26 de Novembro 2018

A SANTA MISSA

34ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira 
Cor: Verde

[slz_tabs tab_text_color="#000000" tab_active_text_color="#86653c"]

1ª Leitura: Ap 14,1-3.4b-5

 “Tinham a fronte marcada com o nome de Cristo e o do seu Pai”. 

Leitura do Livro do Apocalipse de São João

Eu, João: 1 Tive esta visão: o Cordeiro estava de pé sobre o monte Sião. Com ele, os cento e quarenta e quatro mil que tinham a fronte marcada com o nome dele e o nome do seu Pai. 2 Ouvi uma voz que vinha do céu; parecia o barulho de águas torrenciais e o estrondo de um forte trovão. O ruído que ouvi era como o som de músicos tocando harpa. 3 Estavam diante do trono, diante dos quatro Seres vivos e dos Anciãos, e cantavam um cântico novo. Era um cântico que ninguém podia aprender; só os cento e quarenta e quatro mil marcados, que foram resgatados da terra. 4b Eles seguem o Cordeiro aonde quer que vá. Foram resgatados do meio dos homens, como primeira oferta a Deus a ao Cordeiro. 5 Na sua boca nunca foi encontrada mentira. São íntegros!

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 23 (24),1-2. 3-4ab. 5-6 (R. Cf. 6)

R. É assim a geração dos que buscam vossa face,
ó Senhor, Deus de Israel.

Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,*
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares,*
e sobre as águas a mantém inabalável.     R.

3 ‘Quem subirá até o monte do Senhor,*
quem ficará em sua santa habitação?’
4a ‘Quem tem mãos puras e inocente coração,*
4b quem não dirige sua mente para o crime.     R.

5 Sobre este desce a bênção do Senhor*
e a recompensa de seu Deus e Salvador’.
6 ‘É assim a geração dos que o procuram,*
e do Deus de Israel buscam a face’.     R. 

 

Evangelho: Lc 21,1-4 

 “Viu também uma pobre viúva
que depositou duas pequenas moedas”. 
 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 1 Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2 Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3 Diante disto, ele disse: ‘Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 4 Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

[/slz_tabs]

25 de Novembro 2018

A SANTA MISSA

34º Domingo do Tempo Comum – Ano B
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Cor:  
Branco ou dourado

[slz_tabs tab_text_color="#000000" tab_active_text_color="#86653c"]

1ª Leitura: Dn 7,13-14

 “Seu poder é um poder eterno.” 

Leitura da Profecia de Daniel

13 “Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. 14 Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam; seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 92 (93), 1ab.1c-2.5(R. 1a)

R. Deus é Rei e se vestiu de majestade,
Glória ao Senhor!

1a Deus é Rei e se vestiu de majestade,*
1b revestiu-se de poder e de esplendor!    R.

1c Vós firmastes o universo inabalável,
2 vós firmastes vosso trono desde a origem,*
desde sempre, ó Senhor, vós existis!    R.

5 Verdadeiros são os vossos testemunhos,
refulge a santidade em vossa casa,*
pelos séculos dos séculos, Senhor!    R. 

2ª Leitura: Ap 1,5-8

 “Fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai.” 

Leitura do Livro do Apocalipse

5 Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra. A Jesus, que nos ama, que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados 6 e que fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém. 7 Olhai! Ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, também aqueles que o traspassaram. Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim. Amém! 8 “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso”.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

 Evangelho: Jo 18,33b-37 

 “Tu o dizes: eu sou rei.”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, 33b Pilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” 34 Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?” 35 Pilatos falou: “Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” 36 Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”. 37 Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

[/slz_tabs]

24 de Novembro 2018

A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Sábado
Memória: SS. André Dung-Lac e Comps, mártires
Cor: Vermelha

 

[slz_tabs tab_text_color="#000000" tab_active_text_color="#86653c"]

1ª Leitura: Ap 11,4-12

 “Estes dois profetas
estavam incomodando os habitantes da terra”. 

Leitura do Livro do Apocalipse de São João

Disseram a mim, João: 4 Essas duas testemunhas são as duas oliveiras e os dois candelabros, que estão diante do Senhor da terra. 5 Se alguém quiser fazer-lhes mal, um fogo sairá da boca delas e devorará seus inimigos. Sim, se alguém quiser fazer-lhes mal, é assim que vai morrer. 6 Elas têm o poder de fechar o céu, de modo que não caia chuva alguma enquanto durar a sua missão profética. Elas têm também o poder de transformar as águas em sangue. E quantas vezes elas quiserem, podem ferir a terra com todo tipo de praga. 7 Quando elas terminarem o seu testemunho, a besta que sobe do Abismo vai combater contra elas, vai vencê-las e matá-las. 8 E os cadáveres das duas testemunhas vão ficar expostos na praça da grande cidade, que se chama, simbolicamente, Sodoma e Egito, e na qual foi crucificado também o Senhor delas. 9 Gente de todos os povos, raças, línguas e nações, verão seus cadáveres durante três dias e meio, e não deixarão que os corpos sejam sepultados. 10 Os habitantes da terra farão festa pela morte das testemunhas; felicitar-se-ão e trocarão presentes, pois estes dois profetas estavam incomodando os habitantes da terra.’ 11 Depois dos três dias e meio, um sopro de vida veio de Deus, penetrou nos dois profetas e eles ficaram de pé. Todos aqueles que os contemplavam, ficaram com muito medo. 12 Ouvi então uma voz forte vinda do céu e chamando os dois: ‘Subi para aqui!’ Eles subiram ao céu, na nuvem, enquanto os inimigos ficaram olhando.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 143 (144), 1. 2. 9-10 (R. 1a)

R. Bendito seja o Senhor, meu rochedo!

Bendito seja o Senhor, meu rochedo, +
que adestrou minhas mãos para a luta, *
e os meus dedos treinou para a guerra! R.

2 Ele é meu amor, meu refúgio, *
libertador, fortaleza e abrigo;
É meu escudo: é nele que espero, *
ele submete as nações a meus pés.    R.

9 Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos, *
nas dez cordas da harpa louvar-vos,
10 a vós que dais a vitória aos reis *
e salvais vosso servo Davi.    R. 

Evangelho: Lc 20,27-40 

 “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 27 Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28 e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. 29 Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30 Também o segundo 31 e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32 Por fim, morreu também a mulher. 33 Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela.” 34 Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35 mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36 e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. 37 Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38 Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele.” 39 Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: ‘Mestre, tu falaste muito bem.’ 40 E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

[/slz_tabs]

23 de Novembro 2018

A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira 
Cor: Verde

[slz_tabs tab_text_color="#000000" tab_active_text_color="#86653c"]

1ª Leitura: Ap 10,8-11

“Peguei o livrinho e comi-o”. 

Leitura do Livro do Apocalipse de São João

8 Aquela mesma voz do céu, que eu, João, já tinha ouvido, tornou a falar comigo: “Vai. Pega o livrinho aberto da mão do anjo que está de pé sobre o mar e a terra.” 9 Eu fui até ao anjo e pedi que me entregasse o livrinho. Ele me falou: “Pega e come. Será amargo no estômago, mas na tua boca, será doce como mel”. 10 Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo. 11 Então ele me disse: “Deves profetizar ainda contra outros povos e nações, línguas e reis”.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 118 (119),14. 24. 72. 103. 111. 131 (R. 103a)

R. Como é doce ao paladar vossa palavra, ó Senhor!

14 Seguindo vossa lei me rejubilo *
muito mais do que em todas as riquezas. R.

24 Minha alegria é a vossa Aliança, *
meus conselheiros são os vossos mandamentos.     R.

72 A lei de vossa boca, para mim, *
vale mais do que milhões em ouro e prata.     R.

103 Como é doce ao paladar vossa palavra, *
muito mais doce do que o mel na minha boca!     R.

111 Vossa palavra é minha herança para sempre, *
porque ela é que me alegra o coração!     R.

131 Abro a boca e aspiro largamente, *
pois estou ávido de vossos mandamentos.     R. 

Evangelho: Lc 19,45-48 

 “Fizestes da casa de Deus um antro de ladrões.” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 45 Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. 46 E disse: ‘Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões.’ 47 Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. 48 Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

[/slz_tabs]

TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA. QUINTA-FEIRA

– Jesus não permanece indiferente à sorte dos homens.
– A Santíssima Humanidade de Cristo.
– Ter os mesmos sentimentos de Jesus.

I. JESUS DESCIA pela vertente ocidental do monte das Oliveiras, dirigindo-se ao Templo. Acompanhava-o uma multidão cheia de fervor que gritava louvores ao Messias. Num dado momento, Jesus parou e contemplou a cidade de Jerusalém que se estendia aos seus pés. E ao vê-la, chorou sobre ela1. Foi um pranto inesperado, que quebrou a alegria de todos.

Naquele instante, o Senhor anteviu como anos mais tarde a cidade que tanto amava seria destruída por não ter conhecido o tempo em que Deus a visitara. O Messias percorrera as suas ruas, tinha-lhe anunciado a Boa Nova, os seus habitantes tinham visto os seus milagres..., mas continuara na mesma. Se ao menos neste dia, que te é dado, tu conhecesses ainda o que te pode trazer a paz! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque virão para ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão e apertarão por todos os lados; e te arrasarão a ti e aos teus filhos, e não deixarão pedra sobre pedra: porque não conheceste o tempo da tua visita2.

Através destas linhas, pode-se ler a angústia que oprimia o coração do Senhor. “Mas por que Jerusalém não entendeu a graça especialíssima de conversão que lhe era oferecida naquele mesmo dia com o esplendor do triunfo de Jesus? Por que se obstinou em fechar os olhos à luz? Tivera várias ocasiões de reconhecer Jesus como o seu Messias e Redentor; esta seria a última. Se rejeitasse este derradeiro benefício, todos os males descritos na profecia cairiam irremediavelmente sobre ela. E rejeitou-o – ó dor! –, e tudo se cumpriu à letra”3. O Senhor encheu-se de aflição, pois Ele não permanece indiferente à sorte dos homens. A sua pena foi tão grande que os seus olhos se encheram de lágrimas.

São João menciona noutra passagem essas lágrimas de Jesus que podem ser muito consoladoras para a nossa alma. O Mestre chegara a Betânia onde tinha morrido o seu amigo Lázaro. A irmã de Lázaro, Maria, foi ao seu encontro e, quando Jesus a viu chorando, estremeceu no seu espírito, comoveu-se e disse: Onde o pusestes? Eles responderam: Senhor, vem e vê. Naquele momento, Jesus deu rédea solta à sua dor pela morte do amigo, e começou a chorar. Os judeus presentes exclamaram: Vede como o amava4.

Jesus – perfeito Deus e homem perfeito5 – sabe amar os seus amigos, os seus íntimos e todos os homens, pelos quais deu a vida. Este amor que revela na sua aflição é a expressão humana e sensível do afeto e da compaixão com que nos vê. E hoje, nestes minutos de oração, podemos contemplar a profundidade e a delicadeza dos seus sentimentos, e compreender como Ele não é indiferente à nossa correspondência a essa amizade e salvação que nos oferece. Quantas vezes se deixa encontrar pelos que o procuram, quantas vezes se faz encontradiço dos que não o procuram!

“O homem não pode viver sem amor. Torna-se um ser incompreensível para si próprio e a sua vida fica privada de sentido se não lhe for revelado o amor, se não se encontrar com o amor, se não o experimentar e tornar próprio, se não participar dele vivamente [...]. O homem que queira compreender-se profundamente a si próprio [...] deve – com a sua inquietação, a sua incerteza e mesmo com a sua fraqueza e pecaminosidade, com a sua vida e com a sua morte – aproximar-se de Cristo. Deve, por assim dizer, entrar nEle com tudo o que é em si mesmo, deve «apropriar-se» e assimilar toda a realidade da Encarnação e da Redenção, para encontrar-se a si mesmo. Se este processo profundo se desenvolver nele, então esse homem produzirá frutos, não somente de adoração de Deus, mas também de profunda maravilha perante si próprio. Que grande valor deve ter ele aos olhos do Criador, se mereceu ter um tal e tão grande Redentor (Missal Romano, Hino Exsultet da Vigília Pascal), se Deus deu o seu Filho, para que ele, o homem, não pereça, mas tenha a vida eterna (cfr. Jo 3, 16)”6.

Não deixemos de manifestar ao Senhor diariamente que somos conscientes desse amor que Ele tem por nós, um amor que está sempre à nossa espera.

II. A VIDA CRISTàconsiste numa amizade crescente com Cristo, em imitá-lo, em tornar nossa a sua doutrina. Seguir Jesus não consiste em entreter-se em difíceis especulações teóricas, nem mesmo na mera luta contra o pecado, mas em amá-lo com obras e sentir-nos amados por Ele, “porque Cristo vive. Não é Cristo uma figura que passou, que existiu num tempo e que se retirou, deixando-nos uma lembrança e um exemplo maravilhosos”7.

Ele vive agora no meio de nós: vemo-lo com os olhos da fé, falamos com Ele na oração, e Ele escuta-nos mal lhe levantamos o coração; não é indiferente às nossas alegrias e pesares, pois “pela sua Encarnação, uniu-se de algum modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado.

“Cordeiro inocente, mereceu-nos a vida por meio do seu sangue livremente derramado. NEle Deus nos reconciliou consigo e entre nós, arrancando-nos da servidão do diabo e do pecado. De modo que cada um de nós pode dizer com o Apóstolo: O Filho de Deus amou-me e entregou-se por mim (Gál 2, 20)”8, por cada um de nós, como se não houvesse outros homens na terra. A sua Santíssima Humanidade é a ponte que nos conduz a Deus Pai.

Hoje consideramos as lágrimas do Senhor por aquela cidade que tanto amou, mas que não reconheceu o momento mais decisivo da sua história: a visita do Messias e os dons que oferecia a cada um dos seus habitantes. E meditamos ao mesmo tempo nas ocasiões em que nós pessoalmente o enchemos de aflição pelos nossos pecados, e o magoamos por não termos sabido corresponder a tantas provas de amizade. E recordamos também as ocasiões em que lhe fizemos sentir a nossa ausência, como naquele dia em que esperava que regressássemos para agradecer-lhe a cura da nossa lepra, e não o fizemos, e fomos à nossa vida como se nada de mais nos tivesse acontecido.

Se não amamos Jesus, não podemos segui-lo. E para amá-lo, temos de meditar com freqüência as páginas do Evangelho em que Ele se mostra profundamente humano e tão próximo de tudo o que é nosso. Umas vezes, vê-lo-emos fatigado da viagem9, sentado cheio de sede à borda do poço que fora de Jacó, depois de uma longa caminhada num dia de muito calor, e servindo-se dessa pausa para converter uma mulher samaritana e muitos habitantes da vizinha cidade de Sicar. Contemplá-lo-emos com fome, como no dia em que, a caminho de Jerusalém, se aproximou de uma figueira que só tinha folhas10; ou tão esgotado depois de uma jornada intensa de pregação que acabou por adormecer na barca sacudida por um mar revolto11.

Para amá-lo e segui-lo, temos de contemplá-lo: a sua vida é uma inesgotável fonte de amor, que torna fácil a entrega e a generosidade no seu seguimento.

E “sempre que nos cansemos – no trabalho, no estudo, na tarefa apostólica –, sempre que haja cerração no horizonte, então, os olhos em Cristo: em Jesus bom, em Jesus cansado, em Jesus faminto e sedento. Como te fazes compreender, Senhor! Como te fazes amar! Tu te mostras como nós, em tudo menos no pecado, para que saibamos palpavelmente que contigo podemos vencer as nossas más inclinações, as nossas culpas. Que importância têm o cansaço, a fome, a sede, as lágrimas!... O que importa é a luta – uma luta amável, porque o Senhor permanece sempre ao nosso lado – para cumprir a vontade do Pai que está nos céus (cfr. Jo 4, 34)”12.

III. O PRANTO DE JESUS por Jerusalém encerra um profundo mistério. O Senhor expulsou demônios, curou doentes, ressuscitou mortos, converteu publicanos e pecadores, mas em Jerusalém tropeçou com a dureza dos seus habitantes. Podemos entrever um pouco do que o seu Coração experimentou quando deparamos atualmente com a resistência de tantos que se fecham à graça, ao chamamento divino. “Por vezes, diante dessas almas adormecidas, dá uma vontade louca de gritar-lhes, de sacudi-las, de fazê-las reagir, para que saiam dessa modorra terrível em que se acham mergulhadas. É tão triste ver como andam, tateando como cegos, sem acertar com o caminho! – Como compreendo esse pranto de Jesus por Jerusalém, como fruto da sua caridade perfeita...”13

Nós, os cristãos, continuamos a obra do Mestre e participamos dos sentimentos do seu Coração misericordioso. Por isso, olhando para Ele, temos de aprender a amar os nossos irmãos os homens, a sofrer por eles e com eles, compreendendo as suas deficiências, sendo sempre cordiais e estando disponíveis e à espera da menor ocasião para ajudá-los. Quando poderemos dizer que este ou aquele coração se fechou definitivamente à graça, como os habitantes de Jerusalém? E sobretudo alguma vez poderemos dizer que fizemos por essas pessoas tudo o que Jesus fez por Jerusalém? Não nos queixemos da dureza dos corações, ou antes, queixemo-nos ao Senhor para que Ele tenha piedade e abrande esses corações.

E sejamos perseverantes na nossa ação apostólica. Não existe nunca nenhum não definitivo. Não existe para a graça divina, que pode suscitar das próprias pedras filhos de Abraão14Ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida pelos seus amigos15. Ainda não chegamos a esse grau de imitação de Cristo na sua entrega por Jerusalém, pela salvação de toda a humanidade.

Peçamos hoje à nossa Mãe Santa Maria que nos dê um coração semelhante ao do seu Filho, que nunca nos deixe permanecer indiferentes perante a sorte dos que estão diariamente em contacto conosco.

(1) Lc 19, 41; (2) Lc 19, 41-44; (3) L. C. Fillion, Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, FAX, Madrid, 1966, pág. 173; (4) Jo 11, 33-36; (5) Simbolo Atanasiano; (6) João Paulo II, Carta Encíclica Redemptor hominis, 4.03.79, 10; (7) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 102; (8) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 22; (9) Jo 4, 4; (10) cfr. Mc 11, 12-13; (11) Mc 4, 38; (12) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 201; (13) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Sulco, n. 210; (14) Mt 3, 9; (15) Jo 15, 13.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal

22 de Novembro 2018

A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira 
Memória: Santa Cecília, virgem e mártir
Cor: Vermelha

[slz_tabs tab_text_color="#000000" tab_active_text_color="#86653c"]

1ª Leitura: Ap 5,1-10

 “O Cordeiro foi imolado, e com seu sangue adquiriu para Deus
homens de toda a tribo, língua, povo e nação”. 

Leitura do Livro do Apocalipse de São João

Eu, João, 1 vi um livro na mão direita daquele que estava sentado no trono. Era um rolo escrito por dentro e por fora, e estava lacrado com sete selos. 2 Vi então um anjo forte, que proclamava em voz alta: ‘Quem é digno de romper os selos e abrir o livro?’ 3 Ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra era digno de abrir o livro ou de ler o que nele estava escrito. 4 Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler o livro. 5 Um dos anciãos me consolou: ‘Não chores! Eis que o Leão da tribo de Judá, o Rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro’. 6 De fato, vi um Cordeiro. Estava no centro do trono e dos quatro Seres vivos, no meio dos Anciãos. Estava de pé como que imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. 7 Então, o Cordeiro veio receber o livro da mão direita daquele que está sentado no trono. 8 Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. 9 E entoaram um cântico novo: ‘Tu és digno de receber o livro e abrir seus selos, porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação. 10 Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra.’

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 149,1-2. 3-4. 5-6a.9b (R. Ap 5,10)

R. Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis.
Ou:

R. Aleluia, Aleluia, Aleluia

Cantai ao Senhor Deus um canto novo, *
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em Quem o fez, *
e Sião se rejubile no seu Rei!     R.

3 Com danças glorifiquem o seu nome, *
toquem harpa e tambor em sua honra!
4 Porque, de fato, o Senhor ama seu povo *
e coroa com vitória os seus humildes.     R.

5 Exultem os fiéis por sua glória, *
e cantando se levantem de seus leitos,
6a com louvores do Senhor em sua boca *
9b Eis a glória para todos os seus santos.     R. 

Evangelho: Lc 19,41-44 

 “Se tu também compreendesses hoje
o que te pode trazer a paz!” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 41 Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42 ‘Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43 Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44 Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

 

[/slz_tabs]

21 de Novembro 2018

A SANTA MISSA

Memória: Apresentação de Nossa Senhora
Cor: Branca

[slz_tabs tab_text_color="#000000" tab_active_text_color="#86653c"]

1ª Leitura: Zac 2, 14-17

 “Rejubila, alegra-te, cidade de Sião,
eis que venho para habitar no meio de ti”. 

Leitura da Profecia de Zacarias

14 “Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15 Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. 16 O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. 17 Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação.”

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Lc 1, 46-47.48-49.50-51.52-53.54-55

R. O Senhor se lembrou de mostrar sua bondade.

46 A minh’alma engrandece ao Senhor, *
47 e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador,    R.

48 pois, ele viu a pequenez de sua serva, *
eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
49 O Poderoso fez por mim maravilhas *
e Santo é o seu nome!    R.

50 Seu amor, de geração em geração, *
chega a todos que o respeitam.
51 Demonstrou o poder de seu braço, *
dispersou os orgulhosos.    R.

52 Derrubou os poderosos de seus tronos *
e os humildes exaltou.
53 De bens saciou os famintos *
e despediu, sem nada, os ricos.    R.

54 Acolheu Israel, seu servidor, *
fiel ao seu amor,
55 como havia prometido aos nossos pais, *
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.    R. 

Evangelho: Mt 12, 46-50 

 “E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse:
‘Eis minha mãe e meus irmãos.’”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo: 46 Enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo.” 48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50 Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!

[/slz_tabs]

TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA TERCEIRA SEMANA. TERÇA-FEIRA

– O exemplo de Eleazar.
– Obstáculos à fidelidade.
– Lealdade à palavra dada e aos compromissos adquiridos.

I. NO REINADO DE ANTÍOCO, desencadeou-se uma fortíssima perseguição contra Israel. O Templo foi profanado e introduziu-se nele o culto aos deuses gregos. Proibiu-se a celebração do sábado, e todos os meses os judeus eram obrigados a celebrar o aniversário do rei participando dos sacrifícios que se realizavam e comendo as carnes que se imolavam.

Eleazar, um venerável ancião de noventa anos, manteve-se fiel à fé dos seus pais e preferiu morrer a participar desses sacrifícios. Antigos amigos quiseram trazer-lhe alimentos permitidos para simular que tinha comido carnes sacrificadas, conforme a ordem do rei. Fazendo isso – diziam-lhe –, livrar-se-ia da morte. Mas Eleazar manteve-se fiel à vida exemplar que tinha levado desde criança: Não é digno da minha idade – dizia-lhes – usar de uma tal ficção. Dela poderá resultar que muitos jovens, julgando que Eleazar, aos noventa anos, passou para a vida dos pagãos, venham também eles a cair em erro por causa desse meu fingimento e para conservar um pequeno resto de uma vida corruptível; com isso atrairia a vergonha e a execração sobre a minha velhice. E ainda que me livrasse presentemente dos suplícios dos homens, não poderia fugir à mão do Todo-Poderoso nem na vida nem depois da morte.

Eleazar foi arrastado ao suplício e, estando a ponto de morrer, exclamou: Senhor, tu que tens a ciência santa, sabes bem que, podendo eu livrar-me da morte, sofro no meu corpo dores acerbas; mas sinto na alma alegria em padecê-las pelo temor que te tenho. O autor sagrado registra a exemplaridade da sua morte não só para os jovens, mas para toda a nação. Este relato1 recorda-nos a fidelidade sem fissuras aos compromissos contraídos em relação à fé, para que sejamos leais ao Senhor também quando talvez fosse mais fácil entrarmos em concessões pela pressão de um ambiente pagão hostil ou por alguma circunstância difícil em que nos encontremos.

São João Crisóstomo chama a Eleazar “protomártir do Antigo Testamento”2. A sua atitude gozosa no martírio é como um prelúdio daquela alegria que Jesus preconizou aos que seriam perseguidos por causa do seu nome3. É o júbilo que o Senhor nos faz experimentar quando, por sermos fiéis à fé e à nossa vocação, temos de enfrentar contrariedades.

II. OS PRIMEIROS CRISTÃOS eram designados freqüentemente como fiéis4. O termo nasceu em momentos de dificuldades externas, de perseguições, de calúnias e de pressão de um ambiente pagão que procurava impor a sua maneira de pensar e de viver, muito oposta à doutrina do Mestre. Ser fiel era manter-se firme ante esses obstáculos externos. Sê fiel até à morte – lê-se no Apocalipse –, e eu te darei a coroa da vida5. Já antes o Apóstolo advertia: Não temas nada do que terás que sofrer. Eis que o demônio fará encarcerar alguns de vós, a fim de serdes provados; e tereis tribulação durante dez dias.

Isso é a vida: dez dias, um pouco de tempo. Como não havemos de permanecer fiéis se sofremos alguma contradição, muitas vezes pequena? Acabaremos por envergonhar-nos da nossa fé, que tem conseqüências práticas no modo de atuar, só porque talvez alguns nos mostrem a sua discordância? “É fácil – recordava o Papa São João Paulo II – ser coerente por um dia ou por alguns dias. Difícil e importante é ser coerente toda a vida. É fácil ser coerente no momento da exaltação, difícil sê-lo à hora da tribulação. E só pode chamar-se fidelidade a uma coerência que dura toda a vida”6.

Às vezes, os obstáculos não são externos, mas interiores. A soberba é o principal deles, e, com ela, a tibieza, que nos faz perder o impulso e a alegria no seguimento de Cristo. Noutros casos, a escuridão da alma surge como conseqüência da falta de vontade e da ausência de luta, ou porque Deus a permite para nos purificar. Seja qual for a causa dessas trevas, a fidelidade consistirá muitas vezes na humildade de sermos dóceis aos conselhos recebidos na direção espiritual, em mantermos um diálogo vivo com o Senhor, em permanecermos num relacionamento diário com Ele, ainda que não sintamos nenhuma alegria sensível ao fazê-lo.

“Ficaram muito gravados na minha cabeça de criança – conta São Josemaría Escrivá – aqueles sinais que, nas montanhas da minha terra, se colocavam à borda dos caminhos; chamaram-me a atenção uns paus altos, geralmente pintados de vermelho. Explicaram-me então que, quando a neve cai e cobre caminhos, sementeiras e pastos, bosques, penhascos e barrancos, essas estacas sobressaem como ponto de referência seguro, para que toda a gente saiba sempre por onde segue o caminho. Na vida interior, passa-se algo parecido. Há primaveras e verões, mas também chegam os invernos, dias sem sol e noites órfãs de lua. Não podemos permitir que a relação com Jesus Cristo dependa do nosso estado de humor, das alterações do nosso caráter. Essas atitudes delatam egoísmo, comodismo, e evidentemente não se compadecem com o amor. Por isso, nos momentos de nevasca e vendaval, umas práticas piedosas sólidas – nada sentimentais –, bem arraigadas e adaptadas às circunstâncias próprias de cada um, serão como essas estacas pintadas de vermelho, que continuam a marcar-nos o rumo, até que o Senhor decida que o sol brilhe de novo, os gelos se derretam e o coração torne a vibrar, aceso com um fogo que na realidade nunca esteve apagado: foi apenas o rescaldo oculto pela cinza de uns tempos de prova, ou de menos empenho, ou de pouco sacrifício”7.

III. A LEALDADE DE ELEAZAR à fé dos seus pais serviu, além disso, para que muitas outras pessoas permanecessem firmes nas suas crenças e costumes. A fidelidade de um homem nunca fica isolada. São muitos os que, talvez sem o saberem expressamente, se apóiam nela. Uma das grandes alegrias que o Senhor nos fará experimentar um dia será podermos contemplar todos aqueles que permaneceram firmes na sua fé e na sua vocação por se terem apoiado na nossa sólida coerência.

A virtude humana correspondente à fidelidade é a lealdade, essencial à convivência entre os homens. Sem um clima de lealdade, as relações e os vínculos humanos degenerariam quando muito numa mera coexistência, com o seu cortejo inexorável de insegurança e desconfiança. A vida propriamente social não seria possível se não se desse “aquela observância dos pactos sem a qual não é possível uma tranqüila convivência entre os povos”8, feita de confiança mútua, de honestidade, de sinceridade recíproca.

Não é infreqüente que na sociedade, na empresa, nos negócios..., nem sequer se ouça falar de lealdade. A mentira e a manipulação da verdade são mais uma arma que alguns utilizam com a maior desfaçatez nos meios de opinião pública, na política, nos negócios... Muitas vezes, sente-se a falta de honradez no cumprimento da palavra dada e nos compromissos livemente adquiridos. Infelizmente, vai-se mais longe: comenta-se a infidelidade conjugal como se os compromissos adquiridos diante de Deus e diante dos homens não tivessem valor algum. São coisas da vida privada, dizem; portanto, respeitemo-las. Outros, desejando aumentar as suas posses ou satisfazer os seus desejos desordenados de subir na escala social, deixam de cumprir os seus deveres familiares, sociais ou profissionais, traindo os mais nobres e santos compromissos.

Urge que nós, os cristãos – luz do mundo e sal da terra –, procuremos ser exemplo de fidelidade e de lealdade aos compromissos adquiridos. Santo Agostinho recordava aos cristãos do seu tempo: “O marido deve ser fiel à mulher, a mulher ao marido, e ambos a Deus. E os que prometestes continência, deveis cumprir o prometido, já que não vo-lo seria exigido se não o tivésseis prometido [...]. Guardai-vos de fazer trapaças nos vossos negócios. Guardai-vos da mentira e do perjúrio”9. São palavras que conservam plena atualidade.

Perseverando, com a ajuda do Senhor, nas coisas pequenas de cada dia, conseguiremos ouvir no fim da nossa vida, com imensa felicidade, aquelas palavras do Senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel em poucas coisas, dar-te-ei a intendência de muitas; entra no gozo do teu Senhor10.

(1) Mac 6, 18-31; Primeira leitura da Missa da terça-feira da trigésima terceira semana do Tempo Comum, ano I; (2) São João Crisóstomo, Homilia 3 sobre os santos Macabeus; (3) cfr. Mt 5, 12; (4) At 10, 45; 2 Cor 6, 15; Ef 1, 1; (5) Apoc 2, 10; (6) João Paulo II, Homilia, 27.01.79; (7) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 151; (8) Pio XII, Alocução, 24.12.40, 26; (9) Santo Agostinho, Sermão 260; (10) Mt 25, 21-23.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal

Santo Edmundo

20 de Novembro 

Santo Edmundo 

Santo Edmundo é um santo mais vivo na memória do povo da Inglaterra do que nos documentos históricos. Mesmo porque os registros trazem dados sobre o seu reinado e sua morte, enquanto sobre sua origem poucas são as informações. Sabemos apenas que Edmundo era cristão, filho do rei Alkmund, da Saxônia, que, posteriormente, teria sido adotado pelo rei das regiões da Inglaterra oriental, a Estanglia. Aos quatorze anos de idade, tornou-se o último rei daquele território. Era um tempo duríssimo para toda a Inglaterra, agredida, constantemente, pelos sanguinários bárbaros dinamarqueses que invadiam e saqueavam seus vilarejos. Esses bárbaros eram comandados por três irmãos: Halfdene, Ivarr e Ubba. Em suas investidas, além de saquear os povoados, exigiam um resgate para não destruírem as vilas.

No ano de 869, os dinamarqueses irromperam uma grande invasão nos domínios do rei Edmundo. Para defender seu povo e o reino, ele reuniu seu pequeno exército e combateu os invasores, mais equipados e em maior número. Desse modo, ele acabou como prisioneiro de seus opositores.

Os dinamarqueses ofereceram ao rei Edmundo a possibilidade de manter sua vida e a coroa caso renegasse a fé e se proclamasse vassalo. O rei rejeitou a proposta por duas vezes. Dessa maneira, selou seu destino. Morreu traspassado pelas flechas dos bárbaros pagãos no dia 20 de novembro de 870. O desaparecimento do rei Edmundo levou ao fim o reino da Estanglia. Mas a Inglaterra se fortaleceu sob seu nome, e o jovem rei morto tornou-se uma bandeira.

Antes do final do século IX, as moedas cunhadas durante o seu reinado já eram chamadas “penny of Edmund”. A sua veneração tornou-se o culto de maior devoção do povo inglês. Foi canonizado e proclamado padroeiro da Inglaterra, recebendo as homenagens dos devotos no dia de sua morte.

As relíquias mortais de santo Edmundo foram sepultadas em Beadoricesworth, que hoje se chama Bury St. Edmund, na região de Cambridge. Atualmente, existe uma congregação de sacerdotes ingleses chamados Padres de Santo Edmundo.

Fonte: https://comeceodiafeliz.com.br


20 de Novembro 2018

A SANTA MISSA

33ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira 
Cor: Verde

[slz_tabs tab_text_color="#000000" tab_active_text_color="#86653c"]

1ª Leitura: Ap 3,1-6.14-22

 “Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta,
eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição,
eu com ele e ele comigo”. 

Leitura do Livro do Apocalipse de São João

Eu, João, ouvi o Senhor que me dizia: 1 Escreve ao anjo da Igreja que está em Sardes: ‘Assim fala aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas: – Conheço a tua conduta. Tens fama de estar vivo, mas estás morto. 2 Acorda! Reaviva o que te resta, e que estava para se apagar! Pois não acho suficiente aos olhos do meu Deus aquilo que estás fazendo. 3 Lembra-te daquilo que tens aprendido e ouvido. Observa-o! Converte-te! Se não estiveres vigilante, eu virei como um ladrão, sem que tu saibas em que hora te vou surpreender! 4 Todavia, aí em Sardes existem algumas pessoas que não sujaram a roupa. Estas vão andar comigo, vestidas de branco, pois merecem isso. 5 O vencedor vestirá a roupa branca, e não apagarei o seu nome do livro da vida, mas o apresentarei diante de meu Pai e de seus anjos. 6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas.’ 14 Escreve ao anjo da Igreja que está em Laodicéia: ‘Assim fala o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15 Conheço a tua conduta. nem és frio, nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! 16 Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca. 17 Tu dizes: ‘Sou rico e abastado e não careço de nada’, em vez de reconhecer que tu és infeliz, miserável, pobre, cego e nu! 18 Dou-te um conselho: compra de mim ouro purificado no fogo, para ficares rico, e vestes brancas, para vestires e não aparecer a tua nudez vergonhosa; e compra também um colírio para curar os teus olhos, para que enxergues. 19 Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te. 20 Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. 21 Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas’.’

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 14 (15), 2-3ab. 3cd-4ab. 5 (R. Ap 3,21))

R. Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito
de sentar-se comigo no meu trono.

1b “Senhor, quem entrará em vossa casa?”
É aquele que caminha sem pecado*
e pratica a justiça fielmente;
3a que pensa a verdade no seu íntimo *
3b e não solta em calúnias sua língua.     R.

3c Que em nada prejudica o seu irmão,*
3d nem cobre de insultos seu vizinho;
4a que não dá valor algum ao homem ímpio,*
4b mas honra os que respeitam o Senhor.     R.

5 não empresta o seu dinheiro com usura,
nem se deixa subornar contra o inocente.*
Jamais vacilará quem vive assim!      R.

Evangelho: Lc 19,1-10 

 “O Filho do Homem veio procurar e salvar
o que estava perdido”.

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 1 Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. 2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3 Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. 4 Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali. 5 Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: ‘Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa.’ 6 Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. 7 Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: ‘Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!’ 8 Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: ‘Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais.’ 9 Jesus lhe disse: ‘Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10 Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

[/slz_tabs]