02 de Abril 2020

A SANTA MISSA

5ª Semana do Quaresma – Quinta-feira 
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Gn 17, 3-9

 “Farei de ti o pai de uma multidão de nações.”

Leitura do Livro do Gênesis

Naqueles dias: Abrão prostrou-se com o rosto por terra. 4 E Deus lhe disse: ‘Eis a minha aliança contigo: tu serás pai de uma multidão de nações. Já não te chamarás Abrão, mas o teu nome será Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de nações. 6Farei crescer tua descendência infinitamente. Farei nascer de ti nações, e reis sairão de ti. Estabelecerei minha aliança entre mim e ti e teus descendentes para sempre; uma aliança eterna, para que eu seja teu Deus e o Deus de teus descendentes. A ti e aos teus descendentes darei a terra em que vives como estrangeiro, todo o país de Canaã como propriedade para sempre. E eu serei o Deus dos teus descendentes’. 9 Deus disse a Abraão: ‘Guarda a minha aliança, tu e a tua descendência para sempre.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 104(105), 4-5.6-7.8-9 (R. 8a)

R. O Senhor se lembra sempre da Aliança!

Procurai o Senhor Deus e seu poder, *
buscai constantemente a sua face!
5 Lembrai as maravilhas que ele fez, *
seus prodígios e as palavras de seus lábios!      R.

Descendentes de Abraão, seu servidor, *
e filhos de Jacó, seu escolhido,
ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, *
vigoram suas leis em toda a terra.      R.

Ele sempre se recorda da Aliança, *
promulgada a incontáveis gerações;
9 da Aliança que ele fez com Abraão, *
e do seu santo juramento a Isaac.       R. 

Evangelho: Jo 8, 51-59 

“Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51 Em verdade, em verdade, eu vos digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte.’ 52 Disseram então os judeus: ‘Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a morte’. 53 Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes tu ser?’ 54 Jesus respondeu: ‘Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. 55 No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. 56 Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia; ele o viu, e alegrou-se.’ 57 Os judeus disseram-lhe então: ‘Nem sequer cinquenta anos tens , e viste Abraão!’ 58 Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou’. 59 Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do Templo.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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01 de Abril 2020

A SANTA MISSA

5ª Semana da Quaresma – Quarta-feira 
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Dn 3,14-20.24.49a.91-92.95

 Enviou seu anjo e libertou seus servos. 

Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias: 14 O rei Nabucodonosor tomou a palavra e disse: ‘É verdade, Sidrac, Misac e Abdênago, que não prestais culto a meus deuses e não adorais a estátua de ouro que mandei erguer? 15 E agora, quando ouvirdes tocar trombeta, flauta, cítara, harpa, saltério e gaitas, e toda espécie de instrumentos, estais prontos a prostrar-vos e adorar a estátua que mandei fazer? Mas, se não fizerdes adoração, no mesmo instante sereis atirados na fornalha de fogo ardente; e qual é o deus que poderá libertar-vos de minhas mãos? 16 Sidrac, Misac e Abdênago responderam ao rei Nabucodonosor: ‘Não há necessidade de te respondermos sobre isto: 17 se o nosso Deus, a quem rendemos culto, pode livrar-nos da fornalha de fogo ardente, ele também poderá libertar-nos de tuas mãos, ó rei. 18 Mas, se ele não quiser libertar-nos, fica sabendo, ó rei, que nós não prestaremos culto a teus deuses e tampouco adoraremos a estátua de ouro que mandaste fazer’. 19 A estas palavras, Nabucodonosor encheu-se de cólera contra Sidrac, Misac e Abdênago, a ponto de se alterar a expressão do rosto; deu ordem para acender a fornalha com sete vezes mais fogo que de costume; 20 e encarregou os soldados mais fortes do exército para amarrarem Sidrac, Misac e Adbênago e os lançarem na fornalha de fogo ardente. 24 Os três jovens andavam de cá para lá no meio das chamas, entoando hinos a Deus e bendizendo ao Senhor. 49a Mas o anjo do Senhor tinha descido simultaneamente na fornalha para junto de Azarias e seus companheiros. 91 O rei Nabucodonosor, tomado de pasmo, levantou-se apressadamente, e perguntou a seus ministros: ‘Porventura, não lançamos três homens bem amarrados no meio do fogo?’ Responderam ao rei: ‘É verdade, ó rei’. 92 Disse este: ‘Mas eu estou vendo quatro homens andando livremente no meio do fogo, sem sofrerem nenhum mal, e o aspecto do quarto homem é semelhante ao de um filho de Deus.’ 95 Exclamou Nabucodonosor: ‘Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago, que enviou seu anjo e libertou seus servos, que puseram nele sua confiança e transgrediram o decreto do rei, preferindo entregar suas vidas a servir e adorar qualquer outro Deus que não fosse o seu Deus.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Dn 3, 52. 53. 54. 55. 56 (R. 52b)

R. A vós louvor, honra e glória eternamente!

52 Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais.*
Sede bendito, nome santo e glorioso.       R.

53 No templo santo onde refulge a vossa glória.      R.

54 E em vosso trono de poder vitorioso.      R.

55 Sede bendito, que sondais as profundezas*
e superior aos querubins vos assentais.      R.

56 Sede bendito no celeste firmamento.     R.

Evangelho: Jo 8,31-42 

 Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo: 31 Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: ‘Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, 32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.’ 33 Responderam eles: ‘Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: `Vós vos tornareis livres’?’ 34 Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. 35 O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 37 Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós. 38 Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai.’ 39 Eles responderam então: ‘O nosso pai é Abraão.’ Disse-lhes Jesus: ‘Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! 40 Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez. 41 Vós fazeis as obras do vosso pai.’ Disseram-lhe, então: ‘Nós não nascemos do adultério, temos um só pai: Deus.’ 42 Respondeu-lhes Jesus: ‘Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Corredimir com Cristo

TEMPO DA QUARESMA. QUINTA SEMANA. QUARTA-FEIRA

– Jesus Cristo redimiu-nos e libertou-nos do pecado, raíz de todos os males. Valor de corredenção da dor sofrida por amor a Cristo.
– Jesus Cristo trouxe-nos a salvação. Todos os demais bens devem ordenar-se para a vida eterna.
– Os méritos que Cristo alcançou na Cruz aplicam-se a todos os homens. Necessidade de corresponder. A Redenção atualiza-se de modo singular na Santa Missa. Corredentores com Cristo.

I. ELE NOS TRANSFERIU para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados 1.

Redimir significa libertar através de um resgate. Redimir um cativo era pagar um resgate por ele, para devolver-lhe a liberdade. Em verdade vos digo – são palavras de Jesus Cristo no Evangelho da Missa de hoje – que quem comete pecado é escravo do pecado 2. Depois do pecado original, todos nós estávamos como que numa cadeia, éramos escravos do pecado e do demônio, e não podíamos alcançar o Céu. Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, resgatou-nos com o seu Sangue derramado na Cruz. Satisfez superabundantemente a dívida contraída por Adão ao cometer o pecado original, bem como a de todos os pecados pessoais cometidos e a serem cometidos pelos homens até o fim dos tempos. Ele é o nosso Redentor e a sua obra chama-se Redenção e Libertação, pois verdadeiramente nos conquistou a liberdade de filhos de Deus 3.

Jesus libertou-nos do pecado e assim matou a raiz de todos os males; dessa forma tornou possível a libertação integral do homem. Agora ganham o seu pleno sentido as palavras do salmo que a Igreja reza hoje na liturgia das Horas: Dominus illuminatio mea et salus mea, quem timebo?, o Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? [...]. Se se levantarem contra mim os exércitos, não temerá meu coração; se me declararem a guerra, aguardarei serenamente 4. Se não se tivesse curado o mal na sua raiz, que é o pecado, o homem nunca teria podido ser verdadeiramente livre e sentir-se forte perante o mal. O próprio Jesus quis padecer voluntariamente a dor e viver pobre para nos mostrar que o mal físico e a carência de bens materiais não são verdadeiros males. Só existe um mal verdadeiro, que devemos temer e evitar com a graça de Deus: o pecado 5; essa é a escravidão mais profunda, a única desgraça para toda a humanidade e para cada homem em concreto.

Os outros males que afligem o homem só podem ser vencidos – parcialmente nesta vida e totalmente na outra – a partir da libertação do pecado. Mais ainda, os males físicos – a dor, a doença, o cansaço –, quando acolhidos por amor de Deus, convertem-se em verdadeiros tesouros para o homem. Esta é a maior revolução realizada por Cristo, e só se pode entendê-la na oração, mediante a luz que a fé nos dá. “Eu te vou dizer quais são os tesouros do homem na terra, para que não os desperdices: fome, sede, calor, frio, dor, desonra, pobreza, solidão, traição, calúnia, cárcere...” 6

Podemos examinar hoje se realmente consideramos a dor, física ou moral, como um tesouro que nos une a Cristo. Aprendemos a santificá-la ou, pelo contrário, queixamo-nos? Sabemos oferecer a Deus com prontidão e serenamente os pequenos sacrifícios a que nos dispomos voluntariamente e os que surgem ao longo do dia?

II. HOJE A LITURGIA das Horas proclama: Vultum tuum, Domine, requiram: Procurarei, Senhor, o teu rosto 7. A contemplação de Deus saciará as nossas ânsias de felicidade. E isso acontecerá quando acordarmos, porque a vida não passa de um sono. Esta é a imagem que São Paulo emprega muitas vezes 8.

O meu reino não é deste mundo, dissera o Senhor. Por isso, quando declarou: Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância 9, não se referia a uma vida terrena cômoda e sem dificuldades, mas à vida eterna, que começa já nesta. Ele veio libertar-nos principalmente do que nos impede de alcançar a felicidade definitiva: do pecado, único mal absoluto, e da condenação a que o pecado conduz. Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres, diz-nos o Senhor no Evangelho de hoje 10. E poderemos também vencer as outras conseqüências do pecado: a opressão, as injustiças, as diferenças econômicas gritantes, a inveja, o ódio..., ou saberemos sofrê-las por Deus, com alegria, quando não as pudermos evitar.

O preço que Cristo pagou pelo nosso resgate foi a sua própria vida. Mostrou-nos assim a gravidade do pecado e o valor da salvação eterna, bem como os meios para alcançá-la. São Paulo lembra-nos: Fostes comprados por um grande preço; e a seguir acrescenta, como conseqüência: glorificai, pois, a Deus e trazei-o no vosso corpo 11.

Mas se o Senhor quis chegar tão longe, foi sobretudo para nos demonstrar o seu amor, pois ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos 12, e a vida é o que o homem tem de mais precioso. Cristo chegou até esse ponto por nós. Não se contentou com tornar-se um de nós, mas quis dar a sua vida em resgate por nós: amou-nos e entregou-se a si mesmo por nós 13. “Ele nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” 14. Qualquer homem pode dizer: O Filho de Deus amou-me e entregou-se por mim 15.

Que valor dou, pois, à vida da graça que Cristo nos conquistou no Calvário? Esforço-me por aumentá-la por meio dos sacramentos, da oração e das boas obras?

III. O APARENTE “FRACASSO” de Cristo na Cruz converte-se em redenção gozosa para todos os homens, quando estes assim o querem. Precisamente neste momento chegam até nós, copiosamente, os frutos daquele amor de Jesus na Cruz. “Na própria história da humanidade, que é o cenário do mal, se vai tecendo a obra da salvação eterna” 16, através da nossa correspondência cheia de amor.

A Quaresma é uma boa ocasião para nos lembrarmos de que a Redenção continua a realizar-se dia após dia, e para nos determos a considerar os momentos em que ela se torna mais patente: “Sempre que se celebra no altar o sacrifício da Cruz, pelo qual Cristo, nossa Páscoa, se imolou, realiza-se a obra da nossa Redenção” 17. Cada Missa possui um valor infinito, mas os seus frutos em cada fiel dependem das suas disposições pessoais. Podemos dizer com Santo Agostinho, aplicando-o à Missa, que “não é permitido amar com amor minguado [...], pois deveis trazer gravado no vosso coração Aquele que por vós morreu pregado na Cruz” 18. A Redenção teve lugar uma única vez mediante a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, mas atualiza-se agora em cada homem, de modo particularmente intenso, quando participa intimamente do Sacrifício da Missa.

Realiza-se ainda a Redenção, embora de um modo diferente do da Missa, em cada uma das nossas conversões interiores, quando fazemos uma boa confissão, quando recebemos com piedade os sacramentos, que são como que “canais da graça”.

Por último, a dor oferecida a Deus em reparação pelos nossos pecados – que mereciam um castigo muito maior –, pela nossa salvação eterna e pela de todo o mundo, torna-nos também corredentores com Cristo. O que era inútil e destrutivo converte-se em algo de valor incalculável. Um doente no leito de um hospital, uma mãe de família a braços com problemas que parecem ultrapassar as suas forças, a notícia de uma desgraça que nos fere profundamente, os obstáculos com que tropeçamos todos os dias, as mortificações que fazemos, servem para a Redenção do mundo, se colocamos tudo isso na patena, ao lado do pão que o sacerdote oferece na Santa Missa.

Podem parecer-nos coisas muito pequenas, de pouco valor, como as gotas de água que o sacerdote acrescenta ao vinho no Ofertório. Não obstante, assim como essas gotas de água se unem ao vinho que se converterá no Sangue de Cristo, assim as nossas ações alcançarão um valor imenso, de corredenção, se as unirmos ao Sacrifício de Jesus Cristo.

Recorremos à Virgem para que nos ensine a viver a nossa vocação de corredentores com Cristo no meio da nossa vida diária. “Que sentiste, Senhora, ao veres assim o teu Filho?, perguntamos-lhe na intimidade da nossa oração. Olho para ti, e não encontro palavras para falar da tua dor. Mas entendo que, ao veres o teu Filho que necessita dessa tua dor, ao compreenderes que os teus filhos necessitamos dela, aceitas tudo sem vacilar. É um novo «faça-se» na tua vida, um novo modo de aceitares a corredenção. Obrigado, minha Mãe! Dá-me essa atitude decidida de entrega, de esquecimento próprio absoluto. Que diante das almas, ao aprender de ti até onde chegam as exigências da corredenção, tudo me pareça pouco. Mas lembra-te de vir ao meu encontro, no caminho, porque sozinho não saberei seguir adiante” 19.

(1) Col 1, 13-14; Antífona da comunhão da Missa da quarta-feira da quinta semana da Quaresma; (2) Jo 8, 34; (3) cfr. Gal 4, 31; (4) Sl 26; (5) cfr. São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 386; (6) São Josemaría Escrivá, op. cit., n. 194; (7) Sl 26; (8) cfr. 1 Tess 4, 14; (9) Jo 10, 10; (10) Jo 8, 36; (11) 1 Cor 6, 20; (12) Jo 15, 13; (13) cfr. Gal 2, 20; (14) Col 1, 13-14; Antífona da comunhão da Missa da quarta-feira da quinta semana da Quaresma; (15) Gal 2, 2; (16) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 186; (17) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 3; (18) Santo Agostinho, Sobre a santa virgindade, 55; (19) M. Montenegro, Vía Crucis, 3ª ed., Palabra, Madrid, 1976, IVª est.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Santo Hugo de Grenoble

01 de Abril

São Hugo de Grenoble 

São Hugo foi Bispo de Grenoble (França) entre 1080 e 1132 e sua eleição se deu quando nem era sacerdote. Em Grenoble, permaneceu como Bispo durante 50 anos, apesar de ter apresentado sua renúncia em cinco oportunidades ante cinco Pontífices diferentes. Também contribuiu para a fundação da Ordem dos Cartuxos.

O santo nasceu na França em 1052 e seu nome significa “o inteligente”. Foi nomeado cônego na cidade de Valence e, aos 28 anos já estava instruído em ciências eclesiásticas. Era tão bom que seu bispo lhe pediu que o acompanhasse ao Concílio de Avignon de 1080.

Os bispos lhe propuseram que se fosse ordenado sacerdote para se encarregar da Diocese de Grenoble, mas Hugo se opunha, porque era muito tímido e se achava indigno. O Delegado do Sumo Pontífice conseguiu convencê-lo e lhe conferiu a ordenação sacerdotal. Em seguido, foi levado a Roma para que o Papa Gregório VII o ordenasse Bispo.

Ao chegar a Grenoble, viu que a situação de sua diocese era desastrosa e, por isso, encarregou-se de introduzir a reforma gregoriana. Combateu uma séria de abusos como os cargos eclesiásticos conseguidos com dinheiro (simonia); não cumprimento do celibato pelos sacerdotes; leigos apoderados de bens da Igreja; dívidas com empregados da Igreja; e um povo que não recebia instrução em religião.

Por vários anos, dedicou-se a combater corajosamente todos esses abusos dedicando longas horas à oração e à meditação. Do mesmo modo, recorria sua diocese de paróquia em paróquia corrigindo erros e ensinando como fazer o bem. Chegou a se tornar um grande orador e, como rezava muito antes de pregar, seus sermões comoviam profundamente os seus ouvintes e alcançavam várias conversões.

Pouco antes de sua morte, perdeu a memória e a única coisa que lembrava eram os salmos e o Pai Nosso. Passou seus últimos dias repetindo essas orações. São Hugo faleceu com quase 80 anos, em 1º de abril de 1132. O Papa Inocêncio II o declarou santo dois anos depois de sua morte.

Fonte: https://www.acidigital.com


São Guido, Abade

31 de Março

São Guido, Abade


Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, na Itália. Após concluir seus estudos acadêmicos em sua cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se para a solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita posteriormente canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois, seu diretor o enviou ao Mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.

No convento, a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por tomá-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.

Guido cumpriu a função delegada, mas, ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente, demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.

Momentos depois de Guido ter morrido, graças passaram a ocorrer. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão, e outros milagres se sucederam. Os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento, e foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira, e a igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pôde exercê-la na sua plenitude, pois teve que interromper essa condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou em favor da fé. Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, foi convocado novamente por superiores e não conseguiu cumprir seu objetivo, mas foi para a Casa do Pai já com fama de santidade.

Texto: Paulinas Internet


31 de Março 2020

A SANTA MISSA

5ª Semana da Quaresma – Terça-feira 
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Nm 21,4-9

Aquele que for mordido
e olhar para a serpente de bronze viverá. 

Leitura do Livro dos Números

Naqueles dias: 4 Os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se, 5 e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: ‘Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável’. 6 Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7 O povo foi ter com Moisés e disse: ‘Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes’. Moisés intercedeu pelo povo, 8 e o Senhor respondeu: ‘Faze uma serpente abrasadora e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá’. 9 Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 101, 2-3. 16-18. 19-21 (R. 2)

R. Ouvi, Senhor, e escutai minha oração
e chegue até vós o meu clamor.

2 Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, *
e chegue até vós o meu clamor!
3 De mim não oculteis a vossa face *
no dia em que estou angustiado!
Inclinai o vosso ouvido para mim, *
ao invocar-vos atendei-me sem demora!     R.

16 As nações respeitarão o vosso nome, *
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
17 quando o Senhor reconstruir Jerusalém *
e aparecer com gloriosa majestade,
18 ele ouvirá a oração dos oprimidos *
e não desprezará a sua prece.      R.

19 Para as futuras gerações se escreva isto, *
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
20 Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, *
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
21 para os gemidos dos cativos escutar *
e da morte libertar os condenados.      R. 

Evangelho: Jo 8,21-30 

 Quando tiverdes elevado o Filho do Homem,
então sabereis que eu sou. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 21 ‘Eu parto e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir.’ 22 Os judeus comentavam: ‘Por acaso, vai-se matar? Pois ele diz: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’?’ 23 Jesus continuou: ‘Vós sois daqui de baixo, eu sou do alto. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24 Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados.’ 25 Perguntaram-lhe pois: ‘Quem és tu, então?’ Jesus respondeu: ‘O que vos digo, desde o começo. 26 Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito, e a julgar também. Mas aquele que me enviou é fidedigno, e o que ouvi da parte dele é o que falo para o mundo.’ 27 Eles não compreenderam que lhes estava falando do Pai. 28 Por isso, Jesus continuou: ‘Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. 29 Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado.’ 30 Enquanto Jesus assim falava, muitos acreditaram nele. Palavra da Salvação.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Olhar para Cristo. Vida e Piedade

TEMPO DA QUARESMA. QUINTA SEMANA. TERÇA-FEIRA

– Os inimigos da graça. O remédio: olhar para Cristo.
– Ter consciência da presença do Senhor no mundo. “Expedientes humanos”.
– Vida de piedade. Jaculatórias.

I. QUANDO EU FOR LEVANTADO sobre a terra, atrairei todos os homens a mim, diz o Senhor 1.

A primeira leitura da Missa de hoje traz-nos uma passagem do Livro dos Números 2 em que se narra como o povo de Israel começou a murmurar contra o Senhor e contra Moisés porque, embora tivesse sido libertado e tirado do Egito, estava cansado de caminhar em direção à Terra Prometida. O Senhor, como castigo, enviou contra o povo serpentes venenosas que morderam e mataram muitos. Então recorreram a Moisés reconhecendo o seu pecado, e Moisés intercedeu junto de Deus para que os livrasse das serpentes. O Senhor disse: Faz uma serpente e coloca-a no alto de um poste. Todo aquele que for mordido será salvo ao olhar para ela. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e fixou-a sobre um poste. Quando alguém era mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado.

Esta passagem do Antigo Testamento, além de ser um relato histórico, é imagem e figura do que haveria de acontecer mais tarde com a chegada do Filho de Deus. Na conversa íntima de Jesus com Nicodemos, o Senhor faz uma referência direta a esse relato: Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é preciso que o Filho do homem seja levantado, a fim de que todo o homem que nele crer tenha a vida eterna 3.

Cristo na Cruz é a salvação do gênero humano, o remédio para os nossos males. Dirigiu-se voluntariamente para o Calvário, a fim de que todo o homem que nele crer tenha a vida eterna.

As serpentes e o veneno que em todas as épocas atacam o povo de Deus, peregrino em direção à Terra Prometida que é o Céu, são muito parecidos: egoísmo, sensualidade, confusões e erros doutrinários, preguiça, inveja, murmurações, calúnias... A graça recebida no Batismo, chamada a desenvolver-se plenamente, está ameaçada pelos mesmos inimigos de sempre. Em todas as épocas se podem notar as feridas produzidas pelo pecado original e pelos pecados pessoais.

Nós, cristãos, devemos procurar o remédio e o antídoto no único lugar em que se encontra: em Jesus Cristo e na sua doutrina salvadora. Não podemos deixar de olhar para o Senhor, elevado sobre a terra na Cruz, se de verdade desejamos chegar à Terra Prometida que está no final deste curto caminho que é a vida.

Olhar para Jesus: pôr diante dos olhos a sua Humanidade Santíssima, contemplando-o nos mistérios do Rosário, na Via Sacra, nas cenas narradas pelo Evangelho ou no Sacrário. Só com uma grande piedade seremos fortes ante as investidas de um mundo que parece querer distanciar-se cada vez mais de Deus, arrastando consigo os que não se encontram em terra firme e segura.

Não podemos afastar os olhos do Senhor, porque vemos os estragos que o inimigo faz à nossa volta todos os dias. E ninguém está imune por si mesmo. Vultum tuum, Domine, requiram: Procurarei a vossa face, Senhor; desejo ver-vos. Devemos procurar a fortaleza na amizade com Jesus, através da oração, dos atos de presença de Deus fomentados ao longo do dia e na visita ao Santíssimo Sacramento. Além disso, o Senhor, Jesus, não é só o remédio para a nossa fraqueza; é também o nosso Amor.

II. O SENHOR QUER ver os cristãos metidos no âmago da sociedade, laboriosos nas suas tarefas, ocupados num trabalho que normalmente vai da manhã até à noite. Jesus espera de nós que, além de olhá-lo e conversar com Ele nos momentos dedicados expressamente à oração, não o esqueçamos enquanto trabalhamos, da mesma forma que não nos esquecemos das pessoas que amamos nem das coisas importantes da nossa vida. Jesus é o que temos de mais importante no nosso dia. Por isso, cada um de nós deve ser “alma de oração sempre!, em qualquer ocasião e nas circunstâncias mais díspares, porque Deus nunca nos abandona. Não é cristão pensar na amizade divina exclusivamente como um recurso extremo. Pode parecer-nos normal ignorar ou desprezar as pessoas que amamos? É evidente que não. Vão constantemente para os que amamos as palavras, os desejos, os pensamentos: há como que uma presença contínua. Pois bem, com Deus também é assim” 5.

Para termos Jesus presente durante o dia, precisamos de lançar mão com freqüência de “«expedientes humanos»: jaculatórias, atos de Amor e desagravo, comunhões espirituais, «olhares» à imagem de Nossa Senhora” 6, e de alguns meios humanos que nos lembrem que já se passou um período de tempo (longo para quem ama) em que não recorremos ao Senhor, à Virgem, ao Anjo da Guarda... Quando queremos lembrar-nos de alguma coisa durante o dia, todos procuramos algum expediente para não nos esquecermos. Se pusermos o mesmo interesse em lembrar-nos do Senhor, o nosso dia se encherá de pequenas lembranças, de pequenas associações de idéias, que nos levarão a tê-lo presente.

O pai ou mãe de família leva no carro uma fotografia da família para se lembrar dela durante o seu trajeto pela cidade ou quando viaja. Por que não podemos levar uma imagem de Nossa Senhora na carteira, para lhe dizer ao olhá-la: Mãe! Minha Mãe!? Por que não ter ao alcance da mão um crucifixo que possamos beijar discretamente, que nos ajude a fazer atos de reparação, que possamos olhar quando o estudo ou o trabalho se tornam mais pesados?

Esses recordatórios, esses expedientes para avivarmos em nós a presença de Deus, são inúmeros, porque o amor é inventivo. Serão diferentes conforme se trate de um médico que vai começar uma operação ou de uma mãe de família que, à mesma hora, talvez comece a pôr a casa em ordem. O motorista de um ônibus terá também os seus “expedientes humanos” (saberá muito bem quando está mais perto de Jesus porque já vai divisando os muros de certa igreja), e a costureira, que permanece praticamente no mesmo lugar durante o dia todo, terá os seus. Tudo isso vivido com espírito esportivo e alegre, sem afobações, mas com amor: “As jaculatórias não dificultam o trabalho, como o bater do coração não estorva o movimento do corpo” 7.

Pouco a pouco, se perseverarmos, chegaremos a conservar-nos na presença de Deus com toda a naturalidade e como coisa normal. O que não quer dizer que não tenhamos que lutar e empenhar-nos sempre.

III. MUITAS VEZES, conta-nos o evangelista, o Senhor retirava-se para orar, talvez durante horas: De manhã, tendo-se levantado muito antes do amanhecer, saiu e foi a um lugar solitário, e ali se pôs em oração 8; mas outras vezes dirigia-se a seu Pai-Deus com uma oração curta, amorosa, como uma jaculatória: Eu te glorifico, Pai, Senhor do céu e da terra... 9Pai, dou-te graças porque me ouviste... 10;

O evangelista mostra-nos ainda como Jesus se comovia com os pedidos dos que o procuravam. Eram súplicas que também nos podem servir a nós de jaculatórias. É o leproso que diz: Senhor, se queres, podes curar-me... 11; e o cego de Jericó que brada: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim... 12; e o bom ladrão que murmura: Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino... 13 Jesus, comovido com essas orações cheias de fé, não os fazia esperar.

Muitas vezes, estas e outras expressões podem servir-nos para pedir perdão, como fez o publicano que voltou para casa justificado: Senhor, tem piedade de mim que sou pecador 14; ou como fez São Pedro, depois das negações: Senhor, tu sabes tudo, tudo sabes que eu te amo 15, apesar das minhas faltas. Ou podem ajudar-nos a pedir mais fé: Creio, Senhor, mas ajuda a minha incredulidade 16, fortalece a minha fé; ou como diz Tomé – Meu Senhor e meu Deus 17 – quando Jesus lhe aparece ressuscitado: é um ato maravilhoso de fé e de entrega, que talvez nos tenham ensinado a repetir quando dobramos o joelho diante do Sacrário.

Existem, pois, muitas jaculatórias e orações breves que podemos dizer do fundo da alma, e que traduzem necessidades ou situações concretas pelas quais passamos. Por vezes, nem sequer será necessário pronunciá-las: bastará um olhar, ou uma só palavra, ou um pensamento um pouco desalinhavado, mas cheio de amor ou de desagravo..., um pedido que não aflora, mas que o Senhor capta imediatamente. Para uma alma unida a Deus, as jaculatórias, os atos de amor surgem naturalmente, são quase espontâneos, como um respirar sobrenatural que alimenta a sua união com Deus. E isto no meio das ocupações mais absorventes, porque o Senhor espera de todos esta vida de oração e de união com Ele.

Santa Teresa recorda a marca que certa jaculatória deixou na sua vida: “Acontecia estar muitos momentos tratando disto e gostávamos de dizer muitas vezes: «Para sempre, para sempre, para sempre!» Pronunciando-o durante muito tempo, foi o Senhor servido que me ficasse impresso nessa infância o caminho da verdade” 18.

Sempre teremos inúmeras ocasiões de dizer uma jaculatória. A leitura do Evangelho e a própria oração serão muitas vezes uma fonte de jaculatórias, que servirão de veículo para manifestarmos o nosso amor ao Senhor e à sua Mãe Santíssima.

Ao terminarmos a nossa oração, dizemos com os discípulos de Emaús: Mane nobiscum, Domine, quoniam advesperascit 19. Fica conosco, Senhor, porque, quando Tu não estás presente, faz-se noite para nós. Tudo é escuridão quando Tu não estás.

E recorremos à Virgem, a quem também sabemos dirigir essas jaculatórias e atos de amor: Ave, Maria..., bendita sois vós entre as mulheres.

(1) Jo 12, 32; Antífona da comunhão da Missa da terça-feira da quinta semana da Quaresma; (2) Num 21, 4-9; Primeira leitura da Missa da terça-feira da quinta semana da Quaresma; (3) Jo 3, 14-15; (4) Sl 26; (5) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 247; (6) São Josemaría Escrivá, cfr. Caminho, n. 272; (7) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 516; (8) Mc 1, 35; (9) Mt 11, 25; (10) Mt 11, 25; (11) Mt 8, 2-3; (12) Lc 18, 38-39; (13) Lc 23, 42-43; (14) cfr. Lc 18, 13; (15) Jo 21, 17; (16) Mc 9, 23; (17) Jo 20, 28; (18) Santa Teresa, Vida, 1, 4; (19) Lc 24, 29.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Vai e não peques mais

TEMPO DA QUARESMA. QUINTA SEMANA. SEGUNDA-FEIRA

– No sacramento da Penitência, é Cristo quem perdoa.
– Gratidão pela absolvição: o apostolado da Confissão.
– Necessidade da penitência imposta pelo confessor. Ser generosos na reparação.

I. MULHER, NINGUÉM TE CONDENOU? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar 1.

Tinham levado à presença de Jesus uma mulher surpreendida em adultério. Trouxeram-na para o meio da multidão, diz o Evangelho 2. Humilharam-na e envergonharam-na até esse extremo, sem a menor consideração. Lembram ao Senhor que a Lei impunha para este pecado o severo castigo da lapidação: Que dizes tu a isso?, perguntam-lhe com má-fé, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Mas Jesus surpreende a todos. Não diz nada: Inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.

A mulher está aterrorizada no meio de todos. E os escribas e fariseus insistem nas suas perguntas. Então Jesus ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra. E inclinando-se novamente, continuou a escrever na terra.

Todos se foram retirando, um após outro, a começar pelos mais velhos. Não tinham a consciência limpa e o que queriam era armar uma cilada ao Senhor. Todos se foram embora: Jesus ficou sozinho, com a mulher em pé, diante dele. Jesus ergueu-se e, vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?

As palavras de Jesus estão cheias de ternura e de indulgência. E a mulher respondeu: Ninguém, Senhor. Jesus disse-lhe: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar. Não é difícil imaginar a enorme alegria daquela mulher, o seu profundo agradecimento, os seus desejos de recomeçar. Na sua alma, manchada pelo pecado e pela humilhação a que fora submetida, operou-se uma mudança tão profunda que só podemos entrevê-la à luz da fé. Cumpriam-se as palavras do profeta Isaías: Não vos lembreis mais dos acontecimentos de outrora, não recordeis mais as coisas antigas; porque eis que vou fazer uma obra nova... Abrirei um caminho através do deserto e farei correr rios pela estepe..., para saciar a sede do meu povo eleito, o povo que formei para que proclamasse os meus feitos 3.

Todos os dias, em todos os recantos do mundo, através dos sacerdotes, seus ministros, Jesus continua a dizer: “Eu te absolvo dos teus pecados...”, vai e não tornes a pecar. É o próprio Cristo que perdoa. “A fórmula sacramental: «Eu te absolvo...», a imposição das mãos e o sinal da cruz traçado sobre o penitente, manifestam que naquele momento o pecador contrito e convertido entra em contacto com o poder e a misericórdia de Deus. É o momento em que, em resposta ao penitente, a Santíssima Trindade se torna presente para apagar-lhe o pecado e restituir-lhe a inocência, o momento em que a força salvífica da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo é comunicada ao penitente [...]. Deus é sempre o principal ofendido pelo pecado – tibi soli peccavi!, só contra Vós pequei! – e só Deus pode perdoar” 4.

As palavras que o sacerdote pronuncia não são somente uma oração de súplica para pedir a Deus que perdoe os nossos pecados, nem um mero certificado de que Deus se dignou conceder-nos o seu perdão, antes nesse mesmo instante causam e comunicam verdadeiramente o perdão: “Nesse momento, todos e cada um dos pecados são perdoados e apagados pela misteriosa intervenção do Salvador” 5.

Poucas palavras no mundo têm produzido tanta alegria como as da absolvição. Santo Agostinho afirma que o prodígio que realizam supera a própria criação do mundo 6. Com que alegria as recebemos, quando nos aproximamos do sacramento do perdão? Quantas vezes temos dado graças a Deus por termos tão ao alcance da mão este sacramento? Na nossa oração de hoje, podemos manifestar a nossa gratidão ao Senhor por esse dom tão grande.

II. PELA ABSOLVIÇÃO, o homem une-se a Cristo Redentor, que quis carregar com os nossos pecados. E por essa união, o pecador participa novamente da fonte de graças que brota sem cessar do lado aberto de Cristo.

No momento em que recebemos a absolvição, devemos intensificar a dor pelos nossos pecados, dizendo talvez alguma das orações previstas no Ritual, como estas palavras de São Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu te amo”; e renovamos o propósito de emenda e escutamos com atenção as palavras do sacerdote que nos concede o perdão de Deus.

É o momento de recordar a alegria que significa recuperar a graça (se a tivermos perdido) ou sabê-la aumentada na nossa alma. Santo Ambrósio diz assim: “Eis que (o Pai) vem ao teu encontro; inclina-se sobre o teu ombro, dá-te um beijo, penhor de amor e ternura; faz com que te entreguem uma túnica nova, sandálias... Tu ainda temes a repreensão..., tens medo de uma palavra irritada, e Ele prepara-te um banquete” 7. O nosso Amém converte-se então num grande desejo de recomeçar, mesmo que só nos tenhamos confessado de faltas veniais.

Depois de cada confissão, devemos dar graças a Deus pela misericórdia que teve conosco e deter-nos, ainda que brevemente, a concretizar o modo de pôr em prática os conselhos ou indicações recebidas ou de tornar mais eficaz o nosso propósito de emenda e melhora.

Outra manifestação dessa gratidão é procurar que os nossos amigos recorram a essa fonte de graças, aproximá-los de Cristo, como fez a Samaritana: transformada pela graça, correu a anunciar a boa nova aos seus conterrâneos, para que também eles se beneficiassem da especial oportunidade que a passagem de Jesus pela cidade lhes oferecia 8. Dificilmente descobriremos uma obra de caridade tão valiosa como a de anunciar, àqueles que estão cobertos de lama e sem forças, a fonte de salvação que encontramos e em que somos purificados e reconciliados com Deus. Fazemos todos os possíveis para levar a cabo um apostolado eficaz da Confissão Sacramental? Aproximamos os nossos amigos desse tribunal da misericórdia divina? Começamos nós mesmos por não adiar esse encontro com a misericórdia de Deus?

III. “A SATISFAÇÃO é o ato final que coroa o sinal sacramental da Penitência. Em alguns países, chama-se precisamente penitência àquilo que o penitente perdoado e absolvido aceita cumprir depois de ter recebido a absolvição” 9.

Os nossos pecados, mesmo depois de perdoados, merecem uma pena temporal de reparação que deve ser satisfeita nesta vida ou, depois da morte, no purgatório, para onde vão as almas dos que morrem em graça, mas sem terem expiado plenamente os seus pecados 10.

Além disso, depois da reconciliação com Deus, permanecem na alma as relíquias do pecado: a fraqueza da vontade em aderir ao bem, certa facilidade para nos enganarmos nos nossos juízos, desordem no apetite sensível... São as feridas do pecado e as tendências desordenadas que o pecado original deixou no homem, e que se infetam com os pecados pessoais. “Não basta retirar a flecha do corpo – diz São João Crisóstomo –; também é preciso curar a chaga produzida pela flecha. Coisa semelhante acontece na alma: depois de ter recebido o perdão dos pecados, tem de curar por meio da penitência a chaga que ficou” 11.

Depois de recebida a absolvição – ensina João Paulo II –, “permanece no cristão uma zona de sombra devida às feridas do pecado, à imperfeição do amor no arrependimento, ao enfraquecimento das faculdades espirituais, que continuam a manter ativo um foco infeccioso de pecado que é preciso combater sempre com a mortificação e a penitência. Tal é o significado da humilde, mas sincera satisfação” 12.

Por todos estes motivos, devemos cumprir com muito amor e humildade a penitência que o sacerdote nos impõe antes de dar a absolvição. Costuma ser fácil e, se amamos de verdade o Senhor, perceberemos como é grande a desproporção entre ela e os nossos pecados. É mais um motivo para aumentarmos o nosso espírito de penitência neste tempo da Quaresma, em que a Igreja nos convida especialmente a fazê-lo.

“«Cor Mariae perdolentis, miserere nobis!» – invoca o Coração de Santa Maria, com ânimo e decisão de te unires à sua dor, em reparação pelos teus pecados e pelos de todos os homens de todos os tempos. – E pede-lhe – para cada alma – que essa sua dor aumente em nós a aversão ao pecado, e que saibamos amar, como expiação, as contrariedades físicas ou morais de cada jornada” 13.

(1) Jo 8, 10-11; (2) cfr. Jo 8, 1-11; (3) Is 43, 16-21; (4) João Paulo II, Exort. Apost. Reconciliatio et paenitentia, 2-XII-1984, n. 31, III; (5) ib.; (6) cfr. Santo Agostinho, Coment. sobre o Ev. de São João, 72; (7) Santo Ambrósio, Coment. sobre o Ev. de São Lucas, 7; (8) cfr. Jo 4, 28; (9) João Paulo II, op. cit.; (10) Conc. de Florença, Decreto para os gregos, Dz 673; (11) São João Crisóstomo, Hom. sobre São Mateus, 3, 5; (12) João Paulo II, op. cit.; cfr. também Audiência geral, 7-III-1984; (13) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 258.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


São João Clímaco

30 de Março

São João Clímaco

O Monte Sinai está historicamente ligado ao cristianismo, e foi o lugar indicado por Deus para entregar a Moisés as tábuas gravadas com os Dez Mandamentos. É uma serra rochosa e árida que, não só pela sua geografia, mas também pelo significado histórico, foi escolhida pelos cristãos que procuravam a solidão da vida eremítica.

Assim, já no século IV, depois das perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram ali construídos por numerosos monges que se entregavam à vida de oração e contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos preciosos. Foi nesse ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do Monte Sinai, João Clímaco.

João nasceu na Síria, por volta do ano 579. De grande inteligência e com formação literária e religiosa, ainda muito jovem, aos 16 anos, optou pelo deserto e viajou para o Monte Sinai, tornando-se discípulo, em um dos mais renomados mosteiros da região, do venerável ancião Raiuthi. Isso aconteceu depois de renunciar à fortuna da família e a uma posição social promissora, preferindo um cotidiano feito de orações, jejum continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só descia ao vale para recolher frutas e raízes para sua parca refeição e só se reunia aos demais monges nos fins de semana, para um culto coletivo.

Sua fama se espalhou, e muitos peregrinos iam procurá-lo para aprender com seus ensinamentos e conselhos. Inicialmente, eram apenas os que desejavam seguir a vida monástica, depois, vieram os fiéis que queriam uma bênção do monge, já tido em vida como santo. Aos 60 anos, João foi eleito por unanimidade abade geral de todos os eremitas da serra do Monte Sinai.

Nesse período, ele escreveu muito, e o que dele se conserva até hoje é um livro importantíssimo que teve ampla divulgação na Idade Média: “Escada do Paraíso”, livro que lhe trouxe também o sobrenome Clímaco, que, em grego, significa “aquele da escada”. No seu livro, ele estabeleceu 30 degraus que devemos subir para alcançar a perfeição da alma.

Trata-se de um verdadeiro manual, a síntese da doutrina monástica e ascética, para os noviços e monges, no qual descreveu, degrau por degrau, todas as dificuldades vividas, a superação da razão e dos sentidos e as alegrias do Paraíso perfeito, que serão colhidas no final dessa escalada, após o trânsito para a eternidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

João Clímaco morreu no dia 30 de março de 649, amado e venerado por todos os cristãos do mundo oriental e ocidental, sendo celebrado por todos eles no dia do seu falecimento.

Texto: Paulinas Internet


29 de Março 2020

A SANTA MISSA

5º Domingo da Quaresma – Ano A
Cor: Roxa

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1ª Leitura: Ez 37, 12-14

 “Porei em vós o meu espírito para que vivais.” 

Leitura da Profecia de Ezequiel

12 Assim fala o Senhor Deus: Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel; 13 e quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor. 14 Porei em vós o meu espírito, para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 129(130),1-2.3-4ab.4c-6.7-8 (R. 7)

R. No Senhor, toda graça e redenção!

1 Das profundezas eu clamo a vós, Senhor,*
2 escutai a minha voz!
Vossos ouvidos estejam bem atentos*
ao clamor da minha prece!      R.

3 Se levardes em conta nossas faltas,*
quem haverá de subsistir?
4 Mas em vós se encontra o perdão,*
eu vos temo e em vós espero.      R.

5 No Senhor ponho a minha esperança,*
espero em sua palavra.
6 A minh’alma espera no Senhor*
mais que o vigia pela aurora.      R.

7 Espere Israel pelo Senhor,*
pois no Senhor se encontra toda graça
e copiosa redenção.
8 Ele vem libertar a Israel*
de toda a sua culpa.       R. 

2ª Leitura: Rm 8, 8-11

 “O Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós.” 

Leitura da Carta de São Paulo apóstolo aos Romanos

Irmãos: 8 Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. 9 Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós. Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. 10 Se, porém, Cristo está em vós, embora vosso corpo esteja ferido de morte por causa do pecado, vosso espírito está cheio de vida, graças à justiça. 11 E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais por meio do seu Espírito que mora em vós.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Jo 11, 1-45  

“Eu sou a ressurreição e a vida.” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo: 1 Havia um doente, Lázaro, que era de Betânia, o povoado de Maria e de Marta, sua irmã. 2 Maria era aquela que ungira o Senhor com perfume e enxugara os pés dele com seus cabelos. O irmão dela, Lázaro, é que estava doente. 3 As irmãs mandaram então dizer a Jesus: ‘Senhor, aquele que amas está doente.’ 4 Ouvindo isto, Jesus disse: ‘Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.’ 5 Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. 6 Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. 7 Então, disse aos discípulos: ‘Vamos de novo à Judeia.’ 8 Os discípulos disseram-lhe: Mestre, ainda há pouco os judeus queriam apedrejar-te, e agora vais outra vez para lá?’ 9 Jesus respondeu: ‘O dia não tem doze horas? Se alguém caminha de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. 10 Mas se alguém caminha de noite, tropeça, porque lhe falta a luz’. 11 Depois acrescentou: ‘O nosso amigo Lázaro dorme. Mas eu vou acordá-lo.’ 12 Os discípulos disseram: ‘Senhor, se ele dorme, vai ficar bom.’ 13 Jesus falava da morte de Lázaro, mas os discípulos pensaram que falasse do sono mesmo.14 Então Jesus disse abertamente: ‘Lázaro está morto. 15 Mas por causa de vós, alegro-me por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos para junto dele’. 16 Então Tomé, cujo nome significa Gêmeo, disse aos companheiros: ‘Vamos nós também para morrermos com ele’. 17 Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. 18 Betânia ficava a uns três quilômetros de Jerusalém. 19 Muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20 Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21 Então Marta disse a Jesus: ‘Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22 Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele to concederá.’ 23 Respondeu-lhe Jesus: ‘Teu irmão ressuscitará.’ 24 Disse Marta: ‘Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia.’ 25 Então Jesus disse: ‘Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26 E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?’ 27 Respondeu ela: ‘Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo.’ 28 Depois de ter dito isto, ela foi chamar a sua irmã, Maria, dizendo baixinho: ‘O Mestre está aí e te chama’. 29 Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus. 30 Jesus estava ainda fora do povoado, no mesmo lugar onde Marta se tinha encontrado com ele. 31 Os judeus que estavam em casa consolando-a, quando a viram levantar-se depressa e sair, foram atrás dela, pensando que fosse ao túmulo para ali chorar. 32 Indo para o lugar onde estava Jesus, quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe: ‘Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido.’ 33 Quando Jesus a viu chorar, e também os que estavam com ela, estremeceu interiormente, ficou profundamente comovido, 34 e perguntou: ‘Onde o colocastes?’ Responderam: ‘Vem ver, Senhor.’ 35 E Jesus chorou. 36 Então os judeus disseram: ‘Vede como ele o amava!’ 37 Alguns deles, porém, diziam: ‘Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?’ 38 De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra. 39 Disse Jesus: ‘Tirai a pedra’! Marta, a irmã do morto, interveio: ‘Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias.’ 40 Jesus lhe respondeu: ‘Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?’ 41 Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: ‘Pai, eu te dou graças porque me ouviste. 42 Eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste.’ 43 Tendo dito isso, exclamou com voz forte: ‘Lázaro, vem para fora!’ 44 O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então Jesus lhes disse: ‘Desatai-o e deixai-o caminhar!’ 45 Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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