Santo Expedito
19 de Abril
Santo Expedito
Santo Expedito não tem uma data de nascimento conhecida. Sabe-se que ele era Romano. Sabe-se também que foi Senador de Roma, Príncipe-Consul do Império Romano na Armênia, militar, Comandante da XII Legião Romana e, mesmo nessa condição, converteu-se ao cristianismo.
A XII Legião tinha o nome de Fulminata, nome que significa algo como Vem como um raio. A Fulminata tinha cerca de 8 mil homens contando soldados, escravos e cavaleiros. No tempo de Expedito, ela defendia as fronteiras orientais do Império Romano contra os bárbaros asiáticos. Expedito comandou a XII Legião de 296 a 303 d. C. Para ser comandante de uma Legião Romana era preciso muita competência e bravura. Tanto que, alguns anos antes, a mesma XII Legião tinha sido comandada por um Imperador romano, Marco Aurélio, numa campanha onde hoje é a Eslováquia. Sabe-se que Expedito era um líder competente. Seu cargo equivaleria hoje ao de um general. Ele se tornou famoso por manter a disciplina dos soldados e todos o respeitavam. Por outro lado, como a maioria dos soldados romanos, o Comandante Expedito tinha uma vida devassa, rodeada de luxo, prazeres e fama.
O primeiro contato do Comandante Expedito com o Cristianismo aconteceu dentro da própria XII Legião. Com efeito, uma parte dos soldados da XII era formada de cristãos. Além disso, em suas andanças pelas fronteiras orientais do império, Expedito teve ainda mais contato com o cristianismo. E, para completar, a XII Legião teve um soldado chamado Polieucto de Melitene, que morreu mártir no ano 193. A semente do Cristianismo e do sangue dos mártires nunca cai na terra em vão.
Expedito era um líder competente na condução da XII Legião tanto nos tempos de paz quanto nas batalhas. Um comandante vitorioso na carreira militar. Porém, quanto à sua vida espiritual, tinha o vício da procrastinação, isto é, deixar para depois, adiar. Ele simpatizava com a mensagem de Jesus. Admirava os ensinamentos do Mestre de Nazaré e via no Evangelho palavras que ninguém jamais tinha dito antes na história humana. Por isso, ele pensava em um dia converter-se de verdade. Esse dia, porém, ficava sempre para mais tarde, era sempre adiado.
Depois de alguns anos procrastinando, Expedito foi tocado pela graça de Deus. Certa noite teve um sonho que mudou sua vida. No sonho, com um corvo representando o espírito do mal, grasnava diante dele a palavra cras, do latim, que significa amanhã, deixe sua conversão para amanhã. O corvo grasnava forte e parecia poderoso. Porém, de repente, Expedito decidiu e pisoteou o corvo dizendo: hodie, que significa hoje, em latim. O Comandante Expedito acordou do sonho decidido e confirmou sua conversão. Por isso ele é considerado o Santo das causas urgentes. Convertido, ele continuou por um tempo ainda chefe da sua legião, conseguindo converter seus soldados também ao cristianismo.
Com a conversão de Expedito e da sua tropa, o imperador Diocleciano começou a perseguir o Santo e seus soldados. A importância de seu posto fazia dele uma influência muito forte a favor do Cristianismo dentro do Império Romano. Por isso, ele se tornou alvo especial do Imperador.
Santo Expedito foi preso pela ordem de Diocleciano e foi forçado a renunciar à sua nova fé. Porém, ele não renunciou. Seus castigos começaram pela flagelação romana: 39 chicotadas com o flagrus, chicote que dilacera a pele e causa hemorragia. Expedito tinha aplicado este mesmo castigo a bandidos e indisciplinados. Agora, ele os recebia por causa de Jesus Cristo. E ele permaneceu firme e julgando-se indigno de sofrer o mesmo castigo que Jesus sofrera, aplicado por soldados romanos, como estava acontecendo com ele. Por fim, não renunciando à sua fé, Santo Expedito foi decapitado com espada, por ordem do Imperador Diocleciano, no dia 19 de abril de 303, em Melitene na Armênia.
Como Santo Expedito foi morto por causa de Jesus Cristo, ele se tornou um mártir da Igreja e santo reconhecido oficialmente. Sua bravura diante dos sofrimentos por causa da fé serviu de exemplo para grande parte dos soldados de sua Legião, fazendo-os permanecer firmes em sua fé. O exemplo de Santo Expedito arrastou milhares de cristãos na Armênia e, logo, ele passou a ser venerado como santo, o santo das causas urgentes.
Santo Expedito é representado como um Comandante Romano, vestindo uma túnica branca, uma armadura de superior e um manto vermelho sobre os ombros. Em sua mão direita ele levanta uma cruz com a palavra Hodie (Hoje). Na mão esquerda ele tem uma palma, representando o martírio e a vitória dos mártires. Seu pé direito pisa sobre um corvo, que grita a palavra Cras, (amanhã). A imagem simboliza a grande mensagem de Santo Expedito: Não adie sua conversão, não deixe para amanhã aquilo que deve ser feito hoje, não procrastine!
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
Beata Maria da Encarnação
18 de Abril
Beata Maria da Encarnação
Ela nasceu em Paris, no dia 1o de fevereiro de 1566, e se chamava Bárbara Avrillot, filha do senhor de Champstreaux, riquíssimo, influente na corte francesa e na vida religiosa por ser um homem muito devoto, assim como sua descendência.
Como era costume na época, apenas adolescente Bárbara foi enviada às Irmãs Menores da Humildade de Nossa Senhora, que habitavam nas proximidades. Regressou à família aos catorze anos e não pôde optar pela vida religiosa, pois aos dezesseis anos foi entregue como esposa ao visconde de Villemor, Pedro Acário, senhor de muitas terras, muito atuante na política da corte e cuja influência era tão forte quanto à de sua família, possuidor de costumes sérios e seguidor dos preceitos cristãos. Tiveram seis filhos.
O rei Henrique IV, após desfazer a Liga política à qual seu marido pertencia, mandou-o para o exílio e confiscou-lhe todos os bens. Foram quatro anos de várias atribulações financeiras e aflição de espírito. Porém Bárbara não se abateu, tomou a defesa do marido, não se detendo até provar a inocência dele e reaver todos os bens. Foi com essa fibra que educou os filhos com generosidade, no respeito e no serviço aos mais pobres, doentes e mais desamparados. Ensinou-os a viver de maneira simples, sóbria, modesta, e no amor à verdade, pois a verdade é Cristo. Ensinou-lhes, também, o espírito de sacrifício e a força de vontade perante as dificuldades.
Nesse período, conheceu o religioso Francisco de Salles, depois também fundador e santo pela Igreja, o qual aprovava sua atitude e comportamento, vindo a tornar-se o seu diretor espiritual. Em 1601, ela leu os escritos de Teresa d'Ávila e desejou, ela mesma, uma leiga, fazer todo o possível para introduzir na França a reforma carmelita. Um ano depois, acolheu as primeiras vocações e obteve a autorização do rei, o qual lhe dispensava uma grande consideração, e, em 1603, o papa Clemente VIII enviou-lhe sua autorização para a fundação. Portanto ela pôde construir o primeiro mosteiro carmelita na França. Depois, com os outros, que vieram em seguida, houve uma forte influência na espiritualidade católica de seu tempo. Três de suas filhas entraram no Carmelo de Amiens.
Em 1613, morreu seu marido e só então ela tomou o nome de Maria da Encarnação, tomando o hábito e jurando os votos a uma de suas filhas, que se tornara a abadessa do mosteiro de Amiens, onde ela permaneceu durante algum tempo, para depois estabelecer-se no de Pontoise. Manteve-se sempre ativa e preparada para discussões sobre o tema da fé com personagens próprios e auto-reveladores e sempre humilde e afetuosa como simples carmelita de sua comunidade.
Maria da Encarnação, madame Acário, é considerada a 'madre fundadora do Carmelo na França' porque contribuiu para a difusão da reforma carmelita de Santa Teresa d'Ávila, mais do que todos, em solo francês. Ela terminou os seus dias num leito de dor em Pontoise. E ao morrer, no dia 18 de abril de 1618, recitou várias vezes os salmos 21 e 101. Esse dia era Quinta-Feira Santa.
Texto: Paulinas Internet
18 de Abril 2020
A SANTA MISSA

Sábado da Oitava da Páscoa
Cor: Branca
1ª Leitura: At 4,13-21
Quanto a nós, não nos podemos calar
sobre o que vimos e ouvimos.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias: Os chefes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas, 13 ficaram admirados ao ver a segurança com que Pedro e João falavam, pois eram pessoas simples e sem instrução. Reconheciam que eles tinham estado com Jesus. 14 No entanto viam, de pé, junto a eles, o homem que tinha sido curado. E não podiam dizer nada em contrário. 15 Mandaram que saíssem para fora do Sinédrio, e começaram a discutir entre si: 16 ‘O que vamos fazer com esses homens? Eles realizaram um milagre claríssimo, e o fato tornou-se de tal modo conhecido por todos os habitantes de Jerusalém, que não podemos negá-lo. 17 Contudo, a fim de que a coisa não se espalhe ainda mais entre o povo, vamos ameaçá-los, para que não falem mais a ninguém a respeito do nome de Jesus.’ 18 Chamaram de novo Pedro e João e ordenaram-lhes que, de modo algum, falassem ou ensinassem em nome de Jesus. 19 Pedro e João responderam: ‘Julgai vós mesmos, se é justo diante de Deus que obedeçamos a vós e não a Deus! 20 Quanto a nós, não nos podemos calar sobre o que vimos e ouvimos.’ 21 Então, insistindo em suas ameaças, deixaram Pedro e João em liberdade, já que não tinham meio de castigá-los, por causa do povo. Pois todos glorificavam a Deus pelo que havia acontecido.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 117, 1.14-15. 16ab.18. 19-21 (R. 21a)
R. Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! *
‘Eterna é a sua misericórdia!’
14 O Senhor é minha força e o meu canto, *
e tornou-se para mim o Salvador.
15 ‘Clamores de alegria e de vitória *
ressoem pelas tendas dos fiéis. R.
16a A mão direita do Senhor fez maravilhas, +
16b a mão direita do Senhor me levantou, *
a mão direita do Senhor fez maravilhas!’
18 O Senhor severamente me provou, *
mas não me abandonou às mãos da morte. R.
19 Abri-me vós, abri-me as portas da justiça; *
quero entrar para dar graças ao Senhor!
20 ‘Sim, esta é a porta do Senhor, *
por ela só os justos entrarão!’
21 Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes *
e vos tornastes para mim o Salvador! R.
Evangelho: Mc 16,9-15
Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos
9 Depois de ressuscitar, na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios. 10 Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando. 11 Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar. 12 Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. 13 Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros. Também a estes não deram crédito. 14 Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado. 15 E disse-lhes: ‘Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Ide por Todo Mundo
TEMPO PASCAL. OITAVA DA PÁSCOA. SÁBADO
– O Senhor envia-nos ao mundo para que anunciemos a sua doutrina.
– Como os Apóstolos, encontraremos obstáculos. Remar contra a corrente. A reevangelização do mundo.
– “Tratar as almas uma a uma”. Otimismo sobrenatural.
I. A RESSURREIÇÃO DO SENHOR é um apelo ao apostolado até o fim dos tempos. Cada uma das aparições de Cristo ressuscitado termina com a atribuição de uma tarefa apostólica. Jesus diz a Maria Madalena: ...Vai aos meus irmãos e diz-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai 1; e às outras mulheres: Ide e dizei aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que me verão 2. Os próprios discípulos de Emaús sentem a necessidade de comunicar aos demais, naquela mesma noite, que Cristo vive 3. No Evangelho da Missa de hoje, São Marcos relata-nos a grande missão que Cristo confia aos Apóstolos e que permanecerá vigente para sempre: Por fim apareceu aos onze, quando estavam sentados à mesa [...]. E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas 4.
A partir de então, os Apóstolos começaram a dar testemunho do que viram e ouviram, e a pregar no nome de Jesus a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém 5. Não pregam nem certificam especulações, mas fatos salvíficos de que foram testemunhas. Quando Judas morreu e foi necessário substituí-lo para completar o número dos Apóstolos, exigiu-se como condição que o escolhido tivesse testemunhado a Ressurreição 6.
A Igreja inteira estava representada naqueles Onze. Neles, todos os cristãos de todos os tempos receberam a feliz missão de comunicar aos que encontrassem no seu caminho que Cristo vive, que nEle foram vencidos o pecado e a morte, que Ele nos convida a partilhar da vida divina, que todos os nossos males têm solução... Foi o próprio Cristo que nos deu esse direito e esse dever. “A vocação cristã é, pela sua própria natureza, vocação apostólica” 7, e “todos os fiéis, do Papa até o último batizado, participam da mesma vocação, da mesma fé, do mesmo Espírito, da mesma graça [...]. Todos participam ativa e corresponsavelmente [...] da única missão de Cristo e da Igreja” 8.
Ninguém nos deve impedir o exercício deste direito e o cumprimento deste dever. A primeira leitura da Missa de hoje relata-nos a reação dos Apóstolos quando os sumos sacerdotes e os doutores os proibiram terminantemente de pregar e ensinar no nome de Jesus. Pedro e João replicaram: Julgai vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais do que a Deus. Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos 9.
Nós também não podemos ficar calados. A ignorância à nossa volta é muito grande, como é grande também o erro e incontáveis os que andam perdidos e desorientados por não conhecerem o Senhor. Devemos comunicar a todas as pessoas do nosso meio a fé e a doutrina que recebemos. “Não se acende a luz para colocá-la debaixo de um alqueire, mas sobre um candeeiro, a fim de que alumie todos os da casa; assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de maneira que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus. E, no final da sua passagem pela terra, Ele ordena: Euntes docete – ide e ensinai. Quer que a sua luz brilhe na conduta e na palavra dos seus discípulos – nas tuas também” 10.
II. QUANDO, CHEIOS DE VALENTIA, os Apóstolos começaram a ensinar a verdade sobre Cristo, começaram também os obstáculos, e mais tarde a perseguição e o martírio. Mas em pouco tempo a fé em Cristo ultrapassaria as fronteiras da Palestina e alcançaria a Ásia Menor, a Grécia e a Itália, chegando a homens de todas as culturas, posições sociais e raças.
Nós também devemos contar com as incompreensões, que são sinal certo de predileção divina e de que seguimos os passos do Senhor, pois não é o discípulo mais do que o Mestre 11. Recebê-las-emos com alegria, como algo permitido por Deus; acolhê-las-emos como oportunidades de atualizar a fé, a esperança e o amor; ajudar-nos-ão a intensificar a oração e a mortificação, persuadidos de que a oração e o sacrifício sempre dão fruto 12, pois os eleitos do Senhor não trabalharão em vão 13. E sempre trataremos bem os outros, com compreensão, afogando o mal em abundância de bem 14.
Não devemos estranhar que em muitas ocasiões tenhamos que remar contra a corrente num mundo que parece afastar-se cada vez mais de Deus, que tem como fim o bem-estar material e que desconhece ou relega para segundo plano os valores espirituais; num mundo que alguns querem construir completamente de costas para Deus. À profunda e desmedida atração que os bens materiais exercem sobre os que perderam todo o contacto com Deus, acrescenta-se o mau exemplo de alguns cristãos que, “por negligência na sua educação religiosa, ou por uma exposição falaz da doutrina, ou mesmo pelas faltas que cometem na sua vida religiosa, moral e social, se poderia dizer que mais velam do que revelam a face genuína de Deus e da religião” 15.
O campo em que os Apóstolos e os primeiros cristãos tinham que lançar a semente era um terreno duro, com abrolhos, cardos e espinhos. Não obstante, a semente que espalharam frutificou abundantemente. Numas terras deu cem, noutras sessenta, noutras trinta. Basta que haja uma pequena correspondência, por menor que seja, para que o fruto não se faça esperar, pois a semente é de Deus, e é Ele quem faz crescer a vida divina nas almas 16. Cabe-nos o trabalho apostólico de preparar essas almas: em primeiro lugar, mediante a oração, a mortificação e as obras de misericórdia, que sempre atraem o favor divino; depois, pela amizade, pela compreensão e pelo exemplo.
O Senhor espera que estejamos dispostos a recristianizar o mundo, na família, na Universidade, na fábrica, nas mais diversas associações: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura, continua a dizer-nos o Senhor. Estamos numa época em que Cristo necessita de homens e mulheres que saibam estar junto da Cruz, que sejam fortes, audazes, trabalhadores, sem respeitos humanos à hora de fazer o bem, alegres, que tenham como alicerce das suas vidas a oração, um trato cheio de amizade com Cristo.
O Senhor conta com os nossos propósitos de sermos melhores, de lutar mais contra os defeitos e contra tudo aquilo que, por ínfimo que seja, nos separe dEle; conta com um apostolado intenso entre as pessoas com quem nos relacionamos mais freqüentemente. Devemos pensar agora se à nossa volta, como acontecia com os primeiros cristãos, há um bom grupo de pessoas que se estão aproximando mais firmemente de Deus. Devemos perguntar-nos se a nossa vida influi – para bem – naqueles que estão ligados a nós por laços de amizade, de trabalho, de parentesco.
III. A IGREJA NASCE do mistério pascal de Cristo e apresenta-se aos homens do seu tempo com uma aparência pequena, à semelhança do fermento, mas dotada de uma força divina capaz de transformar o mundo e torná-lo mais humano e mais próximo do seu Criador. Nos nossos dias, também há muitos homens de boa vontade que têm correspondido às freqüentes chamadas do sucessor de Pedro para darem luz a tantas consciências que caminham na escuridão em terras onde em outros tempos se amava a Cristo e hoje apenas se traz o seu nome.
Como fizeram os primeiros cristãos, “o que verdadeiramente importa é procurar as almas uma a uma, para aproximá-las de Deus” 17. Para isso, nós mesmos devemos estar muito perto do Senhor, unidos a Ele como o sarmento à videira 18. Sem santidade pessoal, não é possível nenhuma ação apostólica, e o fermento vivo converte-se em massa inerte; seríamos absorvidos pelo ambiente de absoluta indiferença que com frequência encontramos naqueles que talvez em outros tempos tenham sido bons cristãos.
A primeira leitura da Missa diz-nos que os sumos sacerdotes, os anciãos e os escribas estavam surpreendidos vendo a coragem de Pedro e de João, pois sabiam que eram homens sem estudos e sem instrução. Descobriram que eles tinham sido companheiros de Jesus 19. Vemos os Apóstolos mostrarem-se seguros, sem complexos, otimistas, com o otimismo que decorria de serem amigos de Cristo.
Se estiver unido ao Senhor, o cristão será sempre otimista, “com um otimismo sobrenatural que se enraiza na fé, que se alimenta da esperança e a que o amor empresta asas [...]. Fé: evitai o derrotismo e as lamentações estéreis sobre a situação religiosa dos vossos países, e aplicai-vos a trabalhar com empenho, arrastando [...] muitas outras pessoas. Esperança: Deus não perde batalhas (Josemaría Escrivá, passim) [...]. Se os obstáculos são grandes, também é mais abundante a graça divina: Ele os removerá, servindo-se de cada um de vós como de uma alavanca. Caridade: trabalhai com muita retidão, por amor a Deus e às almas. Tende carinho e paciência com o próximo, procurai novos modos de atuar, iniciativas novas: o amor aguça o engenho. Aproveitai todos os meios [...] para esta tarefa de edificar uma sociedade mais cristã e mais humana” 20.
Santa Maria, Rainha dos Apóstolos, acender-nos-á na fé, na esperança e no amor do seu Filho para que colaboremos eficazmente, no nosso próprio ambiente e com base nele, na tarefa de recristianizar o mundo de hoje, tal como o Papa nos pede. Continuam a ecoar nos nossos ouvidos as palavras do Senhor: Ide por todo o mundo... Naquele tempo, eram somente onze homens; agora somos muitos mais... Peçamos a fé e o amor daqueles Onze.
(1) Jo 20, 17; (2) Mt 28, 10; (3) cfr. Lc 24, 35; (4) Mc 14, 15-16; (5) cfr. Lc 24, 44-47; (6) cfr. At 1, 21-22; (7) Conc. Vat. II, Decr. Apostolicam actuositatem, 2; (8) A. del Portillo, Fieles y laicos en la Iglesia, EUNSA, Pamplona, 1969, pág. 38; (9) At 4, 20; (10) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 930; (11) Mt 10, 24; (12) cfr. São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 694-697; (13) Is 65, 23; (14) cfr. Rom 12, 21; (15) cfr. Conc. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 19; (16) cfr. 1 Cor 3, 6; (17) A. del Portillo, Carta pastoral, 25-XII-1985, n. 9; (18) cfr. Jo 15, 5; (19) At 4, 13; (20) A. del Portillo, ib., n. 10.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
17 de Abril 2020
A SANTA MISSA

Sexta-feira na Oitava da Páscoa
Cor: Branca
1ª Leitura: At 4,1-12
Em nenhum outro há salvação.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias: depois que o paralítico fôra curado, 1 Pedro e João ainda estavam falando ao povo, quando chegaram os sacerdotes, o chefe da guarda do Templo e os saduceus. 2 Estavam irritados porque os apóstolos ensinavam o povo e anunciavam a ressurreição dos mortos na pessoa de Jesus. 3 Eles prenderam Pedro e João e os colocaram na prisão até ao dia seguinte, porque já estava anoitecendo. 4 Todavia, muitos daqueles que tinham ouvido a pregação acreditaram. E o número dos homens chegou a uns cinco mil. 5 No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém os chefes, os anciãos e os mestres da Lei. 6 Estavam presentes o Sumo Sacerdote Anás, e também Caifás, João, Alexandre, e todos os que pertenciam às famílias dos sumos sacerdotes. 7 Fizeram Pedro e João comparecer diante deles e os interrogavam: ‘Com que poder ou em nome de quem vós fizestes isso?’ 8 Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: ‘Chefes do povo e anciãos: 9 hoje estamos sendo interrogados por termos feito o bem a um enfermo e pelo modo como foi curado. 10 Ficai, pois, sabendo todos vós e todo o povo de Israel: é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré, – aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos – que este homem está curado, diante de vós. 11 Jesus é a pedra, que vós, os construtores, desprezastes, e que se tornou a pedra angular. 12 Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos.’
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 117, 1-2.4. 22-24. 25-27a (R. 22)
R. A pedra que os pedreiros rejeitaram,
tornou-se agora a pedra angular.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! *
‘Eterna é a sua misericórdia!’
2 A casa de Israel agora o diga: *
‘Eterna é a sua misericórdia!’
4 Os que temem o Senhor agora o digam: *
‘Eterna é a sua misericórdia!’ R.
22 ‘A pedra que os pedreiros rejeitaram, *
tornou-se agora a pedra angular.
23 Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: *
Que maravilhas ele fez a nossos olhos!
24 Este é o dia que o Senhor fez para nós, *
alegremo-nos e nele exultemos! R.
25 Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, *
ó Senhor, dai-nos também prosperidade!’
26 Bendito seja, em nome do Senhor, *
aquele que em seus átrios vai entrando!
Desta casa do Senhor vos bendizemos. *
27a Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine! R.
Evangelho: Jo 21,1-14
Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles.
E fez a mesma coisa com o peixe.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo: 1 Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3 Simão Pedro disse a eles: ‘Eu vou pescar’. Eles disseram: ‘Também vamos contigo’. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4 Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5 Então Jesus disse: ‘Moços, tendes alguma coisa para comer?’ Responderam: ‘Não’. 6 Jesus disse-lhes: ‘Lançai a rede à direita da barca, e achareis.’ Lançaram pois a rede e nãoconseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7 Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: ‘É o Senhor!’ Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8 Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9 Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10 Jesus disse-lhes: ‘Trazei alguns dos peixes que apanhastes’. 11 Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12 Jesus disse-lhes: ‘Vinde comer’. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13 Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14 Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santo Aniceto
17 de Abril
Santo Aniceto
Aniceto nasceu na Síria e foi sucessor do papa são Pio I, em 155, no tempo em que Antonio era o imperador romano. Entretanto, além da perseguição sistemática por parte do Império, o papa Aniceto teve de enfrentar, também, cismas internos que abalaram o cristianismo.
A começar por Valentim, passando por Marcelina, que fundou a seita dos carpocratitas, considerada muito imoral pela Igreja, e chegando a Marcion, um propagador, com dotes de publicitário, que arregimentou muita gente, e muitos outros.
Sem contar a questão da celebração da Páscoa. Todos eles formaram seitas paralelas dentro do catolicismo, dividindo e confundindo os fiéis e até colocando-os contra a autoridade do papa, desrespeitando a Igreja de Roma. Contudo o papa Aniceto tinha um auxiliar excepcional, Policarpo, que depois também se tornou um santo pelo testemunho da fé, e o ajudou a enfrentar todas essas dificuldades. Policarpo exerceu, também, um papel fundamental para que pagãos se convertessem, por testemunhar que a Igreja de Roma era igual à de Jerusalém.
Outro de seus auxiliares foi Hegesipo, que escreveu um livro defendendo o papa Aniceto e provando que ele, sim, seguia a doutrina cristã correta, e não os integrantes das seitas paralelas. Mesmo com tão excelente ajuda, o papa Aniceto teve uma árdua missão durante os quase onze anos de seu pontificado, morrendo no ano 166, quase aniquilado pela luta diária em favor da Igreja.
Embora tenha morrido num período de perseguição aos cristãos, a Igreja não cita a sua morte como a de um mártir. Mas pelo sofrimento que teve ao enfrentar, durante todo o seu governo, os inimigos do cristianismo e da Igreja de Roma, por si só se explica o porquê da reverência a seu nome.
O seu corpo - aliás, foi a primeira vez que ocorreu com um bispo de Roma -, foi sepultado nas escavações que depois se transformaram nas catacumbas de São Calisto, na Itália.
Texto: Paulinas Internet
Constância no Apostolado
TEMPO PASCAL. OITAVA DA PÁSCOA. SEXTA-FEIRA
– A pesca milagrosa. Quando estamos unidos ao Senhor, os frutos são sempre abundantes. Saber reconhecer o Senhor no meio dos acontecimentos da vida.
– O apostolado exige um trabalho paciente.
– Contar com o tempo. Quanto maior a resistência de uma alma, mais necessários os meios humanos e sobrenaturais.
I. JESUS CRISTO [...] é a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu não nos foi dado nenhum outro nome pelo qual possamos ser salvos 1.
Os Apóstolos partiram de Jerusalém e foram à Galiléia, como o Senhor lhes havia indicado 2. Estão junto do lago, no mesmo lugar ou perto daquele em que um dia Jesus os encontrara e os convidara a segui-lo. Agora voltaram à sua antiga profissão, àquela que tinham quando o Senhor os chamara. Jesus acha-os novamente entregues às suas lides. Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos 3. É a hora do crepúsculo. As outras barcas já saíram para a pesca. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Nós também vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam.
Ao romper da aurora, Jesus apareceu na praia. Jesus ressuscitado vai em busca dos seus discípulos para fortalecê-los na fé e na amizade que lhe dedicam, e para continuar a explicar-lhes a grande missão que os espera. Mas os discípulos não o reconheceram. Estão a uns duzentos côvados, a uns cem metros. Dessa distância, no lusco-fusco, não se distinguem bem os traços de um homem, mas pode-se ouvi-lo se levantar a voz.
Tendes alguma coisa que comer?, pergunta-lhes o Senhor. Não, responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede à direita da barca e achareis. E Pedro obedece. Lançaram-na, pois, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. João confirma a certeza interior de Pedro. Inclinando-se para ele, diz-lhe: É o Senhor! Pedro, que se contivera até aquele momento, salta como que impelido por uma mola. Não espera que as barcas cheguem à praia.
Na ausência de Cristo, tinham trabalhado inutilmente em plena noite, por conta própria; tinham perdido o tempo. Pela manhã, já com luz, quando Jesus está presente, quando é Ele que ilumina com a sua palavra, quando é Ele que orienta a faina, as redes chegam à margem cheias de peixes.
Acontece o mesmo em cada um dos nossos dias. Na ausência de Cristo, o dia se faz noite; e o trabalho, estéril: não passa de mais uma noite, de uma noite vazia na vida. Para obtermos frutos, não bastam os nossos esforços; necessitamos de Deus. Ao lado de Cristo, quando o temos presente, os nossos dias enriquecem-se. A dor e a doença convertem-se num tesouro que perdura além da morte; e a convivência com os que nos rodeiam torna-se um mundo de possibilidades de fazer o bem.
O drama de um cristão começa quando deixa de ver Cristo na sua vida; quando a tibieza, o pecado ou a soberba nublam o seu horizonte; quando faz as coisas como se Jesus não estivesse a seu lado, como se Ele não tivesse ressuscitado. Devemos pedir muito à Virgem que nos ajude a reconhecer o seu Filho no meio dos acontecimentos da vida; que possamos dizer muitas vezes: É o Senhor!
II. QUANDO TOMARAM TERRA, viram umas brasas preparadas, com um peixe posto em cima e pão. Jesus disse-lhes: Trazei alguns dos peixes que acabais de apanhar. Subiu Simão Pedro e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinqüenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se tinha rompido.
Os Santos Padres detêm-se com freqüência neste episódio e comentam-no assim: a barca representa a Igreja, simbolizada na sua unidade pela rede que não se rompe; o mar é o mundo; Pedro, na barca, simboliza a suprema autoridade da Igreja; o número de peixes é uma referência aos que são chamados 4. Nós, como os Apóstolos, somos os pescadores que devem levar as pessoas a Cristo, porque as almas são de Deus 5.
“Por que o Senhor contou com tantos pescadores entre os seus Apóstolos? Que qualidades viu neles? Penso que havia uma coisa que Ele apreciou particularmente naqueles que viriam a ser os seus enviados: uma paciência inquebrantável [...]. Tinham trabalhado toda a noite, e nada haviam pescado; muitas horas de espera, em que as luzes cinzentas da aurora lhes trariam o prêmio, e não tinha havido prêmio nenhum [...].
“Quanto a Igreja de Cristo não esperou através dos séculos [...], oferecendo pacientemente o seu convite e deixando que a graça completasse a sua obra! [...] Que importância tem se num lugar ou noutro trabalhou duramente e recolheu muito pouco para o seu Mestre? Apoiada na sua palavra, apesar de tudo, voltará a lançar as redes, até que a graça divina, cuja eficácia ultrapassa o poder do esforço humano, lhe traga uma nova pesca” 6. Sem sabermos quando nem como, todo o nosso esforço apostólico acabará por dar o seu fruto, ainda que muitas vezes nós não o vejamos. O Senhor pede aos cristãos a paciente espera dos pescadores. Devemos ser constantes no apostolado pessoal com os nossos amigos e conhecidos, não abandoná-los nunca, não deixar ninguém de lado por parecer-nos impossível que nos escutem.
A paciência é parte principal da virtude da fortaleza e leva-nos a saber esperar quando a situação o requer, a empregar mais meios humanos e sobrenaturais, a recomeçar muitas vezes, a contar com os nossos defeitos e com os das pessoas que queremos levar para Deus. “A fé é um requisito imprescindível no apostolado, que muitas vezes se manifesta na constância em falar de Deus, ainda que os frutos demorem a vir.
“Se perseverarmos, se insistirmos, bem convencidos de que o Senhor assim o quer, também à tua volta, por toda a parte, se irão notando sinais de uma revolução cristã: uns haverão de entregar-se, outros tomarão a sério a sua vida interior, e outros – os mais fracos – ficarão pelo menos alertados” 7.
III. JESUS CHAMOU OS APÓSTOLOS apesar de conhecer os seus defeitos. Depois de ter comido com eles naquela manhã, diz a Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Apascenta os meus cordeiros... Apascenta as minhas ovelhas 8. Conta com eles para fundar a sua Igreja: dá-lhes o poder de realizar em seu nome o Sacrifício do altar e o de perdoar os pecados, torna-os depositários da sua doutrina e dos seus ensinamentos... Confia neles e forma-os com paciência; conta com o tempo para torná-los idôneos para a missão que irão desempenhar.
O Senhor também previu os momentos e o modo de nos santificar a cada um, respeitando o ritmo da nossa correspondência pessoal. Cabe-nos ser bons canais da graça do Senhor, facilitar a ação do Espírito Santo nos nossos amigos, parentes, conhecidos, colegas... Se o Senhor não se cansa de nos ajudar, como podemos nós desanimar, se somos simples instrumentos? Se a mão do carpinteiro continua a trabalhar com afinco sobre a madeira, como pode ser rebelde na sua tarefa a plaina que lhe serve de instrumento?
O caminho que conduz ao Céu não é curto. E Deus não costuma conceder graças que permitam alcançar a santidade de modo instantâneo e definitivo. Normalmente, os nossos amigos aproximar-se-ão do Senhor pouco a pouco. Oferecerão resistência, por força muitas vezes do pecado original – que deixou as suas seqüelas na natureza humana –, bem como dos pecados pessoais. Cabe-nos facilitar a ação de Deus nessas almas, com a nossa oração e o nosso sacrifício, com o nosso afeto, com o exemplo e a palavra oportuna...
E se demoram em corresponder à graça, isso significa que devemos multiplicar as manifestações de amizade, tornar mais sólida a base humana sobre a qual se apóia a ação apostólica. O trato cordial com quem parece não querer comprometer-se a dar o passo que pode aproximá-lo de Cristo é sinal, da nossa parte, de amizade verdadeira e de pureza de intenção, isto é, de que só queremos verdadeiramente que Deus tenha muitos amigos na terra, e de que só desejamos o bem desses nossos amigos.
A cena descrita pelo Evangelho de hoje mostra-nos como o Senhor era amigo dos seus discípulos e lhes dedicava todo o tempo necessário: inicia o diálogo com eles perguntando-lhes se têm alguma coisa que comer, depois prepara-lhes uma pequena refeição nas margens do lago, a seguir retira-se com Pedro, enquanto João os segue, e diz-lhe que continua a confiar nele. Não nos pode surpreender que uns amigos, assim tratados pelo Amigo, dêem depois a sua vida até o martírio por Ele e pela salvação do mundo.
Peçamos a Santa Maria que nos ajude a imitar Jesus, de tal modo que, no nosso relacionamento, não sejamos “apenas um elemento passivo. Tens de converter-te em verdadeiro amigo dos teus amigos: «ajudá-los». Primeiro com o exemplo da tua conduta. E depois com o teu conselho e com o ascendente que a intimidade dá” 9.
(1) At 4, 12; Primeira leitura da Missa da sexta-feira do Tempo Pascal; (2) cfr. Mt 28, 7; (3) Jo 21, 2 e segs.; (4) cfr. Santo Agostinho, Comentários sobre São João; (5) cfr. São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 267; (6) R. A. Knox, Sermão pregado na festividade de São Pedro e São Paulo, 29-VI-1947; (7) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 207; (8) Jo 21, 15-17; (9) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 731.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
Ao Encontro do Senhor
TEMPO PASCAL. OITAVA DA PÁSCOA. QUINTA-FEIRA
– Aparição aos Onze. Jesus conforta os Apóstolos. Presença de Jesus Cristo nos nossos sacrários.
– A Visita ao Santíssimo, continuação da ação de graças da Comunhão e preparação da seguinte. O Senhor espera-nos a cada um de nós.
– Frutos deste ato de piedade.
I. DEPOIS DE TER APARECIDO a Maria Madalena, às demais mulheres, a Pedro e aos discípulos de Emaús, Jesus aparece aos Onze, conforme narra o Evangelho da Missa 1.Por que estais perturbados, e por que duvidais nos vossos corações? Vede as minhas mãos e pés: sou eu mesmo; apalpai e vede que um fantasma não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.
Mostrou-lhes as mãos e os pés e comeu com eles. Os Apóstolos teriam assim, para sempre, a certeza de que a sua fé no Ressuscitado não era efeito da credulidade, do entusiasmo ou da auto-sugestão, mas de fatos repetidamente comprovados por eles mesmos. Jesus, nas suas aparições, adapta-se com admirável condescendência ao estado de ânimo e às diferentes situações daqueles a quem se manifesta. Não trata a todos da mesma maneira, mas, por caminhos diversos, conduz todos à certeza da Ressurreição, que é a pedra angular sobre a qual assenta a fé cristã. O Senhor quis dar todas as garantias aos que constituíam aquela Igreja nascente para que, através dos séculos, a nossa fé se apoiasse num fundamento sólido: O Senhor ressuscitou verdadeiramente! Jesus vive!
A paz esteja convosco, diz o Senhor ao apresentar-se aos seus discípulos cheios de medo. A seguir, mostra-lhes as suas chagas e eles enchem-se de alegria e de admiração. Esse deve ser também o nosso refúgio. Nas chagas do Senhor encontraremos sempre a paz e as forças necessárias para segui-lo até o fim da nossa vida. “Faremos como as pombas que, no dizer da Escritura (cfr. Cant II, 14), se abrigam nas fendas das rochas durante a tempestade. Ocultamo-nos nesse refúgio para achar a intimidade de Cristo: e vemos que o seu modo de conversar é afável e o seu rosto formoso (cfr. Cant II, 14), porque só sabem que a sua voz é suave e grata aqueles que receberam a graça do Evangelho, que os faz dizer: Tu tens palavras de vida eterna(São Gregório Nisseno, In Canticum Canticorum homiliae, V)” 2.
Temos Jesus muito perto de nós. Nas nações cristãs, onde existem tantos sacrários, a distância que nos separa dEle não ultrapassa alguns quilômetros. Não é difícil ver os muros ou o campanário de uma igreja, quando vivemos numa cidade populosa ou viajamos por uma estrada ou de trem... Ali está Cristo! É o Senhor! 3, gritam a nossa fé e o nosso amor. É o mesmo que apareceu aos seus discípulos e se mostrou solícito com todos.
Jesus ficou na Sagrada Eucaristia. Neste memorável sacramento, contêm-se verdadeira, real e substancialmente o Corpo e o Sangue do Senhor, juntamente com a sua Alma e a sua Divindade; por conseguinte, Cristo inteiro. Esta presença de Cristo na Sagrada Eucaristia é real e permanente, porque, terminada a Santa Missa, o Senhor permanece em cada uma das hóstias consagradas que não tenham sido consumidas 4. É o mesmo que nasceu, morreu e ressuscitou na Palestina, o mesmo que está à direita de Deus Pai.
No Sacrário encontramo-nos com Alguém que nos conhece. Podemos falar com Ele, como faziam os Apóstolos, e contar-lhe os nossos anseios e as nossas preocupações. Ali encontramos sempre a paz verdadeira, que perdura por cima da dor e de qualquer obstáculo.
II. A PIEDADE EUCARÍSTICA, diz João Paulo II, “deve centrar-se antes de mais nada na celebração da Ceia do Senhor, que perpetua o seu amor imolado na cruz. Mas tem um prolongamento lógico [...] na adoração a Cristo neste divino sacramento, na visita ao Santíssimo, na oração diante do Sacrário, bem como nos outros exercícios de devoção, pessoais e coletivos, privados e públicos, que tendes praticado durante séculos [...]. Jesus espera-nos neste Sacramento do Amor. Não regateemos o nosso tempo para ir encontrar-nos com Ele na adoração, na contemplação cheia de fé e aberta à reparação das graves faltas e delitos do mundo” 5.
Jesus está ali, nesse Sacrário vizinho. Talvez a poucos quilômetros, ou talvez a poucos metros. Como não havemos de ir vê-lo, para amá-lo, contar-lhe as nossas coisas e suplicar-lhe? Que falta de coerência se não o fazemos com fé! Como entendemos bem o costume secular das “quotidianas visitas aos divinos sacrários!” 6 O Mestre espera-nos ali há vinte séculos 7, e poderemos estar ao seu lado como Maria, a irmã de Lázaro – aquela que escolheu a melhor parte8 –, na sua casa de Betânia. “Devo dizer-vos – são palavras de Mons. Josemaría Escrivá – que, para mim, o Sacrário foi sempre Betânia, o lugar tranqüilo e aprazível onde está Cristo, onde lhe podemos contar as nossas preocupações, os nossos sofrimentos, os nossos anseios e as nossas alegrias, com a mesma simplicidade e naturalidade com que lhe falavam aqueles seus amigos Marta, Maria e Lázaro. Por isso, ao percorrer as ruas de uma cidade ou de uma aldeia, alegra-me descobrir, mesmo de longe, a silhueta de uma igreja: é um novo Sacrário, uma nova ocasião de deixar que a alma se escape para estar em desejo junto do Senhor Sacramentado”9.
Jesus espera a nossa visita. É, de certo modo, devolver-lhe aquela que Ele nos fez na Comunhão, e “é prova de gratidão, sinal de amor e dever de adoração a Cristo Senhor, ali presente” 10. É continuação da ação de graças após a Comunhão anterior e preparação para a próxima.
Sempre que nos encontramos diante do Sacrário, bem podemos dizer com toda a verdade e realidade: Deus está aqui. E diante desse mistério de fé, não é possível outra atitude que não a adoração: Adoro te devote... Adoro-te com devoção, Deus escondido; uma atitude de respeito e admiração; e, ao mesmo tempo, de confiança sem limites. “Permanecendo diante de Cristo, o Senhor, os fiéis usufruem do seu convívio íntimo, abrem-lhe o coração pedindo por si mesmos e por todos os seus, e oram pela paz e pela salvação do mundo. Oferecendo com Cristo toda a sua vida ao Pai no Espírito Santo, obtêm deste convívio admirável um aumento da sua fé, da sua esperança e da sua caridade. Assim fomentam as devidas disposições que lhes permitem celebrar com a devoção conveniente o memorial do Senhor e receber freqüentemente o pão que o Pai nos deu” 11.
III. “COMEÇASTE com a tua visita diária... – Não me admira que me digas: começo a amar com loucura a luz do Sacrário” 12.
A Visita ao Santíssimo é um ato de piedade que demora poucos minutos, e, não obstante, quantas graças, quanta fortaleza e paz o Senhor nos dá! Com ela melhora a nossa presença de Deus ao longo do dia, e dela tiramos forças para enfrentar com garbo as contrariedades da jornada; nela se acende a vontade de trabalhar melhor e se armazena uma boa provisão de paz e de alegria para a vida familiar. O Senhor, que é bom pagador, sempre se mostra agradecido quando vamos visitá-lo. “É tão agradecido que não deixa sem prêmio um simples levantar de olhos lembrando-nos dEle” 13.
Na Visita ao Santíssimo, fazemos companhia a Jesus Sacramentado durante uns minutos. Talvez nesse dia não tenham sido muitos os que o visitaram, ainda que Ele os esperasse. É por isso que o alegra muito mais ver-nos ali. Dirigiremos ao Senhor alguma oração além da comunhão espiritual, e não deixaremos de pedir-lhe ajuda – em coisas espirituais e materiais –, de contar-lhe o que nos preocupa e o que nos alegra, de lhe dizer que, apesar das nossas misérias, pode contar conosco para evangelizar de novo o mundo, e de falar-lhe talvez de um amigo que queremos aproximar dEle... “Que devemos fazer – perguntais algumas vezes – na presença de Deus Sacramentado? Amá-lo, louvá-lo, agradecer-lhe e pedir-lhe. Que faz um homem sedento diante de uma fonte cristalina?” 14
Podemos ter a certeza de que, ao deixarmos o templo depois desses momentos de oração, terá crescido em nós a paz, a decisão de ajudar os outros, e um vivo desejo de comungar, pois a intimidade com Jesus só se realiza completamente na Comunhão. E teremos encontrado estímulo para aumentar o sentido da presença de Deus no nosso trabalho e nas nossas ocupações diárias; ser-nos-á mais fácil manter com o Senhor um trato de amizade e de confiança ao longo do dia.
Os primeiros cristãos já viviam este piedoso costume a partir do momento em que tiveram igrejas e se passou a reservar nelas o Santíssimo Sacramento. São João Crisóstomo comenta assim esta prática de piedade: “E Jesus entrou no templo. Fez o que era próprio de um bom filho: ir logo a casa de seu pai, para ali tributar-lhe a honra devida. Assim tu, que deves imitar Jesus Cristo, quando entrares numa cidade, deves em primeiro lugar ir a uma igreja” 15.
Uma vez dentro da igreja, podemos localizar facilmente o Sacrário – que é para onde deve dirigir-se antes de mais nada a nossa atenção –, pois tem que estar situado num lugar “verdadeiramente destacado” e “apto para a oração privada”. E, nesse lugar, a presença da Santíssima Eucaristia estará assinalada pela pequena lamparina que, em sinal de honra ao Senhor, arderá continuamente junto do tabernáculo 16.
Ao terminarmos a nossa oração, pedimos a nossa Mãe Santa Maria que nos ensine a tratar Jesus realmente presente no Sacrário como Ela o tratou nos anos da sua vida em Nazaré.
(1) Cfr. Lc 24, 35-48; (2) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 302; (3) cfr. Jo 21, 7; (4) cfr. Concílio de Trento, Can 4 sobre a Eucaristia, Dz 886; (5) João Paulo II, Alocução, 31-X-1982; (6) Pio XII, Enc. Mediator Dei, 20-XI-1947; (7) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 537; (8) cfr. Lc 10, 42; (9) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 154; (10) Paulo VI, Enc. Mysterium Fidei, 3-IX-1965; (11) cfr. Instrução sobre o Mistério Eucarístico, 50; (12) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 688; (13) Santa Teresa, Caminho de perfeição, 23, 3; (14) Santo Afonso Maria de Ligório,Visitas ao Santíssimo Sacramento, 1; (15) São João Crisóstomo, Catena Aurea, III, pág. 14; (16) cfr. Instrução sobre o Mistério Eucarístico, 53 e 57; cfr. CIC, can 938 e 940.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
Santa Bernadette Soubirous
16 de Abril
Santa Bernardette Soubirous
Santa Bernadete nasceu no moinho de Boly, perto de Lourdes, na França, no dia 7 de janeiro de 1844. Foi a filha mais velha entre 9 filhos de Francisco Soubirous e Luisa Castérot. Seu pai era um pobre moleiro (operário de moinho de farinha) e viviam em condições precárias. Na infância Bernadete foi pastora e doméstica.
Para piorar a situação, a região começou a enfrentar uma grave crise financeira. Por isso, mudaram-se para Lourdes, em condição de miséria. Em Lourdes, vão morar na antiga cadeia que estava abandonada. Este era um lugar sujo e infecto. Assim, Bernadete, que sempre tivera pouca saúde, piorou seu estado sofrendo com cólera e asma. Ela não pode frequentar a escola ficando analfabeta até os 14 anos.
No dia 11 de fevereiro de 1858, Bernadete, sua irmã Toinette e a amiga Baloume foram buscar lenha na gruta de Massabielle (rocha velha). Nesse dia Santa Bernadete viu uma mulher de branco, com um rosário na mão e um cinto brilhante. Mais tarde, esta mulher da visão se revelaria como Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
No momento da visão Bernadete disse que ficou com medo e começou a rezar o terço. Então seu coração se acalmou e ela teve serenidade para saber que realmente se tratava de uma aparição de Nossa Senhora. A partir desse momento Bernadete teve 18 aparições de Nossa Senhora, ocorridas entre 11 de fevereiro e 16 julho do ano de 1858.
Na aparição do dia 25 de fevereiro, Nossa Senhora mandou que Bernadete cavasse o chão na gruta Massabielle. Onde ela cavou, brotou uma fonte de água pura que jorra cerca de 5 mil litros por dia até os dias de hoje. Desse dia em diante, milhares de curas extraordinárias já aconteceram a enfermos que se banharam nas águas abençoadas da gruta de Lourdes.
Maria pediu a Santa Bernadete que fosse à gruta por 15 dias. Na 16ª aparição, ela revelou como queria ser chamada. Nossa Senhora disse: Eu sou a Imaculada Conceição. O Padre Dominique, pároco local, que conhecia Bernadete, disse que era impossível ela conhecer o Dogma (verdade de fé) da Imaculada Conceição, estabelecido em 1854 pelo Papa Pio lX, 4 anos antes das aparições em Lourdes. Como vimos, Bernadete era analfabeta e de família muito pobre.
Em uma das aparições, Nossa Senhora disse a Bernadete: Não prometo fazer-te feliz nesse mundo, mas sim no outro. E, de fato, Bernadete foi submetida a inúmeros interrogatórios, dúvidas e questionamentos por parte de autoridades da Igreja e de céticos. Porém, para espanto e admiração de todos, Bernadete defendeu as aparições de Nossa Senhora com muita força e convicção, sem deixar de lado sua simplicidade e humildade
Numerosos milagres aconteceram na gruta de Lourdes dos dias de Bernadete até hoje. Muitos milagres acontecem nos dias de hoje no Santuário de Lourdes, que recebe anualmente mais de 6 milhões de peregrinos de todas as partes do mundo.
Santa Bernardete realizou muitos milagres em vida e mais ainda após a sua morte. Dois milagres em vida ficaram muito famosos.
Um recém nascido tuberculoso, desenganado pelos médicos, foi levado por sua mãe ao convento que para Santa Bernadete acabar de bordar a roupa do doente, quando sua mãe coloca a roupa no doente ele fica curado. Uma mãe leva a filha aleijada no convento e pede para Bernadete segurá-la. A superiora diz para que ela não a deixe no chão, mas logo Santa Bernadete a deixa brincar e correr para todos os lados, pois ficou milagrosamente curada.
Por causa dos milagres e visões, a fama de Bernadete se espalhou e muitas pessoas vinham procura-la de todas as partes. Para fugir dessa gente, Bernadete se internou no hospital das Irmãs de Caridade em Nevers, Lourdes. Ali, ela recebeu aulas, aprendeu a ler e escrever. Lá ela faz de próprio punho, o primeiro relato das aparições de Lourdes. Em janeiro de 1862, o Monsenhor Bertrand Séveré Laurence, Bispo de Tarbes, reconheceu oficialmente o relato das aparições.
No convento, Bernadete sentiu confirmada sua vocação para a vida religiosa. Então, ela entra para o convento de Saint Gildad, iniciando seu noviciado em 1866. Em 30 de outubro de 1867, faz a profissão religiosa nas Irmãs da Caridade de Nevers.
Bernadete dedicou sua vida à ajuda aos necessitados como enfermeira. Assim ela se sentia realizada, podendo demonstrar o amor de Deus aos doentes, dando-lhes alento, conforto e esperança. Assim viveu até sua morte.
Santa Bernadete sofria de uma doença que a deixou totalmente paralisada em seus últimos anos de vidas. Ela faleceu no dia 19 de abril do ano de 1897, estando totalmente imobilizada na cama.
Com a divulgação da notícia de sua morte, grande multidão foi ao convento prestar suas homenagens e orações a Santa Bernadete. Seu sepultamento teve que ser adiado, para que todos pudessem dar o último adeus a Bernadete.
Trinta anos após sua morte, seu corpo foi exumado por causa do processo de canonização que se iniciara em seu favor. E, para o espanto de todos, seu corpo estava intacto, incorrupto, do mesmo modo como ela tinha sido enterrada, apesar de seu hábito apresentar humidade e o rosário em suas mãos ter oxidado.
O povo passou a chamar Santa Bernadete de Santa Dormente pois, em seu leito de morte, parece que ela está apenas dormindo. Hoje, mais de um século após sua morte, seu corpo continua intacto e está exposto em uma redoma de vidro, na Igreja do Convento de Saint Gildard de Nevers.
Tendo milagres estudados e confirmados pela Igreja, o Papa Pio XI celebrou a canonização de Santa Bernadete de Lourdes no dia 8 de dezembro de 1933, festa da Imaculada Conceição. A santidade de Bernadete foi confirmada ao longo de sua vida no convento.
Todos testemunhavam o amor, a fé, a perseverança e o carinho que Santa Bernadete demonstrava para com todos. Sua festa é celebrada no dia 16 de abril. Na França também é celebrada no dia 18 de fevereiro. Junto à gruta foi erguido um belíssimo e grandioso Santuário, o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes.
Fonte: https://cruzterrasanta.com.br
16 de Abril 2020
A SANTA MISSA

Quinta-feira na Oitava da Páscoa
Cor: Branca
1ª Leitura: At 3,11-26
Vós matastes o autor da vida,
mas Deus o ressuscitou dos mortos.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias: 11 Como o paralítico não deixava mais Pedro e João, todo o povo, assombrado, foi correndo para junto deles, no chamado ‘Pórtico de Salomão’. 12 Ao ver isso, Pedro dirigiu-se ao povo: ‘Israelitas, por que vos espantais com o que aconteceu? Por que ficais olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar com nosso próprio poder ou piedade? 13 O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. 14 Vós rejeitastes o Santo e o Justo, e pedistes a libertação para um assassino. 15 Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas. 16 Graças à fé no nome de Jesus, este Nome acaba de fortalecer este homem que vedes e reconheceis. A fé que vem por meio de Jesus lhe deu perfeita saúde na presença de todos vós. 17 E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. 18 Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. 19 Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados. 20 Assim podereis alcançar o tempo do repouso que vem do Senhor. E ele enviará Jesus, o Cristo, que vos foi destinado. 21 No entanto, é necessário que o céu o receba, até que se cumpra o tempo da restauração de todas as coisas, conforme disse Deus, nos tempos passados, pela boca de seus santos profetas. 22 Com efeito, Moisés afirmou: ‘O Senhor Deus fará surgir, entre vossos irmãos, um profeta como eu. Escutai tudo o que ele vos disser. 23 Quem não der ouvidos a esse profeta, será eliminado do meio do povo’. 24 E todos os profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores, também eles anunciaram estes dias. 25 Vós sois filhos dos profetas e da aliança, que Deus fez com vossos pais, quando disse a Abraão: ‘Através da tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra’. 26 Após ter ressuscitado o seu servo, Deus o enviou em primeiro lugar a vós, para vos abençoar, na medida em que cada um se converta de suas maldades.’
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 8, 2a.5. 6-7. 8-9 (R. 2ab)
R. Ó Senhor, nosso Deus, como é grande
vosso nome por todo o universo!
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
2a Ó Senhor nosso Deus,*
5 que é o homem, para dele assim vos lembrardes *
e o tratardes com tanto carinho?‘ R.
6 Pouco abaixo de Deus o fizestes, *
coroando-o de glória e esplendor;
7 vós lhe destes poder sobre tudo, *
vossas obras aos pés lhe pusestes: R.
8 as ovelhas, os bois, os rebanhos, *
todo o gado e as feras da mata;
9 passarinhos e peixes dos mares, *
todo ser que se move nas águas. R.
Evangelho: Lc 24,35-48
Assim está escrito: o Messias sofrerá
e ressuscitará dos mortos no terceiro dia
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 35 Os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36 Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: ‘A paz esteja convosco!’ 37 Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38 Mas Jesus disse: ‘Por que estais preocupados, e porque tendes dúvidas no coração? 39 Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho’. 40 E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41 Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: ‘Tendes aqui alguma coisa para comer?’ 42 Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43 Ele o tomou e comeu diante deles. 44 Depois disse-lhes: ‘São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’. 45 Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46 e lhes disse: ‘Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47 e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48 Vós sereis testemunhas de tudo isso’.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!