— O Senhor vem curar os nossos males mais profundos. Cura de um leproso.

 

A CURA DE UM LEPROSO narrada pelo Evangelho da Missa ' deve ter comovido muito as multidões. É o que transparece do fato de ter sido relatada com tanto pormenor por três Evangelistas. Um deles, São Lucas, precisa que o milagre se realizou numa cidade e que a doença se encontrava já muito avançada: estava todo coberto de lepra2, diz.

com deusA lepra era considerada então como uma doença incurável e era muito temida pelas deformações, acompanhadas de grandes sofrimentos, que produzia em todo o corpo. Como, além disso, era contagiosa, os leprosos eram segregados das cidades e dos caminhos e declarados legalmente impuros, como se lê na primeira Leitura da Missa3. Obrigados a levar a cabeça descoberta e as vestes esfarrapadas, deviam dar-se a conhecer de longe quando passavam pelas proximidades de um lugar habitado. As pessoas fugiam deles, como também os  próprios   familiares;   e  em muitos casos interpretava-se a sua doença como um castigo de Deus pelos seus pecados.

Por esse conjunto de circunstâncias, estranha ver este leproso numa cidade. Talvez tivesse ouvido falar de Jesus e estivesse há muito tempo em busca de uma oportunidade Para se aproximar dEle. Agora, finalmente, encontra-o e é tal o desejo de falar-lhe que passa por cima das rigorosas prescrições da antiga lei mosaica.

Cristo é a sua esperança, a sua única esperança.

A cena deve ter sido extraordinária. O leproso prostrou-se diante de Jesus e disse-lhe: Senhor, se quiseres, podes limpar-me. Se quiseres... Talvez tivesse preparado um discurso mais longo, com mais explicações..., mas por fim tudo ficou reduzido a essa jaculatória cheia de simplicidade, de confiança, de delicadeza: Si vis, potes me mundare, se quiseres, podes... Nessas poucas palavras condensava-se uma oração poderosa.

Jesus compadeceu-se; e os três Evangelistas que contam o episódio transmitem-nos o gesto surpreendente do Senhor: Estendeu a mão e o tocou. Até àquele momento, todos os homens haviam fugido dele com medo e repugnância. Cristo, porém, que podia tê-lo curado à distância - como já o fizera em outras ocasiões -, não só não se afasta dele, como chega a tocar a sua lepra. Não é difícil imaginar a ternura de Cristo e a gratidão do doente quando viu o gesto do Senhor e ouviu as suas palavras: Quero, sê limpo.

O Senhor sempre deseja curar-nos das nossas fraquezas e dos nossos pecados. E não temos necessidade de esperar meses nem mesmo dias para que passe perto da nossa cidade... No Sacrário mais próximo, na intimidade da alma em graça, no sacramento da Penitência, encontramos o mesmo Jesus de Nazaré que curou o leproso. Ele "é Médico, e cura o nosso egoísmo se deixarmos que a sua graça nos penetre até o fundo da alma. Jesus advertiu-nos que a pior doença é a hipocrisia, o orgulho que leva a dissimular os pecados próprios. Com o Médico, é imprescindível que tenhamos uma sinceridade absoluta, que lhe expliquemos toda a verdade e digamos: Domine, si vis, potes me mundare (Mt 8, 2), Senhor, se quiseres - e Tu queres sempre -, podes curar-me. Tu conheces a minha debilidade; sinto estes sintomas e experimento estas outras fraquezas. E descobrimos com simplicidade as chagas; e o pus, se houver pus"4; todas as misérias da nossa vida.

— A lepra, imagem do pecado. Os sacerdotes perdoam os pecados in persona Christi.

II PELA SUA FEALDADE e repugnância, pelo isolamento a que obrigava, os Santos Padres viram na lepra a imagem do pecado5. Contudo, o pecado, mesmo o venial, é incomparavelmente pior do que a lepra, pois são infinitamente maiores a sua fealdade, a sua repugnância e os efeitos trágicos que produz nesta vida e na outra. "Se tivéssemos fé e víssemos uma alma em estado de pecado mortal, morreríamos de terror"6, diz o Cura d'Ars. Todos somos pecadores, ainda que pela misericórdia divina estejamos longe do pecado mortal. É uma realidade que não devemos esquecer, e Jesus é o único que nos pode curar. Só Ele.

O Senhor vem buscar os enfermos e somente Ele pode avaliar e medir em toda a sua tremenda realidade a ofensa do pecado. Por isso comove-nos vê-lo aproximar-se do pecador, tocá-lo. Ele, que é a própria Santidade, não se apresenta cheio de ira, mas com grande delicadeza e respeito. "Esse é o estilo de Jesus"7.

O que Ele nos diz é que veio perdoar, redimir, veio livrar-nos dessa lepra da alma que é o pecado. E proclama o seu perdão como um sinal de onipotência, como sinal de um poder que só o próprio Deus pode exercer8. Cada uma das nossas confissões é expressão do poder e da misericórdia de Deus. Os sacerdotes não exercem esse poder por virtude própria, mas em nome de Cristo - in persona Christi —, como instrumentos nas mãos do Senhor. "Jesus identifica-nos de tal modo consigo próprio no exercício dos poderes que nos conferiu - dizia João Paulo II aos sacerdotes no Rio de Janeiro -, que a nossa personalidade como que desaparece diante da sua, já que é Ele quem age por meio de nós [...]. É o próprio Jesus quem, no Sacramento da Penitência, pronuncia a palavra autorizada e paterna: Os teus pecados te são perdoados"9.

Quando nos confessamos, aproximamo-nos com veneração e agradecimento do próprio Cristo; na voz do sacerdote, ouvimos Jesus, o único que pode curar as nossas doenças. «Domine!» - Senhor! - «si vis, potes me mundare» - se quiseres, podes curar-me. - Que bela oração para que a digas muitas vezes, com a fé do pobre leproso, quando te acontecer o que Deus e tu e eu sabemos! - Não tardarás a sentir a resposta do Mestre: «Volo, mundare!» - Quero, sê limpo!"10 temos que aprender do leproso: com toda a sua sinceridade, coloca-se diante do Senhor e, de joelhos, reconhece a sua doença e pede para ser curado.

— Apostolado da Confissão.

Disse-lhe o Senhor: Quero, sê limpo. E imediatamente desapareceu dele a lepra e ficou limpo. Não podemos imaginar a imensa alegria que se apossou daquele que era leproso até aquele momento. Foi tal a sua alegria que, apesar da advertência do Senhor, começou a proclamar e a divulgar por toda a parte a notícia do bem imenso que recebera. Não pôde reter tanta felicidade só para si, e sentiu a necessidade de fazer participar a todos da sua boa sorte.

Esta deve ser a nossa atitude no que diz respeito ao sacramento da Confissão. Pois nela também nós ficamos livres das nossas enfermidades, por maiores que possam ser. E não só ficamos limpos do pecado, como adquirimos uma nova juventude, uma renovação da vida de Cristo em nós. Ficamos unidos ao Senhor de uma maneira diferente e particular.

E desse novo ser e dessa nova alegria que encontramos em cada confissão devemos fazer participar aqueles que mais estimamos e todos aqueles que passam pela nossa vida. Não nos deve bastar termos encontrado o Médico; devemos fazer chegar a notícia a muitos que não sabem que estão doentes ou pensam que os seus males não têm cura. Levar muitos a abeirar-se do sacramento da Confissão é uma das tarefas que Cristo nos confia nestes tempos em que verdadeiras multidões se afastaram daquilo que mais precisam: o perdão dos seus pecados.

Em certos casos, teremos que começar por uma cateque-se elementar, talvez aconselhando aos nossos amigos um livro de leitura acessível e explicando-lhes com uma linguagem compreensível os pontos fundamentais da fé e da moral. Ajudá-los-emos a ver que a sua tristeza e o seu vazio interior provêm da ausência de Deus em suas vidas. E, no momento adequado, animá-los-emos a procurar o sacerdote - talvez o mesmo com quem nós nos confessamos habitualmente - e a abrir-lhe a alma de um modo simples e humilde, contando tudo o que os afasta do Senhor, desse Deus que os está esperando. A nossa oração, o oferecimento das horas de trabalho e de algum pequeno sacrifício por eles, bem como a nossa própria confissão periódica, atrairão de Deus novas graças eficazes para esses nossos amigos.

Aquele dia foi inesquecível para o leproso. Cada um dos nossos encontros com Cristo é também inesquecível, e os amigos que ajudamos a caminhar para Deus nunca se esquecerão também da paz e do júbilo do seu encontro com o Mestre. E converter-se-ão por sua vez em apóstolos que propagam a Boa Nova, a alegria de uma confissão bem feita. A nossa Mãe Santa Maria haverá de conceder-nos, se recorrermos a Ela, a alegria e a urgência de comunicar a muitos os grandes bens que o Senhor — Pai das misericórdias — nos deixou neste sacramento.

(1) Mc 1, 40-45; (2) Lc 5, 12; (3) Lev 13, 1-2; 44-46; (4) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 93; (5) cfr. São João Crisóstomo, Homílias sobre São Mateus, 25, 2; (6) Cura d'Ars, citado por João XXIII em Carta Sacerdoti nostri primordia; (7) João Paulo II, Homília, 17-11-1985; (8) cfr. Mt 9, 2 e segs.; (9) João Paulo II, Homília no estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, 2-VII-1980; (10) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 142; (11) Mc 1, 40.

11 de fevereiro 2018

A SANTA MISSA

6º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Cor: Verde

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1ª Leitura: Lv 13, 1-2.44-46

 “O leproso deverá morar à parte, fora do acampamento.”

Leitura do Livro do Levítico

1 O Senhor falou a Moisés e Aarão, dizendo: 2 “Quando alguém tiver na pele do seu corpo alguma inflamação, erupção ou mancha branca, com aparência do mal da lepra, será levado ao sacerdote Aarão ou a um dos seus filhos sacerdotes. 44 Se o homem estiver leproso é impuro, e como tal o sacerdote o deve declarar. 45 O homem atingido por este mal andará com as vestes rasgadas, os cabelos em desordem e a barba coberta, gritando: ‘Impuro! Impuro!’ 46 Durante todo o tempo em que estiver leproso será impuro; e, sendo impuro, deve ficar isolado e morar fora do acampamento”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 31(32), 1-2.5.7.11(R. 7)

R. Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio.

Feliz o homem que foi perdoado
e cuja falta já foi encoberta!
Feliz o homem a quem o Senhor
não olha mais como sendo culpado,
e em cuja alma não há falsidade! R.

Eu confessei, afinal, meu pecado,
e minha falta vos fiz conhecer.
Disse: “Eu irei confessar meu pecado!”
E perdoastes, Senhor, minha falta.  R.

Regozijai-vos, ó justos, em Deus,
e no Senhor exultai de alegria!
Corações retos, cantai jubilosos!     R.

2ª Leitura: 1Cor 10, 31 – 11, 1

 “Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo.”

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Coríntios

Irmãos: 10,31 Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. 32 Não escandalizeis ninguém, nem judeus, nem gregos, nem a Igreja de Deus. 33 Fazei como eu, que procuro agradar a todos, em tudo, não buscando o que é vantajoso para mim mesmo, mas o que é vantajoso para todos, a fim de que sejam salvos. 11,1 Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Mc 1, 40-45

 “A lepra deixou-o e ele ficou limpo.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, 40 um leproso chegou perto de Jesus e, de joelhos, pediu: “Se queres, tens o poder de curar-me”. 41 Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero: fica curado!”. 42 No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado. 43 Então Jesus o mandou logo embora, 44 falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!” 45 Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade; ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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10 de Fevereiro 2018

A SANTA MISSA

5ª Semana do Tempo Comum – Sábado – Ano B

Memória: Santa Escolástica, virgem

Cor: Branca

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1ª Leitura: 1Rs 12,26-32; 13,33-34

 “Jeroboão fez dois bezerros de ouro.”

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias: 26 Jeroboão refletiu consigo mesmo: ‘Como estão as coisas, o reino vai voltar à casa de Davi.27 Se este povo continuar a subir ao templo do Senhor em Jerusalém, para oferecer sacrifícios, seu coração se voltará para o seu soberano Roboão, rei de Judá; eles me matarão e se voltarão para Roboão, rei de Judá’. 28 Depois de ter refletido bem, o rei fez dois bezerros de ouro e disse ao povo: ‘Não subais mais a Jerusalém! Eis aqui, Israel, os deuses que te tiraram da terra do Egito’. 29 Colocou um bezerro em Betel e outro em Dã. 30 Isto foi ocasião de pecado, pois o povo ia em procissão até Dã para adorar um dos bezerros. 31 Jeroboão construiu também templos sobre lugares altos, e designou como sacerdotes homens tirados do povo, que não eram filhos de Levi. 32 E instituiu uma festa no dia quinze do oitavo mês, à semelhança da que era celebrada em Judá. E subiu ao altar. Fez a mesma coisa em Betel, para sacrificar aos bezerros que havia feito. E estabeleceu em Betel sacerdotes nos santuários que tinha construído nos lugares altos. 13,33 Depois disso, Jeroboão não abandonou o seu mau caminho, mas continuou a tomar homens do meio do povo e a constituí-los sacerdotes dos santuários dos lugares altos. Todo aquele que queria era consagrado e se tornava sacerdote dos lugares altos. 34 Esse modo de proceder fez cair em pecado a casa de Jeroboão e provocou a sua ruína e o seu extermínio da face da terra.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 105, 6-7a. 19-20. 21-22 (R. 4a)

R. Lembrai-vos, ó Senhor, de mim lembrai-vos,
segundo o amor que demonstrais ao vosso povo.

6Pecamos como outrora nossos pais, *
praticamos a maldade e fomos ímpios;
7ano Egito nossos pais não se importaram *
com os vossos admiráveis grandes feitos.     R.

19 Construíram um bezerro no Horeb *
e adoraram uma estátua de metal;
20 eles trocaram o seu Deus, que é sua glória, *
pela imagem de um boi que come feno.     R.

21 Esqueceram-se do Deus que os salvara, *
que fizera maravilhas no Egito;
22 no país de Cam fez tantas obras admiráveis, *
no Mar Vermelho, tantas coisas assombrosas.     R.

Evangelho: Mc 8,1-10

 “Comeram e ficaram satisfeitos.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

1 Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: 2 ‘Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não têm nada para comer. 3 Se eu os mandar para casa sem comer, vão desmaiar pelo caminho, porque muitos deles vieram de longe.’ 4 Os discípulos disseram: ‘Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?’ 5 Jesus perguntou-lhes: ‘Quantos pães tendes?’ Eles responderam: ‘Sete.’ 6 Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíam ao povo. 7 Tinham também alguns peixinhos. Depois de pronunciar a bênção sobre eles, mandou que os distribuíssem também. 8 Comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram. 9 Eram quatro mil, mais ou menos. E Jesus os despediu. 10 Subindo logo na barca com seus discípulos, Jesus foi para a região de Dalmanuta.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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09 de Fevereiro 2018

A SANTA MISSA

5ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira – Ano B

Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Rs 11,29-32; 12,19

 “Israel rebelou-se contra a casa de Davi.”

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

29 Aconteceu, naquele tempo, que, tendo Jeroboão saído de Jerusalém, veio ao seu encontro o profeta Aías, de Silo, coberto com um manto novo. Os dois achavam-se sós no campo. 30 Aías, tomando o manto novo que vestia, rasgou-o em doze pedaços 31 e disse a Jeroboão: ‘Toma para ti dez pedaços. Pois assim fala o Senhor, Deus de Israel: Eis que vou arrancar o reino das mãos de Salomão e te darei dez tribos. 32 Mas ele ficará com uma tribo, por consideração para com meu servo Davi e para com Jerusalém, cidade que escolhi dentre todas as tribos de Israel’. 12,19 Israel rebelou-se contra a casa de Davi até ao dia de hoje.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 80, 10-11ab. 12-13. 14-15 (R. Cf. 11a.9a)

R. Ouve meu povo, porque eu sou o teu Deus!

10Em teu meio não exista um deus estranho *
nem adores a um deus desconhecido!
11aPorque eu sou o teu Deus e teu Senhor,*
11b que da terra do Egito te arranquei.     R.

12 Mas meu povo não ouviu a minha voz, *
Israel não quis saber de obedecer-me.
13 Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, *
abandonei-os ao seu duro coração.     R.

14 Quem me dera que meu povo me escutasse! *
Que Israel andasse sempre em meus caminhos!
15 Seus inimigos, sem demora, humilharia *
e voltaria minha mão contra o opressor.     R.

Evangelho: Mc 7,31-37

 “Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 31 Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32 Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33 Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34 Olhando para o céu, suspirou e disse: ‘Efatá!’, que quer dizer: ‘Abre-te!’ 35 Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36 Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37 Muito impressionados, diziam: ‘Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar’.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São Jerônimo Emiliano

08 de Fevereiro

São Jerônimo Emiliano 

São Jerônimo Emiliano nasceu em Veneza, Itália, no ano 1481, de família rica e nobre. Amante de festas, de jogos e duelos, passou os primeiros anos de sua vida entregue às ambições e prazeres mundanos. Aos 15 anos ingressou na carreira militar, aos 25 já era senador e aos 28 anos de idade tomou parte na guerra de Veneza contra Luís XII.

Em 1511, durante uma batalha, ele ficou sitiado na praça de Castelnuovo, resistiu como herói, mas foi derrotado, aprisionado e jogado num calabouço. As trevas da dor e do sofrimento lhe abriram os olhos da alma, ele começou a refletir sobre o sentido da vida e entendeu que era hora de dar à sua vida um novo rumo.

Quando saiu da prisão e voltou para Veneza, o fez como um simples e humilde apóstolo do Senhor. Distribuiu com os pobres e necessitados tudo o que possuía e, após o tempo necessário à preparação, ordenou-se sacerdote. A todos São Jerônimo Emiliano dedicava atenção, principalmente aos órfãos, às viúvas e aos jovens entregues à prostituição.

Para atender às necessidades dos mais pobres, fundou hospitais, orfanatos, asilos, e escolas profissionalizantes para meninos. Sempre alegre, bem humorado e cheio de paz no coração, São Jerônimo preferia a companhia dos pobres, mendigos e injustiçados, dos quais se tornou um verdadeiro pai e ardoroso defensor.

Suas atividades se estenderam por várias cidades da Itália. Em Samasca ele fundou a Sociedade dos Clérigos Regulares, ou dos Padres Samascos que tinham, como carisma, o ensino gratuito aos órfãos, jovens carentes e prostituídos da sociedade.

São Jerônimo Emiliano, morreu durante uma epidemia de peste, em Samasca, no dia oito de fevereiro de 1537, prestando até o último instante, assistência aos doentes. Foi canonizado em 1767 e é o padroeiro dos órfãos e jovens abandonados.

Hoje São Jerônimo Emiliano que nutriu uma grande afeição e teve um cuidado especial com as crianças órfãs, nos convida a devolver o sorriso às nossas crianças e abrir caminhos de vida mais promissores para todos, particularmente para aqueles que a sociedade hipócrita prostitui e exclui. Hoje também São Jerônimo Emiliano que, mesmo em meio às dificuldades nunca perdeu a paz do coração e o bom humor, nos recorda que não basta que a mensagem de Jesus seja uma mensagem libertadora e salvadora. É importante que aqueles que a anunciam sejam pessoas realmente alegres, felizes, de bem com a vida, com o coração repleto da paz que só Jesus pode dar.

Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro


08 de Fevereiro 2018

A SANTA MISSA

5ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira – Ano B

Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Rs 11,4-13

 “Já que não guardaste a minha aliança, tirar-te-ei o reino;
mas deixarei ao teu filho uma tribo, por consideração para com meu servo Davi.”

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

4 Quando Salomão ficou velho, suas mulheres desviaram o seu coração para outros deuses e seu coração já não pertencia inteiramente ao Senhor, seu Deus, como o do seu pai Davi. 5 Salomão prestou culto a Astarte, deusa dos sidônios, e a Melcom, ídolo dos amonitas. 6 Ele fez o que desagrada ao Senhor e não lhe foi inteiramente fiel, como seu pai Davi. 7 Foi então que Salomão construiu um santuário para Camos, ídolo de Moab, no monte que está defronte de Jerusalém, e para Melcom, ídolo dos amonitas. 8 Fez o mesmo para todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e ofereciam sacrifícios aos seus deuses. 9 Então o Senhor irritou-se contra Salomão, porque o seu coração tinha-se desviado do Senhor, Deus de Israel, que lhe tinha aparecido duas vezes 10 e lhe proibira expressamente seguir a outros deuses. Mas ele não obedeceu à ordem do Senhor. 11 E o Senhor disse a Salomão: ‘Já que procedeste assim, e não guardaste a minha aliança, nem as leis que te prescrevi, vou tirar-te o reino e dá-lo a um teu servo. 12 Mas, por amor de teu pai Davi, não o farei durante a tua vida; é da mão de teu filho que o arrebatarei. 13 Não te tirarei o reino todo, mas deixarei ao teu filho uma tribo, por consideração para com meu servo Davi e para com Jerusalém, que escolhi’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 105, 3-4. 35-36. 37.40 (R. 4)

R. Lembrai-vos, ó Senhor, de mim lembrai-vos,
segundo o amor que demonstrais ao vosso povo!

3Felizes os que guardam seus preceitos *
e praticam a justiça em todo o tempo!
4Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos, *
pelo amor que demonstrais ao vosso povo!     R.

35 misturaram-se, então, com os pagãos, *
e aprenderam seus costumes depravados.
36 Aos ídolos pagãos prestaram culto, *
que se tornaram armadilha para eles.    R.

37 pois imolaram até mesmo os próprios filhos, *
sacrificaram suas filhas aos demônios.
40 Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo, *
e o Senhor abominou a sua herança.    R.

Evangelho: Mc 7,24-30

 “Os cachorrinhos, debaixo da mesa,
comem as migalhas que as crianças deixam cair.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 24 Jesus saiu dali e foi para a região de Tiro e Sidônia. Entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse onde ele estava. Mas não conseguiu ficar escondido. 25 Uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés. 26 A mulher era pago, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. 27 Jesus disse: ‘Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos.’ 28 A mulher respondeu: ‘É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair.’ 29 Então Jesus disse: ‘Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha.’ 30 Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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07 de Fevereiro 2018

A SANTA MISSA

5ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira – Ano B

Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Rs 10,1-10

 “A rainha de Sabá viu toda a sabedoria de Salomão.”

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias: 1 A rainha de Sabá, tendo ouvido falar – para a glória do Senhor – da fama de Salomão, veio prová-lo com enigmas. 2 Chegou a Jerusalém com numerosa comitiva, com camelos carregados de aromas, e enorme quantidade de ouro e pedras preciosas. Apresentou-se ao rei Salomão e expôs-lhe tudo o que tinha em seu pensamento. 3 Salomão soube responder a todas as suas perguntas: para ele nada houve tão obscuro que não pudesse esclarecer. 4 Quando a rainha de Sabá viu toda a sabedoria de Salomão, a casa que tinha construído, 5 os manjares da sua mesa, os cortesões sentados em ordem à mesa, as diversas classes dos que o serviam e suas vestes, os copeiros, os holocaustos que ele oferecia no templo do Senhor, ficou pasmada e disse ao rei: 6 ‘Realmente era verdade o que eu ouvi no meu país a respeito de tuas palavras e de tua sabedoria! 7 Eu não queria acreditar no que diziam, até que vim e vi com os meus próprios olhos, e reconheci que não me tinham dito nem a metade. Tua sabedoria e tua riqueza são muito maiores do que a fama que chegara aos meus ouvidos. 8 Feliz a tua gente, felizes os teus servos que gozam sempre da tua presença e que ouvem a tua sabedoria! 9 Bendito seja o Senhor, teu Deus, a quem agradaste, que te colocou sobre o trono de Israel, porque o Senhor amou Israel para sempre, e te constituiu rei para governares com justiça e equidade’. 10 Depois, ela deu ao rei cento e vinte talentos de ouro e grande quantidade de aromas e pedras preciosas. Nunca mais foi trazida tanta quantidade de aromas como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 36,5-6. 30-31. 39-40 (R. 30a)

R. O justo tem nos lábios o que é sábio.

5Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; *
confia nele, e com certeza ele agirá.
6Fará brilhar tua inocência como a luz, *
e o teu direito, como o sol do meio-dia.      R.

30 O justo tem nos lábios o que é sábio, *
sua língua tem palavras de justiça;
31 traz a Aliança do seu Deus no coração, *
e seus passos não vacilam no caminho.      R.

39 A salvação dos piedosos vem de Deus; *
ele os protege nos momentos de aflição.
40 O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, +
defende-os e protege-os contra os ímpios, *
e os guarda porque nele confiaram.      R.

Evangelho: Mc 7,14-23

“O que torna impuro o homem é o que sai do seu interior.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 14 Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: ‘Escutai todos e compreendei: 15 o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 16 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.’ 17 Quando Jesus entrou em casa, longe da multidão, os discípulos lhe perguntaram sobre essa parábola. 18 Jesus lhes disse: ‘Será que nem vós compreendeis? Não entendeis que nada do que vem de fora e entra numa pessoa, pode torná-la impura, 19 porque não entra em seu coração, mas em seu estômago e vai para o fossa?’ Assim Jesus declarava que todos os alimentos eram puros. 20 Ele disse: ‘O que sai do homem, isso é que o torna impuro. 21 Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22 adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23 Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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06 de Fevereiro 2018

A SANTA MISSA

5ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira – Ano B

Memória: SS. Paulo Miki, presbítero e Comps.

Cor: Vermelha

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1ª Leitura: 1Rs 8,22-23.27-30

 “Disseste: ‘Aqui estará o meu nome!
Ouve as súplicas de teu povo Israel.”

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias: 22 Salomão pôs-se de pé diante do altar do Senhor, na presença de toda a assembléia de Israel, estendeu as mãos para o céu e disse: 23 ‘Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus igual a ti nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo na terra; tu és fiel à tua misericordiosa aliança com teus servos, que andam na tua presença de todo o seu coração. 27 Mas será que Deus pode realmente morar sobre a terra? Se os mais altos céus não te podem conter, muito menos esta casa que eu construí! 28 Mas atende, Senhor meu Deus, à oração e à súplica do teu servo, e ouve o clamor e a prece que ele faz hoje em tua presença. 29 Teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre o lugar do qual disseste: ‘Aqui estará o meu nome! Ouve a oração que o teu servo te faz neste lugar. 30 Ouve as súplicas de teu servo e de teu povo Israel, quando aqui orarem. Escuta-os do alto da tua morada, no céu, escuta-os e perdoa!

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 83, 3. 4. 5.10. 11 (R. 2)

R. Quão amável, ó Senhor, é vossa casa! 

Minha alma desfalece de saudades *
e anseia pelos átrios do Senhor!
Meu coração e minha carne rejubilam *
e exultam de alegria no Deus vivo!      R.

4 Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, +
e a andorinha ali prepara o seu ninho, *
para nele seus filhotes colocar:
vossos altares, ó Senhor Deus do universo! *
vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!     R.

5 Felizes os que habitam vossa casa; *
para sempre haverão de vos louvar!
10 Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção, *
vede a face do eleito, vosso Ungido!     R.

11 Na verdade, um só dia em vosso templo *
vale mais do que milhares fora dele!
Prefiro estar no limiar de vossa casa, *
a hospedar-me na mansão dos pecadores!     R.

Evangelho: Mc 7,1-13

 “Vós abandonais o mandamento de Deus
para seguir a tradição dos homens.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 1 Os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2 Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3 Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4 Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5 Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: ‘Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?’ 6 Jesus respondeu: ‘Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7 De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8 Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens.’ 9 E dizia-lhes: ‘Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10 Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe, deve morrer’. 11 Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. 12 E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13 Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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05 de Fevereiro 2018

A SANTA MISSA

5ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira – Ano B

Memória: Santa Águeda, virgem e mártir

Cor: Vermelha

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1ª Leitura: 1Rs 8,1-7.9-13

 “Conduziram a arca da aliança ao Santo dos Santos
e uma nuvem encheu o templo do Senhor.”

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naqueles dias: 1 Salomão convocou, junto de si em Jerusalém, todos os anciãos de Israel, todos os chefes das tribos e príncipes das famílias dos filhos de Israel, a fim de transferir da cidade de Sião, que é Jerusalém, a arca da aliança do Senhor. 2 Todo o Israel reuniu-se em torno de Salomão, no mês de Etanim, ou seja, no sétimo mês, durante a festa. 3 Vieram todos os anciãos de Israel, e os sacerdotes tomaram a arca 4 e carregaram-na junto com a tenda da reunião, como também todos os objetos sagrados que nela estavam; quem os carregava eram os sacerdotes e os levitas. 5 O rei Salomão e toda a comunidade de Israel, reunida em torno dele, imolavam diante da arca ovelhas e bois em tal quantidade, que não se podia contar nem calcular. 6 E os sacerdotes conduziram a arca da aliança do Senhor ao seu lugar, no santuário do templo, ao Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins, 7 pois os querubins estendiam suas asas sobre o lugar da arca, cobrindo a arca e seus varais por cima. 9 Dentro da arca só havia as duas tábuas de pedra, que Moisés ali tinha deposto no monte Horeb, quando o Senhor concluiu a aliança com os filhos de Israel, logo que saíram da terra do Egito. 10 Ora, quando os sacerdotes deixaram o santuário, uma nuvem encheu o templo do Senhor,11 de modo que os sacerdotes não puderam continuar as funções porque a glória do Senhor tinha enchido o templo do Senhor. 12 Então Salomão disse: ‘O Senhor disse que habitaria numa nuvem, 13 e eu edifiquei uma casa para tua morada, um templo onde vivas para sempre’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 131, 6-7. 8-10 (R. 8a)

R. Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso!

6Nós soubemos que a arca estava em Éfrata *
e nos campos de Jaar a encontramos:
7Entremos no lugar em que ele habita, *
ante o escabelo de seus pés o adoremos!    R.

8 Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, *
subi vós, com vossa arca poderosa!
9 Que se vistam de alegria os vossos santos, *
e os vossos sacerdotes, de justiça!
10 Por causa de Davi, o vosso servo, *
não afasteis do vosso Ungido a vossa face!    R.

Evangelho: Mc 6,53-56

 “E todos quantos o tocavam ficavam curados.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: 53 Tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. 54 Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 55 Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. 56 E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Tempo Comum. Quinto Domingo. Ciclo B

— Urgência e responsabilidade de levar a doutrina do Senhor a todos os ambientes.

 

JESUS LEVANTOU-SE DE MADRUGADA, e retirou-se para um lugar fora da cidade a fim de orar. Os Apóstolos encontraram-no ali e disseram--lhe: Todos andam à tua procura. E o Senhor respondeu-lhes: Vamos a outra parte, às aldeias próximas, para ali pregar, pois para isso vim.

A missão de Cristo é evangelizar, levar a Boa Nova até o último recanto da terra, através dos Apóstolos2 e dos cristãos de todos os tempos. Esta é a missão da Igreja, que assim cumpre o que o Senhor lhe preceituou: Ide e pregai a todos os povos..., ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei*. Os Atos dos Apóstolos narram muitos pormenores daquela primeira evangelização; no próprio dia de Pentecostes, São Pedro prega a divindade de Jesus Cristo, a sua Morte redentora e a sua Ressurreição gloriosa4. São Paulo, citando o profeta Isaías, exclama com entusiasmo: Como são formosos os pés dos que anunciam a Boa Nova!5 E a segunda Leitura da Missa fala-nos da responsabilidade deste anúncio alegre da verdade salvadora: Porque evangelizar não é glória para mim, mas necessidade. Ai de mim se não evangelizar! 6

Com essas mesmas palavras de São Paulo, a Igreja tem recordado com freqüência aos fiéis a chamada que o Senhor lhes dirige para levarem a doutrina de Cristo a todos os cantos do mundo, aproveitando qualquer ocasião7.

São João Crisóstomo vai ao encontro das possíveis desculpas perante esta gratíssima obrigação: "Não há nada mais frio do que um cristão que não se preocupa pela salvação dos outros [...]. Não digas: não posso ajudá-los, porque, se és cristão de verdade, é impossível que não o possas fazer. Não há maneira de negar as propriedades das coisas naturais; o mesmo acontece com isto que agora afirmamos, pois está na natureza do cristão agir dessa forma [...]. É mais fácil o sol deixar de iluminar ou de aquecer do que um cristão deixar de dar luz; mais fácil do que isso seria que a luz fosse trevas. Não digas que é impossível; impossível é o contrário [...]. Se orientarmos bem a nossa conduta, o resto sairá como conseqüência natural. Não se pode ocultar a luz dos cristãos, não se pode ocultar uma lâmpada que brilha tanto" 8.

Perguntemo-nos se no nosso ambiente, no lugar onde vivemos e onde trabalhamos, somos verdadeiros transmissores da fé, se levamos os nossos amigos a uma maior freqüência de sacramentos. Examinemos se encaramos a ação apostólica como algo urgente, como exigência da nossa vocação, se sentimos a mesma responsabilidade daqueles primeiros, pois a necessidade hoje não é menor...

Ai de mim se não evangelizar!

— O apostolado nasce da convicção de se possuir a verdade, a única verdade salvadora. Quando se perde essa convicção, não se encontra sentido na difusão da fé.

A DEDICAÇÃO À TAREFA apostólica nasce da convicção de se possuir a Verdade e o Amor, a verdade salvadora e o único amor que preenche as ânsias do coração.

Quando se perde essa certeza, não se encontra sentido na difusão da fé. Chega-se a pensar, por exemplo, mesmo em ambientes cristãos, que não se pode fazer nada para que os não-cristãos apoiem uma lei reta, de acordo com o querer divino. Deixa também de ter sentido levar a doutrina de Cristo a regiões onde ela ainda não chegou ou onde a fé não está profundamente arraigada; quando muito, a missão apostólica converte-se numa mera ação social em favor da promoção desses povos, esquecendo o maior tesouro que se lhes pode dar: a fé em Jesus Cristo, a vida da graça... A fé debilitou-se nesses cristãos e eles esqueceram que a verdade é única, que a verdade torna mais humanos os homens e os povos, que abre o caminho do Céu.

É importante que a fé leve a empreender ações sociais, mas "o mundo não pode conformar-se apenas com reformadores sociais. Precisa de santos. A santidade não é um privilégio de poucos; é um dom oferecido a todos... Duvidar disso significa não entender completamente as intenções de Cristo"9, omitir a essência da sua mensagem.

A fé é a verdade, e ilumina a nossa inteligência, preserva-a de erros, cura as feridas e a inclinação para o mal que o pecado original semeou em nós. Provém daí a segurança do cristão, não só no que se refere estritamente à fé, mas a todas as questões que lhe são conexas: a origem do mundo e da vida, a dignidade intocável da pessoa humana, a importância da família...

Isto nos leva - como ensina Paulo VI - a ter "uma atitude dogmática, sim, que significa que não está fundamentada numa ciência própria, mas na Palavra de Deus [...]. Atitude que não nos ensoberbece, como possuidores afortunados e exclusivos da verdade, mas nos torna fortes e corajosos para defendê-la, amorosos para difundi-la. Santo Agostinho no-lo recorda: Sine superbia, de veritate praesumite, sem soberba, estai orgulhosos da verdade" 10.

É um dom imenso termos recebido a fé verdadeira, mas é ao mesmo tempo uma grande responsabilidade. A vibração apostólica de todo o cristão consciente do tesouro que recebeu não é fanatismo: é amor à verdade, manifestação de fé viva, coerência entre o pensamento e a vida. Proselitismo, no sentido nobre e verdadeiro do termo, não é de forma alguma atrair as almas com enganos ou violências, mas o esforço apostólico por dar a conhecer Cristo e a sua chamada a todos os homens, querer que as almas conheçam a riqueza que Deus revelou e se salvem, que recebam a vocação para uma entrega plena a Deus, se for essa a vontade divina. É uma tarefa das mais nobres que o Senhor nos confiou.

— Fidelidade à doutrina que se deve transmitir.

O EMPENHO POR DIFUNDIR A FÉ, sempre com respeito e III apreço pelas pessoas, não se concilia com a pusilanimidade de transmitir meias verdades por receio de que a plenitude da verdade e as exigências de uma autêntica vida cristã possam entrar em choque com o pensamento em voga e com o aburguesamento de muitos. A verdade não conhece meios termos e o amor sacrificado não admite descontos nem pode ser objeto de compromissos. Uma das condições de toda a ação apostólica é a fidelidade à doutrina, ainda que em alguns casos esta se mostre difícil de cumprir e chegue até a exigir um comportamento heróico ou, pelo menos, cheio de fortaleza.

Não se podem omitir temas tais como o da generosidade em ter uma família numerosa, o das exigências da justiça social, o da entrega plena a Deus quando Ele chama... Não se pode querer agradar a todos reduzindo de acordo com as conveniências humanas as exigências do Evangelho: Falamos - escrevia São Paulo -, não como quem procura agradar aos homens, mas somente a Deus n.

Não é bom caminho pretender tornar fácil o Evangelho, silenciando ou rebaixando os mistérios que devem ser cridos e as normas de conduta que devem ser vividas. Ninguém pregou nem pregará o Evangelho com maior credibilidade, energia e atrativo que Jesus Cristo, e houve quem*não o seguisse fielmente. Não podemos esquecer-nos de que pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios, mas poder de Deus para os escolhidos, quer judeus, quer gregos12.

E esse anúncio significa que devemos insistir com os nossos colegas e amigos, um por um, na necessidade de mudarem de vida, de fazerem penitência, de renunciarem a si próprios, de estarem desprendidos dos bens materiais, de serem castos, de buscarem com humildade o perdão divino, de corresponderem ao que Ele quer de nós desde a eternidade. O que não quer dizer, no entanto, que não devamos esforçar-nos por adaptar-nos sempre à capacidade e às circunstâncias daqueles que pretendemos levar ao Senhor, tal como Ele próprio fez ao longo do Evangelho, tornando-o acessível a todos.

A caridade de Cristo urge-nos!13 Este foi o motor da incansável atividade apostólica de São Paulo e este há de ser também o aguilhão que nos incite. O amor a Deus há de levar-nos a sentir a urgência da tarefa apostólica e a não desperdiçar nenhuma oportunidade de exercê-la; mais ainda,

em muitas ocasiões, há de levar-nos a provocar essas oportunidades, que de outra forma nunca nos chegariam.

Todos andam à tua procura... O mundo tem fome e sede de Deus. Por isso, além da caridade, devemos cultivar a esperança; os nossos amigos e conhecidos, mesmo os mais afastados de Deus, também têm necessidade e desejos dEle, ainda que muitas vezes não o manifestem. E, sobretudo, o Senhor procura-os.

Pecamos à Santíssima Virgem o ímpeto apostólico que caracterizou a vida dos Apóstolos e dos primeiros cristãos.

(1) Mc 1, 29-39; (2) Mc 3, 14; (3) cfr. Mt 28, 19-20; (4) cfr. At 2, 38; (5) Rom 10, 15; Is 52, 7; (6) 1 Cor 9, 16; (7) cfr. Cone. Vat. II, Decr. Apostolicam actuositatem, 6; (8) São João Crisóstomo, Homílias sobre os Atos dos Apóstolos, 20; (9) João Paulo II, Discurso aos educadores apostólicos, 12-IX-1987; (10) Paulo VI, Alocução, 4-VIII-1965; (11) 1 Tess 2, 3-4; (12) 1 Cor 1, 23-24; (13) 2 Cor 5, 14.