Transverberação do Coração de Santa Teresa

26 de Agosto

Transverberação do Coração de Santa Teresa

Santa Teresa D’Ávila (1515-1582), a primeira mulher Doutora da igreja, relatou em seus escritos uma das experiências místicas que marcou profundamente seu coração. Este fato foi tão impactante que a levou a fazer um voto especial a Deus que a impulsionou em suas reformas, fundações e caminho de santidade.

A santa e escritora mística conta que certa vez viu á sua esquerda um anjo em forma humana. Era de baixa estatura e muito belo, seu rosto reluzia e deduziu que devia ser um querubim, um dos anjos de mais alto grau.

“Vi que trazia nas mãos um comprido dardo de ouro, em cuja ponta de ferro julguei que havia um pouco de fogo. Eu tinha a impressão de que ele me perfurava o coração com o dardo algumas vezes, atingindo-me as entranhas. Quando o tirava, parecia-me que as entranhas eram retiradas, e eu ficava toda abrasada num imenso amor de Deus.” Descreveu Santa Teresa.

“A dor era tão grande que eu soltava gemidos, e era tão excessiva a suavidade produzida por essa dor imensa que a alma não desejava que tivesse fim nem se contentava senão com a presença de Deus”.

“Não se trata de dor corporal; é espiritual, se bem que o corpo também participe, às vezes muito. É um contato tão suave entre a alma e Deus que suplico à Sua bondade que dê essa experiência a quem pensar que minto”, explicou a Doutora da Igreja (O Livro da Vida 29,13).

Este tipo de vivência espiritual é chamado na Igreja como “transverberação”, que é a experiência mística de ser transpassado no coração causando uma grande ferida.

Mais tarde, buscando responder a este presente divino, Santa Teresa fez o voto de fazer sempre o que lhe parecesse mais perfeito e agradável a Deus. Foi assim que no resto de sua vida, a reformadora e fundadora carmelita se esforçou por cumprir perfeitamente este juramento.

Quando a santa partiu para a Casa do Pai, a autópsia revelou que no coração de Santa Teresa estava a cicatriz de uma grande e profunda ferida. Na família carmelita, a festa da “transverberação” de Santa Teresa de Jesus é celebrada no dia 26 de agosto.

Fonte:  ACIdigital


Santa Maria de Jesus Crucificado

25 de Agosto

Santa Maria de Jesus Crucificado

Santa Maria de Jesus Crucificado, nascida em Abellin, Galileia, perto de Belém em 05 de Janeiro de 1846, faleceu em Nazaré em 26 de Agosto de 1878. A carmelita dos dons extraordinários. O nascimento de Mirian foi cercado de prodígios. Seus pais, depois de muitos anos de casados, alimentavam o desejo de ter filhos.

Árabes, profundamente católicos, do rito Grego-católico, de fé inquebrantável, em uma peregrinação que fazem a Belém, pedem a São José, de quem eram grandes devotos, a graça de ter filhos.

Nosso Grande Santo lhes dá a graça de ter, não um, mas dois filhos: Miriam e Paulo. Mirian nasce em 05 de Janeiro, véspera da Epifania (festa dos Santos Reis Magos), dia em que se trocam presentes na Galileia (não no Natal), assim Mirian vem como um presente dos céus aos seus pais.

Aos três anos de idade, já órfã, Mirian vai com os tios para o Egito, separando-se assim de seu irmãozinho, a quem nunca mais vê. Logo depois de sua primeira comunhão, começam-lhes ocorrer sinais extraordinários.

Ainda morando com seus tios no Egito, uma vez lhes deram alguns peixes envenenados, Mirian logo alertou a todos sobre o veneno, ao que não lhe dão crédito. A insistência de Mirian faz com que dêem um pouco de peixe para um cachorro comer, para tirarem à prova, o pobre animal caiu morto; assim, todos vão descobrindo que Mirian possui algo de sobrenatural. À medida que cresce, Mirian vai alimentando em si um desejo muito grande de consagrar-se a Deus; todavia, os tios comprometem-na em casamento.

Não querendo casar-se, de forma alguma, Mirian corta o cabelo, o que para os costumes de sua comunidade é uma afronta à família do noivo. Assim, ela se livra do compromisso.

Mirian, afirma, categoricamente, sua fé em Jesus Cristo, único e Verdadeiro Deus. Essa notícia se espalha e um jovem muçulmano encolerizado pelas afirmações de Mirian, ataca-a e com um golpe de adaga corta-lhe a garganta profundamente; tendo-a por morta, atiram-na em um descampado fora da cidade. Isso aconteceu no dia 7 de Setembro de 1858, quando Mirian tinha 12 anos. Sobre esse fato, ela mesma conta: - “Estando morta, fui ao céu, onde me encontrei com a Virgem Maria, os anjos e os santos me receberam com grande amabilidade, e meus pais estavam também lá. Vi o brilhante trono da Santíssima Trindade e Jesus em sua humanidade, não havia sol, nem lâmpadas, pois tudo brilhava como luz. Logo alguém me falou que meu livro ainda não tinha sido totalmente escrito”.

Ao voltar a si, viu que estava em uma gruta, sendo cuidada por uma mulher vestida de azul, que profetizou que primeiro Mirian seria filha de São José, depois de Santa Teresa de Jesus. Mirian reconheceu que a mulher de azul era, de fato, a Virgem Maria.

Mirian entra na Congregação das Irmãs de São José da Aparição em 1865, em Marselha - França; todavia, dois anos depois, sendo ainda postulante, devido aos dons sobrenaturais que possuía, as irmãs, suas formadoras, julgaram ser mais apropriado que ela estivesse recolhida em um mosteiro de contemplativas, encaminham-na para o Carmelo de Pau - França, em 27 de Julho de 1867. Cumpre-se assim a profecia da Senhora de Azul.

Seu nome no Carmelo será Maria de Jesus Crucificado. Todos se impressionavam com a humildade de Irmã Maria de Jesus Crucificado, e os dons extraordinários que Deus lhe dotou, êxtase, rapto, visões, profecia, bilocação, cura, levitação, visões, além de ter recebido a graça dos estigmas de Nosso Senhor.

Em agosto de 1870, Irmã Maria parte para o que será sua primeira fundação carmelita, fará parte da primeira comunidade de um Carmelo na Índia, mas devido aos seus dons extraordinários retorna dois anos depois a Pau - França. Nosso Senhor, no entanto, lhe pede para fundar um Carmelo na Terra Santa, em Belém, revelando-lhe os detalhes da obra, local, medidas, etc. e dando-lhe todas as condições materiais para realizá-lo. Assim, em 1876, quatro anos após ter regressado da Índia, funda o primeiro Mosteiro Carmelita Descalço na Terra Santa, em Belém.

Tinha projeto de construir mais um mosteiro na Terra Santa, em Nazaré; todavia, trabalhando na construção do mosteiro de Belém, caiu ao transportar argamassa, machucando o braço que gangrenou, levando-lhe à morte, em 26 de agosto de 1878. Sua vida de entrega a Deus foi tão grandiosa, que mesmo em sua humildade e simplicidade, falava das coisas de Deus como se fosse um grande teólogo, principalmente sobre a Santíssima Trindade. Irmã Maria de Jesus Crucificado foi beatificada por João Paulo II em 13 de Outubro de 1983 e canonizada pelo então Papa João Paulo II aos 17 de maio de 2015.

«Nela, tudo nos fala de Jesus», dizia na ocasião João Paulo II e alegramo-nos que esta flor da Terra Santa seja dada como exemplo à Igreja universal e, em particular, do Médio e Próximo Oriente. É uma grande alegria, um sinal de esperança e de apoio para os cristãos do Oriente!

Fonte: https://www.carmelodesantos.com.br


São Bartolomeu Apóstolo

24 de Agosto

São Bartolomeu Apóstolo

A Igreja celebra neste dia 24 de agosto São Bartolomeu, um dos doze apóstolos, cuja figura – afirmou Bento XVI – “mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais”.

Bartolomeu também é identificado na Bíblia como Natanael, devido à relação com Filipe. Nascido em Caná, na Galileia, é tido como um modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Senhor.

O evangelho de São João narra que, após encontrar Jesus, Filipe vai até Natanael e lhe diz “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1,45).

Diante disso, Natanael lançou a pergunta: “Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?”, ao que Filipe não rebate, mas apenas faz o convite “Vem e vê” (Jo 1,46).

Ainda segundo o evangelista, ao ver Natanael se aproximar, o próprio Jesus exclama: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade” (Jo 1,47). E, ao ser questionado por Natanael de onde o conhecia, Jesus afirma que antes que fosse chamado por Filipe, já o via quando “estavas debaixo da figueira”.

A resposta de Cristo leva Natanael a proclamar esta confissão de fé: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel” (Jo 1,49). Conforme explicou Bento XVI em sua catequese de outubro de 2006, nesta exclamação “é dado um primeiro e importante passo no percurso de adesão a Jesus”.

Como um dos doze, Bartolomeu pôde acompanhar a missão de Jesus na terra, compartilhando seu dia a dia, seus milagres, ouvindo seus ensinamentos, testemunhando a sua ressurreição. Posteriormente, recebeu, junto aos demais apóstolos o Espírito Santo em Pentecostes.

“Da sucessiva atividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não temos notícias claras”, indicou o agora Papa emérito. Porém, recordou que “segundo uma informação referida pelo historiador Eusébio do século IV, um certo Panteno teria encontrado até na Índia os sinais de uma presença de Bartolomeu”.

De acordo com a tradição, o apóstolo teria evangelizado na Índia, passando pela Armênia, local onde conseguiu a conversão do rei Polímio, de sua esposa e várias pessoas. Este fato gerou a inveja de sacerdotes pagãos que, insuflaram o irmão de rei, Astiages, e conseguiram autorização para matar Bartolomeu esfolado.

Como Bartolomeu não morreu com o esfolamento, foi decapitado, em 24 de agosto do ano 51.

Fonte: https://www.acidigital.com


São Bartolomeu Apóstolo

– O encontro com Jesus.
– O elogio do Senhor. A virtude da sinceridade.
– Sinceridade com Deus, na direção espiritual, no convívio com os outros. A virtude da simplicidade.

Bartolomeu – ou Natanael, como às vezes o chama o Santo Evangelho – foi um dos doze Apóstolos. Era natural de Caná da Galiléia e amigo do Apóstolo Filipe. O Senhor fez-lhe este grande elogio: Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo. Segundo a Tradição, pregou o Evangelho na Arábia e na Armênia, onde morreu mártir.

I. A TRADIÇÃO IDENTIFICA o Apóstolo Bartolomeu com Natanael, aquele a quem o seu amigo Filipe comunicou cheio de alegria ter encontrado o Messias: Encontramos aquele de quem escreveram Moisés na lei e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José 1. Natanael, como todo o bom israelita, sabia que o Messias devia vir de Belém, do povo de Davi 2. Assim fora anunciado pelo profeta Miquéias: E tu, Belém Efrata, tu és a menor entre as principais cidades de Judá; mas de ti há de sair aquele que reinará em Israel 3. Talvez tenha sido por isso que o futuro Apóstolo respondeu num certo tom depreciativo: De Nazaré pode porventura sair coisa que seja boa? E Filipe, sem confiar muito nas suas próprias explicações, convidou-o a conhecer pessoalmente o Mestre: Vem e vê.

Filipe sabia muito bem, como nós, que Cristo não decepciona ninguém.

Foi o próprio Jesus que “chamou Natanael por meio de Filipe, como chamou Pedro por meio do seu irmão André. Essa é a maneira de agir da Providência, que nos chama e nos conduz por meio de outros. Deus não quer trabalhar sozinho; a sua sabedoria e a sua bondade querem que também nós participemos da criação e ordenação das coisas” 4. Quantas vezes nós mesmos não seremos instrumentos para que os nossos amigos ou familiares recebam a chamada do Senhor! Quantas vezes, como Filipe, não diremos: Vem e vê.

Natanael, homem sincero, acompanhou Filipe até Jesus... e ficou deslumbrado. O Mestre conquistou a sua fidelidade para sempre. Ao vê-lo chegar acompanhado do amigo, disse-lhe: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. Que grande elogio! Natanael ficou surpreendido e perguntou: Donde me conheces? E o Senhor respondeu-lhe com umas palavras que são misteriosas para nós, mas que devem ter sido muito claras e luminosas para ele: Antes que Filipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.

Ao ouvir Jesus, Natanael entendeu claramente. As palavras do Senhor recordaram-lhe algum acontecimento íntimo, talvez a resolução de um propósito firme, e impeliram-no a fazer uma emocionada confissão explícita de fé em Jesus como Messias e Filho de Deus: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel. E o Senhor prometeu-lhe: Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Verás coisas maiores que estas. E evocou com certa solenidade um texto do profeta Daniel 5 para confirmar e dar maior peso às palavras que o novo discípulo acabara de pronunciar: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.

II. NO ELOGIO DE JESUS a Natanael, descobre-se a atração que uma pessoa sincera exerce sobre o coração de Cristo. O Mestre diz do novo discípulo que nele não há dolo nem engano: é um homem sem falsidades. Não tem como que “dois corações e duas pregas no coração, uma para a verdade e outra para a mentira” 6.

Isso é o que deve poder dizer-se de cada um de nós, por sermos homens e mulheres íntegros, que procuramos viver com coerência a fé que professamos. O mentiroso, aquele que tem um espírito duplo, aquele que atua com pouca clareza, soa sempre a sino rachado: “Lias naquele dicionário os sinônimos de insincero: «ambíguo, ladino, dissimulado, matreiro, astuto»... – Fechaste o livro, enquanto pedias ao Senhor que nunca pudessem aplicar-se a ti esses qualificativos, e te propuseste aprimorar ainda mais esta virtude sobrenatural e humana da sinceridade” 7.

Trata-se de uma virtude fundamental para seguir o Senhor, pois Ele é a verdade divina e aborrece toda a mentira. Até os inimigos de Cristo terão de reconhecer o seu amor pela verdade: Mestre – dir-lhe-ão numa ocasião –, sabemos que és sincero e que ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem te prenderes a ninguém, porque não fazes acepção de pessoas 9. E ensina-nos que as manifestações das nossas idéias ou pensamentos devem ser feitas conforme a verdade: Seja o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque tudo o que passa disto procede do mal 10. O demônio, pelo contrário, é o pai da mentira 11, pois tenta constantemente levar os homens ao maior de todos os enganos, que é o pecado. O próprio Jesus, que sempre se mostra compreensivo e misericordioso com todas as fraquezas humanas, lança duríssimas condenações contra a hipocrisia dos fariseus. Por isso podemos imaginar a alegria que lhe causou o encontro com Natanael.

A verdade abre-nos a porta para a autêntica liberdade, conforme nos diz o Evangelho 12. “Jesus Cristo vai ao encontro do homem de todas as épocas – incluída a nossa – com as mesmas palavras que pronunciou certa vez: Conhecereis a verdade, e a verdade vos fará livres. Estas palavras encerram uma verdade fundamental e ao mesmo tempo uma advertência: a exigência de uma relação honesta com a verdade, como condição de uma autêntica liberdade” 13. É a liberdade interior que nos permite agir sempre com a desenvoltura e a alegria próprias dos filhos de Deus.

Não tenhamos nunca medo à verdade, ainda que por vezes pareça que essa atitude nos acarreta um mal que poderíamos evitar com uma mentira.

Da verdade só pode nascer o bem. Nunca vale a pena mentir: nem para obtermos um grande benefício econômico, nem para nos livrarmos de um castigo ou sairmos de uma situação difícil.

III. TEMOS DE SER verazes e sinceros na vida corrente, nas nossas relações com os outros: sem essa virtude, a convivência torna-se difícil ou mesmo impossível 14. “Fora da verdade, a existência do homem acaba por obscurecer-se e, quase insensivelmente, deixa-se invadir pelas trevas do erro, que podem chegar a falsear toda a vida” 15.

De modo particular, devemos ser verazes e sinceros no trato com Deus, dirigindo-nos a Ele “sem anonimato”, sem querer ocultar-nos, com a alegria e a confiança com que um bom filho se comporta diante do melhor dos pais. Temos também de aprender a dar a conhecer a intimidade da nossa alma àqueles que, em nome do Senhor, nos ajudam a orientar os nossos passos para o Céu.

Na Confissão, a sinceridade é tão importante que, se o penitente não reconhece a sua culpa, não pode receber a graça: não é, pois, apenas uma atitude perante uma pessoa, o confessor, mas perante o próprio Deus. A atitude contrária – o silêncio, a dissimulação, a mentira – seria tão estéril em relação aos frutos que desejamos obter, como a daquele que, no dizer de Santo Agostinho, “indo ao médico para ser curado, perdesse o juízo e a consciência e mostrasse os membros sadios, ocultando os enfermos. Deus é quem deve vendar as feridas, não tu; porque se, por vergonha, queres ocultá-las com bandagens, o médico não te curará. Deves deixar que seja o médico quem te cure e pense as feridas, porque ele as cobre com medicamentos. Enquanto com as bandagens do médico as chagas se curam, com as bandagens do doente ocultam-se. E a quem pretendes ocultá-las? Àquele que conhece todas as coisas” 16. Se formos sinceros, os nossos próprios pecados serão motivo para que nos unamos mais intimamente a Deus.

Há outra virtude estreitamente relacionada com a sinceridade, e que hoje podemos admirar em São Bartolomeu: a simplicidade, que é conseqüência necessária de um coração que busca a Deus. Opõem-se a esta virtude a afetação no falar e no agir, o desejo de chamar a atenção, o pedantismo, os ares de suficiência, a jactância..., defeitos que dificultam a união com Cristo e que criam barreiras, às vezes intransponíveis, ao esforço por ajudar os outros a aproximar-se de Jesus.

A alma simples não se enreda nem se complica inutilmente por dentro: dirige-se em linha reta para Deus, através de todos os acontecimentos – bons ou maus – que sucedem à sua volta.

A par da sinceridade, a naturalidade e a simplicidade constituem outras “duas maravilhosas virtudes humanas, que tornam o homem capaz de receber a mensagem de Cristo. Em contrapartida, tudo o que é emaranhado, complicado, as voltas e mais voltas em torno de nós mesmos, tudo isso constrói um muro que com freqüência impede de ouvir a voz do Senhor” 17.

Peçamos hoje a São Bartolomeu que nos alcance do Senhor essas virtudes, que tanto lhe agradam e que são tão necessárias para a oração, para a convivência e para o apostolado. Peçamos a Nossa Senhora que andemos pela vida sem duplicidade, com um coração sincero e simples: “«Tota pulchra es Maria, et macula originalis non est in te!» – És toda formosa, Maria, e não há em ti mancha original!, canta alvoroçada a liturgia: não há nEla a menor sombra de duplicidade. Peço diariamente à nossa Mãe que saibamos abrir a alma na direção espiritual, para que a luz da graça ilumine toda a nossa conduta! “– Se assim lhe suplicarmos, Maria nos obterá a valentia da sinceridade, para que nos cheguemos mais à Trindade Santíssima” 18. São Bartolomeu será hoje o nosso principal intercessor diante de Nossa Senhora.

(1) Jo 1, 45; (2) cfr. São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São João, 20, 1: (3) Miq 5, 2; (4) O. Hophan, Los Apóstoles, pág. 176: (5) Dan 7, 13; (6) Santo Agostinho, Comentários ao Evangelho de São João, 78, 7, 16; (7) Josemaría Escrivá, Sulco, n. 337; (8) cfr. Jo 14, 6; (9) Mt 22, 16; (10) Mt 5, 37; (11) cfr. Jo 8, 44; (12) cfr. Conferência Episcopal Espanhola, Inst. Past. A verdade vos libertará, 20-XI-1990, n. 38; (13) João Paulo II, Enc. Redemptor hominis, 4-III-1979, 12; (14) cfr. São Tomás, Sobre os sacramentos; (15) Conferência Episcopal Espanhola, op. cit., n. 37; (16) Santo Agostinho, Comentário ao Salmo 31; (17) Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 90; (18) Josemaría Escrivá, Sulco, n. 339.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Nossa Senhora Rainha

22 de Agosto

Nossa Senhora Rainha

Neste dia 22 de agosto, a Igreja celebra a festa desse Reinado de Maria, a semelhança e em perfeita coincidência com o reino de Jesus Cristo, que não é temporal nem terreno, mas eterno e universal.

Esta festa litúrgica de Nossa Senhora Rainha foi instituída pelo Papa Pio XII em 1954 ao coroar a Virgem na Basílica de Santa Maria Maior, Roma (Itália), no dia 11 de outubro, quando o Pontífice também promulgou o documento principal do Magistério da Igreja que fala sobre a dignidade e realeza de Maria, a Encíclica “Ad Caeli Reginam”.

Inicialmente, a celebração se estabeleceu em 31 de maio, mês de Maria. Agora, celebra-se na oitava da Assunção, para manifestar a conexão entre a realeza de Maria e a sua assunção aos céus.

Na Encíclica “Ad Caeli Reginam”, lê-se que “os Teólogos da Igreja, extraindo sua doutrina” ao consultar as reflexões de vários santos e testemunhos da antiga tradição, “chamaram à Santíssima Mãe Virgem Rainha de todas as coisas criadas, Rainha do mundo, Senhora do universo”.

O Papa emérito Bento XVI, na celebração desta festa em 2012, disse que esta realeza da Mãe de Deus se faz concreta no amor e no serviço a seus filhos, em seu constante velar pelas pessoas e suas necessidades.

Ao referir-se à Virgem como Rainha do Universo, São João Paulo II ressaltou: “É uma Rainha que dá tudo o que possui compartilhando, sobretudo, a vida e o amor de Cristo”.

O Beato Paulo VI, na Exortação Apostólica “Marialis Cultus”, escreveu que na Virgem Maria tudo é referido a Cristo e tudo depende Dele: “Em vistas a Ele, Deus Pai a escolheu desde toda a eternidade como Mãe toda Santa e a adornou com dons do Espírito Santo que não foram concedidos a nenhum outro”.

O número 59 da Constituição Dogmática sobre a Igreja, “Lumen Gentium”, assinala que “a Virgem Imaculada (…) foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte”.

Em Apocalipse, 12, 1, lê-se: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas”.

Fonte: https://www.acidigital.com


Nossa Senhora Rainha

– Santa Maria, Rainha do céu e da terra.
– Realeza de Nossa Senhora.
– O reinado de Maria exerce-se no Céu, na terra e no purgatório.

Esta festa foi instituída por Pio XII em 1954, em correspondência à fé unânime de toda a Tradição que desde sempre reconheceu a dignidade régia de Maria por ser Mãe doRei dos reis e Senhor dos senhores. Santa Maria é uma Rainha sumamente acessível, pois todas as graças nos chegam através da sua mediação maternal. A coroação de Maria como Rainha de todas as coisas criadas – que contemplamos no quinto mistério do Rosário – está intimamente ligada à sua Assunção ao Céu em corpo e alma.

I. “A MÃE DE CRISTO, efetivamente, foi glorificada como Rainha do UniversoEla, que na Anunciação se definiu como escrava do Senhor, permaneceu fiel ao que este nome exprime durante toda a sua vida terrena, confirmando desse modo que era uma verdadeira discípula de Cristo, o que sublinhava fortemente o caráter de serviço da sua missão: o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos (Mt 20, 28). Por isso, Maria tornou-se a primeira entre aqueles que «servindo a Cristo também nos outros, conduzem os seus irmãos, com humildade e paciência, àquele Rei a quem servir é reinar» (Lumen gentium, 36), e alcançou plenamente aquele estado de liberdade real que é próprio dos discípulos de Cristo: servir quer dizer reinar! […] A glória de servir não cessa de ser a exaltação real de Maria; assunta aos céus, Ela não suspende aquele seu serviço salvífico…” 1

O dogma da Assunção, que pudemos celebrar na semana passada, leva-nos de modo natural à festa de hoje: a realeza de Maria. Nossa Senhora subiu ao Céu em corpo e alma para ser coroada pela Santíssima Trindade como Rainha e Senhora da Criação: “Terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E, para que se assemelhasse mais plenamente ao seu Filho, Senhor dos senhores (cfr. Apoc 19, 16) e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo” 2.

Esta verdade foi afirmada desde tempos antiquíssimos pela piedade dos fiéis e ensinada pelo Magistério da Igreja 3. Santo Efrém coloca nos lábios de Maria estas belíssimas palavras: “O Céu sustente-me com os seus braços, porque sou mais honrada do que ele mesmo. Pois o Céu foi apenas o teu trono, não a tua mãe. Quantas vezes é mais digna de honra a Mãe do Rei do que o seu trono!” 4

Foi muito freqüente exprimir este título de Maria mediante o costume de coroar as suas imagens de forma canônica, por concessão expressa dos Papas 5. Desde os primeiros séculos, a arte cristã representou Maria como Rainha e Imperatriz, sentada em trono real, ornada com as insígnias da realeza e rodeada de anjos. Não poucas vezes retratam-na no momento em que é coroada pelo seu Filho. E os fiéis recorreram a Ela com orações como a Salve-Regina, Ave Regina Caelorum, Rainha do céu, alegrai-vos…, tantas vezes repetidas.

Também não são poucas as vezes em que temos recorrido a Ela recordando-lhe esse formoso título da sua realeza no marco do quinto mistério glorioso do Santo Rosário. Hoje, na nossa oração, fazemo-lo de modo especial.

“És toda formosa, e não há mancha em ti. – És horto cerrado, minha irmã, Esposa, horto cerrado, fonte selada. – Veni, coronaberis. – Vem, serás coroada (Cânt 4, 7.12 e 8).

“Se tu e eu tivéssemos tido poder, tê-la-íamos feito também Rainha e Senhora de toda a criação.

“Um grande sinal apareceu no céu: uma mulher com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. – O Pai, o Filho e o Espírito Santo coroam-na como Imperatriz que é do Universo.

“E rendem-lhe preito de vassalagem os Anjos…, e os patriarcas e os profetas e os Apóstolos…, e os mártires e os confessores e as virgens e todos os santos…, e todos os pecadores, e tu e eu” 6.

II. EIS QUE CONCEBERÁS e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu reino não terá fim 7, lemos no texto do Evangelho da Missa de hoje.

A realeza de Maria está intimamente relacionada com a do seu Filho. Jesus Cristo é Rei porque lhe compete um poder pleno e completo, tanto na ordem natural como na sobrenatural; é uma realeza própria e absoluta, além de ser plena. A realeza de Maria é plena e participada da do seu Filho.

Os termos Rainha e Senhora aplicados à Virgem não são uma metáfora; com eles, designamos uma verdadeira superioridade e uma autêntica dignidade e poder nos céus e na terra.

Por ser Mãe do Rei, Maria é verdadeira e propriamente Rainha, encontra-se no cume da criação e é efetivamente a primeira pessoa humana do Universo. 

“Belíssima e perfeitíssima, tem tal plenitude de inocência e santidade que não pode conceber-se outra maior depois de Deus” 8.

Os títulos da realeza de Maria são a sua união com Cristo como Mãe e a associação com o seu Filho Rei na redenção do mundo. Pelo primeiro título, Maria é Rainha-Mãe de um Rei que é Deus, o que a enaltece sobre todas as criaturas humanas; pelo segundo, Maria Rainha é dispensadora dos tesouros e bens do Reino de Deus, em virtude da sua corredenção.

Na instituição desta festa, Pio XII convidava os fiéis a aproximar-se deste “trono de graça e de misericórdia da nossa Rainha e Mãe para pedir-lhe socorro na adversidade, luz nas trevas, alívio nas dores e penas”; e animava todos os cristãos a pedirem graças ao Espírito Santo e a esforçarem-se por detestar o pecado e livrar-se da sua escravidão, “para poderem render um preito de vassalagem constante, perfumado com a devoção de filhos”, a quem é Rainha e tão grande Mãe 9Adeamus ergo cum fiducia ad thronum gratiae, ut misericordiam consequamur“Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e encontrarmos graça para sermos socorridos no momento oportuno” 10. Este trono, símbolo da autoridade, é o de Cristo, mas Ele quis que fosse na sua Mãe, trono de graça, que mais facilmente alcançássemos a misericórdia, pois Ela nos foi dada “como advogada da graça e Rainha do Universo” 11.

Contemplamos hoje uma grande festa no céu. A Santíssima Trindade sai ao encontro da nossa Mãe, assunta aos céus por toda a eternidade.

“É justo que o Pai, o Filho e o Espírito Santo coroem a Virgem Santíssima como Rainha e Senhora de toda a criação. – Aproveita-te desse poder e, com atrevimento filial, une-te a essa festa do Céu. – Eu corôo a Mãe de Deus e minha Mãe com as minhas misérias purificadas, porque não tenho pedras preciosas nem virtudes. – Anima-te!” 12

A Virgem espera-nos; quer que nos unamos à alegria dos Santos e dos Anjos. E temos o direito de participar de uma festa tão grande, pois trata-se da nossa Mãe.

III. APARECEU NO CÉU um grande sinal: uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça 13. Essa mulher, além de representar a Igreja, simboliza Maria 14, a Mãe de Jesus, que no Calvário foi entregue a João para ser cuidada por ele. O discípulo cumpriu com esmero esse encargo e pôde contemplá-la muitas vezes. Quando, já velho, passava para o papel as suas visões, Maria já exercia a sua realeza no Céu.

Os três traços com que o Apocalipse descreve Nossa Senhora são símbolo dessa dignidade: vestida de sol, quer dizer, resplandecente de graça por ser a Mãe de Deus; com a lua debaixo dos pés, como soberana que é de todas as coisas criadas; e uma coroa de doze estrelas, expressão da sua coroa real, do seu reinado sobre todos os anjos e santos 15. Na ladainha do terço, recordamos todos os dias que Ela é Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, de todos os santos… É também a nossa Rainha e Senhora.

O reinado de Maria exerce-se diariamente em toda a terra, pois é Ela que distribui a mãos cheias a graça e a misericórdia do Senhor. Em correspondência, devemos colocar-nos muitas vezes na sua presença, reconhecendo-a como Rainha. Muitos cristãos, aos sábados e quando visitam os seus inumeráveis santuários, cantam-lhe ou rezam-lhe com devoção essa antiga oração que é a Salve-Rainha: Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa…

Esse reinado é exercido no Céu sobre os Anjos e sobre todos os bem-aventurados, que aumentam a sua glória acidental “pelas luzes que Maria lhes comunica, pelas alegrias que experimentam na sua presença, por tudo quanto Ela faz pela salvação das almas” 16.

O reinado de Maria exerce-se também no Purgatório. Salve, Rainha, cantavam as almas que vi sentadas sobre a relva e entre as flores que não se viam de fora do vale”, declara o poeta italiano 17. A nossa Mãe anima-nos constantemente a pedir e a oferecer sufrágios pelos que ainda se purificam no Purgatório; apresenta a Deus as nossas orações por eles, aumentando assim o seu valor. Aplica a essas almas, em nome do seu Filho, os frutos dos méritos que Ele nos alcançou e os dos seus próprios méritos. A nossa Mãe é uma boa aliada no nosso esforço por ajudar as almas do Purgatório, e, se procurarmos a sua intimidade, estimular-nos-á também a purificar as nossas faltas e pecados já nesta vida, permitindo assim que possamos contemplá-la imediatamente depois da morte, sem termos que passar por esse lugar de espera e de purificação.

Ó Deus, que fizestes a Mãe do vosso Filho nossa Mãe e Rainha, concedei-nos, por sua intercessão, que alcancemos o reino do céu e a glória prometida aos vossos filhos 18.

(1) João Paulo II, Enc. Redemptoris Mater, 25-3-1987, n. 41; (2) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 59; (3) cfr. Pio XII, Enc. Ad coeli Reginam, 11-10-1954; (4) Santo Efrém, Hino sobre a Bem-aventurada Virgem Maria; (5) J. Ibañez-F. Mendoza, La Madre del Redentor, Palabra, Madrid, 1988, pág. 293; (6) Josemaría Escrivá, Santo Rosário, Quinto mistério glorioso; (7) Lc 1, 31-33; (8) Pio IX, Bula Ineffabilis Deus, 8-XII-1854; (9) Pio XII, op. cit.; (10) Hebr 4, 16; (11) Missal Romano, Prefácio da Missa da festa; (12) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 285; (13) Apoc 12, 1; (14) São Pio X, Enc. Ad diem illum, 2-II-1904; (15) cfr. L. Castán, Las Bienaventuranzas de Maria, BAC, Madrid, 1971, pág. 320; (16) R. Garrigou-Lagrange, La madre del Salvador, Rialp, Madrid, 1976, pág. 323; (17) Dante Alighieri, A divina comédiaPurgatório, 7, 82-84; (18) Missal Romano, Oração coleta da Missa.

Fonte: Livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal


São Pio X

21 de Agosto

São Pio X

A Igreja celebra neste dia 21 de agosto São Pio X, que decretou a permissão para que as crianças possam comungar desde que compreendam quem está na Hóstia Consagrada e animou os fiéis a recebê-la todos os dias.

Seu nome era Giuseppe Sarto e nasceu em Risse, povoado de Veneza, Itália, em 1835. Ainda menino sofreu a perda de seu pai e quis deixar os estudos para ajudar sua mãe. Ela, porém, o impediu. Então, continuou estudando no seminário graças a uma bolsa.

Após ser ordenado, foi nomeado vigário, pároco, cônego, Bispo de Mantua e Cardeal de Veneza, estando nove anos em cada cargo. Brincando, dizia que só lhe faltavam nove anos de Papa.

Em 1903, quando o Papa Leão XIII morreu, os Cardeais se reuniram no Conclave e tinham como favorito o Cardeal Rampolla de Tíndaro, mas declinou ante o veto formal do imperador Francisco José, da Áustria. Foi assim que a balança se inclinou para Sarto, que tomou o nome de Pio X.

Um de seus primeiros atos como Pontífice foi recorrer à constituição “Commissum nobis”, a fim de terminar com o suposto direito de qualquer poder civil para interferir em uma eleição papal.

Mais adiante, em 1905, o governo francês denunciou a “Concordata” de 1801 e decretou a separação entre Igreja e Estado, o que favoreceu a que a Santa Sé pudesse nomear diretamente os Bispos franceses, sem a nomeação prévia dos poderes civis.

Redigiu e aprovou decretos sobre o Sacramento da Eucaristia, nos quais recomendava e elogiava a comunhão diária, com a possibilidade de que as crianças se aproximassem para recebê-la a partir do momento que entendessem quem está na Santa Hóstia Consagrada. Isto foi o suficiente para que passasse a ser chamado o “Papa da Eucaristia”.

Sempre defendeu os fracos e oprimidos como fez ao denunciar os maus entendimentos aos quais eram submetidos os indígenas nas plantações de borracha do Peru. Visitava cada domingo os pátios, esquinas ou praças do Vaticano para pregar e explicar o Evangelho do dia.

Durante uma audiência pública, um participante lhe mostrou seu braço paralisado e lhe pediu que o curasse. O Papa se aproximou sorridente, tocou o braço e disse: “Sim, sim”. E o homem ficou curado. Entretanto, sempre foi modesto e singelo.

Quando alguém o chamava de “padre santo”, ele corrigia sorrindo: “Não se diz santo, mas Sarto”, em alusão ao seu sobrenome de família.

Depois de tê-la profetizado, em 1914 eclodiu a Primeira Guerra Mundial. “Esta será a última aflição que me manda o Senhor. Com gosto daria minha vida para salvar meus pobres filhos desta terrível calamidade”, disse. Poucos dias mais tarde, sofreu uma bronquite e morreu em 20 de agosto.

“Nasci pobre, vivi na pobreza e quero morrer pobre”, deixou escrito em seu testamento.

Foi canonizado em 1954 pelo Papa Pio XII e foi o primeiro Papa a ser elevado os altares depois de Pio V em 1672.

Fonte: https://www.acidigital.com


São Bernardo de Claraval

20 de Agosto

São Bernardo Claraval

Seu nome significa “batalhador e valente”. Tinha uma incrível capacidade de persuasão com a qual levou centenas de homens aos pés de Cristo, incluindo toda a sua família. Foi conselheiro de reis e Papas, escreveu vários livros e uma das orações mais formosas à Virgem. Era conhecido como “o caçador de almas e vocações” e “o oráculo da cristandade”.

São Bernardo de Claraval nasceu no castelo de Fontaine-les-Dijon, localizado na Borgonha (França), em 1090. Sua família pertencia à nobreza francesa, já que seu pai Tescelino era um dos cavaleiros do Duque de Borgonha e sua mãe Alice era filha de um poderoso senhor feudal chamado Bernardo de Montbard. Foi o terceiro de sete filhos.

Desde a infância, teve uma relação estreita com sua mãe, que durante sua gravidez teve uma visão sobre a vida do santo. Bernardo era muito sensível e reservado. Junto com seus irmãos, recebeu uma esmerada educação em história, literatura e latim.

Quando sua mãe morreu, o jovem voltou seus olhos para a Virgem Maria, por quem tinha uma forte devoção durante toda a sua vida. Compôs o “Lembrai-vos”, uma de suas mais belas orações marianas.

Durante sua juventude, desenvolveu uma personalidade alegre, inteligente, bondosa e carismática. Seu temperamento vigoroso o levou a se inclinar por atrações e amizades mundanas, mas no fundo sentia-se vazio e cansado.

Uma noite de Natal no ano de 1111, Bernardo adormeceu. Em seu sonho apareceu a Virgem levando o Menino Jesus em seus braços e o oferecia para que o amasse e o fizesse ser amado pelos demais. Desde então, decidiu se dedicar a Deus e alcançar a santidade.

Para combater as tentações carnais, revolvia-se em gelo. Em 1112, ingressou no mosteiro cisterciense de Citeaux, fundado por São Roberto, Santo Alberico e Santo Estêvão Harding, e era o primeiro lugar onde se praticava rigorosamente a regra de São Bento. Santo Estêvão, que era o prior, aceitou Bernardo com alegria, porque não recebiam vocações há 15 anos.

Com apenas 25 anos, foi enviado como superior para fundar, com outros doze monges, um novo mosteiro em Champagne, ao qual chamou Clairvaux (Claraval – que significa vale claro).

São Bernardo era dotado de uma incrível capacidade de persuasão e de fascinação. Levou muitas almas para a vida religiosa e, por isso, ganhou o apelido de “o caçador de almas e vocações”. As jovens tinham medo de que seus noivos falassem com o santo, porque Bernardo ia às universidades, aos povoados e aos campos para falar sobre as maravilhas e os benefícios da vida religiosa e acabava convencendo muitos.

Fundou cerca de 300 conventos e conseguiu que 900 homens professassem os votos. Um de seus discípulos, Bernardo de Pisa, chegou a se tornar Papa sob o nome Eugênio III.

Além de pertencer a uma família nobre, Bernardo pertenceu a uma família santa.

Sua mãe, a Beata Alice Montbard, foi uma mulher caritativa e entregue à vontade de Deus. Formou na fé cristã seus sete filhos e morreu rezando o terço. Seu pai, o Venerável Tescelino, perdoou um cavalheiro que o desafiou para um duelo e o feriu com sua lança. Ensinou a seus dois filhos mais velhos, o Beato Gerardo e o Beato Guy, a importância da misericórdia.

Quando São Bernardo manifestou diante de sua família sua decisão de se tornar religioso, a princípio se opuseram, mas o santo conseguiu convencê-los e levou consigo seus quatro irmãos mais velhos, o Beato Gerardo, o Beato Guy, o Beato Andrés e o Beato Bartolomeu, seu tio e 31 companheiros. Quando saiam, o Beato Nirvardo, o irmão mais novo, disse: “Ah! Como vocês vão ganhar o céu e me deixam aqui na terra? Não posso aceitar isso”. Anos mais tarde, o caçula da família se tornou um religioso.

Antes de ingressar no mosteiro, Bernardo conduziu seus familiares e amigos a uma fazenda para prepará-los espiritualmente. Tempos depois, seu pai Tescelino entrou no mosteiro de Citeaux.

A esposa do Beato Guy, Isabel, também se tornou monja com suas duas filhas. A irmã do santo, a Beata Humbelina, que ansiava pela vida religiosa graças aos conselhos de seu irmão, chegou a um acordo mútuo com seu marido, Guy de Marcy, de que ambos se consagrariam a Deus. Guy se foi com demais familiares. Humbelina fundou vários conventos e seu lema foi “Amar é servir”.

A fama de suas qualidades intelectuais e espirituais era tão grande que os príncipes e bispos o consultavam para os assuntos mais importantes e respeitavam suas opiniões e decisões. Chamavam-no “o oráculo da cristandade”.

Bernardo morreu no dia 21 de agosto de 1153, aos 73 anos, e tinha sido abade por 38. Foi canonizado em 1174 e proclamado Doutor da Igreja em 1830.

Fonte: https://www.acidigital.com


São João Eudes

19 de Agosto

São João Eudes

João Eudes nasceu em 14 de novembro de 1601, na Normandia, França. Era o primogênito dos seis filhos do casal Isaac e Marta. Desde menino, deu sinais de grande inclinação ao amor de Deus.

Aos 14 anos, João ingressou no colégio dos jesuítas de Caen. Seus pais desejavam que se casasse e seguisse trabalhando na granja da família. Mas João, que tinha feito voto de virgindade, recebeu as ordens menores em 1621 e estudou Teologia em Caen com a intenção de consagrar-se aos ministérios paroquiais.

Pouco depois ingressou na congregação do oratório, que tinha sido fundado em 1611. Depois de solicitar com grande dificuldade a permissão paterna, foi recebido em Paris pelo superior geral em 1623. A finalidade da congregação do oratório consistia em promover a perfeição sacerdotal. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo.

Em 1627, ocorreu na Normandia uma violenta epidemia de peste e João se ofereceu para assistir a seus compatriotas. O Pe. Eudes passou dois meses na assistência espiritual e material aos doentes. Depois, foi enviado ao oratório do Caen, onde permaneceu até que uma nova epidemia se desatou nessa cidade, em 1631. Para evitar o perigo de contagiar seus irmãos, João se separou deles e viveu no campo, onde recebia a comida do convento.

Passou os dez anos seguintes em missões evangelizadoras. São João Eudes se distinguiu entre todos os missionários. Assim que acabava de pregar, sentava-se para ouvir confissões, já que, segundo ele, “o pregador agita os ramos, mas o confessor é o que caça os pássaros”.

Uma das experiências que adquiriu durante seus anos de missionário, foi que as mulheres que tinham estado na prostituição e que tentavam se converter encontravam-se em uma situação particularmente difícil. Durante algum tempo, buscou resolver a dificuldade alojando-as provisoriamente nas casas das famílias piedosas, mas se deu conta de que esse remédio não era de todo adequado.

Assim, em 1671, São João Eudes alugou uma casa para as mulheres arrependidas, na qual podiam albergar-se, desde que encontrassem um emprego. Mais tarde, as religiosas que atendiam as mulheres arrependidas formaram a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, ordem que deu origem, no século XIX, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como as Irmãs do Bom Pastor.

Em 1643, depois de muito rezar, refletir e consultar, São João Eudes abandonou a congregação do oratório. A experiência lhe ensinou que o clero precisava se reformar dos fiéis e que a congregação só poderia conseguir seu fim mediante a fundação de seminários.

Decidiu formar uma associação de sacerdotes diocesanos, cujo objetivo principal seria a criação de seminários para a formação de um clero paroquial zeloso. A nova associação foi fundada no dia da Anunciação de 1643, em Caen, com o nome de “Congregação de Jesus e Maria”.

São João Eudes e seus cinco primeiros companheiros se consagraram à “Santíssima Trindade, que é o primeiro princípio e o último fim da santidade do sacerdócio”. O distintivo da congregação era o Coração de Jesus, no que estava incluído misticamente o de Maria; como símbolo do amor eterno de Jesus pelos homens.

Em 1671, publicou um livro intitulado “A Devoção ao Adorável Coração de Jesus”. Já antes, o santo tinha instituído em sua congregação uma festa do Santíssimo Coração da Maria. Em seu livro incluiu uma Missa e um ofício do Sagrado Coração de Jesus.

Em 31 de agosto de 1670, celebrou-se pela primeira vez a dita festa na capela do seminário de Rennes e logo se estendeu a outras Dioceses. Assim, embora São João Eudes não tenha sido o primeiro apóstolo da devoção ao Sagrado Coração em sua forma atual, foi ele “quem introduziu o culto do Sagrado Coração de Jesus e do Santo Coração da Maria”, como o disse Leão XIII em 1903. O decreto de beatificação acrescentava: “Foi o primeiro que, por divina inspiração lhes tributou um culto litúrgico”.

Clemente X publicou seis bulas nas que concedia indulgências às confrarias dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, instituídas nos seminários de São João Eudes.

Durante os últimos anos de sua vida, o santo escreveu seu tratado sobre “O Admirável Coração da Santíssima Mãe de Deus”; trabalhou na obra muito tempo e a terminou um mês antes de morrer, no dia 19 de agosto de 1680.

Foi canonizado em 1925 e sua festa foi incluída no calendário da Igreja do ocidente em 1928.

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