30 de Abril 2018

5ª Semana da Páscoa – Segunda-feira
Cor: Branca

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1ª Leitura: At 14, 5-18

 “Vimos anunciar-vos que deveis abandonar estes ídolos
e voltar-vos para o Deus vivo.”

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, em Icônio: 5 Pagãos e judeus, tendo à frente seus chefes, estavam dispostos a ultrajar e apedrejar Paulo e Barnabé. 6 Ao saberem disso, Paulo e Barnabé fugiram e foram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e seus arredores. 7 Aí começaram a anunciar o Evangelho. 8 Em Listra, havia um homem paralítico das pernas, que era coxo de nascença e nunca fora capaz de andar. 9 Ele escutava o discurso de Paulo. E este, fixando nele o olhar e notando que tinha fé para ser curado, 10 disse em alta voz: ‘Levanta-te direito sobre os teus pés.’ O homem deu um salto e começou a caminhar. 11 Vendo o que Paulo acabara de fazer, a multidão exclamou em dialeto licaônico: ‘Os deuses desceram entre nós em forma de gente!’ 12 Chamavam a Barnabé Júpiter e a Paulo Mercúrio, porque era Paulo quem falava. 13 Os sacerdotes de Júpiter, cujo templo ficava defronte à cidade, levaram à porta touros ornados de grinaldas e queriam, com a multidão, oferecer sacrifícios. 14 Ao saberem disso, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as vestes e foram para o meio da multidão, gritando: 15 ‘Homens, o que estais fazendo? Nós também somos homens mortais como vós, e vos estamos anunciando que precisais deixar esses ídolos inúteis para vos converterdes ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe. 16 Nas gerações passadas, Deus permitiu que todas as nações seguissem o próprio caminho. 17 No entanto, ele não deixou de dar testemunho de si mesmo através de seus benefícios, mandando do céu chuvas e colheitas, dando alimento e alegrando vossos coraçðes’. 18 E assim falando, com muito custo, conseguiram que a multidão desistisse de lhes oferecer um sacrifício.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 113B (115), 1-2.3-4.15-16 (R. 1b)

R. Não a nós, ó Senhor, não a nós,
ao vosso nome, porém, seja a glória

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

1 Não a nós, ó Senhor, não a nós, +
ao vosso nome, porém, seja a glória, *
porque sois todo amor e verdade!
2 Por que hão de dizer os pagãos: *
‘Onde está o seu Deus, onde está?’    R.

3 É nos céus que está o nosso Deus, *
ele faz tudo aquilo que quer.
4 São os deuses pagãos ouro e prata, *
todos eles são obras humanas.     R.

15 Abençoados sejais do Senhor, *
do Senhor que criou céu e terra!
16 Os céus são os céus do Senhor, *
mas a terra ele deu para os homens.     R.

Evangelho: Jo 14, 21-26

 “O Defensor, o Espírito Santo,
que o Pai enviará ele vos ensinará tudo.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21 Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. 22 Judas – não o Iscariotes – disse-lhe: ‘Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?’ 23 Jesus respondeu-lhe: ‘Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25 Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26 Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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29 de Abril 2018

A SANTA MISSA

5º Domingo da Páscoa – Ano B
Cor: Branca

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1ª Leitura: At 9, 26-31

“Contou-lhes como tinha visto o Senhor no caminho.”

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias: 26 Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos tinham medo dele, pois não acreditavam que ele fosse discípulo. 27 Então Barnabé tomou Saulo consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, como o Senhor lhe havia falado e como Saulo havia pregado, em nome de Jesus, publicamente, na cidade de Damasco. 28 Daí em diante, Saulo permaneceu com eles em Jerusalém e pregava com firmeza em nome do Senhor. 29 Falava também e discutia com os judeus de língua grega, mas eles procuravam matá-lo. 30 Quando ficaram sabendo disso, os irmãos levaram Saulo para Cesaréia, e dali o mandaram para Tarso. 31 A Igreja, porém, vivia em paz em toda a Judeia, Galileia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 21(22), 26b-27.28.30.31-32(R. 26a)

R. Senhor sois meu louvor em meio à grande assembleia!

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.

 26b Sois meu louvor em meio à grande assembleia;*
cumpro meus votos ante aqueles que vos temem!
27 Vossos pobres vão comer e saciar-se,
e os que procuram o Senhor o louvarão;*
‘Seus corações tenham a vida para sempre!’     R.

28Lembrem-se disso os confins de toda a terra,*
para que voltem ao Senhor e se convertam,
e se prostrem, adorando, diante dele*
todos os povos e as famílias das nações.
30 Somente a ele adorarão os poderosos,*
e os que voltam para o pó o louvarão.      R.

Para ele há de viver a minha alma,*
31 toda a minha descendência há de servi-lo;
às futuras gerações anunciará*
32 o poder e a justiça do Senhor;
ao povo novo que há de vir, ela dirá:*
‘Eis a obra que o Senhor realizou!’      R.

2ª Leitura: 1Ts 1, 5c-10

 “Vós vos convertestes, abandonando os falsos deuses,
para servir a Deus esperando o seu Filho”.

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Tessalonicenses

Irmãos: 5c Sabeis de que maneira procedemos entre vós, para o vosso bem.6 E vós vos tornastes imitadores nossos, e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações. 7 Assim vos tornastes modelo para todos os fiéis da Macedônia e da Acaia. 8 Com efeito, a partir de vós, a Palavra do Senhor não se divulgou apenas na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte. Assim, nós já nem precisamos de falar, 9 pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, 10 esperando dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos: Jesus, que nos livra do castigo que está por vir.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Jo 15, 1-8

 “Quem permanecer em mim, e eu nele, produz muito fruto.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 1 ‘Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3 Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4 Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permaneceu em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7 Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vós será dado. 8 Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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28 de Abril 2018

A SANTA MISSA

4ª Semana da Páscoa – Sábado
Cor: Branca

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1ª Leitura: At 13,44-52

 “Vamos dirigir-nos aos pagãos.”

Leitura dos Atos dos Apóstolos

44 No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra de Deus. 45 Ao verem aquela multidão, os judeus ficaram cheios de inveja e, com blasfêmias, opunham-se ao que Paulo dizia. 46 Então, com muita coragem, Paulo e Barnabé declararam: ‘Era preciso anunciar a palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que nos vamos dirigir aos pagãos. 47 Porque esta é a ordem que o Senhor nos deu: ‘Eu te coloquei como luz para as nações, para que leves a salvação até os confins da terra’.’ 48 Os pagãos ficaram muito contentes, quando ouviram isso, e glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que eram destinados à vida eterna, abraçaram a fé. 49 Desse modo, a palavra do Senhor espalhava-se por toda a região. 50 Mas os judeus instigaram as mulheres ricas e religiosas, assim como os homens influentes da cidade, provocaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. 51 Então os apóstolos sacudiram contra eles a poeira dos pés, e foram para a cidade de Icônio. 52 Os discípulos, porém, ficaram cheios de alegria e do Espírito Santo.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 97, 1. 2-3ab. 3cd-4 (R. 3cd)

R. Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo*
alcançaram-lhe a vitória.      R.

2 O Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
3a recordou o seu amor sempre fiel*
3b pela casa de Israel.      R.

3c Os confins do universo contemplaram*
3d a salvação do nosso Deus.
4 Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai!      R.

Evangelho: Jo 14,7-14

 “Quem me viu, viu o Pai.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 7 Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes.’ 8 Disse Filipe: ‘Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!’ 9 Jesus respondeu: ‘Ha tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11 Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12 Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13 e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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27 de Abril 2018

A SANTA MISSA

4ª Semana da Páscoa – Sexta-feira
Cor: Branca

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1ª Leitura: At 13,26-33

 “A promessa que Deus fez
ele a cumpriu quando ressuscitou Jesus.”

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, tendo chegado a Antioquia da Pisídia, Paulo disse na sinagoga: 26 “Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação. 27 Os habitantes de Jerusalém e seus chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se lêem todos os sábados. 28 Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. 29 Depois de realizarem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o puseram num túmulo. 30 Mas Deus o ressuscitou dos mortos 31 e, durante muitos dias, ele foi visto por aqueles que o acompanharam desde a Galileia até Jerusalém. Agora eles são testemunhas de Jesus diante do povo. 32 Por isso, nós vos anunciamos este Evangelho: a promessa que Deus fez aos antepassados, 33 ele a cumpriu para nós, seus filhos, quando ressuscitou Jesus, como está escrito no salmo segundo: “Tu és o meu filho, eu hoje te gerei”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 2, 6-7. 8-9. 10-11 (R. 7)

R. Tu és meu Filho, eu hoje te gerei!

 Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

6 ‘Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei*
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!’
7 O decreto do Senhor promulgarei, +
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
‘Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!      R.

8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei +
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
9 Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!      R.

10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!      R.

Evangelho: Jo 14,1-6

 “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1 “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 3 Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3 e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4 E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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26 de Abril 2018

A SANTA MISSA

4ª Semana da Páscoa – Quinta-feira
Cor: Branca

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1ª Leitura: At 13,13-25

 “Da descendência de Davi Deus fez surgir
para Israel um Salvador, que é Jesus.”

Leitura dos Atos dos Apóstolos

 13 Paulo e seus companheiros embarcaram em Pafos e chegaram a Perge da Panfília. João deixou-os e voltou para Jerusalém. 14 Eles, porém, partindo de Perge, chegaram a Antioquia da Pisídia. E, entrando na sinagoga em dia de sábado, sentaram-se. 15 Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: “Irmãos, se vós tendes alguma palavra para encorajar o povo, podeis falar”.16 Paulo levantou-se, fez um sinal com a mão e disse: “Israelitas e vós que temeis a Deus, escutai!17 O Deus deste povo de Israel escolheu os nossos antepassados e fez deles um grande povo quando moravam como estrangeiros no Egito; e de lá os tirou com braço poderoso. 18 E, durante mais ou menos quarenta anos, cercou-o de cuidados no deserto. 19 Destruiu sete nações na terra de Canaã e passou para eles a posse do seu território, 20 por quatrocentos e cinquenta anos aproximadamente. Depois disso, concedeu-lhes juizes, até o profeta Samuel. 21 Em seguida, eles pediram um rei e Deus concedeu-lhes Saul, filho de Cis, da tribo de Benjamim, que reinou durante quarenta anos. 22 Em seguida, Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade’. 23 Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus. 24 Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25 Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias’”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 88, 2-3. 21-22. 23-24. 25.27 (R. Cf. 2a)

R. Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor.

 Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

2 Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, *
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
3 Porque dissestes: ‘O amor é garantido para sempre!’ *
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.      R.

21 Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, *
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
22 Estará sempre com ele minha mão onipotente, *
e meu braço poderoso há de ser a sua força.    R.

23 Não será surpreendido pela força do inimigo, *
nem o filho da maldade poderá prejudicá-lo.
24 Diante dele esmagarei seus inimigos e agressores, *
ferirei e abaterei todos aqueles que o odeiam.      R.

25 Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, *
sua força e seu poder por meu nome crescerão.
27 Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, *
sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!`     R.

Evangelho: Jo 13,16-20

 “Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim.”

 – O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus lhes disse: 16 “Em verdade, em verdade vos digo: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17 Se sabeis isto, e o puserdes em prática, sereis felizes. 18 Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19 Desde agora vos digo isto, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20 Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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Santo Anacleto e São Marcelino

26 de Abril

Santo Anacleto e São Marcelino 

Santo Anacleto teve destino singular: desdobrado em duas pessoas distintas. Cleto e Anacleto, havia duas festas no Martirológio Romano, respectivamente a 26 de abril e 13 de julho. O engano, que passou também pelo célebre cuidadoso Barônio, parece ter sido de copista que teria visto abreviado em alguma lista dos papas o nome de Anacleto por Cleto, julgou dever reinserir o nome apagado de Anacleto sem excluir a abreviatura. Baseando-se nos estudos do Duchesne, a orientação atual é que Anacleto e Cleto são uma só pessoa: por isso a Congregação dos Ritos em 1960 aboliu a festa de 13 de julho, deixando só a de 26 de abril.

Mais severos ainda foram os compiladores do novo calendário: “A memória dos santos Cleto e Marcelino, introduzida no Calendário romano no século XIII, está cancelada. Ignora-se o dia da deposição de são Cleto, que não parece tenha sido mártir; igualmente discutida é a deposição de são Marcelino, que morreu no ano 304, quando a perseguição de Diocleciano estava no auge do seu rigor”. Embora não tenha sido mártir, Anacleto, de origem ateniense, foi papa de 79 a 90, tornou-se benemérito por ter edificado uma memória, isto é, um sepulcro, a são Pedro, junto ao qual ele mesmo foi sepultado.

O caso de são Marcelino é exatamente o contrário, pois tentaram fazer dele e de são Marcelo uma única pessoa. Sobre são Marcelo já falamos no dia 16 de janeiro. O Martirológio Romano lembra são Marcelino, além de 26 de abril também em 25 de outubro, comemorando “o natal de são Marcelino, papa e mártir, o qual sob Maximiano, juntamente com Cláudio, Cirino e Antonino, pela fé em Cristo foi decapitado…”.

Na realidade, parece que está fora de dúvida que a qualificação do martírio foi reconhecida a são Marcelino por finalidades apologéticas: no século V difundia-se uma lenda de origem donatista que caluniava a sua memória, dizendo que ele teria cedido à perseguição, “entregando” os livros sagrados, e tinha sido por isso “traidor”. Já santo Agostinho reagira contra a calúnia, mas como as fofocas continuavam, com recurso que está bem longe da nossa sensibilidade moderna, mas que então era perfeitamente compreensível, admitiu-se a “queda” de são Marcelino, que depois teria se redimido, enfrentando o martírio: efeitos da opinião pública! Nada mais sabemos ao certo nem de sua morte, nem de sua vida, senão que foi papa entre 296 e 304-305 e foi sepultado no cemitério de Priscila, perto do mártir Crescêncio.

Fonte: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.


25 de Abril 2018

A SANTA MISSA

São Marcos, Evangelista, Bispo e mártir – Festa
Cor: Vermelha

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1ª Leitura: 1Pd 5, 5b-14

 “Saúda-vos Marcos, meu filho”.

Leitura da Primeira Carta de São Pedro

Caríssimos: 5b Revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes. 6 Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, ele vos exalte. 7 Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois é ele quem cuida de vós. 8 Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. 9 Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora. 10 Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de toda a graça, que vos chamou para a sua glória eterna, em Cristo, vos restabelecerá e vos tornará firmes, fortes e seguros. 11 A ele pertence o poder, pelos séculos dos séculos. Amém. 12 Por meio de Silvano, que considero um irmão fiel junto de vós, envio-vos esta breve carta, para vos exortar e para atestar que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes. 13 A Igreja que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também, Marcos, o meu filho. 14 Saudai-vos uns aos outros com o abraço do amor fraterno. A paz esteja com todos vós que estais em Cristo.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Salmo 88 (89), 2-3.6-7.16-17(cf. R. 2a)

R. Ó Senhor, eu cantarei, eternamente, o vosso amor.

 Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.

2 Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, *
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
3 Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” *
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.    R.

 6 Anuncia o firmamento vossas grandes maravilhas, *
e o vosso amor fiel, a assembléia dos eleitos,
7 pois, quem pode, lá nas nuvens ao Senhor se comparar *
e quem pode, entre seus anjos, ser a ele semelhante?     R.

16 Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; *
seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face!
17 Exultará de alegria em vosso nome dia a dia, *
e com grande entusiasmo exaltará vossa justiça.    R.

Evangelho: Mc 16, 15-20

 “Pregai o Evangelho a toda a criatura”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo: Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15 e disse-lhes: ‘Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16 Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17 Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados’. 19 Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20 Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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São Marcos Evangelista

25 de Abril

São Marcos Evangelista 

São Marcos, o autor do segundo Evangelho, é hebreu de origem. Nasceu de família abastada, provavelmente fora da Palestina. Ele é citado dez vezes nos livros do Novo Testamento, ora com o nome hebraico de João, ora com o nome romano de Marcos, ora ainda com o nome de João Marcos. Mas a opinião quase unânime é que se trata de uma só pessoa, ou seja, de Marcos, primo de Barnabé e filho de uma mulher chamada Maria, em casa de quem os primeiros cristãos se reuniam em Jerusalém, e onde Pedro se refugiou após a misteriosa libertação da prisão. São Pedro o chama de “meu filho” e fez algumas viagens com ele a Roma, e foi nessa cidade, ao que tudo indica, que Marcos escreveu seu Evangelho. Marcos não fez parte do grupo dos Doze, mas ficou conhecido entre os primeiros cristãos como o intérprete de Pedro, porque escreveu tudo aquilo que ouviu dele. Além da familiaridade com Pedro, Marcos teve uma larga convivência com Paulo, com quem se encontrou pela primeira vez na ocasião em que Paulo e Barnabé foram a Jerusalém, levando a generosa coleta oferecida pela comunidade de Antioquia. São Marcos participou da primeira viagem missionária de Paulo, mas não permaneceu até o fim. Segundo o Livro dos Atos, depois da evangelização de Chipre, quando Paulo viajou para a Ásia Menor, a fim de pregar às populações pagãs do Tauro, Marcos se separou de Paulo e Barnabé e voltou para Jerusalém. Mais tarde, quando Paulo ficou prisioneiro em Roma, ele voltou a ficar ao seu lado. É São Paulo quem dá a última informação sobre ele, na carta que escreve a Timóteo: “Traga Marcos com você. Posso precisar de seus serviços”. Marcos morreu provavelmente no dia 25 de abril do ano 68, segundo alguns, de morte natural. Segundo outros, no dia 24 de abril ele foi arrastado pelas ruas de Alexandria, amarrado com cordas ao pescoço e jogado no cárcere, sendo submetido ao mesmo castigo no dia seguinte, até morrer.

Quando Marcos escreveu seu Evangelho tinha, como objetivo, dar uma resposta clara e concreta à pergunta que as comunidades de seu tempo faziam: “Quem é Jesus?” Passados mais de 20 séculos a pergunta continua: Quem é Jesus para nós? Um sábio? Um filósofo? Uma energia? Um grande profeta? Responderemos certo se dissermos que ele é o Cristo, o filho do Deus Vivo, que por nos amar com um amor que supera todo nosso entendimento, veio armar sua tenda entre nós e assumir nossa humanidade para que pudéssemos partilhar da sua divindade.

Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro


24 de Abril 2018

4ª Semana da Páscoa – Terça-feira
Cor: Branca

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1ª Leitura: At 11,19-26

 “Começaram a pregar também aos gregos,
anunciando-lhes a Boa Nova do Senhor Jesus.”

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, 19 aqueles que se haviam espalhado por causa da perseguição que se seguiu à morte de Estêvão chegaram à Fenícia, à ilha de Chipre e à cidade de Antioquia, embora não pregassem a Palavra a ninguém que não fosse judeu. 20 Contudo, alguns deles, habitantes de Chipre e da cidade de Cirene, chegaram a Antioquia e começaram a pregar também aos gregos, anunciando-lhes a Boa Nova do Senhor Jesus. 21 E a mão do Senhor estava com eles. Muitas pessoas acreditaram no Evangelho e se converteram ao Senhor. 22 A notícia chegou aos ouvidos da Igreja que estava em Jerusalém. Então enviaram Barnabé até Antioquia. 23 Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito alegre e exortou a todos para que permanecessem fiéis ao Senhor, com firmeza de coração. 24 É que ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E uma grande multidão aderiu ao Senhor. 25 Então Barnabé partiu para Tarso, à procura de Saulo. 26 Tendo encontrado Saulo, levou-o a Antioquia. Passaram um ano inteiro trabalhando juntos naquela Igreja, e instruíram uma numerosa multidão. Em Antioquia os discípulos foram, pela primeira vez, chamados com o nome de cristãos.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 86, 1-3. 4-5. 6-7 (R. Sl 116, 1a)

R. Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes.

 Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

1 O Senhor ama a cidade que fundou no Monte santo;
2 ama as portas de Sião mais que as casas de Jacó.
3 Dizem coisas gloriosas da Cidade do Senhor.      R.

4 ‘Lembro o Egito e Babilônia entre os meus veneradores.
Na Filistéia ou em Tiro ou no país da Etiópia, *
este ou aquele ali nasceu.
5 De Sião, porém, se diz: +
‘Nasceu nela todo homem; Deus é sua segurança’.       R.

6 Deus anota no seu livro, onde inscreve os povos todos: *
‘Foi ali que estes nasceram’.
7 E por isso todos juntos *
a cantar se alegrarão; e, dançando, exclamarão: *
‘Estão em ti as nossas fontes!’       R.

Evangelho: Jo 10,22-30

 “Eu e o Pai somos um.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

 22 Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do Templo. Era inverno. 23 Jesus passeava pelo Templo, no pórtico de Salomão. 24 Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”. 25 Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; 26 vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28 Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. 29 Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30 Eu e o Pai somos um”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

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Tempo Pascal. Quarta Semana. Terça-feira

— A rápida propagação do cristianismo. Os primeiros cristãos santifícaram-se no meio do ambiente em que encontraram Cristo.

"NOSSO SENHOR funda a sua Igreja sobre a fraqueza mas também sobre a fidelidade - de uns homens, os Apóstolos, aos quais promete a assistência constante do Espírito Santo [...]. A pregação do Evangelho não surge na Palestina por iniciativa pessoal de alguns homens fervorosos. O que é que os Apóstolos podiam fazer? Não contavam nada no seu tempo; não eram ricos, nem cultos, nem heróis do ponto de vista humano. Jesus coloca sobre os ombros desse punhado de discípulos uma tarefa imensa, divina"'.

Quem tivesse contemplado sem sentido sobrenatural os começos apostólicos daquele pequeno grupo, teria concluído que se tratava de uma iniciativa destinada ao fracasso. Não obstante, esses homens tiveram fé, foram fiéis e começaram a pregar por toda a parte aquela doutrina insólita que chocava frontalmente com muitos costumes pagãos; em pouco tempo o mundo soube que Jesus Cristo era o Redentor do mundo.

Desde o princípio, a Boa Nova é pregada a todos os homens, sem discriminação alguma. Os que se tinham dispersado com a perseguição provocada pela morte de Estêvão - lemos na Missa de hoje2 - chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia. Nesta cidade, foram tantas as conversões que foi ali que pela primeira vez se deu o nome de cristãos aos discípulos do Senhor. Poucos anos depois, encontramos seguidores de Cristo em Roma e em todas as regiões do Império.

Nos começos, a fé cristã arraigou principalmente entre pessoas de condição modesta: soldados, cardadores de lã, escravos, comerciantes. Vede, irmãos — escrevia São Paulo —, quem são os que foram chamados à fé entre vós: não há muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres...3

Para Deus, não há distinção de pessoas, e os primeiros chamados — ignorantes e débeis aos olhos humanos — foram os instrumentos que o Senhor utilizou para a expansão da Igreja. Assim ficou mais patente que a eficácia era divina. Isto não quer dizer que não houvesse entre os primeiros cristãos pessoas cultas, sábias, importantes — um ministro etíope, centuriões, homens como Apolo e Dionísio Areopagita, mulheres como Lídia —, mas eram poucos dentro do grande número dos convertidos à nova fé. São Tomás comenta que "também pertence à glória de Deus o fato de que Ele tenha atraído a Si os sublimes do mundo através de pessoas simples"4. Os primeiros cristãos exerciam todas as profissões correntes no seu tempo, a não ser aquelas que podiam trazer algum perigo para a sua fé, como as de "intérpretes de sonhos", adivinhos, guardas dos templos... E embora a vida pública estivesse permeada de práticas religiosas pagãs, cada um permaneceu no lugar e profissão em que a fé o encontrou, esforçando-se por dar o seu tom ao ambiente em que vivia, por ter uma conduta exemplar, sem fugir do convívio — antes pelo contrário — com os vizinhos e concidadãos. Estavam presentes no foro, no mercado, no exército... "Nós, cristãos — dirá Tertuliano —, não vivemos afastados do mundo; freqüentamos o foro, as termas, as oficinas, as lojas, os mercados e as praças públicas. Exercemos os ofícios de marinheiro, de soldado, de agricultor, de negociante..."5

O Senhor recorda-nos que também nos dias de hoje Ele nos chama a todos, sem estabelecer distinções de profissão, de raça ou de condição social. "Como te inspiram compaixão!... Quererias gritar-lhes que estão perdendo o tempo... Por que são tão cegos e não percebem o que tu — miserável — já viste? Por que não hão de preferir o melhor?

"— Reza, mortifica-te, e depois — tens obrigação disso! — desperta-os um a um, explicando-lhes — também um a um — que, tal como tu, podem encontrar um caminho divino, sem abandonar o lugar que ocupam na sociedade"6.

— Cidadãos exemplares no meio do mundo. Levar Cristo a todos os ambientes.

Foi o que fizeram os nossos primeiros irmãos na fé, nos fins do século II, os cristãos estão já espalhados por todo o Império: "Não há raça alguma de homens, chamem-se bárbaros, gregos ou outra coisa, quer habitem em casas ou sejam nômadas sem lugar para morar ou morando em tendas de pastores, entre os quais não se ofereçam pelo nome de Jesus crucificado orações e ações de graças ao Pai, Criador de todas as coisas"7.

Os fiéis cristãos não fogem do mundo para procurarem o Senhor em plenitude: consideram-se parte integrante desse mundo, que por outro lado procuram vivificar por dentro, com a sua oração, com o seu exemplo, com uma caridade magnânima: "O que é a alma para o corpo, isso são os cristãos para o mundo"8. Vivificaram o seu mundo — que em muitos aspectos tinha perdido o sentido da dignidade humana — sendo cidadãos como os outros e sem distinguir-se deles nem pelo modo de vestir, nem por insígnias, nem por mudarem de cidadania9.

Não somente são cidadãos, como procuram ser exemplares: "Obedecem às leis, mas com a sua vida vão além das leis"10. Honram a autoridade civil, pagam os impostos e cumprem as demais obrigações sociais. E isto, tanto em épocas de paz como em períodos de perseguição e de ódio manifesto. São Justino, em meados do século II, descreve o heroísmo com que os primeiros cristãos viviam as virtudes cívicas: "Como aprendemos dEle (de Cristo), procuramos pagar os tributos e as contribuições, íntegra e prontamente, aos vossos encarregados [...]. Adoramos somente a Deus, mas vos obedecemos com gosto em todas as demais coisas, reconhecendo abertamente que sois os reis e os governantes dos homens, e pedindo na oração que, juntamente com o Poder imperial, encontreis também uma arte de governo repleta de sabedoria”. E Tertuliano, que atacava com veemência a degenerescência do mundo pagão, escrevia que os fiéis oravam nas suas assembléias pelo imperador, pelos seus ministros e autoridades, pelo bem-estar temporal e pela do Império12.

Seja em que época for, os cristãos não podem viver de costas para a sociedade de que fazem parte. Enraizados no coração do mundo, hão de procurar cumprir responsavelmente as suas tarefas pessoais, para impregná-las por dentro de um espírito novo, de caridade cristã. Quanto mais longe de Cristo estiver determinado ambiente, tanto mais urgente será a presença dos cristãos nesse lugar, para condimentá-lo com o sal de Cristo e devolver ao homem a sua dignidade tantas vezes perdida. 

— Costumes cristãos no seio da família.

Os caminhos que levaram os primeiros cristãos à fé foram muito variados, e alguns deles extraordinários, como aconteceu com São Paulo14. Houve muitos que foram chamados pelo Senhor por meio do exemplo de um mártir, mas a maioria chegou a conhecer a Boa Nova através de alguns companheiros de trabalho, de prisão, de viagem, etc.
E já na época apostólica se tornou costume batizar as crianças mesmo antes de chegarem ao uso da razão. São Paulo, à semelhança dos outros Apóstolos, batizou famílias inteiras.
Dois séculos mais tarde, Orígenes podia escrever: "A Igreja recebeu dos Apóstolos o costume de administrar o batismo mesmo às crianças"15.

As casas dos primeiros fiéis, externamente iguais às outras, converteram-se em lares cristãos. Os pais transmitiam a fé aos seus filhos, e estes aos deles, e assim a família se converteu num pilar fundamental da consolidação da fé e dos costumes cristãos. Repletos de caridade, os lares cristãos eram recantos de paz no meio das incompreensões externas, das calúnias, da perseguição. No lar, aprendia-se a oferecer o dia a Deus, a dar-lhe graças, a abençoar os alimentos, a orar na escassez e na abundância.

Os ensinamentos dos pais brotavam com naturalidade ao ritmo da vida, e assim a família cumpria a sua função educadora. São João Crisóstomo dá estes conselhos a um casal cristão: "Mostra à tua mulher que aprecias muito viver com ela e que por ela preferes ficar em casa a andar pela rua. prefere-a a todos os teus amigos e mesmo aos filhos que ela te deu; ama esses filhos por amor dela [...]. Fazei juntos as vossas orações [...]. Aprendei o temor de Deus; todas as outras coisas fluirão daí como de uma fonte e a vossa casa se encherá de inumeráveis bens"16. Houve também casos em que o foco de expansão do cristianismo na família era uma filha ou um filho: atraíam os outros irmãos à fé, depois os pais, e estes os tios..., acabando por aproximar os próprios avós.

Os costumes cristãos que se podem viver numa família são muitos: a recitação do terço, os quadros ou imagens de Nossa Senhora, a bênção dos alimentos... e muitos outros. Se soubermos praticá-los, contribuirão para que se respire sempre no lar um clima amável, de família cristã, onde os filhos, desde pequenos, aprenderão com naturalidade a tratar com Deus e com a sua Mãe Santíssima.

(1) São Josemaría Escrivá, Lealdade à Igreja, Palabra, Madrid, 1985; (2) cfr. At 11, 19-20; (3) 1 Cor 1, 26; (4) São Tomás, Comentário à Ia Carta aos Corintios; (5) Tertuliano, Apologétic o, 42; (6) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 182; (7) São Justino, Diálogo com Trifon, 117, 5; (8) Epístola a Diogneto, 6, 1; (9) cfr. ib., 5, 1-11; (10) ib., 5, 10; (11) São Justino, Apologia 1, 17; (12) cfr. Tertuliano, Apologético, 39, 1 e segs.; (13) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 320; (14) cfr. At 9, 1-19; (15) Orígenes, Com. à carta aos Romanos, 5, 9; (16) São João Crisóstomo, Hom. 20 sobre a carta aos Efésios.

Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.