Assim fala o Senhor Deus: 2 Volta, Israel, para o Senhor, teu Deus, porque estavas caído em teu pecado. 3 Vós todos, encontrai palavras e voltai para o Senhor; dizei-lhe: ‘Livra-nos de todo o mal e aceita este bem que oferecemos; o fruto de nossos lábios. 4 A Assíria não nos salvará; não queremos montar nossos cavalos, não chamaremos mais ‘Deuses nossos’ a produtos de nossas mãos; em ti encontrará o órfão misericórdia.’ 5 ‘Hei de curar sua perversidade e me será fácil amá-los, deles afastou-se a minha cólera. Serei como orvalho para Israel; ele florescerá como o lírio e lançará raízes como plantas do Líbano. 7 Seus ramos hão de estender-se; será seu esplendor como o da oliveira, e seu perfume como o do Líbano. 8 Voltarão a sentar-se à minha sombra e a cultivar o trigo, e florescerão como a videira, cuja fama se iguala à do vinho do Líbano. 9 Que tem ainda Efraim a ver com ídolos? Sou eu que o atendo e que olho por ele. Sou como o cipreste sempre verde: de mim procede o teu fruto. 10 Compreenda estas palavras o homem sábio, reflita sobre elas o bom entendedor! São retos os caminhos do Senhor e, por eles, andarão os justos, enquanto os maus ali tropeçam e caem.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 80, 6c-8a. 8bc-9. 10-11ab. 14.17 (R. Cf. 11.9a)

R. Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

6c Eis que ouço uma voz que não conheço,*
7 ‘Aliviei as tuas costas de seu fardo.
cestos pesados eu tirei de tuas mãos,*
8c Na angústia a mim clamaste, e te salvei.       R.

8b de uma nuvem trovejante te falei, *
8c e junto às águas de Meriba te provei.
9 Ouve, meu povo, porque vou te advertir! *
Israel, ah! se quisesses me escutar.       R.

10 Em teu meio não exista um deus estranho *
nem adores a um deus desconhecido!
11a Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, +
11b que da terra do Egito te arranquei.        R.

14 Quem me dera que meu povo me escutasse! *
Que Israel andasse sempre em meus caminhos.
17 eu lhe daria de comer a flor do trigo, *
e com o mel que sai da rocha o fartaria’.       R.

Evangelho: Mc 12,28b-34 

 Amarás o Senhor teu Deus.
Amarás o teu próximo. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Marcos

Naquele tempo: 28b Um mestre da Lei, aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Qual é o primeiro de todos os mandamentos?’ 29 Jesus respondeu: ‘O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30 Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31 O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes’. 32 O mestre da Lei disse a Jesus: ‘Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33 Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios’. 34 Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: ‘Tu não estás longe do Reino de Deus’. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Santa Maria Josefina do Coração de Jesus

20 de Março

Santa Maria Josefina do Coração de Jesus

Primeira filha do serralheiro Barnabé Sancho e da doméstica Petra de Guerra, Maria Josefina nasceu na cidade de Vitória, na Espanha, em 07 de setembro de 1842. Foi batizada no dia seguinte. Tendo ficado órfã de pai ainda criança, sua mãe foi quem a preparou para receber a Primeira Comunhão. Ela tinha, então, dez anos. Seus estudos foram completados em Madri, estando ela em casa de parentes. Desde cedo, demonstrou profunda devoção à Santa Eucaristia e também a Nossa Senhora.  Ainda menina demonstrava apreço para com a vida interior e grande caridade para com os pobres e os doentes.

Aos dezoito anos Maria Josefina voltou à sua terra natal, Vitória. Nesse retorno, logo aflorou seu desejo de ingressar num mosteiro, sentindo-se atraída pela vida religiosa, especialmente a de clausura. Assim, decidiu ingressar no Instituto Servas de Maria, que tinha sido fundado recentemente em Madri, por uma freira chamada madre Soledade Torres Acosta.

Porém, quando chegou a época de fazer a profissão religiosa, graves dúvidas assaltaram seu coração, enchendo-a de incertezas sobre seu chamado para aquele determinado Instituto. Procurou vários confessores. Chegou a dizer que tinha se equivocado na escolha da vocação e sofreu com isso. Porém, a orientação do futuro Santo Antônio Maria Claret, então arcebispo de Saragoça, somada a profundas e serenas conversas com a madre Soledade, fizeram amadurecer em seu coração a possibilidade de fundar um novo Instituto Religioso, que atendesse mais diretamente aos apelos de seu coração: dedicação aos doentes, tanto em casa quanto nos hospitais. Assim, após este período de dúvidas e discernimento, ela fundou o Instituto das Servas de Jesus, no ano 1871, na cidade de Bilbao. Maria Josefina tinha, então, vinte e nove anos.

Maria Josefina foi a Madre Superiora do Instituto por quarenta e um anos.  O carisma e a espiritualidade desenvolvidos por ela se resumem num grande amor a Jesus Eucarístico e ao seu Sagrado Coração; adoração profunda ao mistério da Redenção; participação nas dores de Cristo e uma dedicação completa ao serviço dos enfermos. Tudo isso vivido num espírito contemplativo.

Uma longa enfermidade manteve Madre Maria Josefina numa cama ou numa poltrona. Por isso, ela sofreu muito e vários anos antes de sua morte. Porém, em nenhum momento deixou sua atividade. Cultivou uma intensa correspondência com as novas casas e as irmãs do instituto. Assim, ela tornou sólidas as bases do instituto que fundara. Quando de sua morte, ocorrida no dia 20 de março de 1912, havia já milhares de irmãs suas seguidoras, ativas em quarenta e três casas. Sua morte foi bastante sentida por toda a região. Seus funerais tiveram grande manifestação do povo, que já a reconhecia como santa. Os restos mortais de Santa Maria Josefina foram levados para a Casa-Mãe, na cidade de Bilbao.

Hoje a Obra de contemplação e caridade fundada por Santa Maria Josefina encontra-se na Europa, Ásia e América Latina. As Servas procuram seguir os passos da fundadora, levando pão aos famintos, acolhendo os doentes e vários outros necessitados, criando casas para idosos, incrementando a pastoral da saúde e tantas outras obras de caridade. Santa Maria Josefina foi beatificada em 1992 pelo Papa João Paulo II e canonizada em 01 de Outubro de 2000, pelo mesmo Papa.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br


19 de Março 2020

A SANTA MISSA

Solenidade: São José, esposo da Virgem Maria
Cor: Branca

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1ª Leitura: 2Sm 7,4-5a.12-14a.16

O Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai. 

Leitura do Segundo Livro de Samuel

Naqueles dias, 4 a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5a “Vai dizer ao meu servo Davi: `Assim fala o Senhor: 12 Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 13 Será ele que construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real. 14a Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16 Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre'”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 88(89),2-3.4-5.27 e 29 (R. 37)

R. Eis que a sua descendência durará eternamente.

2 Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, *
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
3 Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” *
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.      R.

4 “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, *
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
5 Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, *
de geração em geração garantirei o teu reinado!”      R.

27 Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor ,vós sois meu Pai, *
sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’
29 Guardarei eternamente para ele a minha graça *
e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.     R. 

2ª Leitura: Rm 4,13.16-18.22

 Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na fé.  

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos: 13 Não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé, que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência. 16 É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei, quanto para a que se apoia somente na fé de Abraão, que é o pai de todos nós. 17 Pois está escrito: “Eu fiz de ti pai de muitos povos”. Ele é pai diante de Deus, porque creu em Deus que vivifica os mortos e faz existir o que antes não existia. 18 Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua posteridade”. 22 Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

 

Evangelho: Mt 1,16.18-21.24a 

 José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

16 Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 24a Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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