26 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

21ª Semana do Tempo Comum – Segunda-feira
Cor: Verde
1ª Leitura: 1Ts 1,1-5.8b-10
“Abandonando os falsos deuses vos convertestes,
esperando dos céus o seu Filho,
a quem ele ressuscitou dentre os mortos”
Leitura da Primeira Carta de São Paulo Apóstolo aos Tessalonicenses
1 Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, reunida em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: a vós, graça e paz! 2 Damos graças a Deus por todos vós, lembrando-vos sempre em nossas orações. 3 Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo. 4 Sabemos, irmãos amados por Deus, que sois do número dos escolhidos. 5 Porque o nosso evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força que é o Espírito Santo; e isso, com toda a abundância. Sabeis de que maneira procedemos entre vós, para o vosso bem. 8b A vossa fé em Deus propagou-se por toda parte. Assim, nós já nem precisamos de falar, 9 pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, 10 esperando dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos: Jesus, que nos livra do castigo que está por vir.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 149, 1-2.3-4.5-6a e 9b (R. 4a)
R. O Senhor ama seu povo de verdade.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo, *
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
2 Alegre-se Israel em Quem o fez, *
e Sião se rejubile no seu Rei! R.
3 Com danças glorifiquem o seu nome, *
toquem harpa e tambor em sua honra!
4 Porque, de fato, o Senhor ama seu povo *
e coroa com vitória os seus humildes. R.
5 Exultem os fiéis por sua glória, *
e cantando se levantem de seus leitos,
6a com louvores do Senhor em sua boca *
9b Eis a glória para todos os seus santos. R.
Evangelho: Mt 23, 13-22
“Ai de vós, guias cegos!”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus: 13 Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós porém não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam. 14 […] 15 Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes pior do que vós. 16 Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: ‘Se alguém jura pelo Templo, não vale; mas, se alguém jura pelo ouro do Templo, então vale!’ 17 Insensatos e cegos! O que vale mais: o ouro ou o Templo que santifica o ouro? 18 Vós dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferta que está sobre o altar, então vale!’ 19 Cegos! O que vale mais: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? 20 Com efeito, quem jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele. 21 E quem jura pelo Templo, jura por ele e por Deus que habita no Templo. 22 E quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
A Docilidade na Direção Espiritual
TEMPO COMUM. VIGÉSIMA PRIMEIRA SEMANA. SEGUNDA‑FEIRA
– Necessidade de que alguém guie a nossa alma no seu caminhar para Deus.
– A quem devemos recorrer. Visão sobrenatural na direção espiritual.
– Constância, sinceridade e docilidade.
I. GRAÇA E PAZ vos sejam dadas da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo – escreve São Paulo aos cristãos de Tessalônica. É nosso dever e é justo, irmãos, dar sempre graças a Deus por vós, porque a vossa fé cresce vigorosamente e em cada um de vós continua a aumentar a caridade mútua1.
Com a assistência do Espírito Santo à sua Igreja, os primeiros fiéis gozaram do desvelo sacrificado dos seus pastores. Por contraste, os fariseus não souberam guiar o Povo eleito porque por culpa própria ficaram sem luz e lançaram sobre os filhos de Israel um fardo áspero e duro que, além disso, não os levava a Deus. No Evangelho da Missa 2, o Senhor chama‑os guias de cegos, incapazes de mostrar aos outros o verdadeiro caminho.
Uma das maiores graças que podemos receber de Deus é a de termos quem nos oriente no caminho da vida interior, pois é um instrumento eficacíssimo na construção do nosso edifício espiritual. Desde os primeiros séculos, a Igreja sempre recomendou a prática da direção espiritual pessoal, como meio de extrema utilidade para progredir na vida cristã.
É muito difícil que alguém possa guiar‑se por si mesmo na vida interior. Quantas vezes a falta de objetividade com que nos vemos, o amor próprio, a tendência a deixar‑nos levar pelo que mais nos agrada ou pelo que nos é mais fácil..., não vão esfumando o caminho que nos leva a Deus (porventura tão claro a princípio!), lançando‑nos no desânimo, na tibieza e no imobilismo! “Aquele que quer ficar sozinho, sem apoio e sem guia, será como a árvore que está só e sem dono no campo, e que, por mais frutos que tenha, nunca chegará a vê‑los amadurecer, porque os transeuntes os colherão [...]. A alma que tem virtude, mas está sozinha e sem mestre, é como o carvão aceso que está só; antes se irá esfriando do que inflamando‑se” 3.
No conselheiro espiritual devemos ver essa pessoa, colocada pelo Senhor, que conhece bem o caminho, a quem abrimos a alma e que se torna mestre, médico, amigo e bom pastor nas coisas que se referem a Deus. Aponta‑nos os possíveis obstáculos, sugere‑nos metas mais altas na vida interior e pontos concretos para que lutemos com eficácia; anima‑nos sempre, ajuda‑nos a descobrir novos horizontes e desperta em nós a fome e sede de Deus que a tibieza, sempre à espreita, quereria apagar.
Podermos contar com essa pessoa a quem abrir a alma numa confidência cheia de sentido sobrenatural e humano, é uma graça muito especial do Senhor. Que alegria termos a quem comunicar os nossos sentimentos mais profundos, a fim de orientá‑los para o Senhor, alguém que reza por nós e tem uma graça especial para nos ajudar! Na direção espiritual, encontramos o próprio Cristo que, como aos Apóstolos, nos ouve atentamente, nos compreende e nos dá luzes e forças novas para continuarmos a caminhar.
II. A DIREÇÃO ESPIRITUAL deve basear‑se num grande espírito sobrenatural e num profundo sentido humano; por isso, essas confidências de vida interior “não se têm com qualquer pessoa, mas com quem merece confiança pelo que é ou pelo que Deus a faz ser para nós” 4. Para São Paulo, a pessoa que Deus escolheu foi Ananias, que o fortaleceu no caminho da sua conversão; para Tobias, o encarregado por Deus de orientá‑lo e aconselhá‑lo na sua longa viagem foi o Arcanjo Rafael, sob figura humana.
Devem‑se ter essas conversas de direção espiritual num clima sobrenatural: o que procuramos através delas é a voz de Deus. Para pedir um conselho ou extravasar uma preocupação exclusivamente humana, sem maior transcendência, basta dirigirmo‑nos a quem possa compreender‑nos e seja discreto e prudente; no que se refere à alma, porém, temos que discernir na oração quem é o bom pastor para nós, “pois corre‑se o perigo, se só nos prendemos a motivos humanos, de que não nos entendam nem compreendam, e então a alegria converte‑se em amargura, e a amargura desemboca na incompreensão que não alivia; e em ambos os casos experimenta‑se desassossego, o íntimo mal‑estar de quem falou em demasia, com quem não devia, daquilo que não devia” 5. Não devemos escolher guias cegos que, mais do que ajudar, nos fariam tropeçar e cair.
O sentido sobrenatural com que acudimos à direção espiritual evitará também que andemos procurando um conselheiro que favoreça o nosso egoísmo, que silencie com a sua pretensa autoridade o clamor da nossa própria alma; e evitará até que comecemos a mudar de diretor espiritual até encontrarmos o mais benévolo6. Esta tentação pode assaltar‑nos especialmente quando se trata de assuntos mais delicados que, por exigirem sacrifícios que talvez não estejamos dispostos a fazer, nos levam a tentar amoldar a Vontade de Deus à nossa vontade: por exemplo, quando se trata de seguir uma vocação a que Deus nos chama e que exige uma maior entrega; de cortar com uma amizade ou um namoro inconveniente; de seguir à risca os critérios da ética profissional; de aceitar de braços abertos os filhos que Deus manda, sem que a idéia da “paternidade responsável” sirva de pretexto aos casados para serem irresponsáveis diante de Deus e os leve a lançar mão de métodos temporários – ou definitivos! – contrários à moral cristã. Hoje, infelizmente, é preciso estar de guarda contra eventuais maus pastores.
Peçamos ao Senhor que sejamos pessoas de consciência reta, que procuram a sua Vontade e que não se deixam levar por motivos humanos: que procuram de verdade o modo de agradar ao Senhor, e não uma “falsa tranqüilidade” ou um “querer ficar bem”. O sentido sobrenatural conduz à simplicidade.
III. A VIDA INTERIOR necessita de tempo para amadurecer e não se improvisa da noite para o dia. Teremos derrotas, que nos ajudarão a ser mais humildes, e vitórias, que manifestam a eficácia da graça que frutifica em nós; teremos de começar e recomeçar muitas vezes, sem desânimos e sem esperar – ainda que às vezes cheguem – resultados imediatos, que algumas vezes o Senhor não quer que vejamos para nosso maior bem. Por isso, a prática da direção espiritual não pode ser esporádica ou descontínua, uma vez que tem de seguir passo a passo os momentos bons e os menos bons do nosso esforço.
Essa constância torna‑se necessária sempre que haja mais dificuldades externas: por dispormos de menos tempo, por excesso de trabalho, de exames... Deus premia esse esforço com novas luzes e graças. E nas dificuldades internas: preguiça, soberba, desânimo porque as coisas vão mal, porque não se fez nada do que se tinha combinado. É então que mais necessitamos dessa conversa fraterna, ou dessa Confissão, da qual saímos mais esperançosos e alegres, e com um novo impulso para continuar lutando. Um quadro é feito pincelada a pincelada, e um tecido forte é resultado da trama de muitos fios: na continuidade da direção espiritual, semana após semana, quinzena após quinzena, a alma vai‑se forjando; e pouco a pouco, com derrotas e vitórias, o Espírito Santo constrói o edifício da santidade.
Além da constância, é imprescindível a sinceridade: devemos sempre começar por referir o que é mais importante – e que talvez coincida com aquilo que mais nos custa contar –. Muitas vezes, os frutos podem tardar em vir por não termos dado desde o início uma clara imagem do que realmente nos acontece, de como somos na realidade, ou por nos termos detido a relatar coisas puramente acidentais, sem chegar ao fundo. Sinceridade sem dissimulações, sem exageros ou meias verdades: descendo às coisas concretas, chamando pelo nome os nossos erros e equívocos, os nossos defeitos de caráter, sem querer mascará‑los com falsas justificativas. Por quê?, como?, quando?... são circunstâncias que tornam mais pessoal o relato do estado da alma.
Outra condição para que a direção espiritual tenha fruto é a docilidade. Foram dóceis os leprosos que Jesus mandou que se apresentassem aos sacerdotes como se já estivessem curados 7, e os Apóstolos quando o Senhor lhes disse que mandassem as pessoas sentar‑se e começassem a dar‑lhes de comer, apesar de já terem feito os cálculos e saberem bem que era ínfima a quantidade de provisões com que contavam 8. Pedro é dócil ao lançar as redes apesar de saber que não havia peixes naquele lugar e que a hora não era oportuna 9... São Paulo deixar‑se‑á guiar; a sua forte personalidade, manifestada de tantos modos e em tantas ocasiões, serve‑lhe agora para ser dócil. Primeiro, os seus companheiros de viagem levá‑lo‑ão a Damasco, depois Ananias fará com que recobre a vista, e então será um homem útil para empreender as batalhas do Senhor 10.
Não pode ser dócil quem se empenha em ser obstinado, incapaz de assimilar uma idéia diferente da que tem ou da que a sua experiência lhe dita. O soberbo é incapaz de ser dócil, porque, para podermos aprender e deixar‑nos ajudar, é necessário que estejamos convencidos da nossa insuficiência em tantos assuntos da alma.
Recorramos a Santa Maria para sermos constantes na direção da nossa alma e para sermos sinceros e dóceis, como o barro nas mãos do oleiro 11.
(1) 2 Tess 1, 1‑3; (2) Mt 23, 23‑26; (3) São João da Cruz, Frases de luz e de amor, em Obras Completas; (4) F. Suárez, A Virgem Nossa Senhora, pág. 95; (5) ib., págs. 96‑97; (6) cfr. Josemaría Escrivá, Questões atuais do cristianismo, n. 93; (7) Lc 17, 11‑19; (8) Lc 9, 10‑17; (9) cfr. Lc 5, 1 e segs.; (10) At 9, 17‑19; (11) Jer 18, 1‑7.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
25 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

21º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Cor: Verde
1ª Leitura: Is 66,18-21
“E reconduzirão, de toda a parte, vossos irmãos”.
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Assim diz o Senhor:18 Eu que conheço suas obras e seus pensamentos, virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão minha glória.19 Porei no meio deles um sinal, e enviarei, dentre os que foram salvos, mensageiros para os povos de Tarsis, Fut, Lud, Mosoc, Ros, Tubal e Javã, para as terras distantes, e, para aquelas que ainda não ouviram falar em mim e não viram minha glória. Esses enviados anunciarão às nações minha glória,20 e reconduzirão, de toda parte, até meu santo monte em Jerusalém, como oferenda ao Senhor, irmãos vossos, a cavalo, em carros e liteiras, montados em mulas e dromedários, – diz o Senhor – e como os filhos de Israel, levarão sua oferenda em vasos purificados para a casa do Senhor.21 Escolherei dentre eles alguns para serem sacerdotes e levitas, diz o Senhor.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 116,1.2 (R. Mc 16,15)
R. Proclamai o Evangelho a toda criatura!
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
1Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,*
povos todos, festejai-o! R.
2 Pois comprovado é seu amor para conosco,*
para sempre ele é fiel! R.
2ª Leitura: Hb 12,5-7.11-13
“O Senhor corrige a quem ele ama”.
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos: 5 Já esquecestes as palavras de encorajamento que vos foram dirigidas como a filhos: ‘Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não te desanimes quando ele te repreende; 6 pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho’. 7 É para a vossa educação que sofreis, e é como filhos que Deus vos trata. Pois qual é o filho a quem o pai não corrige? 11 No momento mesmo, nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados. 12 Portanto, ‘firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; 13 acertai os passos dos vossos pés’, para que não se extravie o que é manco, mas antes seja curado.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho: Lc 13,22-30
“Virão do oriente e do ocidente,
e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 22 Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23 Alguém lhe perguntou: ‘Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?’ Jesus respondeu: 24 ‘Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. 25 Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois.’ 26 Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27 Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28 Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora. 29 Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30 E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Com Sentido Católico, Universal
TEMPO COMUM. VIGÉSIMO PRIMEIRO DOMINGO. ANO C
– O Senhor quer que todos os homens se salvem. A Redenção é universal.
– Apóstolos de Cristo no meio do mundo, onde Deus quer que estejamos.
– O Senhor envia‑nos novamente. Comecemos pelos que estão mais perto.
I. ALÉM DE OUTRAS conseqüências funestas, o pecado original deu o fruto amargo da posterior divisão dos homens. A soberba e o egoísmo, que têm as suas raízes no pecado de origem, são a causa mais profunda dos ódios, da solidão e das divisões. A Redenção, pelo contrário, veio realizar a verdadeira união mediante a caridade de Jesus Cristo, que nos torna filhos de Deus e irmãos uns dos outros. É o que foi predito pelo profeta Isaías e que lemos hoje na primeira Leitura da Missa 1: Eu virei reunir todos os povos de todas as línguas; todos comparecerão para ver a minha glória. Os próprios gentios, os que nunca ouviram falar de mim nem viram a minha glória, anunciarão a minha glória às gentes e farão vir todos os irmãos convocados de todas as nações, como um presente para o Senhor, trazendo‑os a cavalo, em carros, em liteiras, em mulas e dromedários, ao meu monte santo, a Jerusalém – diz o Senhor –, tal como os filhos de Israel trazem a sua oferenda em vasos puros à casa do Senhor. É uma grandiosa chamada à fé e à salvação de todos os povos, sem distinção de língua, condição ou raça. Esta profecia realizar‑se‑á com a chegada do Messias, Jesus Cristo.
No Evangelho 2, São Lucas transmite‑nos a resposta de Jesus a alguém que lhe perguntou, enquanto iam para Jerusalém: Senhor, são poucos os que se salvam? Jesus não quis responder diretamente. Foi mais longe que a pergunta e fixou‑se no essencial: perguntam‑lhe sobre o número e Ele responde sobre o modo: Entrai pela porta estreita... E a seguir ensina que, para entrar no Reino – a única coisa que verdadeiramente importa –, não é suficiente pertencer ao Povo eleito nem alimentar uma falsa confiança nEle: Então começareis a dizer: Nós comemos e bebemos na tua presença, e tu ensinaste nas nossas praças. E ele vos dirá: Apartai‑vos de mim, todos os que praticais a iniqüidade... Não bastam esses privilégios divinos; é necessária uma fé com obras.
Todos os homens foram chamados a ir para o Céu, o Reino definitivo de Cristo. Foi para isso que nascemos, porque Deus quer que todos os homens se salvem 3. Quando Cristo morreu na Cruz, o véu do Templo rasgou‑se ao meio 4, sinal de que terminava a separação entre judeus e gentios 5. Desde então, todos os homens são chamados a fazer parte da Igreja, o novo Povo de Deus que, “permanecendo uno e único, deve estender‑se por todo o mundo e em todos os tempos, para cumprir assim o desígnio da vontade de Deus, que no princípio criou uma natureza humana e decidiu depois congregar num só povo os seus filhos que estavam dispersos” 6.
A segunda Leitura 7 indica qual é a nossa missão nesta tarefa universal de salvação: Erguei as vossas mãos fatigadas e robustecei os vossos joelhos trêmulos; dirigi os vossos passos pelo caminho certo, para que os que manquejam não se extraviem, antes sejam curados. É uma chamada à exemplaridade, a fim de fortalecermos, com a nossa conduta e a nossa caridade, os que se sentem mais fracos. Muitos virão apoiar‑se em nós; outros compreenderão que o caminho estreito que leva ao Céu se converte em estrada ampla para os que amam a Cristo.
II. EU OS ENVIAREI às nações dalém mar, à África e à Líbia, cujos povos atiram com seta, à Itália e à Grécia, às ilhas longínquas... 8 E virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e se sentarão à mesa no reino de Deus 9. Esta profecia já se cumpriu, e, ao mesmo tempo, são muitos os que ainda não conhecem o rosto de Cristo; é possível que muitos tenham ouvido falar dEle, mas na realidade não o conhecem. Nós também poderíamos repetir a muitos as palavras de João Batista: No meio de vós está quem vós não conheceis 10.
O Senhor quis que participássemos da sua missão de salvar o mundo, e dispôs que o empenho apostólico fosse elemento essencial e inseparável da vocação cristã. Quem se decide a segui‑lo converte‑se num apóstolo com responsabilidades concretas de ajudar os outros a encontrar a porta estreita que conduz ao Céu: “Inseridos pelo Batismo no Corpo Místico de Cristo, robustecidos pela Confirmação na força do Espírito Santo, recebem do próprio Senhor a missão que os destina ao apostolado” 11. Todos os cristãos, de qualquer idade ou condição, em todas as circunstâncias em que se encontrem, são chamados “a dar testemunho de Cristo em todo o mundo” 12.
O desejo de aproximar os homens do Senhor não nos leva a fazer coisas estranhas ou chamativas, e muito menos a descurar os deveres familiares, sociais e profissionais. É precisamente nas relações humanas normais que encontramos o campo para uma ação apostólica muitas vezes silenciosa, mas sempre eficaz. No meio do mundo, no lugar em que Deus nos colocou, devemos levar os outros a Cristo: com o exemplo, mostrando coerência entre a fé e as obras; com a alegria constante; com a nossa serenidade perante as dificuldades; por meio da palavra que anima sempre e que mostra a grandeza e a maravilha de encontrar e seguir Jesus.
Dos primeiros cristãos, dizia‑se: “O que a alma é para o corpo, isso são os cristãos para o mundo” 13. Poderia dizer‑se o mesmo de nós na família, no lugar de estudo ou de trabalho, na associação cultural ou esportiva a que pertencemos? Somos a alma que dá a vida de Cristo onde quer que estejamos presentes?
III. IDE PELO MUNDO inteiro e pregai o Evangelho a todas as criaturas 14, lemos no Salmo responsorial da Missa. São palavras de Cristo bem claras: Ele não exclui nenhum povo ou nação, nenhuma pessoa, da tarefa que os seus discípulos devem realizar em todas as épocas. O Senhor chama os muito idosos e os muito jovens, a criança que balbucia as primeiras palavras e quem se encontra na plenitude da vida, o vizinho, o diretor da empresa e o empregado... Os Apóstolos depararam com gente muito diversa: uns eram‑lhes superiores em cultura, outros pertenciam a povos que nem sequer tinham ouvido falar da Palestina, estes ocupavam cargos importantes, aqueles exerciam ofícios manuais de nenhuma transcendência na vida da nação... Mas não excluíram ninguém do anúncio da Boa Nova. E estes íntimos de Cristo, que outrora se tinham mostrado por vezes covardes e sem ânimo, alcançaram depois plena consciência da missão universal que lhes era confiada.
“Cada geração de cristãos tem que redimir e santificar o seu próprio tempo: para isso, precisa compreender e compartilhar os anseios dos outros homens, seus iguais, a fim de lhes dar a conhecer, com dom de línguas, como devem corresponder à ação do Espírito Santo, à efusão permanente das riquezas do Coração divino. Compete‑nos a nós, cristãos, anunciar nestes dias, a esse mundo a que pertencemos e em que vivemos, a mensagem antiga e nova do Evangelho” 15.
Nesta tarefa evangelizadora, temos que contar com “um fato completamente novo e desconcertante, que é a existência de um ateísmo militante, que invadiu já muitos povos” 16; ateísmo que pretende que os homens se voltem contra Deus ou que ao menos o esqueçam. São ideologias que utilizam poderosos meios de comunicação de massas, que levam a cabo uma sistemática difusão capilar de “slogans” e de chavões aparentemente irretorquíveis, numa enxurrada que parece amedrontar e deprimir muitos cristãos sem uma formação sólida.
“A todos esses homens e a todas essas mulheres, estejam onde estiverem, nos seus momentos de exaltação ou nas suas crises ou derrotas, temos que fazer chegar o anúncio solene e firme de São Pedro, durante os dias que se seguiram ao Pentecostes: Jesus é a pedra angular, o Redentor, a totalidade da nossa vida, porque fora dEle não foi dado aos homens outro nome debaixo do céu pelo qual possamos ser salvos (Act IV, 12)”17.
O Senhor serve‑se de nós para iluminar muitas pessoas. Pensemos hoje naqueles que estão mais perto de nós e comecemos por eles, sem nos importarmos de que às vezes pareça que somos pouco para tudo o que é preciso fazer. O Senhor multiplicará as nossas forças, e a nossa Mãe Santa Maria, Regina Apostolorum, converterá em semente prodigiosamente fecunda a nossa ação constante, paciente, audaz.
(1) Is 66, 18‑21; (2) Lc 13, 22‑30; (3) 1 Tim 2, 4; (4) Lc 23, 45; (5) cfr. Ef 2, 14‑16; (6) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 13; (7) Hebr 12, 5‑13; (8) Is 66, 18; (9) Lc 13, 29; (10) Jo 1, 26; (11) Conc. Vat. II, Decr. Apostolicam actuositatem, 3; (12) ib.; (13) Epístola a Diogneto, 5; (14) Mc 16, 15; (15) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 132; (16) João XXIII, Const. Apost. Humanae salutis, 25‑XII‑1961; (17) Josemaría Escrivá, op. cit.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
24 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

Festa: São Bartolomeu, apóstolo
Cor: Vermelha
1ª Leitura: Ap 21,9b-14
“A muralha da cidade tinha doze alicerces,
e sobre eles estavam escritos
os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”.
Leitura do Livro do Apocalipse de São João
9b Um anjo falou comigo e disse: “Vem! Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro”. 10 Então me levou em espírito a uma montanha grande e alta. Mostrou-me a cidade santa, Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, 11 brilhando com a glória de Deus. Seu brilho era como o de uma pedra preciosíssima, como o brilho de jaspe cristalino. 12 Estava cercada por uma muralha maciça e alta, com doze portas. Sobre as portas estavam doze anjos, e nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. 13 Havia três portas do lado do oriente, três portas do lado norte, três portas do lado sul e três portas do lado do ocidente. 14 A muralha da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 144(145),10-11.12-13ab.17-18 (R. cf. 12a)
R. Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!
10 Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, *
e os vossos santos com louvores vos bendigam!
11 Narrem a glória e o esplendor do vosso reino *
e saibam proclamar vosso poder! R.
12 Para espalhar vossos prodígios entre os homens *
e o fulgor de vosso reino esplendoroso.
13a O vosso reino é um reino para sempre, *
13b vosso poder, de geração em geração. R.
17 É justo o Senhor em seus caminhos, *
é santo em toda obra que ele faz.
18 Ele está perto da pessoa que o invoca, *
de todo aquele que o invoca lealmente. R.
Evangelho: Jo 1,45-51
“Aí vem um israelita de verdade,
um homem sem falsidade”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João
45 Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”. 46 Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” 47 Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48 Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”.49 Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50 Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51 E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
Com Todo o Coração
TEMPO COMUM. VIGÉSIMA SEMANA. SEXTA‑FEIRA
– O principal Mandamento da Lei. Amar com todo o nosso ser
– Amar a Deus também com o coração.
– Manifestações de piedade.
I. AMAR A DEUS não é simplesmente uma coisa muito importante para o homem: é a única que importa absolutamente, aquilo para que foi criado e, portanto, a sua ocupação fundamental aqui na terra e, depois, a sua única ocupação eterna no Céu. Sem isso, a vida do ser humano fica vazia. Como eram inteiramente acertadas as palavras que uma alma que muito amou o Senhor deixou escritas depois de uma vida de inúmeros sofrimentos físicos: “O que frustra uma vida – escreveu numa pequena nota – não é a dor, mas a falta de amor”! Este é o grande fracasso: não termos amado; termos feito talvez muitas coisas na vida, mas não termos levado a bom termo o que realmente importava: o amor a Deus.
Lemos hoje no Evangelho da Missa 1 que, com ânimo de tentá‑lo, de tergiversar as suas palavras, um fariseu aproximou‑se de Cristo e perguntou‑lhe: Mestre, qual é o principal mandamento da Lei? Talvez esperasse ouvir alguma coisa que lhe permitisse acusar Jesus de ir contra a Escritura. Mas Jesus respondeu‑lhe: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. Deus não pede para si um cantinho no nosso coração, na nossa alma, na nossa mente, ao lado de outros amores: quer a totalidade do amor. Não um pouco de amor, um pouco de vida, mas a totalidade do ser. “Deus é tudo, o Único, o Absoluto, e deve ser amado ex toto corde, absolutamente” 2, sem limites nem medida.
Cristo, Deus feito homem que vem salvar‑nos, ama‑nos com um amor único e pessoal; “é um amante ciumento” que pede todos os nossos afetos. Espera que lhe entreguemos aquilo que temos, seguindo a vocação pessoal a que um dia nos chamou e a que continua a chamar‑nos diariamente no meio dos nossos afazeres.
“Deus tem o direito de nos dizer: – Pensas em Mim? Tens presença de Mim? Procuras‑me como teu apoio? Procuras‑me como Luz da tua vida, como couraça..., como tudo?
“– Portanto, reafirma‑te neste propósito: nas horas que a gente da terra qualifica como boas, clamarei: Senhor! Nas horas que chama de más, repetirei: Senhor!” 3
Todas as circunstâncias devem servir‑nos para amá‑lo com todo o coração, com toda a alma, com todo o espírito..., com toda a nossa existência. Não só quando vamos ao templo para visitá‑lo, para comungar..., mas no meio do trabalho, quando chega a dor, o fracasso, ou uma boa notícia inesperada. Temos que dizer‑lhe muitas vezes na intimidade do nosso coração: “Jesus, eu te amo, aceito esta contradição com paz por Ti, terminarei esta tarefa com perfeição porque sei que Te agrada, que não Te é indiferente que a faça de um modo ou de outro...” Agora, na nossa oração, podemos dizer‑lhe: “Jesus, eu te amo..., mas ensina‑me a amar‑Te”; que eu aprenda a querer‑Te com o coração e com as obras.
II. DÁ‑ME, MEU FILHO, o teu coração, e põe os teus olhos nos meus caminhos 4.
Ao comentar o preceito de amar a Deus com todo o coração, São Tomás ensina que o princípio do amor é duplo, pois pode‑se amar tanto com o sentimento como pelo que a razão nos diz. Com o sentimento, quando o homem não sabe viver sem aquilo que ama. Pelos ditames da razão, quando ama aquilo que o entendimento lhe diz. E nós devemos amar a Deus de ambas as maneiras: também com o nosso coração humano, com o afeto com que queremos às criaturas da terra 5, com o único coração que temos. O coração, a afetividade, é parte integrante do nosso ser. “Sendo homens – comenta São João Crisóstomo contra a seita maniquéia, que considerava os sentimentos humanos essencialmente maus –, não nos é possível carecer por completo de emoções; podemos dominá‑las, mas é impossível viver sem elas. Além disso, a paixão pode ser proveitosa, se soubermos usá‑la quando necessário” 6.
O amor que contemplamos em Jesus Cristo quando lemos o Evangelho é humano e sobrenatural: cheio de calor, de vibração, de ternura..., quando se dirige ao seu Pai celestial e quando está com os homens. Comove‑se ao ver uma mãe viúva que perdeu o seu único filho, chora por um amigo que morreu, sente a falta de gratidão de uns leprosos que tinham sido curados por Ele da sua doença, mostra‑se sempre cordial, aberto a todos, mesmo nos momentos terríveis e sublimes da Paixão... Nós, que desejamos seguir Cristo muito de perto, ser de verdade discípulos seus, temos de recordar que a vida cristã não consiste “em pensar muito, mas em amar muito” 7.
No nosso íntimo, experimentamos muitas vezes a nossa indigência, a necessidade de ajuda, de proteção, de carinho, de felicidade... E esses sentimentos, às vezes muito profundos, podem e devem ser veículo para procurarmos a Deus, para lhe dizer que o amamos, que temos necessidade da sua ajuda, para permanecer junto dEle. Se a nossa conduta fosse somente fruto de escolhas racionais e frias, ou pretendêssemos ignorar a vertente afetiva do nosso ser, não viveríamos integramente como Deus quer, e a longo prazo seria possível que nem sequer o amássemos. Deus nos fez com corpo e alma, e é com todo o nosso ser – coração, alma, forças – que devemos amá‑lo, diz‑nos Jesus Mestre.
Pode acontecer de vez em quando que nos encontremos frios e apáticos, como se o coração tivesse adormecido, pois os sentimentos apresentam‑se e desaparecem de maneira às vezes imprevisível. Não podemos então resignar‑nos a seguir o Senhor de má vontade, como quem cumpre uma obrigação onerosa ou toma um remédio amargo. É necessário empregar os meios para sair desse estado, se, mais do que uma purificação passiva – que o Senhor pode permitir –, se trata simplesmente de tibieza, de falta de amor verdadeiro. Temos de amar a Deus com a vontade firme e, sempre que seja possível, com os sentimentos que o coração encerra; com a ajuda do Senhor, a maior parte das vezes será possível despertar os afetos, acender novamente o coração, ainda que falte uma ressonância interior de complacência.
Em outras ocasiões, Deus trata‑nos como uma mãe carinhosa que, sem que o filho o espere, lhe dá um doce como prêmio ou, simplesmente, quer manifestar‑lhe todo o seu afeto. E esse filho, que sempre amou a sua mãe, fica imensamente feliz e até se oferece voluntariamente para fazer o que seja preciso, no seu desejo de mostrar‑se agradecido. Mas sem dúvida repudiará todo o pensamento que possa induzi‑lo a pensar que a sua mãe não o ama quando não lhe dá guloseimas, ou – se tem um mínimo de senso comum – quando lhe faz uma correção ou quer levá‑lo ao médico. Assim devemos comportar‑nos com o nosso Pai‑Deus, que nos ama muito mais. Nas épocas difíceis, devemos recordar os tempos dos consolos sensíveis, para tirar forças e persistir com mais generosidade na luta diária, sabendo que a essência do amor não está nos sentimentos.
III. O MEU CORAÇÃO tornou‑se como cera, derrete‑se dentro das minhas entranhas8, diz a Escritura.
É preciso cultivar o amor, protegê‑lo, alimentá‑lo. Evitando o sentimentalismo, devemos praticar as manifestações afetivas da piedade – sem reduzir o amor a essas manifestações –, pôr todo o coração ao beijarmos um crucifixo ou ao olharmos uma imagem de Nossa Senhora..., e não querer ir para Deus somente “à força de braços”, pois a longo prazo isso traz fadiga e empobrece o trato com Cristo. Não devemos esquecer que o coração é um precioso auxiliar nas relações com Deus.
“A tua inteligência está obtusa, inativa. Fazes esforços inúteis para coordenar as idéias na presença do Senhor; um verdadeiro entontecimento! – Não te esforces nem te preocupes. – Escuta‑me bem: é a hora do coração” 9. É o momento talvez de dizer ao Senhor umas poucas palavras simples, como quando éramos crianças; de repetir com atenção jaculatórias cheias de piedade, de carinho; porque os que andam pelos caminhos do amor de Deus sabem até que ponto é importante fazer todos os dias as mesmas coisas: palavras, ações, gestos que o amor transfigura diariamente em outros tantos atos por estrear 10.
Para amar a Deus com todo o coração, temos de recorrer com freqüência à Santíssima Humanidade de Jesus – e talvez ler durante uma temporada uma biografia de Cristo: – contemplá‑lo como perfeito Deus e como Homem perfeito, observar o seu comportamento com os que o procuram: a sua compaixão misericordiosa, o seu amor por todos. De modo especial, meditaremos a sua Paixão e Morte na Cruz, a sua generosidade sem limites quando mais sofre. Noutros casos, dirigir‑nos‑emos a Deus com as mesmas palavras com que o amor humano se expressa, e até poderemos converter em verdadeira oração as canções que falam desse amor nobre e limpo.
O amor a Deus – como todo o amor verdadeiro – não é só sentimento; não é sentimentalismo vazio, pois deve conduzir a muitas manifestações operativas; e além disso, deve comandar todos os aspectos da vida do homem. “«Obras é que são amores, não as boas razões». Obras, obras! – Propósito: continuarei a dizer‑Te muitas vezes que Te amo – quantas não Te terei repetido hoje! –; mas, com a tua graça, será sobretudo a minha conduta, serão as bagatelas de cada dia que – com eloqüência muda – hão de clamar diante de Ti, mostrando‑Te o meu amor”11.
(1) Mt 22, 34‑40; (2) F. Ocáriz, Amor a Dios, amor a los hombres, 4ª ed., Palabra, Madrid, 1979, pág. 22; (3) cfr. São Josemaría Escrivá, Forja, n. 506; (4) Prov 23, 26; (5) cfr. São Tomás, Comentário ao Evangelho de São Mateus, 22, 4; (6) São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, 16, 7; (7) cfr. João Paulo II, Homilia, Ávila, 1‑XI‑1982; Santa Teresa de Jesus, Castelo interior, IV, 1, 7; (8) Sl 21, 15; (9) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 102; (10) cfr. J. M. Escartin, Meditación del Rosario, 3ª ed., Palabra, Madrid, 1971, pág. 63; (11) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 498.
Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal
Santa Rosa de Lima
23 de Agosto
Santa Rosa de Lima
Isabel Flores y de Oliva nasceu na cidade de Lima, capital do Peru, no dia 20 de abril de 1586. A décima dos 13 filhos de Gaspar Flores e Maria de Oliva. À medida que crescia com o rosto rosado e belo, recebeu dos familiares o apelido de Rosa, como ficou conhecida. Seus pais eram ricos espanhóis que se haviam mudado para a próspera colônia do Peru, mas os negócios declinaram e eles ficaram na miséria.
Ainda criança, Rosa teve grande inclinação à oração e à meditação, sendo dotada de dons especiais de profecia. Já adolescente, enquanto rezava diante da imagem da Virgem Maria, decidiu entregar sua vida somente a Cristo. Apesar dos apelos da família, que contava com sua ajuda para o sustento, ela ingressou na Ordem Terceira Dominicana, tomando como exemplo de vida santa Catarina de Sena. Dedicou-se, então, ao jejum, às severas penitências e à oração contemplativa, aumentando seus dons de profecia e prodígios. E, para perder a vaidade, cortou os cabelos e engrossou as mãos, trabalhando na lavoura com os pais.
Aos 20 anos, pediu e obteve licença para emitir os votos religiosos em casa e não no convento, como terciária dominicana. Quando vestiu o hábito e se consagrou, mudou o nome para Rosa e acrescentou Santa Maria, por causa de sua grande devoção à Virgem Maria, passando a ser chamada Rosa de Santa Maria.
Construiu uma pequena cela no fundo do quintal da casa de seus pais, levando uma vida de austeridade, de mortificação e de abandono à vontade de Deus. A partir do hábito, ela imprimiu ainda mais rigor às penitências. Começou a usar, na cabeça, uma coroa de metal espinhento, disfarçada com botões de rosas. Aumentou os dias de jejum e dormia sobre uma tábua com pregos. Passou a sustentar a família com as rendas e bordados que fazia, pois seu confessor consentiu que ela não saísse mais de sua cela, exceto para receber a Eucaristia. Vivendo em contínuo contato com Deus, atingiu um alto grau de vida contemplativa e experiência mística, compreendendo em profundidade o mistério da Paixão e Morte de Jesus.
Rosa cumpriu sua vocação, devotando-se à Eucaristia e à Virgem Maria, cuidando para afastar o pecado do seu coração, conforme a espiritualidade da época. Aos 31 anos de idade, foi acometida por uma grave doença, que lhe causou sofrimentos e danos físicos. Assim, retirou-se para a casa de sua benfeitora, Maria de Uzátegui, agora Mosteiro de Santa Rosa, para cumprir a profecia de sua morte. Todo ano, ela passava o Dia de São Bartolomeu em oração, pois dizia: 'este é o dia das minhas núpcias eternas'. E assim foi, até morrer no dia 24 de agosto de 1617. O seu sepultamento parou toda a cidade de Lima.
Muitos milagres aconteceram por sua intercessão após sua morte. Rosa foi beatificada em 1667 e tornou- se a primeira santa da América Latina ao ser canonizada, em 1671, pelo papa Clemente X. Dois anos depois, foi proclamada Padroeira da América Latina, das Filipinas e das Índias Orientais, com a festa litúrgica marcada para o dia 23 de agosto. A devoção a santa Rosa de Lima propagou-se rapidamente nos países latino-americanos, sendo venerada pelos fiéis como Padroeira dos Jardineiros e dos Floristas.
Texto: Paulinas Internet
23 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

Festa: Santa Rosa de Lima, virgem
Cor: Branca
1ª Leitura: 2Cor 10,17-11,2
“Eu vos desposei a um único esposo,
apresentando-vos a Cristo como virgem pura”.
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios Irmãos: 17 Quem se gloria, glorie-se no Senhor. 18 Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda e não aquele que se recomenda a si mesmo. 11,1 Oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez, da minha parte. Na verdade, vós me suportais. 2 Sinto por vós um amor ciumento semelhante ao amor que Deus vos tem. Fui eu que vos desposei a um único esposo, apresentando-vos a Cristo como virgem pura.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 148,1-2.11-13a.13c-14 (R. Aleluia ou cf. 12a.13a)
R. Vós jovens, vós moças e rapazes,
louvai todos o nome do Senhor!
Ou: R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
1 Louvai o Senhor Deus nos altos céus, *
louvai-o no excelso firmamento!
2 Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o, *
louvai-o, legiões celestiais! R.
11 Reis da terra, povos todos, bendizei-o, *
e vós, príncipes e todos os juízes;
12 e vós, jovens, e vós, moças e rapazes, +
anciãos e criancinhas, bendizei-o! *
13a Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos. R.
13c A majestade e esplendor de sua glória *
ultrapassam em grandeza o céu e a terra.
14 Ele exaltou seu povo eleito em poderio *
ele é o motivo de louvor para os seus santos.
É um hino para os filhos de Israel, *
este povo que ele ama e lhe pertence. R.
Evangelho: Mt 13,44-46
“Vende todos os seus bens e compra aquele campo”.
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44 ‘O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45 O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46 Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
22 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

Memória: Nossa Senhora Rainha
Cor: Branca
1ª Leitura: Is 9, 1-6
“Foi-nos dado um filho”
Leitura do Livro do Profeta Isaías
1 O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. 2 Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. 3 Pois o jugo que oprimia o povo, – a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais – tu os abateste como na jornada de Madiã. 4 Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas. 5 Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz. 6 Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 112(113),1-2.3-4.5-6.7-8 (R. 2, ou Aleluia)
R. Bendito seja o nome do Senhor,
agora e por toda a eternidade!
Ou:
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
1 Louvai, louvai, ó servos do Senhor, *
louvai, louvai o nome do Senhor!
2 Bendito seja o nome do Senhor, *
agora e por toda a eternidade! R.
3 Do nascer do sol até o seu ocaso, *
louvado seja o nome do Senhor!
4 O Senhor está acima das nações, *
sua glória vai além dos altos céus. R.
5 Quem pode comparar-se ao nosso Deus, +
ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono *
6 e se inclina para olhar o céu e a terra? R.
7 Levanta da poeira o indigente *
e do lixo ele retira o pobrezinho,
8 para fazê-lo assentar-se com os nobres, *
assentar-se com os nobres do seu povo. R.
Evangelho: Lc 1, 26-38
“Eis que conceberás e darás à luz um filho”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo: 26 O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’ 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O anjo, então, disse-lhe: ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim’. 34 Maria perguntou ao anjo: ‘Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?’ 35 O anjo respondeu: ‘O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível’. 38 Maria, então, disse: ‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o anjo retirou-se.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!
21 de Agosto 2019
A SANTA MISSA

20ª Semana do Tempo Comum – Quarta-feira
Memória: São Pio X, papa
Cor: Branca
1ª Leitura: Jz 9,6-15
“Dissestes: é um rei que deve reinar sobre nós,
quando o Senhor vosso Deus é o vosso rei”
Leitura do Livro dos Juízes
Naquele tempo, 6 todos os habitantes de Siquém e os de Bet-Melo se reuniram junto a um carvalho que havia em Siquém e proclamaram rei a Abimelec. 7 Informado disso, Joatão foi postar-se no cume do monte Garizim e se pôs a gritar em alta voz, dizendo: “Ouvi-me, moradores de Siquém, e que Deus vos ouça. 8 Certa vez as árvores resolveram ungir um rei para reinar sobre elas, e disseram à oliveira: ‘Reina sobre nós’. 9 Mas ela respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu azeite, com que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?’ 10 Então as árvores disseram à figueira: ‘Vem e reina sobre nós’. 11 E ela lhes respondeu: ‘Iria eu renunciar à minha doçura e aos saborosos frutos, para me balançar acima das outras árvores?’ 12 As árvores disseram então à videira: ‘Vem e reina sobre nós’. 13 E ela lhes respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima das outras árvores?’ 14 Por fim, todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu reinar sobre nós’. 15 O espinheiro respondeu-lhes: ‘Se deveras me constituís vosso rei, vinde e repousai à minha sombra; mas se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!’
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 20 (21), 2-3.4-5.6-7(R. cf. 2a)
R. Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.
2 Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra; *
quanto exulta de alegria em vosso auxílio!
3 O que sonhou seu coração, lhe concedestes; *
não recusastes os pedidos de seus lábios. R.
4 Com bênção generosa o preparastes; *
de ouro puro coroastes sua fronte.
5 A vida ele pediu e vós lhe destes, *
longos dias, vida longa pelos séculos. R.
6 É grande a sua glória em vosso auxílio; *
de esplendor e majestade o revestistes.
7 Transformastes o seu nome numa bênção, *
e o cobristes de alegria em vossa face. R.
Evangelho: Mt 20,1-16a
“Estás com inveja, porque eu estou sendo bom?”
– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.
Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1 ‘O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3 Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4 e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5 E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6 Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7 Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8 Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9 Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10 Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11 Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12 ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. 13 Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14 Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15 Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16a Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.’
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor!