05 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

1ª Semana do Advento – Terça-feira – Ano B

Cor: Roxa

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1ª Leitura: Is 11, 1-10

 “Julgará os humildes com justiça.”

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

Naqueles dias: 1 Nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor; 2 sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; 3 no temor do Senhor encontra ele seu prazer. Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer; 4 mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios. 5 Cingirá a cintura com a correia da justiça e as costas com a faixa da fidelidade. 6 O lobo e o cordeiro viverão juntos e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos e até mesmo uma criança poderá tangê-los. 7 A vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias descansam juntas; o leão comerá palha como o boi; 8 a criança de peito vai brincar em cima do buraco da cobra venenosa; e o menino desmamado não temerá pôr a mão na toca da serpente. 9 Não haverá danos nem mortes por todo o meu santo monte: a terra estará tão repleta do saber do Senhor quanto as águas que cobrem o mar. 10 Naquele dia, a raiz de Jessé se erguerá como um sinal entre os povos; hão de buscá-la as nações, e gloriosa será a sua morada.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 71 (72), 1-2.7-8.12-13.17 (R. cf. 7)

R. Nos seus dias a justiça florirá
e paz em abundância, para sempre.

1Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus,*
vossa justiça ao descendente da realeza!
2Com justiça ele governe o vosso povo,*
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.  R.

7 Nos seus dias a justiça florirá*
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
8 De mar a mar estenderá o seu domínio,*
e desde o rio até os confins de toda a terra!  R.

12 Libertará o indigente que suplica,*
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
13 Terá pena do indigente e do infeliz,*
e a vida dos humildes salvará.  R.

17 Seja bendito o seu nome para sempre!*
E que dure como o sol sua memória!
Todos os povos serão nele abençoados,*
todas as gentes cantarão o seu louvor!  R.

Evangelho: Lc 10, 21-24

 “Jesus exulta no Espírito Santo.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

21 Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.’ 23 Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: ‘Felizes os olhos que vêem o que vós vedes! 24 Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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04 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

1ª Semana do Advento – Segunda-feira – Ano B

Cor: Roxa

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1ª Leitura: Is 4, 2-6

 “Haverá grande alegria para os sobreviventes de Israel”.

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

2 Naquele dia, o povo do Senhor terá esplendor e glória, e o fruto da terra será de grande alegria para os sobreviventes de Israel. 3 Então, os que forem deixados em Sião, os sobreviventes de Jerusalém, serão chamados santos, a saber, todos os destinados à vida em Jerusalém. 4 Quando o Senhor tiver lavado as imundícies das filhas de Sião, e limpado as manchas de sangue dentro de Jerusalém, com espírito de justiça e de purificação, 5 ele criará em todo lugar do monte Sião e em suas assembleias uma nuvem durante o dia, e fumaça e clarão de chamas durante a noite: e será proteção para toda a sua glória,  6 uma tenda para dar sombra contra o calor do dia, abrigo e refúgio contra a ventania e a chuva.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 121 (122), 1-2. 3-4a. (4b-5. 6-7) 8-9 (R. 1)

 R. Que alegria, quando me disseram: ‘Vamos à casa Senhor!

1 Que alegria, quando ouvi que me disseram:*
‘Vamos à casa do Senhor!’
2 E agora nossos pés já se detêm,*
Jerusalém, em tuas portas.  R. 

3 Jerusalém,cidade bem edificada *
num conjunto harmonioso;
4a para lá sobem as tribos de Israel,*
as tribos do Senhor.  R. 

4b Para louvar, segundo a lei de Israel,*
o nome do Senhor.
5 A sede da justiça lá está *
e o trono de Davi.  R. 

Evangelho: Mt 8,5-11

 “Muitos virão do Oriente e do Ocidente para o Reino do Céu”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo:  5 Quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6 ‘Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia.’ 7 Jesus respondeu: ‘Vou curá-lo.’ 8 O oficial disse: ‘Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9 Pois eu também sou subordinado e tenho soldados debaixo de minhas ordens. E digo a um : ‘Vai!’, e ele vai; e a outro: ‘Vem!’, e ele vem; e digo ao meu escravo: ‘Faze isto!’, e ele faz.’10 Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: ‘Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11 Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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03 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

1º Domingo do Advento – Ano B

Cor: Roxa

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1ª Leitura: Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7

 “Ah! se rompesses os céus e descesses!”.

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

16b Senhor, tu és nosso Pai, nosso redentor; eterno é o teu nome. 17 Como nos deixaste andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor? Por amor de teus servos, das tribos de tua herança, volta atrás. 19b Ah! se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti. 64,2b Desceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti. 3 Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam. 4 Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos. Tu te irritaste, porque nós pecamos; é nos caminhos de outrora que seremos salvos. 5 Todos nós nos tornamos imundície, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento. 6 Não há quem invoque teu nome, quem se levante para encontrar-se contigo, escondeste de nós tua face e nos entregaste à mercê da nossa maldade. 7 Assim mesmo, Senhor, tu és nosso pai, nós somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 79 (80), 2ac e 3b. 15-16.18-19 (R. 4)

R. Iluminai a vossa face sobre nós,
convertei-nos, para que sejamos salvos!

2aAo Pastor de Israel, prestai ouvidos.
2cVós que sobre os querubins vos assentais,*
aparecei cheio de glória e esplendor!
3b Despertai vosso poder, ó nosso Deus*
e vinde logo nos trazer a salvação!  R.

15 Voltai-vos para nós, Deus do universo!
Olhai dos altos céus e observai.*
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
16 Foi a vossa mão direita que a plantou;*
protegei-a, e ao rebento que firmastes!  R.

18 Pousai a mão por sobre o vosso Protegido,*
o filho do homem que escolhestes para vós!
19 E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!*
Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!  R.

2ª Leitura: 1Cor 1, 3-9

 “Esperamos a revelação de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Coríntios

Irmãos: 3 Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 4 Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: 5 Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, 6 à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós. 7 Assim, não tendes falta de nenhum dom, vós que aguardais a revelação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 8 É ele também que vos dará perseverança em vosso procedimento irrepreensível, até ao fim, até ao dia de nosso Senhor, Jesus Cristo. 9 Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Mc 13, 33-37

 “Vigiai: não sabeis quando o dono da casa vem”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 33 Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. 34 É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. 35 Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36 Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. 37 O que vos digo, digo a todos: Vigiai!’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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02 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Sábado –  Ano A

Cor: Verde

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1ª Leitura: Dn 7,15-27

 “Seja dado o reino e o poder ao povo dos santos do Altíssimo”.

Leitura da Profecia de Daniel:

15 “Fiquei chocado em meu íntimo: eu, Daniel, fiquei aterrorizado com estas coisas, e as visões da imaginação me deixaram perturbado. 16 Aproximei-me de um dos presentes e pedi-lhe que me desse explicações sobre o significado de tudo aquilo. Respondeu-me, fazendo-me conhecer a interpretação das coisas: 17 ‘Estes quatro possantes animais são quatro reinos que surgirão na terra; 18 mas os que receberão o reino são os santos do Altíssimo; eles ficarão de posse do reino por todos os séculos, eternamente’.
19 Depois, quis ser mais bem informado a respeito do quarto animal, que era bastante diferente dos outros e o mais terrível de todos, com seus dentes de ferro e garras de bronze, sempre devorando e triturando, e calcando aos pés o que restava; 20 e ainda a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e sobre o outro que nascera e fizera cair outros três, sobre o chifre que tinha olhos e boca, e que fazia ouvir uma fala forte, e era maior que os outros. 21 Eu continuava a olhar, e eis que este chifre combatia com os santos e vencia,
22 até que veio o Ancião de muitos dias e fez justiça aos santos do Altíssimo, e chegou o tempo para os santos entrarem na posse do reino. 23Respondeu-me assim: ‘O quarto animal é um quarto reino que surgirá na terra, e que será maior do que todos os outros reinos; há de devorar a terra inteira, espezinhá-la e esmagá-la. 24 Quanto aos dez chifres do reino, serão dez reis; um outro surgirá depois deles, e este será mais poderoso do que seus antecessores, e abaterá os três reis, 25 e articulará insolências contra o Altíssimo e perseguirá seus santos e se julgará em condições de mudar os tempos e a lei; os santos serão entregues ao seu arbítrio por um tempo, por tempos e por um meio-tempo; 26 o tribunal se estabelecerá, e ao chifre será tirado o poder, até ser destruído e desaparecer para sempre; 27 e então, que seja dado o reino, o poder e a grandeza dos reinos que existem sob o céu ao povo dos santos do Altíssimo, cujo reino é um reino eterno, e a quem todos os reis servirão e prestarão obediência”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Dn 3, 82.83.84.85.86.87(R. 59b)

R. Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!

82Filhos dos homens, bendizei o Senhor! R.

83 Filhos de Israel, bendizei o Senhor!  R.

84 Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor!  R.

85 Servos do Senhor, bendizei o Senhor!  R.

86 almas dos justos, bendizei o Senhor!  R.

87 Santos e humildes, bendizei o Senhor!  R.

Evangelho: Lc 21,34-36

 “Ficai atentos a fim de terdes força
para escapar de tudo o que deve acontecer”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 34 Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35 pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. 36 Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Tempo Comum, trigésima quarta semana. Sábado

– O desejo de alcançar o Céu.

E MOSTROU-ME UM RIO de água viva, claro como cristal, que saía do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da praça e de um lado e do outro do rio, estava a árvore da vida, que dava doze frutos, cada um no seu mês [...]. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão a sua face; e trarão o seu nome gravado sobre as suas frontes1. A Sagrada Escritura acaba onde começou: no Paraíso. E as leituras deste último dia do ano litúrgico indicam-nos o fim do nosso caminhar aqui na terra: a Casa do Pai, nossa morada definitiva.

Mediante símbolos, o Apocalipse revela-nos a realidade da vida eterna, na qual serão satisfeitos os anelos do homem: a visão de Deus e a felicidade sem fim. São João descreve-nos nesta Leitura o que hão de encontrar aqueles que foram fiéis nesta vida: a água é o símbolo do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho e é representado por um rio que brota do trono de Deus e do Cordeiro. O nome de Deus na fronte dos eleitos significa que eles pertencem a Deus2. No Céu já não haverá noite: não haverá necessidade de luz da lâmpada, nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará, e eles reinarão pelos séculos dos séculos3.

A morte dos filhos de Deus será somente um passo prévio, a condição indispensável para se reunirem com seu Pai-Deus e permanecerem com Ele por toda a eternidade. Junto dEle, já não haverá noite. À medida que formos crescendo no sentido da filiação divina, perderemos o medo à morte, porque iremos sentindo cada vez mais intensamente o desejo de encontrar-nos com o nosso Pai, que nos espera. Esta vida é somente um caminho para Ele; “por isso, é necessário viver e trabalhar no tempo abrigando no coração a nostalgia do Céu”4.

Muitos homens, no entanto, não têm no coração esta “nostalgia do Céu”, porque se consideram satisfeitos com a sua prosperidade e conforto material e sentem-se como se estivessem em casa própria e definitiva, esquecendo que não temos aqui morada permanente5 e que o nosso coração foi feito para os bens eternos. Encolheram o coração e encheram-no de coisas de pouco valor, que terão que deixar em breve.

Nós, os cristãos, amamos a vida e tudo o que nela encontramos de nobre: amizade, trabalho, alegria, amor humano. Não podemos, pois, surpreender-nos se, no momento em que tivermos que deixar este mundo, viermos a experimentar um certo temor e desassossego, pois o corpo e a alma foram criados por Deus para estarem unidos e a única experiência que temos é a deste mundo. No entanto, a fé dar-nos-á o consolo inefável de saber que a vida não é tirada, mas transformada; e, desfeito o nosso corpo terreno, é-nos dada no céu uma morada eterna6. Espera-nos a Vida.

Os filhos de Deus ficarão maravilhados ao verem na glória todas as perfeições de seu Pai, das quais tiveram apenas uma antecipação na terra. E sentir-se-ão plenamente em casa, na sua morada definitiva, no seio da Santíssima Trindade7.

Por isso, podemos exclamar: “Mas se nós não morremos! Mudamos de casa e nada mais. Com a fé e o amor, nós os cristãos temos esta esperança; uma esperança certa. A morte não é mais do que um até logo. Deveríamos morrer despedindo-nos assim: até logo!”8

– A “divinização” da alma, das suas potências e do corpo glorioso.

OS SANTOS do Deus altíssimo receberão o reino e entrarão na sua posse por todos os séculos dos séculos9.

No Céu, tudo nos há de parecer inteiramente jovem e novo, de uma novidade tão impressionante que o antigo universo terá desaparecido como um livro que se enrola10. No entanto, não sentiremos estranheza. O Céu será a morada que mesmo o coração mais depravado sempre desejou no âmago do seu ser. Será a nova comunidade dos filhos de Deus, que terão alcançado por fim a plenitude da sua adoção. Estaremos com novos corações e vontades novas, com os nossos corpos transfigurados depois da ressurreição.

E esta felicidade em Deus não excluirá as relações pessoais genuínas. “No Céu há lugar para todos os amores humanos verdadeiros, autenticamente pessoais: o amor dos esposos, o amor entre pais e filhos, a amizade, o parentesco, a nobre camaradagem... Vamos todos caminhando pela vida e, à medida que os anos passam, são cada vez mais numerosos os seres queridos que nos esperam do outro lado da barreira da morte. Esta converte-se numa realidade menos temerosa, até alegre, quando vamos sendo capazes de perceber que é a porta do nosso verdadeiro lar, onde nos esperam aqueles que nos precederam marcados com o sinal da fé. O nosso lar comum não é um túmulo frio; é o seio de Deus”11.

Custa-nos imaginar o que será a nossa vida no Céu, em companhia do nosso Pai-Deus, porque nesta vida os pontos de referência que podemos achar são de uma pobreza desoladora. O Antigo Testamento descreve a vida no Céu evocando a terra prometida, onde não haverá sede e cansaço, mas superabundância de bens. Não padecerão fome, nem terão sede, e não os afligirão o calor nem o sol, porque Aquele que tem compaixão deles os governará e os levará às fontes das águas12. Jesus, em quem a Revelação chega à plenitude, insiste repetidas vezes nesta felicidade perfeita e interminável. A sua mensagem é de alegria e de esperança neste mundo e naquele que está por vir.

A alma e as suas potências, bem como o corpo depois da ressurreição, ficarão como que divinizados, sem que isso suprima a diferença infinita entre a criatura e o seu Criador.

Além de contemplarem a Deus tal como é em si mesmo, os bem-aventurados conhecem em Deus, de modo perfeitíssimo, as criaturas especialmente relacionadas com eles, e deste conhecimento obtêm também uma alegria imensa. São Tomás afirma que os bem-aventurados conhecem em Cristo tudo o que diz respeito à beleza e à integridade do mundo enquanto parte do universo. Por serem membros da comunidade humana, conhecem também tudo o que foi objeto do seu carinho ou interesse na terra. E, como criaturas elevadas à ordem da graça, têm um conhecimento claro das verdades da fé relativas à salvação: a encarnação do Senhor, a maternidade divina de Maria, a Igreja, a graça e os sacramentos13.

“Pensa como é grato a Deus Nosso Senhor o incenso que se queima em sua honra; pensa também quão pouco valem as coisas da terra que, mal começam, já acabam...

Pelo contrário, um grande Amor te espera no Céu: sem traições, sem enganos: todo o amor, toda a beleza, toda a grandeza, toda a ciência...! E sem enjoar: saciar-te-á sem saciar”14.

– A glória acidental.

NO CÉU, veremos a Deus e nEle teremos uma felicidade infinita, conforme a santidade e os méritos adquiridos nesta terra. Mas a misericórdia de Deus é tão grande, é tanta a sua generosidade, que quis que os seus eleitos encontrassem também no Céu um novo motivo de felicidade nos legítimos bens criados a que o homem aspira; é o que os teólogos chamam glória acidental.

Incluem-se nesta bem-aventurança a companhia de Jesus Cristo, a quem veremos glorioso e que reconheceremos depois de tantos momentos de conversa com Ele na nossa oração, depois de tantas Comunhões..., a companhia da Virgem Maria, nossa Mãe, de São José, dos Anjos – em particular do nosso Anjo da Guarda – e de todos os santos. Experimentaremos uma especial alegria ao encontrarmos aqueles que mais amamos na terra: pais, irmãos, parentes, amigos..., pessoas que influíram de uma maneira decisiva na nossa salvação...

Além disso, como cada homem, cada mulher, conserva a sua própria individualidade e as suas faculdades intelectuais, também seremos capazes de adquirir outros conhecimentos, servindo-nos das nossas potências15. Por isso, será motivo de alegria a chegada de novas almas ao Céu, o progresso espiritual das pessoas queridas que ficaram na terra, o fruto dos nossos trabalhos apostólicos ao longo da vida, a fecundidade sobrenatural das contrariedades e dificuldades enfrentadas no serviço ao Mestre... Esta glória acidental irá aumentando até o dia do Juízo final16. E depois do Juízo universal, acrescentar-se-á a tudo isso a posse do nosso corpo, ressuscitado e glorioso.

É bom e necessário fomentar a esperança do Céu: consola-nos nos momentos mais duros e ajuda-nos a manter firme a virtude da fidelidade. É tanto o que nos espera dentro de pouco tempo que se entendem muito bem as contínuas advertências do Senhor para que permaneçamos vigilantes e não nos deixemos envolver pelos assuntos da terra de tal maneira que esqueçamos os do Céu. No Evangelho da Missa17, o último do ano litúrgico, Jesus diz-nos: Velai, pois, para que não suceda que os vossos corações se embotem pelos excessos do comer e do beber, e pelos cuidados desta vida, e para que aquele dia não vos apanhe de surpresa... Vigiai, pois..., para que possais manter-vos de pé diante do Filho do homem.

Pensemos com freqüência nestas outras palavras do Senhor: Vou preparar-vos um lugar18. No Céu, temos a nossa casa definitiva, muito perto de Jesus e de sua Mãe Santíssima. Aqui estamos só de passagem. “E quando chegar o momento de rendermos a nossa alma a Deus, não teremos medo da morte. A morte será para nós uma mudança de casa. Virá quando Deus quiser, mas será uma libertação, o princípio da Vida com maiúscula. Vita mutatur, non tollitur (Prefácio I de defuntos) [...]. A vida não nos é tirada, mas transformada. Começaremos a viver de um modo novo, muito unidos à Santíssima Virgem, para adorar eternamente a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, que é o prêmio que nos está reservado”19.

Amanhã começa o Advento, o tempo da espera e da esperança. Esperemos Jesus permanecendo muito perto de Maria.

(1) Apoc 22, 1-6; Primeira leitura da Missa do sábado da trigésima quarta semana do Tempo Comum, ano II; (2) cfr. Sagrada Bíblia, vol. XII, Apocalipse; (3) Apoc 22, 5; (4) João Paulo II, Alocução, 22.10.85; (5) Hebr 13, 14; (6) Missal Romano, Prefácio de defuntos; (7) cfr. B. Perquin, Abba, Padre, pág. 343; (8) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, em Folha informativa, n. I, pág. 5; (9) Dan 7, 18; Primeira leitura do sábado da trigésima quarta semana do Tempo Comum, ano I; (10) Apoc 6, 14; (11) Camilo Lopez-Pardo, Sobre la vida y la muerte, Rialp, Madrid, 1973, pág. 358; (12) Is 49, 10; (13) cfr. São Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 89, a. 8; (14) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Forja, n. 995; (15) cfr. São Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 89, ad 1, ad 3, aa. 5 e 6; III, q. 67, a. 2; (16) cfr. Catecismo Romano, I, 13, n. 8; (17) Lc 21, 34-36; (18) Jo 14, 2; (19) Alvaro del Portillo, Homilia, 15.08.89, em Romana, n. 9, 7.12.89, pág. 243.

 

Fonte: Livro "Falar com Deus"de Francisco Fernández Carvajal

 

01 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira – Ano A

Cor: Verde

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1ª Leitura: Dn 7,2-14

 “Eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem”.

Leitura da Profecia de Daniel:

“Eu, Daniel, 2 tive uma visão durante a noite: eis que os quatro ventos do céu revolviam o vasto mar, 3 e quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, emergiam do mar. 4 O primeiro era semelhante a um leão, e tinha asas de águia; ainda estava olhando, quando lhe foram arrancadas as asas; ele foi erguido da terra e posto de pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem. 5 Eis que surgiu outro animal, o segundo, semelhante a um urso, que estava erguido pela metade e tinha três costelas nas fauces entre os dentes; ouvia-se dizer: ‘Vamos, come mais carne’. 6 Continuei a olhar, e eis que assomou outro animal, semelhante a um leopardo; tinha no dorso quatro asas de ave e havia no animal quatro cabeças. E foi-lhe dado poder. 7 Depois, eu insistia em minha visão noturna, e eis que apareceu o quarto animal, terrível, estranho e extremamente forte; com suas dentuças de ferro, tudo devorava e triturava, calcando aos pés o que sobrava; era bem diferente dos outros animais que eu vi antes, e tinha dez chifres. 8 Eu observava estes chifres, e eis que apontou entre eles outro chifre pequeno, e, em compensação, foram arrancados três dos primeiros chifres; e eis que neste chifre pequeno havia uns olhos como olhos de homem e uma boca que fazia ouvir uma fala muito forte. 9 Eu continuava olhando até que foram postos uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Sua veste era branca como neve e os cabelos da cabeça, como lã pura; seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa. 10 Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono; foi instalado o tribunal, e os livros foram abertos. 11 Eu estava olhando para o lado das palavras fortes que o mencionado chifre fazia ouvir, quando percebi que o animal tinha sido morto, e vi que seu corpo fora feito em pedaços e tinha sido entregue ao fogo para queimar; 12 percebi também que aos restantes animais foi-lhes tirado o poder, sendo-lhes prolongada a vida por certo tempo. 13 Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. 14 Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Dn 3, 75.76.77.78.79.80.81 (R. 59b)

R. Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!

75Montes e colinas, bendizei o Senhor! R.

76 Plantas da terra, bendizei o Senhor!  R.

77 Mares e rios, bendizei o Senhor!  R.

78 Fontes e nascentes, bendizei o Senhor!  R.

79 Baleias e peixes, bendizei o Senhor!  R.

80 Pássaros do céu, bendizei o Senhor!  R.

81 Feras e rebanhos, bendizei o Senhor!  R.

Evangelho: Lc 21,29-33

 “Quando virdes acontecer essas coisas,
ficai sabendo que o Reino de Deus está perto”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 29 Jesus contou-lhes uma parábola: ‘Olhai a figueira e todas as árvores. 30 Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31 Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32 Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Beato Carlos de Foucauld 

01 de Dezembro

Carlos de Foucauld

Carlos de Foucauld (1858-1916)

Presbítero, viveu no deserto norte-africano no meio dos Tuareg. Com a sua fervorosa e generosa fé, o ardente amor por Jesus Eucaristia, o respeito pelos homens, a predilecção pelos mais pobres, nos quais sabia descobrir o reflexo do rosto do Filho do Homem, ele nunca deixou de atrair, até depois da sua morte, um número cada vez maior de almas para o mistério de Nazaré.

Nasceu em Estrasburgo (França), no dia 15 de Setembro de 1858. Ao ficar órfão com 6 anos cresceu, com a irmã Marie, sob os cuidados do avô. A formação cristã recebida na infância permitiu-lhe fazer uma sentida Primeira Comunhão em 1870.

Na adolescência distanciou-se da fé. Conhecido como amante do prazer e da vida fácil, revelou, não obstante tudo, uma vontade forte e constante nos momentos difíceis. Empreendeu uma viagem de exploração em Marrocos (1883-1884). O testemunho da fé dos muçulmanos despertou nele um interrogativo: Mas Deus, existe?

"Meu Deus, se existis, fazei que vos conheça".

Ao regressar à França, surpreendido pelo discreto e carinhoso acolhimento da sua família, profundamente cristã, inicia a estudar e pede a um sacerdote para o instruir. Guiado pelo Pe. Huvelin, encontrou Deus no mês de Outubro de 1886. Tinha 28 anos.

"Quando acreditei que existia um Deus, compreendi que não podia fazer outra coisa senão viver somente para Ele".

Uma peregrinação na Terra Santa revelou-lhe a sua vocação: seguir e imitar Jesus na vida de Nazaré. Viveu 7 anos na Cartuxa, primeiro em Nossa Senhora das Neves, depois em Akbés na Síria. Em seguida, viveu sozinho, na oração, na adoração, numa grande pobreza, junto das Clarissas de Nazaré. Foi ordenado sacerdote com 43 anos (1901), na Diocese de Viviers. Depois, transferiu-se para o deserto argelino do Sahara, inicialmente em Beni Abbès, pobre entre os mais pobres, depois mais ao Sul em Tamanrasset com os Tuaregs do Hoggar. Viveu uma vida de oração, meditando continuamente as Sagradas Escrituras, e de adoração, no desejo incessante de ser, para cada pessoa o "irmão universal", imagem viva do Amor de Jesus. "Gostaria de ser bom para que se pudesse dizer: Se assim é o servo como será o Mestre?". Quis "gritar o Evangelho com a sua vida". Na noite de 1 de Dezembro de 1916 foi assassinado por um bando de ladrões de passagem.

O seu sonho foi sempre compartilhar a sua vocação com os outros: após ter escrito diversas regras de vida religiosa, pensou que esta "Vida de Nazaré" pode ser vivida por todos e em toda parte. Hoje a "família espiritual de Carlos de Foucauld" inclui diversas associações de fiéis, comunidades religiosas e institutos seculares de leigos ou sacerdotes dispersos no mundo inteiro.

Fonte: http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_20051113_de-foucauld_po.html


30 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira – Ano A

Festa: Santo André, Apóstolo

Cor: Vermelha

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1ª Leitura: Rm 10,9-18

 “A fé vem da pregação
e a pregação se faz pela palavra de Cristo”.

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

Irmãos: 9 Se, com tua boca, confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10 É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação. 11 Pois a Escritura diz: “Todo aquele que nele crer não ficará confundido”. 12 Portanto, não importa a diferença entre judeu e grego; todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam. 13 De fato, todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo. 14 Mas, como invocá-lo, sem antes crer nele? E como crer, sem antes ter ouvido falar dele? E como ouvir, sem alguém que pregue? 15 E como pregar, sem ser enviado para isso? Assim é que está escrito: “Quão belos são os pés dos que anunciam o bem”. 16 Mas nem todos obedeceram à Boa-nova. Pois Isaías diz: “Senhor, quem acreditou em nossa pregação?” 17 Logo, a fé vem da pregação e a pregação se faz pela palavra de Cristo. 18 Então, eu pergunto: Será que eles não ouviram? Certamente que ouviram, pois “a voz deles se espalhou por toda a terra, e as suas palavras chegaram aos confins do mundo”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 18(19A),2-3.4-5 (R. 5a)

R. Seu som ressoa e se espalha em toda terra.

2Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
3o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.  R.

4 Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
5 seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz.  R.

Evangelho: Mt 4,18-22

“Imediatamente deixaram as redes e o seguiram”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

18 Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. 19 Jesus disse a eles: ‘Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens.’ 20 Eles, imediatamente deixaram as redes e o seguiram.  21 Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu consertando as redes. Jesus os chamou. 22 Eles, imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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30 DE NOVEMBRO

Festa

– O primeiro encontro com Jesus.

 

O Apóstolo Santo André era natural de Betsaida, irmão de Simão e pescador como ele. Foi discípulo de São João Batista e depois um dos primeiros a conhecer Jesus; foi ele que levou Pedro ao encontro do Mestre e que, na multiplicação dos pães, disse ao Senhor que havia um rapaz com uns pães e uns peixes. Conforme a Tradição, pregou o Evangelho na Grécia e morreu na Acaia, numa cruz em forma de xis.

FORAM E VIRAM onde habitava, e ficaram com Ele naquele dia. Era cerca da hora décima1.

André e João foram os primeiros Apóstolos chamados por Jesus, conforme nos relata o Evangelho. O Mestre iniciou o seu ministério público e já no dia seguinte começou a chamar aqueles que permaneceriam ao seu lado. São João Batista encontrava-se em companhia dos seus discípulos quando, vendo Jesus que ia passando, disse: Eis o Cordeiro de Deus2. E os dois discípulos foram atrás do Senhor. Jesus voltou-se e, vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Eles disseram: Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras? Jesus disse-lhes: Vinde e vede. Na realidade, era um amável convite para que o acompanhassem.

Durante aquele dia, Jesus falou-lhes certamente de mil coisas cheias de sabedoria divina e encanto humano; e os dois ficaram para sempre unidos à sua Pessoa. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido o que João dissera e tinham seguido Jesus. O Apóstolo São João, passados muitos anos, pôde anotar no seu Evangelho a hora do encontro: Era então cerca da hora décima, das quatro da tarde. Nunca esqueceu aquele momento em que Jesus lhes disse: Que buscais? André também se lembraria sempre daquele encontro definitivo.

Nunca se esquece o encontro decisivo com Jesus. Aceitar a chamada do Senhor, passar a pertencer ao círculo dos mais íntimos, é a maior graça que se pode receber neste mundo. Constitui esse dia feliz, inesquecível, em que somos invadidos pelo convite claro do Mestre – um dom imerecido, valiosíssimo, porque vem de Deus –, que dá sentido à vida e ilumina o futuro.

Há chamadas de Deus que são um convite doce e silencioso; outras, como a de São Paulo, fulminantes como um raio que rasga as trevas; e outras, enfim, em que o Mestre simplesmente nos põe a mão sobre o ombro e diz: Tu és meu! Segue-me! Então o homem, cheio de alegria, vai, vende tudo quanto tem e compra aquele campo3, pois nele está o seu tesouro. Descobriu, entre os muitos dons da vida – como um especialista que procura pérolas finas4 – a pérola de maior valor5.

Vinde e vede. Foi no relacionamento pessoal com o Senhor que André e João conheceram por experiência direta aquilo que as meras palavras não lhes teriam permitido entender por completo6. É na oração pessoal, na intimidade com Cristo, que chegamos a conhecer os múltiplos convites e apelos do Senhor para que o sigamos mais de perto. Agora, enquanto falamos com Ele, podemos perguntar-nos se temos o ouvido atento à sua voz inconfundível, se estamos respondendo plenamente àquilo que Ele nos pede, porque Cristo passa ao nosso lado e nos chama. Ele continua presente no mundo, tão real como há vinte séculos, e procura colaboradores que o ajudem a salvar almas. Vale a pena dizer “sim” a essa missão divina.

– Apostolado da amizade.

DISSE ANDRÉ a seu irmão Simão: Encontramos o Messias! (que significa Cristo). E levou-o a Jesus7.

O encontro com Jesus deixou André com a alma cheia de felicidade e de alegria; uma alegria nova que tinha de comunicar a alguém imediatamente, como se não a conseguisse reter. A primeira pessoa que procurou foi seu irmão Simão, e deve ter-lhe falado da sua descoberta com muito entusiasmo: Encontramos o Messias!, disse-lhe com essa ênfase especial de quem está convencido, pois conseguiu que Pedro, talvez cansado depois de uma jornada de trabalho, fosse até o Mestre, que já o esperava: E levou-o a Jesus.

Esta é a nossa tarefa: levar a Cristo os nossos parentes, amigos e conhecidos, falando-lhes com essa convicção pessoal que arrasta. Esse anúncio é próprio da alma “que se enche de felicidade com a sua aparição e que se apressa a anunciar aos outros algo tão grande. Essa é a prova do verdadeiro e sincero amor fraternal: o intercâmbio de bens espirituais”8. Verdadeiramente, quem encontra Cristo, encontra-o para todos.

Nós vimos tratando intimamente com Cristo, que um dia – talvez há não poucos anos! – passou perto da nossa vida: “Como André, também nós, pela graça de Deus, descobrimos o Messias e o significado da esperança que devemos transmitir a todos”9. O Senhor serve-se com freqüência dos laços do sangue, da amizade..., para chamar outras almas. Esses vínculos podem abrir a porta do coração dos nossos parentes e amigos, talvez fechados para Cristo devido aos preconceitos, à ignorância, ao medo ou à preguiça. Quando a amizade é verdadeira, não são necessários grandes esforços para falar de Cristo: a confidência surgirá naturalmente. Entre amigos, é fácil trocar pontos de vista, comunicar descobertas... Seria tão pouco natural que não falássemos de Cristo, sendo Ele a descoberta mais importante que fizemos na vida e o motor de todas as nossas ações!

A amizade, com a graça de Deus, pode ser o caminho – natural e divino ao mesmo tempo – para um apostolado profundo, capilar, feito um a um. As palavras cheias de esperança e de alegria farão com que muitos venham a descobrir que Cristo está perto, como o descobriu Pedro, como talvez nós mesmos o tenhamos descoberto. “Um dia – não quero generalizar; abre o teu coração ao Senhor e conta-lhe a tua história –, talvez um amigo, um simples cristão igual a ti, te fez descobrir um panorama profundo e novo, e, ao mesmo tempo, antigo como o Evangelho. Sugeriu-te a possibilidade de te empenhares seriamente em seguir a Cristo, em ser apóstolo de apóstolos. Talvez tenhas perdido então a tranqüilidade e não a tenhas recuperado, convertida em paz, enquanto livremente, porque te apeteceu – que é a razão mais sobrenatural –, não respondeste sim a Deus. E veio a alegria, forte, constante, que só desaparece quando te afastas dEle”10 – essa alegria que só encontramos quando seguimos os passos do Mestre, e da qual desejamos que muitos participem.

– A chamada definitiva. Desprendimento e prontidão no seguimento do Senhor.

ALGUM TEMPO mais tarde, caminhando Jesus ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar (porque eram pescadores), e disse-lhes: Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens. E eles, imediatamente, deixaram as redes e seguiram-no11. É a chamada definitiva, culminância daquele primeiro encontro com o Mestre. André, como os outros Apóstolos, respondeu imediatamente. São Gregório Magno, ao comentar essa chamada definitiva de Jesus àqueles pescadores e a forma como lhe corresponderam, desfazendo-se de tudo o que possuíam, ensina que o reino dos céus “vale tudo quanto tens”12. Diante de Jesus que passa, não podemos ficar com nada. Pedro e André deixaram muito, “já que ambos deixaram o desejo de possuir”13. O Senhor necessita de corações limpos e desprendidos. E cada cristão deve viver esse espírito de entrega, de acordo com a sua vocação. Não pode haver nada na nossa vida que não seja de Deus. Que havemos de reservar para nós, quando o Mestre está tão perto, quando o vemos e convivemos com Ele todos os dias?

Este desprendimento permitir-nos-á acompanhar Jesus que prossegue o seu caminho com passo rápido; não seria possível acompanhá-lo com demasiados fardos. O passo de Deus pode ser ligeiro, e seria triste que ficássemos para trás por causa de quatro bugigangas que não valem a pena. Ele passa sempre perto de nós e chama-nos: umas vezes, na juventude, outras na maturidade ou mesmo quando falta pouco para partirmos desta vida, como podemos observar na parábola dos trabalhadores que foram contratados a diversas horas do dia para trabalhar na vinha14. Em qualquer caso, é necessário responder a essa chamada com a alegria estremecida de que os Evangelistas nos dão notícia ao recordarem a chamada que receberam. É o mesmo Jesus quem passa agora e quem nos convida a segui-lo.

Conta a tradição que Santo André morreu louvando a cruz, pois ela o levava definitivamente para junto do seu Mestre. “Ó cruz boa, que foste glorificada pelos membros do Senhor, cruz por tão longo tempo desejada, ardentemente amada, procurada sem descanso e oferecida aos meus ardentes desejos [...], devolve-me ao meu Mestre, para que por ti me receba Aquele que por ti me redimiu”15. Se virmos Jesus por trás dela, nada nos importarão os maiores sacrifícios.

(1) Jo 1, 39; (2) Jo 1, 37; (3) Mt 13, 44; (4) Mt 13, 45; (5) J. L. R. Sanchez de Alva, El evangelio de San Juan, 3ª ed., Madrid, 1987, nota a Jo 1, 35-51; (6) São Tomás, Comentário ao Evangelho de São João; (7) Jo 1, 41-42; Antífona da comunhão da Missa do dia 30 de novembro; (8) Liturgia das Horas, Segunda Leitura; São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São João, 19, 1; (9) João Paulo II, Homilia, 30-XI-1982; (10) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 1; (11) Mt 4, 18-20; (12) São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, I, 5, 2; (13) ib.; (14) cfr. Mt 20, 1 e segs.; (15) Paixão de Santo André.

Fonte: Livro "Falar com Deus"de Francisco Fernández Carvajal

 

29 de Novembro 2017

A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira – Ano A

Cor: Verde

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1ª Leitura: Dn 5,1-6.13-14.16-17.23-28

 “Apareceram dedos de mão humana que iam escrevendo”.

Leitura da Profecia de Daniel.

Naqueles dias, 1 o rei Baltazar ofereceu um grande banquete aos mil dignitários de sua corte, tomando vinho em companhia deles. 2 Já embriagado, Baltazar mandou trazer os vasos de ouro e prata, que seu pai Nabucodonosor tinha tirado do templo de Jerusalém, para beberem deles o rei e os grandes do reino, suas mulheres e concubinas. 3 Foram, pois, trazidos os vasos de ouro e prata, retirados do templo de Jerusalém, e deles se serviram o rei e os grandes do reino, suas mulheres e concubinas; 4 bebiam vinho e engrandeciam seus deuses de ouro e prata, de bronze e ferro, de madeira e pedra. 5 Naquele mesmo instante, apareceram dedos de mão humana que iam escrevendo, diante do candelabro, sobre a superfície da parede do palácio, e o rei via os dedos da mão que escrevia. 6 Alterou-se o semblante do rei, confundiram-se suas idéias e ele sentiu vacilarem os ossos dos quadris e tremerem os joelhos. 13 Então Daniel foi introduzido à presença do rei, e este lhe disse: “És tu Daniel, um dos cativos de Judá, trazidos de Judá pelo rei, meu pai? 14 Ouvi dizer que possuis o espírito dos deuses, e que em ti se acham ciência, entendimento e sabedoria em grau superior. 16 Ora, ouvi dizer também que sabes decifrar coisas obscuras e deslindar assuntos complicados; se, portanto, conseguires ler o escrito e dar-me sua interpretação, tu te vestirás de púrpura, e levarás ao pescoço um colar de ouro, e serás o terceiro homem do reino”. 17 Em resposta, disse Daniel perante o rei: “Fiquem contigo teus presentes e presenteia um outro com tuas honrarias; contudo, vou ler, ó rei, o escrito e fazer-te a interpretação. 23 Tu te levantaste contra o Senhor do céu; os vasos de sua casa foram trazidos à tua presença e deles bebestes vinho, tu e os grandes do reino, suas mulheres e concubinas; ao mesmo tempo, celebravas os deuses de prata e ouro, de bronze e ferro, de madeira e pedra, deuses que não veem nem ouvem, e nada entendem — e ao Deus, que tem em suas mãos tua vida e teu destino, não soubeste glorificar. 24 Por isso, foram mandados por ele os dedos da mão, que fez este escrito. 25 Assim se lê o escrito que foi traçado: mâne, técel, pársin. 26 E esta é a explicação das palavras: mâne: Deus contou os dias de teu reinado e deu-o por concluído; 27 técel: foste pesado na balança, e achado com menos peso; 28 pársin: teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Dn 3, 62.63.64.65.66.67 (R. 59b)

R. Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

62Lua e sol, bendizei o Senhor! R.

63 Astros e estrelas, bendizei o Senhor!  R.

64 Chuvas e orvalhos bendizei o Senhor!  R.

65 Brisas e ventos, bendizei o Senhor!  R.

66 Fogo e calor, bendizei o Senhor!  R.

67 Frio e ardor, bendizei o Senhor!  R.

Evangelho: Lc 21,12-19

 “Todos vos odiarão por causa do meu nome.
Mas vós não perdereis.um só fio de cabelo da vossa cabeça”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12 Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13 Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14 Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15 porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16 Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17 Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18 Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19 É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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