SANTO ESTÊVÃO, PROTOMÁRTIR. 26 DEDEZEMBRO

– Calúnias e perseguições de diversas naturezas porque se segue o Senhor.

AS PORTAS DO CÉU abriram-se para Santo Estêvão, que foi o primeiro dentre os mártires e por isso, coroado, triunfa no céu1.

Mal celebramos o nascimento do Senhor, e já a liturgia nos propõe a festa do primeiro que deu a vida por esse Menino que acaba de nascer. “Ontem Cristo foi envolvido em panos por nós; hoje, cobre Estêvão com a veste da imortalidade. Ontem uma estreita manjedoura sustentou Cristo-Menino; hoje, a imensidade do céu recebe Estêvão triunfante”2.

A Igreja quer recordar que a Cruz está sempre muito perto de Jesus e dos seus

A Igreja quer recordar que a Cruz está sempre muito perto de Jesus e dos seus. Na luta pela justificação plena – a santidade –, o cristão depara com situações difíceis e ataques dos inimigos de Deus no mundo. O Senhor nos previne: Se o mundo vos odeia, sabei que antes do que a vós me odiou a mim... Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se me perseguiram a mim, também vos perseguirão a vós3. E esta profecia cumpriu-se desde o começo da Igreja.

Todos os tempos são de martírio, escreve Santo Agostinho. Não se diga que os cristãos não sofrem perseguição; a sentença do Apóstolo não pode falhar [...]: Todos os que quiserem viver piedosamente em Cristo Jesus sofrerão perseguição (2 Tim 3, 12). Todos, diz; não excluiu ninguém, não excetuou ninguém. Se queres verificar se estas palavras são certas, começa a viver piedosamente e verás quanta razão teve o Apóstolo em dizê-las”4.

Já no começo da Igreja os primeiros cristãos de Jerusalém foram perseguidos pelas autoridades judaicas. Os Apóstolos foram açoitados por pregarem Cristo Jesus, e sofreram-no com alegria: Eles se retiraram da presença do Sinédrio, felizes por terem sido achados dignos de padecer ultrajes pelo nome de Jesus5. “Não se diz que não sofreram, mas que o sofrimento lhes causou alegria. Podemos vê-lo pela liberdade com que atuaram logo a seguir: imediatamente depois de terem sido flagelados, lançaram-se à pregação com admirável ardor”6.

Pouco tempo depois, o sangue de Estêvão7 seria o primeiro a ser derramado por Cristo, e já não cessaria de correr até os nossos dias. Com efeito, quando Paulo chegou a Roma, os cristãos já eram conhecidos pelo sinal inconfundível da Cruz e da contradição: Desta seita – dizem a Paulo os judeus romanos –, a única coisa que sabemos é que por toda a parte lhe fazem oposição8.

Quando o Senhor nos chama ou nos pede alguma coisa, conhece bem as nossas limitações e as dificuldades que encontraremos, mas não deixa de estar ao nosso lado, ajudando-nos com a sua graça: No mundo tereis tribulação, mas confiai: Eu venci o mundo9, diz-nos. Pedir-lhe-emos então a graça de imitar Santo Estêvão na sua fortaleza, na sua alegria e na sua ânsia de dar a conhecer a verdade cristã num mundo com perfis pagãos.

– Também hoje há perseguição. Modo cristão de reagir.

NEM SEMPRE a perseguição teve as mesmas características. Durante os primeiros séculos, pretendeu-se destruir a fé dos cristãos por meio da violência física. Em outros momentos da história, sem que essa violência desaparecesse, os cristãos viram-se – vêem-se – oprimidos nos seus direitos mais fundamentais, ou a braços com campanhas dirigidas a minar a fé dos mais simples e a desorientá-los. Mesmo em terras de grande tradição cristã, levanta-se todo o tipo de obstáculos para que se possam educar cristãmente os filhos, ou privam-se os cristãos, pelo mero fato de o serem, de justas oportunidades profissionais.

Não é infreqüente que, em sociedades que se chamam livres, o cristão tenha que viver num ambiente claramente adverso. Pode-se dar então uma perseguição disfarçada, com o recurso à ironia, que tenta ridicularizar os valores cristãos, ou à pressão ambiental, que pretende amedrontar os mais fracos: é uma dura perseguição não sangrenta, que não raras vezes se vale da calúnia e da maledicência. “Em outros tempos – diz Santo Agostinho –, incitavam-se os cristãos a renegar Cristo; agora, ensina-se os mesmos a negar a Cristo. Naquela época, incitava-se; agora ensina-se; antes, usava-se de violência, agora, de insídias; antes, ouvia-se o inimigo rugir; agora, apresenta-se com mansidão insinuante e envolvente, e dificilmente se deixa descobrir. Todos sabemos de que modo se violentavam os cristãos para que negassem a Cristo: procuravam atraí-los para que renegassem; mas eles, confessando Cristo, eram coroados. Agora ensina-se a negar a Cristo e, enganando-os, não querem que pareça que os afastam de Cristo”10. É como se o Santo estivesse retratando os dias de hoje.

O Senhor também quis prevenir os seus para que não se desnorteassem com a contradição que procede, não dos pagãos, mas dos próprios irmãos na fé, que com a sua atuação injusta, motivada geralmente por invejas, falso zelo e faltas de retidão de intenção, julgam que prestam um serviço a Deus11. Todas as oposições, mas especialmente estas, devem ser superadas junto do Senhor no Sacrário.

São circunstâncias que expressam um especial convite do Senhor para que estejamos unidos a Ele mediante a oração. São momentos em que devemos exercitar a fortaleza e a paciência, sem nunca querermos devolver mal por mal. Com a ajuda divina, a alma sairá dessas provas mais humilde e purificada, experimentará de um modo especial a alegria do Senhor e poderá dizer com São Paulo: Estou cheio de consolação, transbordo de alegria em todas as nossas tribulações12.

Ensinai-nos, ó Deus, a imitar o que celebramos, amando os nossos próprios inimigos, pois festejamos Santo Estêvão, vosso primeiro mártir, que soube rezar pelos seus perseguidores13.

– O prêmio por se ter padecido algum tipo de perseguição por Jesus Cristo. Fomentar também a esperança do céu.

O CRISTÃO que sofre perseguição por seguir Jesus tirará dessa experiência uma grande capacidade de compreensão e o propósito firme de não ferir, de não ofender, de não maltratar. O Senhor pede-nos, além disso, que oremos por aqueles que nos perseguem14,veritatem facientes in caritate, praticando a verdade com caridade15. Estas palavras de São Paulo levam-nos a ensinar a doutrina do Evangelho sem faltar à caridade de Jesus Cristo.

A última das Bem-aventuranças acaba com uma promessa apaixonada do Senhor: Bem-aventurados sereis quando vos insultarem, vos perseguirem e vos caluniarem por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos porque grande será a vossa recompensa nos céus16. O Senhor é sempre bom pagador.

Estêvão foi o primeiro mártir do cristianismo e morreu por proclamar a verdade. Também nós fomos convocados para difundir a verdade de Cristo sem medo, sem dissimulações: Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma17. Por isso, quando se trata de proclamar a doutrina salvadora de Cristo, não podemos ceder perante os obstáculos, antes havemos de comportar-nos de tal modo que se cumpram em nós estas palavras de Caminho: “Não tenhas medo à verdade, ainda que a verdade te acarrete a morte”18.

A história da Igreja mostra que, às vezes, as tribulações fazem com que uma pessoa se acovarde e esmoreça no seu relacionamento com Deus; mas, em muitas outras ocasiões, fazem amadurecer as almas santas, que carregam a cruz de cada dia e seguem o Senhor identificadas com Ele. Vemos constantemente esta dupla possibilidade: uma mesma dificuldade – uma doença, incompreensões, etc. – tem efeitos diferentes conforme as disposições da alma. Se queremos ser santos, não há dúvida de que as nossas disposições devem ser as de seguir sempre de perto o Senhor, apesar de todos os obstáculos.

Em momentos de contrariedade, é de grande ajuda fomentar a esperança do Céu: ajuda-nos a ser firmes na fé perante qualquer tipo de perseguição ou tentativa de desorientação. “E se caminharmos sempre com esta determinação de antes morrer que deixar de chegar ao fim, mesmo que o Senhor vos leve com alguma sede por este caminho da vida, Ele vos dará de beber com toda a abundância na outra e sem temor de que vos venha a faltar”19.

Em épocas de dificuldades externas, devemos ajudar os nossos irmãos na fé a ser firmes perante essas oposições. Prestar-lhes-emos essa ajuda se não lhes faltarmos com o nosso exemplo, com a nossa palavra, com a nossa alegria, com a nossa fidelidade e a nossa oração; e sobretudo se procurarmos ser especialmente delicados em viver com eles a caridade fraterna, porque o irmão ajudado pelo seu irmão é como uma cidade amuralhada20; é inexpugnável.

A Virgem, nossa Mãe, está particularmente perto de nós em todas as circunstâncias difíceis. Hoje dirigimo-nos também de modo especial ao primeiro mártir que deu a vida por Cristo, pedindo-lhe que nos ajude a ser fortes em todas as tribulações.

(1) Antífona de entrada da Missa do dia 26 de dezembro; (2) São Fulgêncio, Sermão 3; (3) Jo 15, 18-19; (4) Santo Agostinho, Sermão 6, 2; (5) At 5, 41; (6) São João Crisóstomo, Homilia sobre os Atos dos Apóstolos, 14; (7) cfr. At 7, 54-60; (8) At 28, 22; (9) Jo 16, 33; (10) Santo Agostinho, Comentários sobre os salmos, 39, 1; (11) Jo 16, 2; (12) 2 Cor 7, 4; (13) Coleta da Missa do dia 26 de dezembro; (14) cfr. Mt 5, 44; (15) Ef 4, 15; (16) Mt 5, 11; (17) Mt 10, 28; (18) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 34; (19) Santa Teresa, Caminho de perfeição, 20, 2; (20) Prov 18, 19.

Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal.

 

25 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

Natal do Senhor – Missa da Aurora

Cor: Branca

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1ª Leitura: Is 62, 11-12

 “Eis que vem o teu Salvador.”

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

Eis o que o Senhor proclama até aos confins da terra: “Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador. Com Ele vem o seu prêmio e precede-O a sua recompensa. Serão chamados ‘Povo santo’, ‘Resgatados do Senhor’; e tu serás chamada ‘Pretendida’, ‘Cidade não abandonada’”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 96 (97), 1 e 6.11-12

R. Hoje sobre nós resplandece uma luz:
nasceu o Senhor.

O Senhor é rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Os céus proclamam a sua justiça,
e todos os povos contemplam a sua glória. R.

A luz resplandece para os justos,
e a alegria para os corações retos.
Alegrai-vos, ó justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo. R.

2ª Leitura: Tt 3, 4-7

 “Salvou-nos pela sua misericórdia”.

Leitura da Carta de São Paulo apóstolo a Tito:

Caríssimo: Ao manifestar-se a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, Ele salvou-nos, não pelas obras justas que praticamos, mas em virtude da sua misericórdia, pelo batismo da regeneração e renovação do Espírito Santo. Deus derramou abundantemente o Espírito sobre nós, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna.

 – Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Evangelho: Lc 2, 15-20

 “Os pastores encontraram Maria, José e o Menino”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Quando os Anjos se afastaram dos pastores em direção ao Céu, começaram estes a dizer uns aos outros: “Vamos a Belém, para vermos o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer”. Para lá se dirigiram apressadamente e encontraram Maria e José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria guardava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Natal de Jesus

25 de Dezembro

Natal de Jesus 

"Hoje  é a festa do Nascimento  de Nosso  Senhor  Jesus  Cristo sobre a terra".

Com estas palavras a Igreja anuncia o grande dia de hoje, que é o aparecimento na terra do Filho de Deus feito homem. O Evangelho de São Lucas conta o Nascimento de Nosso Senhor, como segue: "Aconteceu naqueles dias que saiu um edito de Cesar Augusto, para que fosse alistado todo o mundo. Este primeiro alistamento foi feito por Cirino, governador da Síria. E iam todos se alistar, cada um na sua cidade natal. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, para se alistar com sua esposa Maria, que estava grávida. Aconteceu, porém, que estando  ali, se completaram os dias  em que devia dar à luz. E deu à luz o Filho primogênito e envolveu-o em paninhos e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. E naquela mesma região estavam uns pastores, vendo alternadamente e guardando, nas vigílias da noite, o rebanho.

E eis que se lhes apresentou um Anjo do Senhor e a claridade de Deus cercou-os de resplendor, e tiveram grande temor. O Anjo, porém, disse-lhes: "Não temais; porque eis que vos anuncio um grande gozo, e que o será para todo o povo. É que hoje vos nasceu na cidade de Davi o Salvador, que é o Cristo Senhor. E este é o Sinal para vós: Achareis um menino envolto em paninhos e posto numa manjedoura. E subitamente apareceu o Anjo com uma multidão da milícia celeste, louvando a Deus e dizendo: "Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade". E aconteceu que depois que os Anjos se retiraram para o céu, os pastores falavam entre si, dizendo: "Passemos até Belém e vejamos que é isto que sucedeu, que é que o Senhor nos mostrou. E vieram a  toda pressa e acharam  Maria e José e o Menino posto na manjedoura. E vendo isto, conheceram a verdade do que se lhes havia dito acerca deste Menino. E todos que os ouviram falar, se admiraram do que lhes  haviam referido os  pastores".

O Nascimento de Nosso Senhor está cheio de mistérios. Considera em primeiro lugar, porque o Filho Unigênito de Deus quis vir ao mundo em tanta pobreza, em lugar tão desprezível, na estação de inverno, nas trevas da noite e  longe da sociedade. Porque não quis celebrar seu aparecimento na capital, em Jerusalém, em um dos muitos  palácios que lá havia, rodeado de todo  conforto? São Bernardo diz:

"Não penseis que tudo isto tivesse acontecido por acaso. A criança não escolhe a hora e o dia do nascimento, porque para escolher lhe falta liberdade e uso da razão. Com Jesus Cristo não se dá isto. Ele, Deus feito homem, podendo determinar tempo e Lugar, escolheu justamente o que era agradável à natureza humana e à Santíssima Virgem. Porque procedeu assim? Os Santos Padres respondem: Primeiro: para nos mostrar mais claramente seu grande amor e incitar-nos a amá-lo também. Se Cristo tivesse vindo numa estação mais agradável; se tivesse escolhido a magnificência e comodidade de um palácio, sem dúvida haveríamos de reconhecer-lhe o amor para conosco que agora mais ainda realça, vendo-o nascer em pobreza, numa gélida noite e numa estrebaria. Segundo: Cristo o Senhor, já desde o nascimento quis mostrar-nos o caminho para o céu e ensinar-nos pelo exemplo o que mais tarde nos disse pela palavra. Não só o Menino Jesus como também a gruta, o presépio, os paninhos nos dizem que o caminho do céu é áspero e íngreme, e não há outro  para nós, se nos queremos aproveitar para o aparecimento de Nosso Senhor. A concupiscência da carne e dos olhos, a soberba da vida são as raízes de todos os pecadores e as causadoras da desgraça dos homens.

A pobreza do Menino Jesus ensina-nos a necessidade da humildade, da cruz e do sofrimento, como meios de combater os vícios, de desapegar-nos do mundo, e servir a Deus com toda a  pureza. Tudo isto nos mostra e exemplo de Cristo no presépio. Dizem os Santos Padres, que o presépio de Belém é o púlpito, a  tribuna do Deus Menino.

Os ensinamentos de Nosso Senhor devem ser por nós imitados, quer nos tenham sido transmitidos por palavras, quer pelo exemplo. Do pobre nascimento de Cristo devemos aprender duas coisas: Primeiro, amemos o Menino de Belém. E segundo, tornemo-nos semelhantes ao Menino de Belém!"

Demos ao menino Jesus o nosso mais sincero e ardente amor, e imitemo-lo nas virtudes da pobreza e da humildade. Ao Menino Jesus é aplicável a palavra que mais tarde o Divino Mestre, quando pôs um menino no meio dos Apóstolos disse: "Se não vos converterdes e não vos tornardes semelhantes às crianças, não entrareis no reino dos céus".

Eis o que o Menino Jesus nos ensina ao nascer: desprezar os bens do mundo, para alcançar os bens eternos.

Fonte: Na luz Perpétua,  5ª.  ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.


25 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

Natal do Senhor – Missa do Dia

Cor: Branca

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1ª Leitura: Is 52, 7-10

 “Todos os confins da terra hão de ver
a salvação que vem do nosso Deus”.

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

7 Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: ‘Reina teu Deus!’ 8 Ouve-se a voz de teus vigias, eles levantam a voz, estão exultantes de alegria, sabem que verão com os próprios olhos o Senhor voltar a Sião. 9 Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém. 10 O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 3c)

R. Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.


1Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo*
alcançaram-lhe a vitória. R.

2 O Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
3a recordou o seu amor sempre fiel*
3b pela casa de Israel.  R.

3c Os confins do universo contemplaram*
3d a salvação do nosso Deus.
4 Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai!  R.

5 Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa*
e da cítara suave!
6 Aclamai, com os clarins e as trombetas,*
ao Senhor, o nosso Rei!  R.

2ª Leitura: Hb 1, 1-6

 “Deus falou-nos por meio de seu Filho”.

Leitura da Carta aos Hebreus:

1 Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; 2 nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo. 3 Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. 4 Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles. 5 De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: ‘Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei’? Ou ainda: ‘Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um filho’?  6 Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: ‘Todos os anjos devem adorá-lo!’

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Jo 1,1-18

“A Palavra se fez carne e habitou entre nós”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

1 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2 No princípio estava ela com Deus. 3 Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6 Surgiu um homem enviado por Deus; Seu nome era João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9 daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10 A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la.  11 Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12 Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus isto é, aos que acreditam em seu nome, 13 pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14 E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15 Dele, João dá testemunho, clamando: ‘Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim’. 16 De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17 Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18 A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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24 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

Natal do Senhor – Missa da Noite

Cor: Branca

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1ª Leitura: Is 9,1-6

“Foi-nos dado um Filho”.

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. 2 Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. 3 Pois o jugo que oprimia o povo, – a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais – tu os abateste como na jornada de Madiã. 4 Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas. 5 Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz. 6 Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 95,1-2a.2b-3.11-12,13 (R. Lc 2,11)

R. Hoje nasceu para nós o Salvador,
que é Cristo o Senhor.

1Cantai ao Senhor Deus um canto novo,+
2acantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!*
Cantai e bendizei seu santo nome!  R.

2b Dia após dia anunciai sua salvação,+
3 manifestai a sua glória entre as naçðes,*
e entre os povos do universo seus prodígios!  R.

11 O céu se rejubile e exulte a terra,*
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
12 os campos com seus frutos rejubilem*
e exultem as florestas e as matas.  R.

13 na presença do Senhor, pois ele vem,*
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,*
e os povos julgará com lealdade.  R.

2ª Leitura: Tt 2,11-14

“Manifestou-se a bondade de Deus para toda a humanidade”.

Leitura da Carta de São Paulo a Tito:

Caríssimo: 11 A graça de Deus se manifestou trazendo a salvação para todos os homens. 12 Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade 13 aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. 14 Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Lc 2,1-14

“Hoje, nasceu para vós um Salvador”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

1 Aconteceu que naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. 2 Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal. 4 Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, 5 para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, 7 e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. 9 Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. 10 O anjo, porém, disse aos pastores: ‘Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11 Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12 Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura.’  13 E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da corte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo:  14 ‘Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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24 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

Natal do Senhor – Missa da Vigília

Cor: Branca

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1ª Leitura: Is 62, 1-5

 “Serás a predileta do Senhor.”

Leitura do Livro do Profeta Isaías:

Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não terei repouso, enquanto a sua justiça não despontar como a aurora e a sua salvação não resplandecer como facho ardente. Os povos hão-de ver a tua justiça, e todos os reis da terra a tua glória. Receberás um nome novo, que a boca do Senhor designará. Serás coroa esplendorosa nas mãos do Senhor, diadema real nas mãos do teu Deus. Não mais te chamarão “Abandonada”, nem à tua terra “Deserta” ; mas hão-de chamar-te “Predileta” e à tua terra “Desposada” , porque serás a predileta do Senhor, e a tua terra terá um esposo.
Tal como o jovem desposa uma virgem, o teu Construtor te desposará; e como a esposa é a alegria do marido, tu serás a alegria do teu Deus.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 88(89), 4-5.16-17. 27 e 29 (R. 2a)

R. Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.

Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a Davi, meu servo:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações.  R.

Feliz o povo que sabe aclamar-Vos
e caminha, Senhor, à luz do vosso rosto.
Todos os dias aclama o vosso nome
e se gloria com a vossa justiça.  R.

Ele me invocará: ‘Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador’.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável. R.

2ª Leitura: At 13, 16-17.22-25

 “Testemunho de Paulo acerca de Cristo, Filho de Davi”.

Leitura dos Atos dos Apóstolos:

Naqueles dias, Paulo chegou a Antioquia da Pisídia. Uma vez em que ele estava na sinagoga, levantou-se, fez sinal com a mão e disse: «Homens de Israel e vós que temeis a Deus, escutai: O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos pais e fez deles um grande povo, quando viviam como estrangeiros na terra do Egito. Depois, com seu braço poderoso, tirou-os de lá. Por fim, suscitou-lhes Davi como rei, de quem deu este testemunho: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará sempre a minha vontade’. Da sua descendência, como prometera, Deus fez nascer Jesus, o Salvador de Israel. João tinha proclamado, antes da sua vinda, um batismo de penitência a todo o povo de Israel. Prestes a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas depois de mim, vai chegar Alguém,
a quem eu não sou digno de desatar as sandálias dos seus pés’».

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Mt 1, 1-25 (Forma longa)

 “Genealogia de Jesus Cristo, Filho de Davi.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Genealogia de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão:Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos.Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara; Farés gerou Esrom; Esrom gerou Arão; Arão gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé; Jessé gerou o rei Davi. Davi, da mulher de Urias, gerou Salomão; Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias; Josias gerou Jeconias e seus irmãos, ao tempo do desterro de Babilônia. Depois do desterro de Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliacim; Eliacim gerou Azor; Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó; Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. Assim, todas estas gerações são: de Abraão a Davi, catorze gerações; de Davi ao desterro de Babilônia, catorze gerações; do desterro de Babilônia até Cristo, catorze gerações. O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz: “A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco”. Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.

– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor.

 

Mt 1,18-25  (Forma breve)

 “Maria dará à luz um Filho
e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus”.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho, e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados”. Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz: “A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’”. Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São Charbel Makhluf

24 de Dezembro

São Charbel Makhlouf 

Ermitão do rito católico maronita, é o primeiro libanês canonizado pela Sé Apostólica nos tempos modernos,  09 de outubro de 1977 pelo Papa Paulo VI.

Grande amante da Eucaristia e da Virgem Santíssima. Exemplo de vida consagrada e de ermitão. Deus quis manifestar sua glória por meio desse humilde eremita. Grande quantidade de milagres ocorrem por sua intercessão. Diz-se no Oriente que numerosas de suas imagens milagrosamente produzem azeite de oliva, que se utiliza na oração pelos enfermos.

Além de ser bem conhecido no Oriente Médio e em toda a Igreja, na América é particularmente venerado no México a  partir da imigração maronita que começou no século XIX. Sua devoção e propaga na atualidade mui rapidamente pelo número crescente de milagres atribuídos à sua intercessão. Parece que Deus deseja utilizar este santo com o sinal de  seu desejo de  unificar o Oriente com o Ocidente.

Nasceu no povoado de Beka'kafra,  a 140 km do Líbano, capital libanesa, em  08 de maio de 1828. Era o quinto filho de Antun Makhlouf o Brigitte Chidiac, uma piedosa família campesina. Foi batizado após oito dias na Igreja de Nossa Senhora, em sua cidade natal, recebendo por nome Yusef (José).  Aos três anos o pai de Yusef foi inscrito no exército turco na guerra contra os egípcios e morreu quando regressava para casa. Sua mãe foi quem cuidou da família, sendo um exemplo de virtude e de fé. Passado algum tempo, ela casou-se de novo com um homem devoto que posteriormente iria ser ordenado sacerdote. (No rito maronita, homens casados podem ser escolhidos para o sacerdócio).

Yusef ajudou a seu padrasto no ministério sacerdotal. Já desde jovem era ascético e de profunda oração. Yusef estudou na pequena escola paroquial do povoado. À idade de 14 anos foi pastor de ovelhas, quando aperfeiçoou-se na oração. Retirava-se com freqüência a uma cova que descobriu próxima às pastagens para adentrar-se em horas de oração. Por isso, era alvo de zombaria de outros jovens pastores. Dois de seus tios maternos eram ermitãos pertencentes à Ordem Libanesa Maronita. Yusef acudia a eles com freqüência para aprender sobre a vida religiosa e especialmente a vida monástica.

Aos 20 anos de idade, Yusef é o sustento da sua casa. Sendo o tempo de  contrair matrimônio, sente-se chamado à outro tipo de vida. Depois de três anos de espera, escutou a voz do Senhor: “Deixa tudo, vem e segue-me”.  Assim,  numa manhã do ano 1851 se  dirige ao convento de Nossa Senhora de Mavfouq, onde foi recebido como postulante. Ao entrar no noviciado, renuncia ao seu nome batismal e escolhe como nome de consagração: Sharbel.

Algum tempo depois  foi enviado ao Convento de Annaya, onde professou os votos perpétuos como monge, em 1853. O enviaram imediatamente ao Mosteiro de São Cipriano de Kfifen, onde realizou seus estudos de filosofia e teologia, levando uma vida exemplar de oração e apostolado, entre estes, o cuidado dos  enfermos, o pastoreio das  almas e  o trabalho manual em coisas  mui humildes.

Sharbel  recebeu autorização para a  vida ermitã em 13 de fevereiro de 1875. Deste momento até sua morte, ocorrida na ermida dos Santos Pedro e  Paulo  na véspera de Natal do ano 1898,  dedicou-se inteiramente à oração (rezava 7 vezes ao dia a Liturgia das Horas), as asceses, a penitência e o trabalho manual. Comia uma vez ao dia e levava consigo o cilício.

O padre Sharbel alcançou a  celebridade depois de sua morte, ocorrida em 24 de dezembro de 1898. Deus quis assinalar a este santo numerosos prodígios: Seu corpo se mantém incorrupto e seu sangue, ocorrem prodígios de luz, constatados por muitas pessoas. O povo venerava como santo, ainda que a hierarquia e seus próprios superiores, proibissem seu culto formal enquanto a Igreja não pronunciasse  seu veredicto.

Dado o  constante culto do povo, o Padre Superior Geral Ignácio Dagher  solicitou ao Papa Pio XI em 1925, a abertura do processo de beatificação do Padre Sharbel. Foi beatificado durante o fechamento do Concílio Vaticano II, em 5 de dezembro de  1965, pelo Papa Paulo VI, que disse: “Um ermitão da  montanha libanesa está inscrito no número dos Bem-Aventurados... Um novo membro da santidade monástica enriquece com seu exemplo e com sua intercessão a todo o povo cristão. E pode nos fazer entender, em um mundo fascinado pelas comodidades e pela riqueza, o grande valor da pobreza, da penitência e do ascetismo, para libertar a  alma em sua ascensão a Deus”.

Em 09 de outubro de 1977, durante o Sínodo Mundial dos Bispos, o Papa canonizou ao P. Sharbel com a seguinte proclama:

“Em honra à Santa e Individual Trindade, para a exaltação da fé católica e promoção da vida cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e nossa, depois de madura deliberação e após implorar intensamente a ajuda divina... decretamos e definimos que o beato Sharbel Makluf é SANTO, e o inscrevemos no catálogo dos santos, estabelecendo que seja venerado como santo com piedosa devoção em toda a Igreja. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

Fonte: Na luz Perpétua,  5ª.  ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.


TEMPO DO ADVENTO. QUARTO DOMINGO 24 de dezembro

– Santa Maria, Mestra da esperança. Origem do desânimo. Jesus Cristo, o bem supremo.

 

O ESPÍRITO DO ADVENTO consiste em boa parte em vivermos muito unidos à Virgem Maria neste tempo em que Ela traz Jesus no seu seio. Mas a nossa vida é também toda ela um “advento” um pouco mais longo, uma espera desse momento definitivo em que nos encontraremos finalmente com o Senhor para sempre. E, neste sentido, o cristão deve também viver este outro “advento” bem junto da Virgem durante todos os dias da sua vida, se quiser acertar com segurança na única coisa verdadeiramente importante da sua existência: encontrar Cristo já agora e depois na eternidade.

Nossa Senhora fomenta na alma a alegria, porque, quando procuramos a sua intimidade, leva-nos a Cristo. Ela é “Mestra de esperança. Maria proclama que a chamarão bem-aventurada todas as gerações (Lc 1, 48). Falando humanamente, em que motivos se apoiava essa esperança? Quem era Ela, para os homens e mulheres da época? As grandes heroínas do Velho Testamento – Judit, Ester, Débora – conseguiram já na terra uma glória humana [...]. Como contrasta a esperança de Nossa Senhora com a nossa impaciência! Com freqüência reclamamos de Deus que nos pague imediatamente o pouco bem que praticamos. Mal aflora a primeira dificuldade, queixamo-nos. Somos muitas vezes incapazes de perseverar no esforço, de manter a esperança”1.

Não cai no desalento quem experimenta dificuldades e dor, mas quem não aspira à santidade e à vida eterna, e quem desespera de alcançá-las. A primeira destas atitudes resulta da incredulidade, do aburguesamento, da tibieza e do excessivo apego aos bens da terra, que se encaram como os únicos verdadeiros. O desespero, por sua vez, se não for remediado, paralisa os esforços na prática do bem e na luta por superar as dificuldades. Nem sequer os aparentes fracassos da nossa batalha interior ou dos nossos sonhos apostólicos devem desanimar-nos; quem faz as coisas por amor de Deus e para a sua glória não fracassa nunca. “Convence-te desta verdade: o teu êxito – agora e nisto – era fracassar. – Dá graças ao Senhor e... torna a começar!”2. “Não fracassaste; adquiriste experiência. – Para a frente!”3

Dentro de poucos dias veremos Jesus reclinado numa manjedoura, o que é uma prova da misericórdia e do amor de Deus. Poderemos dizer: “Nesta noite de Natal, tudo pára dentro de mim. Estou diante dEle; não há nada mais do que Ele, na branca imensidão. Não diz nada, mas está aí... Ele é Deus amando-me”4. E se Deus se faz homem e me ama, como não procurá-lo? Como perder a esperança de encontrá-lo, se é Ele que me procura? Afastemos todo o possível desalento; as dificuldades exteriores e a nossa miséria pessoal não podem nada diante da alegria do Natal que se aproxima.

– O objeto da nossa esperança.

A ESPERANÇA manifesta-se ao longo do Antigo Testamento como uma das características mais essenciais do verdadeiro Povo de Deus. Todos os olhos estão postos na lonjura dos tempos futuros, de onde surgirá um dia o Messias: “Os livros do Antigo Testamento narram a história da Salvação, em que, passo a passo, se prepara a vinda de Cristo ao mundo”5.

O Gênesis já fala da vitória da Mulher sobre os poderes do mal; fala-nos de um mundo novo6. Oséias anuncia que Israel se converterá e que nele florescerá o antigo amor7. Isaías, no meio das decepções do reinado de Ezequiel, anuncia a vinda do Messias8, e Miquéias indicará Belém de Judá como o lugar do seu nascimento9.

Faltam poucos dias para que vejamos no presépio Aquele que os profetas predisseram, que a Virgem esperou com amor de mãe, que João anunciou estar próximo e depois mostrou presente entre os homens. É Ele quem nos dá a alegria de nos prepararmos desde agora para o mistério do seu natal, a fim de nos encontrarmos em oração e celebrando os seus louvores quando chegar10.

Desde o presépio de Belém até o momento da sua Ascensão aos céus, Jesus Cristo proclama uma mensagem de esperança. Ele próprio é a nossa única esperança11. Ele é a garantia plena de que alcançaremos os bens prometidos. Olhamos para a gruta de Belém, “em vigilante espera”, e compreendemos que somente com Ele poderemos aproximar-nos confiadamente de Deus Pai12.

O próprio Senhor nos indica que o principal objeto da esperança cristã não são os bens desta vida, esses que a ferrugem e a traça corroem e os ladrões desenterram e roubam13, mas os tesouros da herança incorruptível, e em primeiro lugar a felicidade suprema da posse eterna de Deus.

Ele próprio é a nossa única esperança

Esperamos com toda a confiança que um dia Deus nos concederá a bem-aventurança eterna e, já agora, o perdão dos nossos pecados e a sua graça. E, como consequência, a nossa esperança estende-se a todos os meios necessários para alcançarmos esse fim. Lutemos, pois, nestes dias e sempre, com todas as nossas forças, contra essas formas menores de desespero que são o desânimo e a preocupação quase exclusiva pelos bens materiais.

A esperança leva-nos a abandonar-nos em Deus e a empenhar-nos seriamente numa luta ascética que nos incitará a recomeçar muitas vezes, a ser constantes na ação apostólica e pacientes na adversidade, a ter um sentido mais sobrenatural da vida e dos seus acontecimentos. “Na medida em que o mundo se cansar da sua esperança cristã, a alternativa que lhe há de restar será o materialismo, do tipo que já conhecemos; isso e nada mais; a sua experiência do cristianismo terá sido como a experiência de um grande amor que se perdeu, o amor de toda uma vida... Por isso, nenhuma nova palavra [...] terá atrativo para nós se não nos devolver à gruta de Belém, para que ali possamos humilhar o nosso orgulho, aumentar a nossa caridade e dilatar o nosso sentimento de reverência com a visão de uma pureza deslumbrante”14.

– Confiança no Senhor, que nunca chega tarde para nos dar a graça e as ajudas necessárias.

ESCUTAI-ME, vós que estais desanimados e vos julgais longe da vitória. Eis que eu aproximo a minha vitória; não está longe, e a minha salvação não tardará15.

A nossa esperança no Senhor há de ser tanto maior quanto menores forem os meios de que dispomos ou maiores as dificuldades. Conta-nos São Lucas16 que, certa vez, Jesus voltava a Cafarnaum etodos o estavam esperando. Do meio daquela multidão, avança um personagem, chamado Jairo – que o evangelista destaca dizendo que era um chefe de sinagoga – e pede a Jesus que lhe cure a filha: prostrou-se aos seus pés; não se importa de dar essa demonstração pública de humildade e de fé nEle.

Imediatamente, a um gesto do Senhor, todos se põem a caminho da casa de Jairo. A menina, de doze anos, filha única, estava morrendo. Quando já tinham feito uma boa parte do trajeto, uma mulher, que padecia de uma doença que a tornava impura segundo a lei, aproximou-se de Jesus por trás, por entre o tropel da multidão, e tocou a extremidade do manto do Senhor. Era também uma mulher cheia de uma profunda humildade.

Jairo tinha mostrado a sua esperança e a sua humildade prostrando-se diante de Jesus na presença de todos. Esta mulher, pelo contrário, pretende passar despercebida, não quer que o Mestre se detenha por causa dela; pensava que valia muito pouco para que o Senhor reparasse nela. Bastava-lhe tocar a orla do seu manto.

Os dois milagres realizam-se plenamente. A mulher ficará livre para sempre de um mal que a ciência de tantos médicos não tinha podido curar, e a filha de Jairo recuperará totalmente a saúde, embora já estivesse morta quando a comitiva chegou.

Que aconteceu com Jairo, enquanto o Senhor se detinha a conversar com a hemorroíssa? Parece ter passado a um segundo plano, e não é difícil imaginá-lo um pouco impaciente, pois deixara a filha agonizante quando saíra à procura do Mestre. Mas Cristo não mostra ter pressa. E é precisamente quando parece ter chegado tarde, quando parece já não haver nada a fazer, quando tudo convida ao desalento, que chega a hora da esperança sobrenatural.

Jesus nunca chega tarde. Só nos pede uma fé maior. Esperou que se fizesse “tarde demais” para nos ensinar que a esperança sobrenatural também tem por alicerce as ruínas da esperança humana, e que a única coisa necessária é uma confiança ilimitada nEle, pois Ele pode tudo a todo o momento.

Este trecho do Evangelho recorda-nos situações por que já passamos na nossa própria vida, quando parecia que Jesus não vinha ao encontro das nossas necessidades, e depois nos concedeu uma graça muito maior. Recorda-nos tantos momentos em que estivemos de joelhos diante do Sacrário, e nos pareceu ouvir palavras muito semelhantes a estas: Não temas, mas apenas crê. Esperar em Jesus é confiar nEle, deixá-lo atuar; é ter tanto mais confiança quanto mais escassos forem os elementos em que nos possamos apoiar humanamente.

A devoção a Nossa Senhora é a maior garantia de que não nos faltarão os meios necessários para alcançarmos a felicidade eterna a que fomos destinados. Maria é verdadeiramente “porto dos que naufragam, consolo do mundo, resgate dos cativos, alegria dos enfermos”17. Nestes dias que precedem o Natal e sempre, peçamos-lhe a graça de saber permanecer, cheios de fé, à espera do seu Filho Jesus Cristo, o Messias anunciado pelos Profetas. “Ela precede com a sua luz o Povo de Deus peregrinante, como sinal de esperança certa e de consolo, até que chegue o dia do Senhor (cfr. 2 Pe 3, 10)”18.

(1) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 286; (2) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 404; (3) ibid., n. 405; (4) Jacques Leclercq, Siguiendo el año litúrgico, Madrid, 1957, pág. 78; (5) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 55; (6) cfr. Gên 3, 15; (7) Os 2, 16-25; (8) Is 7, 9-14; (9) cfr. Miq 5, 2-5; (10) Prefácio II do Advento; (11) cfr. 1 Tim 1, 1; (12) 1 Tim 3, 12; (13) Mt 6, 19; (14) Ronald A. Knox, Sermão sobre o Natal, 29-XII-1953; (15) cfr. Is 46, 12-13; (16) Lc 8, 40-56; (17) Santo Afonso Maria de Ligório, Visita ao Santíssimo Sacramento, 2; (18) Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 68.

Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal.

 

24 de Dezembro 2017

A SANTA MISSA

4º Domingo do Advento – Ano B 

Cor: Roxa

 

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1ª Leitura: 2Sm 7, 1-5.8b-12.14a.16

 “O teu reino será estável para sempre diante de mim, diz o Senhor”.

Leitura do Segundo Livro de Samuel:

1 Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2 ele disse ao profeta Natã: ‘Vê: eu resido num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!’  3 Natã respondeu ao rei: ‘Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo’. 4 Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5 ‘Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 8 bFui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9 Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra. 10 Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora, 11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12 Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 14a Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16 Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 88(89), 2-3.4-5.27 e 29(R. cf. 2a)

 R. Ao Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor! 

2Ao Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor,*
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
3Porque dissestes: ‘O amor é garantido para sempre!’*
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.  R. 

4 ‘Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito,*
e eu fiz um juramento a Davi, meu servido
5 Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,*
de geração em geração garantirei o teu reinado!’  R. 

27 Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor,vós sois meu Pai, sois meu Deus,*
sois meu Rochedo onde encontro a salvação!`
29 Guardarei eternamente para ele a minha graça*
e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.  R.

2ª Leitura: Rm 16, 25-27

 “O mistério mantido em sigilo desde sempre agora foi manifestado”.

Leitura da Carta de São Paulo apóstolo aos Romanos

Irmãos: 25 Glória seja dada àquele que tem o poder de vos confirmar na fidelidade ao meu evangelho e à pregação de Jesus Cristo, de acordo com a revelação do mistério mantido em sigilo desde sempre. 26 Agora este mistério foi manifestado e, mediante as Escrituras proféticas, conforme determinação do Deus eterno, foi levado ao conhecimento de todas as nações, para trazê-las à obediência da fé. 27 A ele, o único Deus, o sábio, por meio de Jesus Cristo, a glória, pelos séculos dos séculos. Amém!

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Lc 1, 26-38

 “Eis que conceberás e darás à luz um Filho”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 26 O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’ 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O anjo, então, disse-lhe: ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim’. 34 Maria perguntou ao anjo: ‘Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?’ 35 O anjo respondeu: ‘O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altissimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível’. 38 Maria, então, disse: ‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o anjo retirou-se.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São João Câncio

23 de Dezembro

São João Câncio 

São João Câncio nasceu em Kety, diocese de Cracóvia, Polônia, no ano 1390. Após haver concluído os estudos, ordenou-se sacerdote. Foi professor de filosofia e teologia na Universidade de Cracóvia. Enquanto os cismas e heresias existentes naquele tempo multiplicavam-se com uma rapidez espantosa na Igreja, João Câncio empenhava-se em ensinar ao povo a doutrina cristã e o caminho da santidade. Coerente com os sermões que pregava e as orientações que dava, levava uma vida de penitência, simplicidade e castidade.

Profundamente humilde e dono de um coração misericordioso e generoso, embora fosse uma das pessoas de maior conhecimento de sua época, a ninguém procurava sobrepujar. Pelo contrário, preferia ser desprezado, tratando com bondade e serenidade aqueles que o humilhavam e difamavam.

De espírito claramente franciscano, distinguia-se por uma enorme caridade evangélica. Nas discussões em defesa da fé cristã, recebia mais insultos que argumentações objetivas e, mesmo quando sua paciência e humildade eram postas à prova, não perdia a costumeira serenidade de espírito e se limitava a responder: “Graças a Deus!”.

Como era o responsável pela educação dos príncipes da casa real polonesa, às vezes era obrigado a participar de alguma festa na Corte. Dele se conta que certa vez, ao apresentar-se para um banquete, usava roupas tão simples que um criado, que não o reconheceu o pôs para fora, e que ele, que nunca usou sua posição e prestígio para qualquer tipo de benefício pessoal, aceitou humildemente a expulsão, trocou de roupa e voltou à recepção. Em meio às maiores adversidades e dificuldades jamais se afastou do seu lema de vida: “Mais para o alto!”.

Homem de muita oração, após as aulas se dirigia invariavelmente à Igreja onde, durante muito tempo, se entregava à oração e à contemplação de Cristo, na Eucaristia. São João Câncio morreu em Cracóvia, na noite de natal de 1473, sendo canonizado em 1767.

Hoje, quando o que se fala, nem sempre é o que se pensa, onde o que se promete, nem sempre é o que se pretende realizar, onde a fidelidade à meta traçada é facilmente esquecida, São João Câncio propõe aos que querem ser e fazer discípulos para Jesus, uma vida de coerência, sem fingimentos e hipocrisias, onde palavras e ações formem um todo homogêneo. Isso porque o mundo pode escutar tudo que se diz, mas só segue aquele cujas palavras estão perfeitamente de acordo com a vida que levam.

Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro