28 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira – Ano A

Cor: Verde

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1ª Leitura: Dn 2,31-45

 “O Deus do céu suscitará um reino que nunca será destruído,
antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos”.

Leitura da Profecia de Daniel:

Naqueles dias, disse Daniel a Nabucodonosor: 31 “Tu, ó rei, olhavas, e pareceu-te ver uma estátua grande, muito alta, erguida à tua frente, de aspecto aterrador. 32 A cabeça da estátua era de ouro fino, peito e braços eram de prata, ventre e coxas, de bronze; 33 sendo as pernas de ferro, e os pés, parte de ferro e parte de barro. 34 Estavas olhando, quando uma pedra, sem ser empurrada por ninguém, se desprendeu de algum lugar, e veio bater na estátua, em seus pés de ferro e barro, fazendo-os em pedaços; 35 então, a um só tempo, despedaçaram-se ferro, barro, bronze, prata e ouro, tudo ficando como a palha miúda das eiras, no verão, que o vento varre sem deixar vestígios; mas a pedra que atingira a estátua transformou-se num grande monte e encheu toda a terra. 36 Este foi o sonho; vou dar também a interpretação, ó rei, em tua presença. 37 Tu és um grande rei, e o Deus do céu te deu a realeza, o poder, a autoridade e a glória; 38 ele entregou em tuas mãos os filhos dos homens, os animais do campo e as aves do céu, onde quer que habitem, e te constituiu senhor de todos eles: tu és a cabeça de ouro. 39 Depois de ti, surgirá outro reino, que é inferior ao teu, e ainda um terceiro, que será de bronze, e dominará toda a terra. 40 O quarto reino será forte como o ferro; e assim como o ferro tudo esmaga e domina, do mesmo modo, à semelhança do ferro, ele esmagará e destruirá todos aqueles reinos. 41 Viste os pés e dedos dos pés, parte de barro e parte de ferro, porque o reino será dividido; terá a força do ferro, conforme viste o ferro misturado com barro cozido. 42 Viste também que os dedos dos pés eram parte de ferro e parte de barro, porque o reino em parte será sólido e em parte quebradiço. 43 Quanto ao ferro misturado com barro cozido, haverá decerto ligações por via de casamentos, mas sem coesão entre as partes, assim como o ferro não faz liga com o barro. 44 No tempo desses reinos, o Deus do céu suscitará um reino que nunca será destruído, um reino que não passará a outro povo; antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos, e ele permanecerá para sempre. 45 Quanto à pedra que, sem ser tocada por mãos, se desprendeu do monte e despedaçou o barro cozido, o ferro, o bronze, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que acontecerá depois, no futuro. O sonho é verdadeiro, e sua interpretação, fiel”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Dn 3, 57.58.59.60.61 (R. 59b)

R. Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

57Obras do Senhor, bendizei o Senhor, R.

58Céus do Senhor, bendizei o Senhor! R.

59 Anjos do Senhor, bendizei o Senhor! R.

60 Águas do alto céu, bendizei o Senhor! R.

61 Potências do Senhor, bendizei o Senhor! R.

Evangelho: Lc 21,5-11

 “Não ficará pedra sobre pedra”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 5 Algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6 ‘Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.’ 7 Mas eles perguntaram: ‘Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer? 8 Jesus respondeu: ‘Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ – e ainda: ‘O tempo está próximo.’ Não sigais essa gente! 9 Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim.’ 10 E Jesus continuou: ‘Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11 Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São Tiago de Marca 

28 de Novembro

São Tiago de Marca 

São Tiago de Marca nasceu em 1391, na aldeia de Marca de Antona, com o nome de Domingos. Muito inteligente, estudou Direito na Universidade de Perúgia, tendo iniciado sua vida profissional, como professor dos filhos de um rico senhor.

Quando este foi para Florença, a fim de ocupar um alto cargo na magistratura, Tiago o acompanhou, como seu auxiliar.

Foi neste emprego que Tiago teve oportunidade de entrar em contato com as realidades do mundo e encontrou seu verdadeiro caminho.

De início pensou em entrar para a Congregação dos Cartuxos, mas, quando voltava para sua cidade, a fim de resolver alguns problemas familiares, parou em Assis e, aí tomou a decisão de ingressar na Ordem dos Frades franciscanos Menores. Tinha ele então 22 anos de idade.

São Tiago de Marca dedicou toda sua vida à pregação de missões populares, chegando a percorrer, em 50 anos, grande parte da Europa.

Realizou também algumas missões delicadas que lhe foram confiadas por alguns Papas, mas não aceitou a indicação para bispo de Milão. Viveu uma vida de radical austeridade e deixou numerosos escritos.

Grande comunicador, ficava nos lugares apenas o tempo suficiente para cumprir sua missão, ora pregando, ora construindo mosteiros, ora restabelecendo a regra franciscana nos conventos já existentes.

Para combater a usura e avareza dos negociantes e mercadores desonestos que roubavam e oprimiam o povo com empréstimos a juros altíssimos, ele fundou, em algumas cidades, uma espécie de banco popular, com juros mínimos. São Tiago de Marca nutria uma verdadeira paixão pelos pobres e oprimidos, mas era severíssimo com os erros morais e éticos.

Seguindo os passos de São Bernardino de Sena, seu mestre, e das mãos de quem recebeu o hábito franciscano, foi um grande propagador da devoção ao Santíssimo Nome de Jesus. Morreu no dia 28 de novembro de 1476 e foi canonizado em 1726.

Hoje, nesse nosso mundo que não difere muito do mundo daquele tempo, São Tiago de Marca que soube tão bem conjugar oração e ação, nos lembra que é impossível viver uma fé desligada das realidades da vida.

Hoje, como ele o fez, somos convidados a trabalhar em favor de uma sociedade em que prevaleça a igualdade de direitos, a solidariedade e a justiça; a tomar posição firme em favor dos que vivem à mercê da ganância dos ricos e poderosos e a denunciar todo sistema econômico que privilegia o comércio e o lucro em vez do trabalho e do ser humano.

Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro


27 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira – Ano A

Cor: Verde

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1ª Leitura: Dn 1,1-6.8-20

 “Não se achou ninguém, dentre todos os presentes,
que se igualasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias.”

Início da Profecia de Daniel:

1 No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, avançou sobre Jerusalém e pôs-lhe cerco;  2 o Senhor entregou em suas mãos Joaquim, rei de Judá, e parte dos vasos da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Senaar, para o templo de seus deuses, depositando os vasos no tesouro dos deuses. 3 Então o rei ordenou ao chefe dos eunucos, Asfenez, para que trouxesse, dentre os filhos de Israel, alguns jovens de estirpe real ou de família nobre, 4 sem defeito físico e de boa aparência, preparados com boa educação, experientes em alguma ciência e instruídos, e que pudessem estar no palácio real, onde lhes deveriam ser ensinadas as letras e a língua dos caldeus. 5 O rei fixou-lhes uma ração diária da comida e do vinho de sua mesa, de tal modo que, assim alimentados e educados durante três anos, eles pudessem no fim entrar para o seu próprio serviço. 6 Havia, entre esses moços, filhos de Judá, Daniel, Ananias, Misael e Azarias. 8 Ora, Daniel decidiu secretamente não comer nem beber da mesa do rei por convicções religiosas, e pediu ao chefe dos eunucos que o deixasse abster-se para não se contaminar.
9 Deus concedera que Daniel obtivesse simpatia e benevolência por parte do mordomo. Este disse-lhe: “Tenho medo do rei, meu Senhor, que determinou alimentação e bebida para todos vós; 10 se vier a perceber em vós um aspecto mais abatido que o dos outros moços da vossa idade, estareis condenando minha cabeça perante o rei”. 11 Mas disse Daniel ao guarda que o chefe dos eunucos tinha designado para tomar conta dele, de Ananias, Misael e Azarias: 12 “Por favor, faze uma experiência com estes teus criados por dez dias, e nos sejam dados legumes para comer e água para beber; 13 e que à tua frente seja examinada nossa aparência e a dos jovens que comem da mesa do rei, e, conforme achares, assim resolverás com estes teus criados”. 14 O homem, depois de ouvir esta proposta, experimentou-os por dez dias. 15 Depois desses dez dias, eles apareceram com melhor aspecto e mais robustos do que todos os outros jovens que se alimentavam com a comida do rei. 16 O guarda, desde então, retirava a comida e bebida deles para dar-lhes legumes. 17 A esses quatro jovens Deus concedeu inteligência e conhecimento das letras e das ciências, e a Daniel, o dom da interpretação de todos os sonhos e visões. 18 Terminado, pois, o prazo que o rei tinha fixado para a apresentação dos jovens, foram estes trazidos à presença de Nabucodonosor pelo chefe dos eunucos. 19 Depois de o rei lhes ter falado, não se achou ninguém, dentre todos os presentes, que se igualasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias. E passaram à companhia do rei. 20 Em todas as questões de sabedoria e entendimento que lhes dirigisse, achava o rei neles dez vezes mais valor do que em todos os adivinhos e magos que haviam em todo o reino.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Dn 3, 52.53 e 54.55 e 56 (R. 52b)

R. A vós louvor, honra e glória eternamente!

52Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais.*
Sede bendito, nome santo e glorioso. R.

53 No templo santo onde refulge a vossa glória.  R.

54 E em vosso trono de poder vitorioso.  R.

55 Sede bendito, que sondais as profundezas*
e superior aos querubins vos assentais.  R.

56 Sede bendito no celeste firmamento.  R.

Evangelho: Lc 21,1-4

 “Viu também uma pobre viúva
que depositou duas pequenas moedas”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 1 Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo.
2 Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3 Diante disto, ele disse: ‘Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 4 Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

HOMILIA DO PAPA BENTO XVI

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

Domingo, 25 de Novembro de 2012

Senhores Cardeais,

Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,

Amados irmãos e irmãs!

A solenidade de Jesus Cristo Rei do universo, que hoje coroa o Ano Litúrgico, vê-se enriquecida com a recepção no Colégio Cardinalício de seis novos membros, que convidei, como é tradição, para concelebrar comigo a Eucaristia nesta manhã. A cada um deles dirijo a minha saudação mais cordial, agradecendo ao Cardeal James Michael Harvey as amáveis palavras que em nome de todos me dirigiu. Saúdo os outros Purpurados e todos os Prelados presentes, bem como as ilustres Autoridades, os Senhores Embaixadores, os sacerdotes, os religiosos e todos os fiéis, especialmente quantos vieram das dioceses que estão confiadas ao cuidado pastoral dos novos Cardeais.

Neste último domingo do Ano Litúrgico, a Igreja convida-nos a celebrar Jesus Cristo como Rei do universo; chama-nos a dirigir o olhar em direção ao futuro, ou melhor em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo. Estava com o Pai no início, quando o mundo foi criado, e manifestará plenamente o seu domínio no fim dos tempos, quando julgar todos os homens. As três leituras de hoje falam-nos desse reino. No texto evangélico que ouvimos, tirado do Evangelho de São João, Jesus encontra-Se numa situação humilhante – a de acusado – diante do poder romano. Foi preso, insultado, escarnecido, e agora os seus inimigos esperam obter a sua condenação ao suplício da cruz. Apresentaram-No a Pilatos como alguém que aspira ao poder político, como o pretenso rei dos judeus. O procurador romano faz a própria investigação e interroga Jesus: «Tu és rei dos judeus?» (Jo 18, 33). Na resposta a esta pergunta, Jesus esclarece a natureza do seu reino e da própria messianidade, que não é poder terreno, mas amor que serve; afirma que o seu reino de modo algum se confunde com qualquer reino político: «A minha realeza não é deste mundo (...) o meu reino não é de cá» (v. 36).

É claro que Jesus não tem nenhuma ambição política. Depois da multiplicação dos pães, o povo, entusiasmado com o milagre, queria pegar n’Ele e fazê-Lo rei, para derrubar o poder romano e assim estabelecer um novo reino político, que seria considerado como o reino de Deus tão esperado. Mas Jesus sabe que o reino de Deus é de género totalmente diverso; não se baseia sobre as armas e a violência. E é justamente a multiplicação dos pães que se torna, por um lado, sinal da sua messianidade, mas, por outro, assinala uma viragem decisiva na sua atividade: a partir daquele momento aparece cada vez mais claro o caminho para a Cruz; nesta, no supremo ato de amor, resplandecerá o reino prometido, o reino de Deus. Mas a multidão não entende, fica decepcionada, e Jesus retira-Se para o monte sozinho para rezar, para falar com o Pai (cf. Jo 6, 1-15). Na narração da Paixão, vemos como os próprios discípulos, apesar de terem partilhado a vida com Jesus e ouvido as suas palavras, pensavam num reino político, instaurado mesmo com o uso da força. No Getsêmani, Pedro desembainhara a sua espada e começou a combater, mas Jesus deteve-o (cf. Jo 18, 10-11); não quer ser defendido com as armas, mas deseja cumprir a vontade do Pai até ao fim e estabelecer o seu reino, não com as armas e a violência, mas com a aparente fragilidade do amor que dá a vida. O reino de Deus é um reino completamente diferente dos reinos terrenos.

Por isso, diante de um homem indefeso, frágil, humilhado como se apresenta Jesus, um homem de poder como Pilatos fica surpreendido – surpreendido, porque ouve falar de um reino, de servidores – e faz uma pergunta, a seu ver paradoxal: «Logo, Tu és rei!». Que tipo de rei pode ser um homem naquelas condições!? Mas Jesus responde afirmativamente: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz» (18, 37). Jesus fala de rei, de reino, referindo-Se não ao domínio mas à verdade. Pilatos não entende: poderá haver um poder que não se obtenha com meios humanos? Um poder que não corresponda à lógica do domínio e da força? Jesus veio para revelar e trazer uma nova realeza: a realeza de Deus. Veio para dar testemunho da verdade de um Deus que é amor (cf. 1 Jo 4, 8.16) e que deseja estabelecer um reino de justiça, de amor e de paz (cf. Prefácio). Quem está aberto ao amor, escuta este testemunho e acolhe-o com fé, para entrar no reino de Deus.

Encontramos esta perspectiva na primeira leitura que ouvimos. O profeta Daniel prediz o poder de um personagem misterioso colocado entre o céu e a terra: «Vi aproximar-se, sobre as nuvens do céu, um ser semelhante a um filho de homem. Avançou até ao Ancião, diante do qual o conduziram. Foram-lhe dadas as soberanias, a glória e a realeza. Todos os povos, todas as nações e as gentes de todas as línguas o serviram. O seu império é um império eterno que não passará jamais, e o seu reino nunca será destruído» (7, 13-14). São palavras que prevêem um rei que domina de mar a mar até aos confins da terra, com um poder absoluto, que nunca será destruído. Esta visão do profeta, uma visão messiânica, é esclarecida e realiza-se em Cristo: o poder do verdadeiro Messias – poder que não mais desaparece e nunca será destruído – não é o poder dos reinos da terra que surgem e caem, mas o poder da verdade e do amor. Assim entendemos como a realeza, anunciada por Jesus nas parábolas e revelada aberta e explicitamente diante do Procurador romano, é a realeza da verdade, a única que dá a todas as coisas a sua luz e grandeza.

Na segunda leitura, o autor do Apocalipse afirma que também nós participamos na realeza de Cristo. Na aclamação dirigida «Àquele que nos ama e nos purificou dos nossos pecados com o seu sangue», declara que Ele «fez de nós um reino, sacerdotes para Deus e seu Pai» (1, 5-6). Aqui está claro também que se trata de um reino fundado na relação com Deus, com a verdade, e não de um reino político. Com o seu sacrifício, Jesus abriu-nos a estrada para uma relação profunda com Deus: n’Ele tornamo-nos verdadeiros filhos adoptivos, participando assim da sua realeza sobre o mundo. Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus. Depois o autor do Apocalipse estende o olhar até à segunda vinda de Jesus – quando Ele voltar para julgar os homens e estabelecer para sempre o reino divino – e recorda-nos que a conversão, como resposta à graça divina, é a condição para a instauração desse reino (cf. 1, 7). É um vigoroso convite dirigido a todos e cada um: converter-se sem cessar ao reino de Deus, ao domínio de Deus, da Verdade, na nossa vida. Pedimo-lo diariamente na oração do «Pai nosso» com as palavras «Venha a nós o vosso reino», que equivale a dizer a Jesus: Senhor, fazei que sejamos vossos, vivei em nós, reuni a humanidade dispersa e atribulada, para que em Vós tudo se submeta ao Pai da misericórdia e do amor.

A vós, amados e venerados Irmãos Cardeais – penso de modo particular àqueles que foram criados ontem –, se confia esta responsabilidade impelente: dar testemunho do reino de Deus, da verdade. Isso significa fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes. Fazei-vos imitadores de Jesus, que diante de Pilatos, na situação humilhante descrita pelo Evangelho, manifestou a sua glória: a glória de amar até ao fim, dando a própria vida pelas pessoas amadas. Esta é a revelação do reino de Jesus. E por isso, com um só coração e uma só alma, rezemos: «Adveniat regnum tuum».

Amém.

Fonte: http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/homilies/2012/documents/hf_ben-xvi_hom_20121125_nuovi-cardinali.html


26 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

34º Domingo do Tempo Comum – Ano A
Solenidade: JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Cor: Branco ou dourado

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1ª Leitura: Ez 34, 11-12.15-17

 “Quanto a vós minhas ovelhas: farei justiça entre uma ovelha e outra”.

Leitura da Profecia de Ezequiel:

11 Assim diz o Senhor Deus: Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta deles. 12 Como o pastor toma conta do rebanho, de dia, quando se encontra no meio das ovelhas dispersas, assim vou cuidar de minhas ovelhas e vou resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersadas num dia de nuvens e escuridão. 15 Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e fazê-las repousar – oráculo do Senhor Deus – .
16 Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, e vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito. 17 Quanto a vós, minhas ovelhas – assim diz o Senhor Deus – eu farei justiça entre uma ovelha e outra, entre carneiros e bodes.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 22 (23), 1-2a.2b-3.5.6 (R. 1)

R. O Senhor é o pastor que me conduz;
não me falta coisa alguma.

2Pelos prados e campinas verdejantes *
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha, *
3e restaura as minhas forças.  R.

5 Preparais à minha frente uma mesa, *
bem à vista do inimigo,
e com óleo vós ungis minha cabeça; *
o meu cálice transborda.  R.

6 Felicidade e todo bem hão de seguir-me *
por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei *
pelos tempos infinitos.  R.

2ª Leitura: 1Cor 15, 20-26.28

 “Entregará a realeza a Deus-Pai, para que Deus seja tudo em todos”.

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Coríntios:

Irmãos: 20 Na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. 21 Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 22 Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23 Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24 A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 25 Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26 O último inimigo a ser destruído é a morte. 28 E, quando todas as coisas estiverem submetidas a ele, então o próprio Filho se submeterá àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Mt 25, 31-46

 “Assentar-se-á em seu trono glorioso e separará uns dos outros”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31 Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32 Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33 E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34 Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: `Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35 Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36 eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. 37 Então os justos lhe perguntarão: `Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? com sede e te demos de beber?38 Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos?
39 Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ 40 Então o Rei lhes responderá: `Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ 41 Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: `Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42 Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43 eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’. 44 E responderão também eles: `Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45 Então o Rei lhes responderá: `Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46 Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna’.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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25 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Sábado – Ano A

Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Mc 6, 1-13

 “Pelas iniquidades que pratiquei em Jerusalém,
com profunda angústia, vou morrer em terra estrangeira”.

Leitura do Primeiro Livro dos Macabeus

Naqueles dias: 1 O rei Antíoco estava percorrendo as províncias mais altas do seu império, quando ouviu dizer que Elimaida, na Pérsia, era uma cidade célebre por suas riquezas, sua prata e ouro, 2 e que seu templo era fabulosamente rico, contendo véus tecidos de ouro e couraças e armas ali deixadas por Alexandre, filho de Filipe, rei da Macedônia, que fora o primeiro a reinar entre os gregos. 3 Antíoco marchou para lá e tentou apoderar-se da cidade, para saqueá-la, mas não o conseguiu, pois seus habitantes haviam tomado conhecimento do seu plano 4 e levantaram-se em guerra contra ele. Obrigado a fugir, Antíoco afastou-se acabrunhado, e voltou para a Babilônia. 5 Estava ainda na Pérsia, quando vieram comunicar-lhe a derrota das tropas enviadas contra a Judeia. 6 O próprio Lísias, tendo sido o primeiro a partir de lá à frente de poderoso exército, tinha sido posto em fuga. E os judeus tinham-se reforçado em armas e soldados, graças aos abundantes despojos que tomaram dos exércitos vencidos. 7 Além disso, tinha derrubado a Abominação, que ele havia construído sobre o altar de Jerusalém. E tinham cercado o templo com altos muros, e ainda fortificado Betsur, uma das cidades do rei. 8 Ouvindo as notícias, o rei ficou espantado e muito agitado. Caiu de cama e adoeceu de tristeza, pois as coisas não tinham acontecido segundo o que ele esperava. 9 Ficou assim por muitos dias, recaindo sempre de novo numa profunda melancolia, e sentiu que ia morrer. 10 Chamou então todos os amigos e disse: ‘O sono fugiu de meus olhos e meu coração desfalece de angústia. Eu disse a mim mesmo: A que grau 11 de aflição cheguei e em que ondas enormes me debato! Eu, que era tão feliz e amado, quando era poderoso! 12 Lembro-me agora das iniqüidades que pratiquei em Jerusalém. Apoderei-me de todos os objetos de prata e ouro que lá se encontravam, e mandei exterminar sem motivo os habitantes de Judá. 13 Reconheço que é por causa disso que estas desgraças me atingiram, e com profunda angústia vou morrer em terra estrangeira’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 9,2-3. 4.6. 16.19 (R. Cf. 15a)

R. Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes!

2Senhor, de coração vos darei graças, *
as vossas maravilhas cantarei!
3Em vós exultarei de alegria, *
cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo!  R.

4 Voltaram para trás meus inimigos, *
perante a vossa face pereceram;
6 Repreendestes as nações, e os maus perdestes, *
apagastes o seu nome para sempre.  R.

16 Os maus caíram no buraco que cavaram, *
nos próprios laços foram presos os seus pés.
19 Mas o pobre não será sempre esquecido, *
nem é vã a esperança dos humildes.  R.

Evangelho: Lc 20,27-40

 “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 27 Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28 e lhe perguntaram: ‘Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. 29 Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30 Também o segundo 31 e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32 Por fim, morreu também a mulher. 33 Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela.’ 34 Jesus respondeu aos saduceus: ‘Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35 mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36 e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. 37 Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38 Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele.’  39 Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: ‘Mestre, tu falaste muito bem.’ 40 E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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24 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira – Ano A

Memória: SS. André Dung-Lac e Comps, mártires

Cor: Vermelha

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1ª Leitura: 1Mc 4,36-37.52-59

 “Celebraram a dedicação do altar, oferecendo com alegria holocaustos”.

Leitura do Primeiro Livro dos Macabeus:

36 Naqueles dias, Judas e seus irmãos disseram: ‘Nossos inimigos foram esmagados. Vamos purificar o lugar santo e reconsagrá-lo’. 37 Todo o exército então se reuniu e subiu ao monte Sião. 52 No vigésimo quinto dia do nono mês, chamado Casleu, do ano cento e quarenta e oito, levantaram-se ao romper da aurora, 53 e ofereceram um sacrifício conforme a Lei, sobre o novo altar dos holocaustos que haviam construído. 54 O altar foi novamente consagrado ao som de cânticos, acompanhados de cítaras, harpas e címbalos, na mesma época do ano e no mesmo dia em que os pagãos o haviam profanado. 55 Todo o povo prostrou-se com o rosto em terra para adorar e louvar a Deus que lhes tinha dado um feliz triunfo. 56 Durante oito dias celebraram a dedicação do altar, oferecendo com alegria holocaustos e sacrifícios de comunhão e de louvor. 57 Ornaram com coroas de ouro e pequenos escudos a fachada do templo. Reconstruíram as entradas e os alojamentos, nos quais colocaram portas. 58 Grande alegria tomou conta do povo, pois fora reparado o ultraje infligido pelos pagãos. 59 De comum acordo com os irmãos e toda a assembléia de Israel, Judas determinou que os dias da dedicação do altar fossem celebrados anualmente com alegres festejos, no tempo exato, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Salmo 1Cr 29,10. 11abc. 11d-12a. 12bcd (R. 13b)

R. Queremos celebrar o vosso nome glorioso.

10Bendito sejais vós, ó Senhor Deus, +
Senhor Deus de Israel, o nosso pai. *
desde sempre e por toda a eternidade! R.

11a A Vós pertencem a grandeza e o poder +
11b toda a glória, esplendor e majestade, *
11c pois tudo é vosso: o que há no céu e sobre a terra!  R.

11d A vós, Senhor, também pertence a realeza, +
pois sobre a terra, como rei, vos elevais! *
12a Toda glória e riqueza vêm de vós!  R.

12b Sois o Senhor e dominais o universo, +
12c em vossa mão se encontra a força e o poder, *
12d em vossa mão tudo se afirma e tudo cresce!  R.

Evangelho: Lc 19,45-48

 “Fizestes da casa de Deus um antro de ladrões”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo:
45 Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. 46 E disse: ‘Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões.’ 47 Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo.
48 Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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23 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira – Ano A

Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Mc 2,15-29

“Continuaremos seguindo a aliança de nossos pais”.

Leitura do Primeiro Livro dos Macabeus:

Naqueles dias, 15 os delegados do rei Antíoco, encarregados de obrigar os judeus à apostasia, chegaram à cidade de Modin para organizar os sacrifícios. 16 Muitos israelitas aproximaram-se deles, mas Matatias e seus filhos ficaram juntos, à parte.17 Tomando a palavra, os delegados do rei dirigiram-se a Matatias, dizendo: “Tu és um chefe de fama e prestígio na cidade, apoiado por filhos e irmãos. 18 Sê o primeiro a aproximar-te e executa a ordem do rei, como fizeram todas as nações, os homens de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Tu e teus filhos sereis contados entre os amigos do rei. E sereis honrados, tu e teus filhos, com prata e ouro e numerosos presentes”. 19 Com voz forte, Matatias respondeu: “Ainda que todas as nações, incorporadas no império do rei, passem a obedecer-lhe, abandonando a religião de seus antepassados e submetendo-se aos decretos reais, 20 eu, meus filhos e meus irmãos, continuaremos seguindo a aliança de nossos pais. 21 Deus nos guarde de abandonar sua Lei e seus mandamentos. 22 Não atenderemos às ordens do rei e não nos desviaremos de nossa religião nem para a direita nem para a esquerda”. 23 Mal ele concluiu estas palavras, um judeu adiantou-se à vista de todos para oferecer um sacrifício no altar de Modin segundo a determinação do rei. 24 Ao ver isso, Matatias inflamou-se de zelo e ficou profundamente indignado. Tomado de justa cólera, precipitou-se sobre o homem e matou-o sobre o altar. 25 Matou também o delegado do rei, que queria obrigar a sacrificar e destruiu o altar. 26 Ardia em zelo pela Lei, como Finéias havia feito com Zambri, filho de Salu. 27 E Matatias saiu gritando em alta voz pela cidade: “Quem tiver amor pela Lei e quiser conservar a aliança venha e siga-me!” 28 Então fugiram, ele e seus filhos, para as montanhas, abandonando tudo o que possuíam na cidade. 29 Também muitos, seguidores da justiça e do direito, desceram para o deserto e ali se estabeleceram.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 49 (50), 1-2.5-6.14-15 (R. 23b)

R. A todos que procedem retamente,
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

1Falou o Senhor Deus, chamou a terra, *
do sol nascente ao sol poente a convocou.
2De Sião, beleza plena, Deus refulge.  R.

5 ‘Reuni à minha frente os meus eleitos, *
que selaram a Aliança em sacrifícios!’
6 Testemunha o próprio céu seu julgamento, *
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.  R.

14 Imola a Deus um sacrifício de louvor *
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
15 Invoca-me no dia da angústia, *
e então te livrarei e hás de louvar-me’.  R.

Evangelho: Lc 19,41-44

 “Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 41 Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse:
42 ‘Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43 Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados.
44 Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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22 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira – Ano A

Memória: Santa Cecília, virgem e mártir

Cor: Vermelha

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1ª Leitura: 2Mc 7,1.20-31

 “O Criador do mundo vós dará de novo o espírito e a vida”.

Leitura do Segundo Livro dos Macabeus:

Naqueles dias, 1 aconteceu que foram presos sete irmãos, com sua mãe, aos quais o rei, por meio de golpes de chicote e de nervos de boi, quis obrigar a comer carne de porco, que lhes era proibida. 20 Mas especialmente admirável e digna de abençoada memória foi a mãe, que, num só dia, viu morrer sete filhos, e tudo suportou valorosamente por causa da esperança que depositou no Senhor. 21 Cheia de nobres sentimentos, ela exortava a cada um na língua de seus pais e, revestindo de coragem varonil sua alma de mulher, dizia-lhes: 22 “Não sei como aparecestes em minhas entranhas: não fui eu quem vos deu o espírito e a vida nem fui eu quem organizou os elementos dos vossos corpos. 23 Por isso, o Criador do mundo, que formou o homem na sua origem e preside à geração de todas as coisas, ele mesmo, na sua misericórdia, vos dará de novo o espírito e a vida, pois agora vos desprezais a vós mesmos, por amor às suas leis”.24 Antíoco julgou que ela o desprezasse e suspeitou que o estivesse insultando. Como o mais novo dos irmãos ainda estivesse vivo, o rei tentava persuadi-lo. E não só com palavras, mas também com juramento, prometeu fazê-lo rico e feliz, além de torná-lo seu amigo e confiar-lhe altas funções, contanto que abandonasse as leis de seus antepassados. 25 Vendo que o jovem não lhe prestava nenhuma atenção, o rei chamou a mãe e exortou-a a dar conselhos ao rapaz, para que salvasse a sua vida. 26 Como ele insistisse com muitas palavras, ela concordou em persuadir o filho. 27 Inclinou-se então para ele e, zombando do cruel tirano, assim falou na língua de seus pais: “Filho, tem compaixão de mim, que te trouxe nove meses em meu seio e por três anos te amamentei; que te criei e eduquei até a idade que tens, sempre cuidando do teu sustento. 28 Eu te peço, meu filho: contempla o céu e a terra e observa tudo o que neles existe. Reconhece que não foi de coisas existentes que Deus os fez, e que também o gênero humano surgiu da mesma forma. 29 Não tenhas medo desse carrasco. Pelo contrário, sê digno de teus irmãos e aceita a morte, a fim de que eu torne a receber-te com eles no tempo da misericórdia”. 30 Mal tinha ela acabado de falar, o jovem declarou: “Que esperais? Não obedecerei às ordens do rei, mas aos mandamentos da Lei dada aos nossos pais por Moisés. 31 E tu, que inventaste toda espécie de maldades contra os hebreus, não escaparás às mãos de Deus”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 16 (17), 1.5-6.8b-9a e 15 (R. 15b)

R. Ao despertar me saciará vossa presença, ó Senhor!

1Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, *
escutai-me e atendei o meu clamor!
Inclinai o vosso ouvido à minha prece, *
pois não existe falsidade nos meus lábios! R.

5 Os meus passos eu firmei na vossa estrada, *
e por isso os meus pés não vacilaram.
6 Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, *
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!  R.

8b Protegei-me qual dos olhos a pupila *
e guardai-me, à proteção de vossas asas,
15 Mas eu verei, justificado, a vossa face *
e ao despertar me saciará vossa presença.  R.

Evangelho: Lc 19,11-28

 “Porque tu não depositaste meu dinheiro no banco?”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 11 Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo. 12 Então Jesus disse: ‘Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. 13 Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um, e disse: ‘Procurai negociar até que eu volte’. 14 Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: ‘Nós não queremos que esse homem reine sobre nós’. 15 Mas o homem foi coroado rei e voltou. Mandou chamar os empregados, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber quanto cada um havia lucrado. 16 O primeiro chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais.’ 17 O homem disse: ‘Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades’. 18 O segundo chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais’. 19 O homem disse também a este: ‘Recebe tu também o governo de cinco cidades’. 20 Chegou o outro empregado e disse: ‘Senhor, aqui estão as tuas cem moedas que guardei num lenço, 21 pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste’. 22 O homem disse: ‘Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Tu sabias que eu sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei. 23 Então, porque tu não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros’. 24 Depois disse aos que estavam aí presentes: ‘Tirai dele as cem moedas e dai-as àquele que tem mil’. 25 Os presentes disseram: ‘Senhor, esse já tem mil moedas!’ 26 Ele respondeu: ‘Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. 27 E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente’.’ 28 Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA. TERÇA-FEIRA

– O exemplo de Eleazar.

 

O REINADO DE ANTÍOCO, desencadeou-se uma fortíssima perseguição contra Israel. O Templo foi profanado e introduziu-se nele o culto aos deuses gregos. Proibiu-se a celebração do sábado, e todos os meses os judeus eram obrigados a celebrar o aniversário do rei participando dos sacrifícios que se realizavam e comendo as carnes que se imolavam.

Eleazar, um venerável ancião de noventa anos, manteve-se fiel à fé dos seus pais e preferiu morrer a participar desses sacrifícios. Antigos amigos quiseram trazer-lhe alimentos permitidos para simular que tinha comido carnes sacrificadas, conforme a ordem do rei. Fazendo isso – diziam-lhe –, livrar-se-ia da morte. Mas Eleazar manteve-se fiel à vida exemplar que tinha levado desde criança: Não é digno da minha idade – dizia-lhes – usar de uma tal ficção. Dela poderá resultar que muitos jovens, julgando que Eleazar, aos noventa anos, passou para a vida dos pagãos, venham também eles a cair em erro por causa desse meu fingimento e para conservar um pequeno resto de uma vida corruptível; com isso atrairia a vergonha e a execração sobre a minha velhice. E ainda que me livrasse presentemente dos suplícios dos homens, não poderia fugir à mão do Todo-Poderoso nem na vida nem depois da morte.

Eleazar foi arrastado ao suplício e, estando a ponto de morrer, exclamou: Senhor, tu que tens a ciência santa, sabes bem que, podendo eu livrar-me da morte, sofro no meu corpo dores acerbas; mas sinto na alma alegria em padecê-las pelo temor que te tenho. O autor sagrado registra a exemplaridade da sua morte não só para os jovens, mas para toda a nação. Este relato1 recorda-nos a fidelidade sem fissuras aos compromissos contraídos em relação à fé, para que sejamos leais ao Senhor também quando talvez fosse mais fácil entrarmos em concessões pela pressão de um ambiente pagão hostil ou por alguma circunstância difícil em que nos encontremos.

São João Crisóstomo chama a Eleazar “protomártir do Antigo Testamento”2. A sua atitude gozosa no martírio é como um prelúdio daquela alegria que Jesus preconizou aos que seriam perseguidos por causa do seu nome3. É o júbilo que o Senhor nos faz experimentar quando, por sermos fiéis à fé e à nossa vocação, temos de enfrentar contrariedades.

– Obstáculos à fidelidade.

OS PRIMEIROS CRISTÃOS eram designados freqüentemente como fiéis4.

O termo nasceu em momentos de dificuldades externas, de perseguições, de calúnias e de pressão de um ambiente pagão que procurava impor a sua maneira de pensar e de viver, muito oposta à doutrina do Mestre. Ser fiel era manter-se firme ante esses obstáculos externos. Sê fiel até à morte – lê-se no Apocalipse –, e eu te darei a coroa da vida5. Já antes o Apóstolo advertia: Não temas nada do que terás que sofrer. Eis que o demônio fará encarcerar alguns de vós, a fim de serdes provados; e tereis tribulação durante dez dias.

Isso é a vida: dez dias, um pouco de tempo. Como não havemos de permanecer fiéis se sofremos alguma contradição, muitas vezes pequena? Acabaremos por envergonhar-nos da nossa fé, que tem conseqüências práticas no modo de atuar, só porque talvez alguns nos mostrem a sua discordância? “É fácil – recordava o Papa João Paulo II – ser coerente por um dia ou por alguns dias. Difícil e importante é ser coerente toda a vida. É fácil ser coerente no momento da exaltação, difícil sê-lo à hora da tribulação. E só pode chamar-se fidelidade a uma coerência que dura toda a vida”6.

Às vezes, os obstáculos não são externos, mas interiores. A soberba é o principal deles, e, com ela, a tibieza, que nos faz perder o impulso e a alegria no seguimento de Cristo. Noutros casos, a escuridão da alma surge como conseqüência da falta de vontade e da ausência de luta, ou porque Deus a permite para nos purificar. Seja qual for a causa dessas trevas, a fidelidade consistirá muitas vezes na humildade de sermos dóceis aos conselhos recebidos na direção espiritual, em mantermos um diálogo vivo com o Senhor, em permanecermos num relacionamento diário com Ele, ainda que não sintamos nenhuma alegria sensível ao fazê-lo.

“Ficaram muito gravados na minha cabeça de criança – conta o Beato Josemaría Escrivá – aqueles sinais que, nas montanhas da minha terra, se colocavam à borda dos caminhos; chamaram-me a atenção uns paus altos, geralmente pintados de vermelho. Explicaram-me então que, quando a neve cai e cobre caminhos, sementeiras e pastos, bosques, penhascos e barrancos, essas estacas sobressaem como ponto de referência seguro, para que toda a gente saiba sempre por onde segue o caminho.

“Na vida interior, passa-se algo parecido. Há primaveras e verões, mas também chegam os invernos, dias sem sol e noites órfãs de lua. Não podemos permitir que a relação com Jesus Cristo dependa do nosso estado de humor, das alterações do nosso caráter. Essas atitudes delatam egoísmo, comodismo, e evidentemente não se compadecem com o amor.

“Por isso, nos momentos de nevasca e vendaval, umas práticas piedosas sólidas – nada sentimentais –, bem arraigadas e adaptadas às circunstâncias próprias de cada um, serão como essas estacas pintadas de vermelho, que continuam a marcar-nos o rumo, até que o Senhor decida que o sol brilhe de novo, os gelos se derretam e o coração torne a vibrar, aceso com um fogo que na realidade nunca esteve apagado: foi apenas o rescaldo oculto pela cinza de uns tempos de prova, ou de menos empenho, ou de pouco sacrifício”7.

– Lealdade à palavra dada e aos compromissos adquiridos.

A LEALDADE DE ELEAZAR à fé dos seus pais serviu, além disso, para que muitas outras pessoas permanecessem firmes nas suas crenças e costumes. A fidelidade de um homem nunca fica isolada. São muitos os que, talvez sem o saberem expressamente, se apóiam nela. Uma das grandes alegrias que o Senhor nos fará experimentar um dia será podermos contemplar todos aqueles que permaneceram firmes na sua fé e na sua vocação por se terem apoiado na nossa sólida coerência.

A virtude humana correspondente à fidelidade é a lealdade, essencial à convivência entre os homens. Sem um clima de lealdade, as relações e os vínculos humanos degenerariam quando muito numa mera coexistência, com o seu cortejo inexorável de insegurança e desconfiança. A vida propriamente social não seria possível se não se desse “aquela observância dos pactos sem a qual não é possível uma tranqüila convivência entre os povos”8, feita de confiança mútua, de honestidade, de sinceridade recíproca.

Não é infreqüente que na sociedade, na empresa, nos negócios..., nem sequer se ouça falar de lealdade. A mentira e a manipulação da verdade são mais uma arma que alguns utilizam com a maior desfaçatez nos meios de opinião pública, na política, nos negócios... Muitas vezes, sente-se a falta de honradez no cumprimento da palavra dada e nos compromissos livemente adquiridos. Infelizmente, vai-se mais longe: comenta-se a infidelidade conjugal como se os compromissos adquiridos diante de Deus e diante dos homens não tivessem valor algum. São coisas da vida privada, dizem; portanto, respeitemo-las. Outros, desejando aumentar as suas posses ou satisfazer os seus desejos desordenados de subir na escala social, deixam de cumprir os seus deveres familiares, sociais ou profissionais, traindo os mais nobres e santos compromissos.

Urge que nós, os cristãos – luz do mundo e sal da terra –, procuremos ser exemplo de fidelidade e de lealdade aos compromissos adquiridos. Santo Agostinho recordava aos cristãos do seu tempo: “O marido deve ser fiel à mulher, a mulher ao marido, e ambos a Deus. E os que prometestes continência, deveis cumprir o prometido, já que não vo-lo seria exigido se não o tivésseis prometido [...]. Guardai-vos de fazer trapaças nos vossos negócios. Guardai-vos da mentira e do perjúrio”9. São palavras que conservam plena atualidade.

Perseverando, com a ajuda do Senhor, nas coisas pequenas de cada dia, conseguiremos ouvir no fim da nossa vida, com imensa felicidade, aquelas palavras do Senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel em poucas coisas, dar-te-ei a intendência de muitas; entra no gozo do teu Senhor10.

(1) Mac 6, 18-31; Primeira leitura da Missa da terça-feira da trigésima terceira semana do Tempo Comum, ano I; (2) São João Crisóstomo, Homilia 3 sobre os santos Macabeus; (3) cfr. Mt 5, 12; (4) At 10, 45; 2 Cor 6, 15; Ef 1, 1; (5) Apoc 2, 10; (6) João Paulo II, Homilia, 27.01.79; (7) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 151; (8) Pio XII, Alocução, 24.12.40, 26; (9) Santo Agostinho, Sermão 260; (10) Mt 25, 21-23.

 

Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal.