TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA SEMANA. SEGUNDA-FEIRA

– A mulher encurvada e a misericórdia de Jesus.
– As coisas que nos impedem de olhar para o Céu.
– Só em Deus compreendemos a verdadeira realidade da nossa vida e de todas as coisas criadas.

I. NO EVANGELHO DA MISSA1, São Lucas relata que Jesus entrou na sinagoga num dia de sábado para ensinar, conforme era seu costume. E encontrava-se ali uma mulher que estava possuída por um espírito que a trazia enferma havia dezoito anos; e andava encurvada, e não podia absolutamente olhar para cima. E Jesus, sem que ninguém lho pedisse, movido pela sua compaixãochamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. E impôs-lhe as mãos, e imediatamente endireitou-se e glorificava a Deus.

O chefe da sinagoga indignou-se por Jesus ter curado a enferma em dia de sábado. Esse fariseu tinha a alma pequena e não compreendeu a grandeza da misericórdia divina que libertava aquela mulher prostrada na sua dor havia tanto tempo. Aparentemente zeloso da observância do sábado prescrita na Lei2, não soube aperceber-se da alegria de Deus ao contemplar essa filha sua curada da alma e do corpo. O seu coração frio e embotado – falto de piedade – não soube captar a verdadeira realidade: a presença do Messias, que se manifestava tal como as Escrituras o anunciavam. E não se atrevendo a murmurar diretamente de Jesus, fê-lo com alguns da multidão: Há seis dias em que se pode trabalhar; vinde, pois, curar-vos nesses dias, e não em dia de sábado.

Mas o Senhor, como em outras ocasiões de embate com os fariseus, não se calou: chamou-os hipócritas, falsos, e – fazendo-se eco da alusão do chefe da sinagoga ao trabalho – fez ver que, assim como eles eram diligentes em soltar o seu burro ou o seu boi para levá-los a beber, mesmo que estivessem num sábado, esta filha de Abraão, que Satanás trazia subjugada há dezoito anos, não devia ser libertada desse jugo em dia de sábado? No seu encontro com Cristo, essa mulher recuperou a sua dignidade; foi tratada como filha de Abraão, de um valor muito superior ao do boi ou do jumento. Os adversários do Senhor ficaram envergonhados, e toda a multidão se alegrava com todas as maravilhas que ele realizava.

A mulher ficou livre do mau espírito que a trazia presa e da doença do seu corpo. Podia agora olhar para Cristo e para o Céu, para as pessoas e para o mundo. Nós temos de meditar muitas vezes nestas passagens evangélicas em que se põe de relevo a compassiva misericórdia do Senhor, pois andamos muito necessitados dela. “Jesus manifesta essa delicadeza e carinho não só com um grupo pequeno de discípulos, mas com todos: com as santas mulheres, com representantes do Sinédrio – como Nicodemos – e com publicanos – como Zaqueu –, com doentes e sãos, com doutores da lei e pagãos, com as pessoas individualmente e com multidões inteiras. Os Evangelhos contam-nos que Jesus não tinha onde reclinar a cabeça, mas contam-nos também que tinha amigos queridos e de confiança, desejosos de recebê-lo em sua casa. E falam-nos da sua compaixão pelos doentes, da sua dor pelos que ignoram e erram, da sua indignação perante a hipocrisia”3.

A consideração destas cenas do Evangelho deve fazer-nos confiar mais em Jesus, sobretudo quando nos vemos necessitados da alma e do corpo, por mais antigas que sejam as nossas aflições, por mais que elas nos pareçam sem remédio. Temos que deixar-nos ver por Jesus, certos de que Ele nos curará a qualquer hora da semana, do dia ou da noite.

II.NÃO PODIA absolutamente olhar para cima (Lc 13, 11): assim o Senhor encontrou aquela mulher encurvada havia dezoito anos. Como ela – comenta Santo Agostinho – são os que têm o coração na terra”4; depois de uns anos, perderam a capacidade de olhar para o Céu, de contemplar a Deus e de ver nEle as maravilhas da criação.

“Quem está encurvado olha sempre para a terra, e quem olha para baixo não se lembra do preço pelo qual foi redimido”5. Esquece-se de que todas as coisas criadas devem levá-lo a olhar para o Céu e contempla somente um universo empobrecido.

O demônio impediu durante dezoito anos que a mulher curada por Jesus pudesse olhar para o Céu. Outros, infelizmente, passam a vida inteira olhando para a terra, presos pela concupiscência da carne, pela concupiscência dos olhos e pela soberba da vida6.

A concupiscência da carne impede que vejamos a Deus, pois só podem vê-lo os que têm o coração limpo7. Essa má tendência “não se reduz exclusivamente à desordem da sensualidade: estende-se ao comodismo e à falta de vibração, que impelem a procurar o mais fácil, o mais agradável, o caminho aparentemente mais curto, mesmo à custa de concessões no caminho da fidelidade a Deus [...].

“O outro inimigo [...] é a concupiscência dos olhos, uma avareza de fundo que leva a apreciar apenas o que se pode tocar: os olhos que ficam como que colados às coisas terrenas, mas também os olhos que, por isso mesmo, não sabem descobrir as realidades sobrenaturais. Portanto, podemos entender a expressão da Sagrada Escritura como uma referência à avareza dos bens materiais e, além disso, a essa deformação que nos leva a observar o que nos rodeia – os outros, as circunstâncias da nossa vida e do nosso tempo – com visão exclusivamente humana.

“Os olhos da alma embotam-se; a razão julga-se auto-suficiente e capaz de entender todas as coisas prescindindo de Deus [...]. Deste modo, a nossa existência pode entregar-se sem condições às mãos do terceiro inimigo, a superbia vitae. Não se trata simplesmente de pensamentos efêmeros de vaidade ou de amor próprio: é um endurecimento generalizado. Não nos enganemos, porque tocamos o pior dos males, a raiz de todos os extravios”8.

Nenhum desses três inimigos poderá derrotar-nos se tivermos a sinceridade necessária para descobrir as suas primeiras manifestações, por pequenas que sejam, e para suplicar ao Senhor que nos ajude a levantar novamente o nosso olhar para Ele.

III. A FÉ EM CRISTO deve manifestar-se nos pequenos episódios de um dia normal, e deve levar-nos a “organizar a vida quotidiana sobre a terra sabendo olhar para o Céu, isto é, para Deus, fim supremo e último das nossas tensões e desejos”9.

Quando, mediante a fé, temos a capacidade de olhar para Deus, compreendemos a verdade sobre a existência: o sentido dos acontecimentos, que adquirem uma nova dimensão; a razão da cruz, da dor e do sofrimento; o valor sobrenatural que podemos imprimir ao nosso trabalho diário e a qualquer circunstância, que, em Deus e por Deus, passa a receber uma eficácia sobrenatural.

O cristão não está fechado de modo algum às realidades terrenas; pelo contrário, “pode e deve amar as coisas criadas por Deus. Pois recebe-as de Deus e olha para elas e respeita-as como tendo saído das Suas mãos.

Agradece ao Benfeitor os objetos criados e usa-os e frui deles na pobreza e na liberdade de espírito. É assim introduzido na verdadeira posse do mundo, como se nada tivesse, mas sendo dono de tudo. Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus (1 Cor 3, 22-23)”10. São Paulo recomendava aos primeiros cristãos de Filipos: Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é santo, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e digno de louvor, seja isso o objeto dos vossos pensamentos11.

O cristão adquire uma particular grandeza de alma quando ganha o hábito de referir a Deus as realidades humanas e os acontecimentos, grandes ou pequenos, da sua vida corrente. Quer dizer, quando sabe aproveitá-los para dar graças, para pedir perdão pelos seus erros...; quando, numa palavra, não esquece que é filho de Deus a todas as horas do dia e em todas as circunstâncias, e não se deixa envolver de tal maneira pelos acontecimentos, pelo trabalho, pelos problemas que surgem..., que esqueça a grande realidade que dá razão a tudo: o sentido sobrenatural da sua vida.

“Galopar, galopar!... Fazer, fazer!... Febre, loucura de mexer-se... Maravilhosos edifícios materiais... Espiritualmente: tábuas de caixote, percalinas, cartões pintalgados... galopar!, fazer! – E muita gente correndo; ir e vir. É que trabalham com vistas àquele momento; «estão» sempre «em presente». – Tu... hás de ver as coisas com olhos de eternidade, «tendo em presente» o final e o passado... Quietude. – Paz. – Vida intensa dentro de ti. Sem galopar, sem a loucura de mudar de lugar, no posto que na vida te corresponde, como um poderoso gerador de eletricidade espiritual, a quantos não darás luz e energia!..., sem perderes o teu vigor e a tua luz”12.

Recorramos à misericórdia do Senhor para que nos conceda esse dom – viver de fé – para podermos andar pela terra com os olhos postos no Céu, com a vista cravada nEle, em Jesus.

(1) Lc 13, 10-17; (2) cfr. Êx 20, 8; (3) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 108; (4) Santo Agostinho, Comentário ao Salmo 37, 10; (5) São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, 31, 8; (6) cfr. 1 Jo 2, 16; (7) cfr. Mt 5, 8; (8) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 56; (9) João Paulo II, Ângelus, 8.11.79; (10) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 37; (11) Fil 4, 8; (12) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 837.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal

29 de Outubro 2018

A SANTA MISSA

30ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira
Cor: Verde

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1ª Leitura: Ef 4,32-5,8

 “Andai no caminho da caridade, como Cristo”.

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 32 Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo. 5,1 Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. 2 Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor. 3 A devassidão, ou qualquer espécie de impureza ou cobiça sequer sejam mencionadas entre vós, como convém a santos. 4 Nada de palavras grosseiras, insensatas ou obscenas, que são inconvenientes; dedicai-vos antes à ação de graças. 5 Pois, sabei-o bem, o devasso, o impuro, o avarento – que é um idólatra – são excluídos da herança no reino de Cristo e de Deus. 6 Que ninguém vos engane com palavras vazias. Tudo isso atrai a cólera de Deus sobre os que lhe desobedecem. 7 Não sejais seus cúmplices. 8 Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

 Salmo Responsorial: Sl 1,1-2. 3. 4.6 (R. Cf. Ef 5,1))

R. Sejamos, pois, imitadores do Senhor,
como convém aos amados filhos seus.

1Feliz é todo aquele que não anda *
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados, *
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
2mas encontra seu prazer na lei de Deus *
e a medita, dia e noite, sem cessar.    R.

3 Eis que ele é semelhante a uma árvore *
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo, +
e jamais as suas folhas vão murchar. *
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar,    R.

4 mas bem outra é a sorte dos perversos. +
Ao contrário, são iguais à palha seca *
espalhada e dispersada pelo vento.
6 Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, *
mas a estrada dos malvados leva à morte.    R.

Evangelho: Lc 13,10-17

 “Esta filha de Abraão, não deveria ser
libertada dessa prisão, em dia de sábado?”

 – O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 10 Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11 Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12 Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: ‘Mulher, estás livre da tua doença.’ 13 Jesus colocou as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus. 14 O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: ‘Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, mas não em dia de sábado.’ 15 O Senhor lhe respondeu: ‘Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16 Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?’ 17 Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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28 de Outubro 2018

A SANTA MISSA

30º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Cor: Verde

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1ª Leitura: Jr 31,7-9

 “Os cegos e aleijados, suplicantes , eu os receberei.”

Leitura do Livro do Profeta Jeremias

7 Isto diz o Senhor: “Exultai de alegria por Jacó, aclamai a primeira das nações; tocai, cantai e dizei: ‘Salva, Senhor, teu povo, o resto de Israel’. 8 Eis que eu os trarei do país do Norte e os reunirei desde as extremidades da terra; entre eles há cegos e aleijados, mulheres grávidas e parturientes: são uma grande multidão os que retornam. 9 Eles chegarão entre lágrimas e eu os receberei entre preces; eu os conduzirei por torrentes d’água, por um caminho reto onde não tropeçarão, pois tornei-me um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 125(126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6

R. Maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!

1Quando o Senhor reconduziu nossos cativos,*
parecíamos sonhar;
2aencheu-se de sorriso nossa boca,*
2b nossos lábios, de canções.    R.

2c Entre os gentios se dizia: ‘Maravilhas*
2d fez com eles o Senhor!’
3 Sim, maravilhas fez conosco o Senhor,*
exultemos de alegria!    R.

4 Mudai a nossa sorte, ó Senhor,*
como torrentes no deserto.
5 Os que lançam as sementes entre lágrimas,*
ceifarão com alegria.    R.

6 Chorando de tristeza sairão,*
espalhando suas sementes;
cantando de alegria voltarão,*
carregando os seus feixes!    R.

2ª Leitura: Hb 5,1-6

 “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.”

Leitura da Carta aos Hebreus

1 Todo sumo-sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. 2 Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. 3 Por isso, deve oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo, quanto pelos seus próprios.4 Ninguém deve atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus, como Aarão. 5 Deste modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo a honra de ser sumo-sacerdote, mas foi aquele que lhe disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”. 6 Como diz em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de Melquisedec”.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Mc 10,46-52

 “Senhor, que eu veja!”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, 46 Jesus saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho. 47 Quando ouviu dizer que Jesus, o Nazareno, estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” 48 Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 49 Então Jesus parou e disse: “Chamai-o”. Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” 50 O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. 51 Então Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu veja!” 52 Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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TEMPO COMUM. TRIGÉSIMO DOMINGO. ANO B

– Nas nossas fraquezas e dores, recorrer ao Senhor.
– A misericórdia do Senhor. Bartimeu.
– A alegria messiânica.

I. DEUS PASSA pela vida dos homens dando luz e alegria. A primeira Leitura1 é um grito de júbilo pela salvação do resto de Israel, pelo seu regresso do cativeiro à terra de origem. Todos retornam: os paralíticos e os doentes, os cegos e os coxos, que encontram a sua saúde no Senhor. Gritai de alegria por Jacó, regozijai-vos pelo melhor dos povos; proclamai, cantai e dizei: O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel. Eis que eu os trarei das terras do Norte... Entre eles há cegos e coxos... É grande a multidão dos que retornam. Depois de tantos padecimentos, o Profeta anuncia as bênçãos de Deus sobre o seu povo. Virão chorando de alegria..., eu os guiarei entre consolações e os levarei a arroios de água, por um caminho plano em que não tropeçarão.

Em Jesus cumprem-se todas as profecias. Passou pelo mundo fazendo o bem2, mesmo a quem nada lhe pedia. NEle manifestou-se a plenitude da misericórdia divina. Nenhuma miséria separou Cristo dos homens: deu a vista aos cegos, curou os leprosos, fez andar os coxos e paralíticos, alimentou uma multidão faminta, expulsou demônios..., aproximou-se daqueles que mais sofriam na alma e no corpo.

“Éramos nós que tínhamos que ir a Jesus; mas interpunha-se um duplo obstáculo. Os nossos olhos estavam cegos [...]. Jazíamos paralíticos na nossa maca, incapazes de alcançar a grandeza de Deus. Por isso o nosso amável Salvador e Médico das nossas almas desceu das alturas”3.

Nós, que andamos com tantas doenças, “temos de crer com fé firme nAquele que nos salva, neste Médico divino que foi enviado precisamente para nos curar. E crer com tanto mais força quanto mais grave ou desesperada for a doença que tivermos”4. Existem ocasiões em que talvez experimentemos com mais força as nossas doenças: momentos em que a tentação é mais forte, em que sentimos o cansaço e a escuridão interior ou notamos mais vivamente a nossa fraqueza. Recorreremos então a Jesus, sempre perto de nós, com uma fé humilde e sincera, como a de tantos doentes e necessitados que aparecem no Evangelho. Diremos então ao Mestre: “Senhor, não te fies de mim! Eu, sim, é que me fio de Ti. E ao vislumbrarmos na nossa alma o amor, a compaixão, a ternura com que Cristo Jesus nos olha – porque Ele não nos abandona –, compreenderemos em toda a sua profundidade as palavras do Apóstolo: Virtus in infirmitate perfici-tur (2 Cor 12, 9), a virtude se fortalece na fraqueza; com fé no Senhor, apesar das nossas misérias – ou melhor, com as nossas misérias –, seremos fiéis ao nosso Pai-Deus, e o poder divino brilhará, sustentando-nos no meio da nossa fraqueza”5.

Que segurança nos dá Cristo, com o seu olhar amabilíssimo pousado constantemente em nós!

II. O EVANGELHO DA MISSA6 relata-nos a passagem de Jesus pela cidade de Jericó e a cura de um cego, Bartimeu, que estava sentado à beira do caminho pedindo esmola. O Mestre deixa as últimas casas dessa cidade e continua o seu caminho em direção a Jerusalém. Nesse momento, Bartimeu ouve o ruído da pequena caravana que acompanha o Senhor. Ao ouvir que era Jesus Nazareno, começou a gritar e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!

Esse homem que vive na escuridão, mas sente ânsias de luz, de cura, compreendeu que aquela era a sua oportunidade: Jesus estava muito perto da sua vida. Quantos dias não tinha esperado por esse momento! O Mestre está agora ao alcance da sua voz! Por isso, se bem que o repreendiam para que se calasse, ele não lhes fez caso nenhum e cada vez gritava mais alto. Não podia perder aquela ocasião.

Que exemplo para a nossa vida! Cristo, que nunca deixa de estar ao alcance da nossa voz, da nossa oração, passa às vezes mais perto, para que nos atrevamos a chamá-lo com força. Timeo – comenta Santo Agostinho – Iesum transeuntem et non redeuntem, temo que Jesus passe e não volte7.

Não podemos deixar que as graças passem como a água da chuva sobre a terra dura. Temos que gritar para Jesus muitas vezesfazemo-lo agora no silêncio da nossa intimidade, numa oração inflamada –: Iesu, Fili David, miserere mei! Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!

Ao chamar por Ele, consolam-nos estas palavras de São Bernardo, que tornamos nossas: “O meu único mérito é a misericórdia do Senhor. Não serei pobre em méritos enquanto Ele não o for em misericórdia. E como a misericórdia do Senhor é abundante, abundantes são também os meus méritos”8.

Com esses méritos, acudimos a Ele: Iesu, fili David... Gritamos-lhe – afirma Santo Agostinho – com a oração e com as obras que devem acompanhá-la9. As boas obras, especialmente a caridade, o trabalho bem feito, a limpeza da alma através da Confissão contrita dos nossos pecados, dão o aval a esse clamor diante de Jesus que passa.

O cego, depois de vencer o obstáculo dos que estavam à sua volta, conseguiu o que tanto desejava. E Jesus, parando, mandou chamá-lo. Chamaram o cego e disseram-lhe: Tem confiança; levanta-te, ele chama-te. E ele, lançando fora a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus.

O Senhor tinha-o ouvido já da primeira vez, mas quis que Bartimeu nos desse um exemplo de insistência na oração, de perseverança até chegar à presença do Senhor. Agora já está diante dEle. “E imediatamente começa um diálogo divino, um diálogo maravilhoso, que comove, que abrasa, porque tu e eu somos agora Bartimeu. Da boca divina de Cristo sai uma pergunta: Quid tibi vis faciam? Que queres que te conceda? E o cego: Mestre, que eu veja (Mc 10, 51). Que coisa tão lógica! E tu, vês? Não te aconteceu já, em alguma ocasião, o mesmo que a esse cego de Jericó?

“Não posso deixar de recordar agora que, ao meditar nesta passagem, há já muitos anos, e ao compreender que Jesus esperava de mim alguma coisa – algo que eu não sabia o que era! –, fiz as minhas jaculatórias.

 

“Agora é contigo que Cristo fala. Ele te diz: Que queres de Mim? Que eu veja, Senhor, que eu veja! E Jesus: Vai, a tua fé te salvou. Nesse mesmo instante, começou a ver e seguia-o pelo caminho (Mc 10, 52). Segui-lo pelo caminho. Tu tiveste notícia daquilo que o Senhor te propunha e decidiste acompanhá-lo pelo caminho. Tu procuras pisar onde Ele pisou, vestir-te com as vestes de Cristo, ser o próprio Cristo. Pois então a tua fé – fé nessa luz que o Senhor te vai dando – deverá ser operativa e sacrificada. Não te iludas, não penses em descobrir formas novas. É assim a fé que Ele nos reclama: temos que andar ao seu ritmo, com obras cheias de generosidade, arrancando e largando tudo o que é estorvo”10.

III. QUANDO O SENHOR fazia regressar os cativos de Sião, parecia que sonhávamos. A nossa boca enchia-se de risos, e a nossa língua de cânticos de triunfo. Muda, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Negueb. Os que semeiam entre lágrimas ceifarão com alegria11, lemos no Salmo responsorial.

Este salmo de júbilo recorda a felicidade dos israelitas ao terem notícia do decreto de Ciro que ordenava a repatriação do Povo eleito para a terra de seus pais, bem como a esperança que neles se reacendeu de poderem reconstruir o Templo e a Cidade Santa. Cantava-se nas peregrinações a Jerusalém, especialmente nas festas judaicas mais importantes. Por isso chamou-se a este salmo o Cântico da peregrinação.

O Negueb é um deserto ao sul da Palestina por onde, na estação chuvosa, desciam torrentes de água que o convertiam durante algum tempo num oásis. Assim também os cativos da Babilônia voltavam para Israel, despovoado e desértico, e pediam ao Senhor que o seu regresso renovasse a terra, que estabelecesse uma nova época cheia de bênçãos. As lágrimas que tinham ido derramando converteram-se em sementes de conversão e de arrependimento pelos pecados antigos que tinham motivado o castigo. E assim como aquele que semeia se cansa ao ir lançando as sementes com lágrimas, mas um dia voltará do campo trazendo as gavelas semeadas com dor, assim o Povo eleito foi semeando lágrimas reparadoras e volta agora trazendo espigas de gozo e de libertação12.

Este Salmo recorda a alegria messiânica, referida também na primeira Leitura. No Evangelho do dia, Bartimeu é fruto dessa salvação que já desponta e que terá a sua plenitude depois da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Foram a cegueira de Bartimeu e a sua pobreza que o fizeram encontrar-se com Jesus e ver-se amplamente compensado de todos os seus pesares anteriores. A vida deste cego passou a ser completamente diferente a partir desse momento: et sequebatur eum in via..., e seguia-o pelo caminho. Agora Bartimeu é um discípulo que segue o Mestre.

As nossas dores – a nossa escuridão talvez – podem ser ocasião de um novo encontro com Jesus, motivo para o seguirmos de um modo novo – mais humildes, mais purificados – pelo caminho da vida, para nos convertermos em discípulos que o seguem mais de perto.

E então poderemos também dizer a muitas pessoas: Tem confiança; levanta-te, ele chama-te. “Naqueles tempos, narram os Evangelhos, o Senhor passava, e eles, os enfermos, chamavam por Ele e o procuravam. Também agora Cristo passa com a tua vida cristã e, se o secundares, quantos não o conhecerão, e chamarão por Ele, e lhe pedirão ajuda, e terão os olhos abertos para as luzes maravilhosas da graça!”13

Domine, ut videam! Senhor, que eu veja o que queres de mim. Domina, ut videam! Senhora, minha Mãe, que eu veja o que o teu Filho me pede agora, nestas circunstâncias, e que eu lho entregue.

(1) Jer 31, 7-9; (2) cfr. At 10, 38; (3) São Bernardo, Sermão do I Domingo do Advento, 78; (4) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 193; (5) ibid., n. 194; (6) Mc 10, 46-52; (7) cfr. Santo Agostinho, Sermão 88, 13; (8) São Bernardo, Sermão sobre o Cântico dos Cânticos, 61; (9) Santo Agostinho, Sermão 349, 5; (10) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, ns. 197-198; (11) Sl 125, 1-6; Salmo responsorial da Missa do trigésimo domingo do Tempo Comum, ciclo B; (12) cfr. D. de las Heras, Comentario ascético-teológico sobre los Salmos, pág. 325; (13) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Forja, n. 665.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal

27 de Outubro 2018

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Sábado 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Ef 4,7-16

 “Cristo é a Cabeça. Graças a ele, o corpo,
coordenado e bem unido, realiza o seu crescimento”. 

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 7 Cada um de nós recebeu a graça na medida em que Cristo lha deu. 8 Daí esta palavra: ‘Tendo subido às alturas, ele capturou prisioneiros, e distribuiu dons aos homens’. 9 ‘Ele subiu’! Que significa isso, senão que ele desceu também às profundezas da terra? 10 Aquele que desceu é o mesmo que subiu mais alto do que todos os céus, a fim de encher o universo. 11 E foi ele quem instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres. 12 Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo, 13 até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude. 14 Assim, não seremos mais crianças ao sabor das ondas, arrastados por todo vento de doutrina, ludibriados pelos homens e induzidos por sua astúcia ao erro. 15 Motivados pelo amor queremos ater-nos à verdade e crescer em tudo até atingirmos aquele que é a Cabeça, Cristo. 16 Graças a ele, o corpo, coordenado e bem unido, por meio de todas as articulações que o servem, realiza o seu crescimento, segundo uma atividade à medida de cada membro, para a sua edificação no amor.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 121, 1-2. 3-4a. 4b-5 (R. Cf. 1)

R. Que alegria, quando me disseram: Vamos à casa Senhor! 

Ou. Aleluia, Aleluia, Aleluia

1Que alegria, quando ouvi que me disseram:*
‘Vamos à casa do Senhor!’
2E agora nossos pés já se detêm,*
Jerusalém, em tuas portas.    R.

3 Jerusalém, cidade bem edificada *
num conjunto harmonioso;
4a para lá sobem as tribos de Israel,*
as tribos do Senhor.    R.

4b Para louvar, segundo a lei de Israel,*
o nome do Senhor.
5 A sede da justiça lá está *
e o trono de Davi.    R. 

Evangelho: Lc 13,1-9 

 “Se vós não vos converterdes,
ireis morrer todos do mesmo modo”.

 – O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

1 Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. 2 Jesus lhes respondeu: ‘Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3 Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.4 E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5 Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.’ 6 E Jesus contou esta parábola: ‘Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. 7 Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’ 8 Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. 9 Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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26 de Outubro 2018

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Ef 4,1-6

 “Há um só corpo, um só Senhor,
uma só fé, um só batismo”. 

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 1 Eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: 2 Com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. 3 Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. 4 Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5 Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6 um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 23,1-2. 3-4ab. 5-6 (R. Cf 6)

R. É assim a geração dos que buscam vossa face,
ó Senhor, Deus de Israel.

Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,*
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares,*
e sobre as águas a mantém inabalável.    R.

3 ‘Quem subirá até o monte do Senhor,*
quem ficará em sua santa habitação?’
4a ‘Quem tem mãos puras e inocente coração,*
4b quem não dirige sua mente para o crime.    R.

5 Sobre este desce a bênção do Senhor*
e a recompensa de seu Deus e Salvador’.
6 ‘É assim a geração dos que o procuram,*
e do Deus de Israel buscam a face’.    R. 

Evangelho: Lc 12,54-59 

 “Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu.
Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 54 Jesus dizia às multidões: ‘Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. 55 Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. 56 Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? 57 Por que não julgais por vós mesmos o que é justo? 58 Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59 Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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25 de Outubro 2018

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira 
Memória: Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, Presbítero
Cor: branca

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1ª Leitura: Ef 3,14-21

 “Que estejais enraizados e fundados no amor,
a fim de que sejais cumulados até
receber toda a plenitude de Deus”. 

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 14 Eu dobro os joelhos diante do Pai, 15 de quem toda e qualquer família recebe seu nome, no céu e sobre a terra. 16 Que ele vos conceda, segundo a riqueza da sua glória, serdes robustecidos, por seu Espírito, quanto ao homem interior, 17 que ele faça habitar, pela fé, Cristo em vossos corações, que estejais enraizados e fundados no amor. 18 Tereis assim a capacidade de compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, 19 e de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, a fim de que sejais cumulados até receber toda a plenitude de Deus. 20 Aquele que tudo pode realizar superabundantemente, e muito mais do que nós pedimos ou concebemos, e cujo poder atua em nós, 21 a ele a glória, na Igreja e em Jesus Cristo, por todas as gerações, para sempre. Amém.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 32,1-2. 4-5. 11-12. 18-19 (R. 5b)

R. Transborda em toda a terra a bondade do Senhor!

1 Ó justos, alegrai-vos no Senhor! *
aos retos fica bem glorificá-lo.
2 Dai graças ao Senhor ao som da harpa, *
na lira de dez cordas celebrai-o!    R.

4 Pois reta é a palavra do Senhor, *
e tudo o que ele faz merece fé.
5 Deus ama o direito e a justiça, *
transborda em toda a terra a sua graça.    R.

11 Mas os desígnios do Senhor são para sempre, +
e os pensamentos que ele traz no coração, *
de geração em geração, vão perdurar.
12 Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, *
e a nação que escolheu por sua herança!    R.

18 Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, *
e que confiam esperando em seu amor,
19 para da morte libertar as suas vidas *
e alimentá-los quando é tempo de penúria.     R. 

Evangelho: Lc 12,49-53 

 “Não vim trazer a paz mas a divisão”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 49 Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! 50 Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra! 51 Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão. 52 Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; 53 ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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24 de Outubro 2018

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Ef 3,2-12

 “O mistério de Cristo, Deus acaba de o revelar agora:
os pagãos são admitidos à mesma herança”. 

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 2 Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3 como, por revelação, tive conhecimento do mistério, tal como o esbocei rapidamente. 4 Ao ler-me, podeis conhecer a percepção que eu tenho do mistério de Cristo. 5 Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6 os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho. 7 Disto eu fui feito ministro pelo dom da graça que Deus me concedeu no exercício do seu poder. 8 Eu, que sou o último de todos os santos, recebi esta graça de anunciar aos pagãos a insondável riqueza de Cristo 9 e de mostrar a todos como Deus realiza o mistério desde sempre escondido nele, o criador do universo. 10 Assim, doravante, as autoridades e poderes nos céus conhecem, graças à Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, 11 de acordo com o desígnio eterno que ele executou em Jesus Cristo, nosso Senhor. 12 Em Cristo nós temos, pela fé nele, a liberdade de nos aproximarmos de Deus com toda a confiança.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R. Cf. 3)

R. Com alegria bebereis do manancial da salvação. 

Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo;*
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.
Com alegria bebereis do manancial da salvação.    R.

4b e direis naquele dia: ‘Dai louvores ao Senhor,
4c invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,*
4d entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.    R.

5 Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,*
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!
6 Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,*
porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!’     R. 

Evangelho: Lc 12, 39-48 

 “A quem muito foi dado, muito será pedido”. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 39 Ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40 Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes’. 41 Então Pedro disse: ‘Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?’ 42 E o Senhor respondeu: ‘Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44 Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46 o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. 47 Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. 48 Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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23 de Outubro 2018

A SANTA MISSA

29ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Ef 2,12-22

 “Ele é a nossa paz:
do que era dividido, ele fez uma unidade”. 

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios

Irmãos: 12 Naquele tempo, éreis sem Messias, privados de cidadania em Israel, estranhos às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. 13 Mas agora, em Jesus Cristo, vós que outrora estáveis longe, vos tornastes próximos, pelo sangue de Cristo. 14 Ele, de fato, é a nossa paz: do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: a inimizade. 15 Ele aboliu a Lei com seus mandamentos e decretos. Ele quis, assim, a partir do judeu e do pagão, criar em si um só homem novo, estabelecendo a paz. 16 Quis reconciliá-los com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz; assim ele destruiu em si mesmo a inimizade. 17 Ele veio anunciar a paz a vós que estáveis longe, e a paz aos que estavam próximos. 18 É graças a ele que uns e outros, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai. 19 Assim, já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20 Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21 É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. 22 E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 84,9ab-10. 11-12. 13-14 (R. Cf 9)

R. O Senhor anunciará a paz para o seu povo.

9a Quero ouvir o que o Senhor irá falar:*
9b é a paz que ele vai anunciar;
10 Está perto a salvação dos que o temem, *
e a glória habitará em nossa terra.    R.

11 A verdade e o amor se encontrarão,*
a justiça e a paz se abraçarão;
12 da terra brotará a fidelidade,*
e a justiça olhará dos altos céus.    R.

13 O Senhor nos dará tudo o que é bom,*
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
14 a justiça andará na sua frente*
e a salvação há de seguir os passos seus.    R. 

Evangelho: Lc 12,35-38 

 “Felizes os empregados que o senhor
encontrar acordados quando chegar”. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 35 Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. 36 Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. 37 Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São João Capistrano

23 de Outubro

São João Capistrano 

São João Capistrano nasceu em 1386, em Capistrano, província de Áquila, na Itália.  Era muito alto, louro, bonito e, por causa da cor de seus cabelos e de seu tipo físico foi apelidado de João Alemão. Estudou Gramática, Letras, Direito Canônico e Direito Civil na cidade de Perúgia, sendo mais tarde nomeado juiz e governador da cidade.

Quando Perúgia foi invadida pelos alemães, João perdeu o cargo e a liberdade. O tempo passado na prisão entretanto lhe foi benéfico, pois muito o ajudou a refletir, inclusive sobre as vaidades do mundo. Quando saiu da prisão, já interiormente transformado, sua esposa faleceu. Ele pagou as dívidas que tinha, dividiu o que sobrou com os pobres e ingressou na Ordem dos Franciscanos. Foi bem recebido, porém o guardião do convento, temendo que ele estivesse sendo movido não por uma verdadeira vocação, mas por um simples capricho, passou a submetê-lo às maiores humilhações.

Ordenado sacerdote, São João Capistrano tornou-se um infatigável missionário e grande organizador das obras de caridade. Embora só dispusesse de um burro para se locomover, por cerca de 40 anos peregrinou por toda a Europa, da Espanha à Sérvia, da França à Polônia. Foi conselheiro de Papas, que lhe confiaram importantes missões diplomáticas em vários estados italianos. Missionário ardoroso, procurou infatigavelmente fortalecer a fé e a moral cristãs, e alcançou muitas vitórias no campo do combate às heresias.

São João Capistrano participou ativamente das angústias e dificuldades de seu tempo, tanto no mundo civil, quanto no eclesiástico, pois viveu numa época em que a religião católica se encontrava em crise, a peste negra assolava a Europa, fazendo muitas vítimas, e a paz vivia ameaçada pela iminente invasão dos turcos. Excelente jurista e diplomata, foi um dos articuladores da paz civil e religiosa em vários lugares da Europa. Ele deixou uma obra escrita com 17 volumes. São João Capistrano morreu na Áustria, no dia 23 de outubro de 1456. Foi canonizado em 1690.

Hoje, nessa nossa sociedade tão dividida, tão pródiga em mentiras, desconfianças e conflitos, São João Capistrano, um amante da paz e da verdade que conheceu, de perto, as dificuldades do mundo civil e religioso de seu tempo, e diante delas tomou posições bem definidas, convida cada um de nós a assumir a missão de anunciar Jesus Ressuscitado ao mundo e nele, em nome do Evangelho, defender a verdade, construir a paz, ser uma ponte de união entre as pessoas, na família e na comunidade.

Fonte: Zélia Vianna. Santidade Ontem e Hoje (2005). Salvador: Paróquia de São Pedro