05 de Julho 2019
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Gn 23, 1-4.19; 24, 1-8.62-67
“Isaac recebeu Rebeca por esposa e amou-a,
consolando-se assim da morte da mãe.”
Leitura do Livro do Gênesis
1 Sara viveu cento e vinte e sete anos, 2 e morreu em Cariat Arbe, que é Hebron, em Canaã. Abraão veio fazer luto por Sara e chorá-la. 3 Depois levantou-se de junto da morta e falou aos hititas: 4 ‘Sou um estrangeiro e hóspede no vosso meio. Cedei-me como propriedade entre vós um lugar de sepultura, onde possa sepultar minha esposa que morreu’. 19 Assim, Abraão sepultou Sara, sua mulher, na caverna do campo de Macpela, em frente de Mambré, que é Hebron, na terra de Canaã. 24,1 Abraão já era velho, de idade avançada, e o Senhor o havia abençoado em tudo. 2 Abraão disse ao servo mais antigo da sua casa, administrador de todos os seus bens: ‘Põe a mão debaixo da minha coxa 3 e jura-me pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não escolherás para meu filho uma mulher entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu moro; 4 mas tu irás à minha terra natal, buscar entre os meus parentes uma mulher para o meu filho Isaac’ 5 E o servo respondeu: ‘E se a mulher não quiser vir comigo para esta terra, deverei levar teu filho para a terra de onde saíste?’ 6 Abraão respondeu: ‘Guarda-te de levar meu filho de volta para lá. 7 O Senhor, Deus do céu, que me tirou da casa do meu pai e da minha terra natal, e que me falou e jurou, dizendo: ‘É tua descendência darei esta terra’, ele mesmo enviará seu anjo diante de ti e trarás de lá uma mulher para meu filho. 8 Porém, se a mulher não quiser vir contigo, ficarás livre deste juramento; mas de maneira alguma levarás meu filho de volta para lá’. 62 Isaac tinha voltado da região do poço de Laai-Roí e morava na terra do Negueb. 63 Ao cair da tarde, Isaac saiu para o campo a passear. Levantando os olhos, viu camelos que chegavam, 64 Rebeca também, erguendo os olhos, viu Isaac. Desceu do camelo, 65 e perguntou ao servo: ‘Quem é aquele homem que vem pelo campo, ao nosso encontro?’ O Servo respondeu: ‘É o meu senhor’. Ela puxou o véu e cobriu o rosto. 66 Então o servo contou a Isaac tudo o que tinha feito. 67 Ele introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mãe, e recebeu-a por esposa. Isaac amou-a, consolando-se assim da morte da mãe.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 105(106), 1-2.3-4a.4b-5(R. 1a)
R. Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *
porque eterna é a sua misericórdia!
2 Quem contará os grandes feitos do Senhor? *
Quem cantará todo o louvor que ele merece? R.
3 Felizes os que guardam seus preceitos *
e praticam a justiça em todo o tempo!
4a Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos, *
pelo amor que demonstrais ao vosso povo! R.
4b Visitai-me com a vossa salvação, *
5 para que eu veja o bem-estar do vosso povo,
e exulte na alegria dos eleitos, *
e me glorie com os que são vossa herança. R.
Evangelho: Mt 9,9-13
“Não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 9 Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: ‘Segue-me!’ Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10 Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.11 Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: ‘Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?’12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu: ‘Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes.13 Aprendei, pois, o que significa: `Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores’.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Santa Isabel de Portugal
04 de Julho
Santa Isabel de Portugal
“Onde, se não na corte, são mais necessárias as mortificações? Aqui os perigos são maiores”, costumava dizer Santa Isabel de Portugal, cuja memória litúrgica é celebrada neste dia 4 de julho.
Foi dessa forma que a santa viveu, como uma mulher de caridade e reconciliadora, mesmo cercada pelas pompas, intrigas e lutas do reino.
Isabel nasceu na Espanha, em 1271, filha de Pedro II, rei de Aragão. Quando veio ao mundo, seu pai, ainda um jovem príncipe, queria se divertir. Por isso, deixou a menina sob os cuidados de seu avô, Tiago I, o qual levava uma vida voltada para a fé e deu uma educação cristã para a futura rainha.
Quando estava em seu leito de morte, Tiago I acariciou sua neta, então com seis anos, e declarou que ela seria uma pedra preciosa da casa de Aragão, profecia que viria a se concretizar anos mais tarde.
Aos 12 anos, pretendentes pediram Isabel em casamento e seu pai escolheu o herdeiro do trono de Portugal, dom Dinis.
Era tida como uma das rainhas mais belas da corte espanhola e portuguesa, sendo conhecida também por sua personalidade forte e doce, sua inteligência e diplomacia. Foi um grande testemunho de esposa cristã, mulher de oração e centrada na Eucaristia.
Deu à luz dois filhos: Constância, que viria a se tornar rainha de Castela, e Afonso, herdeiro do trono de Portugal e que viveu muito conflitos com o pai, mediados e reconciliados pela santa.
Isabel viu seu marido se lançar a numerosas aventuras extraconjugais, que a humilhavam diante todos. Porém, mostrou-se magnânima no perdão, chegando até mesmo a criar os filhos frutos desses relacionamentos, com o mesmo afeto que dedicava aos seus próprios filhos.
Certa vez, porém, seu marido se deixou tomar pelo ciúme e deu créditos às calúnias e insinuações de um cortesão que não conseguiu se aproximar de Isabel. Foi grande o sofrimento da rainha, mas ela não desistiu e conseguiu provar sua inocência.
Em meio aos dramas familiares, Isabel ainda dedicava atenção às disputas internas das cortes de Portugal e Espanha, destacando-se como única voz a pregar a concórdia e conseguir a pacificação.
Por outro lado, tinha grande preocupação pelos mais necessitados. Ocupava seu tempo ajudando os pobres, os enfermos, por meio da caridade e da piedade. Construiu o hospital dos inocentes, para receber crianças cujas mães desejavam abandonar.
Conta a tradição popular que, certa vez, a rainha saia para distribuir pães aos desfavorecidos durante o inverno, quando o rei Dinis a interceptou o perguntou o que levava no regaço. Ela responde: “São rosas”. O rei questionou como poderia haver rosas naquela estação, ao que Isabel expôs o conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que tinha ocultado.
Isabel também construiu o Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, o mosteiro cisterciense de Almoste e o Santuário do Espírito Santo em Alenquer.
Quando o rei Dinis morreu, a rainha se recolheu no Mosteiro de Santa Clara, ingressando na Ordem Terceira Franciscana. Abdicou de seu título de nobreza, depositou sua coroa no altar de São Tiago de Compostela e doou sua fortuna pessoal para as obras de caridade.
Isabel partiu para a Casa do Pai no dia 4 de julho de 1336, em Estremoz, e foi sepultada no Mosteiro de Coimbra. Em 1665, foi canonizada pelo Papa Urbano VIII. Foi declarada padroeira de Portugal e é invocada como “a rainha santa da concórdia e da paz”.
Fonte: https://www.acidigital.com
04 de Julho 2019
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Quinta-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Gn 22, 1-19
“O sacrifício de nosso pai Abraão”.
Leitura do Livro do Gênesis
Naqueles dias: 1 Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: ‘Abraão!’ E ele respondeu: ‘Aqui estou’. 2 E Deus disse: ‘Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirije-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar’. 3 Abraão levantou-se bem cedo, selou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos e seu filho Isaac. Depois de ter rachado lenha para o holocausto, pôs-se a caminho, para o lugar que Deus lhe havia ordenado. 4 No terceiro dia, Abraão, levantando os olhos, viu de longe o lugar. 5 Disse, então, aos seus servos: ‘Esperai aqui com o jumento, enquanto eu e o menino vamos até lá. Depois de adorarmos a Deus, voltaremos a vós’. 6 Abraão tomou a lenha para o holocausto e a pôs às costas do seu filho Isaac, enquanto ele levava o fogo e a faca. E os dois continuaram caminhando juntos. 7 Isaac disse a Abraão: ‘Meu pai’. – ‘Que queres, meu filho?’, respondeu ele. E o menino disse: ‘Temos o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?’ 8 Abraão respondeu: ‘Deus providenciará a vítima para o holocausto, meu filho’. E os dois continuaram caminhando juntos. 9 Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10 Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. 11 E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: ‘Abraão! Abraão!’ Ele respondeu: ‘Aqui estou!’. 12 E o anjo lhe disse: ‘Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único’. 13 Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho. 14 Abraão passou a chamar aquele lugar: ‘O Senhor providenciará’. Donde até hoje se diz: ‘O monte onde o Senhor providenciará’. 15 O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, 16 e lhe disse: ‘Juro por mim mesmo – oráculo do Senhor -, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, 17 eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. 18 Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste’. 19 Abraão tornou para junto dos seus servos, e, juntos, puseram-se a caminho de Bersabéia, onde Abraão passou a morar.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 114(116), 1-2.3-4.5-6.8-9(R. 9)
R. Andarei na presença de Deus,
junto a ele, na terra dos vivos.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
1 Eu amo o Senhor, porque ouve*
o grito da minha oração.
2 Inclinou para mim seu ouvido,*
no dia em que eu o invoquei. R.
3 Prendiam-me as cordas da morte,
apertavam-me os laços do abismo;*
invadiam-me angústia e tristeza:
4 eu então invoquei o Senhor*
‘Salvai, ó Senhor, minha vida!’ R.
5 O Senhor é justiça e bondade,*
nosso Deus é amor-compaixão.
6 É o Senhor quem defende os humildes:*
eu estava oprimido, e salvou-me. R.
8 Libertou minha vida da morte,
enxugou de meus olhos o pranto*
e livrou os meus pés do tropeço.
9 Andarei na presença de Deus,*
junto a ele na terra dos vivos. R.
Evangelho: Mt 9,1-8
“A multidão glorificou a Deus,
por ter dado tal poder aos homens”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo:1 Entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2 Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: ‘Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!’ 3 Então alguns mestres da Lei pensaram: ‘Esse homem está blasfemando!’ 4 Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: ‘Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5 O que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? 6 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, – disse, então, ao paralítico – ‘Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa.’ 7 O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8 Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
03 de Julho 2019
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Gn 21, 5.8-20
“O filho de uma escrava não pode ser herdeiro com o meu filho Isaac.”
Leitura do Livro do Gênesis
5 Abraão tinha cem anos quando lhe nasceu o filho Isaac. 8 Entretanto, o menino cresceu e foi desmamado; e no dia em que o menino foi desmamado, Abraão deu um grande banquete. 9 Sara, porém, viu o filho que a egípcia Agar dera a Abraão brincando com Isaac. 10 E disse a Abraão: ‘Manda embora essa escrava e seu filho, pois o filho de uma escrava não pode ser herdeiro com o meu filho Isaac’. 11 Abraão ficou muito desgostoso com isso, por se tratar de um filho seu. 12 Mas Deus lhe disse: ‘Não te aflijas por causa do menino e da tua escrava. Atende a tudo o que Sara te pedir, pois é por Isaac que uma descendência levará o teu nome. 13 Mas do filho da escrava farei também um grande povo, por ele ser da tua raça’. 14 Abraão levantou-se de manhã, tomou pão e um odre de água e os deu a Agar, colocando-os nos ombros dela: depois, entregou-lhe o menino e despediu-a. Ela foi-se embora e andou vagueando pelo deserto de Bersabéia. 15 Tendo acabado a água do odre, largou o menino debaixo de um arbusto, 16 e foi sentar-se em frente dele, à distância de um tiro de arco. Pois dizia consigo: ‘Não quero ver o menino morrer’. Assim, ficou sentada defronte ao menino, e pôs-se a gritar e a chorar. 17 Deus ouviu o grito do menino e o anjo de Deus chamou do céu a Agar, dizendo: ‘Que tens Agar? Não tenhas medo, pois Deus ouviu a voz do menino do lugar em que está. 18 Levanta-te, toma o menino e segura-o bem pela mão, porque farei dele um grande povo’. 19 Deus abriu-lhe os olhos, e ela viu um poço de água. Foi então encher o odre e deu de beber ao menino. 20 Deus estava com o menino, que cresceu e habitou no deserto.
tornando-se um jovem arqueiro.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33(34), 7-8.10-11.12-13(R. 7a)
R. Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido.
7 Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, *
e o Senhor o libertou de toda angústia.
8 O anjo do Senhor vem acampar *
ao redor dos que o temem, e os salva. R.
10 Respeitai o Senhor Deus, seus santos todos, *
porque nada faltará aos que o temem.
11 Os ricos empobrecem, passam fome, *
mas aos que buscam o Senhor não falta nada. R.
12 Meus filhos, vinde agora e escutai-me: *
vou ensinar-vos o temor do Senhor Deus.
13 Qual o homem que não ama sua vida, *
procurando ser feliz todos os dias? R.
Evangelho: Mt 8,28-34
“Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 28 ndo Jesus chegou à outra margem do lago, na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 Eles então gritaram: ‘O que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?’ 30 Ora, a certa distância deles, estava pastando uma grande manada de porcos. 31 Os demônios suplicavam-lhe: ‘Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos.’ 32 Jesus disse: ‘Ide.’ Os demônios saíram, e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33 Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até à cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34 Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
02 de Julho 2019
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Terça-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Gn 19, 15-29
“O Senhor fez então chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra.”
Leitura do Livro do Gênesis
Naqueles dias: 15 Os anjos insistiram com Ló, dizendo: ‘Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas, e sai, para não morreres também por causa das iniquidades da cidade’. 16 Como ele hesitasse, os homens tomaram-no pela mão, a ele, à mulher e às duas filhas – pois o Senhor tivera compaixão dele -, fizeram-nos sair e deixaram-nos fora da cidade. 17 Uma vez fora, disseram: ‘Trata de salvar a tua vida. Não olhes para trás, nem te detenhas em parte alguma desta região. Mas foge para a montanha, se não quiseres morrer’. 18 Ló respondeu: ‘Não, meu Senhor, eu te peço! 19 O teu servo encontrou teu favor e foi grande a tua bondade, salvando-me a vida. Mas receio não poder salvar-me na montanha, antes que a calamidade me atinja e eu morra. 20 Eis aí perto uma cidade onde poderei refugiar-me; é pequena, mas aí salvarei a minha vida’. 21 E ele lhe disse: ‘Pois bem, concedo-te também este favor: não destruirei a cidade de que falas. 22 Refugia-te lá depressa, pois nada posso fazer enquanto não tiveres entrado na cidade’. Por isso foi dado àquela cidade o nome de Segor. 23 O sol estava nascendo, quando Ló entrou em Segor. 24 O Senhor fez então chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra. 25 Destruiu as cidades e toda a região, todos os habitantes das cidades e até a vegetação do solo. 26 Ora, a mulher de Ló olhou para trás e tornou-se uma estátua de sal. 27 Abraão levantou-se bem cedo e foi até o lugar onde antes tinha estado com o Senhor. 28 Olhando para Sodoma e Gomorra, e para toda a região, viu levantar-se da terra uma densa fumaça, como a fumaça de uma fornalha. 29 Mas, ao destruir as cidades da região, Deus lembrou-se de Abraão
e salvou Ló da catástrofe que arrasou as cidades onde Ló havia morado.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 25(26), 2-3.9-10.11-12(R. 3a)
R. Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.
2 Provai-me, ó Senhor, e examinai-me, *
sondai meu coração e o meu íntimo!
3 Pois tenho sempre vosso amor ante meus olhos; *
vossa verdade escolhi por meu caminho. R.
9 Não junteis a minha alma à dos malvados, *
nem minha vida à dos homens sanguinários;
10 eles têm as suas mãos cheias de crime; *
sua direita está repleta de suborno. R.
11 Eu, porém, vou caminhando na inocência; *
libertai-me, ó Senhor, tende piedade!
12 Está firme o meu pé na estrada certa; *
ao Senhor eu bendirei nas assembleias. R.
Evangelho: Mt 8,23-27
“Levantando-se, ameaçou os ventos e o mar,
e fez-se uma grande calmaria”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 23 Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24 E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia. 25 Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: ‘Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!’ 26 Jesus respondeu: ‘Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?’ Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. 27 Os homens ficaram admirados e diziam: ‘Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
01 de Julho 2019
A SANTA MISSA

13ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: Gn 18, 16-33
“Vais realmente exterminar o justo com o ímpio?”
Leitura do Livro do Gênesis
16 Os homens levantaram-se e partiram na direção de Sodoma. Abraão acompanhava-os para encaminhá-los. 17 E o Senhor disse consigo: ‘Acaso poderei ocultar a Abraão o que vou fazer? 18 Pois Abraão virá a ser uma nação grande e forte e nele serão abençoadas todas as nações da terra. 19 De fato, eu o escolhi, Para que ensine seus filhos e sua família a guardarem os caminhos do Senhor, praticando a justiça e o direito, a fim de que o Senhor cumpra em favor de Abraão tudo o que lhe prometeu’. 20 Então, o Senhor disse: ‘O clamor contra Sodoma e Gomorra cresceu, e agravou-se muito o seu pecado. 21 Vou descer para verificar se as suas obras correspondem ou não ao clamor que chegou até mim’. 22 Partindo dali, os homens dirigiram-se a Sodoma, enquanto Abraão ficou na presença do Senhor. 23 Então, aproximando-se, disse Abraão: ‘Vais realmente exterminar o justo com o ímpio? 24 Se houvesse cinqüenta justos na cidade, acaso iríeis exterminá-los? Não pouparias o lugar por causa dos cinqüenta justos que ali vivem? 25 Longe de ti agir assim, fazendo morrer o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio. Longe de ti! O juiz de toda a terra não faria justiça?’ 26 O Senhor respondeu: ‘Se eu encontrasse em Sodoma cinqüenta justos, pouparia por causa deles a cidade inteira’. 27 Abraão prosseguiu dizendo: ‘Estou sendo atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza. 28 Se dos cinqüenta justos faltassem cinco, destruirias por causa dos cinco a cidade inteira?’ O Senhor respondeu: ‘Não destruiria, se achasse ali quarenta e cinco justos’. 29 Insistiu ainda Abraão e disse: ‘E se houvesse quarenta?’ Ele respondeu: ‘Por causa dos quarenta, não o faria’. 30 Abraão tornou a insistir: ‘Não se irrite o meu Senhor, se ainda falo. E se houvesse apenas trinta justos?’. Ele respondeu: ‘Também não o faria, se encontrasse trinta’. 31 Tornou Abraão a insistir: ‘Já que me atrevi a falar a meu Senhor, e se houver vinte justos?’ Ele respondeu: ‘Não a iria destruir por causa dos vinte’. 32 Abraão disse: ‘Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar só mais uma vez: e se houvesse apenas dez?’ Ele respondeu: ‘Por causa dos dez, não a destruiria’. 33 Tendo acabado de falar, o Senhor retirou-se, e Abraão voltou para a sua tenda.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 102(103), 1-2.3-4.8-9.10-11 (R. 8a)
R. O Senhor é indulgente, é favorável.
1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, *
e todo o meu ser, seu santo nome!
2 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, *
não te esqueças de nenhum de seus favores! R.
3 Pois ele te perdoa toda culpa, *
e cura toda a tua enfermidade;
4 da sepultura ele salva a tua vida *
e te cerca de carinho e compaixão. R.
8 O Senhor é indulgente, é favorável, *
é paciente, é bondoso e compassivo.
9 Não fica sempre repetindo as suas queixas, *
nem guarda eternamente o seu rancor. R.
10 Não nos trata como exigem nossas faltas, *
nem nos pune em proporção às nossas culpas.
11 Quanto os céus por sobre a terra se elevam, *
tanto é grande o seu amor aos que o temem. R.
Evangelho: Mt 8,18-22
“Segue-me!”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo; 18 Vendo uma multidão ao seu redor, Jesus mandou passar para a outra margem do lago. 19 Então um mestre da Lei aproximou-se e disse: ‘Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás.’ 20 Jesus lhe respondeu: ‘As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.’ 21 Um outro dos discípulos disse a Jesus: ‘Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai.’ 22 Mas Jesus lhe respondeu: ‘Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
30 de Junho 2019
A SANTA MISSA

Solenidade: São Pedro e São Paulo, apóstolos
Cor: Vermelha
1ª Leitura: At 12,1-11
“Agora sei que o Senhor enviou o seu anjo
para me libertar do poder de Herodes”.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias,1 o rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. 2 Mandou matar à espada Tiago, irmão de João. 3 E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender a Pedro. Eram os dias dos Pães ázimos. 4 Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa. 5 Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele. 6 Herodes estava para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes; e os guardas vigiavam a porta da prisão. 7 Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As corrrentes caíram-lhe das mãos. 8 O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!” 9 Pedro acompanhou-o, e não sabia que era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que aquilo era uma visão. 10 Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. 11 Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 5)
R. De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
2 Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, *
seu louvor estará sempre em minha boca.
3 Minha alma se gloria no Senhor; *
que ouçam os humildes e se alegrem! R.
4 Comigo engrandecei ao Senhor Deus, *
exaltemos todos juntos o seu nome!
5 Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, *
e de todos os temores me livrou. R.
6 Contemplai a sua face e alegrai-vos, *
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
7 Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, *
e o Senhor o libertou de toda angústia. R.
8 O anjo do Senhor vem acampar *
ao redor dos que o temem, e os salva.
9 Provai e vede quão suave é o Senhor! *
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! R.
2ª Leitura: 2Tm 4,6-8.17-18
“Agora está reservada para mim a coroa da justiça”.
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo
Caríssimo: 6 Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7 Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8 Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa. 17 Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. 18 O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Mt 16,13-19
“Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo: 13 Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14 Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15 Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17 Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz es tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18 Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
29 de Junho 2019
A SANTA MISSA

Memória: Imaculado Coração de Maria
Cor: Branca
1ª Leitura: Is 61,9-11
“Exulto de alegria no Senhor”.
Leitura do Livro do Profeta Isaías
9 A descendência do meu povo será conhecida entre as nações, e seus filhos se fixarão no meio dos povos; quem os vir há de reconhecê-los como descendentes abençoados por Deus. 10 Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa, ou uma noiva com suas joias. 11 Assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, assim o Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: 1Sm 2,1.4-5.6-7 8abcd (R. cf. 1a)
R. Meu coração se regozija no Senhor.
1 Exulta no Senhor meu coração, *
e se eleva a minha fronte no meu Deus;
minha boca desafia os meus rivais *
porque me alegro com a vossa salvação. R.
4 O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, *
mas os fracos se vestiram de vigor.
5 Os saciados se empregaram por um pão, *
mas os pobres e os famintos se fartaram.
Muitas vezes deu à luz a que era estéril, *
mas a mãe de muitos filhos definhou. R.
6 É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, *
faz descer à sepultura e faz voltar;
7 é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, *
é o Senhor quem nos humilha e nos exalta. R.
8a O Senhor ergue do pó o homem fraco, *
8b do lixo ele retira o indigente,
8c para fazê-los assentar-se com os nobres *
8d num lugar de muita honra e distinção. R.
Evangelho: Lc 2,41-51
“Sua mãe conservava no coração todas estas coisas”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42 Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43 Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44 Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45 Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46 Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47 Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48 Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. 49 Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50 Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51 Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Amor a Deus
TEMPO COMUM. DÉCIMO TERCEIRO DOMINGO. ANO A
– Somente Deus merece ser amado de modo absoluto e sem condições. Quando se ama a Deus sobre todas as coisas, os retos afetos humanos elevam‑se e enobrecem‑se.
– Não há peso nem medida no amor a Deus.
– Manifestações do amor a Deus.
I. JESUS ENSINA‑NOS em muitas ocasiões que Deus deve ser o nosso principal amor, e que as criaturas devem ser amadas de modo secundário e subordinado. No Evangelho da Missa1, admoesta‑nos com palavras que não deixam lugar a dúvidas: Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o seu filho ou a sua filha mais que a mim não é digno de mim. E ainda: Quem ama a sua vida perdê‑la‑á; mas quem perder a sua vida por amor de mim encontrá‑la‑á.
Só Deus merece ser amado de modo absoluto e sem condições; tudo o mais deve ser amado na medida em que é amado por Deus. O Senhor pede‑nos sem dúvida que amemos a família e o próximo, mas nem mesmo estes amores devem ser antepostos ao amor de Deus, que deve ocupar sempre o primeiro lugar. Amando a Deus, os demais amores da terra purificam‑se e crescem, o coração dilata‑se e torna‑se verdadeiramente capaz de amar, superando os obstáculos e as reservas de egoísmo sempre presentes na criatura humana. Quando se ama a Deus em primeiro lugar, os amores limpos desta vida elevam‑se e enobrecem‑se ainda mais.
Para amar a Deus como Ele pede, é necessário, além disso, perder a própria vida, a do homem velho. Torna‑se necessário extirpar as tendências desordenadas que inclinam a pecar, destruir o egoísmo, às vezes brutal, que leva o homem a procurar‑se a si próprio em tudo o que faz2. Deus quer que conservemos tudo o que é reto e são na natureza humana, o que há de bom em cada ser humano e o que o distingue dos outros homens: nada do que é positivo e perfeito – do que é verdadeiramente humano – se perderá. A vida da graça penetra e eleva esses elementos positivos, enriquecendo assim a personalidade do cristão que ama a Deus. Quanto mais o homem morrer para si próprio, mais humano se tornará, e mais preparado para a vida sobrenatural.
O cristão que luta por negar‑se a si próprio encontra uma nova vida: a de Jesus. Respeitando o que é próprio de cada um, a graça transforma‑nos até nos fazer adquirir os mesmos sentimentos de Cristo em relação aos homens e aos acontecimentos; vamos imitando as suas atitudes, de tal maneira que surge em nós uma nova maneira de pensar e de agir, simples e natural; passamos a ter os mesmos desejos de Cristo: cumprir a vontade do Pai, que é expressão clara do amor.
O cristão identifica‑se, pois, com Jesus – conservando o seu próprio modo de ser – na medida em que, com a ajuda da graça, se vai despojando de si próprio para abrir‑se ao amor de Deus que nos foi revelado em Jesus Cristo: Desejo aniquilar‑me para estar com Cristo3, exclamava São Paulo.
II. PELA ELEVAÇÃO à ordem da graça, o cristão ama com o mesmo amor de Deus, que lhe é concedido como dom inefável4. Esta é a essência da caridade, que se recebe no Batismo e que o cristão pode contribuir para aumentar mediante a oração, os sacramentos e o exercício das boas obras.
Infundido na alma do cristão, este amor “deve ser a regra de todas as ações. Assim como os objetos que construímos se consideram corretos e acabados quando correspondem ao projeto traçado previamente, assim também qualquer ação humana será reta e virtuosa quando estiver de acordo com a regra divina do amor; se dela se afastar, não será boa nem perfeita”5. Para que todas as nossas obras possam ser avaliadas e medidas por essa regra, a alma em graça não recebe o amor divino como um corpo estranho, mas como dom que impregna a vontade, que a aperfeiçoa e eleva, a fim de que se ordene e alcance essa unidade do querer tão própria do amor de Deus.
A caridade, virtude sobrenatural pela qual amamos a Deus, e em Deus amamos o próximo, frutifica na medida em que a pomos em prática: quanto mais amamos, mais cresce a nossa capacidade de amar. “E se aquele que ama não possui o amor de forma total, tanto sofre quanto lhe falta por possuir [...]. E enquanto não chega esse momento, a alma está como num copo vazio que espera estar cheio; como alguém que tem fome e suspira pela comida; ou como o doente que anseia pela saúde; ou como aquele que está suspenso no ar e não tem onde apoiar‑se”6, diz São João da Cruz.
Não há peso nem medida para amar a Deus. Ele espera que o amemos com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente7. O amor a Deus sempre pode crescer. O Senhor diz aos seus filhos, a cada um em particular: Amei‑te com amor eterno; por isso, compadecido de ti, te atraí a Mim8. Peçamos‑lhe que nos convença desta realidade: só existe um amor absoluto, que é a fonte de todos os amores retos e nobres.
Aquele que ama a Deus é quem melhor e mais ama as criaturas, todas; a algumas, “é fácil amá‑las; a outras, é difícil: não são simpáticas, ofenderam‑nos ou prejudicaram‑nos; somente se amo a Deus seriamente, chego a amá‑las enquanto filhas de Deus e porque Ele o manda. Jesus estabeleceu também como amar o próximo, isto é, não só com o sentimento, mas com atos: [...] Tive fome na pessoa dos meus irmãos mais pequenos; destes‑me de comer? Visitastes‑me quando estava doente?”9 Ajudastes‑me a carregar os fardos quando eram excessivamente pesados para que Eu os carregasse sozinho?
Amar o próximo em Deus não significa amá‑lo mediante circunlóquios: o amor a Deus é um atalho para chegarmos aos nossos irmãos. Só em Deus podemos entender de verdade os homens, compreendê‑los e amá‑los, mesmo no meio dos seus defeitos e dos nossos, e daquilo que humanamente nos inclinaria a afastar‑nos deles ou a passar por eles com indiferença.
III. O NOSSO AMOR a Deus é apenas uma resposta ao seu, pois Ele nos amou primeiro10, e também porque é Deus quem o infunde na nossa alma para que possamos amar. Por isso devemos pedir: Dá‑me, Senhor, o amor com que queres que eu te ame.
Quando correspondemos ao amor de Deus? Quando amamos os outros, quando vemos neles a dignidade própria da pessoa humana, feita à imagem e semelhança de Deus, criada com uma alma imortal e com a finalidade de dar glória a Deus por toda a eternidade. Amar é deter‑se junto desse homem ferido que se encontra diariamente no nosso caminho, vendar‑lhe as feridas, atendê‑lo e cuidar dele em tudo11; é empenhar‑se em que se aproxime de Deus, pois o distanciamento de Deus é sempre o pior dos males, aquele que pede mais atenção, remédio urgente. O apostolado é um magnífico sinal de que amamos a Deus e um caminho para amá‑lo mais.
Manifesta‑se também por meio do agradecimento. Quando o Senhor, depois de explicar a parábola dos dois devedores, pergunta a Simão o fariseu: Qual dos dois amará mais a quem lhes emprestou dinheiro?12, utiliza o verbo amar como sinônimo de estar agradecido, e revela‑nos assim a essência da afeição que os homens devem ao seu maior credor, Deus.
Correspondemos ainda ao amor de Deus quando lutamos contra aquilo que nos afasta dEle. É necessário lutar diariamente, ainda que seja em pequenas coisas, porque sempre encontraremos obstáculos que tentarão afastar‑nos de Deus: defeitos de caráter, egoísmos, preguiça que impede o trabalho bem acabado...
Amamos, enfim, a Deus quando convertemos a nossa vida numa procura incessante da união com Ele. Já se disse que Deus não só não procura os homens, como sabe esconder‑se para que nós o procuremos. Encontrá‑lo‑emos no trabalho, na família, nas alegrias e na dor... Ele implora o nosso afeto, e não só infunde no nosso coração o desejo de procurá‑lo, como nos anima constantemente a fazê‑lo. Se pudéssemos compreender o amor que nos tem! Se pudéssemos dizer com São João: Nós conhecemos e acreditamos no amor de Deus por nós13, tudo se nos tornaria mais fácil e simples.
Temos, portanto, de converter toda a nossa vida numa procura constante de Jesus: nas horas boas e nas que parecem más, no trabalho e no descanso, na rua e no seio da família. Esta tarefa, a única que pode dar sentido à nossa vida, não poderemos realizá‑la sozinhos. Recorremos a Santa Maria e dizemos‑lhe: “Não me abandones, Mãe! Faz que eu procure o teu Filho; faz que eu encontre o teu Filho; faz que eu ame o teu Filho... com todo o meu ser! – Lembra‑te, Senhora, lembra‑te”14. Ensina‑me a tê‑lo como o meu primeiro Amor, Aquele que amo em si mesmo e de modo absoluto, sobre todos os demais amores.
“Que sou eu aos teus olhos, Senhor, para que me mandes que te ame e, se não o faço, te irrites contra mim e me ameaces com ingentes misérias? Por acaso é pequena a miséria de não te amar?”15
(1) Mt 10, 37‑42; (2) cfr. R. Garrigou‑Lagrange, Las tres edades de la vida interior, Palabra, Madrid, vol. I, pág. 538 e segs.; (3) cfr. Fil 1, 21‑23; (4) cfr. 1 Jo 4, 2; (5) São Tomás, Sobre o duplo preceito da caridade, Prólogo; (6) São João da Cruz, Cântico espiritual, 9, 6; (7) cfr. Mt 22, 37‑38; (8) Jer 31, 3; (9) João Paulo II, Audiência geral, 27‑IX‑1978; (10) 1 Jo 4, 19; (11) cfr. Lc 10, 30‑37; (12) cfr. Lc 7, 42; (13) 1 Jo 4, 16; (14) São Josemaría Escrivá, Forja, Quadrante, São Paulo, 1987, n. 157; (15) Santo Agostinho, Confissões, I, 5, 5.
Fonte: Livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal