06 de Junho 2018
A SANTA MISSA

9ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira
Cor: verde
1ª Leitura: 2Tm 1,1-3.6-12
“Exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus
que recebeste pela imposição das minhas mãos.”
Leitura da Carta de São Paulo a Timóteo
1 Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo pelo desígnio de Deus referente à promessa de vida que temos em Cristo Jesus, 2 a Timóteo, meu querido filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor! 3 Dou graças a Deus, – a quem sirvo com a consciência pura, como aprendi dos meus antepassados -, quando me lembro de ti, dia e noite, nas minhas orações. 6 Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7 Pois Deus não nos deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e sobriedade. 8 Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. 9 Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não devido às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio e da sua graça, que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda a eternidade. 10 Esta graça foi revelada agora, pela manifestação de nosso Salvador, Jesus Cristo. Ele não só destruiu a morte, como também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho, 11 do qual fui constituído anunciador, apóstolo e mestre. 12 Esta é a causa pela qual estou sofrendo, mas não me envergonho, porque sei em quem coloquei a minha fé. E tenho a certeza de que ele é capaz de guardar aquilo que me foi confiado até ao grande dia.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 122,1-2a. 2bcd (R. 1a)
R. Ó Senhor, para vós eu levanto meus olhos.
1 Eu levanto os meus olhos para vós,*
que habitais nos altos céus.
2a Como os olhos dos escravos estão fitos*
nas mãos do seu senhor. R.
2b Como os olhos das escravas estão fitos*
nas mãos de sua senhora,
2c assim os nossos olhos, no Senhor,*
2d até de nós ter piedade. R.
Evangelho: Mc 12,18-27
“Ele não é Deus de mortos, mas de vivos!”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo: 18 Vieram ter com Jesus alguns saduceus, os quais afirmam que não existe ressurreição e lhe propuseram este caso: 19 ‘Mestre, Moisés deu-nos esta prescrição: ‘Se morrer o irmão de alguém, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de garantir a descendência de seu irmão.’ 20 Ora, havia sete irmãos: o mais velho casou-se, e morreu sem deixar descendência. 21 O segundo casou-se com a viúva, e morreu sem deixar descendência. E a mesma coisa aconteceu com o terceiro. 22 E nenhum dos sete deixou descendência. Por último, morreu também a mulher. 23 Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem será ela mulher? Por que os sete se casaram com ela!’ 24 Jesus respondeu: ‘Acaso, vós não estais enganados, por não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? 25 Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu. 26 Quanto ao fato da ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’? 27 Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos! Vós estais muito enganados.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
05 de Julho 2018
A SANTA MISSA

9ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira
Memória: São Bonifácio, bispo e mártir
Cor: vermelha
1ª Leitura: 2Pd 3,12-15a.17-18
“Esperamos novos céus e uma nova terra.”
Leitura da Segunda Carta de São Pedro
Caríssimos:12 Esperais com anseio a vinda do Dia de Deus, quando os céus em chama se vão derreter, e os elementos, consumidos pelo fogo, se fundirão? 13 O que nós esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça. 14 Caríssimos, vivendo nesta esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura e sem mancha e em paz. 15a Considerai também como salvação a longanimidade de nosso Senhor. 17 Vós, portanto, bem-amados, sabendo disto com antecedência, precavei-vos, para não suceder que, levados pelo engano destes ímpios, percais a própria firmeza. 18 Antes procurai crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, desde agora, até ao dia da eternidade. Amém.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 89, 2. 3-4. 10. 14.16 (R. 1)
R. Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!
2 Já bem antes que as montanhas fossem feitas +
ou a terra e o mundo se formassem, *
desde sempre e para sempre vós sois Deus. R.
3 Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, *
quando dizeis: ‘Voltai ao pó, filhos de Adão!’
4 Pois mil anos para vós são como ontem, *
qual vigília de uma noite que passou. R.
10 Pode durar setenta anos nossa vida, *
os mais fortes talvez cheguem a oitenta;
a maior parte é ilusão e sofrimento: *
passam depressa e também nós assim passamos. R.
14 Saciai-nos de manhã com vosso amor, *
e exultaremos de alegria todo o dia!
16 Manifestai a vossa obra a vossos servos, *
e a seus filhos revelai a vossa glória! R.
Evangelho: Evangelho – Mc 12,13-17
“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo: 13 As autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14 Quando chegaram, disseram a Jesus: ‘Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?’ 15 Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: ‘Por que me tentais? Trazei-me uma moeda para que eu a veja.’ 16 Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: ‘De quem é a figura e a inscrição que está nessa moeda?’ Eles responderam: ‘É de César.’ 17 Então Jesus disse: ‘Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.’ E eles ficaram admirados com Jesus.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
04 de Junho 2018
A SANTA MISSA

9ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira
Cor: verde
1ª Leitura: 2Pd 1, 2-7
“Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas,
a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina.”
Leitura da Segunda Carta de São Pedro
Caríssimos: 2 Graça e paz vos sejam concedidas abundantemente, porque conheceis Deus e Jesus, nosso Senhor. 3 O seu divino poder nos deu tudo o que contribui para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que, pela sua própria glória e virtude, nos chamou. 4 Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas, as maiores que há, a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina, depois de libertos da corrupção, da concupiscência no mundo. 5 Por isso mesmo, dedicai todo o esforço em juntar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento, 6 ao conhecimento o autodomínio, ao autodomínio a perseverança, à perseverança a piedade, 7 à piedade o amor fraterno e ao amor fraterno, a caridade.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 90 (91), 1-2.14-15ab. 15c-16(R. cf. 2b)
R. Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente.
1 Quem habita ao abrigo do Altíssimo *
e vive à sombra do Senhor onipotente,
2 diz ao Senhor: ‘Sois meu refúgio e proteção, *
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente’. R.
14 ‘Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo *
e protegê-lo, pois meu nome ele conhece.
15a Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo, *
15b a seu lado eu estarei em suas dores. R.
15c Hei de livrá-lo e de glória coroá-lo, +
16 vou conceder-lhe vida longa e dias plenos, *
e vou mostrar-lhe minha graça e salvação’. R.
Evangelho: Mc 12, 1-12
“Agarraram o filho querido, o mataram, e o jogaram fora da vinha”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo: 1 Jesus começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando parábolas: ‘Um homem plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha a alguns agricultores, e viajou para longe. 2 Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha. 3 Mas os agricultores pegaram no empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. 4 Então o dono da vinha mandou de novo mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o insultaram. 5 Então o dono mandou ainda mais outro, e eles o mataram. Trataram da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros. 6 Restava-lhe ainda alguém: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até aos agricultores, pensando: ‘Eles respeitarão meu filho’. 7 Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: ‘Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa’. 8 Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. 9 Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros. 10 Por acaso, não lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores deixaram de lado, tornou-se a pedra mais importante; 11 isso foi feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos’?’ 12 Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus, pois compreenderam que havia contado a parábola para eles. Porém, ficaram com medo da multidão e, por isso, deixaram Jesus e foram-se embora.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Tempo Comum. Nono Domingo. Ciclo B
— As festas cristãs.
TAL COMO LEMOS na primeira Leitura da Missa , foi o próprio Deus quem instituiu as festas do Povo escolhido e quem o instava a observá-las: Guardar ás o dia do sábado e o santificarás, como te ordenou o Senhor, teu Deus. Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras; mas no sétimo dia, que é o repouso do Senhor, teu Deus, não farás trabalho algum...
Além do sábado, existiam entre os judeus outras festas principais: a Páscoa, o Pentecostes, os Tabernáculos..., em que se renovada a Aliança e se agradeciam os benefícios obtidos. O sábado, depois de seis dias de trabalho nos afazeres próprios de cada um, era o dia dedicado a Deus em reconhecimento da sua soberania sobre todas as coisas.
No tempo de Jesus, haviam-se introduzido muitos abusos rigoristas, o que originou diversos choques dos fariseus com o Senhor, como o que relata o Evangelho da Missa de hoje2. Num sábado, enquanto atravessavam um campo semeado, os discípulos de Jesus começaram a arrancar espigas. Disseram-lhe os fariseus: Olha, como é que eles fazem em dia de sábado o que não está permitido?... Cristo recorda-lhes que as prescrições sobre o descanso sabático não têm um valor absoluto e que Ele, o Messias, é o Senhor do sábado.
Jesus Cristo teve um grande apreço pelo sábado e pelas festividades judaicas, embora soubesse que, com a sua chegada todas essas disposições seriam abolidas para darem lugar a festas cristãs. São Lucas diz-nos que a Sagrada Família ia todos os anos a Jerusalém por ocasião da Páscoa3. Jesus também celebrou todos os anos essa solenidade com os seus discípulos. Vemo-lo, além disso, santifícar com a sua presença a alegria de um casamento4, e na sua pregação emprega freqüentemente exemplos de festejos domésticos: o rei que celebra as bodas de seu filho5, o banquete pela chegada do filho que havia partido para longe da casa paterna e que retoma6... O Evangelho está dominado por uma alegria festiva sinal de que o noivo, o Messias, se encontra já entre os seus amigos7.
O próprio Senhor quis, pois, que celebrássemos as festas, interrompendo as ocupações habituais para procurá-lo mediante a assistência à Santa Missa e uma oração mais intensa e sossegada, dedicando mais tempo à família e dando ao corpo e à alma o descanso necessário8. O domingo é realmente o dia que o Senhor fez para o regozijo e para a alegria9.
— O dia do Senhor.
A RESSURREIÇÃO DO SENHOR teve lugar no "primeiro dia da semana", como testemunham todos os Evangelistas. E na tarde daquele mesmo dia, Jesus apareceu aos seus discípulos reunidos no Cenáculo, mostrando-lhes as mãos e o flanco como sinais palpáveis da Paixão 10. Oito dias mais tarde, isto é, no "primeiro dia da semana" seguinte, apareceu de novo em circunstâncias semelhantes11.
E possível que o Senhor quisesse indicar-nos que esse primeiro dia devia ser uma data muito particular. Os cristãos entenderam-no assim e desde o início começaram a reunir-se Para celebrá-lo, de tal modo que o denominavam o dia do Senhor, dominica dies 12, donde provém a palavra domingo. Os Atos dos Apóstolos 13 e as Epístolas de São Paulo 14 mostram como os nossos primeiros irmãos na fé se reuniam aos domingos para a fração do pão e para a oração 15, e é isso latamente o que se continua a fazer até hoje.
Diz assim um texto dos primeiros séculos: "Não ponhais os vossos assuntos temporais acima da palavra de Deus, an-es> abandonando tudo no dia do Senhor para ouvir a Palavra de Deus, correi com diligência às vossas igrejas, pois nisso se manifesta o vosso louvor a Deus. Que desculpa terão diante de Deus os que não se reúnem no dia do Senhor para ouvir a palavra de Deus e alimentar-se com o alimento divino que permanece eternamente?" 16
Para nós, o domingo deve ser uma festa muito particular e muito apreciada. Mais ainda quando em muitos lugares parece ter perdido o seu sentido religioso. Assim escrevia São Jerônimo: "O Senhor fez todos os dias. Há dias que podem ser dos judeus, dos hereges ou dos pagãos. Mas o dia do Senhor, dia da Ressurreição, é o dia dos cristãos, o nosso dia. Chama-se dia do Senhor porque, depois de ressuscitar no primeiro dia da semana judaica, o Senhor subiu ao Pai e reina com Ele. Se os pagãos o chamam dia do Sol, nós aceitamos de bom grado essa expressão. Nesse dia, ressuscitou a Luz do mundo, brilhou o Sol da justiça" 17.
Desde o começo, pois, e de uma forma ininterrupta, esta data foi sempre celebrada de um modo muito particular. "A Igreja - ensina o Concilio Vaticano II -, por uma tradição apostólica que tem a sua origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério pascal cada oito dias, no dia que é chamado com razão «dia do Senhor ou domingo»... Por isso o domingo deve ser apresentado e inculcado à piedade dos fiéis como festa primordial, de maneira que seja também dia de alegria e de libertação do trabalho" 18. Começamos a viver bem este dia - e todas as festas -I quando, desde que acordamos, procuramos imitar a fé e a alegria daqueles homens e mulheres que, no primeiro domingo da vida da Igreja, se encontraram com Cristo ressuscita-1 do. Procuramos então imitar Pedro e João que correm para o sepulcro, ou Maria Madalena que reconhece Jesus quando Ele a chama pelo nome, ou os discípulos de Emaús..., pois é o mesmo Senhor que nós vamos ver.
E não nos esquecemos de que os nossos primeiros irmãos na fé nos ensinaram que o domingo é inseparável da atenção e da piedade com que devemos assistir à Santa Missa, dada a relação íntima e profunda de ambos com o mistério pascal. Por isso, perguntamo-nos agora na nossa oração se cada domingo é realmente para nós um dia que gira em torno da Missa e se, em função dela, todas as horas que a precedem ou lhe sucedem estão preenchidas pela consideração alegre de que fomos resgatados e somos vitoriosos em Cristo, por cuja morte e Ressurreição nós também já não estamos sob o império da morte, antes somos filhos de Deus.
— Apostolado sobre a natureza das festas e do domingo. O descanso festivo.
PARA A REEVANGELIZAÇÃO DO MUNDO, é particularmente urgente realizar um apostolado eficaz a respeito da santificação do domingo, um apostolado que penetre nas famílias. Porque há gente que esmorece e chega a perder o espírito cristão por uma maneira errada de descansar nos fins de semana. "É dever dos cristãos a preocupação de fazer que o domingo se converta novamente no dia do Senhor, e que a Santa Missa seja o centro da vida cristã... O domingo deve ser um dia para descansar em Deus, para adorar, suplicar, agradecer, pedir perdão ao Senhor pelas culpas cometidas na semana que passou, pedir-lhe graças de luz e força espiritual para os dias da semana que começa" 19 e que iniciaremos então com mais alegria e com o desejo de acometer o trabalho com outro entusiasmo.
E poderemos então ensinar muitas pessoas a considerar este preceito da Igreja "não somente como um dever primário, mas também como um direito, uma necessidade, uma honra, uma sorte à qual um fiel vivo e inteligente não pode renunciar sem motivos graves"20.
Não se trata apenas de consagrar genericamente o tempo a Deus, pois isso já se contém no primeiro Mandamento. O que este preceito tem de específico é que manda reservar um dia preciso para o louvor e o serviço de Deus, tal como Deus quer ser louvado e servido. Ele pode "exigir do homem que dedique ao culto divino um dia da semana, para que assim o seu espírito, descarregado das ocupações cotidianas, possa pensar nos bens do Céu e examinar, no íntimo da sua consciência, como andam as suas relações pessoais, obrigatórias e invioláveis, com Deus"21.
O descanso dominical - bem como os demais dias de Preceito - não pode ser para nós um tempo de repouso cheio de ociosidade insossa, desculpável talvez em quem não conhece a Deus. "Descanso significa represar: acumular forças, ideais, planos... Em poucas palavras: mudar de ocupação, para voltar depois - com novos brios — aos afazeres habituais"22. Trata-se de um "descanso dedicado a Deus"23, e, ainda que nos nossos dias se vá assistindo a uma grande mudança de costumes, o cristão deve entender sempre que também hoje "o descanso dominical tem uma dimensão moral e religiosa de culto a Deus"24.
Os domingos e dias de preceito são ocasião para dedicarmos mais tempo à família, aos amigos, àquelas pessoas que o Senhor nos confia. Para os pais, é a oportunidade, que talvez não tenham ao longo da semana, de conversar tranqüilamente com os filhos ou de fazer alguma obra de misericórdia: visitar um parente doente, o vizinho ou o amigo que está só...
A alegria que embargou a alma da Santíssima Virgem no Domingo da Ressurreição será também nossa se soubermos pôr o Senhor no centro da nossa vida, dedicando-lhe os domingos com toda a generosidade.
(1) Deut 5, 12-15; (2) Mc 2, 23; 3, 6; (3) Lc 2, 41; (4) cfr. Jo 2, 1--11; (5) Mt 22, 1-14; (6) cfr. Lc 15, 23; (7) cfr. Mt 9, 15; (8) cfr. Conferência Episcopal Espanhola, As festas do calendário cristão, 13-XII-1982, I, 2; (9) SI 117, 24; (10) cfr. Jo 20, 1; (11) cfr. Jo 20, 26-27; (12) cfr. Apoc 1, 10; (13) cfr. At 20, 7; (14) cfr. 1 Cor 16, 2; (15) cfr. At 2, 42; (16) Didaquè, II, 59, 2-3; (17) São Jerônimo, Homília para o dia da Páscoa; (18) Cone. Vat. II, Const. Sacrossanctum Conciliam, 106; (19) Pio XII, Discurso, 13-111-1943; (20) Paulo VI, Audiência geral, 22-VIII-1973; (21) João XXÍII, Ene. Mater et Magistra, 15-V-1961; (22) Josemaría Escri-vá, Sulco, n.' 514; (23) Leão XIII, Ene. Rerum novarum, 15-V-1881; (24) Conferência Espanhola, O domingo, festa primordial dos cristãos, 22-XI--1981, I, 3.
Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.
03 de Junho 2018
A SANTA MISSA

9º Domingo do tempo comum – Ano B
Cor: verde
1ª Leitura: Dt 5,12-15
“Recorda-te que também foste escravo no Egito”.
Leitura do Livro do Deuteronômio
Eis o que diz o Senhor: “Guarda o dia de sábado, para o santificares, como te mandou o Senhor, teu Deus. Trabalharás durante seis dias e neles farás todas as tuas obras. O sétimo, porém, é o sábado do Senhor, teu Deus. Não farás nele qualquer trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu escravo, nem a tua escrava, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem nenhum dos teus animais, nem o estrangeiro que mora contigo. Assim, o teu escravo e a tua escrava poderão descansar como tu. Recorda-te que foste escravo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te fez sair de lá com mão forte e braço estendido. Por isso, o Senhor, teu Deus, te mandou guardar o dia de sábado”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 80 (81), 3-4.5-6ab.6c-8a.10-11b(R. 2a)
R. Exultai em Deus, que é o nosso auxílio.
Aclamai a Deus, nossa força,
aplaudi ao Deus de Jacó.
Fazei ressoar a trombeta na lua nova
e na lua cheia, dia da nossa festa. R.
É uma obrigação para Israel,
é um preceito do Deus de Jacó,
lei que Ele impôs a José,
quando saiu da terra do Egito. R.
Ouço uma língua desconhecida:
“Aliviei os teus ombros do fardo
e soltei as tuas mãos dos cestos;
gritaste na angústia e Eu te libertei. R.
Não terás contigo um deus alheio,
nem adorarás divindades estranhas.
Eu, o Senhor, sou o teu Deus,
que te fiz sair da terra do Egito”. R.
2ª Leitura: 2Cor 4, 6-11
“Manifesta-se no nosso corpo a vida de Jesus”.
Leitura da Segunda Carta de São Paulo apóstolo aos Coríntios
Irmãos: Deus, que disse: «Das trevas brilhará a luz», fez brilhar a luz em nossos corações, para que se conheça em todo o seu esplendor a glória de Deus, que se reflete no rosto de Cristo. Nós trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério, para que se reconheça que um poder tão sublime vem de Deus e não de nós. Em tudo somos oprimidos, mas não esmagados; andamos perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. Levamos sempre e em toda a parte no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus, a fim de que se manifeste também no nosso corpo a vida de Jesus. Porque, estando ainda vivos, somos constantemente entregues à morte por causa de Jesus, para que se manifeste também na nossa carne mortal a vida de Jesus.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Mc 2, 23-3, 6 (Forma longa)
“O Filho do homem é também Senhor do sábado.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Passava Jesus através das searas, num dia de sábado, e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas. Disseram-Lhe então os fariseus: “Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido”. Respondeu-lhes Jesus: “Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e os seus companheiros tiveram necessidade e sentiram fome? Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e os deu também aos companheiros”. E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado”. Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada. Os fariseus observavam Jesus, para verem se Ele ia curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O. Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: “Levanta-te e vem aqui para o meio”. Depois perguntou-lhes: “Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?”. Mas eles ficaram calados. Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: “Estende a mão”. Ele estendeu-a e a mão ficou curada. Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.
– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor.
Mc 2, 23-28 (Forma breve)
“O Filho do homem é também Senhor do sábado”.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Passava Jesus através das searas, num dia de sábado, e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas. Disseram-Lhe então os fariseus: “Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido». Respondeu-lhes Jesus: “Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e os seus companheiros tiveram necessidade e sentiram fome? Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e os deu também aos companheiros”. E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
TEMPO COMUM. OITAVA SEMANA. SÁBADO
– O direito e o dever de todo o fiel cristão de fazer apostolado provêm da sua união com Cristo.
I. ENQUANTO JESUS PASSEAVA pelos átrios do Templo, aproximaram-se dEle os sumos sacerdotes e os doutores da lei e perguntaram-lhe: Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu poder para as fazeres?1 Talvez por não estarem dispostos a escutar, o Senhor acabou por deixá-los sem resposta.
Mas nós sabemos que Jesus Cristo é o soberano Senhor do universo, pois por Ele foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis... Tudo foi criado por Ele e para Ele, e Ele próprio reconciliou todos os seres consigo, restabelecendo a paz por meio do seu sangue derramado na Cruz2. Nada do universo ficou fora da soberania e do influxo pacificador de Cristo. Foi-me dado todo o poder... Ele tem a plenitude do poder nos céus e na terra, incluído o de evangelizar e levar a salvação a cada povo e a cada homem.
E foi o próprio Senhor quem nos chamou a participar dessa sua missão, confiando-nos a tarefa de estender o seu reino, reino de verdade e de vida, reino de santidade, reino de justiça e de paz3: “Somos Cristo que passa pelo caminho dos homens do mundo”4.
Para porem a vida a serviço dos outros, os fiéis leigos não necessitam, pois, de nenhum outro título fora o da sua vocação de cristãos, recebida no sacramento do Batismo. Isso já é motivo suficiente. “O dever e o direito do leigo ao apostolado provêm da sua união com Cristo Cabeça. Inseridos pelo Batismo no Corpo Místico de Cristo, robustecidos pela Confirmação na fortaleza do Espírito Santo, é o próprio Senhor quem os destina ao apostolado”5, diz o Concílio Vaticano II.
Temos o direito de intervir na vida dos outros, porque em todos nós circula a mesma vida de Cristo. E se um membro adoece, ou fica anêmico, ou está a ponto de morrer, todo o corpo se ressente: Cristo sofre, e sofrem também os membros sadios do corpo, já que “todos os homens são um em Cristo”6.
O direito de influir na vida dos outros torna-se assim um agradável dever para cada cristão, sem que ninguém se possa considerar dispensado ou excluído do seu cumprimento, por muito particular que seja a sua situação na vida. Jesus “não nos pede licença para nos «complicar a vida». Mete-se e... pronto!”7 E todos os que querem ser seus discípulos devem fazer o mesmo com aqueles que os acompanham pelas sendas da vida.
– Afastar as desculpas que nos possam impedir de “entrar” na vida dos outros.
II. NÃO TEM, POIS, nenhum cabimento que alguém nos pergunte: “– Com que direito você se mete na vida dos outros? – Quem lhe deu licença para falar de Cristo, da sua doutrina, das suas exigências?” Nem se explica que nós mesmos tenhamos a tentação de nos perguntarmos: – “Quem me mandou meter-me nisto?” Então “teria de responder-te: quem te manda – quem te pede – é o próprio Cristo. A messe é grande, e os operários, poucos. Rogai, pois, ao dono da messe que mande operários para a sua messe (Mt 9, 37-38). Não concluas comodamente: eu não sirvo para isso, para isso já há outros; essas tarefas me são estranhas. Não, para isso não há outros; se tu pudesses falar assim, todos poderiam dizer o mesmo. O pedido de Cristo dirige-se a todos e a cada um dos cristãos. Ninguém está dispensado, nem por razões de idade, nem de saúde, nem de ocupação. Não há desculpas de nenhum gênero. Ou produzimos frutos de apostolado ou a nossa fé será estéril”8.
A Igreja anima-nos a dar a conhecer Cristo, sem desculpas nem pretextos, com alegria, em todas as idades da vida. O Concílio Vaticano II pormenoriza: “Os jovens devem converter-se nos primeiros e imediatos apóstolos dos jovens, exercendo o seu apostolado pessoal entre os seus próprios companheiros [...]. Também as crianças têm a sua própria atividade apostólica. De acordo com a sua capacidade, são testemunhas vivas de Cristo entre os seus companheiros”9.
Os jovens, as crianças, os anciãos, os doentes, os que estão desempregados ou então cheios de um trabalho florescente..., todos devem ser apóstolos que dão a conhecer Cristo com o testemunho do seu exemplo e com a sua palavra. Que bons alto-falantes pode ter Deus no meio do mundo! Ele nos diz a todos: Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho...10 O Senhor envia-nos!
O amor de Cristo leva-nos ao amor do próximo: a vocação que recebemos incita-nos a pensar nos outros, a não temer os sacrifícios que um amor operante traz consigo, pois “não há sinal e marca que mais distinga o cristão e aquele que ama a Cristo do que a solicitude pelos seus irmãos e o zelo pela salvação das almas”11. Por isso, a preocupação de dar a conhecer o Mestre é o indicador que assinala a sinceridade de vida do discípulo e a firmeza com que segue o seu Senhor. Se alguma vez notássemos que a salvação das almas não nos preocupa, que as almas dos outros não nos pesam, que o seu afastamento de Deus nos deixa indiferentes, que as suas necessidades espirituais não provocam uma reação na nossa alma, isso seria sinal de que a nossa caridade se esfriou, pois não dá calor aos que estão ao nosso lado. O apostolado não é algo acrescentado ou superposto à atividade normal do cristão; é a sua própria vida cristã, que tem como manifestação natural o interesse apostólico pelos familiares, colegas, amigos...
– Jesus envia-nos agora, tal como enviou os seus discípulos no começo.
III. COM QUE AUTORIDADE fazes estas coisas?..., perguntavam aqueles fariseus a Jesus. Não era esse o momento oportuno para lhes revelar de onde provinha o seu poder. Dá-lo-ia a conhecer mais tarde aos seus discípulos: Todo o poder me foi dado no céu e na terra12. A autoridade de Jesus não provém dos homens, mas de ter sido constituído por Deus Pai “herdeiro universal de todas as coisas (cfr. Hebr 1, 2), a fim de ser Mestre, Rei e Sacerdote de todos, Cabeça do Povo novo e universal dos filhos de Deus”13.
A Igreja inteira participa desse poder, e, com ela, cada um dos seus membros. Compete a todos os cristãos a tarefa de prosseguir no mundo a obra de Cristo. E Jesus apressa-nos, pois “os homens são chamados à vida eterna. São chamados à salvação. Tendes consciência disso? Tendes consciência [...] de que todos os homens são chamados a viver com Deus e de que sem Ele perdem a chave do «mistério» de si próprios?”, dizia João Paulo II em Lisboa14.
Jesus envia-nos tal como enviou dois dos seus discípulos à aldeia vizinha em busca de um burrinho que estava atado e que ninguém ainda havia montado. Mandou-lhes que o desatassem e lho trouxessem, pois deveria ser a cavalgadura em que entraria triunfante em Jerusalém. E indicou-lhes que, se alguém lhes perguntasse o que faziam com ele, lhe dissessem que o Senhor precisava do animal15. Aqueles dois foram, pois, e efetivamente encontraram o burrinho tal como o Senhor lhes havia dito. Ao desatá-lo, os seus donos disseram-lhes: Por que desatais o burrinho? Eles responderam: Porque o Senhor precisa dele16. Agiram em nome do Senhor e para o Senhor, não por conta própria nem para obter um benefício pessoal. Cumpriram uma indicação e fizeram o que se deve fazer em todo o apostolado: Levaram o burrinho a Jesus17.
Santo Ambrósio, ao explicar esta passagem, salienta três aspectos: a ordem de Jesus, o poder divino com que foi executada, e o modo exemplar de vida e de intimidade com o Mestre dos que a cumpriram18. E a propósito dessas palavras o Bem-aventurado Josemaría Escrivá tece este comentário: “Como se ajustam admiravelmente aos filhos de Deus estas palavras de Santo Ambrósio! Fala do burrico atado com a jumenta, de que Jesus necessitava para o seu triunfo, e comenta:
«Só uma ordem do Senhor podia desatá-lo. Soltaram-no as mãos dos Apóstolos. Para semelhante fato, requerem-se um modo de viver e uma graça especial. Sê tu também apóstolo, para poderes libertar os que estão cativos».
“Deixa-me que te glose novamente este texto: quantas vezes, a mando de Jesus, não teremos de soltar os grilhões das almas, porque Ele necessitará delas para o seu triunfo! Que sejam de apóstolos as nossas mãos, e as nossas ações, e a nossa vida... Então Deus nos dará também graça de apóstolo, para quebrarmos os ferros dos agrilhoados”19, de tantos que continuam atados enquanto o Senhor espera.
(1) Mc 11, 27-33; (2) cfr. Col 1, 17-20; (3) Missal Romano, Prefácio de Cristo Rei; (4) Josemaría Escrivá, Carta, 8-XII-1941; (5) Conc. Vat. II, Decr. Apostolicam actuositatem, 3; (6) Santo Agostinho, Comentário ao salmo 39; (7) cfr. Josemaría Escrivá, Forja, n. 902; (8) Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 272; (9) Conc. Vat. II, op. cit., 12; (10) cfr. Mc 16, 15; (11) São João Crisóstomo, Homilias sobre o incompreensível, 6, 3; (12) Mt 28, 19; (13) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 13; (14) João Paulo II, Homilia, Lisboa, 14-V-1982; (15) cfr. Lc 19, 29-31; (16) Lc 19, 33-34; (17) Lc 19, 35; (18) cfr. Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de São Lucas; (19) Josemaría Escrivá, Forja, n. 672.
Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.
02 de Junho 2018
A SANTA MISSA

8ª Semana do Tempo Comum – Sábado
Cor: verde
1ª Leitura: Jd 17.20b-25
“Deus é capaz de guardar-vos da queda
e de apresentar-vos perante a sua glória irrepreensíveis e jubilosos.”
Leitura da Carta de São Judas
17 Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. 20b Edificai-vos sobre o fundamento da vossa santíssima fé e rezai, no Santo Espírito, 21 de modo que vos mantenhais no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. 22 E a uns, que estão com dúvidas, deveis tratar com piedade. 23 A outros, deveis salvá-los arrancando-os do fogo. De outros ainda deveis ter piedade, mas com temor, aborrecendo a própria veste manchada pela carne… 24 Aquele que é capaz de guardar-vos da queda e de apresentar-vos perante a sua glória irrepreensíveis e jubilosos, 25 ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo, nosso Senhor: glória, majestade, poder e domínio, desde antes de todos os séculos, e agora, e por todos os séculos. Amém.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 62,2. 3-4. 5-6 (R. 2b)
R. A minha alma tem sede de vós, ó Senhor!
2 Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!*
Desde a aurora ansioso vos busco!
A minh’alma tem sede de vós,
minha carne também vos deseja,*
como terra sedenta e sem água! R.
3 Venho, assim, contemplar-vos no templo,*
para ver vossa glória e poder.
4 Vosso amor vale mais do que a vida:*
e por isso meus lábios vos louvam. R.
5 Quero, pois vos louvar pela vida,*
e elevar para vós minhas mãos!
6 A minh’alma será saciada,*
como em grande banquete de festa;
cantará a alegria em meus lábios,*
ao cantar para vós meu louvor! R.
Evangelho: Mc 11,27-33
“Com que autoridade fazes essas coisas?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo: 27 Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Enquanto Jesus estava andando no Templo, os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os anciãos aproximaram-se dele e perguntaram: 28 ‘Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?’ 29 Jesus respondeu: ‘Vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, eu vos direi com que autoridade faço isso. 30 O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me.’ 31 Eles discutiam entre si: ‘Se respondermos que vinha do céu, ele vai dizer: ‘Por que não acreditastes em João?’ 32 Devemos então dizer que vinha dos homens?’ Mas eles tinham medo da multidão, porque todos, de fato, tinham João na qualidade de profeta. 33 Então eles responderam a Jesus: ‘Não sabemos.’ E Jesus disse: ‘Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
01 de Junho 2018
A SANTA MISSA

8ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira
Memória: São Justino, mártir
Cor: vermelha
1ª Leitura: 1Pd 4,7-13
“Sede bons administradores da multiforme graça de Deus.”
Leitura da Primeira Carta de São Pedro
Caríssimos: 7 O fim de todas as coisas está próximo. Vivei com inteligência e vigiai, dados à oração. 8 Sobretudo, cultivai o amor mútuo, com todo o ardor, porque o amor cobre uma multidão de pecados. 9 Sede hospitaleiros uns com os outros, sem reclamações. 10 Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um coloque à disposição dos outros o dom que recebeu. 11 Se alguém tem o dom de falar, proceda como com palavras de Deus. Se alguém tem o dom do serviço, exerça-o como capacidade proporcionada por Deus, a fim de que, em todas as coisas, Deus seja glorificado, em virtude de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o poder, pelos séculos dos séculos. Amém. 12 Caríssimos, não estranheis o fogo da provação que alastra entre vós, como se alguma coisa de estranho vos estivesse acontecendo. 13 Alegrai-vos por participar dos sofrimentos de Cristo, para que possais também exultar de alegria na revelação da sua glória.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 95 (96),10. 11-12. 13 (R. 13b)
R. O Senhor vem julgar nossa terra.
10 Publicai entre as nações: ‘Reina o Senhor!’ +
Ele firmou o universo inabalável, *
e os povos ele julga com justiça. R.
11 O céu se rejubile e exulte a terra, *
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
12 os campos com seus frutos rejubilem *
e exultem as florestas e as matas. R.
13 na presença do Senhor, pois ele vem, *
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça, *
e os povos julgará com lealdade. R.
Evangelho: Mc 11,11-26
“Minha casa será chamada casa de oração
para todos os povos. Tende fé em Deus.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos
Tendo sido aclamado pela multidão, 11 Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze. 12 No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13 De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14 Então Jesus disse à figueira: ‘Que ninguém mais coma de teus frutos.’ E os discípulos escutaram o que ele disse. 15 Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16 Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17 E ensinava o povo, dizendo: ‘Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões.’ 18 Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar uma maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. 19 Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade. 20 Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. 21 Pedro lembrou-se e disse a Jesus: ‘Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou.’ 22 Jesus lhes disse: ‘Tende fé em Deus. 23 Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: ‘Levanta-te e atira-te no mar’, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. 24 Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. 25 Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
OBRAS É QUE SÃO AMORES: APOSTOLADO
– Maldição da figueira que só tinha folhas. Qualquer tempo deve ser bom para darmos frutos de santidade e de apostolado.
I. JESUS SAIU DE BETÂNIA em direção a Jerusalém, que estava a poucos quilômetros, e sentiu fome, tal como nos diz São Marcos no Evangelho da Missa de hoje1. É uma de tantas ocasiões em que se manifesta a Humanidade Santíssima de Cristo, que quis estar muito perto de nós e participar das limitações e necessidades da natureza humana para que nós aprendêssemos a santificá-las.
O Evangelista diz-nos que Jesus viu uma figueira afastada do caminho e aproximou-se dela para ver se encontrava alguma coisa que comer, mas não encontrou senão folhas, porque não era tempo de figos. O Senhor amaldiçoou-a: Que nunca mais ninguém coma fruto de ti. Quando caía a tarde, voltaram novamente de Jerusalém a Betânia, onde Jesus provavelmente se hospedou na casa daquela família amiga em que era sempre bem recebido: a casa de Lázaro, Marta e Maria. E na manhã seguinte, quando retornavam à Cidade Santa, todos viram que a figueira secara desde a raiz.
Jesus sabia bem que não era tempo de figos e que a figueira não tinha frutos, mas quis ensinar aos seus discípulos, por um episódio que nunca esqueceriam, como Deus viera ao povo judeu com fome de encontrar frutos de santidade e de boas obras, mas não achara senão práticas exteriores sem vida, folhagem sem valor. Os Apóstolos aprenderam ainda naquela ocasião que qualquer tempo deve ser bom para dar frutos.
Não podemos ficar à espera de circunstâncias especiais para nos santificarmos. Deus aproxima-se de nós em busca de boas obras, tanto na doença como no trabalho normal, tanto em situações em que se acumulam muitos afazeres como quando tudo está tranqüilo, tanto nos momentos de cansaço como em dias de férias, no fracasso ou na ruína econômica, se o Senhor os permite, e na abundância... São exatamente essas as circunstâncias que podem e devem dar fruto; talvez diferente, mas insuperável e esplêndido. Devemos encontrar a Deus em todas as circunstâncias, porque Ele nos dá as graças convenientes em qualquer circunstância. “Deves tu também – comenta São Beda – guardar-te de ser árvore estéril, para poderes oferecer a Jesus, que se fez pobre, o fruto de que necessita”2. Ele quer que o amemos sempre com realidades, em qualquer momento, em todo o lugar, seja qual for a situação por que passemos. Portanto, pede-nos frutos de santidade e apostolado agora, neste exato momento, neste dia que acaba de começar.
– Obras é que são amores, não as boas razões.
II. AS PALAVRAS DE JESUS são fortes: Que nunca mais ninguém coma fruto de ti. Jesus amaldiçoou a figueira porque encontrou nela somente folhas, aparência de fecundidade. Teve um gesto insólito para que o ensinamento ficasse bem gravado na alma dos discípulos e na nossa. A vida interior do cristão, se for verdadeira, faz-se acompanhar de frutos: de obras externas que beneficiam os outros.
“Muitas vezes se tem posto de relevo – recorda Mons. Escrivá – o perigo das obras sem uma vida interior que as anime, mas também se deveria sublinhar o perigo de uma vida interior – se é que pode existir – sem obras.
“Obras é que são amores, não as boas razões: não posso recordar sem emoção essa carinhosa censura – loqüela divina – que o Senhor gravou com clareza e a fogo na alma de um pobre sacerdote, enquanto distribuía a Sagrada Comunhão, há muitos anos, a umas religiosas e dizia sem ruído de palavras a Jesus com o coração: Eu te amo mais do que estas.
“É preciso mexer-se, meus filhos, é preciso fazer! Com valor, com energia e com alegria de viver, porque o amor afasta para longe o temor (cfr. 1 Jo 4, 18), com audácia, sem timidezes...
“Não esqueçais que, se se quer, tudo vai para a frente: Deus non denegat gratiam, Deus não nega a sua ajuda a quem faz o que pode”3.
É questão de vivermos de fé e de empregarmos os meios que estejam ao nosso alcance em cada circunstância: de não esperarmos de braços cruzados por situações ideais, que é possível que nunca se apresentem, para empreendermos determinada tarefa apostólica; de não esperarmos até termos à mão todos os meios humanos para nos pormos a atuar sobrenaturalmente, mas de manifestarmos com decisões imediatas o amor que trazemos no coração. Veremos, então, com agradecimento e com admiração, como o Senhor multiplica e faz frutificar as nossas forças, que sempre são poucas para o que Ele nos pede.
Se a nossa vida interior for autêntica, mediante um trato íntimo com Deus na oração e nos sacramentos, traduzir-se-á necessariamente em realidades concretas: em ação apostólica intensa através da amizade e dos vínculos familiares; em obras de misericórdia espirituais ou materiais, conforme as circunstâncias de cada um; na colaboração em tarefas de educação que dão uma visão cristã da vida; na assistência e companhia a doentes e anciãos que se encontram praticamente abandonados... O campo é imenso para quem sente deveras o aguilhão do amor de Deus.
Além disso, se o nosso amor e a nossa intimidade com Cristo crescerem, é lógico também que o nosso caráter se purifique, que o nosso trabalho profissional melhore, que aproveitemos qualquer ocasião para renunciarmos à nossa vontade ou aos nossos gostos, que pratiquemos generosamente as virtudes da convivência, sem nunca nos sentirmos dispensados de manifestá-las: a compreensão, a cordialidade, o otimismo, a ordem, a afabilidade... São outros tantos frutos que o Senhor espera achar quando diariamente se aproxima da normalidade da nossa vida. Para que o amor sobreviva, para que cresça, tem que expressar-se em realidades hoje e agora.
– O amor a Deus manifesta-se num apostolado alegre e cheio de iniciativas.
III. JESUS SÓ ENCONTROU FOLHAS... Não existem frutos duradouros no cristão quando, por falta de vida interior, por não permanecer em Deus e não considerar na sua presença todo o panorama dos seus deveres, se entrega ao ativismo (fazer, mexer-se..., sem se apoiar numa vida de oração profunda), que acaba por torná-lo estéril, ineficaz, e é sintoma freqüente de que se deixa conduzir pelo orgulho, pela vontade de dominar, etc., mesmo nas coisas aparentemente mais elevadas. O perigo do ativismo foi muitas vezes posto em relevo, e com toda a razão: leva a obras boas em si mesmas, mas sem vida interior que as apóie, e que, portanto, são fictícias ou precárias. São Bernardo, e depois dele muitos autores, chamava a essas obras ocupações malditas4.
Mas a falta de frutos verdadeiros na ação apostólica pode dar-se também pela passividade, pela falta de um amor com obras. E se o ativismo é mau e estéril, a passividade é funesta, pois o cristão pode enganar-se a si mesmo, julgando que ama a Deus por entregar-se escrupulosamente a alguns atos de piedade: é verdade que os cumpre, mas inacabadamente, porque não o incitam a fazer o bem.
Semelhantes práticas piedosas sem frutos são como a folhagem vazia e estéril, porque a verdadeira vida interior leva a uma ação intensa, em qualquer situação e ambiente; leva a atuar com valentia, com audácia, afastando os respeitos humanos, “com alegria de viver”, com a energia avassaladora de um amor sempre jovem.
Enquanto falamos com o Senhor neste tempo de oração, podemos examinar se há frutos na nossa vida, agora, atualmente. Tenho iniciativas que sejam superabundância da minha vida interior, da minha oração, ou penso, pelo contrário, que no meu ambiente – na faculdade, na fábrica, no escritório... – não posso fazer nada, que o campo está esgotado... ou está minado? Assumo com Deus compromissos claros e crescentes de atuação apostólica, ou “apenas rezo”? Justifico-me dizendo que, absorvido entre o trabalho, a família e a dedicação às práticas de piedade, “não tenho tempo?”
Obras é que são amores... O verdadeiro amor a Deus manifesta-se numa ação apostólica vibrante, realizada com tenacidade e coragem. E se o Senhor nos vê passivos – satisfeitos com umas práticas de piedade sem qualquer manifestação apostólica transbordante de otimismo e de constância, de espírito de vitória, que é fé –, talvez nos possa dizer ao ouvido: Meu filho, mais obras... e menos “boas razões”, menos boas palavras.
A vida interior sem um profundo ímpeto apostólico vai-se encolhendo e morre; fica na mera aparência. Na manhã seguinte, ao passarem – diz o Evangelista –, os Apóstolos viram que a figueira estava seca desde a raiz. É a expressiva imagem daqueles que, por comodismo, por preguiça, por falta de espírito de sacrifício, não dão esses frutos que o Senhor espera. Uma vida apostólica, tal como deve ser a de todo e qualquer cristão, é o oposto dessa figueira seca: é energia, iniciativa, entusiasmo pela tarefa apostólica, amor traduzido em obras, alegria, atividade silenciosa mas constante...
Examinemos a nossa vida e vejamos se podemos apresentar ao Senhor – que se aproxima de nós com fome e sede de almas – frutos maduros, realidades construídas com sacrifício alegre. A pessoa a quem tivermos confiado a direção da nossa alma pode ajudar-nos a distinguir o que há de ativismo (onde devemos rezar mais) e o que há de falta de iniciativa (onde devemos “mexer-nos” mais). A Virgem, Nossa Senhora, ensinar-nos-á a reagir para que a nossa vida interior, o nosso desejo de amar a Deus, nunca se estiole numa folhagem vazia.
(1) Mc 11, 11-26; (2) São Beda, Comentário ao Evangelho de São Marcos; (3) Josemaría Escrivá, Carta, 6-V-1945, n. 44; (4) cfr. J. D. Chautard, A alma de todo o apostolado, FTD, São Paulo, 1962, pág. 82.
Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.
31 de Maio 2018
A SANTA MISSA

Solenidade de Corpus Christi – Ano B
Cor: branca
1ª Leitura: Ex 24, 3-8
“Este é o sangue da aliança que o Senhor fez convosco.”
Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias: 3 Moisés veio e transmitiu ao povo todas as palavras do Senhor e todos os decretos. O povo respondeu em coro: ‘Faremos tudo o que o Senhor nos disse’. 4 Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. Levantando-se na manhã seguinte, ergueu ao pé da montanha um altar e doze marcos de pedra pelas doze tribos de Israel. 5 Em seguida, mandou alguns jovens israelitas oferecer holocaustos e imolar novilhos como sacrifícios pacíficos ao Senhor. 6 Moisés tomou metade do sangue e o pôs em vasilhas, e derramou a outra metade sobre o altar. 7 Tomou depois o livro da aliança e o leu em voz alta ao povo, que respondeu: ‘Faremos tudo o que o Senhor disse e lhe obedeceremos’. 8 Moisés, então, com o sangue separado, aspergiu o povo, dizendo: ‘Este é o sangue da aliança, que o Senhor fez convosco, segundo todas estas palavras’.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 115(116), 12-13.15.16bc.17-18(R. 13)
R. Elevo o cálice da minha salvação,
invocando o nome santo do Senhor.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
12 Que poderei retribuir ao Senhor Deus*
por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
13 Elevo o cálice da minha salvação,*
invocando o nome santo do Senhor. R.
15 É sentida por demais pelo Senhor*
a morte de seus santos, seus amigos.
16b Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,
que nasceu de vossa serva;*
16c mas me quebrastes os grilhões da escravidão! R.
17 Por isso oferto um sacrifício de louvor,*
invocando o nome santo do Senhor.
18 Vou cumprir minhas promessas ao Senhor*
na presença de seu povo reunido. R.
2ª Leitura: 1Ts 1, 5c-10
“Vós vos convertestes, abandonando os falsos deuses,
para servir a Deus esperando o seu Filho”.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Tessalonicenses
Irmãos: 5c Sabeis de que maneira procedemos entre vós, para o vosso bem. 6 E vós vos tornastes imitadores nossos, e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações. 7 Assim vos tornastes modelo para todos os fiéis da Macedônia e da Acaia. 8 Com efeito, a partir de vós, a Palavra do Senhor não se divulgou apenas na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte. Assim, nós já nem precisamos de falar, 9 pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, 10 esperando dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos: Jesus, que nos livra do castigo que está por vir.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Terra, exulta de alegria,
louva teu pastor e guia
com teus hinos, tua voz!
Tanto possas, tanto ouses,
em louvá-lo não repouses:
sempre excede do teu louvor!
Hoje a Igreja te convida:
ao pão vivo que dá vida
vem com ela celebrar!
Este pão, que o mundo o creia!,
por Jesus, na santa ceia,
foi entregue aos que escolheu.
Nosso júbilo cantemos,
nosso amor manifestemos,
pois transborda o coração!
Quão solene a festa, o dia,
que da Santa Eucaristia
nos recorda a instituição!
Novo Rei e nova mesa,
nova Páscoa e realeza,
foi-se a Páscoa dos judeus.
Era sombra o antigo povo,
o que é velho cede ao novo;
foge a noite, chega a luz.
O que o Cristo fez na ceia,
manda à Igreja que o rodeia,
repeti-lo até voltar.
Seu preceito conhecemos:
pão e vinho consagremos
para nossa salvação.
Faz-se carne o pão de trigo,
faz-se sangue o vinho amigo:
deve-o crer todo cristão.
Se não vês nem compreendes,
gosto e vista tu transcendes,
elevado pela fé.
Pão e vinho, eis o que vemos;
mas ao Cristo é que nós temos
em tão ínfimos sinais…
Alimento verdadeiro,
permanece o Cristo inteiro
quer no vinho, quer no pão.
É por todos recebido,
não em parte ou dividido,
pois inteiro é que se dá!
Um ou mil comungam dele,
tanto este quanto aquele:
multiplica-se o Senhor.
Dá-se ao bom como ao perverso,
mas o efeito é bem diverso:
vida e morte traz em si…
Pensa bem: igual comida,
se ao que é bom enche de vida,
traz a morte para o mau.
**Eis a hóstia dividida.
Quem hesita, quem duvida?
Como é toda o autor da vida,
a partícula também.
Jesus não é atingido:
o sinal é que é partido,
mas não é diminuído,
nem se muda o que contém.
Eis o pão que os anjos comem
transformado em pão do homem;
só os filhos o consomem:
não será lançado aos cães!
Em sinais prefigurado,
por Abraão foi imolado,
no cordeiro aos pais foi dado,
no deserto foi maná…
Bom pastor, pão de verdade,
piedade, ó Jesus, piedade,
conservai-nos na unidade,
extingui nossa orfandade,
transportai-nos para o Pai!
Aos mortais dando comida,
dais também o pão da vida;
que a família assim nutrida
seja um dia reunida
aos convivas lá no céu!
Evangelho: Mc 14, 12-16.22-26
“Isto é meu corpo. Isto é meu sangue.”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
12 No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal, os discípulos disseram a Jesus: ‘Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?’ 13 Jesus enviou então dois dos seus discípulos e lhes disse: ‘Ide à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao vosso encontro. Segui-o 14 e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?’ 15 Então ele vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada com almofadas. Ali fareis os preparativos para nós!’ 16 Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito, e prepararam a Páscoa. 22 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: ‘Tomai, isto é o meu corpo’. 23 Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes e todos beberam dele. 24 Jesus lhes disse: ‘Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25 Em verdade vos digo, não beberei mais do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus’. 26 Depois de terem cantado o hino, foram para o monte das Oliveiras.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!