São Pacômio

09 de Maio

São Pacômio

Pacômio nasceu no Egito, em 287, na Tebaida. Filho de pais pagãos, cheios de superstições e idolatrias, desde a infância mostrou grande aversão a tudo isso. Aos vinte anos de idade foi convocado para o exército imperial e acabou ficando prisioneiro em Tebes. Foi quando fez o seu primeiro contato com os cristãos, cuja religião até então lhe era desconhecida.

À noite, na prisão, recebeu um pouco de alimento de alguns cristãos, que, escondidos, conseguiram entrar. Comovido com esse gesto de pessoas desconhecidas, perguntou quem havia mandado que fizessem aquilo e eles responderam: "Deus que está no céu". Nessa noite, Pacômio rezou com eles para esse Deus, sentindo já nas primeiras palavras ouvidas que esta seria a sua doutrina. O Evangelho o tocou de tal forma que ele se converteu e voltou para o Egito, onde recebeu o batismo.

Depois, compartilhou durante sete anos a companhia de um ancião eremita de nome Palemon, que vivia dedicado à oração. A princípio, o ancião não quis aceitá-lo a seu lado, porque sabia que a vida de solidão e orações não era nada fácil. Mas Pacômio estava determinado e convenceu-o de que deveria ficar.

Um dia, durante suas caminhadas, Pacômio ouviu uma voz que lhe dizia para inaugurar ali, exatamente naquele lugar, um mosteiro onde receberia e acolheria muitos religiosos. Depois, apareceu-lhe um anjo que o ensinou como deveria organizar o mosteiro.

Pacômio pôs-se a trabalhar arduamente e o deixou pronto. As profecias que ele ouviu se concretizaram e muitas pessoas se juntaram a ele. Monges, eremitas e religiosos de todos os lugares pediram admissão no mosteiro de Pacômio, que obteve a aprovação do bispo Atanásio, santo e doutor da Igreja. Até seu irmão João, que distribuiu toda a sua riqueza entre os pobres, uniu-se a ele.

Com Pacômio nasceu a vida monástica, ou cenobítica, no Egito, não mais com um chefe carismático que agregava ermitãos reunidos em pequenos grupos em torno de si, mas uma comunidade de religiosos, com regras precisas de vida em comum na oração, contemplação e trabalho, a exemplo dos primeiros apóstolos de Jesus.

Pacômio ainda abriu mais oito mosteiros masculinos e um feminino. Sua fama de santidade espalhou-se pelo Egito e pela Ásia Menor. Foi agraciado por Deus com o dom da profecia e morreu no ano de 347, vítima de uma peste que assolava o Egito na época. Até o século XII, havia, ainda, cerca de quinhentos monges da Ordem de São Pacômio.

São Pacômio, o eremita, até hoje é considerado um dos representantes de Deus que mais prestaram serviço à Igreja católica. Sua festa litúrgica ocorre no dia 9 de maio.

Fonte: https://sagradamissao.com.br


Ler e Meditar o Evangelho

TEMPO PASCAL. QUARTA SEMANA. SEXTA-FEIRA

– Como ler o Santo Evangelho com fruto.
– Contemplar nele a Santíssima Humanidade de Cristo.
– O Senhor fala-nos através dos Livros Sagrados. A palavra de Deus é sempre atual.

I. JESUS CRISTO é para cada homem Caminho, Verdade e Vida 1, anuncia-nos o Evangelho da Missa. Quem o conhece sabe da razão da sua vida e de todas as coisas; a nossa existência é um constante caminhar para Ele. E é no Evangelho que devemos aprender a ciência suprema de Jesus Cristo 2, o modo de imitá-lo e de seguir os seus passos. “Para aprender dEle, é necessário conhecer a sua vida: ler o Santo Evangelho, meditar no sentido divino do caminhar terreno de Jesus. Na verdade, temos que reproduzir em nossa vida a vida de Cristo, conhecendo Cristo à força de ler a Sagrada Escritura e de a meditar” 3.

Queremos identificar-nos com o Senhor, que a nossa vida, no meio das nossas tarefas, seja reflexo da sua, e “para sermos ipse Christus – o próprio Cristo –, é preciso que nos contemplemos nEle. Não basta ter uma idéia geral do espírito de Jesus, mas é preciso aprender dEle pormenores e atitudes. E sobretudo é preciso contemplar a sua passagem pela terra, as suas pisadas, para extrair daí força, luz, serenidade, paz.

“Quando amamos uma pessoa, desejamos conhecer até os menores detalhes da sua existência, do seu caráter, para assim nos identificarmos com ela. É por isso que temos que meditar na história de Cristo, desde o seu nascimento num presépio até à sua morte e sua ressurreição” 4.

Devemos esforçar-nos por ler o Evangelho com um grande desejo de conhecer para amar. Não podemos folhear as páginas da Escritura Santa como se se tratasse de um livro qualquer. “Nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos para conversar com eles” 5A nossa leitura deve ser acompanhada de oração, pois sabemos que Deus é o autor principal desses escritos santos. Neles, e de modo especial no Evangelho, está “o alimento da alma, a pura e perene fonte da vida espiritual” 6. “Nós – escreve Santo Agostinho – devemos ouvir o Evangelho como se o Senhor estivesse presente e nos falasse. Não devemos dizer: «Felizes aqueles que puderam vê-lo». Porque muitos dos que o viram crucificaram-no; e muitos dos que não o viram creram nEle. As palavras que saíam da boca do Senhor foram escritas, guardadas e conservadas para nós” 7.

Para ler e meditar o Evangelho com fruto, devemos fazê-lo com fé, sabendo que contém a verdade salvadora, sem erro algum, e também com piedade e santidade de vida. A Igreja, com a assistência do Espírito Santo, guardou íntegra e imune de todo o erro o tesouro sem preço da vida e da doutrina do Senhor para que nós, ao meditá-las, nos aproximássemos dEle com facilidade e lutássemos por ser santos. E só na medida em que quisermos ser santos é que penetraremos na verdade íntima contida nesses livros santos, só então é que saborearemos o fruto divino que encerram. Damos valor a esse imenso tesouro que com tanta facilidade podemos ter nas nossas mãos? Procuramos nele o conhecimento e o amor cada dia maiores pela Santa Humanidade do Senhor? Pedimos ajuda ao Espírito Santo de cada vez que lemos o Santo Evangelho?

II. SÓ SE AMA AQUILO que se conhece bem. Por isso é necessário que tenhamos a vida de Cristo “na cabeça e no coração, de modo que, em qualquer momento, sem necessidade de livro algum, fechando os olhos, possamos contemplá-la como num filme; de forma que, nas mais diversas situações da nossa existência, acudam à memória as palavras e os atos do Senhor. Assim nos sentiremos integrados na sua vida. Porque não se trata apenas de pensar em Jesus, de imaginar as cenas que lemos. Temos que intervir plenamente nelas, ser protagonistas. Seguir Cristo tão de perto quanto Santa Maria, sua Mãe; quanto os primeiros Doze, as santas mulheres e aquelas multidões que se comprimiam ao seu redor. Se agirmos assim, se não criarmos obstáculos, as palavras de Cristo penetrarão até o fundo da alma e nos transformarão” 8.

Aproximamo-nos do Evangelho com o grande desejo de contemplar o Senhor tal como os seus discípulos o viram, de observar as suas reações, a sua maneira de comportar-se, as suas palavras...; de vê-lo cheio de compaixão perante tantas pessoas necessitadas, cansado depois de uma longa caminhada, maravilhado com a fé de uma mãe ou de um centurião, paciente com os defeitos dos seus seguidores mais fiéis; contemplando-o também no relacionamento habitual com seu Pai, na confiança com que lhe fala, nas suas noites de oração..., no seu amor constante por todos.

Para amá-lo mais, para conhecer a sua Santíssima Humanidade, para segui-lo de perto, devemos ler o Evangelho devagar, com amor e piedade. O Concílio Vaticano II “recomenda insistentemente a todos os fiéis cristãos [...] a leitura freqüente da Sagrada Escritura [...] porquanto «ignorar as Escrituras é ignorar Cristo» (São Jerônimo). Acheguem-se, pois, de boa mente ao próprio texto sagrado, quer pela Sagrada Liturgia, repleta de palavras de Deus, quer pela leitura piedosa...” 9

Fazei que vivamos sempre de Vós, pedimos ao Senhor na Missa de hoje 10. É fácil tomar este alimento da alma que devemos procurar diariamente. Bastam apenas três ou quatro minutos por dia, desde que haja amor. “Esses minutos diários de leitura do Novo Testamento que te aconselhei – metendo-te e participando no conteúdo de cada cena, como um protagonista mais –, são para que encarnes, para que «cumpras» o Evangelho na tua vida... e para que o «faças cumprir»” 11.

III. QUÃO SABOROSAS são para mim as vossas palavras, mais doces que o mel para a minha boca! 12

São Paulo ensinava aos primeiros cristãos que a palavra de Deus é viva e eficaz 13. É sempre atual, nova para cada homem, nova cada dia, e, além disso, palavra pessoal, porque está expressamente destinada a cada um de nós. Ao lermos o Santo Evangelho, será fácil reconhecermo-nos num determinado personagem de uma parábola, ou perceber que certas palavras se dirigem a nós. Muitas vezes e de diversos modos falou Deus outrora aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente, nestes dias, falou-nos por seu Filho 14. Estes dias são também os nossos. Jesus Cristo continua a falar. As suas palavras, por serem divinas e eternas, são sempre atuais. De certo modo, tudo o que o Evangelho narra está acontecendo agora, nos nossos dias, na nossa vida. É atual a partida e o regresso do filho pródigo, como é atual a parábola da ovelha perdida e do pastor que saiu à sua procura, ou a necessidade do fermento para levedar toda a massa, e da luz para iluminar a escuridão do pecado...

O Evangelho revela-nos o que é e o que vale a nossa vida e traça-nos o caminho que devemos seguir. O Verbo – a Palavra – é a luz que ilumina todo o homem 15. Não há homem a quem essa Palavra não se dirija. Por isso o Evangelho deve ser fonte de jaculatórias, que alimentem o sentido da presença de Deus durante o dia, bem como tema freqüente de oração. Se o meditarmos, encontraremos a paz. Saía dele uma força que os curava a todos 16, comenta a certa altura o evangelista. E essa força, que nos pacifica, continua a sair de Jesus sempre que entramos em contacto com Ele e com as suas palavras, que permanecem eternamente.

O Evangelho permite-nos penetrar em cheio no mistério de Jesus, especialmente nos nossos dias, em que circulam tantas idéias e tão confusas sobre o tema mais transcendente para a humanidade desde há vinte séculos: Jesus Cristo, Filho de Deus, pedra angular, fundamento de todo o homem. “Não vos extravieis no meio do nevoeiro, antes escutai a voz do pastor. Retirai-vos para os montes das Santas Escrituras; ali encontrareis as delícias do vosso coração e não achareis nada que vos possa envenenar ou fazer mal, pois ricas são as pastagens que ali se encontram” 17.

Muitas vezes, será conveniente dedicarmos à leitura cotidiana do Evangelho os primeiros momentos do dia, procurando tirar dessa leitura um ensinamento concreto e simples que nos ajude a viver na presença de Deus durante o dia ou a imitar o Mestre em algum aspecto do nosso comportamento: estar mais serenos, tratar melhor os outros, estar mais atentos às pessoas que sofrem, oferecer a Deus o cansaço... Assim, quase sem o percebermos, poderá cumprir-se em nós este grande desejo: “Oxalá fossem tais o teu porte e a tua conversação, que todos pudessem dizer quando te vissem ou te ouvissem falar: «Este lê a vida de Jesus Cristo»” 18.

E isto far-nos-á um grande bem não só a nós, mas também aos que vivem, trabalham ou passam ao nosso lado.

(1) Cfr. Jo 14, 6; (2) Fil 3, 8; (3) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 14; (4) ib., n. 107; (5) Conc. Vat. II, Const. Dei Verbum, 21; (6) ib.; (7) Santo Agostinho, Coment. ao Evangelho de São João, 30; (8) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 107; (9) Conc. Vat. II, Const. Dei Verbum, 25; (10) Oração coleta da Missa da sexta-feira da quarta semana do Tempo Pascal; (11) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 672; (12) Sl 118, 103; (13) cfr. Hebr 4, 12; (14) cfr. Hebr 1, 1; (15) Jo 1, 9; (16) Lc 6, 19; (17) Santo Agostinho, Sermão 46 sobre os pastores; (18) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 2.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


São Vitor

08 de Maio

São Vitor

Vítor, o Mouro, era africano natural da Mauritânia. Cristão desde criança, quando adulto ingressou no exército do imperador Maximiano. Quando este desejou sufocar uma rebelião na Gália, atual França, recrutou, então, um grande contingente de homens do Oriente e do norte da África.

O destacamento em que veio Vítor se estabeleceu em Milão, na Itália.Entretanto o imperador exigia que todos os soldados, antes de irem para a batalha, oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos do Império. Os que se recusavam eram condenados à morte.

Pois Vítor se recusou, mantendo e reafirmando sua fé cristã a cada ordem recebida nesse sentido. Ele foi levado ao tribunal e interrogado. Confessou novamente sua doutrina, entretanto, renovando sua lealdade ao imperador, quanto às ordens militares. O soldado Vítor, mesmo assim, foi encarcerado, permanecendo por seis dias sem comida ou água.

Essa cadeia onde ficou, ao lado da Porta Romana, até hoje é tristemente conhecida como o cárcere de São Vítor. Findo esse prazo, Vítor foi arrastado pelas ruas da cidade até o hipódromo do Circo, situado junto à atual Porta Ticinense, onde, interrogado novamente pelo próprio imperador, se negou a abandonar sua religião. Foi severamente flagelado, mas manteve-se firme. Levado de volta ao cárcere, teve as feridas cobertas por chumbo derretido, mas o soldado africano saiu ileso do pavoroso castigo.

Rapidamente Vítor se recuperou e, na primeira oportunidade, fugiu da cadeia, refugiando-se numa estrebaria junto a um teatro, onde hoje se encontra a Porta Vercelina. Acabou descoberto, levado a uma floresta próxima e decapitado. Era o dia 8 de maio de 303.

Conta a tradição milanesa que seu corpo permaneceu sem sepultura por uma semana, quando o bispo são Materno o encontrou intacto e vigiado por duas feras. Ali mesmo foi construída uma imensa igreja, a ele dedicada. Aliás, não é a única. Há, em Milão, várias outras igrejas e monumentos erguidos em sua homenagem, mas o mais significativo, sem dúvida, é o seu cárcere.

Vítor é um dos santos mais amados e venerados pelos habitantes de Milão. Tendo sido martirizado naquela cidade, sua prisão e seu martírio permanecem vivos na memória do povo, que sabe contar até hoje, detalhadamente, seu sofrimento, apontando com precisão os locais onde as tristes e sangrentas cenas aconteceram no início do século IV.

O culto ao mártir são Vítor, o Mouro, se espalhou pelo mundo católico do Ocidente e do Oriente, sendo invocado como o padroeiro dos prisioneiros e exilados.

Texto: Paulinas Internet


08 de Maio 2020

A SANTA MISSA

4ª Semana da Páscoa – Sexta-feira 
Cor: Branca

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1ª Leitura: At 13,26-33

 A promessa que Deus fez
ele a cumpriu quando ressuscitou Jesus. 

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, tendo chegado a Antioquia da Pisídia, Paulo disse na sinagoga: 26 “Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação. 27 Os habitantes de Jerusalém e seus chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se lêem todos os sábados. 28 Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. 29 Depois de realizarem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o puseram num túmulo. 30 Mas Deus o ressuscitou dos mortos 31 e, durante muitos dias, ele foi visto por aqueles que o acompanharam desde a Galileia até Jerusalém. Agora eles são testemunhas de Jesus diante do povo. 32 Por isso, nós vos anunciamos este Evangelho: a promessa que Deus fez aos antepassados, 33 ele a cumpriu para nós, seus filhos, quando ressuscitou Jesus, como está escrito no salmo segundo: “Tu és o meu filho, eu hoje te gerei”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 2, 6-7. 8-9. 10-11 (R. 7)

R. Tu és meu Filho, eu hoje te gerei!

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

6 ‘Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei*
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!’
7 O decreto do Senhor promulgarei, +
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
‘Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei! R.

8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei +
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
9 Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!      R.

10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!      R. 

Evangelho: Jo 14,1-6 

 Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1 “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 3 Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3 e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4 E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Aprender a Desculpar

TEMPO PASCAL. QUARTA SEMANA. QUINTA-FEIRA

– As pessoas podem mudar. Não fazer juízos inamovíveis sobre elas, baseados na sua atuação externa.
– Desculpar e esquecer. Refazer os laços de amizade.
– Apesar das nossas hesitações e fraquezas, podemos ser bons instrumentos do Senhor se formos humildes.

I. A PRIMEIRA LEITURA DA MISSA narra-nos um incidente entre os colaboradores que acompanhavam São Paulo na evangelização.

Quando Paulo e os seus companheiros navegaram de Pafos para Perge da Panfília, João separou-se deles e voltou para Jerusalém 1. Este João, também chamado Marcos, era primo de Barnabé, o apóstolo inseparável de Paulo e uma das colunas em que se apoiava o trabalho de difusão da fé entre os gentios. Desde muito jovem, Marcos tinha presenciado a intensa atividade dos primeiros cristãos de Jerusalém e conhecera-os na sua intimidade; a sua mãe fora uma das primeiras a ajudar Jesus e os Doze. Era razoável que Barnabé pensasse no seu primo e o quisesse iniciar nas tarefas de propagação do Evangelho sob a sua direção e a de São Paulo 2. Mas, naquela viagem, Marcos perdeu o ânimo e voltou para casa, abandonando os seus companheiros. Não se sentiu com forças e fez marcha-à-ré.

Ao preparar a segunda viagem apostólica para visitar os irmãos que haviam recebido a fé, Barnabé quis novamente levar Marcos consigo. Paulo, porém, achava que não devia ser admitido quem se tinha separado deles na Panfília e não os havia acompanhado no ministério 3. São Paulo não estava disposto a ter por companheiro de missão aquele que já lhes tinha falhado uma vez. Produziu-se então uma tal discrepância entre ambos que tiveram que separar-se. Barnabé tomou consigo Marcos e navegou para Chipre, enquanto Paulo escolheu Silas e partiu recomendado pelos irmãos à graça do Senhor 4. A discussão e a disparidade de critérios deve ter sido grande para chegar a causar a separação. “Paulo, mais severo, e Barnabé, mais benigno – comenta São Jerônimo –, mantêm cada um o seu ponto de vista. A discussão deixa entrever a fragilidade humana” 5.

Apesar de tudo, São Paulo, um homem de coração imenso, sacrificado até o extremo, não mantém um juízo inamovível sobre Marcos. Anos mais tarde, vemo-lo acolher Marcos como seu colaborador íntimo6, e achar profundo consolo 7 na sua companhia: Saúda-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, primo de Barnabé, a respeito do qual já recebestes instruções. Se este for ter convosco, acolhei-o bem [...] 8. Mais adiante, São Paulo pedirá a Timóteo que lhe traga Marcos, pois lhe será muito útil para o ministério 9. Em poucos anos, Marcos passa a ser um amigo e colaborador eficaz, que serve de apoio ao Apóstolo nos momentos difíceis.

As pessoas podem mudar, e, quando temos que julgar a sua conduta externa – só Deus conhece as intenções –, nunca devemos formar juízos fixos e inabaláveis sobre elas. O Senhor nos quer como somos, mesmo com os nossos defeitos, quando lutamos por vencê-los. E, para mudar-nos, conta com a graça e com o tempo.

Ante os defeitos dos que nos rodeiam – às vezes evidentes, inegáveis –, não deve faltar nunca a caridade que move à compreensão e à ajuda. “Não poderíamos olhar os outros de maneira que os seus defeitos não nos descoroçoassem? Chegará um momento em que as feridas cicatrizarão [...]. Talvez muitas das coisas que nos entristeceram no dia de hoje ou nos últimos tempos venham a ser esquecidas. Temos defeitos, mas podemos amar-nos, porque somos irmãos, porque Cristo nos ama de verdade..., tal como somos” 10. Que os defeitos daqueles com quem convivemos não nos distanciem deles.

II. SÃO PAULO DÁ-NOS EXEMPLO de saber esquecer, de saber refazer laços quebrados, de saber ser amigo. Por sua vez, Marcos é para nós um magnífico exemplo de humildade e de esperança. O episódio que levou Paulo e Barnabé a tomar caminhos diferentes, e que teve o evangelista por pomo da discórdia, deve ter causado neste uma profunda impressão e uma grande dor, tanto mais que Paulo gozava de grande prestígio pelo seu zelo incansável, pela sua sabedoria e santidade. Não obstante, Marcos também soube esquecer e, quando necessitaram dele, não se esquivou e acabou por servir de consolo a Paulo e por ser-lhe muito útil no exercício do ministério.

São Marcos soube esquecer e desculpar porque tinha uma alma grande e por isso foi um extraordinário instrumento da graça. “Que alma tão estreita a dos que guardam zelosamente a sua «lista de agravos»!... Com esses infelizes, é impossível conviver. – A verdadeira caridade, assim como não contabiliza os «constantes e necessários» serviços que presta, também não anota – «omnia suffert», tudo suporta – as desfeitas que padece” 11.

Se não formos humildes, tenderemos a fabricar a nossa lista de pequenos agravos que, embora pequenos, nos roubarão a paz, nos farão perder muitas energias e nos tornarão incapazes de acometer os grandes projetos que o Senhor prepara para os que permanecem unidos a Ele.

A pessoa humilde tem o coração posto em Deus, e assim enche-se de alegria e de algum modo torna-se menos vulnerável; não se importa tanto com o que terão dito ou com o que terão querido dizer; esquece rapidamente e não anda ruminando as humilhações que qualquer homem ou mulher experimenta de uma forma ou de outra, por entre os mil incidentes da vida corrente.

Esta simplicidade, esta humildade, este não complicar a vida com “pontos de honra” suscitados pela soberba, este deixar de lado as possíveis injúrias, tudo isso dá à pessoa a grande capacidade de recomeçar depois de uma covardia ou de uma derrota. Depois da covardia ou do cansaço da primeira viagem, vemos São Marcos empreender novamente com Barnabé a tarefa apostólica, disposto a ser fiel sem condições.

O humilde sente-se facilmente irmão dos outros. Não só procura abrir-se ao convívio com as pessoas do seu meio, como recompõe a amizade se por qualquer motivo se rompeu ou esfriou. Assim se constroem diariamente as relações necessárias a toda a convivência. “Os que estão próximos uns dos outros apoiam-se mutuamente, e graças a eles surge o edifício da caridade [...]. Se eu, portanto, não faço o esforço de suportar o teu caráter, e se tu não te preocupas de suportar o meu, como poderá levantar-se entre nós o edifício da caridade se o amor mútuo não nos une na paciência? Num edifício, já o dissemos, cada pedra sustenta as outras e é por elas sustentada” 12.

III. ALÉM DAS SUAS TAREFAS apostólicas na expansão e consolidação das novas conversões, São Marcos foi colaborador muito íntimo de São Pedro, de São Paulo e de São Barnabé; segundo a tradição mais segura, foi também intérprete de São Pedro em Roma, tendo muito provavelmente traduzido para o grego e para o latim a pregação e os ensinamentos orais do Príncipe dos Apóstolos. E, sobretudo, foi um instrumento muito dócil à ação do Espírito Santo, tendo-nos deixado essa jóia sem preço que é o segundo Evangelho.

Para nós, é um grande motivo de consolo e de esperança contemplar a figura deste evangelista, desde os seus primeiros passos até que chegou a ser instrumento valiosíssimo na primitiva Igreja e para sempre. Apesar das nossas fraquezas, das possíveis faltas e hesitações dos nossos anos pretéritos, podemos confiar, como Marcos, em que chegaremos a prestar abnegadamente um serviço útil à Igreja, com o auxílio da graça.

Que ajuda eficaz não terá o evangelista prestado a um São Paulo já ancião, preso em Roma! Quanta solicitude! Ambos encarnaram o que o Apóstolo das gentes tinha escrito aos cristãos de Corinto:... A caridade é paciente, a caridade é benigna... 13 A caridade é mais poderosa do que os defeitos das pessoas, do que as diversidades de caráter, do que tudo aquilo que pode ser obstáculo ao bom relacionamento com os outros. A caridade vence todas as resistências. Como tudo teria sido diferente se São Paulo tivesse ficado com o preconceito de que já não havia nada a esperar de Marcos porque este, certa vez, tivera medo, ou se cansara, ou passara por uns momentos de desânimo... e retornara a Jerusalém! Como tudo teria sido diferente também se Marcos tivesse ficado com o coração ferido e cheio de ressentimento porque o Apóstolo não quisera que o acompanhasse na segunda viagem!

Peçamos hoje à Virgem, nossa Mãe, que nunca guardemos dentro de nós as pequenas ou grandes ofensas de que sejamos alvo, pois faríamos muito mal ao nosso coração, ao nosso amor ao Senhor e à caridade com o próximo. Aprendamos de São Marcos a recomeçar, uma ou mil vezes, se por qualquer motivo temos um momento de desfalecimento ou de covardia.

(1) At 13, 13; (2) cfr. Santos Evangelhos, Intr. ao Evangelho segundo São Marcos; (3) At 15, 37-38; (4) At 15, 39-40; (5) São Jerônimo, Diálogo contra os Pelagianos, II, 17; (6) cfr. Fil 24; (7) cfr. Col 4, 10 e segs.; (8) cfr. Col 4, 10-11; (9) Cfr. 2 Tim 4, 11; (10) A. M. G. Dorronsoro, Dios y la gente, 2ª ed., Rialp, Madrid, 1974, pág. 150; (11) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 738; (12) São Gregório Magno, Homilia sobre o profeta Ezequiel; (13) cfr. 1 Cor 13, 1 e segs.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Santo Agostinho Roscelli

07 de Maio

Santo Agostinho Roscelli

Nasce na localidade de Bargone di Casarza Ligure (Itália), no dia 27 de Julho de 1818. A sua família, pobre do ponto de vista material, constitui para ele um exemplo de fé e de virtudes cristãs.

Em 1835, Agostinho sente-se chamado ao sacerdócio e transfere-se para Gênova, onde empreende os estudos com graves dificuldades financeiras, mas sustentado sempre por uma vontade tenaz, a oração intensa e o auxílio de pessoas de boa vontade. Recebe a Ordenação sacerdotal a 19 de Setembro de 1846.

Inicia o seu humilde serviço na obra de santificação do povo de Deus, dedicando-se com zelo, caridade e exemplo ao crescimento espiritual do Corpo de Cristo e ao ministério da Confissão.

Desde o início, identifica-se nele um exemplo de sacerdote santo, que encarna a figura do "pastor", do educador na fé, do ministro da Palavra e do orientador espiritual, sempre pronto a dar-se na obediência, humildade, silêncio, sacrifício e seguimento dócil e abnegado de Jesus Cristo. Nele, a ação divina, a obra humana e a contemplação fundem-se numa admirável unidade de vida de apostolado e oração.

Em 1872, alarga o campo do seu apostolado, interessando-se não só pelas misérias e pobrezas morais da cidade, e pelos jovens, mas também pelos prisioneiros dos cárceres, a quem leva com afeto o conforto e a misericórdia do Senhor.

Dois anos mais tarde, passa a dedicar-se inclusivamente aos recém-nascidos, e durante 22 anos confere o Batismo a mais de oito mil crianças. Ao mesmo tempo, trabalha em favor das mães solteiras, vítimas de relações enganosas, dando-lhes assistência moral e material, inserindo-as no mundo do trabalho honesto.

Convicto de que a santificação na vida comunitária é a força do apostolado, no dia 15 de Outubro de 1876 realiza o seu sonho de fundar a Congregação das Irmãs da Imaculada, indicando-lhes o caminho da santidade em Maria, modelo da vida consagrada. Após o início difícil e incerto, a Congregação consolida-se a difunde-se em toda a Itália e além-fronteiras.

A vida terrena do "sacerdote pobre", como lhe costumam chamar, chega ao seu termo no dia 7 de Maio de 1902.

A oração ajuda-nos a fazer bem a ação; e a ação, quando é realizada como se deve, contribui para fazermos bem a oração", repetia continuamente o “pobre sacerdote” Agostinho Roscelli que nasceu em 27 de julho de 1818 na cidade de Bergone di Casarza Ligure, na província de Gênova na Itália. Filho de uma família pobre, desde pequeno dedicou-se ao pastoreio de ovelhas. Apesar da condição social e dificuldades, sua família sempre foi muito convicta da fé e dos princípios cristãos.

Agostinho tinha dezessete anos quando sentiu em seu coração o desejo de seguir a vocação sacerdotal. Foi impulsionado pelo belíssimo testemunho de evangelização de Dom Luigi Gianelli Lambruschini, reitor da paróquia de São João Batista de Chiavari que dedicava seu tempo à evangelização das comunidades rurais e aos camponeses. No ano de 1835, Agostinho parte para Gênova onde iniciou seus estudos teológicos. Enfrentou muitas dificuldades financeiras, mas não definhou seu desejo de seguir o chamado de Deus. Onze anos de dedicação e estudos, conferiram ao jovem a graça de ordenar-se sacerdote em 19 de setembro de 1846.

Dedicou-se de forma exemplar ao atendimento de confissões e com fervor a evangelização, pregando, orientando e sempre fiel às aspirações do sacerdócio. No ano de 1872, decide não só atender as necessidades locais, mas também a visitar, confortar e orientar os encarcerados. Dois anos depois, Agostinho concentrou seus esforços em favor dos recém-nascidos, prestando auxílio material e espiritual às famílias e crianças. Nesta empreitada Agostinho batizou cerca de oito mil crianças.

Seu impulso e atuação missionários, o conduziu a fundar no ano de 1876 a Congregação das Irmãs da Imaculada ampliando por toda a Itália o seu trabalho de evangelização. Agostinho faleceu no dia 07 de maio de 1902 e foi proclamado santo em 2011, pelo Papa João Paulo II.

Fonte: http://www.santosebeatoscatolicos.com


07 de Maio 2020

A SANTA MISSA

4ª Semana da Páscoa – Quinta-feira 
Cor: Branca

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1ª Leitura: At 13,13-25 

Da descendência de Davi Deus fez surgir
para Israel um Salvador, que é Jesus. 

Leitura dos Atos dos Apóstolos

13 Paulo e seus companheiros embarcaram em Pafos e chegaram a Perge da Panfília. João deixou-os e voltou para Jerusalém. 14 Eles, porém, partindo de Perge, chegaram a Antioquia da Pisídia. E, entrando na sinagoga em dia de sábado, sentaram-se. 15 Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: “Irmãos, se vós tendes alguma palavra para encorajar o povo, podeis falar”.16 Paulo levantou-se, fez um sinal com a mão e disse: “Israelitas e vós que temeis a Deus, escutai! 17 O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos antepassados e fez deles um grande povo quando moravam como estrangeiros no Egito; e de lá os tirou com braço poderoso. 18 E, durante mais ou menos quarenta anos, cercou-o de cuidados no deserto. 19 Destruiu sete nações na terra de Canaã e passou para eles a posse do seu território, 20 por quatrocentos e cinquenta anos aproximadamente. Depois disso, concedeu-lhes juizes, até o profeta Samuel. 21 Em seguida, eles pediram um rei e Deus concedeu-lhes Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim, que reinou durante quarenta anos. 22 Em seguida, Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade’. 23 Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus. 24 Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25 Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias’”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 88, 2-3. 21-22. 23-24. 25.27 (R. Cf. 2a)

R. Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

2 Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, *
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
3 Porque dissestes: ‘O amor é garantido para sempre!’ *
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.     R.

21 Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, *
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
22 Estará sempre com ele minha mão onipotente, *
e meu braço poderoso há de ser a sua força.     R.

23 Não será surpreendido pela força do inimigo, *
nem o filho da maldade poderá prejudicá-lo.
24 Diante dele esmagarei seus inimigos e agressores, *
ferirei e abaterei todos aqueles que o odeiam.     R.

25 Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, *
sua força e seu poder por meu nome crescerão.
27 Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, *
sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’     R. 

Evangelho: Jo 13,16-20 

Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus lhes disse: 16 “Em verdade, em verdade vos digo: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17 Se sabeis isto, e o puserdes em prática, sereis felizes. 18 Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19 Desde agora vos digo isto, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20 Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Beata Ana Rosa Gattorno

06 de Maio

Beata Ana Rosa Gattorno

Meu amor, o que posso fazer para que o mundo todo Vos ame? Eu quisera atrair todo o mundo, dar-Vos a todos, socorrer a todos... desejaria correr por toda parte e gritar forte para que todos venham amar-Vos. Servi-Vos mais uma vez deste miserável instrumento para reavivar a fé e a conversão dos pecadores”.

Este impulso generoso brotado aos pés de seu “Sumo Bem”, que a atraía sempre mais irresistivelmente a Si, constituiu o anelo profundo do coração da Beata, até levá-la a oferecer sua vida totalmente em contínua imolação pela glória e complacência do Padre Eterno.

A fundadora do Instituto das Filhas de Santa Ana nasceu em Gênova (Itália), no dia 14 de outubro de 1831. Foi batizada no mesmo dia na paróquia de São Donato, com os nomes de Rosa Maria Benedita.

Pertencia a uma família de boas condições financeiras, de bom nome na sociedade e de profunda formação cristã. No pai, Francisco, e na mãe, Adelaide, como nos outros cinco irmãos, encontrou os primeiros essenciais formadores de sua vida moral e cristã.

Aos doze anos foi Crismada em Santa Maria das Viñas, pelas mãos do Arcebispo Cardeal Plácido Tadini. Como era uso nas famílias abastadas do tempo, Rosa recebeu a instrução em casa. De caráter sereno, amável, aberto à piedade e à caridade, entretanto firme, soube reagir ao clima político e anticlerical da época, que também afetou alguns dos familiares. Sua juventude serena foi caracterizada por um fervente empenho de vida cristã e por uma inabalável fé, posta à prova em seu contato com os livres pensadores que frequentavam a sua casa.

Em 5 de novembro de 1852, com a idade de 21 anos, contraiu matrimônio com seu primo, Jerônimo Custo, e transferiu-se para Marselha (França). Rosa deu à luz três filhos: Carlota, Alexandre, Francisco. Uma imprevista crise financeira perturbou a felicidade da nova família, obrigada a retornar a Gênova. A sua primeira filha, Carlota, afetada de repentina enfermidade, ficou surda-muda para sempre; e apesar da alegria de outros dois filhos, ela foi novamente abalada pelo falecimento do esposo, após seis anos de matrimônio, e a morte do seu último filho aos 7 meses de idade.

Provada pela dor não se fechou em si mesma. Estes acontecimentos marcaram a sua vida e levaram-na a uma mudança radical a que ela chamava "a sua conversão", isto é, à entrega total ao Senhor. Orientada pelo seu confessor, Pe. José Firpo, emitiu de forma privada os votos perpétuos de castidade e obediência, precisamente na festa da Imaculada: 8 de dezembro de 1858, e depois, como terciária franciscana, professou também o voto de pobreza. Viveu intimamente unida a Cristo, recebendo a Comunhão todos os dias, privilégio que naquele tempo era pouco comum. Em 1862 recebeu o dom dos estigmas ocultos, percebidos mais intensamente nas sextas-feiras.  Dedicou-se a visitar os enfermos em domicilio e nos hospitais da cidade. Interessou-se pelas "jovens em perigo".

Uma noite, rezando em seu quarto diante do Crucifixo, recebeu a inspiração para fundar um Instituto Religioso. Rosa relutou muito para não deixar os filhos. O Frei Francisco Camporosso, santo capuchinho, embora temeroso diante das tribulações que se previa, a encorajou, e o mesmo fez seu confessor e o Arcebispo de Gênova. Ela então quis ouvir a palavra do Papa Pio IX, que a recebe em audiência no dia 3 de janeiro de 1866.

Ela somente aceitou a responsabilidade de Fundadora mediante a expressa ordem do Papa Pio IX, que depois de a ter escutado durante longo tempo, confirmou-a na sua missão de Fundadora e profetizou: “Este Instituto se estenderá rapidamente em todas as partes do mundo. Deus pensará em teus filhos, tu pensas em Deus em sua obra. Teu Instituto se estenderá rapidamente como o voo da pomba por todas as partes do mundo".

Superadas as resistências dos parentes e abandonadas as obras de Gênova, deu início a nova família religiosa que denominou definitivamente Filhas de Sant’Ana, Mãe de Maria Imaculada (8 de dezembro de 1866). A Beata vestiu o hábito religioso no dia 26 de julho de 1867 e a 8 de abril de 1870 emitiu a profissão religiosa, com outras doze religiosas.

O desenvolvimento do Instituto recebeu a colaboração do Pe. João Batista Tornatore, sacerdote da Missão, a quem a Beata pediu expressamente que escrevesse as Regras e que foi considerado cofundador do Instituto.

Com esta fundação, realizou muitas obras de atendimento aos pobres e doentes, às pessoas sozinhas, anciãs e abandonadas; cuidou da assistência às crianças e às jovens, proporcionando-lhes uma instrução religiosa e adequada, a fim de as inserir no mundo do trabalho. Assim, foram abertas muitas escolas para a juventude pobre, segundo as necessidades mais urgentes da época.

A Beata chamava suas filhas deservas dos pobres e ministras da misericórdia e as exortava: Sejam humildes... pensem que são as últimas e as mais miseráveis de todas as criaturas que prestam seu serviço à Igreja, à qual têm a graça de pertencer”.

Com menos de dez anos da fundação, a Congregação recebeu a aprovação definitiva, em 1876. Porém, o Regulamento só o foi em 1892. Muito estimada e considerada por todos, colaborou em Piacenza também com o bispo, Monsenhor Scalabrini, hoje beato, sobretudo na Obra fundada por ele a favor dos surdos-mudos.

Sofreu provas, humilhações, dificuldades e tribulações de todo o gênero, mas sempre confiou em Deus e cada vez mais atraía outras jovens para o seu apostolado. Ser “porta-voz de Jesus” e fazer chegar a todos os homens o Amor que salva foi sempre o anelo profundo de seu coração e em 1878 já enviava as primeiras Filhas de Sant’Ana para a Bolívia, depois para o Brasil, Chile, Peru, Eritreia, França, Espanha.

Puro e simples instrumento nas mãos do “delicado Artífice”, imitando a Cristo pobre e vítima de amor com Ele, realizou em sua vida o desejo inculcado à suas filhas: Viver por Deus e morrer por Ele, gastar a vida por amor”.

Assim viveu até fevereiro de 1900, quando foi afetada por uma doença inesperada que se agravou rapidamente. Submetida a duras provas de penitência, frequentes e extenuantes viagens, uma intensa correspondência epistolar, preocupações e grandes desgostos, seu físico não pode suportar mais. No dia 4 de maio ela recebeu a Extrema Unção e dois dias depois, 6 de maio de 1900, às 9 horas da manhã, falecia santamente na Casa Mãe de Piacenza.

A fama de santidade que já havia irradiado em vida, eclodiu por ocasião de sua morte, crescendo ininterruptamente por todas as partes do mundo.

A Congregação já contava com trezentas e sessenta e oito Casas nas quais desenvolviam as suas missões três mil e quinhentas religiosas. Ela foi beatificada pelo Papa João Paulo II no ano 2000.

Fonte: http://heroinasdacristandade.blogspot.com


Ações de graças

TEMPO PASCAL. QUARTA SEMANA. QUARTA-FEIRA

– O agradecimento a Deus por todos os bens é uma manifestação de fé, de esperança e de amor. Inúmeros motivos para sermos agradecidos.
– Ver a bondade de Deus na nossa vida. A virtude humana da gratidão.
– A ação de graças depois da Santa Missa e da Comunhão.

I. EU VOS LOUVAREI, ó Senhor, entre as nações; contarei a vossa fama aos meus irmãos. Aleluia 1, rezamos na antífona de entrada da Missa.

A Sagrada Escritura convida-nos constantemente a dar graças a Deus; os hinos, os salmos e as palavras de todos os homens justos estão cheios de louvor e de agradecimento a Deus. Bendiz, ó minha alma, o Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios2, diz o salmista.

O agradecimento é uma forma extraordinariamente bela de nos relacionarmos com Deus. É um modo de orar muito grato ao Senhor, pois antecipa de alguma maneira o louvor que lhe daremos para sempre na eternidade. Chamamos precisamente ação de graças ao sacramento da Sagrada Eucaristia, porque nela antecipamos aquela união que será o cerne da bem-aventurança eterna.

No Evangelho, vemos como o Senhor se queixa da ingratidão de uns leprosos que não sabem ser agradecidos: depois de terem sido curados, já não se lembram de quem lhes devolveu a saúde, e com ela a família, o trabalho..., a vida. E Jesus fica à espera deles 3. Do mesmo modo, sofre pela cidade de Jerusalém, que não percebe a infinita misericórdia com que Deus a visita 4, nem o dom que lhe faz ao procurar juntá-la como a galinha junta os seus pintainhos debaixo das asas 5.

Agradecer é uma forma de exprimirmos a nossa fé, pois reconhecemos o Senhor como fonte de todos os bens; é uma manifestação de esperança, pois afirmamos que nEle residem todos os bens; e conduz ao amor 6 e à humildade, pois nos reconhecemos pobres e necessitados.

São Paulo exortava encarecidamente os primeiros cristãos a serem agradecidos: Dai graças, porque isto é o que Deus quer que façais em Jesus Cristo 7; e considera a ingratidão como uma das causas do paganismo8.

“São Paulo – diz São João Crisóstomo – dá graças em todas as suas cartas por todos os benefícios da terra. Demo-las nós também pelos benefícios próprios e alheios, pelos pequenos e pelos grandes” 9. Um dia, quando estivermos na presença de Deus para sempre, entenderemos com total clareza que não só lhe devemos a nossa existência, mas ainda que toda ela esteve repleta de cuidados, graças e benefícios do Senhor, tão abundantes “que ultrapassam em número as areias do mar”10. Perceberemos que tivemos inúmeros motivos de agradecimento a Deus. Só quando a fé se apaga é que se deixam de ver esses bens e essa grata obrigação.

“Habitua-te a elevar o coração a Deus em ação de graças, muitas vezes ao dia. – Porque te dá isto e aquilo. – Porque te desprezaram. – Porque não tens o que precisas, ou porque o tens.

“Porque fez tão formosa a sua Mãe, que é também tua Mãe. – Porque criou o Sol e a Lua e este animal e aquela planta. – Porque fez aquele homem eloqüente e a ti te fez difícil de palavra...

“Dá-Lhe graças por tudo, porque tudo é bom” 11.

II. O SENHOR ENSINOU-NOS a ser agradecidos até pelos menores favores: Nem um copo de água que derdes em meu nome ficará sem recompensa 12. O samaritano que voltou para agradecer a sua cura partiu com um dom ainda maior: a fé e a amizade do Senhor. Levanta-te e vai, a tua fé te salvou 13, disse-lhe Jesus. Os nove leprosos desagradecidos ficaram sem a melhor parte que o Senhor lhes reservara. Deus espera que nós, cristãos, nos aproximemos dEle todos os dias para lhe dizer muitas vezes: “Obrigado, Senhor!”

Como virtude humana, a gratidão constitui um vínculo eficaz entre os homens e revela com bastante exatidão a qualidade interior da pessoa. “É de bem nascidos ser agradecidos”, diz o refrão popular. E a falta desta virtude torna difícil a convivência humana. Quando somos agradecidos, guardamos a recordação afetuosa de um benefício que nos fizeram, ainda que pequeno, e ficamos desejosos de retribuí-lo de alguma maneira. Muitas vezes, apenas poderemos dizer “obrigado” ou coisa parecida. Mas a alegria que pusermos nesse gesto mostrará todo o nosso agradecimento.

A pessoa agradecida a Deus também o é em relação aos outros. Sabe enxergar e agradecer com maior facilidade os pequenos favores que lhe prestam. O soberbo, que só pensa nas suas coisas, é incapaz de agradecer; acha que tudo o que recebe não passa de um direito.

Se estivermos atentos a Deus e aos outros, apreciaremos no nosso próprio lar muitos motivos de agradecimento: que a casa esteja limpa e em ordem, que alguém tenha fechado as janelas para que não entre o frio, o calor ou a chuva, que a roupa esteja limpa e bem passada... E se por vezes uma ou outra destas coisas não está como esperávamos, saberemos desculpar, porque é infinitamente maior o número de coisas gratas e favores que recebemos.

E ao sairmos à rua, o porteiro merece o nosso agradecimento por guardar o prédio, e merece-o o empregado da farmácia que nos aviou a receita, e os que compõem e imprimem o jornal e passaram a noite trabalhando, e o motorista do ônibus... Toda a convivência humana está cheia de pequenos serviços mútuos, e como seria diferente essa convivência se, além de pagarmos e cobrarmos o que é justo em cada caso, também soubéssemos agradecer! A gratidão é própria dos que têm o coração grande.

III. AS AÇÕES DE GRAÇAS freqüentes devem impregnar o nosso relacionamento diário com o Senhor, porque estamos rodeados dos seus cuidados e favores: “A graça inunda-nos” 14. Mas há um momento muito extraordinário em que o Senhor nos cumula dos seus dons, e em que devemos mostrar-nos especialmente agradecidos: a ação de graças depois da Missa.

O nosso diálogo com Jesus Cristo nesses minutos após a Comunhão deve ser especialmente íntimo, simples e alegre. Não podem faltar os atos de adoração, de agradecimento, de humildade, de desagravo, bem como os pedidos. “Os santos têm-nos dito muitas vezes que a ação de graças sacramental é para nós o momento mais precioso da vida espiritual” 15.

Nesses momentos, devemos fechar a porta do nosso coração a tudo aquilo que não seja o Senhor, por mais importante que possa ser ou parecer. Umas vezes, ficaremos a sós com Ele, e as palavras não serão necessárias; bastará saber que Ele está na nossa alma e nós nEle. Não será preciso muito para estarmos profundamente agradecidos, contentes, e experimentarmos a verdadeira amizade com o Amigo. Por ali perto estarão os anjos, que o adoram na nossa alma... Nesses momentos, a alma é o que nesta terra mais se assemelha ao Céu. Como podemos estar pensando em outras coisas?...

Outras vezes, servir-nos-emos dessas orações que se incluem nos devocionários, e que alimentaram a piedade de gerações de cristãos durante séculos: Te Deum, Trium puerorum, Adoro te devote, Alma de Cristo..., e muitas outras, que os santos e os bons cristãos que amaram de verdade o Senhor Sacramentado nos deixaram para alimento da nossa piedade.

“O amor a Cristo, que se oferece por nós, incita-nos a saber encontrar, uma vez terminada a Missa, alguns minutos para uma ação de graças pessoal e íntima, que prolongue no silêncio do coração essa outra ação de graças que é a Eucaristia. Como havemos de nos dirigir a Ele, como falar-lhe, como comportar-nos? A vida cristã não se compõe de normas rígidas [...]. Penso, não obstante, que em muitas ocasiões o nervo do nosso diálogo com Cristo, da ação de graças após a Santa Missa, pode ser a consideração de que o Senhor é para nós Rei, Médico, Mestre e Amigo” 16.

Rei, porque nos resgatou do pecado e nos transferiu para o reino da luz. Pedimos-lhe que reine no nosso coração, nas palavras que pronunciarmos nesse dia, no trabalho que lhe queremos oferecer, nos nossos pensamentos, em cada uma das nossas ações.

Médico, porque junto dEle encontramos o remédio para todas as nossas doenças. Abeiramo-nos da Comunhão como se aproximavam dEle os cegos, os surdos, os paralíticos... E não esquecemos que temos na nossa alma, à nossa disposição, a Fonte de toda a vida. Ele é a Vida.

Mestre, e reconhecemos que Ele tem palavras de vida eterna... e em nós existe tanta ignorância! Ele ensina sem cessar, mas nesses minutos após a Comunhão devemos permanecer atentos. Se estivéssemos com a imaginação, a memória e os sentidos dispersos..., não o ouviríamos.

Amigo, o verdadeiro Amigo, de quem aprendemos o que é a amizade. Contamos-lhe o que se passa conosco, e sempre obtemos uma palavra de alento, de consolo... Ele nos entende bem. Pensemos que está dentro de nós com a mesma presença real com que está no Céu, pensemos que os Anjos o rodeiam... Vez por outra, pediremos a ajuda do nosso Anjo da Guarda: “Dá-lhe graças por mim, pois sabes fazê-lo melhor”.

Nenhuma criatura como a Virgem, que trouxe em seu seio durante nove meses o Filho de Deus, poderá ensinar-nos a tratá-lo melhor na ação de graças depois da Comunhão. Recorramos a Ela.

(1) Sl 17, 50; 12, 23; Antífona de entrada da Missa da quarta-feira da quarta semana do Tempo Pascal; (2) Sl 102, 2; (3) cfr. Lc 17, 11 e segs.; (4) cfr. Lc 19, 44; (5) cfr. Mt 23, 37; (6) cfr. São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 101, a. 3; (7) 1 Tess 5, 17; (8) cfr. Rom 1, 18-32; (9) São João Crisóstomo, Hom. sobre São Mateus, 25, 4; (10) ib.; (11) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 268; (12) Mt 10, 42; (13) Lc 17, 19; (14) Ch. Journet, Meditações sobre a graça, pág. 17; (15) R. Garrigou-Lagrange, Las tres edades de la vida interior, pág. 489; (16) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 92.


Santo Ângelo de Jerusalém

05 de Maio

Santo Ângelo de Jerusalém

Uma tradição muito antiga nos trás a luz sobre a vida de Ângelo. Os registros indicam que ele nasceu em 1185, na cidade de Jerusalém, de pais judeus pela religião, chamados José e Maria, nomes muito comuns na região. E que eles se converteram após Nossa Senhora ter avisado Ângelo, durante as orações, que ele teria um irmão, o que lhes parecia impossível, porque seus pais eram idosos. Mas isso aconteceu. Emocionados, receberam o batismo junto com a criança, à qual deram o nome de João. Mais tarde, ele também vestiu o hábito carmelita.

Ângelo viveu em muitos conventos da Palestina e da Ásia Menor. Recebeu muitas graças do Senhor, sobretudo o dom da profecia e dos milagres, depois de viver cinco anos no monte Carmelo, mesmo lugar onde viveu o profeta Elias. Entrou para a Ordem do Carmo quando tinha apenas dezoito anos e, em 1213, foi ordenado sacerdote.

Ainda segundo a tradição, Ângelo saiu do monte Carmelo com os primeiros carmelitas que foram para Roma a fim de obter do papa Honório III a aprovação da Regra do Carmelo, e depois imigraram para a Sicília.

Lá, ao visitar a basílica de São João, se encontrou com os sacerdotes, que se tornaram santos, Domingos de Gusmão e Francisco de Assis, instante em que previu e anunciou a sua morte como mártir de Jesus Cristo.

Dentre seus grandes feitos, o que mais se destaca é o trabalho de evangelização que manteve entre os hereges cátaros daquela cidade. A história narra que ele conseguiu converter até uma mulher que, antes disso, mantinha uma vida de pecados, até mesmo uma relação incestuosa com um rico senhor do lugar.

No dia 5 de maio de 1220, Ângelo fez sua última pregação na igreja de São Tiago de Licata, na Sicília. Nesse dia foi morto, vítima daquele rico homem, que não se conformou com o abandono e a conversão de sua amante, encomendando o assassinato.

Venerado pela população, logo uma igreja foi erguida no lugar de seu martírio, onde foi sepultado o seu corpo. A Igreja canonizou o mártir santo Ângelo em 1498. Porém somente em 1662 as suas relíquias foram transladadas para a igreja dos carmelitas. O seu culto se difundiu amplamente no meio dos fiéis e na Ordem do Carmo.

Santo Ângelo foi nomeado padroeiro de muitas localidades, inicialmente na Itália, depois em outras regiões da Europa. Sua veneração se mantém até os nossos dias, sendo invocado pelo povo e devotos nas situações de suas dificuldades. Os primeiros padres carmelitas da América difundiram a sua devoção, construindo igrejas, nomeando as aldeias que se formavam, e expandiram o seu culto, que também chegou ao Brasil.

Texto: Paulinas Internet