Permanecer até o fim dos Tempos
TEMPO PASCAL. SEGUNDA SEMANA. SÁBADO
– Indefectibilidade da Igreja, apesar das perseguições, heresias e infidelidades.
– Os ataques à Igreja devem levar-nos a amá-la mais e a desagravar.
– Na nossa vida, também não faltarão momentos de escuridão, de tribulação e de prova. Segurança ao lado do Senhor. Ajuda da Virgem.
I. LOGO DEPOIS da multiplicação dos pães e dos peixes, quando a multidão já se havia saciado, o próprio Jesus a despediu e a seguir ordenou aos seus discípulos que embarcassem. Estavam já no final da tarde.
O Evangelho da Missa 1 narra que os Apóstolos se dirigiram à outra margem, em direção a Cafarnaum. Já tinha escurecido e Jesus não estava com eles. Pelo Evangelho de São Mateus, sabemos que se despediu deles também e subiu a um monte para orar 2. O mar estava agitado devido ao forte vento que soprava 3, e a barca era sacudida pelas ondas, pois o vento lhe era contrário 4.
A tradição viu nesta barca a imagem da Igreja no meio do mundo 5, sacudida ao longo dos séculos pelas ondas das perseguições, das heresias e das infidelidades. “Esse vento – comenta São Tomás – é figura das tentações e das perseguições que a Igreja sofrerá em conseqüência da falta de amor. Porque, como diz Santo Agostinho, quando o amor esfria, aumentam as ondas... No entanto, o vento, a tempestade, as ondas e as trevas não conseguirão que a nave se afaste do seu rumo e soçobre” 6.
A Igreja sempre teve que enfrentar oposições de dentro e de fora. Mal tinha nascido, começaram a persegui-la. E, nos nossos dias, continua a sofrer essas investidas. “Não é nada de novo. Desde que Jesus Cristo Nosso Senhor fundou a Santa Igreja, esta nossa Mãe tem sofrido uma perseguição constante. Talvez em outras épocas as agressões se organizassem abertamente; hoje, em muitos casos, trata-se de uma perseguição disfarçada. Hoje como ontem, continua-se combatendo a Igreja [...].
“Quando ouvimos vozes de heresia [...], quando observamos que se ataca impunemente a santidade do matrimônio e a do sacerdócio, a conceição imaculada de Nossa Mãe Santa Maria e a sua virgindade perpétua – com todos os outros privilégios e excelências com que Deus a adornou –, o milagre perene da presença real de Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, o primado de Pedro, a própria Ressurreição de Nosso Senhor, como não havemos de sentir a alma cheia de tristeza? Mas tende confiança: a Santa Igreja é incorruptível”7.
Os ataques à Igreja fazem-nos sofrer, mas, ao mesmo tempo, o sabermos que Cristo está dentro da barca nos dá uma imensa segurança e uma grande paz; Ele vive para sempre na Igreja, e por isso as portas do inferno não prevalecerão contra ela 8. Tudo o que é humano passará, mas a Igreja permanecerá até o fim dos tempos tal como Cristo a quis. O Senhor está presente nela, e a barca não se afundará, ainda que se veja jogada de um lado para outro. Esta assistência divina é o fundamento da nossa fé inquebrantável: a Igreja permanecerá sempre fiel a Cristo no meio de todas as tempestades, e será o sacramento universal de salvação. A sua história é um milagre moral permanente.
Já nos tempos de Santo Agostinho os pagãos afirmavam: “A Igreja vai perecer, os cristãos já tiveram a sua época”. Ao que o bispo de Hipona respondia: “No entanto, são eles que morrem todos os dias e a Igreja continua de pé, anunciando o poder de Deus às gerações que se sucedem” 9.
Que pouca fé a nossa se se insinua a dúvida porque se intensificou a tempestade contra Ela, contra as suas instituições ou contra o Sumo Pontífice! Não nos deixemos impressionar pelas circunstâncias adversas, porque perderíamos a serenidade, a paz e o espírito de fé. Cristo está sempre bem junto de nós e pede-nos confiança. Não devemos temer nada. O que temos de fazer é rezar mais pela Igreja, ser mais fiéis à nossa própria vocação, ser mais apostólicos no trato com os nossos amigos, desagravar mais.
II. A INDEFECTIBILIDADE DA IGREJA significa que ela tem um caráter imperecível, quer dizer, que durará até o fim do mundo, e que também não sofrerá nenhuma mudança substancial na sua doutrina, na sua constituição ou no seu culto. O Concílio Vaticano I diz que a Igreja possui “uma estabilidade invicta” e que, “edificada sobre rocha, subsistirá firmemente até o fim dos tempos” 10.
A Igreja dá provas da sua fortaleza resistindo, inabalável, a todos os choques das perseguições e das heresias. O próprio Senhor cuida dela, “quer quando ilumina e fortalece os sagrados pastores para que fiel e frutuosamente desempenhem os seus ofícios, quer quando – em circunstâncias particularmente graves – faz surgir no seio da Igreja homens e mulheres de santidade insigne, que sirvam de exemplo aos outros fiéis, para incremento do seu Corpo Místico. Acresce ainda que Cristo, do Céu, vela sempre com particular amor por sua Esposa imaculada, que labuta neste terrestre exílio, e, quando a vê em perigo, então, ou por si mesmo, ou pelos seus anjos, ou por Aquela que invocamos como Auxílio dos cristãos e pelos outros celestes protetores, salva-a das ondas procelosas e, uma vez serenado e abonançado o mar, consola-a com aquela paz «que excede toda a inteligência» (Fil 4, 7)” 11. A fé nos dá testemunho de que esta firmeza na sua constituição e na sua doutrina durará para sempre, até que Ele venha 12.
“Em certos ambientes, sobretudo nos da esfera intelectual, percebe-se e apalpa-se como que uma palavra de ordem de seitas, servida às vezes até por católicos, que – com cínica perseverança – mantém e propaga a calúnia, para lançar sombras sobre a Igreja ou sobre pessoas e entidades, contra toda a verdade e toda a lógica.
“Reza diariamente, com fé: Ut inimicos Sanctae Ecclesiae – inimigos porque são eles que se proclamam assim – humiliare digneris, te rogamus audi nos! Confunde, Senhor, os que te perseguem, com a claridade da tua luz, que estamos decididos a propagar” 13.
Os ataques à Igreja, os maus exemplos e os escândalos devem levar-nos a amá-la mais, a rezar pelas pessoas que os causam e a desagravar. Permaneçamos sempre em comunhão com Ela, fiéis à sua doutrina, unidos aos seus sacramentos, dóceis à Hierarquia.
III. QUANDO OS APÓSTOLOS já haviam remado umas três milhas, Jesus chegou inesperadamente caminhando sobre as águas, para robustecer-lhes a fé e dar-lhes ânimos no meio da tempestade. Aproximou-se e disse-lhes: Sou eu, não temais. Eles quiseram recebê-lo na barca, e pouco depois a barca chegou ao seu destino 14.
Na nossa vida pessoal, talvez não faltem tempestades – momentos de escuridão, de perturbação interior, de incompreensões... – e, com maior ou menor freqüência, situações em que deveremos retificar o rumo por nos termos desviado. Procuremos então ver o Senhor que vem sempre ao nosso encontro no meio da tormenta dos sofrimentos, e saibamos aceitar as contrariedades com fé, como bênçãos do céu para nos purificarmos e nos aproximarmos mais de Deus.
Sou eu, não temais. Quem reconhece a voz tranqüilizadora de Cristo no meio dos seus dissabores sente imediatamente a segurança de quem chegou a terra firme: Eles quiseram recebê-lo na barca, e pouco depois a barca chegou ao seu destino, ao lugar para onde iam, para onde o Senhor queria que fossem. Basta estar na sua companhia para nos sentirmos seguros sempre. A insegurança aparece quando a nossa fé se debilita, quando não recorremos ao Senhor por parecer-nos que não nos ouve ou que não se preocupa conosco. Ele sabe muito bem o que nos acontece, e quer que o procuremos em busca de ajuda. Nunca nos deixará em dificuldades. As suas palavras, referidas na antífona da Comunhão, devem dar-nos muita confiança: Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste... 15
Pode haver tempos mais ou menos longos em que pareça que Cristo se ausentou e nos deixou sós ou não escuta a nossa oração. Mas Ele nunca nos abandona. Eis os olhos do Senhor– escutamos no salmo responsorial – pousados sobre os que o temem, a fim de livrar-lhes a alma da morte 16.
Se permanecermos junto do Senhor, mediante a oração pessoal e os sacramentos, não haverá nada que não possamos conseguir. Com Ele, as tempestades, interiores e exteriores, tornam-se ocasiões de crescer na fé, na esperança, na caridade, na fortaleza... Com o decorrer do tempo, talvez venhamos a compreender o sentido dessas dificuldades.
De todas as provas, tentações e tribulações que possamos experimentar, de todas elas sairemos mais humildes, mais purificados, com mais amor de Deus, se estivermos com Cristo. E sempre contaremos com a ajuda da nossa Mãe do Céu. “Não estás só. – Aceita com alegria a tribulação. – Não sentes na tua mão, pobre criança, a mão da tua Mãe: é verdade. – Mas... não tens visto as mães da terra, de braços estendidos, seguirem os seus meninos quando se aventuram, temerosos, a dar os primeiros passos sem ajuda de ninguém? – Não estás só; Maria está junto de ti” 17. Ela está ao nosso lado em todos os instantes, mas especialmente quando, por uma razão ou por outra, passamos por um mau momento. Não deixemos de implorar-lhe que nos ajude.
(1) Cfr. Jo 6, 16-21; (2) cfr. Mt 14, 23; (3) cfr. Jo 6, 18; (4) cfr. Mt 14, 24; (5) cfr. Tertuliano, De Batismo, 12; (6) São Tomás, Coment. sobre São João; (7) Josemaría Escrivá, El fin sobrenatural de la Iglesia, Palabra, Madrid, 1980; (8) Mt 16, 18; (9) citado por G. Chevrot, Simão Pedro, págs. 71-72; (10) Dz 1824; (11) Pio XII, Enc. Mystici Corporis, 29-VI-1943; (12) cfr. 1 Cor 11; (13) Josemaría Escrivá, Sulco, n. 936; (14) Jo 6, 20-21; (15) Jo 17, 24; (16) Sl 32; (17) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 900.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
04 de Maio 2019
A SANTA MISSA

2ª Semana da Páscoa – Sábado
Cor: Branca
1ª Leitura: At 6,1-7
“Escolheram sete homens repletos do Espírito Santo”.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
1 o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. 2 Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. 3 Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. 4 Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. 5 A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um pagão que seguia a religião dos judeus. 6 Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. 7 Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 32, 1-2. 4-5. 18-19 (R. 22)
R. Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1 Ó justos, alegrai-vos no Senhor!*
aos retos fica bem glorificá-lo.
2 Dai graças ao Senhor ao som da harpa,*
na lira de dez cordas celebrai-o! R.
4 Pois reta é a palavra do Senhor,*
e tudo o que ele faz merece fé.
5 Deus ama o direito e a justiça,*
transborda em toda a terra a sua graça. R.
18 O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,*
e que confiam esperando em seu amor,
19 para da morte libertar as suas vidas*
e alimentá-los quando é tempo de penúria. R.
Evangelho: Jo 6,16-21
“Enxergaram Jesus, andando sobre as águas”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
16 Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17 Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18 Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19 Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20 Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21 Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
3 de maio | Bom dia, com Maria
Mensagem Da Rainha Da Paz à Mirjana Dragićevic:
https://institutohesed.org.br/ultima-mensagem/
Deus abençoe você, e até amanhã!!
Santos Felipe e Tiago, Apóstolos
– A chamada destes Apóstolos.
– Jesus sempre esteve perto dos seus discípulos, como está agora junto de nós.
– Difundir a mesma mensagem que os Apóstolos pregaram. Contar sempre com os meios sobrenaturais na ação apostólica.
Filipe era de Betsaida, como Pedro e André. Primeiro foi discípulo do Batista e depois seguiu Jesus, que o chamou para fazer parte dos Doze. Do relato da multiplicação dos pães pode-se concluir que estava encarregado dos víveres: é ele que calcula rapidamente o dinheiro necessário para aplacar a fome das pessoas reunidas em torno do Mestre. Intervém, junto com André, no caso dos peregrinos gregos, gentios piedosos que desejavam ver Jesus. É considerado pela tradição como o Evangelizador da Frígia (Ásia Menor), onde sofreu o martírio por crucifixão.
Tiago, parente do Senhor, é chamado o Menor para distingui-lo do irmão de João. Foi o primeiro bispo de Jerusalém e desenvolveu uma intensa atividade evangelizadora entre os judeus dessa cidade. A tradição apresenta-o como um homem austero, exigente consigo mesmo e cheio de bondade para com os outros. Foi a “coluna da Igreja primitiva”, junto com Pedro e João. Morreu mártir em Jerusalém por volta do ano 62. É autor de uma das Epístolas Católicas.
I. ENTRE AQUELES GALILEUS que tiveram a felicidade de serem escolhidos por Jesus para fazerem parte do grupo mais íntimo que o acompanhava, encontram-se Filipe, filho de Alfeu, e Tiago o Menor.
Tiago nasceu em Caná da Galiléia, perto de Nazaré, e era parente do Senhor. O Evangelho não refere o momento em que Jesus o chamou. A Sagrada Escritura sublinha que Tiago veio a ocupar um lugar proeminente na Igreja de Jerusalém 1. E teve o privilégio de que o Senhor ressuscitado lhe aparecesse pessoalmente, como lemos na primeira Leitura da Missa 2.
Filipe era natural de Betsaida, a terra de Pedro e André 3, uma pequena cidade próxima do lago de Genesaré. Muito provavelmente, já era amigo desses dois irmãos. Um dia, nas margens do Jordão, encontrou Jesus que, em companhia dos seus primeiros discípulos, se dirigia para a Galiléia. O Mestre disse-lhe: Segue-me 4. Era o termo que Jesus empregava para chamar os seus discípulos, à semelhança do que faziam os rabinos com os seus seguidores. Filipe seguiu o Senhor imediatamente. E não demorou a fazer com que os seus amigos conhecessem também o Senhor. Filipe encontrou-se com Natanael e disse-lhe: Encontramos aquele de quem escreveram Moisés na Lei e os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José 5. E como visse que o amigo duvidava, deu-lhe o maior argumento: Vem e vê. E Natanael foi, viu e permaneceu também com Cristo para sempre.
Jesus nunca decepciona. O apostolado consistirá sempre em levarmos à presença do Senhor os nossos parentes, amigos e conhecidos, em limparmos o caminho e retirarmos os obstáculos para que vejam Jesus, que nos chamou e que sabe penetrar na alma dos que dEle se aproximam, como aconteceu com Natanael. Este discípulo chegou a ser um dos Doze, apesar da aparente incredulidade inicial e da relutância em aceitar a mensagem do amigo: De Nazaré pode sair coisa que seja boa?, foi a sua resposta ao convite de Filipe. Quantas vezes não teremos dito também aos que queríamos aproximar de Deus: Vem e vê! E ninguém que se tenha aproximado de Jesus saiu decepcionado.
Hoje, Filipe e Tiago são nossos intercessores diante de Jesus. Pomos sob a proteção de ambos o apostolado que estamos realizando com os nossos amigos e parentes.
II. O EVANGELHO DA MISSA6 conta-nos que Jesus, durante a Última Ceia, comunicou aos seus discípulos que lhes estava reservado um lugar no Céu, para que estivessem eternamente com Ele, e que já conheciam o caminho... A conversa prolongou-se com as perguntas dos discípulos e as respostas do Mestre. Em certo momento, Filipe interveio com uma pergunta que todos devem ter achado insólita: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta. E Jesus, num tom de censura carinhosa, respondeu-lhe: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, viu o Pai; como dizes: Mostra-nos o Pai?
Quantas vezes não terá tido Jesus que dirigir-nos a mesma censura que dirigiu a Filipe! Tantas vezes estive junto de ti e não o percebeste! E o Senhor poderia lembrar-nos uma ocasião e outra, circunstâncias difíceis em que talvez nos tenhamos sentido sozinhos e perdido a serenidade porque nos faltou o sentido da nossa filiação divina, da proximidade amorosa de Deus. Quanto bem não nos pode fazer hoje meditar na resposta de Jesus a este Apóstolo! Nele estamos representados todos nós.
Jesus revela o Pai; a Santíssima Humanidade de Cristo é o caminho para conhecermos e chegarmos ao trato íntimo com Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Em Cristo temos a suprema revelação de Deus aos homens. “Ele, com a sua presença e manifestação, com as suas palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua Morte e gloriosa Ressurreição, com o envio do Espírito de Verdade, leva à plenitude toda a Revelação e a confirma com testemunho divino, isto é, que Deus está conosco para nos livrar das trevas do pecado e da morte, e para nos fazer ressuscitar para uma vida eterna” 7. Ele preenche completamente a nossa vida. “Ele é suficiente para ti – afirma Santo Agostinho –; fora dEle, nenhuma coisa o é. Bem o sabia Filipe quando dizia: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta” 8. Vivemos com essa convicção?
III. NA PRIMEIRA LEITURA da Missa destes Apóstolos, lemos as palavras que São Paulo dirigiu aos primeiros cristãos de Corinto: Eu vos transmiti em primeiro lugar aquilo que eu mesmo recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, que foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Cefas...9
Paulo recebeu dos Apóstolos uma mensagem divina que por sua vez transmitiu aos que o seguiam. Foi o que fizeram também Filipe e Tiago, que deram a vida em testemunho dessa verdade. Como o Apóstolo das gentes, sabem muito bem qual deve ser o núcleo da sua pregação: Jesus Cristo, caminho para o Pai. É a Boa Nova que se transmite de geração em geração: Um dia transmite ao outro a mensagem, e uma noite sussurra-a a outra10, lemos no Salmo responsorial. Nós não temos coisas novas que dar a conhecer. É sempre a mesma Boa Nova: que Cristo morreu pelos nossos pecados..., que ressuscitou..., que vive ao nosso lado..., que nos ama como nunca ninguém será capaz de fazê-lo..., que nos destinou a uma eterna felicidade junto dEle..., a quem veremos cara a cara.
Este é o nosso apostolado: proclamar aos quatro ventos e de todas as maneiras possíveis a mesma doutrina que os Apóstolos pregavam: que Cristo vive e que só Ele pode saciar as ânsias da inteligência e do coração humano, que somente junto de Cristo se pode ser feliz, que Ele revela o Pai...
Os Apóstolos, como nós, depararam com dificuldades e obstáculos para estender o Reino de Cristo; mas não ficaram à espera de ocasiões propícias para fazê-lo, pois nesse caso não nos teria chegado provavelmente essa mensagem que dá sentido à nossa existência. É possível que, diante da falta de meios e da resistência das pessoas, os Apóstolos – e especialmente Filipe – recordassem aquele dia em que se tinham encontrado com o grande compromisso de alimentar uma multidão, sem terem provisões nem meios para adquiri-las 11. Jesus viu aquela multidão que o seguia e disse a Filipe: Onde compraremos pão para dar de comer a estes? E Filipe fez os cálculos e respondeu ao Mestre: Duzentos denários de pão não seriam suficientes para que cada um comesse um pouco. Fez as contas, e os meios de que dispunham estavam muito longe de cobrir as necessidades.
Jesus sente-se comovido e, mais uma vez, enche-se de sentimentos de misericórdia perante aquela multidão tão necessitada de compreensão e alívio. Mas, além disso, quer que os seus discípulos não esqueçam que sempre o terão ao seu lado. Eu estarei convosco eternamente12, dirá no final da sua vida aqui na terra. Filipe, estou há tanto tempo convosco e ainda não me conheces?
Deus é a parcela indispensável com que devemos contar para fecharmos as nossas contas. Na nossa ação apostólica pessoal, temos de contar com os duzentos denários – os meios humanos, sempre insuficientes –, mas não devemos esquecer que Jesus está sempre ao nosso lado com o seu poder e a sua misericórdia. Agora também o temos bem junto de nós. Quanto maiores forem as nossas dificuldades pessoais, as nossas necessidades na atividade apostólica e as nossas preocupações com a educação e a formação religiosa dos filhos, maior será a ajuda que Jesus nos prestará. Não deixemos de recorrer a Ele.
A Virgem, nossa Mãe, pela sua poderosa intercessão diante de Deus, jamais deixa de facilitar-nos o caminho.
(1) Gal 1, 18-19; At 21, 15-18; Gal 2, 19; (2) 2 Cor 15, 7; (3) Jo 1, 44; (4) Jo 1, 43; (5) Jo 1, 45; (6) Jo 14, 6-14; (7) Conc. Vat. II, Const. Dei Verbum, 4; (8) Santo Agostinho, Sermão 334, 4; (9) 1 Cor 15, 3-5; (10) Sl 18, 3; Salmo responsorial da Missa de 3 de maio; (11) cfr. Jo 6, 4 e segs.; (12) cfr. Mt 28, 20.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
03 de Maio 2019
A SANTA MISSA

2ª Semana da Páscoa – Sexta-feira
Cor: Branca
1ª Leitura: At 5,34-42
“Eles saíram muito contentes, por terem sido
considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus”.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 34 Um fariseu chamado Gamaliel levantou-se no Sinédrio. Era mestre da Lei e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante. 35 Depois disse: “Homens de Israel, vede bem o que estais para fazer contra esses homens. 36 Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram, e nada restou. 37 Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele morreu e todos os seus seguidores se dispersaram. 38 Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. 39 Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” E os membros do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel. 40 Chamaram então os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram. 41 Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. 42 E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 26, 1. 4. 13-14 (R. Cf. 4ab)
R. Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
habitar no santuário do Senhor.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1 O Senhor é minha luz e salvação;*
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;*
perante quem eu tremerei? R.
4 Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,*
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor*
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor*
e contemplá-lo no seu templo. R.
13 Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver*
na terra dos viventes.
14 Espera no Senhor e tem coragem,*
espera no Senhor! R.
Evangelho: Jo 6,1-15
“Distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, 1 Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2 Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3 Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. 4 Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5 Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6 Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7 Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8 Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10 Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11 Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12 Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13 Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14 Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15 Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
2 de maio | Bom dia, com Maria
Vamos Meditar a mensagem de Nossa Senhora, Rainha da Paz em Medjugorje do dia 25 de Abril de 2019 com a nossa Madre Kelly e a Ir. Maria Raquel.
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02 de Maio 2019
A SANTA MISSA

2ª Semana da Páscoa – Quinta-feira
Cor: Branca
1ª Leitura: At 5,27-33
“Disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo”.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 27 eles levaram os apóstolos e os apresentaram ao Sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los, 28 dizendo: “Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!” 29 Então Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. 30 O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. 31 Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. 32 E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que a Ele obedecem”. 33 Quando ouviram isto, ficaram furiosos e queriam matá-los.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33, 2.9. 17-18. 19-20 (R. 7a)
R. Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
2 Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, *
seu louvor estará sempre em minha boca.
9 Provai e vede quão suave é o Senhor! *
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! R.
17 mas ele volta a sua face contra os maus, *
para da terra apagar sua lembrança.
18 Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta *
e de todas as angústias os liberta. R.
19 Do coração atribulado ele está perto *
e conforta os de espírito abatido.
20 Muitos males se abatem sobre os justos, *
mas o Senhor de todos eles os liberta. R.
Evangelho: Jo 3,31-36
“O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
31 – ‘Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32 Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33 Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34 De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. 35 O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36 Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele’.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
A Comunhão dos Santos
TEMPO PASCAL. TERCEIRA SEMANA. SEXTA-FEIRA
– Comunidade de bens espirituais. O “tesouro da Igreja”.
– Estende-se a todos os cristãos. Ressonância incalculável das nossas boas obras.
– As indulgências.
I. NA PRIMEIRA LEITURA da Missa de hoje, relata-se um fato fundamental da vida de São Paulo, que ficaria gravado para sempre na sua alma: Quando estava já perto de Damasco, aconteceu que se viu subitamente rodeado de uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Saulo disse: Quem és, Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues 1. Nesta primeira revelação ao Apóstolo, Jesus mostra-se pessoal e intimamente ligado aos seus discípulos, a quem Paulo perseguia.
Mais tarde, quando expuser a doutrina do Corpo Místico de Cristo, um dos temas centrais da sua pregação, Paulo falará da união profunda que liga os cristãos entre si, por estarem unidos à Cabeça que é Cristo: Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele 2.
Esta fé inquebrantável na união dos fiéis entre si levava o Apóstolo a pedir aos primeiros cristãos de Roma, a quem ainda não conhecia pessoalmente, que rezassem para que Deus o livrasse dos incrédulos que ia encontrar na Judéia 3. Sentia-se muito unido aos seus irmãos na fé, e chamava-os santos nas suas cartas: Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Jesus Cristo que se acham em Filipos 4. Já nos primeiros tempos da Igreja, os cristãos, ao rezarem o Símbolo Apostólico, proclamavam como uma das principais verdades da fé: Creio na Comunhão dos Santos.
A Comunhão dos Santos consiste numa comunidade de bens de que todos se beneficiam. Não é uma participação em bens deste mundo, materiais, culturais, artísticos, mas uma comunidade de bens imperecíveis, que nos permite prestar uns aos outros uma ajuda incalculável.
Hoje, se oferecermos ao Senhor o nosso trabalho, a nossa oração, a nossa alegria e as nossas dificuldades, poderemos fazer muito bem a pessoas que estão longe de nós e à Igreja inteira.
“Vivei uma particular Comunhão dos Santos. E cada um sentirá, à hora da luta interior e à hora do trabalho profissional, a alegria e a força de não estar só” 5. Santa Teresa, consciente dos estragos que os erros protestantes causavam dentro da Igreja, sabia também deste apoio que podemos prestar uns aos outros: “Andam as coisas do serviço de Deus tão desfavorecidas que é mister aos que o servem arrimarem-se uns aos outros, para irem adiante” 6. E sempre se viveu esta doutrina no seio da Igreja 7.
“Que significa para mim a Comunhão dos Santos? Significa que todos os que estamos unidos em Cristo – os santos do Céu, as almas do purgatório e os que ainda vivemos na terra – devemos ter consciência das necessidades dos outros. Os santos do Céu [...] devem amar as almas que Jesus ama, e o amor que têm pelas almas do purgatório e pelas almas da terra não é um amor passivo. Os santos estão ansiosos por ajudar a caminhar para a glória essas almas cujo valor infinito estão agora em condições de apreciar como antes não podiam. E se a oração de um homem bom na terra pode mover o coração de Deus, como não será a força das orações que os santos oferecem por nós! Eles são os heróis de Deus, seus amigos íntimos, seus familiares” 8.
II. A COMUNHÃO DOS SANTOS estende-se até aos cristãos mais abandonados. Por mais só que se encontre, um cristão sabe muito bem que jamais morre só: toda a Igreja está a seu lado para devolvê-lo a Deus, que o criou.
A Comunhão dos Santos suplanta o tempo. Cada um dos atos que realizamos na caridade tem repercussões ilimitadas. No dia do Juízo, compreenderemos as ressonâncias incalculáveis que puderam ter na história do mundo as palavras, as ações ou as instituições de um santo, como também as nossas.
Todos precisamos uns dos outros, todos podemos ajudar-nos. Na verdade, todos participamos continuamente dos bens espirituais comuns da Igreja. Neste momento, alguém está rezando por nós e a nossa alma se está vitalizando pelo sofrimento, pelo trabalho ou pela oração de pessoas que talvez desconheçamos. Um dia, na presença de Deus, no momento do juízo particular, ficaremos a conhecer essas imensas contribuições que nos impediram de soçobrar ou nos ajudaram a situar-nos um pouco mais perto de Deus.
Por outro lado, se formos fiéis, também perceberemos com imensa alegria como foram eficazes para outras pessoas todos os nossos sacrifícios, orações e trabalhos, incluídos aqueles que, no momento em que os fazíamos, nos pareceram estéreis e de pouco interesse. Talvez vejamos como houve pessoas que se salvaram devido em boa parte à nossa oração, à nossa mortificação e às nossas obras.
De modo particular, vivemos e participamos desta comunhão de bens através da Santa Missa. A unidade de todos os membros da Igreja, mesmo dos que estão mais longe, aperfeiçoa-se todos os dias em torno do Corpo do Senhor, que se oferece pela sua Igreja e por toda a humanidade. “Pela Comunhão dos Santos, todos os cristãos recebem as graças de cada Missa, quer se celebre perante milhares de pessoas ou tenha por único assistente um menino, talvez distraído” 9.
São Gregório Magno expõe em termos muito expressivos e pedagógicos a eficácia maravilhosa da Santa Missa. “Parece-me – diz o Santo Doutor numa das suas homilias – que muitos dos que me ouvem conhecem o episódio que vou recordar. Conta-se que certa vez um homem foi feito prisioneiro dos seus inimigos e conduzido a um lugar muito distante da sua pátria. E como passava o tempo e sua mulher via que não regressava do cativeiro, deu-o por morto e oferecia sacrifícios por ele todas as semanas. E todas as vezes que a sua mulher oferecia sacrifícios pela absolvição da sua alma, outras tantas se soltavam os grilhões do seu cativeiro. Quando mais tarde regressou à sua cidade, contou com admiração à esposa como as correntes que o prendiam no calabouço se soltavam, por si sós, em determinados dias da semana. Sua mulher, considerando os dias e as horas em que isso acontecia, tanto quanto ela pôde recordar, reconheceu que seu esposo ficava livre quando era oferecido pela sua alma o Santo Sacrifício” 10. Muitas correntes se quebram todos os dias graças às orações dos outros.
III. A UNIDADE INVISÍVEL da Igreja tem múltiplas manifestações visíveis. Um dos momentos privilegiados desta unidade tem lugar no sacramento que recebe precisamente o nome de Comunhão, nesse augusto Sacrifício que é o mesmo e único em toda a terra. Um só é o sacerdote que o oferece, uma a Vítima, um o povo que também o oferece, um só o Deus a quem se oferece, um só o resultado da oferenda: Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão 11. Assim como no dia de ontem este pão era apenas um punhado de grão soltos, assim os cristãos, na medida da sua união com Cristo, fundem-se num só corpo, ainda que provenham de lugares e condições bem diversas. “O sacramento do pão eucarístico – afirma o Concílio Vaticano II – significa e realiza a unidade dos fiéis que constituem um só corpo em Cristo” 12. É “o sacramento da caridade” 13, que exige a união entre os irmãos.
É também verdade de fé que esta comunicação de bens espirituais existe entre os fiéis que constituem a Igreja triunfante, padecente e militante. Podemos colocar-nos sob a proteção e receber ajuda dos santos (canonizados ou não) que já estão no Céu, dos anjos, das almas que ainda se purificam no purgatório (cujo fardo também podemos ajudar a aliviar, daqui da terra) e dos nossos irmãos que, como nós, peregrinam em direção à pátria definitiva. Quando cumprimos o piedoso dever de rezar e oferecer sufrágios pelos defuntos, devemos lembrar-nos especialmente daqueles com quem mantivemos vínculos mais estreitos aqui na terra: pais, irmãos, amigos, etc. Eles contam com as nossas orações. A Santa Missa é também o sufrágio mais importante que podemos oferecer pelos defuntos.
Baseia-se também no dogma da Comunhão dos Santos a doutrina das indulgências. Através delas, a Igreja administra com autoridade as graças alcançadas por Cristo, pela Virgem Maria e pelos santos; e, desde que se verifiquem certas condições, emprega essas graças para satisfazer pela pena devida pelos nossos pecados, como também pela das almas que estão no purgatório.
A doutrina sobre este intercâmbio de bens espirituais deve ser para nós um grande estímulo para rezarmos com devoção, para cumprirmos com fidelidade os nossos deveres e oferecermos a Deus todas as nossas obras, sabendo que todos os nossos trabalhos, doenças, contrariedades e orações constituem uma ajuda formidável para os outros. Nada se perde daquilo que fizermos com retidão de intenção. Se vivêssemos melhor esta realidade da nossa fé, a nossa vida estaria cheia de frutos.
“Um pensamento que te ajudará nos momentos difíceis: quanto mais aumentar a minha fidelidade, melhor contribuirei para que os outros cresçam nesta virtude. – E é tão atraente sentirmo-nos sustentados uns pelos outros!” 14
Pode animar-nos a viver melhor este dia o pensamento de que alguém está intercedendo por nós neste instante, e de que alguém espera a nossa oração para sair de uma má situação ou para decidir-se a seguir mais de perto o Senhor.
(1) At 9, 3-5; (2) 1 Cor 12, 26; (3) Rom 15, 30-31; (4) Fil 1, 1; (5) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 545; (6) Santa Teresa, Vida, 7-8; (7) cfr. Santo Inácio de Antioquia, Carta aos Efésios, 2, 2-5; São Cipriano, Carta 60; São Clemente, Carta aos Corintios, 36, 1 e segs.; Santo Ambrósio, Tratado sobre Caim e Abel, 1 e segs.; (8) L. J. Trese, A fé explicada, 4ª ed., Quadrante, São Paulo, 1987, pág. 135; (9) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 89; (10) São Gregório Magno, Homilia sobre os Evangelhos, 37; (11) 1 Cor 10, 17; (12) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 3; (13) São Tomás, Suma Teológica, 3, q. 73, a. 3; (14) Josemaría Escrivá, Sulco, n. 948.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
01 de Maio 2019
A SANTA MISSA

São José Operário
Cor: Branca
1ª Leitura: Gn 1,26–2,3
“Enchei e dominai a terra.”
Leitura do Livro do Gênesis
26 Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”. 27 E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28 E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra”. 29 E Deus disse: “Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra, e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. 30 E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez. 31 E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia. 2,1 E assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. 2 No sétimo dia, Deus considerou acabada toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda a obra que fizera. 3 Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, porque nesse dia descansou de toda a obra da criação.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Ou:
1ª Leitura (Cl 3, 14-15.17.23-24)
Leitura da Carta de São Paulo apóstolo aos Colossenses
Irmãos: 14 Acima de tudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. 15 Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. 17 Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai. 23 Tudo o que fizerdes, fazei-o de coração, como para o Senhor e não para os homens. 24 Pois vós bem sabeis que recebereis do Senhor a herança como recompensa. Servi a Cristo, o Senhor.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 89 2.3-4.12-13.14 e 16 (R. 17c)
R. Ó Senhor, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!
2 Já bem antes que as montanhas fossem feitas
ou a terra e o mundo se formassem,
desde sempre e para sempre vós sois Deus. R.
3 Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
4 Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou. R.
12 Ensinai-nos a contar os nossos dias,
e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor,
13 voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos! R.
14 Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo dia!
16 Manifestai a vossa obra a vossos servos,
e a seus filhos revelai a vossa glória! R.
Evangelho: Mt 13,54-58
“Não é Ele o filho do carpinteiro?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, 54 dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55 Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” 57 E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58 E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
30 de Abril 2019
A SANTA MISSA

2ª Semana da Páscoa – Terça-feira
Cor: Branca
1ª Leitura: At 4,32-37
“Um só coração e uma só alma”.
Leitura dos Atos dos Atos dos Apóstolos
32 A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum. 33 Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos. 34 Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas, vendiam-nas, levavam o dinheiro, 35 e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um. 36 José, chamado pelos apóstolos de Barnabé, que significa filho da consolação, levita e natural de Chipre, 37 possuía um campo. Vendeu e foi depositar o dinheiro aos pés dos apóstolos.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 92, 1ab. 1c-2. 5 (R. 1a)
R. Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1a Deus é Rei e se vestiu de majestade,*
1b revestiu-se de poder e de esplendor! R.
1c Vós firmastes o universo inabalável,
2 vós firmastes vosso trono desde a origem,*
desde sempre, ó Senhor, vós existis! R.
5 Verdadeiros são os vossos testemunhos,
refulge a santidade em vossa casa,*
pelos séculos dos séculos, Senhor! R.
Evangelho: Jo 3,7b-15
“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele
que desceu do céu, o Filho do Homem”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo disse Jesus a Nicodemos: 7b Vós deveis nascer do alto. 8 O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito’. 9 Nicodemos perguntou: ‘Como é que isso pode acontecer?’ 10 Respondeu-lhe Jesus: ‘Tu és mestre em Israel, mas não sabes estas coisas? 11 Em verdade, em verdade te digo, nós falamos daquilo que sabemos e damos testemunho daquilo que temos visto, mas vós não aceitais o nosso testemunho. 12 Se não acreditais, quando vos falo das coisas da terra, como acreditareis se vos falar das coisas do céu? 13 E ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14 Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!