27 de Janeiro 2018

A SANTA MISSA

3ª Semana do Tempo Comum – Sábado – Ano B

Cor: Verde

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1ª Leitura: 2Sm 12,1-7a.10-17

 “Pequei contra o Senhor”.

Leitura do Segundo Livro de Samuel

Naqueles dias: 1 O Senhor mandou o profeta Natã a Davi. Ele foi ter com o rei e lhe disse-lhe: ‘Numa cidade havia dois homens, um rico e outro pobre. 2 O rico possuía ovelhas e bois em grande número. 3 O pobre só possuía uma ovelha pequenina, que tinha comprado e criado. Ela crescera em sua casa junto com seus filhos, comendo do seu pão, bebendo do mesmo copo, dormindo no seu regaço. Era para ele como uma filha. 4 Veio um hóspede à casa do homem rico, e este não quis tomar uma das suas ovelhas ou um dos seus bois para preparar um banquete e dar de comer ao hóspede que chegara. Mas foi, apoderou – se da ovelhinha do pobre e preparou-a para o visitante’. 5 Davi ficou indignado contra esse homem e disse a Natã: ‘Pela vida do Senhor, o homem que fez isso merece a morte! 6 Pagará quatro vezes o valor da ovelha, por ter feito o que fez e não ter tido compaixão’. 7a Natã disse a Davi: ‘Esse homem és tu! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 10 Por isso, a espada jamais se afastará de tua casa, porque me desprezaste e tomaste a mulher do hitita Urias para fazer dela a tua esposa. 11 Assim diz o Senhor: Da tua própria casa farei surgir o mal contra ti e tomarei as tuas mulheres, sob os teus olhos, e as darei a um outro, e ele se aproximará das tuas mulheres à luz deste sol. 12 Tu fizeste tudo às escondidas. Eu, porém, farei o que digo diante de todo o Israel e à luz do sol’. 13 Davi disse a Natã; ‘Pequei contra o Senhor’. Natã respondeu-lhe: ‘De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado. de modo que não morrerás! 14 Entretanto, por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento o filho que te nasceu morrerá’. 15 E Natã voltou para a sua casa. O Senhor feriu o filho que a mulher de Urias tinha dado a Davi e ele adoeceu gravemente. 16 Davi implorou a Deus pelo menino e fez um grande jejum. E, voltando para casa, passou a noite deitado no chão. 17 Os anciãos do palácio insistiam com ele para que se levantasse do chão; mas ele não o quis fazer nem tomar com eles alimento algum.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 50, 12-13. 14-15. 16-17 (R. 12a)

R. Criai em mim um coração que seja puro!

12Criai em mim um coração que seja puro, *
dai-me de novo um espírito decidido.
13ó Senhor, não me afasteis de vossa face, *
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!   R.

14 Dai-me de novo a alegria de ser salvo *
e confirmai-me com espírito generoso!
15 Ensinarei vosso caminho aos pecadores, *
e para vós se voltarão os transviados.   R.

16 Da morte como pena, libertai-me, *
e minha língua exaltará vossa justiça!
17 Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, *
e minha boca anunciará vosso louvor!   R.

Evangelho: Mc 4,35-41

 “Quem é este a quem até o vento e o mar obedecem?”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

35 Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: ‘Vamos para a outra margem!’ 36 Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37 Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38 Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: ‘Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?’ 39 Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: ‘Silêncio! Cala-te!’ O ventou cessou e houve uma grande calmaria. 40 Então Jesus perguntou aos discípulos: ‘Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?’ 41 Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: ‘Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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26 DE JANEIRO

Bispos

Memória

– Conservar a boa doutrina.

 

Discípulos e colaboradores de São Paulo, Timóteo e Tito foram bispos de Éfeso e Creta respectivamente. São os destinatários das Epístolas do Apóstolo chamadas pastorais.

Timóteo nasceu em Listra, na Ásia Menor, de mãe judia e pai gentio, e converteu-se na primeira viagem de São Paulo àquela cidade. Destacou-se pela fidelidade com que seguia o Apóstolo; devia ser muito jovem quando São Paulo pediu aos cristãos de Corinto que o tratassem com respeito, e ainda não tinha muitos anos quando foi nomeado bispo de Éfeso. A tradição diz que morreu mártir nesta cidade.

Tito foi um dos discípulos mais apreciados por São Paulo. Filho de pais pagãos, foi convertido pelo próprio Apóstolo. Assistiu com ele e com Barnabé ao Concílio de Jerusalém. Nas Epístolas de São Paulo, aparece como um homem cheio de coragem e firmeza contra os falsos mestres e as doutrinas errôneas que já começavam a aparecer. Morreu, quase centenário, por volta do ano 105.

TITO E TIMÓTEO foram discípulos e colaboradores de São Paulo. Timóteo acompanhou o Apóstolo – como um filho ao seu pai1 – em muitas tarefas missionárias. São Paulo sempre nutriu um especial afeto por ele. Na sua última viagem pela Ásia Menor, encarregou-o do governo da Igreja de Éfeso, ao mesmo tempo que confiava a de Creta a Tito.

Da prisão de Roma, escreveu a ambos encarecendo-lhes o cuidado do rebanho que lhes fora confiado e a responsabilidade de manterem a doutrina recebida e estimularem a vida cristã dos fiéis, ameaçada pelo ambiente pagão que os rodeava e pelas doutrinas heréticas de alguns falsos mestres. Acima de tudo, deviam conservar intacto o depósito da fé2 e dedicar-se com esmero ao ensino da doutrina3, conscientes de que a Igreja é coluna e fundamento da verdade4; por isso, deviam rejeitar com firmeza os erros e refutar os que os propagavam5.

Desde os seus começos, a Igreja procurou que a formação doutrinal dos seus filhos se concentrasse nos conteúdos fundamentais, expostos com clareza, evitando perdas de tempo e possíveis confusões que poderiam resultar do ensino de teorias pouco provadas ou marginais em relação à fé. Ao partir para a Macedônia – escreve o Apóstolo a Timóteo –, roguei-te que ficasses em Éfeso para que advertisses a alguns que não ensinassem doutrinas diferentes, nem se ocupassem com mitos e genealogias intermináveis, coisas que servem mais para gerar disputas do que para edificar o plano salvífico de Deus na fé6. O Papa João Paulo II, comentando esta passagem da Escritura, indica a todos aqueles que se dedicam a tarefas de formação que “se abstenham de turbar o espírito das crianças e dos jovens nesta etapa da sua catequese, com teorias estranhas, problemas inúteis ou discussões estéreis...”7

Os que se apresentam como mestres e não ensinam as verdades da fé, mas as suas teorias pessoais, os que semeiam dúvidas ou confusão, constituem um grande perigo para os fiéis. Às vezes, com a intenção de adaptar e tornar mais compreensíveis os conteúdos da fé ao “mundo moderno”, não só modificam o modo de explicá-la mas a sua própria essência, de tal maneira que já não ensinam a verdade revelada.

Hoje, existe também uma abundante sementeira de joio no meio do trigo: o joio da má doutrina. O rádio, a televisão, a literatura, as conferências..., são meios poderosos de difusão e de comunicação social, tanto para o bem como para o mal: junto com boas mensagens, difundem erros que afetam de modo mais ou menos direto a doutrina católica sobre a fé e os costumes. Não podemos considerar-nos imunes ao contágio desta enorme epidemia que nos cerca. Os mestres do erro aumentaram em relação àquela primeira época em que São Paulo escrevia. E as suas advertências, apesar do tempo transcorrido, são plenamente atuais. Paulo VI falava de “um terremoto brutal e universal”8: terremoto, porque subverte; universal, porque o encontramos por toda a parte9.

Conscientes de que a fé é um imenso tesouro, temos de empregar os meios necessários para conservá-la em nós e nos outros, e para ensiná-la de maneira particularmente responsável àqueles que de um modo ou de outro temos a nosso cargo. A humildade de saber que também podemos sofrer o contágio há de levar-nos a ser prudentes, a não comprar ou ler um livro da moda só porque está na moda, a pedir informações e conselho sobre espetáculos, programas de televisão, etc. A fé vale mais do que qualquer coisa.

– Conhecer com profundidade as verdades da fé.

GUARDA O BOM DEPÓSITO pela virtude do Espírito Santo que habita em nós10.

No Direito romano, depósito eram os bens que se entregavam a uma pessoa com a obrigação de guardá-los e devolvê-los íntegros quando aquele que os tinha entregue os pedisse de volta11. São Paulo aplica o mesmo termo ao conteúdo da Revelação, e assim passou à tradição católica.

Este conjunto de verdades que é entregue a cada geração, que por sua vez o transmite à seguinte, não é fruto – como já meditamos muitas vezes – do engenho e da reflexão humana, mas procede de Deus. Por isso, aos que não lhe são fiéis, poder-se-iam dirigir as palavras que o profeta Jeremias põe nos lábios de Javé: Dois pecados cometeu o meu povo: abandonou-me a Mim, fonte de águas vivas, e cavou para si cisternas, cisternas rotas que não podem reter as águas12.

Os que põem de parte o Magistério da Igreja só podem ensinar doutrinas dos homens, que, além de vãs e vazias, são também nocivas – às vezes demolidoras – para a fé e a salvação. O verdadeiro evangelizador é aquele que, “mesmo à custa de renúncias e sacrifícios, sempre procura a verdade que deve transmitir aos outros. Não vende nem dissimula a verdade pelo desejo de agradar aos homens, de causar assombro, nem por originalidade ou pelo desejo de brilhar”13.

Dentre as verdades que compõem o depósito da fé, a Igreja estabeleceu com todo o cuidado as definições dogmáticas. Muitas delas foram formuladas e definidas por causa dos ataques dos inimigos da fé, em épocas agitadas e obscuras, ou para aumentar a fé dos fiéis. Numa palestra para os universitários católicos de Oxford, Ronald Knox explicava que estas verdades são para nós, que percorremos o caminho da vida, o que são para os navegantes as bóias colocadas na desembocadura de um rio. Apontam os limites dentro dos quais se pode navegar com segurança e sem medo; fora deles, há sempre o perigo de tropeçar com algum banco de areia e encalhar. Enquanto se permanece dentro do caminho marcado, tão cuidadosamente balizado, nas matérias que se referem à fé e à moral, pode-se avançar tranquilamente e a boa velocidade. Sair dele equivale a naufragar. Quando deparamos com estas verdades, o nosso pensamento, longe de sentir-se reprimido, discorre em segurança, porque a verdade se tornou mais nítida14.

Desde tempos muito remotos, a Igreja procurou maternalmente resumir as verdades de fé em pequenos Catecismos, que, de uma maneira clara e sem ambiguidades, tornam acessível o tesouro da Revelação divina. A catequese, obra de misericórdia cada vez mais necessária, é uma das principais tarefas da Igreja, e dela devemos todos participar, na medida das nossas possibilidades. Pode ser-nos muito útil, quando ficaram para trás os anos da infância e talvez da adolescência, repassar as verdades contidas e explicitadas de modo simples no Catecismo.

Mas não basta recordar essas idéias fundamentais que um dia aprendemos: “Pouco a pouco – frisa João Paulo II –, vai-se crescendo em anos e cultura, e assomam à consciência problemas novos e exigências novas de clareza e de certeza. É necessário, pois, procurar responsavelmente as motivações da nossa fé cristã. Se não se chega a ser pessoalmente consciente e não se tem uma compreensão adequada do que se deve crer e dos motivos da fé, tudo pode afundar-se fatalmente em qualquer momento...”15 Sem fidelidade à doutrina, não se pode ser fiel ao Mestre, e, na medida em que se penetra mais e mais no conhecimento de Deus, torna-se mais fácil cultivar a piedade e o trato com Cristo.

– Difundir a Boa Nova guardada pela Igreja.

ATTENDE TIBI et doctrinae... Cuida de ti mesmo e da doutrina – aconselha São Paulo a Timóteo –, persevera nessa disposição. Se o fizeres, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te escutam16.

Devemos aproveitar com empenho os meios de formação que temos ao nosso alcance: estudo de obras de teologia para leigos, que nos são recomendadas por aqueles que as conhecem e nos conhecem bem, cursos de religião ministrados por pessoas merecedoras de confiança, e, no dia a dia, a leitura espiritual... Trata-se de adquirirmos uma boa formação doutrinal de acordo com as nossas circunstâncias particulares, para podermos conhecer melhor a Deus, para evitarmos o contágio de tantas falsas doutrinas que nos atingem diariamente, por um meio ou por outro, e para darmos a conhecer aos outros a doutrina salvadora.

A doutrina dá luz para a vida e, por sua vez, a vida cristã prepara o coração para penetrar no conhecimento de Deus. O Senhor pede-nos constantemente uma adesão da inteligência a todas as verdades que, no seu amor eterno, nos revelou. Não se trata de um conhecimento teórico: deve espraiar-se pela totalidade da existência, para que possamos atuar, até nas coisas mais pequenas, em conformidade com a vontade de Deus. Temos que viver de acordo com a fé que professamos: sabendo-nos filhos de Deus em todas as situações, contando com um Anjo da Guarda que o Senhor quis que nos amparasse, apoiando-nos sempre na ajuda sobrenatural que todos os outros cristãos nos prestam... Com esta vida de fé, quase sem o percebermos, daremos a conhecer a muitos outros o espírito de Cristo.

(1) Fil 2, 22; (2) 1 Tim 6, 20; (3) 1 Tim 6, 16; (4) 1 Tim 3, 15; (5) 1 Tim 1, 13; (6) 1 Tim 1, 3-4; (7) João Paulo II, Catechesi tradendae, 16-X-1979, 61; (8) cfr. Paulo VI, Exort. Apost. Petrum et Paulum, 22-II-1967; (9) cfr. P. Rodriguez, Fe y vida de fe, EUNSA, Pamplona, 1974, pág. 151; (10) 2 Tim 1, 14; (11) cfr. Sagrada Bíblia, Epístola a los Tessalonicenses, vol. IX, nota a 1 Tim 6, 20; (12) Jer 2, 13; (13) Paulo VI, Exort. Apost. Evangelii nuntiandi, 8-XII-1975, 78; (14) cfr. R. A. Knox, A torrente oculta, Éfeso, Lisboa, 1954, pág. 142; (15) João Paulo II, Alocução, 24-III-1979; (16) 1 Tim 4, 16.

Fonte: livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal.

 

São Timóteo e São Tito

26 de janeiro

São Timóteo e São Tito 

Ambos colaboradores do Apóstolo dos gentios. Por isso o novo calendário inseriu-os logo após a festa da conversão de são Paulo.

Timóteo foi o discípulo exemplar: obediente, discreto, corajoso, trabalhador. Por essa razão são Paulo preferiu-o a João Marcos como companheiro no apostolado, na segunda viagem missionária no outono de 50.

Nasceu em Listra, onde são Paulo o encontrou na primeira viagem. Foi um dos primeiros a se converter ao Evangelho. Timóteo foi educado na religião hebraica pela mãe, Eunice, e pela avó, Lóide. Desde pequeno tinha grande amor às Escrituras. Acompanhou são Paulo a várias cidades: Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e até Roma. Por meio dele Paulo tinha, com maior facilidade, contato com as comunidades cristãs.

Entre 63 e 66, quando recebeu a primeira carta (1Tm), era bispo da Igreja de Éfeso, na segunda Paulo convida-o a passar o inverno com ele em Roma. É comovente a súplica do velho apóstolo ao filho Timóteo de trazer-lhe a capa que havia deixado em Trôade. Com certeza estava muito frio o cárcere romano. Timóteo presenciou o martírio de Paulo. Segundo uma tradição Timóteo foi martirizado em Éfeso no ano 97.

Tito foi o segundo grande colaborador de Paulo. Provinha do paganismo. Foi convertido e batizado por Paulo. Em 49 já estava com Paulo em Jerusalém. Paulo o chama “meu filho”. Foi seu companheiro na terceira viagem e ajudou-o a escrever uma carta aos coríntios.

Libertado da prisão romana, o Apóstolo passou por Creta, onde fundou uma comunidade cristã e confiou-a a Tito. Foi aqui que recebeu a carta de Paulo. É testemunha da Igreja apostólica. Tito foi depois a Roma avistar-se com o Mestre que o mandou provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é intenso. Segundo uma tradição, Tito morreu em Creta, após longa vida.

Fonte: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.


26 de Janeiro 2018

A SANTA MISSA

3ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira – Ano B

Memória: São Timóteo e São Tito, bispos

Cor: Branca

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1ª Leitura: 2Tm 1,1-8

 “Recordo-me da fé sincera que tens.”

Início da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo

1 Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo pelo desígnio de Deus referente à promessa de vida que temos em Cristo Jesus, 2 a Timóteo, meu querido filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor! 3 Dou graças a Deus, – a quem sirvo com a consciência pura, como aprendi dos meus antepassados -, quando me lembro de ti, dia e noite, nas minhas orações. 4 Lembrando-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de rever-te, e assim ficar cheio de alegria. 5 Recordo-me da fé sincera que tens, aquela mesma fé que antes tiveram tua avó Loide e tua mãe Eunice. Sem dúvida, assim é também a tua. 6 Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7 Pois Deus não nos deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e sobriedade. 8 Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 95(96),1-2a.2b-3.7-8a.10 (R. 3)

R. Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!

1Cantai ao Senhor Deus um canto novo, +
cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! *
2aCantai e bendizei seu santo nome!      R.

2b Dia após dia anunciai sua salvação, +
3 manifestai a sua glória entre as nações, *
e entre os povos do universo seus prodígios!      R.

7 Ó família das nações, dai ao Senhor, +
ó nações, dai ao Senhor poder e glória, *
8a dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!      R.

10 Publicai entre as nações: “Reina o Senhor! +
Ele firmou o universo inabalável, *
e os povos ele julga com justiça.      R.

Evangelho: Lc 10,1-9

 “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 1 O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3 Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5 Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: `A paz esteja nesta casa!’ 6 Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7 Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8 Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9 curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: `O Reino de Deus está próximo de vós'”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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25 de Janeiro 2018

A SANTA MISSA

Conversão de São Paulo, Apóstolo – Festa

Cor: Branca

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1ª Leitura: At 22,3-16

 “Levanta-te, recebe o batismo
e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome de Jesus.”

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, Paulo disse ao povo: 3 “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco. 4 Persegui até à morte os que seguiam este Caminho, prendendo homens e mulheres e jogando-os na prisão. 5 Disso são minhas testemunhas o Sumo Sacerdote e todo o conselho dos anciãos. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá, a fim de prender todos os que encontrasse e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados. 6 Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: `Saulo, Saulo, por que me persegues?’ 8 Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ 7 Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’. 9 Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. 10 Então perguntei: ‘Que devo fazer, Senhor?’ O Senhor me respondeu: ‘Levanta-te e vai para Damasco. Ali te explicarão tudo o que deves fazer’. 11 Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pela mão dos meus companheiros. 12 Um certo Ananias, homem piedoso e fiel à Lei, com boa reputação junto de todos os judeus que aí moravam, 13 veio encontrar-me e disse: `Saulo, meu irmão, recupera a vista!’ No mesmo instante, recuperei a vista e pude vê-lo. 14 Ele, então, me disse: Ó Deus de nossos antepassados escolheu-te para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires a sua própria voz. 15 Porque tu serás a sua testemunha diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste.16 E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele!'”

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 116(117),1-2 (R. Mc 16,15)

R. Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.

1Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, *
povos todos, festejai-o! R.

2 Pois comprovado é seu amor para conosco
para sempre ele é fiel!      R.

Evangelho: Mc 16,15-18

“Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15 e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16 Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17 Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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24 de Janeiro 2018

A SANTA MISSA

3ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira – Ano B

Memória: São Francisco de Sales, bispo e doutor

Cor: Branca

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1ª Leitura: 2Sm 7,4-17

 “Suscitarei, depois de ti, um filho teu,
e confirmarei a sua realeza.”

Leitura do Segundo Livro de Samuel

Naqueles dias: 4 A palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5 ‘Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 6 Pois eu nunca morei numa casa, desde que tirei do Egito os filhos de Israel, até ao dia de hoje, mas tenho vagueado em tendas e abrigos. 7 Por todos os lugares onde andei com os filhos de Israel, disse, porventura, a algum dos chefes de Israel, que encarreguei de apascentar o meu povo: Por que não me edificastes uma casa de cedro?` 8 Dirás pois, agora, ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor Todo-poderoso: Fui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9 Estive contigo em toda parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra. 10 Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora, 11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa.12 Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 13 Será ele que construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real. 14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele proceder mal, eu o castigarei com vara de homens e com golpes dos filhos dos homens. 15 Mas não retirarei dele a minha graça, como a retirei de Saul, a quem expulsei da minha presença. 16 Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre’. 17 Natã comunicou a Davi todas essas palavras e toda essa revelação.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 88, 4-5. 27-28. 29-30 (R. 29a)

R. Guardarei eternamente para ele a minha graça.

4‘Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, *
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor:
5Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, *
de geração em geração garantirei o teu reinado!’      R.

27 Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, *
sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!`
28 E por isso farei dele o meu filho primogênito, *
sobre os reis de toda a terra farei dele o Rei altíssimo.      R.

29 Guardarei eternamente para ele a minha graça *
e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.
30 Pelos séculos sem fim conservarei sua descendência, *
e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar’.      R.

Evangelho: Mc 4,1-20

 “O semeador saiu a semear.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 1 Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia. 2 Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes: 3 ‘Escutai! O semeador saiu a semear. 4 Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram. 5 Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, 6 mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. 7 Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. 8 Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um.’ 9 E Jesus dizia: ‘Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.’ 10 Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. 11 Jesus lhes disse: ‘A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, 12 para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados.’ 13 E lhes disse: ‘Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas? 14 O semeador semeia a Palavra. 15 Os que estão à beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. 16 Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, 17 mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem. 18 Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; 19 mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto. 20 Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom, são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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23 de Janeiro 2018

A SANTA MISSA

3ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira – Ano B

Cor: Verde

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1ª Leitura: 2Sm 6, 12b-15.17-19

 “Davi e toda a casa de Israel
transportaram a arca do Senhor, com brados de alegria.”

Leitura do Segundo Livro de Samuel

Naqueles dias, 12b Davi pôs-se a caminho e transportou festivamente a arca de Deus da casa de Obed-Edom para a cidade de Davi. 13 A cada seis passos que davam, os que transportavam a arca do Senhor, sacrificavam um boi e um carneiro. 14 Davi, cingido apenas com um efod de linho, dançava com todas as suas forças diante do Senhor. 15 Davi e toda a casa de Israel conduziram a arca do Senhor, soltando gritos de júbilo e tocando trombetas. 17 Introduziram a arca do Senhor e depuseram-na em seu lugar, no centro da tenda que Davi tinha armado para ela. Em seguida, ele ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos na presença do Senhor. 18 Assim que terminou de oferecer os holocaustos e os sacrifícios pacíficos, Davi abençoou o povo em nome do Senhor Todo-poderoso. 19 E distribuiu a toda a multidão de Israel, a cada um dos homens e das mulheres, um pão de forno, um bolo de tâmaras e uma torta de uvas. Depois todo o povo foi para casa.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 23(24), 7.8.9.10(R. cf. 8a)

R. Dizei-nos: ‘Quem é leste Rei da glória?
É o Senhor, o valoroso, o grandioso!’

7‘Ó portas, levantai vossos frontões! +
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!’ R.

8 Dizei-nos: ‘Quem é este Rei da glória?’ +
‘É o Senhor, o valoroso, o onipotente, *
o Senhor, o poderoso nas batalhas!’      R.

9 ‘Ó portas, levantai vossos frontões! +
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!’      R.

10 Dizei-nos: ‘Quem é este Rei da glória?’ +
‘O Rei da glória é o Senhor onipotente, *
o Rei da glória é o Senhor Deus do universo!’      R.

Evangelho: Mc 3, 31-35

 “Quem fizer a vontade de Deus
esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, 31 Chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32 Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: ‘Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura.’ 33 Ele respondeu: ‘Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?’ 34 E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: ‘Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35 Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São Vicente

22 de janeiro

São Vicente 

Vicente nasceu em Huesca, na Península Ibérica e pertencia a uma das mais ilustres famílias do país. Cedo foi entregue à orientação de Valério, bispo de Zaragoza que o instruiu na ciência da religião e das letras humanas. Ao ser ordenado diácono foi encarregado do ministério da palavra, missão que exerceu com muito zelo. Em 303 tiveram início as perseguições aos cristãos movidas pelos imperadores Diocleciano e Maximiano. Nessa ocasião, Daciano, que era governador da Província à qual pertencia Zaragoza, mandou prender Valério e Vicente que foram conduzidos a Valência carregados de correntes. Apesar da fome, sede e violências a que foram submetidos durante a viagem, eles chegaram a Valência alegres e bem dispostos. Daciano usou de todos os meios para persuadi-los a renegar a fé cristã, inclusive prometendo ao bispo, que já era idoso, uma velhice tranqüila, e a Vicente, que era mais jovem, cargos e honras no império. Valério, que sofria de gagueira, incumbiu Vicente de falar em seu nome. Vicente rejeitou todos os favores e proclamou sua fé e fidelidade a Jesus. Daciano ordenou então que ele fosse submetido aos suplícios mais cruéis. Vicente teve os ossos desconjuntados, e as carnes foram rasgadas com lâminas de ferro, deixando a descoberto as vértebras e as costelas. Ao ver a tranqüilidade de Vicente que não derramava uma única lágrima, o governador mandou redobrar os suplícios, e a ordem foi executada com assustadora brutalidade.

Revoltado, porque Vicente não cedia, Daciano mandou colocá-lo sobre uma grelha de ferro para ser assado vivo e, após todos esses sofrimentos, lançou-o no cárcere. Na prisão, Vicente não cessava de entoar hinos de louvor a Deus, tendo convertido alguns presos, inclusive o carcereiro. São Vicente morreu no ano 304, no cárcere. Irritado e frustrado, porque não dobrou Vicente aos seus caprichos, o governador mandou que seu corpo fosse jogado ao relento para ser comido pelas feras. Contam que, como uma águia não permitia que as feras se aproximarem do corpo de Vicente, Daciano mandou atirá-lo no rio, atado a uma pedra. Mas o corpo boiou e foi dar na praia onde fiéis o recolheram e o sepultaram.

Não é de hoje que os que estão no poder tentam comprar a consciência das pessoas com promessas e favores pessoais. Mas hoje São Vicente, que preferiu morrer a vender sua consciência e trair seu projeto de vida, nos lembra que não têm o direito de trair sua fé e vender seu ideal, aqueles que foram resgatados da morte e comprados para a vida verdadeira, por um Deus que para isso doou seu sangue, sua própria vida.

Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro


22 de Janeiro 2018

A SANTA MISSA

3ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira – Ano B

Cor: Verde

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1ª Leitura: 2Sm 5, 1-7.10

 “Tu apascentarás o meu povo Israel.”

Leitura do Segundo Livro de Samuel

Naqueles dias: 1 Todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: ‘Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. 2 Tempo atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’. 3 Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até ao rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel. 4 Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e reinou quarenta anos: 5 sete anos e seis meses sobre Judá, em Hebron, e trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá. 6 Davi marchou então com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam aquela terra. Estes disseram a Davi: ‘Não entrarás aqui, pois serás repelido por cegos e coxos’. Com isso queriam dizer que Davi não conseguiria entrar lá. 7 Davi, porém, tomou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi. 10 Davi ia crescendo em poder, e o Senhor, Deus Todo-poderoso, estava com ele.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 88(89), 20.21-22.25-26(R. 25a)

R. Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele.

20Outrora vós falastes em visões a vossos santos: +
‘Coloquei uma coroa na cabeça de um herói *
e do meio deste povo escolhi o meu Eleito.  R.

21 Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, *
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
22 Estará sempre com ele minha mão onipotente, *
e meu braço poderoso há de ser a sua força.       R.

25 Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, *
sua força e seu poder por meu nome crescerão.
26 Eu farei que ele estenda sua mão por sobre os mares, *
e a sua mão direita estenderei por sobre os rios.       R.

Evangelho: Mc 3, 22-30

 “Satanás será destruído.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 22 Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23 Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: ‘Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24 Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25 Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26 Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27 Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28 Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29 Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno.’ 30 Jesus falou isso, porque diziam: ‘Ele está possuído por um espírito mau.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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— Os discípulos, deixando todas as coisas, seguem Jesus. Necessidade de um desprendimento completo para corresponder às chamadas que o Senhor nos dirige.

 

O evangelho da MISSA de hoje narra a chamada que I Cristo dirigiu a quatro dos seus discípulos: Pedro, André, Tiago e João l. Os quatro eram pescadores e encontravam-se entregues ao trabalho, lançando as redes ou consertando-as, quando Jesus passou e os chamou.

Estes Apóstolos já conheciam o Senhor2 e tinham-se sentido profundamente atraídos pela sua pessoa e pela sua doutrina. A chamada que recebem agora é a definitiva: Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens.

Estes homens deixaram tudo imediatamente e seguiram o Mestre. Noutra passagem, o Evangelho relata com palavras parecidas a vocação de Mateus: relictis omnibus, deixando todas as coisas, levantando-se, o seguiu. E os demais Apóstolos, cada um nas circunstâncias peculiares em que Jesus os encontrou, devem ter feito o mesmo.

Para seguirmos o Senhor, é preciso que tenhamos a alma livre de todo o apegamento; em primeiro lugar, do amor próprio, da preocupação excessiva pela saúde, pelo futuro..., pelas riquezas e bens materiais. Porque, quando o coração se enche dos bens da terra, já não resta lugar para Deus.

A alguns, o Senhor pede uma renúncia absoluta, para dispor deles mais plenamente, tal como fez com os Apóstolos, com o jovem rico3, com tantos e tantos ao longo dos séculos, que encontraram nEle o seu tesouro e a sua riqueza. E a todo aquele que pretenda segui-lo, exige um desprendimento efetivo de si mesmo e daquilo que tem e usa.

Se esse desprendimento for real, manifestar-se-á em muitos momentos da vida diária, porque, como o mundo criado é bom, o coração tende a apegar-se de forma desordenada às criaturas e às coisas. Por isso o cristão necessita de uma vigilância contínua, de um exame freqüente, para que os bens criados não o impeçam de unir-se a Deus, antes sejam um meio de amá-lo e servi-lo. "Cuidem todos, portanto, de dirigir retamente os seus afetos - adverte o Concilio Vaticano II -, para que, por causa das coisas deste mundo e do apego às riquezas, não encontrem um obstáculo que os afaste, contra o espírito de pobreza evangélica, da busca da caridade perfeita, segundo a admoestação do Apóstolo:  Os que usam deste mundo não se detenham nele, porque os atrativos deste mundo passam (cfr. 1 Cor 7, 31)"4.

Estas palavras de São Paulo aos cristãos de Corinto, apresentadas na segunda Leitura da Missa, são um convite para que ponhamos o nosso coração todo inteiro no eterno: em Deus.

— Alguns detalhes de pobreza cristã e de desprendimento.

O DESPRENDIMENTO CRISTÃO não é desprezo pelos bens materiais, desde que sejam adquiridos e utilizados de acordo com a vontade de Deus, mas é tornar realidade na própria vida aquele conselho do Senhor: Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e o resto vos será dado por acréscimo5.

Um coração tíbio e dividido, inclinado a compaginar o amor a Deus com o amor aos bens, às comodidades e ao aburguesamento, bem cedo desalojará Cristo do seu coração I e se achará prisioneiro desses bens, que para ele se converterão em males. Não devemos esquecer que todos trazemos dentro de nós, como conseqüência do pecado original, a tendência para uma vida mais fácil, para o supérfluo, para as ânsias de domínio, para a preocupação com o futuro.

Esta tendência da natureza humana agrava-se com a corrida desenfreada pela posse e utilização dos meios materiais, como se fossem a coisa mais importante da vida, uma corrida que vemos estender-se cada vez mais na sociedade em que vivemos. Nota-se por toda a parte uma inclinação clara não já para o legítimo conforto, mas para o luxo, para não abrir mão de nada que dê prazer. É uma pressão violenta que se observa por toda a parte e que não devemos esquecer se queremos realmente manter-nos livres desses liames para seguir o Senhor e ser exemplos vivos de temperança, no meio de uma sociedade que devemos conduzir para Deus.

A abundância e a fruição dos bens materiais nunca darão felicidade ao mundo; o coração só encontrará a plenitude para a qual foi criado no seu Deus e Senhor. Quando não se atua com a fortaleza necessária para viver interiormente desprendido, "o coração fica triste e insatisfeito; penetra por caminhos de um eterno descontentamento e acaba escravizado já aqui na terra, convertendo-se em vítima desses mesmos bens que talvez tenha conseguido à custa de esforços e renúncias sem número"6.

A pobreza e o desprendimento cristãos não têm nada a ver com a sujidade e o desleixo, com o desalinho ou a falta de educação. Jesus apresentou-se sempre bem vestido. A sua túnica, certamente confeccionada pela sua Mãe, foi objeto de sorteio no Calvário porque era inconsútil, tecida de alto a baixo1-, era uma veste orlada8. Observamos também como, na casa de Simão, o Senhor reparou que se tinham omitido com Ele as regras usuais da boa educação e fez ver ao anfitrião que não lhe tinha oferecido água para lavar os pés, nem o tinha cumprimentado com o ósculo da paz nem ungido a sua cabeça com óleo...9

A pobreza do cristão que deve santificar-se no meio do mundo está ligada ao trabalho de que vive e com o qual sustenta a sua família; no estudante, a um estudo sério e ao bom aproveitamento do tempo, com a clara consciência de que contraiu uma dívida para com a sociedade e para com os seus, e de que deve preparar-se com competência para ser útil; na mãe de família, ao cuidado do lar, da roupa, dos móveis para que durem, à poupança prudente, que levará a evitar caprichos pessoais, ao exame da qualidade do que compra, o que suporá em muitos casos ir de loja em loja Para comparar preços...

E, quanto aos filhos, como agradecem depois de terem sido criados com essa austeridade que entra pelos olhos e que não necessita de muitas explicações quando vêem que é vivida pelos pais! E isto ainda que se trate de uma família de posição econômica desafogada. Os pais deixam aos filhos uma grande herança quando lhes fazem ver com o seu exemplo que o trabalho é o melhor capital e o mais sólido, quando lhes mostram o valor das coisas e os ensinam a gastar tendo em conta a situação de aperto em que muitos se encontram na terra.

— A esmola e o desprendimento dos bens materiais.

O DESPRENDIMENTO EFETIVO dos bens exige sacrifício. Um desprendimento que não custe é pouco real. O estilo de vida cristã implica uma mudança radical de atitude em face dos bens terrenos, os quais não hão de ser procurados e utilizados como se fossem um fim, mas como meio para servir a Deus, à família, à sociedade.

O fim que um cristão tem em vista não é possuir cada vez mais, mas amar mais e mais a Cristo através do seu trabalho, da sua família e também através dos bens materiais. A generosa preocupação pelas necessidades alheias que os primeiros cristãos viviam 10, e que São Paulo ensinou também a viver aos fiéis das comunidades que ia fundando, será sempre um exemplo de vigência permanente; um cristão nunca poderá contemplar com indiferença as necessidades espirituais ou materiais dos outros e deve contribuir generosamente para solucionar essas necessidades. E há de ser consciente de que então não só se remedeiam as necessidades dos santos (dos outros irmãos na fé), mas também se contribui muito para a glória do Senhor.

A generosidade na esmola a pessoas necessitadas ou a obras boas sempre foi uma manifestação - embora não a única - de desprendimento real dos bens e de espírito de pobreza evangélica. Não somente esmola do supérfluo, mas aquela que se compõe principalmente de sacrifícios pessoais, de um passar necessidade em algum campo. Esta oferenda, feita com o sacrifício daquilo que talvez nos parecesse necessário, é muito grata a Deus. A esmola brota de um coração misericordioso, e "é mais útil para quem a dá do que para aquele que a recebe. Porque quem a dá tira um proveito espiritual, ao passo que quem a recebe tira somente um proveito material"I2.

Tal como aos Apóstolos, o Senhor convidou-nos a segui-lo - cada um nas suas condições peculiares -, e, para respondermos a essa chamada, devemos estar atentos e ver se também nós deixamos todas as coisas, ainda que tenhamos que servir-nos delas. Vejamos se somos generosos com o que temos e usamos, se estamos desapegados do tempo, da saúde, se os nossos amigos nos conhecem como pessoas que vivem sobriamente, se somos magnânimos na esmola, se evitamos gastos que no fundo são um capricho, vaidade, aburguesamento, se cuidamos daquilo que usamos: livros, instrumentos de trabalho, roupa.

Jesus passa também ao nosso lado. Não deixemos que, por causa de meia dúzia de bagatelas - São Paulo chama-as lixo 13 -, estejamos adiando indefinidamente uma união mais profunda com Ele.

(1) Mc 1, 14-20; (2) Jo 1, 35-42; (3) Mc 10, 21; (4) Cone. Vat. II, Const. Lumen gentium, 42; (5) Mt 6, 33; (6) Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, n. 118; (7) Jo 19, 23; (8) Mt 9, 20; 14, 36; (9) Lc 7, 36-50; (10) cfr. At 2, 44-47; (11) 2 Cor 9, 12; (12) São Tomás, Comentário à segunda Epístola aos Corintios, 8, 10; (13) Fil 3, 8.