Oração de Nossa Senhora do Desterro | Instituto Hesed


Esse nome dado à Virgem Maria teve origem na fuga da Sagrada Família rumo ao Egito, já que Herodes estava em busca de um menino para matar. Maria, José e Jesus ficaram sem casa, ou desterrados, por cerca de quatro anos.

Ela é muito venerada na Itália e conhecida como Nossa Senhora dos Imigrantes sendo assim a padroeira de refugiados e de todos que deixaram os seus países de origem para tentar uma melhor sorte em um país estrangeiro.

A oração de Nossa Senhora do Desterro é conhecida por realizar diversos milagres e afastar a pessoa de qualquer tipo de moléstia ou mal que possa lhe acometer.


Examinar a Consciência

TEMPO COMUM. VIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO. ANO C

– O seguimento de Cristo e o conhecimento próprio. Exame de consciência.
– Espírito de exame. Humildade. Vencer a preguiça nesta prática de piedade.
– Modo e disposições para fazê‑lo. Contrição. Propósitos.

I. O SENHOR FALA‑NOS no Evangelho da Missa das exigências que comporta o propósito de segui‑lo, atendendo à chamada que dirige a todos. E faz‑nos esta advertência: Quem de vós, se quiser edificar uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem com que terminá‑la? Não suceda que, tendo lançado os alicerces e não podendo acabá‑la, todos quantos o vejam comecem a mofar dele [...]. Ou qual é o rei que, estando para guerrear contra outro rei, não se senta primeiro e considera se com dez mil homens pode fazer frente àquele que o ataca com vinte mil?1

Quando se mete ombros a uma grande tarefa, é preciso começar por avaliar as possibilidades e por medir os recursos disponíveis para levá‑la a bom termo. Ser discípulo de Cristo, procurar segui‑lo fielmente no meio das ocupações diárias, é o maior empreendimento que o homem pode acometer. E para levá‑lo a bom termo, é preciso que conheçamos bem os meios de que dispomos e que os saibamos utilizar, sendo conscientes do que nos falta para pedi‑lo com confiança a Deus, e arrancando tudo o que representa um empecilho. Ora bem, esta é a missão do exame de consciência, que nos leva a conhecer a verdade da nossa vida. “Conhecimento próprio, que é o primeiro passo que a alma tem que dar para chegar ao conhecimento de Deus”2.

Os bons empresários fazem um balanço freqüente da situação dos seus negócios, examinam os seus lucros e perdas, sabem em que pontos podem melhorar ou identificam com presteza a causa de um mau negócio e procuram pôr‑lhe remédio antes que sobrevenham maiores males à empresa. O nosso grande negócio é a correspondência à chamada de Deus em cada dia. Não há nada que seja tão importante para nós como aproximarmo‑nos mais e mais de Cristo.

No exame de consciência, confrontamos a nossa vida com o que Deus espera de nós, com a resposta diária que oferecemos à sua chamada; é o que nos permite pedir perdão e recomeçar muitas vezes. Por isso, “o exame é o passo prévio e o ponto de partida cotidiano para atearmos a chama do amor a Deus com realidades – obras – de entrega”3. “Quem se contentasse com uma visão rotineira, superficial (do estado da sua alma), acabaria por deslizar pelo plano inclinado da negligência e da preguiça espiritual, até chegar à tibieza, essa miopia da alma que prefere não discernir entre o bem e o mal, entre o que procede de Deus e o que provém das nossas próprias paixões ou do demônio”4.

Façamos o propósito firme, para todos os dias da nossa vida, de “fazer com consciência o exame de consciência” 5. Não demoraremos a compreender a grande ajuda que representa no caminho que leva a Cristo.

II. PARA FAZER COM CONSCIÊNCIA este balanço no fim de cada dia, será muito útil fomentar ao longo do dia o espírito de exame, como “o bom banqueiro que cotidianamente, ao anoitecer, computa as suas perdas e lucros; mas isso não o pode ele fazer com detalhe se não registra a todo o momento as contas nos livros. Um olhar a todas e cada uma das anotações mostra o estado de todo o dia”6.

Para construirmos a torre que Deus espera de nós, para travarmos essa batalha contra os inimigos da alma, devemos ser conscientes dos recursos com que contamos, das ajudas de que necessitamos, dos muros cuja vigilância descuramos ou dos flancos que deixamos desguarnecidos e à mercê do inimigo: defeitos que conhecemos e que deveríamos ter corrigido; inspirações que nos convidavam a fazer o bem e a servir os outros com mais alegria, e que ficaram sem resposta; mediocridade espiritual consentida, por termos omitido esta ou aquela prática de piedade costumeira, por não termos sido generosos nas pequenas mortificações do dia‑a‑dia, preferindo o comodismo pessoal...

Não é fácil o conhecimento próprio; temos que estar prevenidos contra “o demônio mudo”7, que tentará fechar‑nos a porta da verdade para que não vejamos as nossas fraquezas, os defeitos arraigados na alma, e nos inclinemos a desculpar as faltas de amor a Deus, os pecados e as imperfeições, encarando‑os como detalhes de pouca importância ou devidos às circunstâncias externas. Cai nas malhas do “demônio mudo” aquele que se contenta com generalidades, sem ir à raiz da sua apatia ou tibieza, sem querer realmente aprofundar nesses estados de alma vazios e inertes para lhes pôr um ponto final.

Para sairmos dessa situação nebulosa, é imprescindível que nos perguntemos com freqüência: Onde está verdadeiramente o meu coração?... Em mim, nas minhas doenças, nos meus êxitos, nas minhas pequenas satisfações, ou em Deus que me ama com um amor infinito? Quais são as intenções que me levam a agir? Em que coisas está ocupada habitualmente a minha mente e a minha imaginação? Quais são as coisas que me alegram e quais as que me entristecem? Este dia foi meu ou foi de Deus? São perguntas essenciais que iluminam e dão seriedade ao exame de consciência. Oxalá o saldo dos lançamentos parciais do nosso balanço diário, presidido por essas perspectivas fundamentais, possa ser como o daquele homem de Deus que reconhecia com humilde simplicidade: “Senhor, se não me lembrei para nada de mim, se pensei só em Ti e, por Ti, me ocupei somente em trabalhar pelos outros!”8

III. O EXAME DE CONSCIÊNCIA não é uma simples reflexão sobre o nosso comportamento no dia que termina; é um diálogo entre a alma e Deus. Por isso, ao iniciá‑lo, devemos pôr‑nos, em primeiro lugar, na presença de Deus, exatamente como se fôssemos recolher‑nos para fazer uns minutos de oração mental. Às vezes, bastará uma jaculatória ou uma breve oração. Noutras ocasiões, podem servir‑nos as palavras com que o cego de Jericó se dirigiu a Jesus pedindo‑lhe luz para os seus olhos cegos: Domine, ut videam! Senhor, que eu veja!9 Dá‑me luz para perceber o que me separa de Ti, o que devo arrancar e lançar fora, em que pontos concretos devo melhorar: trabalho, caráter, presença de Deus, alegria, otimismo, apostolado, preocupação por tornar a vida mais grata aos que convivem comigo...

Depois, no exame propriamente dito, pode ser‑nos muito útil começar por considerar como o Senhor terá visto o nosso dia. Com a ajuda do nosso Anjo da Guarda, procuremos vê‑lo refletido em Deus como num espelho, pois “nunca acabamos de nos conhecer se não procuramos conhecer a Deus”10. A essa luz, examinemos a seguir o nosso comportamento concreto: para com Deus, para com o próximo, para conosco mesmos. Podemos fazê‑lo percorrendo brevemente as horas do dia ou então as diferentes situações em que nos fomos encontrando, dando especial importância ao cumprimento do nosso plano de vida espiritual e aos propósitos formulados no exame do dia anterior, etc. De qualquer modo, tenhamos presente que o exame de consciência é uma prática de piedade que varia de pessoa para pessoa, e que portanto deve contar com o conselho daquele que orienta a nossa alma.

O elemento mais importante do exame de consciência – que não exige muito tempo, mas poucos minutos – é a dor, a contrição pelas nossas fraquezas e omissões, por mais pequenas que nos pareçam: “Reage. – Ouve o que te diz o Espírito Santo: «Si inimicus meus maledixisset mihi, sustinuissem utique» – que o meu inimigo me ofenda, não é estranho e é mais tolerável. Mas tu... «tu vero homo unanimis, dux meus, et notus meus, qui simul mecum dulces capiebas cibos» – tu, meu amigo, meu apóstolo, que te sentas à minha mesa e comes comigo doces manjares!”11

Se a dor for sincera, brotarão sem esforço alguns propósitos, poucos (muitas vezes apenas um), mas firmes: “«Quanto não devo a Deus, como cristão! A minha falta de correspondência, perante essa dívida, tem‑me feito chorar de dor: de dor de Amor. ’Mea culpa!’»

“– Bom é que vás reconhecendo as tuas dívidas. Mas não esqueças como se pagam: com lágrimas... e com obras”12.

Serão obras de retificação que agradarão a Deus tanto mais quanto mais nos pareçam detalhes sem grande importância: amanhã sorrirei a esse colega que me é antipático; amanhã lerei o Evangelho – cinco minutos – antes de começar a trabalhar; amanhã passarei pela igreja ao voltar para casa e farei uma breve visita ao Santíssimo; amanhã farei uma pequena mortificação durante o jantar, ou guardarei melhor a vista ao regressar do trabalho; amanhã... Dor profunda, ainda que as faltas sejam leves, e propósitos decididos, para os quais pediremos a ajuda de Deus, porque senão, ainda que sejam pequenos, não os cumpriremos.

E assim chegará a hora de nos retirarmos para descansar, e o faremos com a alma cheia de paz e de alegria, com desejos de retomar no dia seguinte, com novo entusiasmo, o nosso caminho de amor a Deus e ao próximo.

(1) Lc 14, 28‑32; (2) São João da Cruz, Cântico espiritual, 4, 1; (3) A. del Portillo, Carta, 8‑XII‑1976, n. 8; (4) ib.; (5) ib.; (6) São João Clímaco, Escada do paraíso, 4; (7) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 236; (8) Josemaría Escrivá, Carta, 9‑I‑1932; (9) cfr. Mc 10, 51; (10) Santa Teresa, Moradas, 1, 2, 9; (11) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 244; (12) ib., n. 242.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


Natividade de Nossa Senhora

08 de Setembro

Natividade de Nossa Senhora

A Igreja celebra neste dia 8 de setembro a Natividade da Santíssima Virgem Maria. “Esta Festividade Mariana é toda ela um convite à alegria, mais precisamente porque, com o nascimento de Maria Santíssima, Deus dava ao mundo como garantia concreta de que a salvação era já iminente”, disse São João Paulo II em 1980.

A celebração da festa da Natividade da Santíssima Virgem Maria é conhecida no Oriente desde o século VI. Foi fixada em 8 de setembro, dia com o que se abre o ano litúrgico bizantino, que é encerrado com a Assunção, em agosto. No Ocidente foi introduzida no século VII e era celebrada com uma procissão-ladainha, que terminava na Basílica de Santa Maria Maior.

O Evangelho não apresenta dados do nascimento de Maria, mas há várias tradições. Algumas consideram Maria descendente de Davi, assinalam seu nascimento em Belém. Outra corrente grega e armênia assinala Nazaré como berço de Maria.

Entretanto, já no século V existia em Jerusalém o Santuário Mariano situado junto aos restos da piscina Probática, ou seja, das ovelhas. Debaixo da formosa Igreja românica, levantada pelos cruzados, que ainda existe – a Basílica de Santa Ana – acham-se os restos de uma basílica bizantina e criptas escavadas na rocha que parecem ter feito parte de uma moradia que se considerou como a casa natal da Virgem.

Esta tradição, fundada em apócrifos muito antigos como o chamado Proto evangelho de São Tiago (século II), vincula-se com a convicção expressa por muitos autores a respeito de que Joaquim, o pai de Maria, fora proprietário de rebanhos de ovelhas. Estes animais eram lavados naquela piscina antes de serem oferecidos no templo.

A festa tem a alegria de um anúncio pré-messiânico. É famosa a homilia que pronunciou São João Damasceno (675-749) um 8 de setembro na Basílica da Santa Ana, durante a qual exclamou:

“Eia!, povos todos, homens de qualquer raça e lugar, de qualquer época e condição, celebremos com alegria a festa natalícia do gozo de todo o Universo. Temos razões muito válidas para honrar o nascimento da Mãe de Deus, por meio da qual todo o gênero humano foi restaurado e a tristeza da primeira mãe, Eva, transformou-se em gozo. Esta escutou a sentença divina: parirá com dor. Maria, pelo contrário, lhe disse: alegra-te, cheia de graça!”.

Fonte: https://www.acidigital.com


08 de Setembro 2019

A SANTA MISSA

23º Domingo do Tempo Comum – Ano C
Cor: Verde

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1ª Leitura: Sb 9,13-18 (gr.13-18b)

“Quem pode conhecer os desígnios do Senhor?”

Leitura do Livro da Sabedoria

13 Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor? 14 Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas: 15 porque o corpo corruptível torna pesada a alma e, tenda de argila, oprime a mente que pensa. 16 Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus? 17 Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? 18 Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos’.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 89,3-4.5-6.12-13.14 17 (R. 1)

R. Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,*
quando dizeis: ‘Voltai ao pó, filhos de Adão!’
Pois mil anos para vós são como ontem,*
qual vigília de uma noite que passou.      R.

5 Eles passam como o sono da manhã,*
6 são iguais à erva verde pelos campos:
De manhã ela floresce vicejante,*
mas à tarde é cortada e logo seca.        R.

12 Ensinai-nos a contar os nossos dias,*
e dai ao nosso coração sabedoria!
13 Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!        R.

14 Saciai-nos de manhã com vosso amor,*
e exultaremos de alegria todo o dia!
17 Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!*
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.       R. 

2ª Leitura: Fm 9b-10.12-17 

“Recebe-o, não mais como escravo, mas como um irmão querido”. 

Leitura da Carta de São Paulo a Filêmon

Caríssimo: 9b Eu, Paulo, velho como estou e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, 10 faço-te um pedido em favor do meu filho que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. 12 Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração. 13 Gostaria de tê-lo comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão, que eu devo ao evangelho. 14 Mas, eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea. 15 Se ele te foi retirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, 16 já não como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor. 17 Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho: Lc 14,25-33 

“Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 25 Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26 ‘Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27 Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. 28 Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29 ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30 ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31 Ou ainda: Qual o rei que ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32 Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33 Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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Beata Eugênia Picco

07 de Setembro

Beata Eugênia Picco

Nasceu em Crescenzago (Milão) em 8 de novembro de 1867 de José Picco e Adelaide del Corno. O pai é um excelente músico cego da “Scala” de Milão. A mãe é uma mulher frívola, que não ama seu marido, que prefere o dinheiro, o êxito, as viagens. Os avós cuidavam habitualmente de Eugênia; ela encontrava seus pais durante as breves pausas que se concediam entre uma tournée e outra, até que um dia a mãe volta sozinha, sem seu marido, dando-o por morto.

Eugênia não saberia nada sobre seu pai. Daquele momento em diante a mãe obriga a filha a viver com ela e com seu amante, do qual teve outros dois filhos. Eugênia cresceu em um ambiente irreligioso e moralmente malsão, tendo que conviver entre os desejos mundanos da mãe, que deseja que ela seja uma cantora famosa, e com o amante da mãe que a maltrata com frequência.

«Perigos e ocasiões tanto em casa como fora», diria Eugênia recordando aqueles anos de tribulação e aquele «instintivo» anelo de rezar, de olhar para o alto, no silêncio da austera basílica de Santo Ambrósio de Milão, onde a cada dia ia pedir ajuda a Deus, quase sem conhecê-Lo. Até que uma tarde de maio de 1886 Eugênia sentiu dentro de si o chamado à santidade e daquele instante diante caminharia, com prontidão e fidelidade indefectível, para a perfeição.

Aos vinte anos Eugênia decidiu amar a Jesus e ser santa. Ingressou na jovem Família Religiosa das Pequenas Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria fugindo de casa no dia 31 de agosto de 1887, sendo imediatamente acolhida, compreendida e amada pelo Fundador, o Venerável Agostinho Chieppi.

Em 26 de agosto de 1888 iniciou o noviciado e em 10 de junho de 1891 emitiu a primeira profissão religiosa nas mãos do mesmo Fundador. Fez a profissão perpétua em 1º. de junho de 1894.

Simples e humilde, fiel e generosa, se entregou sem reservas às alunas do Colégio de quem é mestra de música, canto e francês; às noviças de quem é mãe e mestra; às Irmãs como arquivista, Secretária geral e Conselheira. Em junho de 1911 foi eleita Superiora geral permanecendo no cargo até a morte.

Mulher valente, fez o voto de cumprir com perfeição serena e tranquila os deveres de Superiora e isto para cumprir a vontade de Deus.

Animadora sábia e prudente da Congregação das Pequenas Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, durante seu governo desenvolveu uma atividade iluminadora e prudente para uma organização definitiva do Instituto, propondo-se cumprir as diretrizes transmitidas pelo Fundador.

Para todos era mãe, especialmente para os pobres e para os pequenos aos quais servia com caridade generosa e incansável. As necessidades e os dramas de muitos irmãos durante a grande guerra de 1915-1918 abriram ainda mais seu coração para acolher todo pranto, toda dor e toda preocupação social ou particular.

Seu principal apoio, fonte vital de sua vida interior e de todo seu trabalho apostólico, era a Eucaristia, seu grande amor, centro de piedade, alimento, consolo e alegria em suas jornadas densas de oração e de cansaço. Jesus lhe infundia seu zelo pela salvação das almas; em seu ardente amor a Jesus encontramos a explicação de sua incessante atividade.

De saúde débil, com um corpo consumido pela tuberculose óssea, em 1919 teve que se submeter à amputação da extremidade inferior direita. Irmã Eugênia se ofereceu para cumprir os planos de Deus sobre ela, pronta para qualquer imolação.

Decidida a caminhar para a perfeição, isto se expressa em uma vida de mortificação, de pureza, de obediência, de heroísmo, de obras virtuosas, vivendo o comum e o mais humilde da vida de maneira extraordinária; este o clima em que se passou a existência de Irmã Eugenia Picco.

Irmã Eugenia faleceu santamente no dia 7 de setembro de 1921. Sua fama de santidade sobreviveu e inclusive foi aumentando depois de sua morte. Por toda parte eram ouvidas expressões de admiração e veneração a ela, considerada por todos como exemplo de extraordinária virtude e modelo de piedade, zelo, prudência, espírito de sacrifício e sabedoria.

Em setembro de 1945 foi iniciado o processo de beatificação. Em 20 de dezembro de 1999 foi publicado o decreto sobre o milagre atribuído à sua intercessão que reconheceu a cura prodigiosa de Camilo Talubingi Kingombe, da diocese de Uvira (ex Zaire), ocorrida em 25 de agosto de 1992. Em 7 de outubro de 2001 foi proclama beata.

Fonte: http://heroinasdacristandade.blogspot.com


07 de Setembro 2019

A SANTA MISSA

22ª Semana do Tempo Comum – Sábado 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Cl 1,21-23

“Deus vos reconciliou para vos apresentar como santos, imaculados”

 Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses

Irmãos, 21 e vós, que outrora éreis estrangeiros e inimigos pelas manifestas más obras, 22 eis que agora Cristo vos reconciliou pela morte que sofreu no seu corpo mortal, para vos apresentar como santos, imaculados, irrepreensíveis diante de si. 23 Mas é necessário que per­maneçais inabaláveis e firmes na fé, sem vos afastardes da esperança que vos dá o evangelho, que ouvistes, que foi anunciado a toda criatura debaixo do céu e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 53(54) 3-4.6 e 8 (R. 6a)

R. Quem me protege e me ampara é meu Deus.

Por vosso nome, salvai-me, Senhor; *
e dai-me a vossa justiça!
Ó meu Deus, atendei minha prece *
e escutai as palavras que eu digo!         R.

6 Quem me protege e me ampara é meu Deus; *
é o Senhor quem sustenta minha vida!
8 Quero ofertar-vos o meu sacrifício *
de coração e com muita alegria;
quero louvar, ó Senhor, vosso nome, *
quero cantar vosso nome que é bom!        R. 

Evangelho: Lc 6,1-5  

“Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

1 Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. 2 Então alguns fariseus disseram: ‘Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?’ 3 Jesus respondeu-lhes: ‘Acaso vós não lestes o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? 4 Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, e ainda por cima os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães.’ 5 E Jesus acrescentou: ‘O Filho do Homem é senhor também do sábado.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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A Fé de Santa Maria

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA SEGUNDA SEMANA. SÁBADO

–  O sábado, um dia dedicado à Virgem. Honrá-la e meditar nas suas virtudes.
–  A obediência da fé.
–  A vida de fé de Santa Maria.

I. HOJE, SÁBADO, é um dia apropriado para que meditemos na vida de fé de Santa Maria e lhe peçamos ajuda para crescer mais e mais nesta virtude teologal. Desde os primeiros séculos, os cristãos reservaram este dia da semana para honrar de modo muito especial a Virgem. Alguns teólogos, antigos e recentes, enumeram diversas razões de conveniência que aconselham a fazê‑lo. Entre outras, a de que o sábado foi para Deus o dia de descanso, e a Virgem foi Aquela em quem – como escreve São Pedro Damião – “pelo mistério da Encarnação, Deus descansou como num leito sacratíssimo” 1. O sábado é também preparação para o domingo, símbolo e sinal da festa do Céu, e a Santíssima Virgem é a preparação e o caminho para Cristo, porta da felicidade eterna 2. São Tomás sublinha que dedicamos o sábado à nossa Mãe porque “conservou nesse dia a fé no mistério de Cristo enquanto Ele estava morto” 3. Por último, podemos apontar um argumento de amor: nós, cristãos, precisamos de um dia especial para honrar Santa Maria.

Desde há muito tempo, em igrejas, capelas, ermidas e oratórios, reza‑se ou canta‑se a Salve Rainha ou outras preces marianas na tarde do sábado. E muitos cristãos procuram esmerar‑se nesse dia em honrar a Rainha do Céu: escolhem uma jaculatória para repeti‑la muitas vezes durante o dia, visitam uma pessoa que esteja doente, sozinha ou necessitada, oferecem uma mortificação que assinala particularmente esse dia mariano, vão rezar nalguma ermida ou igreja dedicada à Virgem, põem mais atenção nas orações que lhe dirigem: o terço, o Angelus ou Regina Coeli, a Salve Rainha...

Existem muitas devoções marianas, e o cristão não tem obrigação de vivê‑las todas, mas “não possui a plenitude da fé cristã quem não vive algumas delas, quem não manifesta de algum modo o seu amor por Maria.

“Os que consideram ultrapassadas as devoções à Santíssima Virgem dão sinais de terem perdido o profundo sentido cristão que elas encerram, e de terem esquecido a fonte de que nascem: a fé na vontade salvífica de Deus Pai; o amor a Deus Filho, que se fez realmente homem e nasceu de uma mulher; a confiança em Deus Espírito Santo, que nos santifica com a sua graça” 4.

“Se procuras Maria, encontrarás «necessariamente» Jesus, e aprenderás – sempre com maior profundidade – o que há no Coração de Deus” 5. Consideremos hoje como vivemos o sábado, e se temos nesse dia da semana detalhes específicos de carinho para com a Virgem.

II. PROCUREMOS NOSSA SENHORA no dia de hoje meditando na sua grande fé, maior do que a de qualquer outra criatura.

Mesmo antes de o Anjo lhe ter anunciado que fora escolhida para Mãe de Deus, Ela meditava a Sagrada Escritura e aprofundava no seu conhecimento como antes dEla jamais o fizera qualquer outra inteligência humana. O seu entendimento, que nunca se viu afetado pelos danos causados pelo pecado, e além disso foi iluminado pela fé e pelos dons do Espírito Santo, devia meditar com profundidade as profecias relativas ao Messias. Por essa luz divina e pelo seu amor sem limites a Deus e aos homens, suspirava e clamava pela vinda do Salvador com maior veemência que os Patriarcas e todos os justos que a tinham precedido. E o Senhor deleitava‑se nessa oração cheia de fé e esperança. A Virgem Maria, com essa oração, dava mais glória a Deus que o universo inteiro com o resto das suas criaturas.

Quando chegou a plenitude dos tempos, sob o olhar amoroso da Santíssima Trindade e ante a expectativa dos coros celestiais, a Virgem recebeu a embaixada do Anjo: Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres 6. São Lucas narra que a Virgem se perturbou ao escutar a mensagem do Anjo, e discorria pensativa que saudação seria aquela 7. Na sua alma não há resistência, não há oposição, tudo está aberto à ação direta de Deus. Não há nela limitação alguma ao querer divino. Deus tinha preparado o seu coração cumulando‑a de graça, e a sua livre cooperação com esses dons converteram‑na em boa terra para receber a semente divina. Prestou imediatamente o seu pleno consentimento, abandonada no Senhor: Fiat mihi secundum verbum tuum, faça‑se em mim segundo a tua palavra.

“Na Anunciação, com efeito, Maria entregou‑se a Deus completamente, manifestando «a obediência da fé» Àquele que lhe falava através do seu mensageiro, prestando‑lhe o «obséquio pleno da inteligência e da vontade» (Const. Dei Verbum). Ela respondeu, pois, com todo o seu «eu» humano e feminino. Nessa resposta de fé estavam contidas uma cooperação perfeita com a «prévia e concomitante graça divina» e uma disponibilidade perfeita à ação do Espírito Santo, o qual «aperfeiçoa constantemente a fé mediante os seus dons» (ib.)” 8. A Anunciação é o momento em que a fé de Maria atinge o seu ponto culminante: realiza‑se então o que Ela tinha meditado tantas vezes na intimidade do seu coração; “mas é também o ponto de partida de todo o seu «itinerário para Deus», de toda a sua caminhada de fé” 9. Esta é a primeira conseqüência da fé de Santa Maria na sua vida: uma plena obediência aos planos de Deus, que Ela capta com especial profundidade.

Olhando para a nossa Mãe do Céu, podemos ver se a nossa fé também nos leva a realizar a vontade de Deus sem lhe pôr limites; se sabemos querer o que Ele quer, quando quer e do modo que quer. À luz da sua figura amabilíssima, podemos examinar também como aceitamos as contrariedades normais de cada dia, como amamos a doença, a dor, o fracasso, tudo aquilo que contraria os nossos planos ou modos de agir... Pensemos se tanto as coisas boas da nossa vida como as realidades penosas ou difíceis de enfrentar nos santificam, ou se, pelo contrário, nos afastam do Senhor.

III. A VIDA DE NOSSA SENHORA não foi fácil. Não lhe foram poupadas as provas e dificuldades, mas a sua fé saiu vitoriosa e fortalecida desses percalços, convertendo‑se em modelo para todos nós. “Como Mãe, ensina; e, também como Mãe, as suas lições não são ruidosas. É preciso ter na alma uma base de finura, um toque de delicadeza, para compreender o que Ela nos manifesta – mais do que com promessas – com obras.

“Mestra de fé. Bem‑aventurada tu, que creste (Lc 1, 45); assim a saúda Isabel, sua prima, quando Nossa Senhora sobe à montanha para visitá‑la. Tinha sido maravilhoso aquele ato de fé de Santa Maria: Eis a escrava do Senhor, faça‑se em mim segundo a tua palavra (Lc I, 38). No Nascimento do seu Filho, contempla as grandezas de Deus na terra: há um coro de anjos, e tanto os pastores como os poderosos da terra vêm adorar o Menino. Mas depois a Sagrada Família tem que fugir para o Egito, para escapar das tentativas criminosas de Herodes. E a seguir, o silêncio: trinta longos anos de vida simples, comum, como a de um lar qualquer de uma pequena aldeia da Galiléia” 10.

Nos anos de Nazaré, a fé da Virgem brilha em silêncio. O Filho que Deus lhe deu é um menino que cresce e se desenvolve como os outros seres humanos, que aprende a falar, a caminhar e a trabalhar como os outros. Mas a Virgem Maria sabe que aquele menino é o Filho de Deus, o Messias esperado há séculos. Quando o contempla inerme nos seus braços, sabe que Ele é o Onipotente. As suas relações com Ele estão repletas de amor, porque é o seu filho, e de respeito, porque é o seu Deus. Quando lhe ouve as primeiras palavras entrecortadas, olha‑o como à Sabedoria infinita; quando o vê entretido nos seus jogos de criança, ou fatigado – depois de um dia de trabalho ao lado de São José, quando já é um adolescente –, reconhece nEle o Criador do céu e da terra.

A fé da Virgem atualizava‑se ao ritmo dos acontecimentos dos dias normais, inflamava‑se no trato íntimo com Jesus, e foi crescendo de dia para dia mediante essa oração contínua que era a sua relação permanente com o seu Filho. Encarando com sentido sobrenatural os pequenos e grandes incidentes da sua vida, santificou “as coisas mais pequenas, aquelas que muitos consideram erroneamente como intranscendentes e sem valor: o trabalho de cada dia, os pormenores de atenção com as pessoas queridas, as conversas e visitas por motivos de parentesco ou de amizade” 11.

A fé de Santa Maria revelou‑se em plenitude iuxta crucem Iesu, junto da Cruz de Jesus. Sem palavras, com a sua presença no Calvário por desígnio divino 12, manifestou que toda a sua vida foi uma obediência à fé. Contemplando‑a ao pé do Filho agonizante, compreende‑se que “acreditar quer dizer «abandonar‑se» à própria verdade da palavra do Deus vivo, sabendo e reconhecendo humildemente «até que ponto são insondáveis os seus desígnios e imperscrutáveis os seus caminhos (Rom 11, 33). Maria, que pela eterna vontade do Altíssimo veio a encontrar‑se, por assim dizer, no próprio centro daqueles «caminhos imperscrutáveis» e daqueles «desígnios insondáveis» de Deus, conforma‑se com eles na penumbra da fé, aceitando plenamente e com o coração aberto tudo o que é disposição divina” 13.

“Falta‑nos fé. No dia em que vivermos esta virtude – confiando em Deus e na sua Mãe –, seremos valentes e leais. Deus, que é o Deus de sempre, fará milagres por nossas mãos.

“– Dá‑me, ó Jesus, essa fé, que de verdade desejo! Minha Mãe e Senhora minha, Maria Santíssima, faz que eu creia!” 14, que saiba encarar e dirigir todos os acontecimentos da minha vida com uma fé serena e inamovível.

(1) São Pedro Damião, Opúsculo 33. De bono sufragiorum, PL 145, 566; (2) cfr. G. Roschini, La Madre de Dios, Madrid, 1958, vol. II, pág. 596; (3) São Tomás, Sobre os mandamentos, em Escritos de Catequese; (4) São Josemaria Escrivá, É Cristo que passa, n. 142; (5) São Josemaria Escrivá, Forja, n. 661; (6) Lc 1, 28; (7) Lc 1, 29; (8) João Paulo II, Ene. Redemptoris Mater, 25-111-1987, 13; (9) ib., 14; (10) São Josemaria Escri­vá, Amigos de Deus, n. 284; (11) São Josemaria Escrivá, É Cristo que pas­sa, n. 148; (12) cfr. Cone. Vat. II, Const. Lumen gentium, 58; (13) João Paulo II, op. cit., 14; (14) São Josemaria Escrivá, Forja, n. 235.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal


06 de Setembro 2019

A SANTA MISSA

22ª Semana do Tempo Comum – Sexta-feira 
Cor: Verde

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1ª Leitura: Cl 1,15-20

“Tudo foi criado por meio dele e para ele”

Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses

15 Cristo Jesus é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, 16 pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência. 18 Ele é a Cabeça do corpo, isto é, da Igreja. Ele é o princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, 19 porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e 20 por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 99(100) 2.3.4.5

R. Com canto apresentai-vos diante do Senhor!

Aclamai o Senhor, ó terra inteira, +
servi ao Senhor com alegria, *
ide a ele cantando jubilosos!       R.

3Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, +
Ele mesmo nos fez, e somos seus, *
nós somos seu povo e seu rebanho.        R.

Entrai por suas portas dando graças, +
e em seus átrios com hinos de louvor; *
dai-lhe graças, seu nome bendizei!       R.

5 Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, +
sua bondade perdura para sempre, *
seu amor é fiel eternamente!        R. 

Evangelho: Lc 5,33-39 

“Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles.
Então, naqueles dias, eles jejuarão”. 

– O Senhor esteja convosco
– Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo: 33 Os fariseus e os mestres da Lei disseram a Jesus: ‘Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem.’ 34 Jesus, porém, lhes disse: ‘Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35 Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão.’ 36 Jesus contou-lhes ainda uma parábola: ‘Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. 37 Ninguém coloca vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama; e os odres se perdem. 38 Vinho novo deve ser colocado em odres novos. 39 E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo; porque diz: o velho é melhor.’

– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor! 

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São Liberato de Loro

06 de Setembro

São Liberato de Loro

Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato, ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda riqueza e conforto para seguir a vida religiosa.

Renunciou às terras e ao título de senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio, em favor de seu irmão Gualtério, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino. Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, retirou-se ao pequeno e ermo Convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Lá, vestiu o hábito da Ordem dos Frades Menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes valeu-lhe a fama de santidade.

Em 'Florzinhas de são Francisco', encontramos o seguinte relato sobre ele: No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e, durante as orações, chegava a elevar-se do chão. Por onde andava, os pássaros o acompanhavam, posando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas, quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, à penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos dedicavam-lhe grande consideração.

Quando atingiu a idade de 45 anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada; por outro lado, recusava-se a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na sua abençoada Mãe. Ela, milagrosamente, o visitou e consolou, quando este, em oração, preparava-se para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, aproximou-se de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e suplicou-lhe, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse tal merecimento.

Chamando-o por seu nome, a Virgem Maria respondeu: 'Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para confortar-te antes de tua partida desta vida'. Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.

No século XV, o culto a Liberto de Loro era tão vigoroso que, nas terras dos Brunforte, recebeu autorização para ser chamado são Liberato. Foram construídos um novo convento, por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano, e uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém, só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica para ser chamado santo. A festa de são Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 6 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.

Texto: Paulinas Internet


Os amigos do esposo

TEMPO COMUM. VIGÉSIMA SEGUNDA SEMANA. SEXTA‑FEIRA

– O Senhor conta‑nos entre os seus amigos íntimos.
– Aprendemos de Jesus a ter muitos amigos. O cristão está sempre aberto aos outros.
– A caridade melhora e fortalece a amizade.

I. APÓS O BANQUETE que Mateus ofereceu ao Senhor e aos seus amigos logo depois da sua chamada, alguns judeus aproximaram‑se de Jesus e perguntaram‑lhe por que os seus discípulos não jejuavam como faziam os fariseus e os discípulos de João. E Jesus respondeu‑lhes: Porventura podeis obrigar os amigos do esposo a jejuar enquanto o esposo está com eles? E aludindo expressamente à morte que iria padecer, disse‑lhes: Quando o esposo lhes for arrebatado, então jejuarão1.

Entre os hebreus, o noivo comparecia à cerimônia de bodas acompanhado por outros jovens da sua idade, seus amigos íntimos, que formavam uma espécie de escolta de honra. Chamavam‑se amigos do esposo2, e a sua missão era honrar aquele que se ia casar, alegrar‑se com as suas alegrias, participar de um modo muito particular dos festejos que se organizavam após a cerimônia. Ora bem, a imagem nupcial é empregada freqüentemente no Antigo Testamento para exprimir as relações de Deus com o seu povo3. E também a Nova Aliança do Messias com o seu povo, a Igreja, é descrita sob essa imagem. João Batista já chamara esposo a Cristo, e a si mesmo amigo do esposo4.

Jesus chama amigos íntimos – amigos do esposo – aos que o seguem, a nós; fomos convidados a participar mais intimamente das suas alegrias, do banquete nupcial, que é figura dos bens sem fim do Reino dos Céus. Em diversas ocasiões o Senhor distinguiu os seus com o honroso título de amigos. Um dia, estendendo a mão sobre os seus discípulos, pronunciou estas consoladoras palavras: E ensinou‑nos que aqueles que crêem e o seguem com obras – os que cumprem a vontade de meu Pai – ocupam no seu coração um lugar de predileção e estão unidos a Ele por laços mais fortes que os do sangue. No discurso da Última Ceia, dir‑lhes‑á com simplicidade e sinceridade comovedoras: Como o Pai me amou, assim também eu vos amei... Chamei‑vos amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai6.

O Senhor quis ser exemplo de amizade verdadeira e esteve aberto a todos os que se aproximavam dEle, atraindo‑os com especial ternura e afeto.

“Deixava escapar então – comenta São Bernardo com palavras muito belas – toda a suavidade do seu coração; abria a sua alma totalmente e dela se espargia como vapor invisível o mais delicado perfume, o perfume de uma alma formosa, de um coração generoso e nobre”7. E convertia‑se em amigo fiel e abnegado de todos. Do seu ser emanava um poder de atração que São Jerônimo comparou ao de um ímã extraordinário8.

Jesus chama‑nos amigos. E ensina‑nos a acolher a todos, a ampliar e desenvolver constantemente a nossa capacidade de amizade. Mas só aprenderemos dEle se procurarmos o seu convívio na intimidade de uma oração confiada: “Para que este nosso mundo caminhe por um trilho cristão – o único que vale a pena –, temos de viver uma leal amizade com os homens, baseada numa prévia leal amizade com Deus”9.

II. JESUS TEVE AMIGO Sem todas as classes sociais e em todas as profissões: eram de idade e de condições muito diversas. Desde pessoas de grande prestígio social, como Nicodemos ou José de Arimatéia, até mendigos como Bartimeu. Na maior parte das cidades e aldeias, encontrava pessoas que lhe queriam bem e que se sentiam correspondidas por Ele, amigos que nem sempre o Evangelho menciona pelos nomes, mas cuja existência se pode entrever.

Em Betânia, a família de Lázaro estava unida ao Mestre por fortes laços de amizade, como se vê pela mensagem ao mesmo tempo confiante e dolorosa que Maria e Marta lhe fazem chegar quando Lázaro adoece gravemente: Senhor, aquele a quem amas está doente10. Jesus amava Marta, Maria e Lázaro. Quando chegou a Betânia, Lázaro já estava morto havia quatro dias. E, para surpresa de todos, Jesus chorou. Disseram então os judeus: Vede como o amava11. Jesus chora por um amigo! Derrama em silêncio lágrimas de homem; os que ali se encontravam ficaram profundamente admirados.

Nunca devemos cansar‑nos de considerar quanto o Senhor nos quer. “Jesus é teu amigo. – O Amigo. – Com coração de carne como o teu. – Com olhos de olhar amabilíssimo, que choraram por Lázaro... – E, tanto como a Lázaro, te ama a ti”12.

Jesus gostava de conversar com as pessoas que o procuravam ou com as que encontrava pelo caminho. Aproveitava essas conversas, que muitas vezes começavam por temas intranscendentes, para chegar ao fundo das suas almas e enchê‑las de amor.

Todas as circunstâncias lhe foram propícias para fazer amigos e transmitir‑lhes a mensagem divina que tinha trazido à terra. Nós não devemos esquecer que “amizade e caridade fazem uma só coisa: luz divina que dá calor”13.

Com os amigos compartilha‑se o melhor que se possui, e nós não temos nada que valha tanto como a amizade com Jesus Cristo, robustecida ao longo dos anos, depois de tantos momentos de oração – quantas coisas Lhe dissemos até hoje –, de tantas ocasiões junto do Sacrário. Não lhes abriremos o coração, falando‑lhes a sós desse Amigo que queremos que seja também Amigo de cada um deles?

Quem priva da intimidade com Cristo não sabe nem consegue guardar para si esse achado que o impressiona e o torna feliz cada vez que se abeira dele para contemplá‑lo. Não nos hão de faltar palavras para falar de Cristo aos nossos amigos, sobretudo se formos homens e mulheres de oração, que lêem assiduamente o Evangelho e meditam nas suas passagens como se fossem protagonistas. Quando pudermos dizer com São Paulo: “O meu viver é Cristo14, estaremos em condições de fazer com que os nossos amigos o sejam também do Senhor, e assim sejam também mais verdadeiramente amigos nossos.

III. UM AMIGO FIEL é um protetor poderoso; quem o encontra descobre um tesouro. Nada vale tanto como o amigo fiel; o seu preço é incalculável15. É com essas palavras que a Sagrada Escritura nos fala do valor da amizade, ao mesmo tempo que nos ensina que é preciso procurá‑la, empregar os meios adequados para encontrá‑la. E, uma vez encontrada, é necessário cultivá‑la, superando o tempo, as distâncias, e tudo aquilo que tende a esfriá‑la: a diversidade de gostos, opiniões, interesses...

A amizade requer que ajudemos o amigo. “Se descobres algum defeito no teu amigo, corrige‑o em segredo [...]. As correções fazem bem e são de maior proveito que uma amizade muda”16, que se cala enquanto vê o amigo afundar‑se.

A amizade deve ser perseverante. “Não mudemos de amigo como fazem as crianças, que se deixam levar pela onda fácil dos sentimentos”17Não tenhas vergonha de defender o amigo18. “Não o abandones no momento da necessidade, não o esqueças, não lhe negues o teu afeto, porque a amizade é o alicerce da vida. Carreguemos uns as cargas dos outros, como nos ensinou o Apóstolo... Se a prosperidade de um é proveitosa a todos os seus amigos, por que na adversidade não irá encontrar a ajuda de todos esses amigos? Ajudemo‑lo com os nossos conselhos, unamos os nossos esforços aos seus, participemos das suas aflições.

“Quando for necessário, suportemos até grandes sacrifícios por lealdade para com o amigo. Talvez tenhamos que enfrentar inimizades para defender a causa do amigo inocente, e, com muita freqüência, receber insultos quando procuremos rebater e responder àqueles que o atacam e acusam [...]. É na adversidade que se provam os amigos verdadeiros, pois na prosperidade todos parecem fiéis”19.

A caridade sobrenatural fortalece e enriquece a amizade. O amor a Cristo torna‑nos mais humanos, com maior capacidade de compreensão, mais abertos a todos.

Se Cristo for o nosso melhor amigo, aprenderemos a fortalecer uma relação que talvez estivesse a ponto de se desfazer, a tirar um obstáculo, a superar o egoísmo e a comodidade de permanecermos fechados em nós mesmos. Junto do Senhor, saberemos tornar melhores, levar à santidade, os nossos amigos, porque lhes transmitiremos a fé em Cristo. Ao longo dos séculos, quantos não foram os que transitaram pelo caminho da amizade para chegar ao Senhor!

Olha para Cristo. Bem sabes que Ele te considera entre os seus amigos íntimos. Somos os amigos do Esposo. Aplicadas a Cristo, alcançam a sua plenitude as palavras que lemos no Livro do Eclesiástico: Nada se pode comparar ao amigo fiel20. O Senhor levou a sua fidelidade ao extremo de dar a vida por cada um de nós. Aprendamos dEle a ser amigos dos nossos amigos, e não deixemos de lhes dar o melhor que temos: o amor a Jesus.

(1) Lc 5, 33‑39; (2) 1 Mac 9, 39; (3) cfr. Ex 34, 16; Is 54, 5; Jer 2, 2; Os 2, 18 e segs.; (4) Jo 3, 29; (5) cfr. Mt 12, 49‑50; (6) Jo 15, 9.15; (7) São Bernardo, Comentário ao Cântico dos Cânticos, 31, 7; (8) cfr. São Jerônimo, Comentário ao Evangelho de São Mateus, 9, 9; (9) Josemaría Escrivá, Forja, n. 943; (10) Jo 11, 3; (11) Jo 11, 35‑36; (12) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 422; (13) cfr. Josemaría Escrivá, Forja, n. 565; (14) Fil 1, 21; (15) Eclo 6, 14‑17; (16) Santo Ambrósio, Sobre o ofício dos ministros, III, 125; (17) ib.; (18) Eclo 22, 31; (19) Santo Ambrósio, op. cit., III, 126‑127; (20) Eclo 6, 14.

Fonte: Livro "Falar com Deus", de Francisco Fernández Carvajal