12 de Abril 2018
A SANTA MISSA

2ª Semana da Páscoa – Quinta-feira
Cor: Branca
1ª Leitura: At 5,27-33
“Disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo.”
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 27 eles levaram os apóstolos e os apresentaram ao Sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los, 28 dizendo: “Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!” 29 Então Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. 30 O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. 31 Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. 32 E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que a Ele obedecem”. 33 Quando ouviram isto, ficaram furiosos e queriam matá-los.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33, 2.9. 17-18. 19-20 (R. 7a)
R. Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
Ou:
Aleluia, Aleluia, Aleluia
2 Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, *
seu louvor estará sempre em minha boca.
9 Provai e vede quão suave é o Senhor! *
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! R.
17 mas ele volta a sua face contra os maus, *
para da terra apagar sua lembrança.
18 Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta *
e de todas as angústias os liberta. R.
19 Do coração atribulado ele está perto *
e conforta os de espírito abatido.
20 Muitos males se abatem sobre os justos, *
mas o Senhor de todos eles os liberta. R.
Evangelho: Jo 3,31-36
“O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
31 – ‘Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32 Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33 Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34 De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. 35 O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36 Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele’.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santo Estanislau
11 de Abril
Santo Estanislau
Santo Estanislau nasceu na Cracóvia, Polônia no ano 1030. De família pobre, estudou com os beneditinos em Cracóvia e aperfeiçoou seus estudos na Bélgica, na célebre escola de Liège. Voltando à Polônia, distinguiu-se pelo zelo pastoral e pelas iniciativas realizadas com inteligência e caridade. Quando o bispo de Cracóvia morreu, o Papa Alexandre II nomeou-o para o cargo. A sua designação foi bem acolhida tanto pelo clero, como pelo povo. Inicialmente o rei Boleslau II ficou muito satisfeito com sua nomeação, apoiando suas iniciativas, entre as quais a de formar um clero local para aos poucos ir substituindo os monges beneditinos na administração da Igreja polonesa. Essa boa convivência, entretanto, não durou muito. Ela foi rompida, quando o bispo se colocou contra os desmandos e falcatruas que corriam soltos na Corte, e conclamou o rei a respeitar os direitos alheios, chegando mesmo a adverti-lo publicamente com a pena de excomunhão, que posteriormente se concretizou. E a exemplo de São João Batista que censurou publicamente a conduta de Herodes que vivia com a mulher do próprio irmão, Santo Estanislau reprovou duramente o procedimento escandaloso e leviano do soberano, negando-se a celebrar seu casamento, com uma mulher casada pela qual ele havia se apaixonado e mandado raptá-la, causando grande escândalo em todo o país. Boleslau não conteve sua ira e um dia, quando Santo Estanislau presidia a Santa Eucaristia na igreja de São Miguel, o próprio rei o derrubou com um golpe de espada. Santo Estanislau caiu ao pé do altar e aí morreu, banhado em sangue. Sua morte aconteceu no ano 1079. Venerado pelos poloneses desde o dia de seu martírio, Santo Estanislau foi canonizado no dia 17 de agosto de 1253, na basílica de São Francisco de Assis. Ele é muito venerado tanto na Europa, como na América.
Hoje, como no passado, muitos são os políticos e dirigentes que, como o rei Boleslau, mantêm uma boa relação com a Igreja, mas só até quando ela não se coloca abertamente contra seus desmandos e corrupções. Basta, porém, a Igreja tomar, como é, aliás, seu dever, o partido dos mais pobres, daqueles que são oprimidos e têm seus direitos violados, para ser chamada de intrusa e subversiva. Hoje Santo Estanislau convida a Igreja a denunciar toda atitude que fere a dignidade humana e se contrapõe à mensagem de Jesus, e a motivar e apoiar os grupos, associações e movimentos que lutam em prol de uma ordem social humana e justa, coerente com os critérios do Evangelho.
Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro
Amar com atos
Tempo Pascal. Segunda Semana. Quarta-feira
"O Senhor amou-nos primeiro. Amor com amor se paga. Santidade nas tarefas de cada dia. Amor efetivo. A vontade de Deus. Amor e sentimento. Abandono em Deus. Cumprimento dos deveres próprios."
TANTO AMOU DEUS o mundo que lhe deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna l.
Com estas palavras, o Evangelho da Missa mostra como a Paixão e Morte de Jesus Cristo é a suprema manifestação do amor de Deus pelos homens. Foi Deus quem tomou a iniciativa no amor, entregando-nos Aquele que mais ama, Aquele que é objeto das suas complacências2: o seu próprio Filho. A nossa fé "é uma revelação da bondade, da misericórdia, do amor de Deus por nós. Deus é amor (cf. 1 Jo 4, 16), quer dizer, amor que se difunde e se dá com prodigalidade; e tudo se resume nesta grande verdade que tudo explica e tudo ilumina. É necessário olhar a história de Jesus sob essa luz. Ele me amou, escreve São Paulo, e cada um de nós pode e deve repetir a si próprio: Ele me amou e se entregou por mim (Gal 2, 20)"3.
O amor de Deus por nós culmina no Sacrifício do Calvário. Deus deteve o' braço de Abraão quando estava prestes a sacrificar o seu único filho, mas não deteve o braço dos que pregaram o seu Filho unigênito na Cruz. Por isso São Paulo exclama cheio de esperança: Aquele que não poupou o seu próprio Filho [...], como não nos dará também com Ele todas as coisas? A entrega de Cristo constitui um apelo urgente para que correspondamos a esse amor: amor com amor se paga. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus5, e Deus é amor6.
Por isso o coração do homem foi feito para amar, e, quanto mais ama, mais se identifica com Deus.
A santificação pessoal não tem, pois, por centro a luta contra o pecado, mas o amor a Cristo, que se nos mostra profundamente humano, conhecedor de tudo o que é nosso. O amor de Deus pelos homens e dos homens por Deus é um amor de mútua amizade. E uma das características próprias da amizade é o trato. Para amar o Senhor, é necessário conhecê-lo, conversar com Ele... Conhecemo-lo quando meditamos a sua vida nos Evangelhos. Conversamos com Ele quando oramos.
A consideração da Santíssima Humanidade do Senhor alimenta continuamente o nosso amor a Deus e é um ensinamento vivo sobre o modo de santificarmos os nossos dias. Na sua vida oculta em Nazaré, Jesus Cristo quis assumir aquilo que há de mais corriqueiro na existência humana: a vida cotidiana de um trabalhador manual que sustenta uma família. E assim, vemo-lo durante quase toda a sua vida trabalhando dia após dia, mantendo em bom estado os instrumentos da pequena oficina, atendendo com simplicidade e cordialidade os vizinhos que vinham encomendar-lhe uma mesa ou uma viga para a nova casa, cuidando com carinho de sua Mãe... Assim cumpriu a vontade de seu Pai-Deus nesses anos da sua existência. Contemplando a sua vida, aprendemos a santificar a nossa: o trabalho, a família, as amizades... Tudo o que é verdadeiramente humano pode ser santo, pode ser veículo do nosso amor a Deus, porque o Senhor, ao assumi-lo, o santificou. Saber que Deus nos ama, com um amor infinito, é a boa nova que alegra e dá sentido à nossa existência. Nós também podemos afirmar que conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. E, perante esse amor, sentimo-nos incapazes de exprimir o que também o nosso coração não consegue abarcar: "Saber que me amas tanto, meu Deus, e... não enlouqueci!"8
Tudo o que o Senhor fez e faz por nós é um esbanjamento de atenções e graças: a sua Encarnação, a sua Paixão e Morte na Cruz, que pudemos contemplar nos dias passados, o perdão constante das nossas faltas, a sua presença contínua no Sacrário, os auxílios que nos envia diariamente... Considerando o que fez e faz pelos homens, nunca nos deve parecer suficiente a nossa correspondência a tanto amor. A maior prova de correspondência é a fidelidade, a lealdade, a adesão incondicional à Vontade de Deus. É o que Jesus nos ensina quando nos dá a conhecer os seus desejos infinitos de fazer a vontade do Pai e nos diz que o seu alimento é cumprir a vontade dAquele que o enviou9. Eu guardei os mandamentos de meu Pai — diz o Senhor — e permaneço no seu amor10.
A vontade de Deus reside, antes de mais nada, no cumprimento fiel dos Mandamentos e demais preceitos que a Igreja nos propõe. É neles que descobrimos o que Deus quer para nós. E é no seu cumprimento, realizado com nobreza humana e na presença de Deus, que encontramos o amor a Deus, a santidade.
O amor a Deus não consiste em sentimentos sensíveis, ainda que o Senhor os possa dar para nos ajudar a ser mais generosos. Consiste essencialmente na plena identificação do nosso querer com o de Deus.
Por isso devemos perguntar-nos com freqüência: faço neste momento o que devo fazer? "Amor com amor se paga". Mas há de ser um amor efetivo, que se manifeste em atos concretos, no cumprimento dos nossos deveres para com Deus e para com os outros, ainda que o sentimento esteja ausente e tenhamos que caminhar a contragosto. "É evidente que a suma perfeição não consiste em regalos interiores nem em grandes arroubamentos — escrevia Santa Teresa —, mas em termos a nossa vontade tão conforme com a de Deus, que não haja coisa alguma que entendamos que Ele quer, e não a queiramos nós com toda a nossa vontade" 12.
No serviço a Deus, o cristão deve deixar-se conduzir pela fé, nunca pelos estados de ânimo."Guiar-se pelo sentimento seria o mesmo que entregar o governo da casa ao criado e depor o dono. O mal não está no sentimento, mas na importância que se lhe concede [...]. Há almas para quem as emoções constituem toda a piedade, a tal ponto que se persuadem de tê-la perdido quando o sentimento desaparece [...]. Se essas almas soubessem compreender que esse é justamente o momento de começar a tê-la!" 13
O verdadeiro amor, sensível ou não, estende-se a todos os aspectos da nossa existência, numa verdadeira unidade de vida; leva a "pôr Deus em todas as coisas, pois sem Ele se tornariam insípidas. Uma pessoa piedosa, com uma piedade sem beatice, procura cumprir o seu dever: a piedade sincera leva ao trabalho, ao cumprimento prazeroso — ainda que custe — do dever de cada dia... Há uma íntima união entre essa realidade sobrenatural interior e as manifestações externas dos afazeres humanos. O trabalho profissional, as relações humanas de amizade e de convivência, o empenho em promover — lado a lado com os nossos concidadãos — o bem e o progresso da sociedade são frutos naturais, conseqüência lógica, dessa seiva de Cristo que é a vida da nossa alma" 14. A falsa piedade não se reflete na vida ordinária do cristão. Não se traduz numa melhora da conduta, numa ajuda aos outros.
O cumprimento da vontade de Deus nos deveres de cada dia — a maior parte das vezes pequenos — é o caminho mais seguro para o cristão se santificar no meio das realidades terrenas.
Podemos cumprir esses deveres de maneiras muito diferentes: com resignação, como quem não tem outra saída senão executá-los; aceitando-os, o que revela uma adesão mais profunda e meditada; mostrando-nos de acordo, querendo o que Deus quer porque, ainda que não o compreenda nesse momento, o cristão sabe que Deus é nosso Pai e quer o melhor para os seus filhos; ou com pleno abandono, abraçando sempre a vontade do Senhor, sem lhe estabelecer limites de nenhum gênero.
Esta última é a atitude que o Senhor nos pede: que o amemos sem condições, sem ficar à espera de situações mais favoráveis, nas coisas correntes de cada dia e, se Ele assim o quiser, em circunstâncias mais difíceis e extraordinárias. "Quando te abandonares de verdade no Senhor, aprenderás a contentar-te com o que vier, e a não perder a serenidade se as tarefas — apesar de teres posto todo o teu empenho e utilizado os meios oportunos — não correm a teu gosto... Porque terão "corrido" como convém a Deus que corram. Com palavras de uma oração que a Igreja nos propõe para depois da Missa, digamos ao Senhor: Volo quidquid visf volo quia vis, volo quomodo vis, volo quamdiu vis16: quero o que queres, quero porque o queres, quero como o queres, quero enquanto o quiseres. A Santíssima Virgem, que pronunciou e levou à prática aquele faça-se em mim segundo a tua palavra17, ajudar-nos-á a cumprir em tudo a vontade de Deus.
(1) Jo 3, 15; (2) cfr. Mt 3, 17; (3) Paulo VI, Homília na festa do Corpus Christi, 13-VI-1975; (4) Rom 8, 32; (5) cfr. Gen 1, 27; (6) 1 Jo 4, 8; (7) 1 Jo 4, 16; (8) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 425; (9) cfr. Jo 15, 10; (10) Jo 15, 10; (11) cfr. São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 772; (12) Santa Teresa, Fundações, 5, 10; (13) J. Tissot, A vida interior, pág. 100; (14) São Josemaría Escrivá, In memoriam, EUNSA, Pamplona, 1976, págs. 51-52; (15) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 860; (16) Missal Romano, Oração do Papa Clemente XI; (17) Lc 1, 38.
11 de Abril 2018
A SANTA MISSA

2ª Semana da Páscoa – Quarta-feira
Memória: Santo Estanislau, bispo e mártir
Cor: Vermelha
1ª Leitura: At 5,17-26
“Os homens que vós colocastes na prisão
estão no Templo ensinando o povo!”
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias: 17 Levantaram-se o sumo sacerdote e todos os do seu partido – isto é, o partido dos saduceus – cheios de raiva 18 e mandaram prender os apóstolos e lançá-los na cadeia pública. 19 Porém, durante a noite, o anjo do Senhor abriu as portas da prisão e os fez sair, dizendo: 20 ‘Ide falar ao povo, no Templo, sobre tudo o que se refere a este modo de viver.’ 21 Eles obedeceram e, ao amanhecer, entraram no Templo e começaram a ensinar. O sumo sacerdote chegou com os seus partidários e convocou o Sinédrio e o Conselho formado pelas pessoas importantes do povo de Israel. Então mandaram buscar os apóstolos à prisão. 22 Mas, ao chegarem à prisão, os servos não os encontraram e voltaram dizendo: 23 ‘Encontramos a prisão fechada, com toda segurança, e os guardas estavam a postos na frente da porta. Mas, quando abrimos a porta, não encontramos ninguém lá dentro.’ 24 Ao ouvirem essa notícia, o chefe da guarda do Templo e os sumos sacerdotes não sabiam o que pensar e perguntavam-se o que poderia ter acontecido. 25 Chegou alguém que lhes disse: ‘Os homens que vós colocastes na prisão estão no Templo ensinando o povo!’ 26 Então o chefe da guarda do Templo saiu com os guardas e trouxe os apóstolos, mas sem violência, porque eles tinham medo que o povo os atacasse com pedras.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33, 2-3. 4-5. 6-7. 8-9 (R. 7a)
R. Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido.
Ou:
Aleluia, Aleluia, Aleluia
2 Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,*
seu louvor estará sempre em minha boca.
3 Minha alma se gloria no Senhor;*
que ouçam os humildes e se alegrem! R.
4 Comigo engrandecei ao Senhor Deus,*
exaltemos todos juntos o seu nome!
5 Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,*
e de todos os temores me livrou. R.
6 Contemplai a sua face e alegrai-vos,*
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
7 Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,*
e o Senhor o libertou de toda angústia. R.
8 O anjo do Senhor vem acampar*
ao redor dos que o temem, e os salva.
9 Provai e vede quão suave é o Senhor!*
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! R.
Evangelho: Jo 3,16-21
“Deus enviou seu Filho ao mundo
para que o mundo seja salvo por Ele.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
16 Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17 De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18 Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. 19 Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20 Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21 Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
10 de Abril 2018
A SANTA MISSA

2ª Semana da Páscoa – Terça-feira
Cor: Branca
1ª Leitura: At 4,32-37
“Um só coração e uma só alma.”
Leitura dos Atos dos Atos dos Apóstolos
32 A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum. 33 Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos. 34 Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas, vendiam-nas, levavam o dinheiro, 35 e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um. 36 José, chamado pelos apóstolos de Barnabé, que significa filho da consolação, levita e natural de Chipre, 37 possuía um campo. Vendeu e foi depositar o dinheiro aos pés dos apóstolos.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 92, 1ab. 1c-2. 5 (R. 1a)
R. Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.
Ou:
Aleluia, Aleluia, Aleluia
1a Deus é Rei e se vestiu de majestade,*
1b revestiu-se de poder e de esplendor! R.
1c Vós firmastes o universo inabalável,
2 vós firmastes vosso trono desde a origem,*
desde sempre, ó Senhor, vós existis! R.
5 Verdadeiros são os vossos testemunhos,
refulge a santidade em vossa casa,*
pelos séculos dos séculos, Senhor! R.
Evangelho: Jo 3,7b-15
“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele
que desceu do céu, o Filho do Homem.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo disse Jesus a Nicodemos: 7b Vós deveis nascer do alto. 8 O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito’. 9 Nicodemos perguntou: ‘Como é que isso pode acontecer?’ 10 Respondeu-lhe Jesus: ‘Tu és mestre em Israel, mas não sabes estas coisas? 11 Em verdade, em verdade te digo, nós falamos daquilo que sabemos e damos testemunho daquilo que temos visto, mas vós não aceitais o nosso testemunho. 12 Se não acreditais, quando vos falo das coisas da terra, como acreditareis se vos falar das coisas do céu? 13 E ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14 Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Os primeiros Cristãos.
Tempo Pascal. Segunda Semana. Terça-feira
Unidade.
A unidade entre os cristãos, querida por Cristo, é um dom de Deus. Pedi-la.
A MULTIDÃO DOS FIÉIS era um só coração e uma só alma. Estas palavras dos Atos dos Apóstolos são como que um resumo da profunda unidade e do amor fraterno que havia entre os primeiros cristãos, e que chamou tanto a atenção dos seus concidadãos. "Os discípulos davam testemunho da Ressurreição não só com a palavra, mas também com as suas virtudes"2. Resplandece entre eles a atitude - nascida da caridade - de quem procura sempre a concórdia.
A unidade da Igreja, manifestada desde o princípio, é vontade expressa de Cristo. O Senhor fala-nos da existência de um só pastor3, sublinha a unidade de um reino que não pode estar dividido4, de um edifício que tem um único alicerce5... Esta unidade baseou-se sempre na profissão de uma só fé, na prática de um mesmo culto e na profunda adesão à única autoridade hierárquica, instituída pelo próprio Jesus Cristo. "Só há uma Igreja de Jesus Cristo - ensinava João Paulo II na sua catequese pela Espanha -, que é como uma grande árvore na qual estamos enxertados. Trata-se de uma unidade profunda, vital, que é um dom de Deus. Não é somente nem sobretudo uma unidade exterior; é um mistério e um dom [...]. A unidade manifesta-se, portanto, em torno daquele que, em cada diocese, foi constituído pastor, isto é, do bispo. E, no conjunto da Igreja, manifesta-se em torno do Papa, sucessor de Pedro"6.
Entre os primeiros cristãos, a unidade da fé era o sustentáculo da fortaleza e da vitalidade que manifestavam. A vida cristã foi vivida desde então por pessoas muito diferentes, cada uma com as suas peculiares características individuais e sociais, raciais e lingüísticas. Lá onde houvesse cristãos, "participavam, exprimiam e transmitiam uma só doutrina com a mesma alma, com o mesmo coração e com idêntica voz"7.
Em defesa dessa unidade, os primeiros fiéis chegaram a enfrentar perseguições e até o martírio. E a Igreja animou constantemente os seus filhos a velar por ela, pois o Senhor a tinha pedido na Última Ceia para toda a Igreja: Ut omnes unum sint... que todos sejam um, como tu, Pai, em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós*.
A unidade é um bem imenso que devemos implorar todos os dias, pois todo o reino dividido contra si mesmo será destruído, e toda a cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá9. A este propósito, comenta São João Crisóstomo: "A casa e a cidade, uma vez divididas, destroem-se rapidamente; e o mesmo acontece com um reino, pois é a união dos súditos que dá firmeza aos reinos e às casas" 10. Unidade com o Papa, unidade com os bispos em união com o Papa, unidade com os nossos irmãos na fé e com todos os homens para atraí-los à fé de Cristo.
O que quebra a unidade fraterna.
"a unidade — ensina São Tomás — não se opõe à multiplicidade, mas à divisão, e a multiplicidade não exclui a unidade, mas a divisão de cada uma das coisas que a compõem"11. É fator de divisão tudo o que separa de Cristo: qualquer pecado, seja de que natureza for, divide, embora essa divisão seja mais tangível nas faltas de caridade que isolam dos outros e nas. faltas de obediência aos pastores que Cristo constituiu para reger a Igreja.
A variedade de caracteres, de raças, de modos de ser não se opõe à unidade... Por isso a Igreja pode ser católica, universal, e simultaneamente uma e a mesma em qualquer tempo e lugar. É "essa unidade interior — afirmava Paulo VI — que lhe confere a surpreendente capacidade de reunir os homens mais diversos, respeitando, mais ainda, revalorizando as suas características específicas, desde que sejam positivas, quer dizer, verdadeiramente humanas; é isso o que lhe confere a capacidade de ser católica, de ser universal' '12.
Os Apóstolos e seus sucessores tiveram que sofrer a dor provocada pelos que difundiam erros e divisões. "Falam de paz e fazem a guerra — doía-se Santo Irineu —, engolem um camelo e coam um mosquito. As reformas que pregam jamais poderão curar as chagas da desunião" 13.
A unidade está intimamente ligada à nossa luta ascética, ao esforço por sermos melhores, por estarmos mais unidos a Cristo. "Muito pouco poderemos fazer no trabalho por toda a Igreja [...] se não conseguirmos esta intimidade com o Senhor Jesus: se não estivermos realmente, com Ele e como Ele, santificados na verdade; se não guardarmos a sua palavra em nós, procurando descobrir todos os dias a sua riqueza escondida" 14.
A unidade da Igreja, cujo princípio vital é o Espírito Santo, tem como ponto central a Eucaristia, que é "sinal de unidade e vínculo de amor" 15. Temos que afastar as discórdias e pedir pela unidade, coisas que "nunca se conseguem mais oportunamente que quando o corpo de Cristo, que é a Igreja, oferece o mesmo Corpo e o mesmo Sangue de Cristo no sacramento do pão e do vinho" 16.
A caridade une, a soberba separa. A fraternidade dos primeiros cristãos. Evitar aquilo que possa prejudicar a unidade.
São Paulo faz freqüentes apelos à unidade. Na Epistola aos Efésios, diz assim: Exorto-vos, pois [...], que leveis uma vida digna da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade, solícitos em conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. A seguir, alude a uma antiga aclamação — possivelmente utilizada na liturgia primitiva durante as cerimônias batismais — em que se destaca a unidade da Igreja como fruto da unicidade da essência divina: Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos11.
São Paulo enumera também diversas virtudes que são outras tantas manifestações do vínculo da perfeição e da unidade que é a caridade: humildade, mansidão, longanimidade... "O templo do Rei não está arruinado, nem rachado, nem dividido; o alicerce das pedras vivas è a caridade''I8.
A caridade une, o orgulho separa.
Os primeiros cristãos manifestaram o seu amor à Igreja mediante a prática de uma caridade que venceu todas as barreiras sociais, econômicas, raciais e culturais. Aquele que tinha bens materiais repartia-os com os que careciam deles l9, e todos rezavam uns pelos outros, animando-se mutuamente a perseverar na fé de Cristo. Um dos primeiros apologistas, do século II, descrevia assim o comportamento dos cristãos: ''Amam-se uns aos outros, não desprezam as viúvas e libertam o órfão dos que o tratam com violência; e aquele que tem, dá sem inveja àquele que não tem..."20
Não obstante, a melhor caridade era a que se propunha fortalecer os irmãos na fé. As Atas dos Mártires descrevem em quase todas as suas páginas episódios concretos dessa preocupação pela fidelidade de todos. Verdadeiramente "foi por meio do amor que eles abriram caminho naquele mundo pagão e corrompido"21. Amor pelos irmãos na fé e amor pelos pagãos.
Nós também levaremos o mundo a Deus se soubermos imitar os primeiros cristãos na sua compreensão e estima por todos, ainda que às vezes os nossos desvelos e atenções pelos outros não sejam correspondidos. E fortaleceremos na fé os que fraquejam, mediante o exemplo, a palavra e um trato sempre amável e acolhedor: O irmão ajudado por seu irmão é como uma cidade amuralhada, ensina a Sagrada Escritura22.
Por amor à Igreja, lutaremos por todos os meios para não prejudicar, nem de longe, a unidade dos cristãos. "Evita sempre a queixa, a crítica, as murmurações... Evita à risca tudo o que possa introduzir discórdia entre irmãos"23. Antes pelo contrário, fomentaremos sempre tudo aquilo que for ocasião de entendimento mútuo e de concórdia. Se alguma vez não pudermos louvar, fecharemos a boca24. E pediremos ao Senhor com a liturgia: Que saibamos repelir hoje o pecado de discórdia e de inveja25.
Recorremos à nossa Mãe Santa Maria para aprender a viver bem a unidade dentro da Igreja. "Ela, Mãe do Amor e da unidade, nos une profundamente para que, como a primeira comunidade nascida no Cenáculo, sejamos um só coração e uma só alma. Que Ela, que é «Mãe da unidade», e em cujo seio o Filho de Deus se uniu à humanidade, inaugurando misticamente a união esponsalícia do Senhor com todos os homens, nos ajude a ser um e a converter-nos em instrumentos de unidade entre os cristãos e entre todos os homens" 26.
(1) At 4, 32; Primeira leitura da Missa da terça-feira da segunda semana do Tempo Pascal; (2) São João Crisóstomo, Homílias sobre os Atos dos Apóstolos, 11; (3) cfr. Jo 10, 16; (4) cfr. Mt 12, 25; (5) cfr. Mt 16, 18; (6) João Paulo II, Homília na paróquia de Orcasitas, Madrid, 3-XI--1982; (7) Santo Irineu, Contra as heresias, 1, 10, 2; (8) Jo 17, 21; (9) Mt 12, 25; (10) São João Crisóstomo, Homílias sobre São Mateus, 48; (11) São Tomás, Suma Teológica, 1, q. 30, a. 3; (12) Paulo VI, Alocução, 30--III-1965; (13) Santo Irineu, Contra as heresias, 4, 33, 7; (14) João Paulo II, Mensagem para a união dos cristãos, 23-1-1981; (15) Santo Agostinho, Trat. sobre o Ev. de São João, 26; (16) São Fulgêncio de Ruspe, in Segunda leitura da Liturgia das Horas da terça-feira da segunda semana do Tempo Pascal; (17) Ef 4, 1-6; (18) Santo Agostinho, Comentário sobre o Salmo 44; (19) cfr. At 4, 32 e segs.; (20) Aristides, Apologia XV, 5-7; (21) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 172; (22) Prov 18, 19; (23) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 918; (24) cfr. São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 443; (25) Preces de laudes da terça-feira da segunda semana do Tempo Pascal; (26) João Paulo II, Homília, 24-111-1980.
Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.
A Mortificação
Necessidade da mortificação para ter vida sobrenatural.
O EVANGELHO DA MISSA1 relata-nos o comovente diálogo entre Jesus e Nicodemos na calada da noite. Este homem sente-se impressionado pela pregação e pelos milagres do Mestre e experimenta a necessidade de saber mais. Mostra uma grande delicadeza para com Jesus: Rabbi, meu Mestre, é como o chama.
Nicodemos interroga o Senhor sobre a sua missão, talvez ainda sem saber ao certo se está diante de mais um profeta ou do próprio Messias: Sabemos - diz ele - que és um mestre vindo da parte de Deus, pois ninguém pode fazer os prodígios que fazes se Deus não estiver com ele. E o Senhor responde-lhe de uma maneira inesperada; Nicodemos pergunta-lhe pela sua missão e Jesus revela-lhe uma verdade assombrosa: É preciso nascer de novo. Trata-se de um nascimento espiritual pela água e pelo Espírito Santo: é um mundo inteiramente novo que se abre ante os olhos de Nicodemos.
As palavras do Senhor constituem também um horizonte sem limites para o progresso espiritual de qualquer cristão que se deixe conduzir documente pelas inspirações e moções do Espírito Santo. Porque a vida interior não consiste somente em adquirir uma série de virtudes naturais ou em praticar determinados atos de piedade. O que o Senhor nos pede é uma transformação radical: Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho2, anunciava São Paulo aos fiéis de Éfeso.
Esta transformação interior é acima de tudo obra da graça na alma, mas requer também a nossa colaboração, através de uma séria mortificação da inteligência e das recordações - da imaginação -, que terá como fruto a purificação das nossas potências, necessária para que a vida de Cristo se desenvolva plenamente em nós. Muitos cristãos não avançam no seu relacionamento com Deus, na oração, por descurarem esta mortificação interior, sem a qual a mortificação externa perde o seu ponto de apoio.
A imaginação é, sem dúvida, uma faculdade muito útil, porque a alma, que está unida ao corpo, não pode pensar sem imagens. O Senhor falava às pessoas por meio de parábolas, servindo-se de imagens para transmitir-lhes as verdades mais profundas; acabamos de ver que foi esse o caminho que seguiu na conversa com Nicodemos. Neste sentido, a imaginação pode ser de grande utilidade para a vida interior, pois ajuda a contemplar a vida do Senhor, os mistérios do Rosário... "Mas, para que seja proveitosa e útil, deve ser governada pela reta razão esclarecida pela fé. Caso contrário, pode converter-se, como já foi chamada, na louca da casa; afasta-nos da consideração das coisas divinas e arrastamos para as coisas vãs, insubstanciais, fantásticas e mesmo proibidas. No melhor dos casos, leva-nos para o mundo dos sonhos, de onde brota o sentimentalismo tão oposto à verdadeira piedade"3.
Dada a nossa condição depois do pecado original, a submissão da imaginação à razão só pode ser alcançada habitualmente pela mortificação, que fará com que "deixe de ser a louca da casa e se concentre no seu fim próprio, que é servir a inteligência iluminada pela fé"4.
Mortificação da imaginação.
Deixara imaginação à solta significa em primeiro lugar perder o tempo, que é um dom de Deus e parte do patrimônio que o Senhor nos confiou. "Afasta de ti esses pensamentos inúteis que, pelo menos, te fazem perder o tempo", aconselha-nos o autor de Caminho5. Além disso, a imaginação perdida em sonhos fantásticos e estéreis é um campo bem adubado para que nele apareça um bom número de tentações voluntárias, que convertem os pensamentos inúteis em verdadeira ocasião de pecado6.
Quando não há essa mortifícação interior, os sonhos da imaginação giram freqüentemente em torno dos nossos talentos, de uma determinada atuação em que nos saímos bem, da admiração - talvez também irreal - que provocamos em certas pessoas ou no nosso ambiente... E assim, aquilo que principiou por ser um pensamento inútil começa a correr à deriva, até chegar a comprometer a retidão de intenção que se tinha mantido até aquele momento; e a soberba, sempre à espreita, vai ganhando corpo à custa daquilo que inicialmente parecia inocente. Depois, se não a detemos, essa soberba tende a destruir as coisas boas que encontra à sua passagem. De modo especial, destrói uma boa parte da atenção que os outros merecem, impedindo de ver as suas necessidades e de praticar a caridade. "O horizonte do orgulhoso é terrivelmente limitado: esgota-se em si mesmo. O orgulhoso não consegue olhar para além da sua pessoa, das suas qualidades, das suas virtudes, do seu talento. O seu horizonte é um horizonte sem Deus. E neste panorama tão mesquinho, nunca aparecem os outros, não há lugar para eles"7.
Em outros casos, quando se entretém a julgar o modo de agir dos outros, é fácil que a imaginação comece a emitir juízos negativos e pouco objetivos, porque, quando não se olha para os outros com compreensão, com desejo de ajudá-los, passa-se a ter deles uma visão injustamente parcial, julga-se a sua conduta com frieza, sem perceber que podem ter tido motivos para agir como agiram, ou atribuem-se gratuitamente a essas pessoas intenções retorcidas ou menos boas. Somente Deus penetra nas coisas ocultas, só Ele lê a verdade dos corações e dá o verdadeiro valor a todas as circunstâncias. Por leviandade culposa, esses pensamentos inúteis conduzem ao juízo temerário, que nasce de um coração pouco reto. A mortificação interior teria evitado esse tipo de faltas contra a caridade,*que afasta de Deus e dos outros. "A causa de que haja tantos juízos temerários é que se consideram como coisa de pouca importância; e, não obstante, se se trata de matéria grave, pode-se chegar ao pecado grave"8.
Freqüentemente, se não nos vigiarmos de modo a cortar esses pensamentos inúteis e a oferecer ao Senhor essa mortificação, a imaginação girará em torno de nós mesmos e criará situações fictícias, pouco ou nada compatíveis com a vocação cristã de um filho de Deus, que deve ter o coração posto nEle. Esses pensamentos esfriam a alma, afastam de Deus e depois tornam mais difícil o clima de diálogo com o Senhor no meio das ocupações diárias.
Examinemos hoje na nossa oração como vivemos essa mortificação interior que tanto nos ajuda a conservar-nos sempre na presença do Senhor, e que evita tantos inconvenientes, tentações e pecados. Vale a pena meditar nisto seriamente, com profundidade e com desejos de chegar a propósitos eficazes.
O bom uso da imaginação na oração.
A mortificação da imaginação traz inúmeros bens à alma; não é tarefa puramente negativa, não está na fronteira do pecado, mas no terreno do Amor.
Em primeiro lugar, purifica-nos a alma e inclina-nos a viver melhor na presença de Deus, leva-nos a aproveitar bem o tempo dedicado à oração, e a evitar as distrações quando mais atentos devemos estar, como por exemplo na Santa Missa, na Comunhão... Permite-nos ainda aproveitar melhor o tempo no trabalho, executá-lo conscienciosamente, santificá-lo; no terreno da caridade, ajuda-nos a pensar nos outros, em vez de ficar ensimesmados, submersos num clima de sonhos e fantasias.
Por outro lado, a imaginação deve ocupar um lugar importante na vida interior, no trato com Deus: ajuda-nos a meditar as cenas do Evangelho, a acompanhar Jesus nos seus anos de Nazaré, junto de José e Maria, na sua vida pública, seguido pelos Apóstolos. De modo especial, ajuda-nos a contemplar freqüentemente a Paixão do Senhor.
"Misturai-vos com freqüência entre as personagens do Novo Testamento. Saboreai aquelas cenas comoventes em que o Mestre atua com gestos divinos e humanos, ou relata com modos de dizer humanos e divinos a história sublime do perdão, do Amor ininterrupto que tem pelos seus filhos. Esses translados do Céu renovam-se agora também, na perenidade atual do Evangelho"9.
"Se alguma vez não nos sentirmos com forças para seguir as pegadas de Jesus Cristo, troquemos palavras amigas com aqueles que o conheceram de perto, enquanto permaneceu nesta nossa terra. Com Maria, em primeiro lugar, que foi quem o trouxe até nós. Com os Apóstolos. Alguns gentios chegaram-se a Filipe, que era natural de Betsaida da Galiléia, e fizeram-lhe este pedido: Desejamos ver Jesus. Filipe foi e disse-o a André; e André e Filipe disseram-no a Jesus (Ioh XII, 20-22). Não é verdade que isto nos anima? Aqueles estrangeiros não se atrevem a apresentar-se ao Mestre, e procuram um bom intercessor [...].
"Meu conselho é que, na oração, cada um intervenha nas passagens do Evangelho, como mais um personagem. Primeiro, imaginamos a cena ou o mistério, que servirá para nos recolhermos e meditar. Depois, empregamos o entendimento para considerar este ou aquele traço da vida do Mestre: o seu Coração enternecido, a sua humildade, a sua pureza, o seu cumprimento da Vontade do Pai. Depois, conta-mos-lhe o que nos costuma ocorrer nessas matérias, o que sentimos, o que nos está acontecendo. É preciso permanecermos atentos, porque talvez Ele nos queira indicar alguma coisa: e surgirão essas moções interiores, o cair em si, essas reconversões"10.
Assim imitaremos a Santíssima Virgem, que conservava todas estas coisas - os acontecimentos da vida do Senhor -e as meditava no seu coração n.
(1) Jo 3, 1-8; (2) Ef 5, 22; (3) R. Garrigou-Lagrange, Las três edades de Ia vida interior, Palabra, Madríd, 1975, vol. I, pág. 398; (4) ib.$ pág. 399; (5) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 13; (6) cfr. São Josemaría Es-crivá, Sulco, n. 135; (7) S. Canais, Reflexões Espirituais, pág. 65; (8) Cura d'Ars, Sermão sobre o juízo temerário', (9) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 216; (10) ib., n. 252-253; (11) Lc 2, 19.
Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.
09 de Abril 2018
A SANTA MISSA

Anunciação do Senhor – Solenidade
Cor: Branca
1ª Leitura: Is 7,10-14; 8,10
“Eis que uma virgem conceberá.”
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Naqueles dias, 1 o Senhor falou com Acaz, dizendo: 11 “Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu”. 12 Mas Acaz respondeu: “Não pedirei nem tentarei o Senhor”. 13 Disse o profeta: “Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14 Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel, 8,10 porque Deus está conosco.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 39(40),7-8a.8b-9.10,11 (R. 8a.9a)
R. Eis que venho fazer, com prazer,
a vossa vontade, Senhor!
7 Sacrifício e oblação não quisestes, *
mas abristes, Senhor, meus ouvidos;
não pedistes ofertas nem vítimas, +
holocaustos por nossos pecados, *
8a E então eu vos disse: “Eis que venho!” R.
8b Sobre mim está escrito no livro: +
9 “Com prazer faço a vossa vontade, *
guardo em meu coração vossa lei!” R.
10 Boas-novas de vossa justiça +
anunciei numa grande assembleia; *
vós sabeis: não fechei os meus lábios! R.
11 Proclamei toda a vossa justiça, +
sem retê-la no meu coração; *
vosso auxílio e lealdade narrei.
Não calei vossa graça e verdade *
na presença da grande assembleia. R.
2ª Leitura: 1Ts 1, 5c-10
“Vós vos convertestes, abandonando os falsos deuses,
para servir a Deus esperando o seu Filho”.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Tessalonicenses
Irmãos: 5c Sabeis de que maneira procedemos entre vós, para o vosso bem. 6 E vós vos tornastes imitadores nossos, e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações. 7 Assim vos tornastes modelo para todos os fiéis da Macedônia e da Acaia. 8 Com efeito, a partir de vós, a Palavra do Senhor não se divulgou apenas na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte. Assim, nós já nem precisamos de falar, 9 pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, 10 esperando dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos: Jesus, que nos livra do castigo que está por vir.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 1,26-38
“Eis que conceberás e darás à luz um filho.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 26 O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’ 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O anjo, então, disse-lhe: ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim’. 34 Maria perguntou ao anjo: ‘Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?’ 35 O anjo respondeu: ‘O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altissimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível’. 38 Maria, então, disse: ‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o anjo retirou-se.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Domingo da Divina Misericórdia
08 de Abril
Domingo da Divina Misericórdia
RITO DE CANONIZAÇÃO DA BEATA MARIA FAUSTINA KOWALSKA
HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II
Domingo, 30 de Abril de 2000
- "Confitemini Domino quoniam bonus, quoniam in aeternum misericordia eius".
"Louvai o Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o Seu amor" (Sl 118, 1). Assim canta a Igreja na Oitava de Páscoa, como que recolhendo dos lábios de Cristo estas palavras do Salmo, dos lábios de Cristo ressuscitado, que no Cenáculo traz o grande anúncio da misericórdia divina e confia aos apóstolos o seu ministério: "A paz seja convosco! Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós... Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 21-23).
Antes de pronunciar estas palavras, Jesus mostra as mãos e o lado. Isto é, indica as feridas da Paixão, sobretudo a chaga do coração, fonte onde nasce a grande onda de misericórdia que inunda a humanidade. Daquele Coração a Irmã Faustina Kowalska, a Beata a quem de agora em diante chamaremos Santa, verá partir dois fachos de luz que iluminam o mundo: "Os dois raios, explicou-lhe certa vez o próprio Jesus representam o sangue e a água" (Diário, Libreria Editrice Vaticana, pág. 132).
- Sangue e água! O pensamento corre rumo ao testemunho do evangelista João que, quando um soldado no Calvário atingiu com a lança o lado de Cristo, vê jorrar dali "sangue e água" (cf. Jo 19, 34). E se o sangue evoca o sacrifício da cruz e o dom eucarístico, a água, na simbologia joanina, recorda não só o baptismo, mas também o dom do Espírito Santo (cf. Jo 3, 5; 4, 14; 7, 37-39).
A misericórdia divina atinge os homens através do Coração de Cristo crucificado: "Minha filha, dize que sou o Amor e a Misericórdia em pessoa", pedirá Jesus à Irmã Faustina (Diário, pág. 374). Cristo derrama esta misericórdia sobre a humanidade mediante o envio do Espírito que, na Trindade, é a Pessoa-Amor. E porventura não é a misericórdia o "segundo nome" do amor (cf. Dives in misericordia, 7), cultuado no seu aspecto mais profundo e terno, na sua atitude de cuidar de toda a necessidade, sobretudo na sua imensa capacidade de perdão?
É deveras grande a minha alegria, ao propor hoje à Igreja inteira, como dom de Deus para o nosso tempo, a vida e o testemunho da Irmã Faustina Kowalska. Pela divina Providência a vida desta humilde filha da Polónia esteve completamente ligada à história do século XX, que há pouco deixámos atrás. De facto, foi entre a primeira e a segunda guerra mundial que Cristo lhe confiou a sua mensagem de misericórdia. Aqueles que recordam, que foram testemunhas e participantes nos eventos daqueles anos e nos horríveis sofrimentos que daí derivaram para milhões de homens, bem sabem que a mensagem da misericórdia é necessária.
Jesus disse à Irmã Faustina: "A humanidade não encontrará paz, enquanto não se voltar com confiança para a misericórdia divina" (Diário, pág. 132). Através da obra da religiosa polaca, esta mensagem esteve sempre unida ao século XX, último do segundo milénio e ponte para o terceiro. Não é uma mensagem nova, mas pode-se considerar um dom de especial iluminação, que nos ajuda a reviver de maneira mais intensa o Evangelho da Páscoa, para o oferecer como um raio de luz aos homens e às mulheres do nosso tempo.
- O que nos trarão os anos que estão diante de nós? Como será o futuro do homem sobre a terra? A nós não é dado sabê-lo. Contudo, é certo que ao lado de novos progressos não faltarão, infelizmente, experiências dolorosas. Mas a luz da misericórdia divina, que o Senhor quis como que entregar de novo ao mundo através do carisma da Irmã Faustina, iluminará o caminho dos homens do terceiro milénio.
Assim como os Apóstolos outrora, é necessário porém que também a humanidade de hoje acolha no cenáculo da história Cristo ressuscitado, que mostra as feridas da sua crucifixão e repete: A paz seja convosco! É preciso que a humanidade se deixe atingir e penetrar pelo Espírito que Cristo ressuscitado lhe dá. É o Espírito que cura as feridas do coração, abate as barreiras que nos separam de Deus e nos dividem entre nós, restitui ao mesmo tempo a alegria do amor do Pai e a da unidade fraterna.
- É importante, então, que acolhamos inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa, que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de "Domingo da Divina Misericórdia". Nas diversas leituras, a liturgia parece traçar o caminho da misericórdia que, enquanto reconstrói a relação de cada um com Deus, suscita também entre os homens novas relações de solidariedade fraterna. Cristo ensinou-nos que "o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a "ter misericórdia" para com os demais. "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5, 7)" (Dives in misericordia, 14). Depois, Ele indicou-nos as múltiplas vias da misericórdia, que não só perdoa os pecados, mas vai também ao encontro de todas as necessidades dos homens. Jesus inclinou-se sobre toda a miséria humana, material e espiritual.
A sua mensagem de misericórdia continua a alcançar-nos através do gesto das suas mãos estendidas rumo ao homem que sofre. Foi assim que O viu e testemunhou aos homens de todos os continentes a Irmã Faustina que, escondida no convento de Lagiewniki em Cracóvia, fez da sua existência um cântico à misericórdia: Misericordias Domini in aeternum cantabo.
- A canonização da Irmã Faustina tem uma eloquência particular: mediante este acto quero hoje transmitir esta mensagem ao novo milénio. Transmito-a a todos os homens para que aprendam a conhecer sempre melhor o verdadeiro rosto de Deus e o genuíno rosto dos irmãos.
Amor a Deus e amor aos irmãos são de facto inseparáveis, como nos recordou a primeira Carta de João: "Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os Seus mandamentos" (5, 2). O Apóstolo recorda-nos nisto a verdade do amor, indicando-nos na observância dos mandamentos a medida e o critério.
Com efeito, não é fácil amar com um amor profundo, feito de autêntico dom de si. Aprende-se este amor na escola de Deus, no calor da sua caridade. Ao fixarmos o olhar n'Ele, ao sintonizarmo-nos com o seu coração de Pai, tornamo-nos capazes de olhar os irmãos com olhos novos, em atitude de gratuidade e partilha, de generosidade e perdão. Tudo isto é misericórdia!
Na medida em que a humanidade souber aprender o segredo deste olhar misericordioso, manifesta-se como perspectiva realizável o quadro ideal, proposto na primeira leitura: "A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia mas, entre eles, tudo era comum" (Act 4, 32). Aqui a misericórdia do coração tornou-se também estilo de relações, projecto de comunidade, partilha de bens. Aqui floresceram as "obras da misericórdia", espirituais e corporais. Aqui a misericórdia tornou-se um concreto fazer-se "próximo" dos irmãos mais indigentes.
- A Irmã Faustina Kowalska deixou escrito no seu Diário: "Sinto uma tristeza profunda, quando observo os sofrimentos do próximo. Todas as dores do próximo se repercutem no meu coração; trago no meu coração as suas angústias, de tal modo que me abatem também fisicamente.
Desejaria que todos os sofrimentos caíssem sobre mim, para dar alívio ao próximo" (pág. 365). Eis a que ponto de partilha conduz o amor, quando é medido segundo o amor de Deus!
É neste amor que a humanidade de hoje se deve inspirar, para enfrentar a crise de sentido, os desafios das mais diversas necessidades, sobretudo a exigência de salvaguardar a dignidade de cada pessoa humana. A mensagem de misericórdia divina é assim, implicitamente, também uma mensagem sobre o valor de todo o homem. Toda a pessoa é preciosa aos olhos de Deus; Cristo deu a vida por cada um; o Pai dá o seu Espírito a todos, oferecendo-lhes o acesso à Sua intimidade.
- Esta mensagem consoladora dirige-se sobretudo a quem, afligido por uma provação particularmente dura ou esmagado pelo peso dos pecados cometidos, perdeu toda a confiança na vida e se sente tentado a ceder ao desespero. Apresenta-se-lhe o rosto suave de Cristo, chegando-lhe aqueles raios que partem do seu Coração e iluminam, aquecem e indicam o caminho, e infundem esperança. Quantas almas já foram consoladas pela invocação "Jesus, confio em Ti", que a Providência sugeriu através da Irmã Faustina! Este simples acto de abandono a Jesus dissipa as nuvens mais densas e faz chegar um raio de luz à vida de cada um.
"Jezu ufam tobie!"
- Misericordias Domini in aeternum cantabo (Sl 88 [89], 2). À voz de Maria Santíssima, "Mãe da misericórdia", à voz desta nova Santa, que na Jerusalém celeste canta a misericórdia juntamente com todos os amigos de Deus, unamos também nós, Igreja peregrinante, a nossa voz.
E tu, Faustina, dom de Deus ao nosso tempo, dádiva da terra da Polónia à Igreja inteira, obtém-nos a graça de perceber a profundidade da misericórdia divina, ajuda-nos a torná-la experiência viva e a testemunhá-la aos irmãos! A tua mensagem de luz e de esperança se difunda no mundo inteiro, leve à conversão os pecadores, amenize as rivalidades e os ódios, abra os homens e as nações à prática da fraternidade. Hoje, ao fixarmos contigo o olhar no rosto de Cristo ressuscitado, fazemos nossa a tua súplica de confiante abandono e dizemos com firme esperança:
Jesus Cristo, confio em Ti!
"Jezu, ufam tobie!".
Fonte:http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/2000/documents/hf_jp-ii_hom_20000430_faustina.html
08 de Abril 2018
A SANTA MISSA

2º Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia – Ano-B
Cor: Branca
1ª Leitura: At 4, 32-35
“Um só coração e uma só alma.”
Leitura dos Atos dos Apóstolos
32 A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum. 33 Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos. 34 Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas, vendiam-nas, levavam o dinheiro, 35 e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 117(118), 2-4.16ab-18.22-24 (R. 1)
R. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom;
eterna é a sua misericórdia!’
Ou:
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
2 A casa de Israel agora o diga:*
‘Eterna é a sua misericórdia!’
3 A casa de Aarão agora o diga:*
‘Eterna é a sua misericórdia!’
4 Os que temem o Senhor agora o digam:*
‘Eterna é a sua misericórdia!’ R.
16a A mão direita do Senhor fez maravilhas,
16b a mão direita do Senhor me levantou,*
a mão direita do Senhor fez maravilhas!’
17 Não morrerei, mas ao contrário, viverei*
para cantar as grandes obras do Senhor!*
18 O Senhor severamente me provou,*
mas não me abandonou às mãos da morte. R.
22 ‘A pedra que os pedreiros rejeitaram,*
tornou-se agora a pedra angular.
23 Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:*
Que maravilhas ele fez a nossos olhos!
24 Este é o dia que o Senhor fez para nós,*
alegremo-nos e nele exultemos! R.
2ª Leitura: 1Ts 1, 5c-10
“Vós vos convertestes, abandonando os falsos deuses,
para servir a Deus esperando o seu Filho”.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Tessalonicenses
Irmãos:5c Sabeis de que maneira procedemos entre vós, para o vosso bem. 6 E vós vos tornastes imitadores nossos, e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações. 7 Assim vos tornastes modelo para todos os fiéis da Macedônia e da Acaia. 8 Com efeito, a partir de vós, a Palavra do Senhor não se divulgou apenas na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte. Assim, nós já nem precisamos de falar, 9 pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, 10 esperando dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos: Jesus, que nos livra do castigo que está por vir.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Jo 20, 19-31
“Oito dias depois, Jesus entrou …”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco’. 20 Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.21 Novamente, Jesus disse: ‘A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio’. 22 E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: ‘Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos’. 24 Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Os outros discípulos contaram-lhe depois: ‘Vimos o Senhor!’. Mas Tomé disse-lhes: ‘Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei’. 26 Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’. 27 Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel’. 28 Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ 29 Jesus lhe disse: ‘Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!’ 30 Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31 Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!