21 de Setembro 2018

A SANTA MISSA

Festa: São Mateus, Apóstolo e Evangelista
Cor: Vermelha

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1ª Leitura: Ef 4,1-7.11-13

 “Foi Cristo quem instituiu alguns como apóstolos,
outros como evangelistas”.

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 1 Eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: 2 Com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. 3 Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. 4 Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5 Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6 um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos. 7 Cada um de nós recebeu a graça na medida em que Cristo lha deu. 11 E foi ele quem instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres. 12 Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo, 13 até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 18(19A),2-3.4-5 (R. 5a)

R. Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.

Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.   R.

4 Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
5 seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz.    R. 

Evangelho: Mt 9,9-13 

 “Não vim para chamar os justos mas os pecadores”. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo: 9 Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10 Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11 Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos:”Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13 Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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20 de Setembro 2018

A SANTA MISSA

24ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira 
Memória: Ss. André Kim Taegon, presbítero, Paulo Chang Hasang, e Comps., mártires
Cor: Vermelha

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1ª Leitura: 1Cor 15,1-11

 “É isso, em resumo, o que eu e eles temos pregado e é isso o que crestes”. 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios

1 Irmãos, quero lembrar-vos o evangelho que vos preguei e que recebestes, e no qual estais firmes. 2 Por ele sois salvos, se o estais guardando tal qual ele vos foi pregado por mim. De outro modo, teríeis abraçado a fé em vão. 3 Com efeito, transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 4 que foi sepultado; que, ao terceiro dia, ressuscitou, segundo as Escrituras; 5 e que apareceu a Cefas e, depois, aos Doze. 6 Mais tarde, apareceu a mais de quinhentos irmãos, de uma vez. Destes, a maioria ainda vive e alguns já morreram. 7 Depois, apareceu a Tiago e, depois, apareceu aos apóstolos todos juntos. 8 Por último, apareceu também a mim, como a um abortivo. 9 Na verdade, eu sou o menor dos apóstolos, nem mereço o nome de apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. 10 É pela graça de Deus que eu sou o que sou. Sua graça para comigo não foi estéril: a prova é que tenho trabalhado mais do que os outros apóstolos – não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo. 11 É isso, em resumo, o que eu e eles temos pregado e é isso o que crestes.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 117 (118),1-2. 16ab-17. 28-29 (R. 1)

R. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia

1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!*
“Eterna é a sua misericórdia!”
2 A casa de Israel agora o diga:*
“Eterna é a sua misericórdia!”    R.

16a A mão direita do Senhor fez maravilhas,
16b a mão direita do Senhor me levantou,*
a mão direita do Senhor fez maravilhas!’
17 Não morrerei, mas ao contrário, viverei*
para cantar as grandes obras do Senhor!    R.

28 Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço! *
Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores!     R.

Evangelho: Lc 7,36-50 

 “Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor”. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 36 Um fariseu convidou Jesus para uma refeição em sua casa. Jesus entrou na casa do fariseu e pôs-se à mesa. 37 Certa mulher, conhecida na cidade como pecadora, soube que Jesus estava à mesa, na casa do fariseu. Ela trouxe um frasco de alabastro com perfume, 38 e, ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, enxugava-os com os cabelos, cobria-os de beijos e os ungia com o perfume. 39 Vendo isso, o fariseu que o havia convidado ficou pensando: “Se este homem fosse um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, pois é uma pecadora.” 40 Jesus disse então ao fariseu: “Simão, tenho uma coisa para te dizer.” Simão respondeu: “Fala, mestre!’ 41 “Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentas moedas de prata, o outro cinquenta. 42 Como não tivessem com que pagar, o homem perdoou os dois. Qual deles o amará mais?” 43 Simão respondeu: “Acho que é aquele ao qual perdoou mais.” Jesus lhe disse: “Tu julgaste corretamente.” 44 Então Jesus virou-se para a mulher e disse a Simão: ‘Estás vendo esta mulher? Quando entrei em tua casa, tu não me ofereceste água para lavar os pés; ela, porém, banhou meus pés com lágrimas e enxugou-os com os cabelos. 45 Tu não me deste o beijo de saudação; ela, porém, desde que entrei, não parou de beijar meus pés. 46 Tu não derramaste óleo na minha cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume. 47 Por esta razão, eu te declaro: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor.” 48 E Jesus disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados.” 49 Então, os convidados começaram a pensar: 50 Mas Jesus disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz!”

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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19 de Setembro 2018

A SANTA MISSA

24ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Cor 12, 31 – 13, 13

 “Permanecem a fé, a esperança e a caridade.
Mas a maior delas é a caridade.” 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Coríntios

Irmãos: 31 Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior. 31,1 Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. 2 Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não seria nada. 3 Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria. 4 A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; 5 não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; 6 não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. 7 Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. 8 A caridade não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. 9 Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. 10 Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. 11 Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. 12 Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido. 13 Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 32(33), 2-3.4-5.12 e 22(R. 12b)

R. Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!

2Dai graças ao Senhor ao som da harpa, *
na lira de dez cordas celebrai-o!
3Cantai para o Senhor um canto novo, *
com arte sustentai a louvação!    R.

4 Pois reta é a palavra do Senhor, *
e tudo o que ele faz merece fé.
5 Deus ama o direito e a justiça, *
transborda em toda a terra a sua graça.    R.

12 Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, *
e a nação que escolheu por sua herança!
22 Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!   R. 

Evangelho: Lc 7, 31-35 

 “Tocamos flauta para vós e não dançastes;
fizemos lamentações e não chorastes!” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus: 31 Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem? 32 São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: “Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!’ 33 Pois veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e vós dissestes: “Ele está com um demônio!” 34 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vós dizeis: “Ele é um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores!” 35 Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.”

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São José de Cupertino

18 de Setembro

São José de Cupertino

São José de Cupertino nasceu na Itália, em 1063. Paupérrimo de origem, viveu os primeiros anos de sua vida num estábulo, porque o pai, endividado, foi obrigado a vender tudo o que possuía. Aos 17 anos quis ser frade, mas os frades menores não o aceitaram por achá-lo muito ignorante. Os capuchinhos o acolheram como irmão leigo, mas não demoraram a despedi-lo. Foi então que os frades menores de Grotella lhe abriram as portas do convento, confiando-lhe os serviços mais humildes, como tomar conta de uma mula. De fato, era grande a confusão mental de São José de Cupertino, e ele tinha tanta consciência disso que se auto definia como “irmão burro”. Entretanto em que pesem todas essas dificuldades, continuava alimentando o desejo de ser padre. Como ao submeter-se aos exames foi sorteada a única coisa que sabia que era comentar o Evangelho, ele se saiu maravilhosamente bem. A partir daí começaram a surgir em sua vida sinais de predileção divina e fenômenos que apontavam para uma grande santidade interior.

Freqüentemente entrava em êxtase, provocando às vezes situações desconcertantes. Apesar de não ter estudado teologia, tinha o dom da ciência infusa e, quando consultado por teólogos renomados a respeito de doutrina, dava respostas claras e sábias. Mas sofreu muito por causa da severidade e até hostilidade de alguns superiores. A fama de seus prodígios espalhou-se e muita gente vinha dos mais distantes lugares para vê-lo. Por causa disso ele era continuamente mudado de convento. Esse frade simples, e talvez o mais ignorante da Ordem Franciscana, chegou a ir a Roma onde foi recebido em audiência pelo Papa. São José de Cupertino morreu aos 63 anos de idade e foi canonizado em 1767. E o frade burro que tinha sérias dificuldades de aprendizagem passou a ser invocado pelos estudantes como padroeiro dos que se submetiam aos exames escolares.

Para o mundo de hoje que supervaloriza a inteligência e os diplomas, mas abomina a ignorância e rejeita as pessoas simples, São José de Cupertino, uma pessoa sem estudo e limitada intelectualmente, mas capaz de conhecer Deus a partir de uma experiência íntima e pessoal com ele, nos lembra que a voz do povo simples não pode ser desprezada nem sufocada, porque é muitas vezes das pessoas sem maiores estudos, consideradas até caipiras pelos que se julgam depositários de todo poder e sabedoria existentes na terra, que partem  as opiniões mais lúcidas e mais sábias.


18 de Setembro 2018

A SANTA MISSA

24ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: 1 Cor 12, 12-14.27-31a

 “Vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo;
e, individualmente, sois membros desse corpo.”

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo aos Coríntios

Irmãos: 12 Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. 13 De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito. 14 Com efeito, o corpo não é feito de um membro apenas, mas de muitos membros. 27 Vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo. 28 E, na Igreja, Deus colocou, em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo lugar, os profetas; em terceiro lugar, os que têm o dom e a missão de ensinar; depois, outras pessoas com dons diversos, a saber: dom de milagres, dom de curas, dom para obras de misericórdia, dom de governo e direção, dom de línguas. 29 Acaso todos são apóstolos? Todos são profetas? Todos ensinam? Todos realizam milagres? 30 Todos têm o dom das curas? Todos falam em línguas? Todos as interpretam? 31a Aspirai aos dons mais elevados.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 99(100), 2.3.4.5(R. cf. 3c)

R. Nós somos o seu povo e seu rebanho.

Aclamai o Senhor, ó terra inteira, +
servi ao Senhor com alegria, *
ide a ele cantando jubilosos!     R.

3 Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, +
Ele mesmo nos fez, e somos seus, *
nós somos seu povo e seu rebanho.    R.

4 Entrai por suas portas dando graças, +
e em seus átrios com hinos de louvor; *
dai-lhe graças, seu nome bendizei!    R.

5 Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, +
sua bondade perdura para sempre, *
seu amor é fiel eternamente!    R. 

Evangelho: Lc 7, 11-17 

 “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 11 Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim. Com ele iam seus discípulos e uma grande multidão. 12 Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade a acompanhava. 13 Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe disse: “Não chores!” 14 Aproximou-se, tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” 15 O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. 16 Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo.” 17 E a notícia do fato espalhou-se pela Judeia inteira, e por toda a redondeza.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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17 de Setembro 2018

24ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: 1Cor 11,17-26.33

 “Se têm surgido divisões entre vós,
já não é para comer a Ceia do Senhor que vos reunis”.

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos: 17 No que tenho a dizer-vos, eu não vos louvo, pois vossas reuniões não têm sido para o vosso bem, mas para o mal. 18 Com efeito, e em primeiro lugar, ouço dizer que, quando vos reunis em assembleia, têm surgido divisões entre vós. E, em parte, acredito. 19 Na verdade, convém que haja até cisões entre vós, para que também se tornem bem conhecidos aqueles dentre vós que resistem à prova. 20 De fato, não é para comer a Ceia do Senhor que vos reunis em comum. 21 Pois cada um se apressa a comer a sua própria ceia; e enquanto um passa fome o outro se embriaga. 22 Não tendes casas onde comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus e quereis envergonhar aqueles que nada têm? Que vos direi? Hei de elogiar-vos? Neste ponto, não posso elogiar-vos. 23 O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24 e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei-o em memória de mim”. 25 Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. 26 Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha. 33 Portanto, meus irmãos, quando vos reunirdes para a Ceia, esperai uns pelos outros.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 39 (40),7-8a. 8b-9. 10. 17 (R. 1Cor 11,26b)

R. Irmãos, anunciai a morte do Senhor, até que ele venha!

Sacrifício e oblação não quisestes,*
mas abristes, Senhor, meus ouvidos;
não pedistes ofertas nem vítimas,+
holocaustos por nossos pecados,*
8a E então eu vos disse: “Eis que venho!”    R.

8b Sobre mim está escrito no livro:
9 “Com prazer faço a vossa vontade,*
guardo em meu coração vossa lei!”    R.

10 Boas-novas de vossa justiça
anunciei numa grande assembleia;
vós sabeis: não fechei os meus lábios!    R.

17 Mas se alegre e em vós rejubile*
todo ser que vos busca, Senhor!
Digam sempre: ‘É grande o Senhor!’*
os que buscam em vós seu auxílio. R.

Evangelho: Lc 7,1-10 

 “Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 1 Quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. 2 Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. 3 O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. 4 Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: “O oficial merece que lhe faças este favor, 5 porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga.” 6 Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. 7 Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. 8 Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um : ‘Vai!’, ele vai; e a outro: ‘Vem!’, ele vem; e ao meu empregado ‘Faze isto!’, e ele o faz’.” 9 Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.” 10 Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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Com Jesus

TEMPO COMUM. VIGÉSIMO QUARTO DOMINGO. ANO B

– A nossa vida está intimamente relacionada com Cristo.
– Imitá‑lo, viver a sua Vida. Filiação divina.
– Tomar a cruz e segui‑lo.

I. APROXIMAVA‑SE A FESTA de Pentecostes do terceiro ano da vida pública de Jesus. Das vezes anteriores, o Senhor tinha subido a Jerusalém para anunciar a Boa Nova às multidões que acorriam à Cidade Santa nessa festividade. Desta vez – possivelmente para manter os discípulos longe do ambiente hostil que se vinha formando à sua volta –, procurou abrigo nas terras tranqüilas e afastadas de Cesaréia de Filipe. E enquanto caminhava1, depois de ter permanecido em oração, como indica expressamente São Lucas2, perguntou em tom familiar aos discípulos que o acompanhavam: Quem dizem os homens que eu sou? E eles, com simplicidade, contaram‑lhe o que lhes chegava aos ouvidos: Uns dizem que és João Batista; outros, Elias... Então Ele voltou a interrogá-los: E vós, quem dizeis que eu sou?

Na vida, há perguntas que, se ficam por responder, nada acontece. Pouco ou nada nos comprometem: por exemplo, a capital de um país longínquo, a idade de certa pessoa... Mas há questões cujo conhecimento e vivência são muito mais importantes: em que coisas reside a dignidade do ser humano, qual o sentido dos bens terrenos, por que a vida é tão breve... E dentre essas questões, existe uma em cuja resposta não devemos errar, pois nos dá a chave de todas as verdades que nos dizem respeito. É a mesma que Jesus fez aos Apóstolos naquela manhã a caminho de Cesaréia de Filipe: E vós, quem dizeis que eu sou? Então e agora, só existe uma resposta verdadeira: Tu és o Cristo, o Ungido, o Messias, o Filho Unigênito de Deus: a Pessoa de quem depende toda a minha vida, o meu destino, a minha felicidade, o meu triunfo ou a minha desgraça.

A nossa felicidade não está na saúde, no êxito, na realização de todos os nossos desejos... A nossa vida terá valido a pena se tivermos conhecido, servido e amado a Cristo.

Todos os problemas têm solução se estamos com Ele; nenhum tem uma solução definitiva se o Senhor não é o eixo, se não é Ele quem dá sentido ao nosso viver, com êxitos ou com fracassos, na saúde e na doença.

Os Apóstolos, pela boca de Pedro, deram a Jesus a resposta certa depois de dois anos de convivência e trato. Nós, como eles, “temos de percorrer um caminho de escuta atenta, diligente. Temos de ir à escola dos primeiros discípulos, que são as suas testemunhas e os nossos mestres, e ao mesmo tempo temos de receber a experiência e o testemunho nada menos que de vinte séculos de história sulcados pela pergunta do Mestre e enriquecidos pelo imenso coro das respostas dos fiéis de todos os tempos e lugares”3.

Nós, que talvez venhamos seguindo o Mestre há não poucos anos, devemos examinar hoje, na intimidade do nosso coração, o que Cristo significa para nós. Digamos como São Paulo: Tudo isso que para mim era lucro, considero‑o agora por amor de Cristo como perda, por causa do sublime conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a todas as coisas e tenho‑as por esterco, a fim de ganhar Cristo4.

II. DEUS MANIFESTOU o seu amor pelos homens enviando ao mundo o seu Filho Unigênito para que vivamos por Ele5. Cristo é o único caminho para ir ao Pai: Ninguém vai ao Pai senão por Mim6, declarará o Senhor aos seus discípulos na última Ceia. Sem Ele, nada podemos7.

A primeira preocupação do cristão deve, pois, consistir em viver a vida de Cristo, em incorporar‑se a Ele, como os ramos à videira. O ramo depende da união com a videira, que lhe envia a seiva vivificante; separado dela, seca e é lançado ao fogo8. A vida do cristão resume‑se em ser pela graça o que Jesus é por natureza: filho de Deus. Esta é a meta fundamental: imitar Jesus, assimilar a sua atitude de filho diante de Deus Pai. O próprio Cristo no‑lo disse: Subo para «meu» Pai e «vosso» Pai, «meu» Deus e «vosso» Deus9.

Neste itinerário, o Senhor interpela‑nos todos os dias sobre a nossa fé e a nossa confiança nEle, sobre o que Ele representa na nossa vida. Ele é o Amigo, o Irmão mais velho, que nos inspira, que nos acompanha, que nos levanta e nos restitui a alegria. Mas não podemos olhar para outro lado, não podemos ter medo de fitá‑lo e dizer‑lhe sem reservas: “Que queres de mim, Senhor?”

Nestes minutos de oração, a sós com Cristo, temos de reconhecer que muitas vezes fugimos dEle, que não chegamos a compreender por que se interessa tanto por cada um de nós, que vamos adiando para amanhã, sempre para amanhã, o nosso compromisso de amor com Ele.

Por isso podemos dizer‑lhe hoje com o soneto do clássico castelhano:

Que tenho eu que a minha amizade procuras?
Que interesse tens, meu Jesus,
que à minha porta, coberto de rocio,
passas as noites do inverno escuras?

Oh como foram as minhas entranhas duras,
pois não te abri! Que estranho desvario
se da minha ingratidão o gelo frio
secou as chagas das tuas plantas puras!

Quantas vezes o anjo me dizia:
Alma, assoma agora à janela,
verás com quanto amor em chamar porfia!

E quantas, formosura soberana,
“Amanhã lhe abriremos”, respondia,
Para o mesmo responder amanhã!10

III. DEPOIS DA CONFISSÃO de Pedro, Jesus declarou aos seus discípulos pela primeira vez que o Filho do homem tinha de padecer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, e ser morto, e ressuscitar depois de três dias. E falava‑lhes destas coisas abertamente11.

Era uma linguagem estranha para os que tinham visto tantas maravilhas. E Pedro, tomando‑o à parte, começou a repreendê‑lo. Então o Senhor, dirigindo‑se ao Apóstolo, mas com a intenção de que todos o ouvissem, disse‑lhe estas duríssimas palavras: Afasta‑te de mim, Satanás! Foram as mesmas palavras que tinha utilizado para repelir o demônio depois das tentações no deserto12. Este por ódio, aquele por um amor mal entendido, tinham tentado dissuadi‑lo da sua obra redentora na cruz, para a qual se orientava toda a sua vida, e que haveria de trazer‑nos todos os bens e graças necessários para alcançarmos o Céu. Na primeira Leitura da Missa13, Isaías anuncia com vários séculos de antecedência a Paixão que o Servo de Javé haveria de sofrer: Aos que me feriam, ofereci as espáduas [...], não desviei o meu rosto dos ultrajes e dos escarros.

Sabemos bem que “perante Jesus, não podemos contentar‑nos com uma simpatia simplesmente humana, por legítima e preciosa que seja, nem é suficiente considerá‑lo somente como um personagem digno de interesse histórico, teológico, espiritual, social, ou como fonte de inspiração artística”14. Jesus Cristo compromete‑nos de modo absoluto. Pede‑nos que, ao segui‑lo, renunciemos à nossa vontade para nos identificarmos com Ele. Por isso, depois de recriminar Pedro, o Senhor chamou todos os outros e disse‑lhes: Quem quiser vir após mim, negue‑se a si mesmo, tome a sua cruz e siga‑me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê‑la‑á, e quem perder a sua vida por mim e pelo Evangelho, esse a salvará15.

 

A dor e qualquer tipo de sofrimento são condição necessária para chegarmos à intimidade com Cristo. Com a dor – a cruz –, acompanhamo‑lo ao Calvário, não nos separamos dEle nesses momentos em que mais sente a deslealdade, a covardia e a omissão dos homens: identificamo‑nos plenamente com Ele.

Mas, além disso, quando tiramos os olhos dos nossos próprios sofrimentos para os pôr nos sofrimentos inauditos de Cristo, esvaziamos a nossa cruz pessoal de qualquer elemento de tragédia e solidão, e vemos nela um tesouro, uma “carícia divina” que passamos a agradecer do fundo da alma. Obrigado, Senhor!, é o que dizemos diante de quaisquer circunstâncias adversas. O Senhor retira então o que há de mais áspero, incômodo e doloroso nos nossos sofrimentos e eles deixam de pesar e oprimir; pelo contrário, preparam a alma para a oração e dilatam o coração para que seja mais generoso e compreensivo com os outros.

Já o cristão que recusa sistematicamente o sacrifício e não se conforma com as contrariedades e a dor, nunca encontra Cristo no caminho da sua vida, como também não encontra a felicidade. Quantos cristãos não se sentem no final do dia tristes, abatidos e sem impulso vital, por não terem sabido santificar, não já as grandes contradições, mas as pequenas contrariedades que foram surgindo ao longo da jornada!

Vamos dizer a Jesus que queremos segui‑lo em todos os passos da sua vida e da nossa, que nos ajude a levar a cruz de cada dia com garbo. Pedimos‑lhe que nos acolha entre os seus discípulos mais íntimos. “Senhor”, suplicamos‑lhe, “toma‑me como sou, com os meus defeitos, com as minhas debilidades; mas faz‑me chegar a ser como Tu desejas”16, como fizeste com Simão Pedro.

(1) Cfr. Mc 8, 27; (2) cfr. Lc 9, 18; (3) João Paulo II, Audiência geral, 7.01.87; (4) Fil 3, 7‑8; (5) Jo 4, 9; (6) Jo 14, 6; (7) cfr. Jo 15, 5; (8) cfr. Jo 15, 1‑6; (9) Jo 20, 17; (10) Lope de Vega, Soneto a Jesus crucificado; (11) Mc 8, 31‑32; (12) cfr. Mt 4, 10; (13) Is 50, 5‑10; (14) João Paulo II, Audiência geral, 7.01.87; (15) Mc 8, 34‑35; (16) João Paulo II, Alocução, 13‑IX‑1978.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


16 de Setembro 2018

A SANTA MISSA

24º Domingo do Tempo Comum – Ano B  
Cor: Verde

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1ª Leitura: Is 50,5-9a

 “Ofereci minhas costas aos que me batiam”. 

Leitura do Livro do Profeta Isaías

5 O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6 Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7 Mas, o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado. 8 A meu lado está quem me justifica; alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se. 9a Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador; quem é que me vai condenar?

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 114(116), 1-2.3-4.5-6.8-9(R. 9)

R. Andarei na presença de Deus,
junto a ele, na terra dos vivos.

Ou. Aleluia, Aleluia, Aleluia.

1 Eu amo o Senhor, porque ouve*
o grito da minha oração.
2 Inclinou para mim seu ouvido,*
no dia em que eu o invoquei.    R.

3 Prendiam-me as cordas da morte,
apertavam-me os laços do abismo;*
invadiam-me angústia e tristeza:
4 eu então invoquei o Senhor*
‘Salvai, ó Senhor, minha vida!’    R.

5 O Senhor é justiça e bondade,*
nosso Deus é amor-compaixão.
6 É o Senhor quem defende os humildes:*
eu estava oprimido, e salvou-me.    R.

8 Libertou minha vida da morte,
enxugou de meus olhos o pranto*
e livrou os meus pés do tropeço.
9 Andarei na presença de Deus,*
junto a ele na terra dos vivos.    R. 

2ª Leitura: Tg 2,14-18

 “A fé se não se traduz em obras, por si só está morta”.

Carta de São Tiago apóstolo

14 Meus irmãos: que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? 15 Imaginai que um irmão ou uma irmã não têm o que vestir e que lhes falta a comida de cada dia; 16 se então alguém de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos”, e: “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que adiantará isso? 17 Assim também a fé: se não se traduz em obras, por si só está morta. 18 Em compensação, alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho a prática!” Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras!

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Mc 8,27-35 

 “Tu és o Messias…O Filho do Homem deve sofrer muito.” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos.

Naquele tempo, 27 Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” 28 Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. 29 Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”  Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. 30 Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a respeito. 31 Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei; devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. 32 Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33 Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. 34 Então chamou a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35 Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

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Nossa Senhora das Dores

– A dor de Maria une-se à de Jesus.
– Corredenção de Nossa Senhora.
– Santificar as nossas dores e sofrimentos. Recorrer a Santa Maria, Consoladora dos aflitos.

A festa de hoje, imediatamente depois da Exaltação da Santa Cruz, recorda-nos a particular união e participação de Maria no Sacrifício do seu Filho no Calvário. A piedade cristã meditou desde o princípio nos relatos que os Evangelhos nos transmitiram sobre a presença de Nossa Senhora junto da Cruz. A seqüência da Missa Stabat Mater Dolorosa aparece já no século XIV. O Papa Pio VII, em 1814, estendeu esta devoção a toda a Igreja, e em 1912 São Pio X fixou-lhe a data no dia 15 de setembro, oitava da Natividade de Maria. Nossa Senhora ensina-nos no dia de hoje qual é o valor corredentor que podem ter as nossas dores e sofrimentos.

I. FAZEI, Ó MÃE,  fonte de amor, / que eu sinta a tua dor / para contigo chorar. / Fazei arder o meu coração / por Cristo Deus na sua Paixão, / a fim de que mais viva nEle que comigo1.

O Senhor quis associar a sua Mãe à obra da Redenção, fazendo-a participar da sua dor suprema. Ao celebrar hoje esse sofrimento corredentor de Maria, a Igreja convida-nos a oferecer pela nossa salvação e pela de todos os homens

Maria, associada à obra de salvação de Jesus, não sofreu apenas como uma boa mãe que contempla o seu filho nos maiores sofrimentos, até que morre. A sua dor tem o mesmo caráter que a de Jesus: é uma dor redentora. O sofrimento da Escrava do Senhor, dAquela que é puríssima e cheia de graça, eleva os seus atos a tal ponto que todos eles, em união profundíssima com o seu Filho, adquirem um valor quase infinito.

Nunca compreenderemos totalmente a grandeza do amor de Maria por Jesus, causa das suas dores. Por isso, a Liturgia aplica à Virgem dolorosa, como ao próprio Jesus, as palavras do profeta Jeremias: Ó vós todos que passais por aqui, olhai e vede se há dor como a minha dor2.

A dor de Nossa Senhora foi imensa devido à sua eminente santidade. O seu amor por Jesus permitiu-lhe sofrer os padecimentos do seu Filho como próprios: “Se rasgam com açoites o corpo de Jesus, Maria sente todas essas feridas; se lhe atravessam com espinhos a cabeça, Maria sente-se dilacerada pela ponta desses espinhos; se lhe apresentam fel e vinagre, Maria experimenta todo esse amargor; se lhe estendem o corpo sobre a cruz, Maria sofre toda essa violência”3. Quanto mais se ama uma pessoa, mais se sente a sua perda. “Mais aflige a morte de um irmão que a de um irracional, mais a de um filho que a de um amigo. Pois bem [...], para compreendermos quão grande foi a dor de Maria na morte do seu Filho, teríamos que conhecer a grandeza do seu amor por Ele. Mas quem poderá alguma vez medir esse amor?”4

A maior dor de Cristo – a que o sumiu numa profunda agonia no horto de Getsêmani, a que o fez sofrer como nenhuma outra – foi o conhecimento profundo do pecado como ofensa a Deus e da sua maldade diante da santidade de Deus. E a Virgem penetrou e participou mais que nenhuma criatura desse conhecimento da maldade e da fealdade do pecado. O seu coração sofreu uma angústia mortal causada pelo horror ao pecado, aos nossos pecados. Maria viu-se submersa num mar de dor. “E já que cada um de nós contribuiu para acrescentá-la, não devemos compadecer-nos e procurar reparar as feridas infligidas ao Coração de Maria e ao Coração de Jesus?”5

II. ATRAVÉS DE MARIA e de José, as criaturas que mais amou nesta terra, o Senhor parece ter querido ensinar-nos que a felicidade e a eficácia não estão nunca longe da Cruz. E se bem que toda a vida de Nossa Senhora esteve, junto com a do seu Filho, orientada para o Calvário, há contudo um momento especial em que lhe é revelada com particular clareza a sua participação nos sofrimentos do Messias, seu Filho. Maria, acompanhada de José, foi ao Templo para se purificar de uma mancha legal que não tinha contraído e para oferecer o seu Filho ao Altíssimo. Nessa imolação que fazia de Jesus, vislumbrou a imensidade do sacrifício redentor, conforme tinha sido profetizado. Mas Deus quis também revelar-lhe por meio de um homem justo, Simeão, a profundidade desse sacrifício e a sua participação nele. Movido pelo Espírito Santo, Simeão disse-lhe: Eis que este menino está posto para ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser sinal de contradição. E uma espada trespassará a tua alma, a fim de se descobrirem os pensamentos escondidos nos corações de muitos6.

As palavras dirigidas a Maria anunciam claramente que a sua vida estaria intimamente unida à obra do seu Filho. “O anúncio de Simeão – comenta João Paulo II – apresenta-se como um segundo anúncio a Maria, pois indica-lhe a dimensão histórica concreta em que o Filho cumpriria a sua missão, ou seja, na incompreensão e na dor [...]. Revela-lhe também que Ela teria de viver a sua obediência de fé no sofrimento, ao lado do Salvador que sofre, e que a sua maternidade seria obscura e marcada pela dor”7.

O Senhor não quis evitar à sua Mãe a aflição de uma fuga precipitada para o Egito, quando talvez já estivesse instalada numa modesta casa de Belém e começasse a gozar, com José, de uma vida familiar em torno de Jesus. Não a dispensou do exílio numa terra estranha, nem de ter que recomeçar a vida com as poucas coisas que tinha podido reunir naquela viagem apressada... E depois de terem regressado a Nazaré, não a poupou da angústia daqueles dias em que teve de procurar Jesus que se deixara ficar em Jerusalém, à idade de doze anos! E, mais tarde, os anos do ministério público do Senhor foram para Ela uma sucessão contínua de preocupações, à medida que tinha notícia da má vontade e dos ataques dos judeus, numa oposição cada vez mais cerrada... Por último, sobrevieram os acontecimentos da Paixão, em ritmo alucinante, que a Virgem acompanhou ou presenciou de coração despedaçado: as humilhações ao longo do processo, a flagelação, os gritos que pediam a condenação do seu Filho à morte, a solidão e o abandono em que o vê, o encontro no caminho do Calvário... Quem poderá jamais compreender a imensidão da dor que invadiu o coração da Santíssima Virgem?... Ali está Nossa Senhora... Vê como pregam o seu Filho na Cruz... E depois os insultos, a longa agonia de um crucificado... Oh! Quão triste e aflita / entre todas a Mãe bendita, / que só tinha aquele Filho! / Que angústia não sentia / a Mãe piedosa ao ver / as penas do seu Filho! / Quem poderia não chorar, / contemplando a Mãe de Cristo / em tão cruel suplício? / Quem não se entristeceria / vendo a Mãe assim / sofrer com o seu Filho?8

Ao considerarmos que os nossos pecados não são alheios a essa dor da nossa Mãe, mas parte ativa, pedimos-lhe hoje que nos ajude a unir-nos aos seus sofrimentos, a sentir um profundo horror pela menor ofensa a Deus, a ser mais generosos na reparação das nossas faltas e das que se cometem todos os dias no mundo.

III. A FESTA DE HOJE convida-nos a aceitar os sofrimentos e contrariedades da vida para purificarmos o coração e corredimirmos com Cristo. A Virgem ensina-nos a não nos queixarmos dos nossos males, pois Ela nunca o fez; anima-nos a uni-los à Cruz redentora do seu Filho e a convertê-los num bem para a nossa família, para a Igreja, para toda a humanidade.

A dor que teremos de santificar consistirá freqüentemente numa soma de pequenas contrariedades diárias: esperas que se prolongam, mudanças de planos, projetos que não se realizam... Noutras ocasiões, apresentar-se-á sob a forma de pobreza, de perda progressiva do nível de vida a que se estava acostumado, e quantas vezes até de falta do necessário. E essa pobreza será um grande meio para nos unirmos mais a Cristo, para imitá-lo no seu desprendimento absoluto das coisas, mesmo das mais imprescindíveis. Olharemos então para a Virgem no Calvário, no momento em que despojam o seu Filho daquela túnica que Ela tecera com as suas mãos, e acharemos consolo e forças para prosseguirmos a nossa caminhada com paz e serenidade.

Pode sobrevir-nos também a doença, e pediremos a graça de aceitá-la como um tesouro, como uma carícia de Deus, e de mostrar-nos agradecidos pelo tempo em que talvez não tenhamos sabido apreciar plenamente o dom da saúde. A doença, em qualquer das suas formas – mesmo psíquica –, pode ser a “pedra de toque” que comprove a solidez do nosso amor ao Senhor e da nossa confiança nEle. Enquanto estamos doentes, podemos crescer mais rapidamente nas virtudes, principalmente nas teologais: na , pois aprendemos a ver nesse estado a mão providente do nosso Pai-Deus; na esperança, pois sempre estamos nas mãos do Senhor, especialmente quando nos sentimos mais fracos e necessitados; na caridade, oferecendo a dor, sendo exemplares na alegria com que amamos essa situação que Deus quer ou permite para nosso bem.

Freqüentemente, o lado mais difícil da doença é a forma em que se apresenta: “a sua inusitada duração, a impotência a que nos reduz, a dependência a que nos obriga, o mal-estar que provém da solidão, a impossibilidade de cumprirmos os deveres de estado... Todas essas situações são duras e angustiantes para a nossa natureza. Apesar de tudo, e depois de termos empregado todos os meios que a prudência aconselha para recuperarmos a saúde, temos de repetir com os santos: «Ó meu Deus! Aceito todas essas modalidades: o que quiseres, quando quiseres e como quiseres»”9. Pediremos a Deus mais amor e dir-lhe-emos devagar, com um completo abandono: “Tu o queres, Senhor?... Eu também o quero!”10

Sempre que o fardo nos pareça excessivamente pesado para as nossas poucas forças, recorreremos a Santa Maria pedindo-lhe auxílio e consolo, “pois Ela continua a ser a amorosa consoladora de tantas dores físicas ou morais que afligem e atormentam a humanidade. Ela conhece bem as nossas dores e as nossas penas, pois também sofreu desde Belém até o Calvário: uma espada trespassará o teu coração. Maria é a nossa Mãe espiritual, e uma mãe sempre compreende os seus filhos e os consola nas suas necessidades.

“Por outro lado, Ela recebeu de Jesus na Cruz a missão específica de amar-nos, de só e sempre amar-nos para nos salvar. Maria consola-nos sobretudo mostrando-nos o crucifixo e o paraíso [...].

“Ó Mãe Consoladora, consolai-nos, fazei que todos compreendamos que a chave da felicidade está na bondade e no seguimento fiel do vosso Filho Jesus”11.

(1) Seqüência da Missa, Hino Stabat Mater; (2) Lam 1, 12; (3) A. Tanquerey, La divinización del sufrimiento, pág. 108; (4) Santo Afonso Maria de Ligório, As glórias de Maria, 2, 9; (5) A. Tanquerey, op. cit., pág. 110; (6) Lc 2, 34-35; (7) João Paulo II, Enc. Redemptoris Mater, 25-III-1987, n. 16; (8) Hino Stabat Mater; (9) A. Tanquerey, op. cit., pág. 168; (10) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 762; (11) João Paulo II, Homilia, 13-IV-1980.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal

 


15 de Setembro 2018

A SANTA MISSA

23ª Semana do Tempo Comum – Sábado 
Memória: Nossa Senhora das Dores
Cor: Branca

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1ª Leitura: 1Cor 10,14-22

 “Nós todos somos um só corpo,
pois todos participamos do único pão”. 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios

14 Meus caríssimos, fugi da idolatria.15 Eu vos falo como a pessoas esclarecidas. Então, ponderai bem o que eu digo: 16 O cálice da bênção, o cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? 17 Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão. 18 Considerai os filhos de Israel: Os que comem as vítimas sacrificais não estão em comunhão com o altar? 19 Então, o que dizer? Que a carne de um sacrifício idolátrico tem algum valor? Ou que o ídolo vale alguma coisa? 20 – Nada disso. O que eu digo é que os idólatras oferecem seus sacrifícios aos demônios e não a Deus. Ora, eu não quero que entreis em comunhão com os demônios. 21 Vós não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios; vós não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. 22 Ou, quem sabe, queremos excitar o zelo santo do Senhor? Somos porventura mais fortes do que ele?

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

 Salmo Responsorial: Sl 115 (116),12-13. 17-18 (R. 17a)

R. Oferto ao Senhor um sacrifício de louvor.

12 Que poderei retribuir ao Senhor Deus*
por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
13 Elevo o cálice da minha salvação,*
invocando o nome santo do Senhor.    R.

17 Por isso oferto um sacrifício de louvor,*
invocando o nome santo do Senhor.
18 Vou cumprir minhas promessas ao Senhor*
na presença de seu povo reunido.    R. 

Evangelho: Lc 6,43-49 

 “Por que me chamais: ‘Senhor! Senhor!’,
mas não fazeis o que eu digo?” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43 Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. 44 Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas. 45 O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio. 46 Por que me chamais: “Senhor! Senhor!”, mas não fazeis o que eu digo? 47 Vou mostrar-vos com quem se parece todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe em prática. 48 É semelhante a um homem que construiu uma casa: cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a torrente deu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída. 49 Aquele, porém, que ouve e não põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa no chão, sem alicerce. A torrente deu contra a casa, e ela imediatamente desabou; e foi grande a ruína dessa casa.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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